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Design Magazine 09

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Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
2 • Edição 09
Carta do diretor
Formado em design gráfico e atuando no merca-
do desde 2010. Atualmente focado em direção de 
projetos. Dentre eles a revista digital Design Maga-
zine Brasil e o “coletivo criativo” Grupo I3C3.
Lucas 
Fernandes
Você entra na faculdade sem nem ao me-
nos saber o que é design. Pensa “ah, tem dese-
nho, parece ser fácil.” À medida que vai estu-
dando, vai entendendo o que é design, o seu 
valor para a sociedade, para a economia, etc. 
É apresentado a diversos tipos de design e até 
a algumas áreas correlatas: gráfico, produto, 
web, vídeo, ilustração... Em algum ponto dessa 
sua trajetória você acaba se identificando com 
uma dessas áreas e a adota como sendo então 
o seu foco.
Eu não consegui fazer isso.
Eu gostava/gosto de forma igual de tudo 
isso. Tudo no mundo do design me fascina. 
Durante minha graduação então, para o de-
senvolvimento de trabalhos em grupo, eu aca-
bei ficando responsável, entre outras coisas, 
pelo gerenciamento dos projetos. Delegava 
funções, cuidava dos prazos, supervisiona-
va cada etapa do que tivéssemos que fazer. 
Nessa posição então eu me sentia confortá-
vel, pois ainda conseguia trabalhar e explorar 
cada subdivisão do design.
Começava a nascer então Lucas Fernan-
des, não o designer, mas o diretor de projetos. 
Pouco tempo depois surgiu a oportuni-
dade de criar a Design Magazine Brasil. Ela 
surgiu dentro de uma disciplina na faculdade 
e vem evoluindo junto comigo. Sem dúvidas, 
o meu maior projeto até hoje e sou grato a 
todas as pessoas que fizeram ou fazem parte 
dessa trajetória.
Tempos depois, surge o projeto I3C3. Por-
tal, canal, podcast... Responsável também pela 
reformulação do programa Área de Risco. Te-
mos crescido um bocado, mas isso é só o co-
meço. Espero que consigamos muito mais.
E hoje eu já não me vejo mais apenas 
como um designer ou diretor de projetos. Me 
vejo como um sonhador profissional. Alguém 
que vê além e que deve entregar ao restante 
das pessoas o resultado dessa visão.
“Eu sou um sonhador profissional, um explorador que 
busca justificar sua existência propondo diferentes 
soluções para sua tribo cultural.”
Philippe Starck
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
4 • Edição 09
Sumário
Visões de uma Bienal
Pág. 08
Entrevista com Walter Mattos
Pág. 22
Rio Academy
Pág. 32
Blobjects
Pág. 16
Moda urbana street
Pág. 28
Patricia de Faria - Motion Design
Pág. 36
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 5
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
6 • Edição 09
Créditos
Diretor
Capa
Revisão
Logotipo
Site
Email
Redes Sociais
Projeto gráfico
Diagramação
Ilustrações
Idealizadores
Redatores
Lucas Fernandes
Pedro Panetto
Juliana Teixera
Lourrane Alves
Elementos À Solta
designmagazine.com.br
lucas@designmagazinebrasil.com.br
facebook.com/revistadesignmagazine.br
twitter.com/DMBr_Oficial
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Thiago Seixas
Vitor Cardoso
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Beatriz Vieira
Gilberto Ferreira
Wendel Fragoso
Diego Gomes
Douglas Silva
Gilberto Ferreira
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Clara Carneiro
Eduardo Madeiro
Felipe Cabral
Mayara Wal
Thiago Seixas
Vitor Cardoso
Edição #09
Junho/2015
A Design Magazine Brasil é uma projeto de LucasFAdS e Grupo I3C3.
O conteúdo textual e imagético da revista pertence aos seus respectívos autores e não 
pode ser reproduzido sem autorização prévia.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 7
Design Magazine BrasilVENHA E DESCUBRA
FLORIANÓPOLIS
DE 15 DE MAIO A
12 DE JULHO DE 2015
Visite as exposições, workshops, 
seminários nacionais e internacionais, 
e outros eventos de design que 
tomarão conta da cidade.
CO-REALIZAÇÃO APOIO INSTITUCIONAL APOIO
APOIO CULTURAL REVISTA OFICIALCIA AÉREA OFICIAL
INICIATIVAPARCERIA
INCENTIVO PATROCÍNIO - OURO REALIZAÇÃOPATROCÍNIO - BRONZE
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8 • Edição 09
 “Olhar para todos os indivíduos, 
independentemente de suas 
condições sociais, intelectuais ou 
econômicas.”
Visões de uma Bienal
Designer gráfico e de produto, apaixonado por 
artes e futebol. Buscando conhecimento e expe-
riências, para um dia poder ser uma referência e 
inspiração para os novos designers.
Thiago 
Seixas
Fotos: Thiago Seixas.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 9
Design Magazine Brasil
No dia 15 de maio desembarquei pela manhã 
em Florianópolis com uma grande expectativa por 
participar pela primeira vez da Bienal Brasileira de 
Design. Apesar das várias pesquisas sobre sua his-
tória, e de saber mais ou menos o que estaria por 
vir, não pude conter a ansiedade pelo evento. E, 
mesmo esperando muito, ele conseguiu superar 
tudo o que eu estava vislumbrando.
A começar pelo seminário internacional, que 
foi dividido em três blocos, que ocorreram na tarde 
do dia quinze e na manhã e tarde do dia 16, e trou-
xeram ao Brasil importantes personalidades do de-
sign de diferentes partes do mundo, como África do 
Sul, Holanda, Espanha, Itália, Turquia, Alemanha, 
Colômbia e Estados Unidos. Com destaque para a 
palestra de Ralph Wiegmann, Diretor administrativo 
do IF – Internacional Fórum Design, da Alemanha, 
conhecida como a mais antiga organização inde-
pendente de design no mundo, que falou sobre as 
premiações do IF e a importância do investimento 
no design em todas as esferas. 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
10 • Edição 09
Visões de uma Bienal
Como representantes brasileiros, tivemos a 
palestra do designer Guilherme Knop, responsável 
pelo estúdio de shape da Volkswagen no Brasil, que 
falou bastante sobre o desenvolvimento do projeto 
do UP!, sobre a filosofia de design da Volkswagen 
e da importância de saber se valorizar como pro-
fissional. Tivemos também a arquiteta Bel Lobo 
mostrando cases pessoais e de seu estúdio coletivo 
Be.Bo, além de apresentar alguns dos projetos de-
senvolvidos em seus programas para o canal GNT, o 
‘Decora’ e o ‘Lá Fora com Bel Lobo’. Além deles, tive-
mos também a economista Edna dos Santos- Dui-
senberg. A consultora internacional e membro da 
ONU discorreu em sua palestra sobre a importân-
cia da economia criativa para o desenvolvimento, 
apresentou diversos dados e pesquisas e abordou 
questões ambientais, tecnológicas e sociais.
O que deu para perceber nas palestras do 
seminário internacional é que existe uma grande 
preocupação dentro de boa parte da comunidade 
Guilherme Knop
Bel Lobo
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 11
Design Magazine Brasil
global de designers, arquitetos e profissionais de 
áreas relacionadas, em olhar para todos os indiví-
duos, independentemente de suas condições so-
ciais, intelectuais ou econômicas. O que todos os 
palestrantes tiveram em comum em seus discursos, 
foi chamar a atenção para o poder transformador 
que a ferramenta design tem e como é importante 
que governos, empresários e a sociedade como um 
todo saibam valorizar. 
Ver o auditório da Federação das Indústrias 
do Estado de Santa Catarina (FIESC) lotado, com 
estudantes, profissionais e empresários, mostrou 
que existe uma demanda por esse tipo de informa-
ção e conhecimento, e que debates como esses são 
muito importantes e, sem dúvidas, deveriam ocor-rer com mais frequência.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
12 • Edição 09
Outro momento importante foi a abertura da 
exposição Design para Todos, que ocorreu no Te-
atro Ademir Rosa, do Centro Integrado de Cultura 
– CIC, que conta com quase mil cadeiras e estava 
praticamente lotado, o que reforça ainda mais a 
importância desse evento. A abertura contou com 
a presença importante de líderes e representantes 
de diversos setores ligados ao evento, como Glau-
co José Côrte, presidente da FIESC, Maria Terezinha 
de Batim, presidente da Federação Catarinense de 
Cultura, que foi representando o governador do 
Estado de Santa Catarina, Didier Vanderhasselt, o 
Cônsul Geral da Bélgica no Brasil, Carlos Guilher-
me Zigelli, Diretor Superintendente do SEBRAE-SC, 
Sergio Luiz Gargioni, Presidente da FAPESC (Funda-
ção de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de 
Visões de uma Bienal
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Junho 2015 • 13
Design Magazine Brasil
Andador Voador: Fornece à criança com lesão cerebral um meio 
de locomoção que possibilita sua independência para ir e vir, 
favorecendo sua interação com outras crianças e com a sociedade.
Foto: Divulgação/BBD 2015
Foto: Divulgação/BBD 2015
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
14 • Edição 09
Visões de uma Bienal
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Junho 2015 • 15
Design Magazine Brasil
ras. Muitas já estão colhendo bons resultados, seja 
com departamentos internos, ou com a contrata-
ção de agências. Prêmios nacionais e internacio-
nais, crescimento em vendas, fortalecimentos de 
marcas e reconhecimento, são frutos do investi-
mento no design.
Porém, o quadro atual nos mostra que ainda 
estamos muito longe de nossos objetivos. Ainda é 
muito difícil explicar para os empresários o que é o 
design, como ele pode agregar diversos valores ao 
seu negócio e a importância de se investir nos as-
pectos intangíveis. 
Por isso, precisamos entender e mostrar que 
o design vai muito além do produto e do desenvol-
vimento gráfico. Além disso, precisamos divulgar 
casos de sucesso, apresentar resultados reais e re-
alizar muitos outros eventos que possam convergir 
todas essas ideias, como esta Bienal Brasileira do 
Design está fazendo. 
Santa Catarina), Adriana Rodrigues, representando 
a Agência Brasileira de Promoção de Exportações 
e Investimentos (Apex-Brasil), e ainda contou com 
representantes do Ministério da Cultura, Educação 
e ciência dos Países Baixos, Ministério do Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio do Brasil, Ministério 
da Cultura, entre outros órgãos do governo.
Ouve um emocionado depoimento e agrade-
cimento da coordenadora executiva da Bienal, Ro-
selie de Faria Lemos, que falou um pouco sobre as 
dificuldades de se realizar um evento como esse e, 
claro, de sua importância. Além dela, outros repre-
sentantes foram convidados ao palco para dar sua 
palavra de apoio, não só ao evento, mas à atividade 
do design no Brasil como um todo.
Ter convidado os representantes das indús-
trias e setores políticos para participar deste even-
to, foi crucial para continuarmos implementando 
a cultura do design dentro das empresas brasilei-
Roselie de Farias Lemos
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16 • Edição 09
“Resumidamente, um blobject 
pode ser qualquer coisa - de uma 
colher até uma cidade.”
Holt e Skov
Blobjects
Carioca amante do conhecimento, cultura artís-
tica, idiomas e computação gráfica. Youtuber e 
autodidáta, atua como designer na Rede Solaris 
Network e como freelancer. 
Vitor 
Cardoso
Ilustração da vitrine: Gilberto Ferreira.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 17
Design Magazine Brasil
Analisando a natureza 
Você já ouviu falar de Biomorfismo? Pro-
vavelmente não, mas não se preocupe, esta 
não é uma palavra que se ouve com facilidade. 
Talvez então você já tenha ouvido algo sobre 
Biônico. Temos mais familiaridade com este 
termo através de referências de estruturas que 
o representam em filmes, desenhos e livros. 
Este termo sempre envolveu uma mentalidade 
muito fantasiosa, futurista e tecnológica, ele é 
derivado do alemão Bionik (Biology - Biologia e 
Technik - Técnica).
A Biônica é parte da Biomimética, ciência 
cujo objetivo é o estudo e réplica dos métodos, 
projetos e processos da natureza. Segundo ela, 
muitas das respostas que o homem tem para pro-
blemas complexos provém da natureza, isto é, o 
ser humano faz uma leitura sintética de estrutu-
ras e sistemas biológicos, buscando a inspiração 
necessária para resolução dos seus problemas.
Dentro dela, há o conceito de Biomorfismo, 
em que as formas da natureza servem de inspi-
ração estética e íntima para a criação de produ-
tos, construções e obras de arte. A representação 
aplicada no design, arquitetura e composições 
visuais diversas é feita através de estudos de pro-
porção e harmonia na natureza.
O conceito do Biomorfismo tem relação 
intrínseca com as vertentes pós-modernas mais 
progressivas: apelo visual acima da função, visão 
da realidade por meio tecnológico, a imprecisão 
das formas e o dinamismo.
Zaha Hadid 
Pavilhão Móvel de Arte
 Kin Cheung
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18 • Edição 09
Blobjects
Relógio estilo Googie
M
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Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 19
Design Magazine Brasil
Antigamente não se tinha como implementar 
produtos ou peças de formatos muito sinuosos a 
não ser que elas fossem em pequena escala de pro-
dução, uma peça única, artesanal ou ainda artísti-
ca. Somente a partir do fim dos anos 80, começou a 
ser mais fácil a materialização de peças mais arroja-
das através de softwares de projetos e modelagem, 
maleabilidade de materiais e melhora nos proces-
sos de fabricação através da injeção de polímeros. 
Com o uso desses artifícios houve o barateamento 
do processo de confecção, o que proporcionou a 
presença mais comum de estruturas com formas 
dinâmicas, flúidas e geralmente curvilíneas, deno-
minadas como blobjects.
De origem contestada, o termo é muitas vezes 
atrelado com a definição do designer Steven Skov 
Fluidez palpável
Holt, reportada na matéria de 1993 da Revista Es-
quire. Nela o termo é citado como peças coloridas, 
plásticas, produzidas com forte apelo emocional e 
destinadas a ser um produto de consumo. O desig-
ner contemporâneo Karim Rashid, também é men-
cionado como um dos pioneiros na popularização 
dos blobjects.
Jan Kaplicky - Centro de Mídia do
Estádio Lord’s Cricket Ground
iMac 1998, Apple
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
20 • Edição 09
As referências a esse estilo de design têm 
como similaridade o uso da curva, entretanto 
com diferentes leituras e objetivos. 
As curvas “whiplash”, elemento presente na 
Art Nouveau, eram “curvas violentas e repentinas 
geradas pelo estalar de um chicote” conforme 
Herman Obrist na Revista Pan em 1894. Elas se 
tornaram característica geral do estilo que tendia 
as ideias de inspiração natural do biomorfismo. 
Essas curvas tomam similaridade com as atuais 
curvas spline. 
No dadaísmo, estilo que se originou em 
meio a Primeira Guerra Mundial, a curva era usada 
como expressão da fuga da realidade, o absurdo, 
da desfiguração da lógica e da sociedade vigente. 
Seguindo a mesma linha de caráter insano,o Sur-
realismo tomou a curva como base para dialogar 
com imagens do subconsciente humano. 
Nos EUA, após Segunda Guerra Mundial, 
aflorou a estética do chamado Populuxe ou Goo-
gie. Consistia na combinação do luxo com o po-
pular, onde as curvas traduziam uma mentalida-
de futurista e inovadora de modo bem amistosa 
e consumistas.
Filmes como “The Blob” de 1958, que mos-
tra uma criatura gosmenta vinda do espaço e 
que se torna uma ameaça aos humanos, e ou-
tros filmes de ficção científica que trabalham 
com matérias viscosas e orgânicas, transmiti-
ram indiretamente a ideia que o desenho disfor-
me e ameboide é de certa forma algo inovador, 
porém também com sentido de desconhecido, 
estranho e hostil. Essa teoria de hostilidade e 
desconhecimento, unida a de formas de vida 
em outros planetas, endossa o cenário inicial da 
corrida espacial. 
Blobjects
Ap
ar
ta
m
en
to
 6
1
Rádio Toot a Loop da Panasonic - 1970 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 21
Design Magazine Brasil
Os fatores inerentes estes objetos estabe-
lecem sempre uma forte interação com o usuá-
rio. Pois apresentam cores e transparências com 
intuito de estabelecer uma boa receptividade, 
além da sinuosidade que proporciona uma visão 
diferente em ângulos distintos. Os blobjects com-
preendem em si o contexto atual de uma socie-
dade tecnológica com velocidade da informação, 
interação e atualização constante. Podendo ser 
exemplificado em inúmeras funcionalidades e 
formas espontâneas.
Os primeiros modelos aparentes no mercado 
que se podem dizer como blobjects, tinham ainda 
características híbridas com o modernismo, o dese-
nho vinha perdendo a rigidez da geometria regular 
e inseria o formato curvo. O quadrado que antes era 
com arestas em ângulo reto foi substituído por um 
caso especial de super elipse, o squircle (aglutina-
ção em inglês de “square” – quadrado e “circle”- cír-
culo). Conforme o tempo a estética blob foi toman-
do mais fluidez e unicidade explorando cada vez 
mais o campo tridimensional.
Casa Mila - Antoni Gaudi
Espanha - Barcelona
Sam
uel T Ludw
ig 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
22 • Edição 09
 “Olhar para todos os indivíduos, 
independentemente de suas 
condições sociais, intelectuais ou 
econômicas.”
Entrevista com Walter Mattos
Designer de produto de formação e metida a docei-
ra nas horas vagas. Formada desde 2011, buscando 
sempre estar antenada e se atualizar na área, atual-
mente estuda Design de Serviços e Interação.
Mayara
Wal
Ilustração da vitrine: Wendel Fragoso. Imagens: Cortesia Walter Mattos.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 23
Design Magazine Brasil
Ao abrir o site do Walter Mattos, você já se 
depara com a frase que certamente melhor o de-
fine “um designer apaixonado por criar marcas e 
compartilhar conteúdo.” Conforme você continua 
navegando e conhecendo mais sobre o trabalho 
de Walter essa definição começa a fazer sentido. Os 
projetos deixam transparecer toda a dedicação e o 
carinho que o designer sente pela profissão. 
Formado em Design Gráfico, sua especialida-
de é a criação de identidade de marcas, mas sua 
vida profissional também se estende à criação de 
conteúdo para seu blog e canal do Youtube. 
Após essa breve introdução vamos deixar que 
ele mesmo se apresente melhor. 
Primeiramente, muito obrigado por conce-
der essa entrevista ao DMB, vamos começar pelo 
mais básico, uma pequena introdução à sua pai-
xão pelo Design, como tudo começou?
Paixão mesmo aconteceu no primeiro dia que 
pisei na faculdade, pois até então não fazia ideia do 
que era design. Para falar a verdade, só escolhi esta 
faculdade porque minha mãe, na época, viu no jor-
nal que design gráfico tinha relação com desenho, 
atividade que desde criança era o que eu mais gos-
tava de fazer. 
Vendo seu Blog, logo se percebe o seu 
amor pela área do design, assim como quando 
assistimos aos seus vídeos. Acredito que esse 
sentimento que consegue passar tanto no seu 
trabalho quanto nos seus tutoriais, é o que torna 
seus vídeos acessíveis e gostosos de ver. Conta 
mais como é para você passar seu conhecimento 
pra outras pessoas através dessas plataformas.
É a realização de um sonho. Cada artigo ou 
vídeo é feito com tanta vontade que é sempre difícil 
escolher o próximo tema, e mesmo assim, quando 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
24 • Edição 09
Entrevista com Walter Mattos
defino um tema público. Só fica pronto quando 
chego ao ponto onde eu mesmo gostaria de ler ou 
assistir o que produzi. Isso faz com que eu dedique 
20 horas em um vídeo de 5 minutos, por exemplo.
Além da paixão por design, é claro que um 
grande incentivo são as respostas das pessoas. 
Acho que essa afinidade, e até certo ponto pro-
ximidade que tenho com os leitores é o que me 
mantém motivado para as próximas publicações. 
Aliás, eles ajudam bastante com dúvidas e suges-
tões, então acredito que matéria prima não vai fal-
tar por muito tempo.
Vimos que na sua carreira já teve a opor-
tunidade de palestrar. Como é ter esse contato 
direto com seus expectadores? Como compara 
as palestras com os seus vídeos?
É incrível! Já tive experiência parecida pois 
dei aula em curso de design, mas falar para 15 
pessoas é bem diferente de falar para 100. Quan-
to mais o tempo passa, mais pessoas conhecem 
meu trabalho e mais a responsabilidade aumenta, 
então o vídeo acaba sendo uma forma de aliviar 
a pressão. Uma vez que o vídeo estiver gravado e 
editado é só publicar.
Pergunta difícil agora, o que gosta mais, 
criar e gravar os vídeos ou trabalhar com o desen-
volvimento de identidade de marcas, e por quê?
Eu diria que o que mais gosto de fazer é produzir 
design. Quando escrevo sobre design também estou 
produzindo design, mas confesso que estou gostan-
do tanto que penso em um dia investir mais tempo 
produzindo conteúdo que fazendo design de marcas. 
Amo design de marcas e por isso não pretendo parar 
nunca, mas acho que dá para explorar um pouco mais 
meu lado “comunicador”, e quem sabe um dia não de-
pender financeiramente de um projeto.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 25
Design Magazine Brasil
Tem algum caso/situação da tua carreira 
que tenha te marcado muito e queira comparti-
lhar conosco?
Posso citar mais de um? O primeiro mo-
mento mais marcante foi justamente no início da 
carreira, no final da faculdade. Meu projeto final 
foi um livro de português para crianças surdas fei-
to em parceria com o INES (Instituto Nacional de 
Educação de Surdos). O que era para ter sido ape-
nas um projeto de faculdade se tornou um projeto 
real distribuído para várias instituições espalhadas 
pelo Brasil. Minha mãe é surda, então desde antes 
da faculdade tinha esta vontade de me envolver 
com questões sociais. Sempre serei grato ao INES 
por ter me dado esta oportunidade. Não é a toa 
que hoje meus vídeos são legendados.
O segundo momento certamente foi o dia 
em que lancei meu blog. Fiquei trabalhando na 
ideia por pelo menos 3 anos, então no dia em que 
ouvi o programador falar “está no ar” tive uma das 
maiores sensações de alívio e missão cumprida 
que eu poderia ter. Como falei, o blog é a realiza-
ção de um sonho.
Não poderíamos deixar de comentar a tal 
da “proporção áurea”, conta mais pra gente a 
sua relação com essa amiga famosa dos desig-
ners.
Me vejo muito mais como um designer apai-
xonado pelo uso da geometria em si do que pro-
porção áurea isoladamente. Meuaprendizado so-
bre o assunto veio através de leituras sobre design 
de livros, que são ótimas fontes sobre uso de grids 
e raciocínio geométrico de criação. Aos poucos 
fui aplicando estes estudos nas minhas marcas e 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
26 • Edição 09
Entrevista com Walter Mattos
quando percebi já era algo automático. Sempre 
digo que proporção áurea, assim como qualquer 
outra técnica de construção não são regras, mas 
ferramentas. Alguns leitores acham estranho ouvir 
isso de mim, pois parece que na prática uso pro-
porção áurea o tempo todo, o que não é verdade. 
Gosto muito de falar sobre o assunto, especial-
mente para tentar desmistificar essa visão fanta-
siosa ou muitas vezes mal interpretada que fazem 
sobre seu uso. Gosto muito, uso e acho uma exce-
lente ferramenta, mas não é proporção áurea que 
vai deixar um design bonito ou funcional.
Planos e segredos para 2015 que pode 
nos revelar?! 
Produzir mais conteúdo, criar um produ-
to e/ou um livro. Por enquanto é muito mais 
sonho que plano, mas estou me dedicando 
para conseguir. O blog é muito recente ainda, 
então vamos com calma. Se não for em 2015, 
em 2016 será!
Aquela pergunta capciosa, o que você vê 
como futuro na área do design?
Vejo uma área de crescimento constante. 
Por mais que hoje existam ferramentas de au-
tomatização para criação de sites e até mesmo 
marcas, não acho que isso prejudique nossa pro-
fissão. O que muita gente enxerga como desva-
lorização do design, enxergo como oportunidade 
de valorização. Nós já vivemos isso no nosso con-
sumo diário. Tudo que é feito em grande escala 
costuma ser mais barato, enquanto produtos ar-
tesanais ou personalizados são vistos como ob-
jetos de valor. Vai depender de como cada um de 
nós pretende se posicionar, mas independente-
mente da escolha vejo um futuro positivo. 
E para encerrar, dá aquel a encorajada 
para quem está iniciando, ou não, a carreira, 
conta um pouco mais como é a profissão de 
designer, pontos positivos e negativos e sua 
mensagem final.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Junho 2015 • 27
Design Magazine Brasil
O melhor conselho é o mais óbvio possí-
vel – estudem e principalmente, pratiquem. Sem 
prática a teoria é apenas uma memória.
Pontos positivos de ser um designer – abre 
sua mente para explorar assuntos que você talvez 
nunca teria curiosidade se não fosse um.
Pontos negativos de ser um designer – 
quando eu conseguir pensar em um mando 
pra vocês.
Brincadeiras à parte, design é muito bom e 
realmente vejo pouquíssimos pontos negativos. 
Não vejo motivo para desencorajar os aspiran-
tes. Sugiro apenas que experimentem e vejam se 
é algo que realmente gostam de fazer. Antes do 
talento ou aptidão deve vir a vontade. Design é 
muito bom pra quem realmente gosta. 
Espero ver cada vez mais leitores se tornan-
do produtores de conteúdo, pois acredito que 
este tipo de atitude é o melhor incentivo que um 
designer iniciante pode ter.
Agradeço muito pela oportunidade de pa-
pear com vocês e seus leitores.
Um abraço a todos.
Nós que agradecemos Walter Mattos, por 
dedicar o seu tempo para essa entrevista. Para-
béns pelo seu trabalho, que é maravilhoso. 
---
Para quem ainda não o conhece, fica o 
convite, acesse o site e o blog nos links abaixo, e 
para quem já o conhece, fica a expectativa para 
os próximos vídeos!
www.youtube.com/user/WalterMattosVideos
www.behance.net/waltermattos
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28 • Edição 09
 “A ideia, hoje, é criar um 
estilo vanguardista, absorver 
tendências e as mixar.”
Profissional formado em Moda e Figurino pelo 
Instituto Zuzu Angel, especializado em Visual Mer-
chandising. Atualmente aluno de licenciatura em 
Artes Visuais pela Unigranrio.
Eduardo 
Madeiro
Moda urbana street
Ilustração da vitrine: Beatriz Vieira. Imagens: Cortesia Vanzer Clothing.
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Junho 2015 • 29
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A moda que veio das ruas, um estilo total-
mente urbano. Esse conceito surgiu nos anos 70, 
chegou com a rebeldia punk, no período da tensão 
da guerra fria. Com vários acontecimentos sociais e 
econômicos ocorrendo pelo mundo, os jovens que-
riam ser ouvidos, e nada melhor que expressar no 
corpo e nas roupas essa rebeldia.
Os jovens buscavam uma ligação ao estilo mu-
sical. Tendo o estilo hip hop com suas derivações, 
DJ, grafite, breakdance e rapper, além dos skatistas, 
com características despojadas. E os punks, com a 
base inicial de rebeldia e fugindo do politicamente 
correto. Essa atitude é vista até hoje com piercings e 
tattoos, roupas rasgadas e cabelos coloridos.
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30 • Edição 09
Algumas características de cada influência:
Hip hop. Na moda, agregou um estilo a mo-
delagens largas, bonés, shorts do gênero feminino. 
Valorizou o atraente na sensualidade das roupas. 
O estilo tem a mistura de ser vestir afro-americana, 
latina e caribenha, com origem em Nova Iorque do 
bairro do The 5 Boroughs.
Skatista. Tem uma pegada mais voltada à 
durabilidade e ao conforto, para um melhor movi-
mento. Camisas compridas, porém não largas, uso 
do moletons silkados.
Punk. Trás a rebeldia nos cabelos espetados, 
pintados de cores fluorescentes. Nas roupas o sinté-
tico, o pontiagudo, o artificial. Carregava nos corpos 
giletes e correntes como forma de mostrar a dor. Na 
pele a tatuagem em forma de expressão. 
Cada estilo tinha característica muito par-
ticular de suas tribos urbanas, a exemplo dos 
punks com suas correntes e roupas rasgadas, os 
rappers com suas calças caídas e cuecas à mos-
tra. Na atualidade, com a globalização, e a inter-
net com sua velocidade, fez mesclar e não definir 
um estilo próprio, a informação em favor da liber-
dade. Facilidades do mundo contemporâneo na 
produção da moda. 
Atualmente quem veste o estilo street quer 
juntar e misturar, não temos a necessidade de nos 
vestir como tribos urbanas. Queremos sim, unir e 
transformar essas influências em características 
próprias. Facilidades da globalização e a velocida-
de de informações. Assim fica claro que misturar é 
se destacar na multidão. 
Moda urbana street
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A ideia, hoje, é criar um estilo vanguardista, 
absorver tendências e as mixar. A praticidade do 
street faz com que jeans, peças clássicas com cor-
tes inteligentes, barra dobrada, sobreposições, 
cores vibrantes, cores pastéis, acessórios, como 
anéis, pulseiras, óculos, cordões com pingentes e 
calçados bem bolados possam ser de boa utilida-
de, o look sai ganhando.
Quando falamos em misturar, fica mais cla-
ro olhar a moda street japonesa, que tem uma 
rica união de informações, eles brincam com a 
utilização de sobreposição e acessórios, além 
de usar o corpo, especificamente a cabeça como 
adorno de informações. 
Essa moda tem uma pagada muito jovem, 
essa constante transformação leva ao gosto po-
pular, além de inspirar estilistas a fabricar em 
massa o que o mercado deseja. 
O street veio para ficar, e por muito tempo. 
Basta olhar as lojas de departamentos que criam 
áreas destinadas a este estilo. Aproveite o melhor 
que o street tem a oferecer. Junte, misture e crie. 
Permita-se a usar! Lembra-se, a roupa diz muito 
sobre você.
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32 • Edição 09
“Com o moto Observe, Aprenda 
e Produza, o Rio Academy 
promete dinamizar conversaçõescomprometidas com a
busca de soluções para
as grandes cidades.”
Rio Academy
Imagens: Divulgação/Rio Academy.
Estudante de Publicidade e Propaganda na 
Unigranrio, adoradora de diversas áreas do 
ramo, apaixonada por todo tipo de arte e pre-
tensa desenhista.
Clara
Carneiro
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Pensar nossas cidades hoje, projetá-las 
não abordando os seus componentes isola-
damente e buscando futuros de convivência 
saudável, é um convite que tem se tornado 
comum em diferentes encontros de arquite-
tura e urbanismo.
Pauta em inúmeros fóruns internacionais, 
acadêmicos ou não, o futuro das grandes metró-
poles ainda é um assunto que acanha os brasi-
leiros. É por isso, que a exemplo de experiências 
europeias, o Rio Academy está se propondo a 
ser um parceiro na busca da sustentabilidade da 
vida contemporânea nas grandes cidades.
Com o moto Observe, Aprenda e Produza, 
o Rio Academy promete dinamizar conversações 
comprometidas com a busca de soluções para 
as grandes cidades. Em especial, neste ano, para 
o Rio de Janeiro, já que o evento ocorre exa-
tamente quando a cidade comemora seus 450 
anos e o Parque do Flamengo completa seus 50.
O Fórum Internacional de Arquitetura e Ur-
banismo propõe uma reflexão sobre o passado e 
a utilização do aprendizado gerado a partir dessa 
reflexão para o aprimoramento do nosso presente 
e construção de um futuro melhor, e é assim que o 
Rio Academy se destaca: como um parceiro impor-
tante na desejável busca da sustentabilidade nas 
grandes cidades.
É interessante ressaltar que o Fórum aconte-
ce justo quando o Brasil bate recordes de concen-
tração urbana. Infelizmente, em paralelo ao cresci-
mento das metrópoles, apresenta-se a necessidade 
de se reinventar essas cidades, e exemplos do mun-
do inteiro mostram que isso é possível. Mostram 
também que os arquitetos e urbanistas são agentes 
privilegiados nesse processo.
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O que você verá no Rio Academy
O Fórum Internacional de Arquitetura e Urba-
nismo, já estreia com um espaço importantíssimo 
na agenda da arquitetura e urbanismo. O evento 
será composto de conferências e Workshops e to-
mará lugar no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio 
de Janeiro, de 20 a 26 de julho.
O ciclo de Conferências durará dois dias e reu-
nirá um time de especialistas mundialmente conhe-
cidos, que virão compartilhar seu trabalho e sua pers-
pectiva conquistada com a experiência de trabalho. 
Dentre os convidados conferencistas encon-
tramos os nomes de Paulo Mendes da Rocha – o 
segundo brasileiro a receber o Pritzker–, Carolina 
Bueno (Triptyque), Bjarke Ingels (BIG), Alejandro 
Aravena (Elemental), Giancarlo Mazzanti, Reinier de 
Graaf (OMA), Jaime Lerner, Elizabeth e Christian de 
Portzamparc–Pritzker de 1994. 
Após o ciclo de Conferências, seguem-se cin-
co dias do Workshop O Futuro das Grandes Cida-
des em Países Emergentes, que reunirá grupos de 
trabalho em torno de cinco sub-temas– alguns dos 
principais problemas do Rio: Patrimônio Arquitetô-
nico; Mobilidade Urbana; Urbanismo Espontâneo; 
Soluções Efêmeras e Desigualdade Social.
Os inscritos nos workshops serão inspirados 
por Talks - palestras dadas nas manhãs dos 3 pri-
meiros dias de workshop. Entre os palestrantes con-
firmados até o momento estão Clovis Cunha, Jorge 
Jauregui, Marcello Dantas, FleshBeckCrew, Washin-
gton Fajardo, Max Schwitalla e Oke Hauser (Studio 
Schwitalla) e Pedro Rivera e Pedro Évora (Rua Ar-
quitetos). Os participantes dos workshops também 
terão seus trabalhos coordenados por acadêmicos 
e uma equipe de monitores, garantindo uma pro-
dução de qualidade. Entre os coordenadores estão 
Igor de Vetyemy e Andrea Borde.
Por fim, o produto dos workshops será objeto 
de avaliação de um júri, que selecionará os melho-
res trabalhos para serem entregues à cidade do Rio 
de Janeiro pelos seus 450 anos, uma honra e gran-
de oportunidade para os participantes.
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“[...] só se cria algo coerente
com vivência e a capacidade
de cada um de absorver o
problema e resolvê-lo”.
Designer gráfico, atuando como freelance, apai-
xonado por marca e embalagem, sempre em bus-
ca de inspiração, fan de games e louco por carros, 
influenciado pela old school.
Felipe 
Cabral
Patricia de Faria - Motion Design
Imagens: Corteria Patricia de Faria.
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Design Magazine Brasil
Patricia de Faria é uma designer brasileira, 
mora no Rio de Janeiro, cursou Processos Criativos 
na Escola de Artes Visuais Parque Laje, formada em 
Desenho Industrial pela UniverCidade, Pós Gradua-
da em Design de Interfaces pela Unicarioca e atual-
mente atua como Motion Designer / Direção de Arte 
na Viralata Produções.
O que te levou a entrar nesse 
mundo do Design?
Não tive influências de artistas. 
Como assim?
Patricia contou que quando criança foi esti-
mulada pela família ao entrar no mundo das artes, 
música, cinema e livros.
Estudou música, fez teatro, ballet, desenhava 
e pintava. Porém tinha o sonho de ser veterinária 
“Como a única faculdade era em Seropédica eu teria 
que morar lá, mas meu pai não deixou. Então resolvi 
deixar o barco fluir e pensei: Já que eu gosto de qual-
quer coisa relacionada à arte, o que eu posso fazer 
para unir o técnico com o artístico?” Depois de algu-
mas pesquisas sobre profissões, chegou à Faculda-
de de Desenho Industrial, com o intuito de desenhar 
peças para aviões. Mas resolveu deixar o “barco fluir” 
e se especializou em Programação Visual.
Na faculdade quando cursou Historia do Desenho 
Industrial, e influenciada pela historia mundial, come-
çou a pensar profundamente em como a comunicação 
visual era sumariamente importante para a mudança 
de pensamentos, de povos e de seus costumes. “Por 
exemplo, posso citar a Bauhaus e todos os movimentos 
visuais (cartazes, broches, roupas, logos, panfletos e etc) 
da Primeira e Segunda Guerra. Essa é a minha influên-
cia: Todas as pessoas inseridas em qualquer história.”
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Patricia de Faria - Motion Design
Motion Design
Como foi sua carreia antes de 
entrar na Rede Globo?
Contou que caiu de paraquedas assim que 
saiu da faculdade, sabendo de uma vaga na TVE, 
(hoje TV Brasil) para operar um equipamento de ge-
ração gráfica e animação, parecido com o 3D Max, 
divido por 1000, já imaginou?
Halo era o nome desse software, e como nin-
guém sabia operá-lo, e um dos requisitos da vaga 
era faculdade de Design, Patricia foi convidada a 
preencher a vaga. “Em 1 dia, li um manual A4 de 400 
páginas. O equipamento depois de 1 ano ficou ob-
soleto e deu lugar aos Pc’s.”
Começando com estágios em agências de Pu-
blicidade, e se perguntando “É só isso?”
O que sempre lhe manteve trabalhando na 
área era que precisava se formar na faculdade.
“Quando comecei na TVE, vi que não era “só 
isso”. Foi como se uma peça de quebra cabeça fos-
se achada. Eu poderia unir o visual ao movimento! 
Uau! Ali fechou um ciclo.”.
Na TVE pôde experimentar o prazer de participar 
do nascimento de um projeto, pesquisa, contato com 
o cliente e finalização. Com era uma profissão muito 
nova no mercado, ninguém sabia como funcionaria 
ao certo, principalmente no setor público, com a falta 
de investimento na área, tinhamque fazer tudo do co-
meço ao fim, onde obteve seus melhores resultados.
“Depois de 9 anos, senti que a energia preci-
sava girar. Estudava softwares novos, investia em 
livros e em cursos, mas não tinha aonde colocar em 
prática mais. Foi então que meu ex-estagiário da 
TVE, me convidou para ocupar uma vaga de Motion 
Designer no Projac. Depois fui pra Globosat - um dos 
lugares mais legais que já trabalhei. Lá eu consegui 
definir um estilo próprio, mesmo tendo que aten-
der as demandas do mercado (no caso, os canais 
da Globosat). A maioria dos designers de lá tinham 
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Design Magazine Brasil
Trajetória dentro da Rede Globo
Onde você mais se realizou, como 
Diretora de Arte na TVE ou na 
Globo, e por quê?
seu estilo próprio e isso era muito valorizado. Mas... 
o salário era baixo e eu mal conseguia me manter.”
Procurando por outras oportunidades na 
área, sua amiga lhe contou sobre uma vaga na Glo-
bo no Jardim Botânico. Que belo network! Passan-
do na entrevista com salário e benefícios ótimos, 
nessa fase ela resolveu pensar menos no amor a 
arte, afinal todos querem curtir seus frutos.
Na Globo trabalhou com promoções, ficou 
encarregada de criar a promoção de novos progra-
mas, de filmes que iriam passar e das séries. Tudo 
que iria pro ar precisava de uma propaganda.
“Me realizei mais na TVE, pois lá conseguia me 
envolver profundamente num projeto e tinha tem-
po para executar. Hoje em dia é tudo muito rápido, 
pra ontem, fica tudo pela metade. Já mandei até 
arte parada pra ir no ar porque não tinha tempo pra 
animar. Na TVE fiz uma série de animações com os 
Haikais do Paulo Leminski que passavam nos inter-
valos. Como ele já era falecido, fui entrevistar a mu-
lher dele. Depois, quando agradeci o tempo dela, 
ela me presenteou com vários livros do Leminski. 
Foi muito compensador.”
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Patricia de Faria - Motion Design
Diretora de Arte ou Motion Design?
Surgimento da Viralata
Como nunca teve um Diretor de Arte, Patricia 
conta que os briefings eram passados diretamente 
aos designers. “Então cada designer era seu pró-
prio Diretor de Arte. Por um lado, acho uma pena, 
pois tive que aprender duramente a tirar leite de 
pedra, sem nenhum direcionamento. Por outro, 
me deu a agilidade e rapidez em resolver proble-
mas. Um dos meus melhores predicados, eu acho! 
Então eu agradeço MUITO!” 
Nos conta que como Motion, não consegue 
olhar para uma arte sem vê-la em movimento, sen-
tindo o momento de silêncio que a profissão lhe 
proporciona, silêncio entre aspas, já que gosta de 
focar em seus Jobs ouvindo música em seu fone.
A Viralata Produções, com foco em áudio 
visual, tendo como alguns clientes a Sony, P&G, 
HSBC entre muitos outros, na qual atualmen-
te atua como Motion Designer/Direção de Arte, 
surgiu quando a nossa entrevistada buscava por 
novas oportunidades, porém sem tempo de estu-
dar. Trabalhar em emissora tomava a maior parte 
do seu tempo, estava cansada de perder feriados 
com os amigos, famílias, namorado e trabalhar 
todos os finais de semana, com seu sono compro-
metido e suas relações abaladas. 
“Não é fácil. Repensei na vida e decidi que 
queria continuar crescendo na área, mas num 
horário normal, de segunda a sexta, que não 
trabalhasse nos fins de semana e nem feriados. 
Sabia que em produtoras o horário era “mais 
normal”, criei um meta e fui parar na Viralata. 
Queria voltar a participar da vida. Ganho menos 
mas vivo mais.”
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Designer Gráfico e Motion Design, qual 
em sua opinião esta em ascensão?
Seus maiores de mais famosos 
trabalhos 
Você tem alguma dica, para quem 
esta iniciando agora? 
“Em ascensão está, mas é um profissão pros-
tituída. Fiquei 5 meses tentando fechar freelas co-
brando baratíssimo - para não perder o cliente - e 
mesmo assim ninguém fechava o negócio. E tem 
também o sobrinho do cliente que mexe em Afte-
rEffects, os sites com templates, os sites que criam 
logos a U$ 5. Tudo isso denigre a profissão, mexe 
com a auto estima do profissional e consequente-
mente ele deixa de acreditar. Destrói quase tudo o 
que você estudou, pesquisou e sua experiência na 
área - porque isso conta e MUITO! Já vi várias vagas 
ofertadas da seguinte forma: Motion Designer com 
autonomia e vasta experiência na área. Acredite, é 
difícil encontrar profissionais bons. A quantidade 
de portfólios ruins que vejo e que não servem nem 
pra estagiar é impressionante.”
Considera o Leminki um dos seus trabalhos 
mais belos e profundo. Aprecia muito suas abertu-
ras de programa da Globost, Multishow e GNT, as-
sim como a campanha da nova Malhação, novela 
Além do Horizonte, da série A Teia, que foi feita fi-
sicamente colocando papeis na parede e filmando, 
e conta que tem grande apreciação pro trabalhos 
físicos de animação.
“Adquira cultura, leia, saiba das histórias das 
pessoas e do mundo. As melhores décadas de fil-
mes, músicas, arte, anos 60/70/80 eles perderam!!! 
Então corra atrás do tempo que se foi. Ali terá re-
ferências incríveis! Aí sim, você terá bagagem para 
resolver problemas. Por que viver é isso: Resolve 
uma coisa aqui, criando outra li. A vida é re-cria-
ção o tempo todo! E só se cria algo coerente com 
vivência e a capacidade de cada um de absorver o 
problema e resolvê-lo”.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
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