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APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP 1ª Aula – Apresentação da Organização da Policia Técnico Cientifica – O Instituto de Criminalística e o Instituto Medico-Legal de São ORGANIZAÇAO DA SUPERINTENDENCIA DA POLICIA TECNICO CIENTIFICA ORGANOGRAMA SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA SSP / SP POLÍCIA POLÍCIA DETRAN SPTC MILITAR CIVIL NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS ASSIT TÉC COORDENADOR DIVISÃO DE ADMINISTRAÇÃO BIBLIOTECA IC IML INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA INSTITUTO MÉDICO LEGAL 2.1 - Instituto Médico Legal – IML O Instituto Médico-Legal tem como atribuição principal proceder às perícias médico-legais através das unidades consignadas no organograma abaixo, emitindo laudos técnicos periciais pertinentes à sua área de atuação, observada a legislação em vigor. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP 2.2 - O Instituto de Criminalística - IC O Instituto de Criminalística como atribuição principal proceder às perícias criminalísticas nas modalidades consignadas no organograma abaixo, emitindo laudos técnicos periciais pertinentes à sua área de atuação, com base nos artigos do CPP. Psicologia Forense Psicologia Criminal Destina-se a estudar a “personalidade” do criminoso. Personalidade Refere-se a, usualmente, aos processos estáveis e relativamente coesos de comportamento, pensamento, reação e experiência, que são características de uma pessoa. Não se pode compreender uma personalidade sem situá-lo no seu meio social. Psicologia = Sociologia = - manifestações típicas da massa – complexidade de vida humana coletiva “Ninguém vive no vazio” APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP (HANS GROSS) define assim Trata-se da Psicologia aplicada, que se ocupa de todos os fatores psíquicos, apreciados e comprovados na pessoa do delinqüente. Enrico Ferri, divide em: Psicologia Criminal:estuda o criminoso como autor do delito Psicologia Judiciária: o comportamento do delinqüente como acusado. Psicologia Carcerária: estuda-o depois de condenado, do seu comportamento no cárcere Psicologia Legal: condições psicológicas e psicopatológicas de quem infringe a lei. Definição A Psicologia Criminal preocupa-se fundamentalmente com o estudo da investigação e análise do delinqüente em si mesmo, no sentido de entender o psiquismo e tipos de personalidades que delinqüiram. Psicologia Criminal Toda investigação deve partir da psicologia individual. Daí se deduz a importância do conhecimento da personalidade do delinqüente em todo seu desenvolvimento psicológico e as circunstancias em que se processou sua vida. Ralações com áreas do DIREITO A Psicologia Jurídica no Brasil Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito Penal a) Avaliação psicológica em exames de incidente de insanidade mental. b) Avaliação psicológica em exames de farmacodependência. c) Avaliação psicológica em exames de cessação de periculosidade. d) Avaliação psicológica em exames criminológicos. O exame criminológico Na fase Processual Emitir parecer psicológico no exame complementar de “higidez mental”. Emitir Laudo Psicológico subsidiando contendas civis- casos de violência domestica. Atender o apenado em psicoterapia na reeducação psicossocial. Exame criminológico mediante pedido de Progressão de Pena. Exame de cessação de periculosidade Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito Civil: a) Avaliação psicológica em perícias de anulação de ato jurídico. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP (venda de bens, imóveis por idoso, a família pede interdição) b) Avaliação psicológica em perícias de interdição de direitos. (filho com retardo mental, perde pai e mãe, o juiz instaura Interdição de Direitos) O idoso que casa com a empregada(?) c) Avaliação psicológica em perícias de avaliação da capacidade de testar. (Testamento de pessoa idosa que suspeita-se de sua morte-enfermeira) d) Avaliação psicológica em perícias de anulações de casamento e separações judiciais litigiosas. (por erro essencial de pessoa, casa-se com pessoa com problema mental) ou Divorcio remédio – mulher alega impotência e marido alega disparonia (vaginismo). e) Avaliação psicológica em perícias de mudança de guarda de filhos. (quem perde a guarda normalmente a solicita) f) Avaliação psicológica em perícias de capacidade de receber citação judicial. (Um alcoólatra por ação de despejo não paga aluguel, impede a entrega do oficio, leva pedrada, pontapé.....O Juiz nomeia curador para citar) g) Avaliação psicológica em perícias de ação indenizatória por transtornos mentais. g) Avaliação psicológica em perícias de ação indenizatória por transtornos mentais. (atropelado fica doente apos acidente e entra com ação indenizatória, alem da criminal) Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito do Trabalho: a) Avaliação psicológica em perícias de acidente do trabalho. (Dedo do lula – infertilidade- exposição raio-x) b) Avaliação psicológica em perícias de doenças profissionais. (verificação de danos de memória em casos de hidrargirismo – contaminação por mercúrio saturnismo – contaminação por chumbo) c) Avaliação psicológica em perícias de acidente do trabalho decorrentes das condições do mesmo. (Casos de surtos apos alguma ocorrência de resistência – tiroteio.) Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito Administrativo: a) Avaliação psicológica em perícias de faltas cometidas contra administração pública ou privada. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Por falta sem justificativa (+30 ou +45 dias – Adm. Publica) func é exonerado – detecta problemas mentais como depressão, pode entrar com reintegração. b) Avaliação psicológica em perícias de concessão de licença para tratamento de saúde ou aposentadoria por doença mental. Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito Militar: a) Reconhecimento prévio das pessoas incapazes de ingressar as forças armadas por alterações psiquiátrico/psicológicas. (18 anos eclode os surtos esquizofrenias- exposto a ambiente hostil o individuo apresenta problemas – família entra com pedido ) b) As reformas por doenças mentais. (Montoro – Lei todo PM reformado por doença mental foi decorrente do mesmo – recebe patente acima) c) A perícia psiquiátrica nos crimes militares. ( Juiz Militar solicita exame - Mais de 1000 policiais examinados já apresentavam distúrbios anteriores do ingresso á Corporação.) Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Direito Canônico: Avaliação da capacidade de contrair matrimônio ou receber sacramentos. (anulação de casamento por impotência do cônjuge) O rigor da Igreja Católica exige exame. Áreas do Direito e Psicologia Jurídica Criminologia:O psiquiatra e o psicólogo como parte integrante da equipe multidisciplinar nos exames criminológicos previstos na lei de execução penal. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP ESTUDO - 1º Caso - Dennis Nilsen Nasceu em Fraserburgh - Escócia, em 23 de novembro de 1945. DENNIS NILSEN HITORICO DE NILSEN Era filho único de um casamento infeliz. Seu pai era alcoólatra, apesar de ter alguns períodos de abstinência. O casamento durou 7 anos. A mãe, Dennis e 2 irmãos continuaram morando com os avós maternos, como sempre fizeram. Dennis tinha uma relação especial com seu avô, mas este faleceu quando o menino tinha apenas 6 anos. HITORICO DE NIELSEN Aqui está a explicação de Dennis para o seu próprio trauma: a mãe, sem contar a ele o que tinha acontecido, o levou para ver o corpo do avô morto, o que significou um choque terrível e uma perda insubstituível. Em depoimentos posteriores, Dennis iria dizer que a morte do avô foi uma espécie de morte emocional dentro dele. DENNIS NILSEN Em 1978, o mais famoso assassino serial da Inglaterra iniciou suas atividades mortíferas. Já com 33 anos, conheceu um jovem num "pub" e levou-o para sua casa. Ali, continuaram a beber, até irem para a cama dormir. Nilsen acordou primeiro, e logo se deu conta que sua história com o rapaz terminava ali; ele acordaria e partiria. Acariciou o amigo, que ainda dormia, e sentiu sua excitação crescer de imediato. O coração batia loucamente, e ele começou a suar profusamente Olhou novamente para o jovem que dormia e a pilha de roupa dos dois, no chão. Percebeu que sua gravata estava manchada, e levantou-se para limpá-la, pensando na separação eminente. Mudou de rumo, laçou a gravata no pescoço do jovem e começou a estrangulá-lo. O rapaz acordou de imediato, começou a lutar por sua vida num ato desesperado, e de repente, os dois estavam rolando pelo chão. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Nilsen apertou o laço até deixá-lo inconsciente...correu até a cozinha e encheu um balde com água, para afogar o rapaz. Levantou-o sobre uma cadeira e empurrou sua cabeça para baixo d'água. O jovem não se debateu, apesar da água espirrar para todo lado Depois de alguns minutos, quando as bolhas de ar cessaram, Nilsen deu-se conta do que acabara de fazer. Sentou o corpo inerte do rapaz numa poltrona, serviu-se de café, fumou vários cigarros. Tentava resolver qual seria o próximo passo. Cobriu a janela de seu apartamento com uma toalha e resolveu levar o corpo para o banheiro. Gentilmente, ajeitou o corpo do amigo dentro da banheira, abriu a água e lavou o cabelo do jovem. O corpo estava frouxo e mole. Foi uma luta conseguir tirá-lo da banheira e enxugá-lo. Levou o corpo sem vida novamente para sua cama...seu novo amigo não iria mais embora. Mais tarde, naquele mesmo dia, Nielsen saiu e comprou uma faca elétrica e uma enorme panela. Sua intenção era cortar o corpo, mas ao ver o rapaz, perdeu a coragem. Vestiu o jovem morto com novas roupas de baixo e decidiu fazer sexo com o cadáver, mas não foi capaz de manter a ereção; deitou o corpo no chão, ao lado da cama, cobriu-o com cortinas velhas e foi dormir. Quando acordou, fez o jantar, comeu e assistiu TV com o corpo ainda ali. Finalmente, resolver tomar uma atitude: tirou algumas tábuas do piso da sala e tentou esconder o corpo no espaço que havia ali. Não foi possível; o "rigor mortis" o impedia de manipular o corpo. Apoiou-o contra a parede e deixou-o passar a noite ali, na esperança que a rigidez passasse, mas no dia seguinte, tudo continuava igual. Nielsen então deitou o corpo e trabalhou nos seus membros de modo que finalmente coubesse no espaço restrito, tampando-o novamente com as tábuas. Depois de uma semana, Nielsen estava curioso sobre o estado atual do corpo. Levantou o carpete e as tábuas do piso mais uma vez. O corpo estava sujo, mas nada que um bom banho não resolvesse. Levou-o para o banheiro, onde ele e o amigo tomaram banho "juntos". Quando trouxe o corpo de volta para a sala, estava tão excitado que se masturbou ali mesmo. Em vez de enterrar o corpo novamente, Nielsen amarrou-o pelas ancas e pendurou-o. Em algum momento ao longo do tempo, voltou a colocá-lo sob o colchão O corpo permaneceu ali por sete meses e meio, até ser queimado numa fogueira juntamente com borracha, para disfarçar o cheiro de carne assada. Jogou as cinzas no chão, espalhando-as, e o jovem nunca foi identificado. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Em 1981 - Nilsen Em 1981, Nilsen tinha matado doze homens nesse apartamento. Apenas quatro foram identificados: Kenneth Ockendon, Martyn Duffey, Billy Sutherland, e Malcolm Barlow. Muitas deles eram homens jovens desempregados ou à procura de uma forma de fazer por dinheiro, alguns deles eram homossexuais. Nilsen alegou que ele entrou em um "transe de morte", e em sete ocasiões, realmente libertou os homens em vez de concluir o ato, porque ele era capaz de se livrar da obsessão. Kenneth Ockendon A segunda vítima foi Kenneth Ockendon, um turista canadense. Nilsen o conheceu num pub, em um almoço, em 3 dezembro de 1979. Eles beberam juntos durante várias horas, passearam em Londres, e acabaram num flat de Nilsen . Eles foram muito bem, e quanto mais gozava Nilsen Ockendon da empresa, o mais desesperado que ele sentia ao pensar que o canadense foi voando casa no dia seguinte. Ockendon... Ele estrangulou Ockendon com um fio elétrico, arrastou-o ao longo do chão, e então sentou-se para ouvir várias peças de música, enquanto o corpo permanecia ali. Em seguida, ele removeu a roupa e levou-o para o lavabo para limpar-lo. Uma vez terminado, ele colocou o corpo na cama e dormiu com ele o resto da noite, acariciando-o com freqüência. Pela manhã, Nilsen colocou o corpo numa caixa e guardou no armário, joguei fora a roupa, e foi para o trabalho. Durante o dia, o corpo entrou em rigidez – “rigor mortis”. Nilsen o levou para fora para limpa-lo novamente. Então ele vestiu-o, sentou em uma cadeira, tirando fotos em diversas posições. Quando tinha acabado com isso, ele pegou o rapaz, levou-o para sua cama e posicionou-o, espalhando-se, em cima dele. Ele conversava com Ockendon como se ele pudesse ouvir. Depois, se posicionou e teve tinham relações sexuais entre sua coxas. Finalmente, Nilsen acomoda Ockendon em uma região, abaixo do piso. Nilsen volta várias vezes para retirar o amigo e sentar junto com ele, para assistirem televisão. Jardim de Nilsen, encontrado restos mortais de 12 homens. Nilsen pulverizado seus quartos, duas vezes por dia para se livrar de moscas que foram juntando. Uma vez Nilsen contemplou suicídio, mas o cachorro aproximou-se, abanando seu rabo, e ele desistiu. Ele cuspiu na sua imagem no espelho. Cinco meses depois... Cinco meses se passaram e, eis que em 13 maio de 1980, Martyn Duffey, 16 anos, desaparece. Ele estava sem casa e aceitou o convite do Nilsen para passar a noite com ele. Depois de duas cervejas, ele foi para a cama. Nilsen dominou-o subitamente, amarrou seus braços e o estrangulou. Ultimo crime de Nielsen APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam GaravelliPerita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP A última vítima de Dennis Nielsen foi Steven Sinclair, 20 anos, viciado que vagava pela Leiscester Square. No dia 23 de janeiro de 1983, foi visto saindo com um homem bastante estranho. Ultimo crime de Nilsen Foram para o apartamento de Nilsen, onde ouviram música até que Sinclair adormecesse numa poltrona. Nilsen então foi até a cozinha, pegou um barbante, emendou-o numa gravata, atou os joelhos de sua vítima adormecida e serviu-se de um aperitivo. Nilsen resolveu livrar Sinclair de qualquer dor; estrangulou-o rapidamente e quase sem luta. Quando removeu as roupas do amigo, descobriu em seus braços bandagens, que denunciavam uma recente tentativa de suicídio. Nilsen banhou-o o colocou-o na cama. Trouxe espelhos para o quarto, que posicionou em volta da cama para que pudesse ver a si mesmo e ao parceiro juntos e nus. Conversou com Sinclair como se ele ainda estivesse vivo, sem saber que aquele crime tiraria sua liberdade para sempre. No dia seguinte, ferveu a cabeça, mãos e pés, e acondicionou o restante do corpo em sacolas plásticas. Guardou uma parte delas no banheiro, e o resto na caixa de chá. Alguns órgãos e pedaços de carne foram jogados na privada. Problemas de entupimento do esgoto Dois dias depois, uma companhia chamada "Dynorod" veio examinar o entupimento, que a nenhum custo conseguia ser consertado. Os especialistas da companhia concluíram que o problema era no porão, e o técnico Michael Catam resolveu verificar a caixa de inspeção de esgoto, buraco do lado de fora da casa. Ao abrir a tampa, Cattran sentiu um cheiro horrível; estava convicto de que se tratava de alguma coisa morta. Tirou o lodo do esgoto para examiná-lo, e percebeu que ali se encontravam 30 ou 40 pedaços de carne. Esperaram até o dia seguinte À meia-noite, Nilsen saiu de seu apartamento, foi até os fundos da casa, recolheu a pilha de carne e jogou-a pela cerca. Pensou em substituir a carne encontrada no esgoto por pedaços de frango, pensou em cometer suicídio, mas nada fez. Apenas sentou-se em seu apartamento e bebeu, cercado pelos restos mortais dos três homens que matara ali. Um vizinho delatou todo o que viu APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP O detetive chefe Jay identificou-se e explicou que estavam ali por causa do encanamento da casa, onde restos humanos causaram um entupimento. Nielsen ainda tentou demonstrar espanto e perguntar de onde teriam vindo, mas o detetive encurtou a conversa, dizendo que só poderiam ter vindo de seu apartamento e pedindo que ele mostrasse onde estava o restante do cadáver. Finalmente a polícia foi até o apartamento de Nilsen. Numa busca em seu "closet", foram apreendidas várias sacolas contendo restos mortais masculinos em diversos estágios de decomposição. Tudo foi levado ao necrotério, para exames mais específicos. Nielsen também havia falado sobre a caixa de chá e o gabinete do banheiro. Caixa de Chá – restos humanos Closet contendo as vitimas Quarto onde se encontravam as vitimas Outros restos foram encontrados. O depoimento de Nielsen demorou mais de 30 horas. Ele falou sobre suas técnicas e ajudou a polícia a identificar partes das vítimas. Não pediu compaixão nem demonstrou nenhum remorso. SENTENCA FINAL O júri se retirou para decidir o veredicto em 3 de novembro. No dia seguinte, com base nas divergências profundas que já estavam surgindo, o juiz do caso declarou que aceitaria a maioria de votos; não seria necessária a unanimidade. Naquele mesmo dia, Dennis Andrew Nielsen foi considerado culpado de todas as acusações e sentenciado à prisão perpétua e não elegível para condicional por 25 anos. Nielsen estava com quase 38 anos. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP AULA2 – Implicações Jurídicas – IMPUTABILIDADE - INIMPUTABILIDADE E SEMI- IMPUTABILIDADE A imputabilidade não significa normalidade psíquica. O sujeito que disponha da integridade dos próprios poderes e esteja em condições de avaliar seus próprios atos, apesar da presença de uma alteração mental, continua sendo imputável. A semi–imputabilidade é um dos problemas mais difíceis e questionáveis da Psiquiatria forense. É inevitável uma certa insegurança no juízo. O grande contingente de criminosos com imputabilidade diminuída são dos antigamente denominados “psicopatas”. Os “psicopatas” são variedades da personalidade, variações do normal. Nestes casos fica fora de consideração a questão de suas disposições intelectuais: um „psicopata‟ pode ser ao mesmo tempo um deficiente mental, pode estar dotado de uma inteligência normal (regra geral) e pode inclusive, ser um gênio. A maioria dos psicopatas se inserem, sem maiores problemas, na sociedade em épocas de calma. A opinião geral predominante, tanto dos psiquiatras como dos juristas, é a de que a imputabilidade notavelmente diminuída há de admitir--se somente em casos especiais e que a inimputabilidade deve ser admitida somente em casos muito raros, verdadeiramente excepcionais. Como regra: Nem todo desvio da norma deve ser tomada em consideração, senão somente as anormalidades verdadeiramente sérias e importantes. O psiquiatra/psicólogo deveria pensar sempre que seu informe deve se acomodar ao ordenamento jurídico e que este não pode chegar a abusos intoleráveis. Deve ser exigido para a aplicação deste dispositivo aos “psicopatas” que exista um notável desvio da normalidade e que a ação criminosa esteja ligada à este desvio. “Imputabilidade - Aptidão in concreto para o agente responder pelas conseqüências jurídico-penais da infração, compreendendo as penas e as medidas de segurança. No chamado Direito Penal da culpa, torna-se imprescindível a presença do elemento subjetivo, que, por sua vez, pressupõe a normalidade psíquica e mental, de modo que o agente revele condições de autodeterminação ou entendimento do caráter delituoso de sua conduta. A responsabilidade penal pressupõe culpabilidade, e esta, por seu turno, a imputabilidade. Se a pessoa não for imputável e a ela for atribuído o ilícito penal, significará a concepção de responsabilidade sem culpabilidade. Estaríamos então no plano do versari in re illicita, bastando para compor o ilícito simplesmente a conduta no seu aspecto subjetivo”. Extraido de:WWW.saberjuridico.com.br Semi-imputabilidade - Redução da capacidade de entendimento do caráter delituoso do fato, ou de determinação de acordo com esse entendimento, em virtude de perturbação da saúde mental, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou em decorrência de embriaguez incompleta, proveniente de caso fortuito ou força maior. Não exclui a criminalidade porque, ao contrário da inimputabilidade, não elimina a referida capacidade e o mencionado entendimento. A pena, todavia, pode ser reduzida de um a dois terços. Extraido de:WWW.saberjuridico.com.br APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP “Exclusão da imputabilidade - Hipóteses de inimputabilidade, ou seja, de fatores que provocam a supressão do entendimento do caráter criminoso do fato ou de determinação de acordo com esse entendimento. No Código Penal brasileiro, excluem a inimputabilidade:a) a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado; b) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior”. saberjuridico.com.br OS CRITÉRIOS ADOTADOS PELA NOSSA LEGISLAÇÃO Os critérios adotados pela nossa legislação para a capacidade de imputação são: A - Biopsicológico. Neste critério estão implícitos dois fatores: 1. O biológico, ou seja, uma alteração ou transtorno mental que determine comprometimento do segundo critério, ou seja, 2. O psicológico que é a capacidade de entender e/ou de determinar-se (vontade). B – Temporal Ao tempo da ação ou da omissão.As exigências da Lei Penal são, portanto: 1. Ação ou omissão contemporânea ao transtorno biopsicológico. 2. Concomitância do transtorno mental e a inteira ou parcial incapacidade para entender e/ou se autodeterminar. 3. Nexo causal entre a prática delituosa e o transtorno ou alteração mental patológica geradora da inteira ou parcial incapacidade para entendimento ou autodeterminação. Como vimos acima a Lei 6368/76, em seu artigo 19, nada mais fez que juntar, num só artigo, o que estava disposto nos artigos 26 e 28 do Código Penal. O que deve ser entendido como embriaguez por substância de efeito análogo ao álcool: Nosso entendimento, que é o da grande parte da jurisprudência é que, substância de efeito análogo ao álcool é toda aquela que, lícita ou ilícita, altera as funções mentais, aumentado-a, diminuindo-a ou modificando-a. Cumpre acrescentar que observamos em nossa prática pericial muitas situações em que o agente de ato ilícito coloca-se num estado de embriaguez por álcool ou substância de efeito análogo para cometer o delito (embriaguez preordenada – Artigo 61, item l), e a Autoridade que conduz o inquérito ou faz a denúncia não refere este fato permitindo que, posteriormente em Juízo o indiciado alegue “ser viciado”. O GERADOR DE INÚMEROS PEDIDOS DE LAUDOS Art. 22. ............ APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP § 5º No interrogatório, o juiz indagará do réu sobre eventual dependência do réu, advertindo-o das conseqüências de suas declarações. O que se entende por “conseqüências de suas declarações” Segundo Damásio E. de Jesus: “Realização de exame de dependência, internação para tratamento, absolvição e redução da pena”. Necessidade do laudo: “A CIRCUNSTÂNCIA DE O RÉU DECLARAR-SE VICIADO NÃO OBRIGA O JUIZ A DETERMINAR A REALIZAÇÃO DO EXAME. COMPETE AO JUIZ A VERIFICAÇÃO DA NECESSIDADE. NESSE SENTIDO STF, RHC 11.12.87, PAG. 28273. Art 149 CPP (Código de Processo Penal) Toda vez que, durante o processo surgem duvidas quanto a sanidade mental do indiciado, o procedimento jurídico é o de suspensão do processo e instauração de Incidente de Insanidade Mental, seja por alegação de doença mental ou dependência psicológica. Imputar É atribir a alguem a responsabilidade de alguma coisa. Imputável É o sujeito mentalmente são e desenvolvido , capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL Imputável: Quando uma pessoa pratica um ato com pleno discernimento, do que é certo e errado. Isto significa ter o ato sido praticado dentro de condições de normalidade psíquica, implicando em consciência, compreensão e voluntariedade. Imputabilidade Penal : É o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a pratica de um fato punível. Imputabilidade TRÊS CASOS MATEUS MEIRA IMPUTÁVEL FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA SEMI-IMPUTÁVEL GUSTAVO NAPOLITANO INIMPUTÁVEL APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP IMPUTABILIDADE A Perícia Medica avalia a Capacidade De Imputação. A Responsabilidade é de Alçada Judiciária ( Baseada no conjunto de Provas da Materialidade do fatos – Cuja Autoria lhe deve ser atribuída) NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL IMPUTABILIDADE (duplo angulo de consideração) OBJETIVO – enquanto liga o ato ao sujeito. Autoria de um furto... SUBJETIVO – enquanto exige do sujeito prévia capacidade para imputação. Condições do furto. NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL A imputabilidade requer: INTELIGÊNCIA Que é a capacidade de compreender. Libertas consilii. VONTADE Que é a capacidade de querer, ou seja, de realizar ou não a ação. Libertas agendi. NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL CRITÉRIO ADOTADO PELO NOSSO CÓDIGO PENAL É O BIOPSICOLÓGICO As exigências da Lei Penal são, portanto: Ação ou omissão contemporânea ao transtorno biopsicológico. Concomitância do transtorno mental e a inteira ou parcial incapacidade para entender e/ou se autodeterminar. Nexo causal entre a prática delituosa e o transtorno ou alteração mental patológica geradora da inteira ou parcial incapacidade para entendimento ou autodeterminação. NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL IMPORTANTE A imputabilidade não significa normalidade psíquica. O sujeito que disponha da integridade dos próprios poderes e esteja em condições de avaliar seus próprios atos, apesar da presença de uma alteração mental, continua sendo imputável. LEGISLAÇÃO PERTINENTE CÓDIGO PENAL Artigo 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Considerações - Do Art 26 CP - “ ..... a posição do agente perante a lei penal se define, então, nos três momentos: imputabilidade, culpabilidade e responsabilidade penal. Imputabilidade, que é a capacidade de entender e de querer; culpabilidade que é aquele vínculo psíquico suficiente para prender o agente, imputável ao fato, como seu autor; e responsabilidade, que é o dever jurídico que incumbe ao imputável, culpado de determinado fato punível, de responder por ele perante a ordem de Direito.” Aníbal Bruno. NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL LEGISLAÇÃO PERTINENTE CÓDIGO PENAL Artigo 28. Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1.º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou de força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2.º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Embriaguez - Caso Fortuito Quando o sujeito desconhece o efeito enebriante da substancia que ingere, ou quando desconhecendo uma particular condição fisiológica, ingere substanciaque possui álcool (análogo) e fica embriagado Embriaguez Voluntária Quando o sujeito ingere substancia alcoólica com intenção de embriagar-se. Embriaguez Culposa Ocorre quando o sujeito não ingere substancia alcoólica com intenção de embriagar-se, mas, em face de imprudente vem a embriagar-se. Embriaguez Habitual Ocorre quando o sujeito é dado ao uso de bebida alcoólica e encontra-se freqüentemente em estado de ebriez. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Embriaguez Preordenada Ocorre quando o sujeito se embriaga propositalmente para cometer um crime, incidindo sobre a pena uma circunstancia agravante. . Seqüência do Processo Penal: 1 - Crime. 2 - Início do Processo Criminal. 3 - Existe suspeita sobre a sanidade mental do agente? A) Não . O processo continua até a condenação e cumprimento da pena ou absolvição. B) Sim . Susta-se o andamento do processo e instaura-se o Incidente de Insanidade Mental requerendo-se a 4 - Perícia Psiquiátrica que pode concluir pela: A) Plena imputabilidade do agente - Processo continua.(item 3A) B) Semi-imputabilidade do agente - Processo continua podendo, em caso de condenação, o Juiz optar pela redução da pena de um a dois terços ou, absolvição do réu com aplicação de Medida de Segurança. C) Inimputabilidade do agente - O réu é absolvido e aplica-se a Medida de Segurança. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. Lei 11343 – Capitulo II – Dos crimes Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP NOÇÕES DE IMPUTABILIDADE PENAL O comprometimento da capacidade de imputação, de forma parcial ou total, admite, juridicamente, quatro formas: 1 - Doença mental. 2 - Desenvolvimento mental incompleto 3 - Desenvolvimento mental retardado. 4 - Perturbação da Saúde Mental. 1 - DOENÇA MENTAL Define-se como qualquer afecção ou estado mórbido, orgânico ou funcional, congênito ou adquirido, temporário ou permanente que, compromete as funções psíquicas, no seu todo ou em parte. Trata-se de aberrações de conduta relacionadas com perturbações de caráter em paciente com enfermidade prevista no código penal como doença mental, classificada no CID 10. São doenças que alteram o comportamento do individuo, Influindo negativamente em seu rendimento intelectual, em sua volição, em seu aprendizado, em sua capacidade laborativa, em seu relacionamento social e em sua adaptação ás normas da moral vigente. Acham-se incluídas no rol das doenças mentais: As Psicoses (loucura) As Oligofrenias As demências 2 - DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO diz respeito aos Silvícolas inadaptados e surdo-mudos e alguns cegos e menores de 18 anos de idade. Simplificando estudaremos: I - Oligofrenias II – Doenças Mentais (psicoses) III – Demências IV – Personalidade Psicopaticas (Transtornos de personalidade, o borderline, personalidade psicopata, personalidade explosiva, o anti-social) I - Oligofrenias De origem hereditária, se caracteriza pela falta ou atraso das faculdades psíquicas, que coloca o individuo em situação de inferioridade e dependência no ambiente social, alem de torna-lo incapaz para certos atos da vida civil e de alguma forma perigoso á comunidade em que vive. Pode ser dividida em três tipos: 1- Os idiotas 2 – Os imbecis 3 – Os débeis mentais 1 - OS IDIOTAS Os IDIOTAS – O viver se restringe quase que exclusivamente á esfera das necessidades instintivas, são seres que vivem segregados do convívio social. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Não falam e mal compreendem o que lhes é dito. São insensíveis, apáticos desprovidos de afetividade, em geral, não riem não choram. QI - abaixo de 20 – idade cronológica de 3 anos 2 - OS IMBECIS Os IMBECIS – Dotados de certa capacidade de discernimento podem adaptar-se a vida e mesmo, ser educados em escolas especializadas, podendo aprender a ler, falar e escrever, o que os distingue dos idiotas. Podem ser apáticos ou excitáveis. No segundo grupo, podem tornar-se grosseiros, brutais e agressivos quando contrariados em seus desejos e impulsos, sobre os quais não exerce controle. (Pequenos furtos, agressividade e ate homicídio) – QI entre 20 e 40 – idade cronológica 6 anos 3 - OS DÉBEIS MENTAIS Os DEBEIS MENTAIS – São indivíduos que se situam um pouco aquém da normalidade psíquica. Alguns deles insensíveis, destituídos de sentimentos afetivos, anti-sociais, sem desejos nem ambições maiores; outros são desarmônicos, excêntricos, ou ainda irritáveis, violentos, egoístas e intolerantes. São imputáveis, plena ou parcialmente pelas infrações penais que venham a cometer, por serem possuidores de alguma capacidade critica e podendo ate certo ponto, controlar seus impulsos Quanto a capacidade civil podem revelar-se inaptos para se conduzir com autonomia e eficiência na vida e reger satisfatoriamente sua pessoa e bens. Com relação aos idiotas e imbecis, impõe-se indiscutivelmente a interdição total (Cod Civil, arts. 5º, 6º, 82 145 e 147) II – DOENÇAS MENTAIS (PSICOSES) PSICOSE – enfermidade mental, que se caracteriza pelas graves alterações de personalidade, com a alienação do individuo, privando-o de sua capacidade de autodeterminação e tornando-o socialmente inadaptável.Psicótico é quem sofre de uma psicose. Divide-se em : ENDOGENAS E EXOGENAS PSICOSES ENDOGENAS São distúrbios funcionais hereditários aos quais pertencem: Transtorno Afetivo Bipolar, Esquizofrenia e Paranóia TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR Enfermidade mental caracterizada pela alternância de crises periódicas de excitação maníaca (hiperatividade mental e agitação motora) e de depressão melancólica. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP ESQUIZOFRENIA Psicose caracterizada por uma dissociação das faculdades psíquicas, que se debilitam gradativamente, conduzindo ao individuo a um estado de demência total e irreversível. Trata-se de um desajuste entre asfunções intelectivas, afetivas e volitivas, ou seja uma quebra de harmonia entre o pensamento os sentimentos e a ação. Esquizofrenia Sintomas positivos - Crenças fantasiosas (delírios) e falsas percepções (alucinações) dominam a consciência da pessoa, que passa a ter dificuldades em discernir a fantasia da realidade, com alterações do comportamento que revelam um juízo crítico comprometido... Sintomas negativos - Confundidos com preguiça e má vontade, os sintomas negativos são aspectos importantes na doença e que dominam o quadro crônico. A pessoa pode perder o interesse pelas atividades, ficar desmotivada, isolar-se socialmente, tem dificuldade de demonstrar seus afetos e sentimentos ou apresenta reações emocionais desconexas... Esquizofrenia Excesso de dopamina – tratamento antipsicóticos. Os antipsicóticos (ou neurolépticos) são medicamentos que combatem a psicose, indicados no tratamento da esquizofrenia. Eles agem diretamente no neurônio, bloqueando receptores de dopamina e impedindo que o excesso da substância, alteração química mais comum na doença, continue provocando os sintomas positivos e as alterações de comportamento. Esquizofrenia Zyprexa - Olanzaprina - 1 comprimido: cera de carnaúba, mistura de cor branca (dióxido de titânio, macrogel, polissorbato 80), crospovidona, azul FD&C nº 2 com laca de alumínio, hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, estearato de magnésio e celulose microcristalina. PARANÓIA Ao contrário dos esquizofrênicos, onde as idéias delirantes são desconexas, as idéias se unem num determinado contexto lógico para formar um sistema delirante total, rigidamente estruturado e organizado. Um paciente, por exemplo, convencido de que será assassinado por perseguidores implacáveis pode desenvolver isolamento social e abandonar o emprego. Tipos: Erotomaníaco – Grandeza - Ciúme Tipo Erotomaníaco – o tema central do delírio diz respeito a ser amado por outra pessoa. O delírio freqüentemente envolve um amor romântico e união espiritual idealizada, ao invés de atração sexual. Acreditam ser amados por pessoas do sexo oposto que ocupa uma posição de superioridade (ídolo, artista, autoridade) ou um estranho e Tipo Grandioso. quando o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento, ou possuir grau de parentesco com personalidade importante, ou possuir grande fortuna. PARANÓIA. Tipo Ciúme – a pessoa esta convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade de sua esposa ou amante. Pode chegar ao extremo de trancar o parceiro no lar, ou impedir que ande desacompanhada. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP PARANÓIA Enfermidade Mental caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de um delírio crônico, sistematizado, não alucinatório . O paranóico é um individuo egocêntrico, demasiadamente suscetível e desconfiado, que se superestima e supervaloriza a si próprio. Ex.(Planeta Absinto) Sua imputabilidade é discutível. PSICOSE EXOGENA São aquelas que acometem as faculdades mentais sendo provocadas por paralisia geral, demência traumática, tumores encefálicos, psicose tóxica –psicotrópicos. III - DEMENCIAS Perda ou enfraquecimento acentuado das faculdades intelectivas, resultante de danos ocasionados ao tecido cerebral. Ou seja, deterioração progressiva e irreversível da inteligência depois de ter alcançado o nível de desenvolvimento mental do adulto. Difere do oligofrênico. O estado demencial implica em Incapacidade para os atos da vida civil e elide a imputabilidade do agente. DEMÊNCIA SENIL Processo que se desenvolve em resultado da involução mental das pessoas idosas e que se caracteriza por uma lenta, gradual e irreversível desintegração da personalidade. Costuma manifestar-se após 70 anos. Seqüência do Processo Penal: 1 - Crime. 2 - Início do Processo Criminal. Seqüência do Processo Penal: 3 - Existe suspeita sobre a sanidade mental do agente? A) Não . O processo continua até a condenação e cumprimento da pena ou absolvição. Seqüência do Processo Penal: B) Sim . Susta-se o andamento do processo e instaura-se o Incidente de Insanidade Mental requerendo-se a: 4 - Perícia Psiquiátrica que pode concluir pela: Seqüência do Processo Penal: A) Plena imputabilidade do agente- Processo continua.( item 3A) APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP B)Semi - imputabilidade do agente Processo continua podendo, em caso de condenação, o Juiz optar pela redução da pena de um a dois terços ou a absolvição do réu com aplicação de Medida de Segurança. Artigo 97 - Codigo Penal Prazo Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art.26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial § 1.º A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de um a três anos. § 2.º A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz de execução. § 3.º A desinternação ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de um ano, pratica fato indicativo da persistência de sua periculosidade. § 4.º Em qualquer fase do tratamento ambulatorial poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. Artigo 98. Na hipótese do parágrafo único do artigo 26 deste código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de um a três anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1.º A 4.º. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Caso 2 - ED GEIN Ed Gein Nome: Edward Theodore Gein Data de Nascimento: 27/08/1906 Local: Plainfield – Wisconsin / EUA Data de Morte: 07/26/1984 Idade na data do óbito: 77 Causa da Morte: Ataque cardíaco Pai: alcoólatra Mãe: religiosa, dominadora e severa. EEEddd GGGeeeiiinnn Ed Gein foi um serial killer conhecido por roubo de sepultura, necrofilia, canibalismo, sadismo, fetichismo de morte. Ele usou suas carne de suas vítimas para costurar seu sofá. Gein e seu irmão, Henry, tomaram conta da propriedade da família em 1940 quando o pai deles morreu. Os dois rapazes faziam o trabalho mas a mãe comandava as suas vidas. Ela insistiu em que eles permanecessem solteiros e fê-los acreditar que mulheres separariam a família e trairiam qualquer amor dado. A propriedade rural não era produtiva, eram momentos difíceis na vida de Eddie Gein e as coisas começaram a desmoronar quando Henry (seu irmão) morreu a combater um fogo no celeiro. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP A Sra. Gein teve um ataque que a incapacitou em 1944 e Ed tratou dela duranteum ano até ela ter um Segundo ataque, ataque este que acabou com a sua vida em Dezembro de 1945. Ed Gein ficou sozinho pela primeira vez com a idade de 39 anos. Foi espancado por sua mãe na infância que o ensinou que sexo era um pecado. Depois que seus pais e irmãos morreram, Ed continuou morando sozinho em sua casa, sendo assombrado pelo fantasma de sua mãe. Ele trancou o quarto dela e não o alterou. Depois de algum tempo, Ed começou a desenvolver um interesse doentio pela anatomia feminina e logo dedicou-se a desenterrar corpos de mulheres para multilá-los e satisfazer suas fantasias relativas a necrofília e canibalismo. Os primeiros sinais sérios da sua eminente loucura apareceram quando ele começou a assaltar, de noite, campas de cemitérios. Num barracão encostado à sua casa, Gein guardava os seus horríveis "prêmios". Os investigadores não têm a certeza de quando Gein começou a matar, nunca tendo sido abordado até Novembro de 1957. Guardava as cabeças e dissecava os órgãos, arrancava cuidadosamente a pele dos corpos e colocava sobre um manequim feminino. Às vezes, ele mesmo vestia a "roupa" feita de pele e dançava alegremente pela casa! Colocava órgãos genitais femininos em calcinhas nas quais vestia. Mais tarde, começou a matar mulheres da idade de sua mãe a pedido da própria, que já havia falecido. Ele ouvia e via sua mãe, que o incitava a matar. A primeira vítima foi Mary Hogan, dona do bar que ele freqüentava, em dezembro de 1954. A segunda vítima foi Bernice Worden dona da loja de ferragens que ele costumava freqüentar, em novembro de 1957. O corpo de Bernice foi encontrado despido e decapitado com um corte que ia da vagina até o pescoço, pendurado de cabeça para baixo num gancho de açougueiro e amarrado com cordas. Seus intestinos e órgãos foram encontrados dentro de uma caixa e seu coração estava em um prato na sala de jantar. Foram encontrados mais "artefatos" bizarros de Ed: -"máscaras" da pele de dez cabeças humanas penduradas no quarto, as quais ele vestia; - a pele do torso de uma mulher foi transformado em um tapete; um cinto feito de mamilos; APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP - uma cadeira e algumas lâmpadas forradas com pele humana; alguns crânios usados como pratos de sopa; - uma mesa sustentada por ossos de canela humana. A geladeira estava repleta de órgãos humanos, em cima da cama havia pendurado uma cabeça humana. Os policiais também descobriram uma caixa de sapatos cheia de genitálias femininas conservadas em sal, inclusive a de sua mãe, que estava pintada de prateado Ed confessou que gostava de se vestir com as roupas e máscaras confeccionadas de pele humana e fingir ser sua própria mãe. Havia mais quinze corpos espalhados por sua fazenda na noite em que foi preso. Ed disse que não se lembrava, ao todo, quantos assassinatos havia cometido Os investigadores não têm a certeza de quando Gein começou a matar, nunca tendo sido abordado até Novembro de 1957. Ele tinha visitado repetidamente a loja de ferragens "Worden", mostrando grande interesse nos planos de caça do dono da loja, Frank Worden, xerife substituto da cidade. Este disse a Gein que estava a planejar uma viagem no Sábado, 16 de Novembro e Gein responde que ele ia aparecer na loja nesse dia. Quando Worden chegou da sua viagem, de noite, ficou alarmado por encontrar as portas da loja trancadas. Alertado pela ausência da sua mãe, Bernice, Worden descobriu um recibo de anti-congelante passado a Gein, com a letra de sua mãe. Worden informou de imediato o xerife. Um atendente de uma garagem local disse ter visto um caminhão da loja indo embora as 9:30 h daquela manha. Worden informou de imediato o xerife e foram para a fazenda de Eddie só para uma verificação. O xerife Schley o abordou e pediu que entrasse no carro da policia onde responderia algumas perguntas. Gein reagiu mal Respondeu como alguém poderia querer culpá-lo do assassinato de Berenice Worden??? Foi preso imediatamente: ninguém havia mencionado ainda a morte de Berenice, mesmo porque não sabiam o que havia acontecido. Já preso, Gein foi conduzido de volta para a sua fazenda. Ali, uma horrível evidencia provou que a bizarra obsessão dele o havia tornado um assassino... Bernice Worden jazia nua, pendurada de cabeça para baixo num gancho de carne como os de açougue, cortada de cima para baixo frontalmente. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Sua cabeça e intestinos foram descobertos em uma caixa, seu coração em prato sobre a mesa da sala de jantar, além de outras partes que cozinhavam numa panela sobre o fogão. Corpo de Srª. Bernice Worden Coleção de Ed Últimos relatos... •Em pesquisas posteriores foram descobertos restos de, pelo menos, 15 mulheres na casa de Gein. O mais horrível de tudo é que Gein preservou a pele de sua mãe. Ele confessou vestir regularmente essa pele, e as roupas de sua mãe e ia para fora de casa para dançar ao luar. Gein foi declarado insano em Dezembro de 1957 e enviado para "Central State Hospital" de Wisconsin. Ele morreu lá por causas naturais em 1984. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • • AULA 3 - Desenvolvimento Psicossexual • Sigmund Freud • • Teoria da Psicanálise • Mecanismos de Defesa Ego • Sigmund Freud Nasceu em 6 de maio de 1856 Freiberg – Tchecoslováquia. Seus pais eram judeus – viveu 83 anos. Aos 4 anos sua família mudou-se para Viena onde viveu quase todo o resto de sua vida. Saiu aos 82 anos para morar em Londres, onde morreu em 23 de setembro de 1939. • Freud dizia: • ―Há uma continuidade entre os processos mentais‖. • Aquilo que parece espontâneo, na verdade tem uma causa, um sentido. • “Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. • Sigmund Freud APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • Durante a infância, cada um de nós podemos desenvolver três estruturas de personalidade básicas que atuam na gratificação dos instintos. Essas (3) três estruturas básicas foram chamadas por Freud de Id, Ego e Superego • Estruturas da Psique: De acordo com a teoria estrutural da mente, o id, o ego e o superego funcionam em diferentes níveis de consciência, havendo um constante movimento de lembranças e impulsos de um nível para o outro. • Id - Contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento, que está presente na constituição. É a estrutura da personalidade original, básica e mais central, exposta tanto às exigências somáticas do corpo como aos efeitos do ego e do superego. Embora as outras partes da estrutura se desenvolvam a partir do id, ele próprio é amorfo, caótico e desorganizado. Impulsos contraditórios existem lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro. O id é o reservatório das pulsões, da energia de toda a personalidade. Os conteúdos do id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência e localizado nas sombras do id, é mesmo assim capaz de influenciar a vida mentalde uma pessoa. Regido pelo princípio do prazer, o id exige satisfação imediata desses impulsos, sem levar em conta a possibilidade de conseqüências indesejáveis. • Ego - É a parte do psiquismo que está em contato com a realidade externa. O ego funciona principalmente a nível consciente e pré-consciente, embora também contenha elementos inconscientes, pois evoluiu do id. Regido pelo princípio da realidade, o ego cuida dos impulsos do id, tão logo encontre a circunstância adequada. Desejos inadequados não são satisfeitos, mas reprimidos. Como a casca de uma árvore, ele protege o id mas extrai dele a energia, a fim de realizar isto. Tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. O ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer. O ego é originalmente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Para fazer isto, o ego, por sua vez, tem de controlar ou regular os impulsos do id de modo que o indivíduo possa buscar soluções menos imediatas e mais realistas. O id é sensível à necessidade, enquanto que o ego responde às oportunidades. • Superego - Ele se desenvolve não a partir do id, mas a partir do ego. Atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do ego. É o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos constructos que constituem as inibições da personalidade. Freud descreve três funções do superego: consciência, auto-observação e formação de ideais. Enquanto consciência, o superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a atividade consciente; mas também age APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP inconscientemente. As restrições inconscientes são indiretas, aparecendo como compulsões ou proibições. Apenas parcialmente consciente, o superego serve como um censor das funções do ego (contendo os ideais do indivíduo derivados dos valores familiares e sociais), sendo a fonte dos sentimentos de culpa e medo de punição. • ID – É inconsciente, regido pelo prazer. • EGO – Estabelece a relação do indivíduo com a realidade, instância executora da personalidade, faz o ―meio de campo‖ entre Id e Superego. • SUPEREGO – Herdeiro do complexo de Édipo, é a nossa consciência moral. • Estrutura Psíquica • Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente • CONSCIENTE – Idéias que estão em nossa mente a qualquer momento • PRÉ-CONSCIENTE – Seu conteúdo pode ser facilmente trazido à consciência por esforço da atenção ou memória • INCONSCIENTE – Não presente no campo da consciência, são impedidos por força de repressão, também inconsciente • Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente. • ID O ID é o reservatório da energia instintiva pura e sem inibição – é completamente inconsciente – representada pelos ―Desejos” e ―Impulsos‖ – principio do prazer. Freud considerava que o Id era tudo o que estava presente ao nascimento. O bebê busca a gratificação de suas necessidades de maneira bastante direta Ele não é capaz de retardar a gratificação. Ele quer o que quer quando quer. • EGO O EGO – mecanismo psíquico que controla todas as atividades de pensamento e raciocínio. Age pelo principio da realidade – por meio do raciocínio inteligente, o EGO tenta adiar a satisfação dos desejos do ID até poder fazê-lo de maneira segura e bem sucedida. • EGO – Nos termos de Freud, o EGO é a parte da personalidade que planeja, organiza e pensa. A criança ainda continua tentando conseguir o que quer, mas agora ela busca a gratificação de seus desejos, usando estratégias baseadas na realidade. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • SUPEREGO O SUPEREGO “cão de guarda de FREUD – não esta presente quando nascemos. Quando crescemos assimilamos padrões a respeito do que é “bom” e do que é “mau”, pela opinião dos nossos pais, com o tempo a repressão externa dá lugar á nossa auto-repressão • SUPEREGO SUPEREGO - Compreende as funções morais da personalidade, como a aprovação ou desaprovação de ações e desejos baseados na retidão, a auto-observação critica, a exigência de reparação ou arrependimento por haver agido mal e auto-elogio ou auto-estima como recompensa por pensamentos e ações virtuosas. • • Exemplo • ID – não trabalhar; ir para a praia • Ego – aconselha prudência; busca oportunidade mais adequada • Superego – inaceitável faltar a um compromisso assumido • Outro exemplo • O Id diz ―eu quero agora!‖; • o Ego diz ―Você pode tê-lo mais tarde!‖ , • e o Superego diz ―Você não pode ter isso, jamais! É errado‖. • • Meta da Psique Manter e recuperar, quando perdido, um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. Todos os eventos psicológicos possuem uma causa e a maioria deles são causados por impulsos insatisfeitos e medos e desejos inconscientes. • Os sonhos • O humor • Esquecimento • Atos falhos • Servem para aliviar a tensão psicológica pela gratificação de impulsos proibidos ou desejos insatisfeitos • A ansiedade sinaliza um perigo interno • • EXPLICAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO HUMANO Freud e o desenvolvimento Psicossexual • Princípios à partir de seus pressupostos teóricos: • Todo comportamento é energizado por impulsos instintivos fundamentais, determinadas por três (3) forças motivacionais básicas: • os impulsos sexuais - a libido; • os impulsos de preservação à vida ou instintos como a fome e a dor; APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • e os impulsos agressivos. Dos três, ele considerava como mais importante, o impulso sexual. • No curso do desenvolvimento, a criança passa por uma série de diferentes estágios psicossexuais. • Duas coisas evoluem em estágios. • 1- O ego e o superego não estão presentes no bebê, e precisam se desenvolver. • 2 - Os objetivos de gratificação se modificam. • Em cada estágio, energia sexual se focaliza (é investida) em uma determinada parte do corpo, que ele chamou de zona erógena, como a boca, o anus e os genitais. • O bebê inicialmente concentra-se na estimulação bucal porque esta é a parte mais sensível de seu corpo. Depois quando seu desenvolvimento neurológico é maior, outras partes tornam-se sensíveis e o foco da energia sexual muda. Há um forte elemento maturacional nesta parte da teoria de Freud. Ele considerava que a transição de um estágio psicossexual para o seguinte era basicamente determinada pelas mudanças na sensibilidade do corpo. • • Os Estágios Psicossexuais • Estágio Oral: do nascimento ao 1º ano • O primeiro contato do bebê com o mundo é através da boca e aí ele tem grande sensibilidade. Freud enfatizou que a região oral, a boca, língua e lábios, tornam-se centro de prazer para o bebê. Sua primeira ligação afetiva é com o que lhe proporciona prazer na boca, geralmente sua mãe. • • Estágio Anal: de 1 a 3 anos • Na medida em que prossegue o processo de maturação a parte inferior do tronco torna-se mais desenvolvida, e mais sob controle voluntário, o bebê torna-se cada vez mais sensível na região anal e começa a conseguir prazer nos movimentos dos intestinos.• • Estágio Anal: de 1 a 3 anos • Essas duas forças em conjunto, ajudam a levar o centro da energia sexual na zona erógena oral para o anal. De acordo com Freud, a criança passaria pela fase anal sem cicatrizes, caso seus pais lhe permitissem suficiente prazer e exploração anal. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (1º parte) • Com aproximadamente 3 ou 4 anos de idade há outra mudança da região anal para a zona erógena genital. Novamente há uma base maturacional para a mudança; só nesta época a criança começa a ter sensações de prazer com a estimulação da área genital. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (1º parte) • Um sinal deste aumento de prazer genital é que as crianças de ambos os sexos, muito naturalmente, começam a se masturbar nesta idade. De acordo com Freud, o evento mais importante durante o estágio falico é o denominado conflito edipiano. Ele APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP descreve a seqüência de eventos mais completamente para os meninos do que para as meninas. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (2º parte) • A teoria sugere que primeiro o menino torna-se intuitivamente consciente de sua mãe como um objeto sexual. O menino de aproximadamente 4 anos começa a ter um tipo de ligação sexual com sua mãe e considera seu pai como um rival. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (2º parte) • O pai dorme com sua mãe, abraça-a e beija-a e geralmente tem acesso ao corpo dela de um modo que ele não tem. O menino também vê seu pai como uma figura poderosa e ameaçadora, com poder de castrá-lo. O menino fica entre o desejo de possuir a mãe e o medo do poder de seu pai. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (3º parte) • O resultado desse conflito é a ansiedade. Como o menino consegue lidar com essa ansiedade. Na visão de Freud, o menino responde com um processo denominado de identificação. Tentando tornar-se tão parecido quanto possível com seu pai, o menino pode sentir que ele também tem algum poder de seu pai. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (3º parte) • Freud fala do processo de identificação como sendo a incorporação das qualidades do pai. É este pai interno, com seus valores e julgamento moral, que forma parte do superego ou consciência da criança. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (4º parte) • Supõe-se que ocorra um processo paralelo nas meninas, embora nem Freud, nem seus seguidores tenham sido capazes de explicar como ocorre. Supostamente, amenina vê sua mãe como uma rival sexual nas atenções de seu pai, mas o medo que ela sente de sua mãe é menor. • • Estágio Fálico: 3 a 5 anos (4º parte) • Como resultado, considerando que a ansiedade da menina é mais fraca, sua identificação também é supostamente mais fraca. A resolução bem sucedida da crise edipiana, com a identificação com o pai adequado, é crítica para o desenvolvimento saudável. Qualquer condição familiar que tenda a alterar o processo de identificação pode criar problemas reais.. • • Estágio da Latência: 6 a 12 anos • Freud considerava que depois do estágio fálico havia um tipo do período de descanso antes da ocorrência de uma nova etapa de desenvolvimento sexual. A criança tinha, presumivelmente, atingido uma resolução preliminar da crise edipiana e depois havia um tipo de calmaria após a tempestade. A criança também começa a escolarização durante este período e as novas atividades absorvem suas energias quase que totalmente. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • Estágio da Latência: 6 a 12 anos • Durante esses anos, a interação com outras crianças é quase exclusivamente com membros do mesmo sexo. A identificação co o pai do mesmo sexo, que se dá ao fim do estágio fálico, é seguida por um longo período durante o qual a identificação e interação estende-se aos outros indivíduos do mesmo sexual. Na perspectiva de Freud, o único desenvolvimento significativo deste período é o surgimento de novos mecanismos de defesa. • • Estágio Genital: 12 a 18 anos • As mudanças hormonais e nos órgãos genitais que ocorrem durante a puberdade redespertam a energia sexual, e durante esse período surge uma forma mais madura de ligação sexual. Desde o início deste período, os objetos sexuais do individuo são pessoas do sexo oposto. Freud coloca certa ênfase no fato de que nem todos atravessam esse período até atingir um ponto de amor heterossexual maduro. • • Estágio Genital: 12 a 18 anos • Algumas pessoas que não foram bem sucedidas na resolução da crise edipiana podem ter identificações confusas que afetam sua habilidade de enfrentar o reaparecimento das energias sexuais durante a adolescência. Outras não tiveram um estágio oral satisfatório e assim não tem os alicerces de um relacionamento amoroso. Tudo isso interferirá na completa resolução dos conflitos da puberdade. • • • • Um relato • Entrevista de um detento no presídio do Rio de Janeiro. • Um relato • Trata-se de um dos mais cruéis homicidas que já passaram pelo Sistema Penitenciário da Guanabara: • ...Caso de J. 24 anos, brasileiro, solteiro, instrução primaria.... ....conta seu drama • Tenho três irmãos e três irmãs, todos bem mais velhos que eu. Sou o único criminoso da família. • Meu pai era motorista. Minha mãe sofria de ataques por ser excessivamente nervosa. Ou profundamente infeliz. Talvez • Quando menino meu pai gostava muito de mim. • Isso me envaidecia. • Tinha 9 anos quando ele virou a cabeça. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • Arranjou mulher fora de casa. • Tudo mudou. • Meu principiou a se distanciar de mim e de todos. • Meus irmãos por serem mais velhos, não sentiam a falta do pai como eu. • Junto a ele nada temia, porque não deixava que ninguém me batesse. • Julgava-me forte • Enfrentava qualquer situação... • Era menino provocador . • Depois que ele rareou em casa, senti-me fraco, vazio, medroso. • Minha mãe, ferida em seu amor próprio passou a xingá-lo: • - Era o que faltava. • O sem-vergonha, o sujo, arrumou amante. Qualquer dia, guardarei esta peixeira no buxo dele. Dizia ela com um olhar mau. • O respeito que eu tinha ao velho acabou. Comecei a trocar a casa pela rua. Mas, naquela época, uma amargura queimava-me como uma ponta de cigarro. MEU PAI ME DEIXOU...... • Fraco, franzino, era um armazém de pancada.... • Apanhava em casa e na rua, os meninos mais fortes, cortavam-me com gilete. • Invejava os companheiros de vagabundagem. Tinham pais. • Eu fora rejeitado pelo meu. • Em casa a situação piorava dia a dia. • A fome rondava nossa porta. • A maior tragédia veio logo. • Meu pai, por causa de uma bulha com a amante, desequilibrou-se. • Trouxe pra casa uma garrafa de cerveja e trancou-se no quarto em que eu estava.... • Não pude fugir..Seus olhos pareciam duas postas de sangue. • Fiquei a um canto calado e sumido. • Nem respirava direito... • Meu pai de pé, enxugou a garrafa pelo gargalo... • Minha mãe meteu o ombro e estourou a porta de tabuas do quarto. • Meu pai com os olhos já sem luz e a cara coberta de espuma, estirado no chão, nem mexia. • Só então compreendi, meu pai estava morto. • A cerveja continha uma enormidade de formicida. Tinha eu nove anos. • Com a morte do velho, enterrei minhas esperanças ... • Queria estudar e não podia... • Era muito agarrado ao velho... • A morte dele foi uma surpresa para mim, • Ele morreu quando eu mais precisava dele. • Meu pai sempre procurou orientar-me para o estudo e para o bem... • Eu dariaqualquer coisa para esquecer a cena de sua morte e para o meu pai voltar para junto de nos. • Sofri muito com o que ele fez. • Com sua decisão. Agiu mal. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP • Passei a odiá-lo depois de morto e a ter raiva de todo mundo. • Seu erro ainda se reflete em minha vida ate hoje. • Tenho certeza que, por traz de meus crimes esta o suicídio de meu pai........... • A folha pena de J, mostra friamente: • Aos 14 anos preso por vadiagem. • Solto perpetra o primeiro homicídio, porque foi chamado de medroso por um rapaz de 18. • Aos16 anos segundo homicídio. • Aos 17 anos o terceiro. • Aos 19, dois homicídios, • Finalmente aos 24, sexto crime de morte. • De modo geral, os crime de J. decorreram de encontros sangrentos com a policia. • A conduta anti-social de J. J. foi criança franzina, fraca e procurou apoio no pai, que admirava incondicionalmente. O afastamento do pai propiciou forte sentimento de rejeição no filho. O amor paterno tornou-s então pata J. impostura, hipocrisia e falsidade. • A conduta anti-social de J. O suicídio do pai foi interpretado como traição a seu incondicional e fiel amor de filho. O amor transforma-se em ódio implacável ao pai e, por extensão, ao meio social. J. Resolve, consciente ou inconscientemente, a lutar contra todos, tendo a impulsioná-lo, obsessivamente a sombra do pai amado e odiado. • A conduta anti-social de J. Mas, por ser inseguro e débil, estava despreparado para a luta. Por isso, mascara-se com uma falsa personalidade vigorosa e agressiva, a custa de crimes perpetrados por motivos fúteis. • O pai representa, simbolicamente, a primeira autoridade que o menino deve respeitas e amar. • Como vimos esta autoridade desmoralizou-se e fugiu pelo suicídio, deixando o menino em pânico, entregue as feras. • A conduta anti-social de J. • O revolver tornou-se elemento de sublimação do medo e do sentimento de inferioridade. • Em cada crime de J havia um parricídio simbólico. • Em cada pena sofrida aplacava-se seu sentimento de culpa. • Assim, estabeleceu-se um circulo vicioso de ódio, crime e sangue, impulsionado pelo medo. APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP AULA 4 - Maníaco do Parque • • Francisco de Assis Pereira • Quem é o maníaco do parque da Folha de S.Paulo O detento mais famoso da Casa de Custódia de Taubaté é o motoboy Francisco de Assis Pereira. • Quem é o maníaco do parque Conhecido como o "maníaco do parque", que foi preso em agosto de 1998 e condenado a uma pena de 121 anos por roubo, estupro e atentado violento ao pudor. • Maníaco do Parque • O motoboy ganhou o apelido porque atraía suas vítimas com falsas promessas de emprego até o Parque do Estado, na divisa de São Paulo e Diadema, onde elas eram violentadas e, algumas, assassinadas. • Maníaco do Parque • O motoboy foi submetido a avaliação psiquiátrica em 1998. O laudo declarou-o semi- imputável, e há cerca de um ano que Pereira espera ser levado a júri popular por assassinato. O primeiro processo deve ser o relativo à morte de Selma Ferreira de Queiroz. O julgamento, segundo sua advogada, Maria Elisa Munhol, está marcado para 13 de março. • FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA • Conhecido como "Maníaco do Parque", foi condenado em 2002 a 274 anos de prisão por ter estuprado e assassinado onze mulheres no Parque do Estado, em São Paulo APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP Em 5 de julho de 1998, a polícia de São Paulo encontrava os primeiros corpos que a levariam a suspeitar de que um serial killer estava à solta. Eram quatro cadáveres de mulheres estranguladas, todos despidos - na verdade, um só de calcinha - de bruços e com as pernas afastadas, posição típica de vítimas de estupro. Todos encontrados, de uma só vez, no Parque do Estado, uma reserva florestal de 550 hectares na Zona Sul de São Paulo, na divisa com o município de Diadema. Como peças de um quebra-cabeça, esses corpos se somariam a outros dois achados, isoladamente, em janeiro e maio daquele ano, quando ainda não se suspeitava de que um maníaco estivesse em ação. • Parque do Estado - pericias • Mais dois corpos foram localizados no dia 28 de julho de 1998. • Maníaco em seu ―modus operandi” • Investigação Policial • Vasculhando os arquivos da delegacia da região, a 97º DP, investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descobriram três casos de tentativas de estupro entre maio de 1996 e dezembro de 1997 no parque. • As três mulheres que conseguiram escapar do ataque ajudaram a polícia a fazer um retrato falado daquele que se tornaria o principal e único suspeito dos crimes. O maníaco convencia suas vítimas a ir espontaneamente com ele até o parque. • Investigações • Uma denúncia anônima levou ao nome do suspeito. • Francisco de Assis Pereira, de 31 anos, morava em Santo André, no ABC Paulista, e, até fugir, trabalhava como entregador (motoboy). • No início de 1998, ele tinha sido investigado pelo desaparecimento de uma namorada. • Investigações • Em 1995 o motoboy chegara a ser preso por tentativa de estupro em São José do Rio Preto, mas pagou fiança e foi libertado. • A primeira prova material contra Francisco foi obtida no dia 24 de julho de 1998: a identidade de uma das vítimas do parque foi achada num vaso sanitário entupido da empresa em que o entregador trabalhava. • • Investigações • Várias mulheres reconheceram no retrato falado o rosto do homem que as atacou. • Fuga • O psicopata já havia sido detido como suspeito, mas liberado logo depois. Ao ver seu retrato falado nos jornais, descrito por algumas mulheres sobreviventes de seus ataques, ele fugiu para o sul do país. Ao desaparecer, deixou apenas o jornal na sua mesa, o que alertou seus patrões (ele trabalhava como motoboy) que comunicaram a polícia que assim descobriram sua identidade. Durante a fuga, causou desconfiança aos moradores das cidades por onde passou, até que foi denunciado e preso, sendo posteriormente enviado para São Paulo • Fuga • No dia 12 de julho, um domingo, os jornais publicam o primeiro retrato falado do maníaco que atacava no Parque do Estado, elaborado por policiais do 97º DP. No APOSTILA PSICOLOGIA JURIDICA M iriam Garavelli Perita Criminal - Instituto de Criminalística de São Paulo Núcleo de Balística-CEAP mesmo dia, a manicure Selma Rodrigues Goes, de 35 anos, afirma ter visto uma fumaça saindo de dentro da empresa J.R. Express, na Rua Alcântara Machado, 100- C, Brás. O morador do lugar: Francisco de Assis Pereira. • Fuga • No dia seguinte, ao chegar a sua empresa, Jorge Alberto Sant'Ana, de 25 anos, estranhou a ausência do único funcionário que trabalhava e dormia na empresa. Ele tinha deixado um bilhete sobre a mesa, com um recorte do jornal em que havia o retrato falado. Lamentava ter de ir embora, pedia desculpas pela forma repentina da partida. "Infelizmente, tem de ser assim." Assinado: Francisco de Assis Pereira. • Fuga • No mesmo dia, o empresário percebeu que havia algo de errado com o vaso sanitário da empresa. Tentou consertar duas vezes, mas não conseguiu. Na sexta-feira 24, quebra o encanamento para descobrir a causa do entupimento. • Encontra um bolo de papéis queimados, misturado aos restos de um churrasco feito no final de semana anterior, no cano de saída da privada. Esse bolo é que entupira o esgoto. Entre as
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