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Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 1 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 2 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Editorial É com muito orgulho que apresentamos a vocês o nosso novo pro- jeto gráfico! Desde seu lançamento em 2013, a Design Magazine Brasil já teve três projetos gráficos diferentes, com apenas pequenas mudanças entre eles. Pela primeira vez desde a edição zero refazemos por completo o visual da revista. Nós sentimos que o projeto anterior já estava ficando obsoleto e por isso decidimos nos adiantar e criar algo que pudesse ser mais atemporal. Queríamos um toque moderno e jovem, mas sem deixar de lado a ele- gância, a maturidade e o estilo simples da versão original. Em termos de conteúdo, a principal mudança que isso traz é que não ficamos mais limitados a apenas seis matérias por edição, como ocorria an- teriormente. A quantidade aumenta e a qualidade também. Esse ano foi ótimo, repleto de eventos de alta qualidade. Poderia ter sido melhor se não fosse pelo veto à regulamentação da nossa profissão, mas bola para frente. Faremos o possível para que 2016 seja ainda melhor. Esperamos que gostem, tanto do visual novo quanto do conteúdo. Bom final de ano para todos. Lucas Fernandes Diretor De cara nova Inscreva suas ideias e suas inspirações gratuitamente! Aproveite a chance de se destacar no mundo internacional do design! Total do prêmio: 40.000€ Inscrições até 7 de janeiro de 2016. STUDENT AWARDS by iF 2016 www.ifdesign.de DESIGN PRIZE 2016 DESIGN PRIZE 2016 Patrocinadores GOLD 2016 Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 3 | Inscreva suas ideias e suas inspirações gratuitamente! Aproveite a chance de se destacar no mundo internacional do design! Total do prêmio: 40.000€ Inscrições até 7 de janeiro de 2016. STUDENT AWARDS by iF 2016 www.ifdesign.de DESIGN PRIZE 2016 DESIGN PRIZE 2016 Patrocinadores GOLD 2016 Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 4 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Diretor e editor Consultor editorial Redatores Revisão Ilustração Capa Site Fale conosco Redes Socias Designers Lucas Fernandes Tiago Krusse André Reis Danielli Wal Eduardo Madeiro Eliezer Santos Lucas Fernandes Mayara Wal Thiago Seixas Juliana Teixeira Lourrane Alves Douglas Silva Gilberto Ferreira Guilherme Dantas designmagazine.com.br contato@designmagazine.com.br Ano II - Edição 12 - Dezembro 2015 i3c3.com.br A Design Magazine Brasil é uma projeto de Lucas Fernandes e do Grupo I3C3. O conteúdo aqui publicado pertence aos seus respectivos autores e não pode ser reproduzido sem prévia autorização. /revistadesignmagazine.br @DMBr_Oficial Douglas Silva Hebert Tomazine Leandro Siqueira Lucas Fernandes Créditos Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 5 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 6 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Sumario O design cidadão e irreverente de Fabio Lopez Sywork, uma rede social de ilustradores Corian: material da vez, matéria prima do futuro 08 38 32 14 42 20 28 O diário de uma designer Resenha: Before They Pass Away Entrevista com Silvia Grilli Resenha: Gramática Visual DESIGN ARTE ARQUITETURA Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 7 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 8 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 DESIGN Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 9 | Se você está entrando, cursando, ou saindo da faculdade de Design, muitas dú- vidas devem estar passando por sua cabe- ça criativa. Como está o mercado de tra- balho? É melhor saber um pouco de tudo, ou se especializar em algo? Trabalhar em agência, ou tentar a carreira freelancer? Corel ou Illustrator? Essas e muitas outras perguntas inspira- ram Thalita Lefèr, uma designer mineirinha, muito carismática e extrovertida, a criar um canal no Youtube para compartilhar suas ex- periências, seus conhecimentos e, também, suas frustrações. de uma designer O diário A menina que queria desabafar sobre as mazelas de sua profissão e hoje possui um dos canais mais importantes sobre design no Brasil O começo Texto: Thiago Seixas | Imagens: Amarelo Criativo Thalita já trabalhava em uma empresa de comunicação visual antes mesmo de en- trar na faculdade, o que lhe proporcionou a oportunidade de adquirir um pouco de co- nhecimento sobre a área de criação. Logo, ela decidiu se dedicar a isso. Começou pela Faculdade de Publicidade e Propagan- da, mas no terceiro período, descobriu que odiava aquilo. Porém, acabou se encontran- do dentro de atividades como brainstormin- gs, desenvolvimento de projetos visuais, en- tre outras coisas. Durante esse período, que ela chamou de “o que fazer na faculdade?”, Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 10 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 O diário de uma designer Thalita foi parar, segundo ela por ironia do destino, em uma agência de publicidade, onde um de seus chefes lhe sugeriu que fa- zer design gráfico seria algo que se encaixa- ria melhor a ela. E foi aí que tudo começou. errado pontuar as coisas erradas que temos que passar.” E então, no começo de 2011, Thalita criou o canal Diário Dum Designer, que servia como um desabafo e, segundo ela, era mais imaturo e não focado tanto em conteúdo para tentar ajudar a resolver essas situações. Após alguns vídeos, e já criando uma boa audiência, ela teve que dar uma pausa no canal, que acabou se extendendo por 4 anos, segundo ela “por consequência de vida mesmo, todo mundo passa por um período na vida que precisa se adaptar em situações diversas e essa é uma das coisas mais legais em viver”. Os primeiros passos do canal Após um tempo, quando a frustração co- meçou a tomar conta da sua profissão, Tha- lita teve a ideia de criar um canal. “Me via (e via muitos amigos) totalmente frustrada com as situações que essa profissão causa, e ninguém falava sobre isso porque parece Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 11 | Contudo, durante esse período longe da produção de conteúdo, Thalita recebia mui- tas mensagens na fan page do canal, com diversos pedidos para sua volta. Isso a mo- tivou a retornar com tudo agora em 2015. O canal Diário Dum Designer deu lugar ao canal Amarelo Criativo, que também con- ta com um blog e uma fanpage, e virou a marca de Thalita. Pautas mais maduras, as- suntos mais relacionados à área do Design, entrevistas com profissionais, cobertura de eventos, entre outros, fizeram em pouco tempo de retorno o canal bombar, se tor- nando hoje uma das principais referências sobre o assunto no YouTube. As brincadeiras, desabafos e (in)diretas para os clientes con- tinuam em pauta, mas o objetivo principal agora é informar e mostrar os pontos positi- vos da profissão de Designer Gráfico. Thalita vê o canal tomando cada vez mais forma, e em apenas seis meses de re- torno ela conseguiu criar uma rotina e cons- tância na produção de vídeos, formou uma equipe e também conquistou importantes parcerias. O trabalho nas pautas é intenso e, segundo ela, o canal ainda não dá o sustentonecessário, e conciliar seu trabalho particular com o projeto do canal é uma das maiores dificuldades. “Dá muito, muito trabalho. Mas eu amo fazer isso e quero que o canal ajude o máximo de pessoas possíveis”, diz ela. A volta e a criação do Amarelo Criativo Os próximos passos Quando questionada sobre seus pla- nos futuros para o canal, Thalita diz: “Me pergunto isso todo dia, de como podemos sempre manter um conteúdo relevante pro pessoal e passar isso da maneira mais agradável possível. Estamos entrando na terceira temporada agora e vamos mudar Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 12 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 um pouco a forma de comunicar, teremos review de alguns produtos da área, para mostrar pro pessoal como cada produto funciona, temos projetos com grafiteiros, artistas, designers pra poder espalhar um pouco de cor pela cidade. Entrevistados super conceituados pra dar um monte de conselho pra gente. Confesso que o melhor de trabalhar com isso é que eu aprendo coisa nova todo dia e fico mega feliz. E tem mais um pouco de novidade que eu não vou contar porque é spoiler hahahahaha”. O negócio é ficar ligado no canal e aguardar o que vem por aí. O diário de uma designer Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 13 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 14 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 DESIGN Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 15 | Designer de Produto com especialização em Design de Interiores na Scuola Lorenzo de Médici(Florença), consultora de diversas empresas do setor móveis/decoração e pro- jetos para organizações públicas e privadas. Trabalhou em empresas como Arrendamen- to, Vogue e Forma Design, fundou seu pró- prio escritório, o Studesign Projetos, espe- cializado no Desenvolvimento de produtos e gestão do Design para indústria moveleira. É tambem Sócia-diretora do portal TrendMo- vel, site dedicado à pesquisa de tendências para a indústria moveleira. Nesta edição convidamos a designer Sil- via Grilli a falar um pouco sobre seu trabalho com o portal TrendMovel, e discutir sobre o design brasileiro, a área moveleira e tecnolo- gias e é claro sua visão sobre as tendências. Para abrir a entrevista, queremos saber um pouco mais sobre o portal TrendMovel, como surgiu e o porquê. “TrendMóvel surgiu da minha percepção sobre a falta de informação qualificada nos meios de comunicação do setor moveleiro. Ge- ralmente as matérias sobre design e produção de móveis são escritas por jornalistas com pou- Silvia Grilli Entrevista com Uma conversa sobre o design brasileiro e o conceito de tendências. Texto: Mayara Wal | Fotos: Cortesia TrendMovel Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 16 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Entrevista com Silvia Grilli co ou nenhum conhecimento técnico. Os veícu- los de design de interiores tendem a falar para um público leigo, portanto a informação pode ser superficial, mas quando esses conteúdos chegam às revistas dedicadas a quem produz móveis, então temos um problema. Além disso os jornalistas escrevem suas matérias a partir do material das assessorias de imprensa, mui- tas vezes com um viés marqueteiro. Trabalhando há 30 anos na criação e de- senvolvimento de móveis, numa certa altura da carreira comecei a prestar consultorias em análise de mercado e pesquisa de tendências. Então em 2011 decidir iniciar o portal Trend- Móvel para compartilhar conteúdos incríveis que recebo do mundo todo, em matérias es- critas por especialistas como eu. O objetivo do TrendMóvel é auxiliar empresários e de- signers na tomada de decisões estratégicas para seu negócio a partir dos conteúdos pu- blicados, promovendo a cultura da inovação na indústria e no varejo brasileiro de móveis.” Aproveitando o assunto de tendências, queremos saber qual a importância delas e a forma de utilização na produção industrial. Coleção Duo - rack e buffet em compensado de freijó tingido em 2 tons. O diferencial inédito no mercado é a aplicação de peças removíveis cerâmica nas portas e frentes de gaveta. Este recurso permite customização dos produtos. Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 17 | “Por mais absurdo que possa parecer eu não acredito nas tendências. Pelo menos não nesse tipo de “tendência” que se prega nas revistas de moda e design. Desde o início do portal TrendMóvel nossa equipe se esforça em distinguir o que é ‘tendência estratégica’ e ‘tendência de senso comum’. Eu sempre digo: o que está na capa das revistas de design e nas feiras de móveis ao redor do mundo não é uma tendência, é o produto final, executado. Tendência é, na verdade, informação estraté- gica para desenvolvimento de produtos.” 2016 batendo na porta, e para matar a curiosidade sobre o assunto, queremos sa- ber quais as tendências em voga. “O lançamento do Anuário de Tendências 2016, produzido pela revista Casa Claudia, é um daqueles momentos de reflexão sobre os rumos do design. De acordo com o diretor de redação da revista, Alexandre Ferreira, no percurso desta pesquisa ficou clara “a preocupação de arquite- tos e designers com o engajamento pelo uso da tecnologia em benefício da qualidade de vida e da preservação do meio ambiente”. O conteúdo do Anuário de Tendências 2016 revela projetos de arquitetura surpreendentes baseados em novos conceitos de morar, ora destacando as novas maravilhas tecnológicas, ora refletindo nossa ne- cessidade de aproximação com a natureza.” Sobre o setor moveleiro, ficamos curio- sos para saber da Silvia Grilli sobre a apli- cação das impressoras 3D. Será possível as pessoas estarem de fato imprimindo seus próprios bens de consumo? “As impressoras 3D são o presente. No cam- po da moda, por exemplo, muitos designers já utilizam este recurso como meio de produção, em séries pequenas. Se os fabricantes derruba- rem os preços dessas impressoras (como deve acontecer), todos teremos uma em casa para imprimir produtos. Mas será que vale a pena? Afinal os desenhos/arquivos deverão ser produ- zidos por designers preparados e a tendência é que busquemos arquivos abertos na internet para imprimir commodities... No mercado moveleiro a coisa é um pou- co mais complicada se você pensar em volu- me, mas como acessório do móvel, o objeto Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 18 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 impresso em 3D pode ser uma alternativa interessante, pois dispensaria o investimento em moldes, permitindo a oferta de inúmeras opções de customização aos consumidores.” Queremos saber sobre um dos novos lan- çamentos da designer, o livro “Signos da Bra- silidade no Design de Móveis”e a pergunta foi, como podemos definir o design brasileiro? “Como disse no prefácio do meu recém lan- çado livro ‘Signos da Brasilidade no Design de Móveis (Ed. Senai): O tema Brasilidade, tão antigo quanto a nossa Nação, vem ganhando uma importância jamais vista devido à necessidade de definir- mos uma identidade para o design brasileiro. Por outro lado, o design brasilis é tão comple- xo quanto a definição de brasilidade. Por que é tão difícil imprimir nossa essência em produtos? Provavelmente porque não somos feitos de uma única essência, mas de várias. Como num per-Carrinho de chá Multi - fabricado em cedro maciço envernizado/pintado com aplicação de couro na bandeja superior. Recebeu prêmio IBAMA no ano 2000 por utilização de madeira certificada e voltou a ser fabricado em 2012. Entrevista com Silvia Grilli Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 19 | fume que reúne notas variadas, o design brasi- leiro conta com um vasto arsenal de elementos culturais prontos para serem combinados.” Finalizando, é claro que pedimos uma dica!Sobre o mercado para o ano que vem, como os profissionais podem aproveitar essa fase de “crise”? “A crise é sempre uma oportunidade de crescimento. Para nós designers é hora de procurar as empresas que consomem nossos serviços e mostrar como o design pode ser um diferencial competitivo nestes tempos de corrida por preços baixos. Para a indústria, é hora de buscar designers preparados para coordenar equipes multidisciplinares a fim de traduzir os desejos da clientela em produtos com valor perceptível.” Silvia Grilli, foi um grande prazer poder trocar algumas ideias contigo, muito obriga- da pela sua atenção. Fiquem ligados no Portal TrendMovel e acompanhem a designer Silvia Grilli. Mesa e BancoTC - fabricados com painel de Teca maciça. Ambos apresenta um nicho para colocação de vasos e cachepôs. Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 20 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 DESIGN Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 21 | A vida às vezes parece um jogo, não é verdade? Cheia de regras e questões físicas e comportamentais que nos desafiam conti- nuamente. Quando se vive numa metrópole como o Rio de Janeiro então, onde somam- -se aos problemas do cotidiano o caos so- cial que a cidade vive há décadas, estas re- gras parecem muito mais rígidas. Talvez esta tenha sido a mesma percep- ção do Designer, professor e mestre Fabio Lopez. Carioca e acostumado com o cotidia- no da cidade, Fabio costuma se inspirar nos eventos do dia a dia para desenvolver seus projetos, e num certo momento, inconfor- mado com a situação cada vez mais caóti- ca da segurança pública da cidade maravi- lhosa, decidiu criar dois projetos polêmicos: War in Rio e Bando Imobiliário. Trata-se de dois projetos de ID visual para jogos de tabuleiro, inspirados em dois famosos jogos desse gênero, que fez a ca- beça de muita gente: War, da Grow, e Banco Imobiliário (Monopoly), da Estrela. “War sempre foi meu jogo de tabuleiro preferido, desde criança{...}. A ideia de criar uma paródia com o jogo passada na cidade do Rio de Janeiro era antiga, mas não me lembro agora precisamente quando ou que fagulha me fez concebê-la - provavelmente algum episódio mais chocante do cotidia- O design cidadão e irreverente de Fabio Lopez Conquistar favelas inimigas, acabar com a facção rival ou comprar serviço de moto-táxi com arregos. Já pen- sou se o submundo do Rio de Janeiro fosse um jogo? Texto: Eliezer Santos | Fotos: Cortesia Fabio Lopez Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 22 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 O design cidadão e irreverente de Fabio Lopez Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 23 | no de violência da cidade, ou a frequência com que estes episódios aconteciam. No meio do meu mestrado, sufocado pelos ex- cessos teóricos da pesquisa, resolvi tirar a ideia da gaveta, pegando carona nas polê- micas oriundas do filme ‘Tropa de Elite’. Foi o timing certo, acompanhado por uma exe- cução refinada e um bom texto.”- disse ele. Ao desenvolver o War in Rio, Fabio usou e abusou de um humor ácido e sarcástico para adaptar todas as características do jogo original para a realidade carioca. Como se bem sabe, no War, o tabuleiro é um mapa- -múndi, onde cada continente possui uma cor, bem como cada exército tem suas cores específicas. Fabio buscou referências nos mapas online da cidade para compor o ta- buleiro do War in Rio, dividindo a cidade em seis áreas distintas, cada uma com uma cor específica: Zonas Sul, Norte, Oeste, Central, Baixada Fluminense e Avenida Brasil. Os “objetivos” do jogo seriam semelhan- tes ao do jogo original, que consiste na to- mada de territórios e destruição de exércitos inimigos. No caso aqui, conquista de favelas e destruição de facções inimigas. Os “exérci- tos” também merecem uma atenção à parte: os jogadores teriam à sua escolha o Bope, Comando Vermelho, Terceiro Comando, Po- lícia Militar, Amigos dos Amigos e Milícia, ambos brigando entre si por territórios. Dife- rente da vida real? Mas Fabio não parou por aí. O projeto fi- cou tão legal que ele decidiu ir além, e criou o Bando imobiliário: “Aconteceu de forma muito natural como sequência do projeto ‘War in Rio’, no mesmo momento em que a saga ‘Tropa de Elite’ também me alimentou - ou perturbou - com sua sequência, abor- dando o problema das milícias.” Mais uma vez, ele conseguiu trazer a realidade carioca para as características do consagrado jogo de forma brilhante e ir- reverente. Como o próprio site do projeto define, trata-se de um “passatempo fora da lei”, onde o jogador percorre o tabuleiro con- quistando imóveis ou serviços. Nesse caso, “desserviços” prestados pelas “empresas” milicianas, tais como gatonet, venda de gás, moto táxi, caça níqueis, etc. Mas o que mais chama a atenção nes- se jogo é a moeda corrente: o que move o jogo aqui (e na vida real, nesse mesmo contexto) são os “Arrêgos”, ou seja, a versão de moeda corrente inspirada nas cédulas do jogo original. Mas se você gostou da ideia e já esta- va se animando pra saber se o jogo está à venda e aonde poderia compra-lo, sinto dizer que essa nunca foi a ideia de aplica- ção do projeto de Fabio. Segundo ele, “Am- bos os projetos foram forjados para serem plataformas de discussão e não produtos comerciais {...}. O design gráfico é uma profissão que municia seus praticantes à construção de imagens e narrativas. Não está escrito em nenhum lugar que estas imagens e narrativas devem servir apenas a finalidades práticas ou comerciais (na realidade, talvez isso ainda conste de al- gumas definições bastante obsoletas da profissão). O projeto foi aplicado à vida, ao mundo, e ao ambiente de discussão que o Design permite fomentar.” Quando o assunto é a segurança pública da cidade (ou a falta dela), Fabio é bem sério e sucinto em suas opiniões. Perguntei quais as políticas que, em sua opinião, poderiam ser aplicadas pelas autoridades para ofere- No caso aqui, conquis- ta de favelas e destruição de facções inimigas. Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 24 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 cer uma melhor sensação de segurança à população carioca, e ele me respondeu que “Uma falsa sensação de tranquilidade pode ser obtida pela propaganda de que os pro- blemas de violência da cidade se resolvem apenas pela segurança pública, com forte aparato militar, vigilância e controle das áre- as de risco. Isso foi o que vivenciamos no começo do projeto de instalação das UPPs, muito festejado pela imprensa privada e pelo grande capital {...}’. Mas enquanto não reduzirmos o grande fosso da desigualda- de social, viveremos numa cidade violenta, onde ações de segurança pública servem apenas para sanar os efeitos colaterais de problemas muito mais estruturaise profun- dos. Devemos começar pensando na intran- quilidade vivenciada pelas populações mais pobres, que vivem em situação de risco, e não em ‘sensação’ de risco: sem acesso aos serviços sociais básicos, educação, cultura, saneamento, etc. Comece atacando a raiz do problema se pretende resolvê-lo de fato, e não suas consequências finais.” Segundo ele, a falta de políticas públicas eficazes é o grande problema enfrentado pela população, pois “Não existe pensamen- to holístico, sistêmico e cíclico na adminis- tração pública: tudo é pontual, fragmentado e aplicado sem continuidade. Não existe projeto, apenas execução orçamentária, grá- ficos e balancetes.” - diz. “É um problema de design, no sentido mais amplo da palavra: não na concepção de um produto ou solução, mas na for- mulação de enunciados mais complexos e num esforço propositivo inteligente, de desconstrução de paradigmas, inovação O design cidadão e irreverente de Fabio Lopez Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 25 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 26 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 na administração pública e ousadia nas ações. O maior problema é o próprio go- verno, e seus quadros sem capacitação técnica para fornecer respostas adequa- das à complexidade do mundo em que vi- vemos.” Complementa. Fabio, além de desenvolver estes proje- tos pessoais, também trabalhou em gran- des projetos para agências de Design.” Ele integrou, por exemplo, a equipe que de- senvolveu o emblema dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Além disso, há um outro projeto pessoal dele também muito interessante, dessa vez, com uma aborda- gem mais light, mas também a serviço da cidade: é o MiniRio: “O projeto mini Rio constitui uma extensa coleção de pictogramas e ilustrações cria- das com o objetivo de homenagear e apre- sentar visualmente o patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro. O trabalho é uma iniciativa indepen- dente, levou cerca de 17 meses para ficar pronto e foi uma excelente oportunidade para pesquisar novas histórias e ferramen- tas profissionais.” São 100 miniaturas, das mais diver- sas, e todas com a cara da cidade. Vale a pena conferir! Se você curtiu as ideias do Fabio atra- vés da matéria e quer conhecer o trabalho dele mais a fundo, seguem abaixo os links dos projetos mencionados, assim como o flicker e o Behance dele, onde você pode acompanhar mais de perto seus outros trabalhos. No mais, é esperar o início dos Jogos do Rio para curtir um pouco mais desse cara genial. Não só nós vamos curtir, mas o mundo inteiro! Bem, não sei se agora você concorda comigo quanto a vida parecer ser um “jogo”, mas a do Fabio, com certeza é! O design cidadão e irreverente de Fabio Lopez Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 27 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 28 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 DESIGN Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 29 | Projetos visuais, sejam artísticos ou de design, possuem diversos elementos e pro- priedades em suas composições. O que o livro “Gramática visual” faz é apresentar um compilado de praticamente todos os termos que podem ser usados para descrever cada elemento desses projetos. A intenção não é ditar regras, mas sim reunir vários conceitos que, de uma forma ou de outra, já estão definidos e organizá- -los de forma simples e de fácil entendi- mento, seja para os que estão entrando nes- se mundo ou que já possuem experiência. Christian Leborg é um designer e con- sultor de branding norueguês, especializado em construir estratégias e identidades de marcas. Possui grande experiência na área de comunicação visual. Atualmente leciona na Westerdals School of Communication em Oslo, na Noruega, além de ser editor da De- sign a Company, onde fala sobre empreen- dedorismo voltado para marca. A versão original do livro, escrita em norueguês, foi publicada em2004 e possui alguns trechos mais antigos copiados e/ou adaptados de outros lugares. Mas a menos Gramática visual Resenha: O guia definitivo da linguagem visual Texto: Lucas Fernandes | Imagens: Cortesia GG Brasil Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 30 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Resenha: Gramática Visual Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 31 | Dados Técnicosque as definições de ponto, linha, cor, tex- tura, rotação e equilíbrio tenham mudado, todo o conteúdo continua 100% atemporal. O livro é dividido em quatro capítulos: Abstrato, Concreto, Atividades e Relações. Em cada um vemos vários itens – todos acompanhados de exemplos imagéticos – e suas respectivas definições, como ponto, li- nha, distribuição visual, tamanho, cor, repeti- ção, rotação, equilíbrio, espaço, angulação e diversos outros. Embora alguns desses termos pareçam óbvios, é importante ressaltar que até então não havia de forma tão técnica (mas ainda as- sim prática), organizada e sintetizada, um ma- terial que reunisse todas essas informações e as dispusesse de forma coesa e unitária. Esse livro não é apenas um guia, mas pra- ticamente um tratado da linguagem que pode- mos (e devemos, talvez) utilizar para melhor ex- pressar e entender todos os conceitos listados. Gramática visual Christian Leborg publicado por Editora Gustavo Gili 18 x 21,5 Cm 96 páginas ISBN: 9788584520077 Capa: Brochura 2015 Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 32 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 ARQUITETURA Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 33 | material da vez, matéria prima do futuro Corian: Além de ser tendência mundial, é o desejo de muitos arquitetos e designers. Texto: Danielli Wal | Fotos: Cortesia Avitá Design Mas o que é Corian? É um material sintético composto por re- sina e minerais naturais. Sua plasticidade e funcionalidade sem concorrência permitem possibilidades diversas de expressão estéti- ca e pode substituir materiais como granito, aço inox, madeira, dentre outros. Foi lançado na década de 60 pela Dupont e hoje é expoente no Design brasileiro, já ga- rantiu prêmios importantes devido à excep- cional maleabilidade e plasticidade. Alem dis- so, segue o certificado LEED, pois permite a renovação e o reaproveitamento do material. Sua maleabilidade permite curvaturas e emendas invisíveis, sua versatilidade permite a modelagem em extensões de superfícies onduladas e o torna um dos expoentes do marketing sensorial. A temperatura amena de suas faces transmite sensação aveludada e de conforto, muito agradável ao toque. O material é destaque internacional em projetos de visual merchandising, como a fachada arrojada da Sportalm Fashion Store Vienna, a loja conceito Issey Miyake em Pa- ris, que utiliza o Corian translúcido na vitri- ne, os biombos texturizados da Louis Vuitton Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 34 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Corian: material da vez, matéria prima do futuro Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 35 | Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com| 36 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Paris, o design de interior da Chantal Tho- mass Paris e a Melissa Flaship de Soho NYC, com displays modernos. A matéria prima do futuro é destaque também no Brasil. Arquitetos renomados como MW Arquitetura, Márcio Kogan, Dé- bora Aguiar, Patrícia Anastassiadis, entre ou- tros, já sabem do potencial do material e o utilizam em alguns de seus projetos. A arquiteta Moema Wertheimer acredita que o Corian é um dos materiais mais atra- entes para realizar projetos complexos, e que a excelente performance, garantia de manu- tenção e higienização são vantagens perfeitas para resultados de design arrojados. Ela diz ainda que temos, no nosso país, muito espaço para o Corian, mas que falta conhecimento e divulgação entre os profissionais da área. A Avitá Design é uma das principais pro- cessadoras do material no Brasil e possui a maior certificação da Dupont. Ela assegura produção de alta qualidade. Fernando Co- tait, diretor da empresa, diz que técnicas especiais, materiais e maquinário especiali- zado são itens essenciais para produção de qualidade, e que poucas empresas conse- guem atender as exigências de qualidade e prazos do varejo. Temos exemplos de trabalhos no Brasil com o material que está roubando a cena. O projeto da fachada da Loja Le Lis Blanc, no shopping Cidade São Paulo, é um deles. Neste projeto de design moderno e de alta performance foi utilizado o Corian translúcido combinado com a Iluminação. A Avitá Design foi a empresa escolhida para executar o projeto, Fernando Cotait disse acreditar que o Corian admite acaba- Corian: material da vez, matéria prima do futuro Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 37 | mento perfeito e de luxo, e que a qualida- de que a marca transmite deve ser refleti- da na fachada. A primeira loja da marca dinamarque- sa Pandora, no Brasil, segue o conceito visionário existente nas franquias espa- lhadas mundo a fora. O conceito de fitas entrelaçadas que “embalam” a loja como um presente só foi possível pela exclu- siva modelagem do Corian, que brincou com faces foscas e lisas e passa a idéia de tridimensionalidade de uma caixa de presente. A Avitá Design possibilitou a ideia das fitas entrelaçadas do projeto di- namarquês e o executou com excelência no shopping Morumbi. O retrofit do centro cultural FIESP prova que o visual merchandising pode ir além do varejo. O ousado design geométrico de MW Moema Wertheimar utilizou o Corian desde a recepção até a biblioteca. Além de elegante e higiênico, a matéria prima do Corian garante durabilidade de dez anos e sua alta resistência demanda baixo custo de manutenção. A Avitá Design detém todo o conhecimento técnico e oferece so- luções criativas junto à equipe de arquitetos e especialistas que viabilizam diferentes ti- pos de projetos. Se ainda estiver curioso sobre este mate- rial acesse o site da Avitá Design e inspire-se! O retrofit do centro cul- tural FIESP prova que o vi- sual merchandising pode ir além do varejo. O ousado design geométrico de MW Moema Wertheimar utili- zou o Corian desde a recep- ção até a biblioteca. Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 38 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 ARTE Im ag e m d e v itr in e : D o u g la s S ilv a Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 39 | Sywork, uma rede social de ilustradores Uma plataforma de multifuncionalidades em favor de profissionais e curiosos que buscam expandir seus conhecimentos. Texto: Eduardo Madeiro | Imagens: Cortesia Sywork Uma nova ferramenta em favor do aprendizado virtual. Nascido das ideias de dois amigos brasileiros: Marcelo Eche- verria e Felipe Mechailech, a Sywork, um termo que vem da abreviação “Show Your Work”, surgiu com uma proposta de ser uma plataforma grátis de troca de in- formações entre designs, ilustradores e curiosos, que buscam o conhecimento e a troca de experiências. Com uma inter- face fácil de manusear, o primeiro conta- to se torna agradável, pois o site tem uma aparência visual bem simples e limpa, sem publicidade de grande aparência. A princípio, mesmo não sendo a propos- ta principal do site, o mesmo apresenta uma característica que estimula o aprendizado de crianças e adolescentes, que em sua maioria não sabem e nem possuem informa- ções necessárias de qual carreira profissio- nal seguir. Através da Sywork aqueles que necessitam de uma orientação acharão in- formações sobre que direcionamento seguir. Essa ferramenta de compartilhar trocas de experiências pode ser um divisor de águas na carreira de algumas pessoas. Perguntamos a um dos criadores, Mar- celo Mechailech, se quando eles desenvol Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 40 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 veram o site tinham essa noção educa- cional que o site poderia oferecer, e ele nos respondeu: “Sim, pensamos a respeito da parte educacional. Na verdade, ainda esta- mos descobrindo qual é a principal função da Sywork. Por um lado é um entretenimen- to, pois é muito interessante ver artistas ta- lentosos trabalhando ao vivo. Por outro, é educacional, pois você pode aprender téc- nicas e principalmente o processo desses artistas. E ainda tem outra face da Sywork, que é a interatividade e as conexões pes- soais. Os artistas geralmente trabalham so- zinhos, porém, quando estão fazendo uma transmissão ao vivo eles tem companhia e podem interagir diretamente com os seus seguidores e amigos.”. O site se mostra com potencial além do entretenimento. Para conferir os víde- os, o usuário só precisar acessar o site. Ele também pode se cadastrar gratuitamente para se inscrever nos canais, assim, caso algum artista se encontre online, o usuário será notificado. Dentro dos canais, é possí- vel assistir os vídeos antigos. O ponto forte do Sywork fica por conta dessa interface de armazenamento dos trabalhos, que se pode partir de um processo inicial, de um trabalho de esboço ou até a elaboração final de uma arte, uma espécie de “YouTube” do Design voltada para as artes e suas derivações, a opção de participar ao vivo pelo chat, faz a experiência de ideias, uma troca de inspira- ções criativas. Felipe Mechailech e Marcelo Echeverria Sywork, uma rede social de ilustradores Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 41 | O papel educacional se faz presente, lembrando que: “nós só aprendemos o que temos interesse”. O site demonstra que o au- toaprendizado está cada vez mais presente em nossas vidas fragmentadas, ou melhor, no bombardeio de informações que recebe- mos diariamente. A busca de conhecimento educativo é transferida de forma bem natu- ral, quase que espontânea. Prova de que essa plataforma veio para ficar, são seus resultados em núme- ros de acessos, onde a maioria dos usu- ários é norte-americana. E nós brasileiros, já ocupamos o segundo lugar. A caracte- rística multifuncional de educar e ser in- terativa ao mesmo tempo faz com que artistas anônimos explorem o máximo de sua capacidade criadora na forma de troca de críticas, em sua maioria construtivas, contribuindo para o pontapé inicial na vida de quem busca ir além dos seus conheci- mentos individuais. Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com| 42 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 ARTE Im ag e m d e v itr in e : G ilb e rt o F e rr e ira Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 43 | “Antes que eles deixem de existir” Texto: André Reis | Fotos: Jimmy Nelson / teNeues Ir muito além de um simples “click” e conseguir transpor a figura na imagem es- tática foi o que o fotografo Britânico Jimmy Nelson realizou ao conviver com tribos de diferentes lugares ao redor do planeta. Uma verdadeira obra de arte, digna de estar entre as coleções dos grandes mestres retratis- tas. Essa maravilha de 424 páginas 30x38cm está em três línguas: Francês, Alemão e In- glês. É praticamente um portal, onde você pode se transportar para diversas regiões do globo terrestre e conviver com pessoas incríveis, de culturas e costumes totalmente diferentes do seu. Jimmy Nelson iniciou sua carreira aos 20 anos de idade após voltar de uma viagem do Tibete, ele levou uma pequena câmera e registrou fotos incríveis que ganharam no- toriedade. O curioso dessa viagem é o mo- tivo pelo qual ela aconteceu. Quando tinha 16 anos contraiu malária na África, durante uma visita aos seus pais. Devido a uma re- ação alérgica ao medicamento ficou com- pletamente careca. Muito transtornado com Before They Pass Away Resenha: Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 44 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Resenha: Before They Pass Away Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 45 | sua aparência, assim que terminou o colé- gio, com 18 anos, resolveu ir a um país onde ele se parecesse com as pessoas locais e não fosse julgado por seu aspecto físico. Os monges o fizeram se sentir tão a vontade que ficou por lá cerca de um ano. Em 2009, Nelson planejou visitar 31 tribos isoladas e únicas. Seus sonhos eram testemu- nhar suas tradições consagradas pelo tem- po, observar seus rituais e descobrir como o mundo exterior poderia estar ameaçando a sobrevivência das tribos, a fim de tentar im- pedir que isso acontecesse. Ele queria um registro ambicioso que sobrevivesse ao tem- po. Deveria ser tão precioso ao ponto de ser insubstituível em um mundo onde tudo está desaparecendo rápido demais. Usou uma câmera grande 4x5 para fazer fotos como para um porta-retrato elegante, Como o próprio titulo já diz Before They Pass Away ou em português “Antes que eles deixem de existir” mostrando uma visão extraordinária sobre o emocional espiritual dos últimos povos indí- genas do mundo, exaltando a diversidade e criatividade cultural de cada tribo, seus ros- tos e corpos pintados, cabelos únicos, jóias e rituais além de seu idioma. Esses foram os relatos de algumas entrevistas dadas pelo Fotografo Jimmy Nelson a veículos de co- municação. Sua visão diferenciada nos pre- senteou com esse acervo incrível. Para conseguir realizar a captura dessas fotografias, ele teve que se socializar com as tribos, beber, comer e conviver até ganhar a confiança de seus habitantes, isso levou 3 anos para ser concretizado. Visitou monta- nhas, lagos, desertos, florestas e etc. Ele detalha a origem, tradições, crenças, cotidiano e dieta de seus anfitriões, além de algumas curiosidades de bastidores, seus imprevistos e superações para terminar o projeto. Histórias fantásticas que nos emo- cionam e outras para dar muitas gargalha- das, mostram que mesmo sem saber falar a língua desses povos, mas muitas vezes, apenas com a comunicação corporal, um Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 46 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 belo sorriso bastou para conseguir registrar essas magníficas e deslumbrantes imagens! Como o próprio titulo já diz Before They Pass Away ou em português “Antes que eles deixem de existir”. Sua missão foi encontrar a essência do ser humano, de como ele vive desde os primórdios. Para isso ele visitou 15 países e fotografou 29 tribos. Cada tribo tinha costu- mes culturais únicos, e mantinham os seus valores passados dos seus ancestrais, res- peitando seu deus, família e a natureza. A perfeita harmonia um com o outro, assim como descrito que era no Éden. Essa rela- ção de respeito fora preservada durante milhares de gerações, mas pode acabar a qualquer momento. Registrar essas tribos que mantém seus costumes e captar a pureza humana, antes que se perca, foi o que levou Jimmy Nelson a realizar esse belíssimo trabalho, não dei- xem de conferir. Resenha: Before They Pass Away Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 | 47 | Dados Técnicos Before They Pass Away Jimmy Nelson publicado por teNeues 29 x 37 Cm 424 páginas ISBN: 9783832797591 Capa: Dura com sobrecapa 2014 Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com | 48 | Design Magazine Brasil #12 - Dezembro 2015 Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
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