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DIREITOS HUMANOS 
Atualmente, há um discurso fruto de uma onda policialesca que condena garantia processuais e direitos humanos. Na prática isso é traduzido no Direito Penal Brasileiro. EX: movimento lei e ordem, direito penal do inimigo. > não tem direito. Porque no Brasil existe a idéia errônea que Direitos humanos é uma carta branca para o crime, só que se esquece que ele também vale para a vítima, e para todos os cidadãos. 
*Sempre que falamos em Direitos humanos (qualquer ramo das ciências sociais) é inevitável a presença da ideologia.
Nos Direitos humanos não é diferente. EX: para o professor que é jus naturalista, obviamente os direitos humanos foi consagrado pelos cristãos, igreja, clássicos. Para o Prof Moreira de Coimbra, os Direitos humanos só foram consagrados com a Rev. Russa ou seja, a ideologia está sempre presente. 
Do ponto de vista de compreensão da palavra, da epistemologia, temos que delinear, esmiuçar a palavra direitos humanos. Muitas vezes constataremos a palavra direitos humanos como sinônimo de direitos fundamentais.
*Direitos Humanos e Direitos Fundamentais não são a mesma coisa. Quando falamos de Direitos Fundamentais, estamos falando dos direitos essenciais dos homens inseridos dentro do ordenamento jurídico do país na constituição; já os Direitos Humanos se referem aos direitos essenciais ao homem no âmbito internacional, humanitários (vida, propriedade, etc) previstos em tratados e decretos.
Quando nós falamos em Direitos Humanos, nós no fundo tratamos de direitos essenciais e naturais do homem.
A história dos Direitos humanos é uma história lenta, paulatina, uma conquista diária, realizada ao longo da história gradualmente. Ela vai desde a Antiguidade clássica, adentrando a Idade média, a era moderna e o mundo contemporâneo. 
Desde a constituição de Atenas o homem percebe o papel do Estados e os direitos do cidadão, e não podemos esquecer que os direitos humanos tem 3 grandes pilares na história:
1. Jusnaturalismo
2. A igreja católica 
3. A história da Inglaterra
História da Inglaterra:
A Magna Carta de 1215 é o exemplo da constituição pactuada (realizada através de um pacto celebrado entre os diferentes segmentos da sociedade. EX: no caso da magna carta, o pacto foi celebrado entre o rei, os nobres e a igreja).
A magna carta é o marco entre o sistema de arbítrio do rei e de uma nova era de direitos e garantias individuais. Trata-se de uma convenção formada entre os barões e o João sem terra (rei), onde o monarca reconhecia certos direitos e privilégios diante dos barões. A Magna Carta foi REDUZIDA em latim bárbara e limita o poder do monarca diante dos nobres, e impõe limites de legalidade e legitimidade que ele deveria respeitar. EX: tribunal pelo júri; o devido processo legal; o livre acesso a justiça; a liberdade de locomoção; a regulamentação de 
impostos; liberdades da igreja.
 
Habeas Corpus: 
O Habeas Corpus que no fundo é um instituto romano, era uma petição que o cidadão interpunha a favor do outro, detido ou acusado de cometer um crime, para que o juiz concedesse o Writ e garantisse a liberdade de locomoção. Depois de um tempo, outras garantias foram incorporadas ao Habeas Corpus.
Bill of Rights (1689)
Este diploma tem exatamente um século antes da Rev. Francesa. Ele foi um marco de ruptura entre as monarquias absolutistas que perduravam na Europa renascentista, tanto é que o Bill of Rights em inglês passou a garantir a propriedade privada, a liberdade pessoal, a proibição de penas cruéis e a formação de um estado que garantisse ao indivíduo as suas liberdades e garantias fundamentais/pessoais. 
Direitos e garantias não são a mesma coisa, as duas palavras estão na constituição. Não existe letra morta na constituição, se estão duas palavras, não são a mesma coisa.
São direitos essenciais ao homem, sem os quais nós não vivemos. EX: vida, liberdade, propriedade. Porém o legislado quando fez nossa constituição sabia que esses direitos fundamentais podiam ser pisoteados, seja pelo particular, seja pelo estado, é ai que entram as garantias, pois ela efetuará esses direitos. EX: todos nós temos pela constituição a garantia da liberdade de ir e vir, e permanecer, porém o estado pode causar obstáculo ao direito de liberdade por meio de legalidade ou abuso do poder. 
Nesse caso a constituição trás uma garantia, o habeas corpus. Ele é um instrumento pelo qual você faz valor o direito de locomoção. 
Para que o estado tenha a possibilidade de continuar existindo, nós temos deveres fundamentais. EX: 1. Pagar impostos; 2. Serviço militar obrigatório; 3. Comparecimento ao local de voto; 4. Ser jurado/mesário.
Gerações de Direitos Humanos
Discussão: segundo alguns, é impreciso chamarmos gerações de direitos humanos. Por gerações, pode-se entender que uma geração substitui a outra e não é o que acontece, porque uma geração no fundo soma a outra. Desse modo, alguns acreditam que seria melhor chamarmos de DIMENSÃO de direitos humanos. 
1° Geração: 
Esses direitos são consagrados com a idéia de estado de direito (baseado nas leis).
A ideia de estado de direito está ligada a ideia de constituição de constitucionalismo, os movimentos constitucionalistas surgem no final do sec. 18 e no começo do sec. 19. Nós percebemos que esses direitos são direitos individuais, civis ou políticos, que protegem a esfera do cidadão diante do estado e dos arbítrios do estado.
Os historiadores apontam como centro desses direitos revoluções do sex. 18 nomeadamente Rev. Francesa. Diante de uma ótica liberal, esses movimentos exigem uma omissão do estado para garantir a liberdade do cidadão. Desse modo, são chamadas de liberdades políticas negativas, isto é, limita o poder de agir do estado, impedindo-o de interferir na esfera do indivíduo. 
Quando falamos em 1° geração, sabemos que o estado deve abster, nós temos então o direito a vida, a liberdade, a propriedade.
2° Geração (direitos de 2° geração ou dimensão):
Nesta etapa nós observamos a preocupação de preservar a dignidade da pessoa humana, nós temos a busca para diminuir a desigualdade, surge o “Walfare State”. O liberalismo se traduz em 3 vertentes: econômico, político e ético.
Houve uma crise do estado liberal e aumentou as desigualdades sociais, ao mesmo tempo surgiu na Europa doutrinas socialistas que protegem os trabalhadores. (Marx)
Surge então esse Walfare state que tem uma ação afirmativa, o estado atua para proteger o mais fraco, hiposuficiente, buscando uma igualdade tanto no plano formal como material.
Nós constatamos então que nessa geração nós temos a participação ativa do Estado, buscando diminuir o trato cultural, econômico entre os homens. 
Nós temos então como exemplo desses direitos o direito a educação, a saúde, surge um novo ramo do direito, o direito do trabalho.
Nós temos como principais diplomas:
1. A constituição do México de 1917;
2. Revolução Russa e seus documentos;
3. A constituição de Weimare.
Pensamento de Karel Wazak: 
Sec. XVIII – 1 dimensão – “liberdade” – Direitos individuais civis
Sec. XIX – 2 dimensão – “igualdade” – Direitos sociais e econômicos 
Sec. XX – 3 dimensão – “fraternidade” – Direitos difusos e coletivos 
3° Geração: 
Os direitos de 3 geração também são denominados de fraternidade, e foram consagrados no sec. 20. Esses direitos transcendem os indivíduos e passam a transparecidade coletiva e difusa, isto é, protegem grupos.
Inclui-se nesse período o direito a paz, a autodeterminação dos povos, o meio ambiente, a qualidade de vida, o direito do consumidor. 
Como vimos esses direitos se desprendem da figura do homem e passam a proteção de grupos humanos, como a família, povo, nação. Nesta fase também ocorre a internacionalização dos direitos fundamentais, assim esses direitos recebem proteção que ultrapassam as fronteiras do estado, vão para âmbito internacional.
4° Geração: nascem no sec. 21
Tendo em vista o nascimento da tecnologia, alguns dizem que é somente uma pretensão do Direito. 
Diante das pesquisas genéticas, surgiramsituações que necessitaram de controle nomeadamente a manipulação do genótipo dos seres, seja ele humano ou não.
5° Geração: 
Evolução da cibernética. 
Referem-se aos termos os que estão ligados aos avanços da cibernética. 
Características dos Direitos Humanos (decorar)
Os Direitos humanos tem como principal característica o fato de dignificarem os valores éticos da dignidade humana. Características:
1. Historicidade: significa que os direitos fundamentais apresentam um embasamento, uma força histórica, principalmente na nossa cultura que é oriunda do cristianismo.
Universalidade: significa que eles alcançam todos o seres humanos indistintamente, esse é o motivo que nós chamamos de sistema global de proteção dos direitos humanos.
Inexaurabilidade: significa que os direitos humanos são inesgotáaveis, eles podem ser ampliados, nunca suprimidos. 
Essenciabilidade: tendo em vista que os direitos humanos são inerentes aos seres humanos, a proteção da dignidade humana ganha uma posição de destaque.
Imprescritibilidade: significa que os direitos humanos não se perdem com o tempo.
Inalienabilidade: não existe hipótese de transferência desses direitos.
Irrenunciabilidade: desses direitos não há renuncia, ninguém pode abrir mão desses direitos. 
Inviolabilidade: significa que esses direitos não podem ser violados por leis infraconstitucionais, por um contrato, um ato do poder público. 
Efetividade: significa que a ordem pública deve criar mecanismos para efetivar seus direitos.
Limitabilidade
O professor Boaventura acredita que os Direitos humanos não são universais nomeadamente na sua aplicação, sendo assim, isso acrescenta para o debate caloroso sobre a universalidade ou a revitalização dos direitos humanos.
O professor utiliza o argumento de um multiculturalismo relativista. Os partidários dessa visão acreditam que esse revitalizou ao pensamento antagônico a cerca dos conceitos que envolvem por exemplo a sexualidade, liberdade, individualidade.
Segundo Rawls, aponta 3 principais diferenças para os Direitos humanos: 
Eles são condições necessárias para legitimidade de um determinado regime e de sua ordem legal.
Se os direitos humanos forem respeitados isso já representa condição suficiente para que se impeça intervenções econômicas e militares. 
Os direitos humanos são direitos morais que constituem valores essenciais para o ordenamento ................ isso significa que será legitimo o direito de um estado se ele estiver em sintonia com os direitos humanos. 
Tendo em vista os horrores da segunda guerra, o extermínio dos judeus, as tentativas científicas, os lideres políticos mundiais em 1945 em são Francisco criaram a organização das nações unidas. Na época, a missão da organização era evitar a 3 guerra mundial, sendo assim as nações decidiram que a promoção dos direitos naturais do homem seria a condição fundamental para assegurar a paz (observamos aqui um retorno tanto a Aristóteles como também a são tomas), sendo assim, um dos primeiros atos da assembléia geral das nações unidas foi em 1948, elaborar uma declaração universal dos direitos do homem. 
O primeiro artigo da declaração destaca que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos, elas são dotadas de razão e de consciência, e devem agir em relação umas as outras com espírito de fraternidade”. Nós constatamos aqui um regresso ao jus naturalismo principalmente na frase “todos nascem livres e iguais”.
Alguns acreditam que em tese seria uma revanche do Jus naturalismo diante do positivismo e do marxismo (não podemos esquecer que para as duas correntes, positivismo e marxismo, o jus naturalismo era coisa do passado).
Bobbio acreditava que a declaração seria um sinal dos tempos e foi fruto de uma mudança política e um instrumento para efetivar essas transformações, ela trouxe opiniões políticas divergentes que elaboraram um documento onde estas mesmas políticas convergiram (vários filósofos e expoentes do pensamento humano daquela época contribuíram para elaboração da declaração)
Três correntes foram essenciais para a elaboração dessa declaração:
Liberalismo
Socialismo
Cristianismo social
A partir dessa declaração através dos vários tratados, dos vários protocolos de fato, embora tenha dado muita critica nós conseguimos detectar alguns avanços principalmente em três aspectos:
Universalização. Em 1948 somente 48 estados aderiram á declaração, atualmente mais de 190 estados aderiram, nós percebemos então uma transformação onde os indivíduos deixam de ser cidadão do estado passando a ser cidadão do mundo, universal. 
Multiplicação. Nas ultimas décadas a ONU promoveu várias conferências especificas que criaram uma maior consciência de direitos ampliando também os direitos a serem protegidos.
Exemplo: a natureza, o patrimônio histórico cultural, a identidade cultural das minorias.
Diversificação. As nações unidas também definiram melhor com o tempo os sujeitos titulares dos direitos, isto é, o home passou a ser visto na sua especificidade. Ex: mulher, idoso, criança, índio, homossexual.
Limitabilidade: Os direitos (segundo alguns) podem em tese, sofrer restrição quando:
 No momento constitucionais de crise (vale o coletivo sobre individual).
 Direitos Humanos Universais 
 Em dezembro de 1948, foi aprovado, através de evolução a assembleia geral das nações unidas, a declaração universal dos Direitos humanos, assim com essa declaração passou-se a vincular os direitos humanos ao bem comum. (bem comum em direitos humanos significa a emancipação, do homem á qualquer tipo de escravidão) de todo modo o plano de proteção dos direitos humanos passe a ser universal, isto é, destina-se a todo os seres humanos.
 - De acordo com o professor, há duas formas de ver os direitos humanos, como direitos a todos os seres humanos e de forma pontual, essas concepções definem também, inclusiva a posição política.
 Para Bobbio- quando ele aborta a tomada universalidade dos direitos humanos, aponte essencialmente em 3 fases:
A filosófica, quando ele nos centra a mente humana.
A passagem da Teoria para a prática.
Quando passa a ser universal e positivo. Universal é praticamente porque vale para todos os homens indistintamente e positivo, porque são protegidos na esfera do ordenamento jurídico de cada estado.
A declaração universal de 1948, mesmo que para alguns não assumam uma forma de um mundo o objeto do contrato é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de que ninguém pode valer-se do próprio torpeza. 
 Método universal, apresenta uma força relevante, se revelando, um verdadeiro paradigma, no que desrespeita aos Direitos humanos.

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