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Aula 1 Direito Penal Oab 1ª fase

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Aula 01
Direito Penal p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas 
Professor: Renan Araujo
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Renan Araujo Ð Aula 01 
 
	 	 	 	 	
	
Prof.Renan	Araujo																www.estrategiaconcursos.com.br																				Página	1	de	35	
AULA 01: INFRA‚ÌO PENAL. APLICA‚ÌO DA LEI 
PENAL NO TEMPO E NO ESPA‚O. 
SUMçRIO 
	
1. INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................. 3 
1.1. Conceito ............................................................................................ 3 
1.2. Conceito de Crime ............................................................................. 3 
1.3. Contraven‹o Penal .......................................................................... 5 
1.4. Sujeitos da infra‹o penal ................................................................. 6 
1.4.1. Sujeito ativo ................................................................................... 6 
1.4.2. Sujeito passivo ............................................................................... 7 
2. APLICA‚ÌO DA LEI PENAL .................................................................... 7 
2.1. Aplica‹o da Lei penal no tempo ....................................................... 8 
2.1.1. Conflito de Leis penais no Tempo ................................................... 9 
2.1.1.1. Lei nova incriminadora ................................................................ 9 
2.1.1.2. Lex Gravior ............................................................................... 9 
2.1.1.3. Abolitio Criminis ......................................................................... 9 
2.1.1.4. Lex Mitior ou Novatio legis in mellius ............................................ 10 
2.1.1.5. Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu ........................ 11 
2.1.2. Tempo do crime ........................................................................... 14 
2.2. Aplica‹o da lei penal no espao ..................................................... 16 
2.2.1. Territorialidade ............................................................................ 16 
2.2.2. Extraterritorialidade ..................................................................... 18 
2.2.2.1. Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade ................................. 18 
2.2.2.2. Princ’pio do domic’lio .................................................................... 19 
2.2.2.3. Princ’pio da Defesa ou da Prote‹o ................................................. 19 
2.2.2.4. Princ’pio da Justia Universal ......................................................... 21 
2.2.2.5. Princ’pio da Representa‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o ................. 21 
2.2.3. Lugar do Crime ............................................................................. 22 
2.2.4. Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e 
hipercondicionada .................................................................................... 22 
3. RESUMO ............................................................................................. 28 
4. EXERCêCIOS DA AULA ........................................................................ 32 
5. GABARITO .......................................................................................... 35 
	
 
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Renan Araujo Ð Aula 01 
 
	 	 	 	 	
	
Prof.Renan	Araujo																www.estrategiaconcursos.com.br																				Página	2	de	35	
Ol‡, meus amigos! 
 
Na aula de hoje n—s vamos estudar a infra‹o penal (conceito, 
espŽcies, sujeitos, etc.), bem como a aplica‹o da lei penal (no 
tempo e no espao). 
Sugiro que prestem bastante aten‹o nas TEORIAS a 
respeito da lei penal no tempo e no espao, e tambŽm na 
sœmula 711 do STF, pois s‹o os pontos mais importantes da 
aula. 
 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
Teoria e exerc’cios comentados 
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1.! INFRA‚ÌO PENAL 
 
1.1.! Conceito 
A infra‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. 
Mas como defini-la? 
Podemos conceituar infra‹o penal como: 
A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um bem 
jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja 
ela de reclus‹o, deten‹o, pris‹o simples ou multa. 
Assim, um dos princ’pios que podemos extrair Ž o princ’pio da 
lesividade, que diz que s— haver‡ infra‹o penal quando a pessoa 
ofender (lesar) bem jur’dico de outra pessoa. Assim, se uma pessoa 
pega um chicote e se autolesiona com mais de 100 chibatadas, a œnica 
puni‹o que ela receber‡ Ž ficar com suas costas ardendo, pois a 
conduta Ž indiferente para o Direito Penal. 
A infra‹o penal Ž o gnero do qual decorrem duas espŽcies, 
crime e contraven‹o. 
Vamos dividir, desta forma, o nosso estudo. Primeiramente vamos 
analisar o crime (conceito e elementos). Depois, vamos analisar o que 
diz a lei acerca das contraven›es penais. 
 
1.2.! Conceito de Crime 
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras 
posi›es a respeito. Vamos tratar das principais. 
O Crime pode ser entendido sob trs aspectos: Material, legal e 
anal’tico. 
Sob o aspecto material, crime Ž toda a‹o humana que lesa 
ou exp›e a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua 
relev‰ncia, merece a prote‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime 
enquanto conteœdo, ou seja, busca identificar se a conduta Ž ou n‹o 
apta a produzir uma les‹o a um bem jur’dico penalmente tutelado. 
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar 
em pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu 
sentido material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em 
sentido material, pois n‹o produz qualquer les‹o ou exposi‹o de 
les‹o a bem jur’dico de quem quer que seja. Assim, ainda que a lei 
diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡. 
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra‹o penal 
a que a lei comina pena de reclus‹o ou deten‹o. Nos termos do 
art. 1¡ da Lei de Introdu‹o ao CP: 
Art 1¼ Considera-se crime a infra‹o penal que a lei comina pena de 
reclus‹o ou de deten‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; contraven‹o, a infra‹o penal a 
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Teoria e exerc’cios comentados 
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que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou 
ambas. alternativa ou cumulativamente. 
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei 
cominar a uma conduta a pena de deten‹o ou reclus‹o, 
cumulada ou alternativamente com a pena de multa, estaremos 
diante de um crime. 
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, 
alternativa ou cumulativamente, estaremos diante de uma 
contraven‹o penal. 
Esse aspecto consagra o sistema dicot™mico adotado no Brasil, 
no qual existe um gnero, que Ž a infra‹o penal, e duas espŽcies, que 
s‹o o crime e a contraven‹o penal. Assim: 
 
 
Vejam que quando se diz Òinfra‹o penalÓ, est‡ se usando um 
termo genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma 
Òcontraven‹o penalÓ. O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime. 
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, 
que o divide em partes, de forma a estruturarseu conceito. 
Prevalece, no Brasil, a teoria tripartida do crime, que entende 
o crime como o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. H‡, contudo, muitos 
defensores da teoria bipartida (crime como fato t’pico e il’cito apenas, 
e culpabilidade como mero pressuposto de aplica‹o da pena). 
 
INFRAÇÕES
PENAIS
CRIMES
CONTRAVENÇÕES	
PENAIS
CONCEITO	DE	
CRIME
MATERIAL
FORMAL
ANALÍTICO
TEORIA
BIPARTIDA
TEORIA
TRIPARTIDA
ADOTADA	PELO	
CP
TEORIA
QUADRIPARTIDA
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Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que 
vai nos fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos 
do crime (Fato t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema 
para nossa pr—xima aula apenas! 
 
1.3.! Contraven‹o Penal 
As contraven›es penais s‹o infra›es penais que tutelam bens 
jur’dicos menos relevantes para a sociedade e, por isso, as penas 
previstas para as contraven›es s‹o bem mais brandas. Nos termos 
do art. 1¡ do da Lei de Introdu‹o ao C—digo Penal: 
Art 1¼ Considera-se crime a infra‹o penal que a lei comina pena de 
reclus‹o ou de deten‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; contraven‹o, a infra‹o 
penal a que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou 
de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 
 
Percebam que a Lei estabelece que se considera contraven‹o a 
infra‹o penal para a qual a lei estabelea pena de pris‹o simples ou 
multa. 
Percebam, portanto, que a Lei estabelece um n’tido patamar 
diferenciado para ambos os tipo de infra‹o penal. Trata-se de uma 
escolha pol’tica, ou seja, o legislador estabelece qual conduta ser‡ 
considerada crime e qual conduta ser‡ considerada contraven‹o, de 
acordo com sua no‹o de lesividade para a sociedade. 
Mas professor, qual Ž a diferena pr‡tica em saber se a 
conduta Ž crime ou contraven‹o? Muitas, meu caro! Vejamos: 
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES 
Admitem tentativa (art. 14, 
II). 
N‹o se admite pr‡tica de 
contraven‹o na modalidade 
tentada. Ou se pratica a 
contraven‹o consumada ou se 
trata de um indiferente penal 
Se cometido crime, tanto no 
Brasil quanto no estrangeiro, 
e vier o agente a cometer 
contraven‹o, haver‡ 
reincidncia. 
A pr‡tica de contraven‹o no 
exterior n‹o gera efeitos 
penais, inclusive para fins de 
reincidncia. S— h‡ efeitos penais 
em rela‹o ˆ contraven‹o 
praticada no Brasil! 
Tempo m‡ximo de 
cumprimento de pena: 30 
anos. 
Tempo m‡ximo de cumprimento 
de pena: 05 anos. 
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Aplicam-se as hip—teses de 
extraterritorialidade (alguns 
crimes cometidos no 
estrangeiro, em 
determinadas circunst‰ncias, 
podem ser julgados no Brasil) 
N‹o se aplicam as hip—teses 
de extraterritorialidade do 
art. 7¡ do C—digo Penal. 
 
N‹o se prendam a estas diferenas! Para o estudo desta aula o 
que importa Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos. 
Portanto, crime e contraven‹o s‹o termos relacionados ˆ 
mesma categoria (infra‹o penal), mas n‹o se confundem, 
existindo diferenas pr‡ticas entre ambos. 
 
1.4.! Sujeitos da infra‹o penal 
 
1.4.1.! Sujeito ativo 
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no 
tipo penal. Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso 
de agentes, Ž poss’vel que alguŽm seja sujeito ativo de uma 
infra‹o penal sem que realize a conduta descrita no tipo penal. 
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. 
Pedro Ž sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do 
C—digo Penal, isso n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do 
crime de homic’dio, Jo‹o, que lhe emprestou a arma e lhe encorajou a 
atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado a conduta prevista no tipo 
penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ, auxiliou 
material e moralmente Pedro a faz-lo. 
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de 
uma infra‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser 
sujeitos ativos da infra‹o penal, embora possam ser instrumentos 
para a pr‡tica de crimes. 
Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL 
DA PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa 
jur’dica seja considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS 
(h‡ cr’ticas doutrin‡rias a esta interpreta‹o). 
O que vocs precisam saber Ž que o STF e o STJ admitem a 
responsabilidade penal da pessoa jur’dica em todos os crimes 
ambientais (regulamentados pela lei 9.605/98)! 
Com rela‹o aos demais crimes, em tese, atribu’veis ˆ pessoa 
jur’dica (crimes contra o sistema financeiro, economia popular, etc.), 
como n‹o houve regulamenta‹o da responsabilidade penal da 
pessoa jur’dica, esta fica afastada, conforme entendimento do 
STF e do STJ. 
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
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A Jurisprudncia CLçSSICA do STJ e do STF Ž no sentido de 
ADMITIR a responsabilidade penal da pessoa jur’dica. Todavia, 
o STF e o STJ exigiam a puni‹o simult‰nea da pessoa f’sica causadora 
do dano, no que se convencionou chamar de TEORIA DA DUPLA 
IMPUTA‚ÌO. Apesar de esta ser a jurisprudncia cl‡ssica, mais 
recentemente o STF e o STJ DISPENSARAM o requisito da dupla 
imputa‹o. Ou seja, atualmente n‹o mais se exige a chamada 
Òdupla imputa‹oÓ. 
Em regra, a Lei Penal Ž aplic‡vel a todas as pessoas 
indistintamente. Entretanto, em rela‹o a algumas pessoas, 
existem disposi›es especiais. S‹o as chamadas imunidades 
diplom‡ticas (diplom‡ticas e de chefes de governos estrangeiros) e 
parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo). 
 
1.4.2.! Sujeito passivo 
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa 
causada pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies: 
1)!Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele 
pertence o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles 
que cometem crimes. Todo crime possui o Estado como sujeito 
passivo mediato, pois todo crime Ž uma ofensa ao Estado, ˆ 
ordem estatu’da; 
2)!Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem 
jur’dico efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que 
sofre a les‹o no crime de les‹o corporal (art. 129 do CP), o 
dono do carro roubado no crime de roubo (art. 157 do CP), etc. 
 
CUIDADO! O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo 
imediato ou material, nos crimes em que for o titular do bem jur’dico 
especificamente violado, como nos crimes contra a administra‹o 
pœblica, por exemplo. 
As pessoas jur’dicas tambŽm podem ser sujeitos passivos de 
crimes. J‡ os mortos e os animais n‹o podem ser sujeitos 
passivos de crimes pois n‹o s‹o sujeitos de direito. Mas, e o 
crime de vilipndio a cad‡ver e os crimes contra a fauna? Nesse 
caso, n‹o s‹o os mortos e os animais os sujeitos passivos e sim, no 
primeiro caso, a fam’lia do morto, e no segundo caso, toda a 
coletividade, pelo desequil’brio ambiental. 
NINGUƒM PODE COMETER CRIME CONTRA SI MESMO! Ou 
seja, ninguŽm pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito 
passivo imediato de um crime (Parte da Doutrina entende que isso Ž 
poss’vel no crime de rixa, mas isso n‹o Ž posi‹o un‰nime). 
 
2.! APLICA‚ÌO DA LEI PENAL 
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2.1.! Aplica‹o da Lei penal no tempo 
A Lei Penal, como toda e qualquer lei, entra no mundo jur’dico em 
um determinado momento e vigora atŽ sua revoga‹o, regulando 
todos os fatos praticados nesse ’nterim. Entretanto, nem sempre as 
coisas s‹o t‹o simples, surgindo situa›es verdadeiramente 
excepcionais e complexas. 
 ƒ certo, meus caros, que as leis se sucedem no tempo, pois Ž da 
natureza humana a mudana de pensamento. Assim, o que hoje Ž 
considerado crime, amanh‹ pode n‹o o ser, e vice-versa. ƒ claro, 
tambŽm, que quando uma lei revoga a outra, a lei revogadora deve 
abordar a matŽria de forma, ao menos um pouco, diferente do modo 
como tratava a lei revogada, caso contr‡rio, seria uma lei 
absolutamente inœtil. A esse fen™meno damos o nome de Princ’pio da 
continuidade das leis. 
A revoga‹o, por sua vez, Ž o fen™meno que compreende a 
substitui‹o de uma norma jur’dica por outra. Essa substitui‹o pode 
ser total ou parcial. No primeiro caso, temos o que se chama de ab-
roga‹o, e no segundo caso, derroga‹o. Pode ser, ainda, expressa 
ou t‡cita. 
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vigncia atŽ sua 
revoga‹o. 
CUIDADO! No per’odo de vacatio legis (Per’odo entre a publica‹o 
da Lei e sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda 
n‹o vigora! Ou seja, ela ainda n‹o produz efeitos! 
Em termos gr‡ficos: 
Publica‹o Entrada em vigor Revoga‹o 
 
 
 
 
|----------|-------------------------------------------------------| 
 
 Vacatio Legis PRODU‚ÌO DE EFEITOS 
 
Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, 
somente produz efeitos durante o seu per’odo de vigncia. ƒ o que se 
chama de princ’pio da atividade da lei. 
Em alguns casos, porŽm, a lei penal pode produzir efeitos e atingir 
fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor e, atŽ mesmo, continuar 
produzindo efeitos mesmo ap—s sua revoga‹o. Vamos analis‡-los 
individualmente. 
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
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2.1.1.! Conflito de Leis penais no Tempo 
 Ocorrendo a revoga‹o de uma lei penal por outra, algumas 
situa›es ir‹o ocorrer, e as consequncias de cada uma delas 
depender‹o da natureza da norma revogadora. 
 
2.1.1.1.! Lei nova incriminadora 
Nesse caso, a lei nova atribui car‡ter criminoso ao fato. Ou seja, 
atŽ ent‹o, o fato n‹o era crime. Nesse caso, a solu‹o Ž bastante 
simples: A lei nova produzir‡ efeitos a partir de sua entrada em 
vigor, como toda e qualquer lei, seguindo a regra geral da atividade 
da lei. 
 
2.1.1.2.! Lex Gravior1 
Aqui, a lei posterior n‹o inova no que se refere ˆ natureza 
criminosa do fato, pois a lei anterior j‡ estabelecia que o fato era 
considerado criminoso. No entanto, a lei nova estabelece uma 
situa‹o mais gravosa ao rŽu. 
EXEMPLO: O crime de homic’dio simples (art. 121 do CP) possui 
pena m’nima de 06 e pena m‡xima de 20 anos. Imaginemos que 
entrasse em vigor uma lei que estabelecesse que a pena para o crime 
de homic’dio seria de 10 a 30 anos. Nesse caso, a lei nova, embora 
n‹o inove no que tange ˆ criminaliza‹o do homic’dio, traz uma 
situa‹o mais gravosa para o fato. Assim, produzir‡ efeitos 
somente a partir de sua vigncia, n‹o alcanando fatos pretŽritos 
 
Frise-se que a lei nova ser‡ considerada mais gravosa ainda que 
n‹o aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga 
qualquer preju’zo ao rŽu2, como forma de cumprimento da pena, 
redu‹o ou elimina‹o de benef’cios, etc. 
 
2.1.1.3.! Abolitio Criminis 
A abolitio criminis ocorre quando uma lei penal incriminadora 
vem a ser revogada por outra, que prev que o fato deixa de ser 
considerado crime. 
EXEMPLO: Suponhamos que a Lei ÒAÓ preveja que Ž crime dirigir 
ve’culo automotor sob a influncia de ‡lcool. Vindo a Lei ÒBÓ a 
determinar que dirigir ve’culo automotor sob a influncia de ‡lcool 
n‹o Ž crime, ocorreu o fen™meno da abolitio criminis. 
																																																													
1 TambŽm chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa. 
2 BITENCOURT, Op. cit., p. 208 
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Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato 
crime, ela produzir‡ efeitos retroativos, alcanado os fatos 
praticados mesmo antes de sua vigncia, em homenagem ao art. 
5, XL da Constitui‹o Federal e ao art. 2¡ do C—digo Penal3. 
ƒ claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado 
fato como crime, ela est‡ beneficiando aquele praticou o fato e que, 
porventura, esteja respondendo criminalmente por ele, ou atŽ mesmo, 
cumprindo pena em decorrncia da condena‹o pelo fato. 
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei 
Penal, que passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos 
anteriormente ˆ sua vigncia. 
CUIDADO! N‹o confundam abolitio criminis com 
continuidade t’pico-normativa. Em alguns casos, embora a lei nova 
revogue um determinado artigo que previa um tipo penal, ela 
simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo penal.4 Neste caso 
n‹o h‡ abolitio criminis, pois a conduta continua sendo considerada crime, 
ainda que por outro tipo penal.5 
 
2.1.1.4.! Lex Mitior ou Novatio legis in mellius 
A Lex mitior, ou novatio legis in mellius, ocorre quando uma lei 
posterior revoga a anterior trazendo uma situa‹o mais 
benŽfica ao rŽu. Nesse caso, em homenagem ao art. 5, XL da 
Constitui‹o, j‡ transcrito, a lei nova retroage para alcanar os fatos 
																																																													
3 Art. 5¼ (...) 
XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu; [...] 
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execu‹o e os efeitos penais da sentena condenat—ria. 
4 A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. 
Entretanto, ao mesmo tempo, ampliou a descri‹o do tipo penal do estupro para abranger 
tambŽm a pr‡tica de atos libidinosos diversos da conjun‹o carnal, que era a descri‹o do tipo 
penal de atentado violento ao pudor. Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, n‹o foi descriminalizar 
o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo contorno jur’dico, passando agora o fato a 
ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto a mesma pena 
anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n‹o houve abolitio criminis, 
pois o fato n‹o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal. 
5 TambŽm n‹o h‡ abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que 
criminaliza um determinado fato, mas que mesmo assim, est‡ enquadrado como 
crime numa norma geral. Explico: 
Imagine que a Lei ÒAÓ preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena 
de 4 a 12 anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei ÒBÓ, que revoga expressa e totalmente 
a Lei ÒAÓ. Pode-se dizer que o roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? 
Claro que n‹o, pois a conduta, o fato, est‡ previsto no art. 157 do C—digo Penal (crime de 
roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial que previa pena diferenciada para este 
fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no C—digo Penal. Pode-se dizer, no 
entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que Ž a supervenincia de lei mais 
benŽfica.DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
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ocorridos anteriormente ˆ sua vigncia. Essa previs‹o est‡ contida 
tambŽm no art. 2¡, ¤ œnico do CP6. 
Vejam que o C—digo Penal estabelece que a aplica‹o da lei 
nova se dar‡ ainda que o fato (crime) j‡ tenha sido julgado por 
sentena transitada em julgado. 
 
2.1.1.5.! Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu 
Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais 
favor‡veis e outros mais prejudiciais ao rŽu. 
EXEMPLO: Suponhamos que Maria tenha praticado crime de furto, 
cuja pena Ž de 1 a 04 anos de reclus‹o, e multa. Posteriormente, 
sobrevŽm uma lei que estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 
anos de deten‹o, sem multa. Percebam que a lei nova Ž mais 
benŽfica pois extinguiu a pena de multa, e estabeleceu o 
regime de deten‹o, mas Ž mais gravosa pois aumentou a 
pena m’nima e a pena m‡xima. 
Nesse caso, como avaliar se a lei Ž mais benŽfica ou mais 
gravosa? E mais, ser‡ que Ž poss’vel combinar as duas leis para 
se achar a solu‹o mais benŽfica para o rŽu? Duas correntes se 
formaram: 
1¡ corrente: N‹o Ž poss’vel combinar as leis penais para se 
extrair os pontos favor‡veis de cada uma delas, pois o Juiz estaria 
criando uma terceira lei (Lex tertia) - TEORIA DA PONDERA‚ÌO 
UNITçRIA ou GLOBAL (adotada pelo STF e pelo STJ7) 
2¡ corrente: ƒ poss’vel a combina‹o das duas leis, de forma a 
selecionar os institutos favor‡veis de cada uma delas, sem que com 
isso se esteja criando uma terceira lei - TEORIA DA PONDERA‚ÌO 
DIFERENCIADA. 
 
E quem deve aplicar a nova lei penal mais benŽfica ou a 
nova lei penal abolitiva? O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou 
entendimento no sentido de que DEPENDE DO MOMENTO: 
																																																													
6 Art. 2¼ (...) 
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentena condenat—ria transitada em julgado. 
7 E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete n¼ 501 de sua sœmula de 
jurisprudncia, entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de 
combina‹o de leis. Vejamos: 
SòMULA N¼ 501 
ƒ cab’vel a aplica‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidncia 
das suas disposi›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o advindo da aplica‹o 
da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combina‹o de leis. 
1.1.1.! 
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¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ 
conduzindo o processo 
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo 
da execu‹o penal. 
Nos termos da sœmula 611 do STF: 
SòMULA N¼ 611 
Transitada em julgado a sentena condenat—ria, compete ao Ju’zo 
das execu›es a aplica‹o da lei mais benigna. 
 
Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? 
Nesse caso, a lei mais gravosa n‹o se aplicar‡ aos fatos regidos pela 
lei mais benŽfica, pois isso seria uma retroatividade da lei em preju’zo 
do rŽu. No momento em que a lei intermedi‡ria (a que revogou, mas 
foi revogada) entrou em vigor, passou a reger os fatos ocorridos antes 
de sua vigncia. Sobrevindo lei posterior mais grave, aplica-se a regra 
geral da irretroatividade da Lei em rela‹o a esta œltima. 
 
Lei A (gravosa) Lei B (Mais benŽfica) Lei C (Mais gravosa) 
 EFEITOS DA LEI B EFEITOS DA 
LEI C 
 
 
 
 |----|------|------------------------------------------------------| 
 Fato VIGæNCIA DA LEI B 
 
No caso representado pelo esquema acima, a Lei B produzir‡ 
efeitos mesmo ap—s sua revoga‹o pela Lei C (em rela‹o aos fatos 
praticados durante sua vigncia e ANTES de sua vigncia). Nesse caso, 
diz-se que h‡ a ULTRATIVIDADE DA LEI B.8 
Excepcional Ž a situa‹o das leis intermitentes, que se dividem 
em leis excepcionais e leis tempor‡rias. As leis excepcionais s‹o 
aquelas que s‹o produzidas para vigorar durante determinada 
situa‹o. Por exemplo, estado de s’tio, estado de guerra, ou outra 
situa‹o excepcional. Lei tempor‡ria Ž aquela que Ž editada para 
vigorar durante determinado per’odo, certo, cuja revoga‹o se dar‡ 
automaticamente quando se atingir o termo final de vigncia, 
independentemente de se tratar de uma situa‹o normal ou 
excepcional do pa’s. 
																																																													
8 Quando a lei Ž aplicada fora de seu per’odo de vigncia, diz-se que h‡ extratividade. A 
extratividade pode ocorrer em raz‹o da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. 
A extratividade, portanto, Ž um gnero, que comporta duas espŽcies: retroatividade e 
ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209 
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No caso destas leis, dado seu car‡ter transit—rio, o fato de 
estas leis virem a ser revogadas Ž irrelevante! Isso porque a 
revoga‹o Ž decorrncia natural do tŽrmino do prazo de vigncia da 
lei. Assim, aquele que cometeu o crime durante a vigncia de 
uma destas leis responder‡ pelo fato, nos moldes em que 
previsto na lei, mesmo ap—s o fim do prazo de dura‹o da 
norma. 
Isso Ž uma quest‹o de l—gica, pois, se assim n‹o o fosse, bastaria 
que o rŽu procrastinasse o processo atŽ data prevista para a revoga‹o 
da lei a fim de que fosse decretada a extin‹o de sua punibilidade. Isso 
est‡ previsto no art. 3¡ do C—digo Penal: 
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de 
sua dura‹o ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-
se ao fato praticado durante sua vigncia. 
 
CUIDADO! Sempre se entendeu que a posterior revoga‹o da lei 
tempor‡ria n‹o afetaria os fatos praticados durante sua vigncia. 
Isso deve ser analisado com cautela. 
Existem duas hip—teses absolutamente distintas. 
EXEMPLO Ð Existe uma Lei ÒAÓ que diz que Ž crime vender qualquer 
cerveja que n‹o seja a cerveja ÒredondaÓ durante a realiza‹o da 
Copa do Mundo no Brasil. Essa lei tem dura‹o prevista atŽ o dia da 
final da Copa. JosŽ foi preso em flagrante, durante uma das 
semifinais da Copa do Mundo, vendendo a cerveja ÒquadradaÓ e, 
portanto, praticando o crime previsto na Lei ÒAÓ. 
Dessa situa‹o, duas hip—teses podem ocorrer: 
01 Ð A Lei ÒAÓ deixa de vigorar naturalmente porque se prazo de 
validade expirou Ð Nenhuma consequncia pr‡tica em favor de JosŽ, 
pois a expira‹o da validade Ž o processo natural da lei penal 
tempor‡ria. 
02 Ð O Governo entende que Ž um absurdo criminalizar tais condutas 
que, na verdade, tem como œnica finalidade proteger interesses 
econ™micos de particulares e, em raz‹o, disso, edita uma nova Lei 
(ap—s a expira‹o da lei tempor‡ria) que prev a descriminaliza‹o 
da conduta incriminada Ð Nesse caso, teremos abolitio criminis, e 
isso ter‡ efeitos pr‡ticos para JosŽ. O mesmo ocorreria se o Governo, 
ao invŽs de proceder ˆ descriminaliza‹o da conduta, tivesse 
abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir. 
CUIDADO! Eu j‡ vi este tema ser abordado das mais diversas 
formas. J‡ vi Banca entendendo que a lei tempor‡ria ser‡ aplicada 
mesmo que sobrevenha lei nova, abolindo o crime. Isso Ž 
complicado, porque traz insegurana ao candidato. Contudo, a’ vai 
meu conselho: Leitempor‡ria produz efeitos ap—s sua revoga‹o 
ÒnaturalÓ (expira‹o do prazo de validade). Se houver supervenincia 
de lei abolitiva expressamente revogando a criminaliza‹o prevista 
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na lei tempor‡ria, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. Assim, cuidado com 
a abordagem na prova. 
 
2.1.2.! Tempo do crime 
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio 
saber quando se considerada praticado o delito. Trs teorias buscam 
explicar quando se considera praticado o crime: 
1)!Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando 
da a‹o ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o 
resultado. ƒ a teoria adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, 
vejamos: 
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a‹o ou omiss‹o, 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
2)!Teoria do resultado Ð Para esta teoria, considera-se 
praticado o crime quando da ocorrncia do resultado, 
independentemente de quando fora praticada a a‹o ou 
omiss‹o. 
3)!Teoria da ubiquidade ou mista Ð Para esta teoria, considera-
se praticado o crime tanto no momento da a‹o ou omiss‹o 
quanto no momento do resultado. 
 
Como vimos, nosso C—digo adotou a teoria da atividade 
como a aplic‡vel ao tempo do crime. Isto representa sŽrios reflexos 
na aplica‹o da lei penal, pois esta depende da data do fato, que, como 
vimos, Ž a data da conduta. 
Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final 
da permanncia delitiva, ainda que mais gravosa que a do in’cio. O 
mesmo ocorre nos crimes continuados, hip—tese em que se aplica a 
lei vigente ˆ Žpoca do œltimo ato (crime) praticado. Essa tese 
est‡ consagrada pelo STF, atravŽs do enunciado n¡ 711 da sœmula 
de sua Jurisprudncia: 
SòMULA N¼ 711 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigncia Ž anterior ˆ cessa‹o da 
continuidade ou da permanncia. 
Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei 
mais gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. 
Neste caso, a lei mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda 
est‡ sendo praticado, e n‹o a um crime que j‡ foi praticado.9 
																																																													
9 Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a sœmula, ao entendimento de que ela poderia 
ser aplic‡vel ao crime permanente, sem nenhuma viola‹o ˆ irretroatividade da lei mais 
gravosa, mas a mesma solu‹o n‹o poderia ser adotada em rela‹o ao crime continuado, por 
n‹o se tratar de crime œnico com execu‹o prolongada no tempo, e sim mera fic‹o jur’dica 
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(FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) 
Em raz‹o do aumento do nœmero de crimes de dano qualificado 
contra o patrimônio da Uni‹o (pena: detenç‹o de 6 meses a 3 
anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, 
entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito 
(Art. 163, par‡grafo œnico, inciso III, do C—digo Penal) passaria 
a ter pena de 2 a 5 anos de detenç‹o. Jo‹o, em 20 de dezembro 
de 2015, destr—i dolosamente um bem de propriedade da Uni‹o, 
raz‹o pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como 
incurso nas sanc ̧›es do Art. 163, par‡grafo œnico, inciso III, do 
C—digo Penal. 
Considerando a hip—tese narrada, no momento do julgamento, 
em março de 2016, dever‡ ser considerada, em caso de 
condenac ̧‹o, a pena de 
A) 6 meses a 3 anos de detenc ̧‹o, pois a Constituiç‹o prevê o 
princ’pio da retroatividade da lei penal mais benŽfica ao rŽu. 
B) 2 a 5 anos de detenç‹o, pois a lei tempor‡ria tem 
ultratividade gravosa. 
C) 6 meses a 3 anos de detenç‹o, pois aplica-se o princ’pio do 
tempus regit actum (tempo rege o ato). 
D) 2 a 5 anos de detenç‹o, pois a lei excepcional tem 
ultratividade gravosa. 
COMENTçRIOS: Considerando que esta Lei j‡ entrou em vigor com 
PRAZO CERTO para vigorar, temos o que se chama de lei tempor‡ria. 
Em rela‹o ˆs leis tempor‡rias aplica-se a ultratividade gravosa, ou 
seja, elas continuam a reger os fatos praticados durante sua vigncia, 
mesmo ap—s expirado o prazo de sua validade (n‹o Ž necess‡rio que 
o agente seja processado, condenado e punido dentro do prazo de 
validade da Lei). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - 
PRIMEIRA FASE) 
Considere que determinado agente tenha em dep—sito, durante 
o per’odo de um ano, 300 kg de coca’na. Considere tambŽm 
que, durante o referido per’odo, tenha entrado em vigor uma 
																																																													
que considera como crime œnico (para fins de aplica‹o da pena), uma sŽrie de delitos. 
BITENCOURT, Op. cit., p. 220. 
A maioria da Doutrina, contudo, n‹o tece cr’ticas ˆ sœmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. 
cit., p. 120. 
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nova lei elevando a pena relativa ao crime de tr‡fico de 
entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, 
assinale a afirmativa correta. 
a) Deve ser aplicada a lei mais benŽfica ao agente, qual seja, 
aquela que j‡ estava em vigor quando o agente passou a ter a 
droga em dep—sito. 
b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que 
passou a vigorar durante o per’odo em que o agente ainda 
estava com a droga em dep—sito. 
c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado Ž 
permitido fazer a combina‹o das leis sempre que essa atitude 
puder beneficiar o rŽu. 
d) O magistrado poder‡ aplicar o critŽrio do caso concreto, 
perguntando ao rŽu qual lei ele pretende que lhe seja aplicada 
por ser, no seu caso, mais benŽfica 
COMENTçRIOS: No caso em tela, temos um crime permanente, pois 
a execu‹o do delito se prolonga no tempo. Em se tratando de delitos 
permanentes, a lei nova Ž aplic‡vel desde que tenha entrada em vigor 
antes da cessa‹o da continuidade (ou seja, durante a execu‹o do 
delito), ainda que seja mais gravosa ao agente, nos termos da sœmula 
711 do STF. 
N‹o se trata de retroatividade (o que seria vedado), mas de aplica‹o 
da lei vigente DURANTE a pr‡tica do crime. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
2.2.! Aplica‹o da lei penal no espao 
T‹o importante quanto conhecer as minœcias referentes ˆ 
aplica‹o da lei penal no tempo Ž conhecer as regras atinentes ˆ lei 
penal no espao. 
Toda lei Ž editada para vigorar num determinado tempo e num 
determinado espao. No que tange ˆ lei penal, via de regra ela se aplica 
dentro do territ—rio do pa’s em que foi editada, pois este Ž o limite do 
exerc’cio da soberania de cada Estado. Ou seja, nenhum Estado pode 
exercer sua soberania fora de seu territ—rio. 
Vamos estudar, ent‹o, as regras referentes ˆ aplica‹o da lei 
penal no espao. 
 
2.2.1.! Territorialidade 
Essa Ž a regra no que tange ˆ aplica‹o da lei penal no espao. 
Pelo princ’pio da territorialidade, aplica-se ˆ lei penal aos crimes 
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cometidos no territ—rio nacional10. Assim, n‹o importa se o crime foi 
cometidopor estrangeiro ou contra v’tima estrangeira. Se cometido no 
territ—rio nacional, submete-se ˆ lei penal brasileira. 
Na verdade, como o C—digo Penal admite algumas exce›es, 
podemos dizer que o nosso C—digo adotou O PRINCêPIO DA 
TERRITORIALIDADE MITIGADA OU TEMPERADA.11 
Territ—rio pode ser conceituado como espao em que o Estado 
exerce sua soberania pol’tica. O territ—rio brasileiro compreende: 
¥! O Mar territorial; 
¥! O espao aŽreo (Teoria da absoluta soberania do pa’s 
subjacente); 
¥! O subsolo 
 
S‹o considerados como territ—rio brasileiro por extens‹o: 
¥! Os navios e aeronaves pœblicos, onde quer que se 
encontrem 
¥! Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem 
em alto-mar ou no espao aŽreo 
 
Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei 
brasileira, pelo princ’pio da territorialidade. 
ATEN‚ÌO! A Doutrina aponta uma exce‹o ˆ aplica‹o da lei penal 
brasileira neste caso12. Trata-se do PRINCêPIO DA PASSAGEM 
INOCENTE. Este princ’pio, decorrente do Direito Internacional 
Mar’timo, estabelecido na Conven‹o de Montego Bay (1982), 
prev que uma embarca‹o de propriedade privada, de qualquer 
nacionalidade, possui o direito de atravessar o territ—rio de uma 
na‹o, desde que n‹o ameace a paz, a segurana e a boa ordem do 
Estado. 
A Doutrina estende a aplica‹o do princ’pio tambŽm ˆs aeronaves 
privadas em situa‹o semelhante. 
CUIDADO! Este princ’pio s— se aplica ˆs embarca›es ou aeronaves 
que utilizem o territ—rio do Brasil como mera ÒpassagemÓ. Se o Brasil 
																																																													
10
	Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven›es, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. 
11 Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz 
Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222. 
12
	 Crimes cometidos a bordo de aeronaves ou embarca›es 
estrangeiras, mercantes ou de propriedade privada, desde que se 
encontrem no espao aŽreo brasileiro ou em pouso no territ—rio 
nacional, ou, no caso das embarca›es, em porto ou mar territorial 
brasileiro.	
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Ž o destino da aeronave ou embarca‹o, n‹o h‡ aplica‹o do 
princ’pio. 
 
2.2.2.! Extraterritorialidade 
A extraterritorialidade Ž a aplica‹o da lei penal brasileira a um 
fato criminoso que n‹o ocorreu no territ—rio nacional. 
Pode se dar em raz‹o de diversos princ’pios, que veremos a 
seguir: 
 
2.2.2.1.! Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade 
Divide-se em princ’pio da personalidade ativa e da personalidade 
passiva. 
Pelo princ’pio da personalidade ativa, aplica-se a lei penal 
brasileira ao crime cometido por brasileiro, ainda que no exterior. As 
hip—teses de aplica‹o deste princ’pio est‹o previstas no art. 7¡, I, ÒdÓ 
e II, ÒbÓ do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
(...) d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil; 
(...) II - os crimes: 
(...) b) praticados por brasileiro; 
 
No primeiro caso, basta que o crime de genoc’dio tenha sido 
cometido por brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, n‹o 
havendo qualquer condi‹o alŽm desta. 
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no 
exterior), algumas condi›es devem estar presentes, conforme 
preceitua o ¤2¡ do art. 7¡ do CPB: 
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica‹o da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condi›es: (Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984) 
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984) 
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Incluído	pela	Lei	
nº	7.209,	de	1984) 
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza 
a extradi‹o; (Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984) 
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido 
a pena; (Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984) 
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, 
n‹o estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Incluído	pela	
Lei	nº	7.209,	de	1984) 
 
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Assim, n‹o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, 
Ž necess‡rio que as condi›es acima estejam presentes, ou seja: O 
fato deve ser pun’vel tambŽm no local onde fora cometido o crime; 
deve o agente entrar no territ—rio brasileiro; O crime deve estar 
inclu’do no rol daqueles que autorizam extradi‹o e n‹o pode o agente 
ter sido absolvido ou ter sido extinta sua punibilidade no estrangeiro. 
Pelo princ’pio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira 
aos crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos 
termos do art. 7¡, ¤3¡ do CPB: 
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condi›es previstas no par‡grafo anterior: 
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi‹o; 
b) houve requisi‹o do Ministro da Justia. 
 
Percebam que, alŽm das condi›es previstas para a aplica‹o do 
princ’pio da personalidade ativa, para a aplica‹o do princ’pio da 
personalidade passiva o C—digo prev ainda outras duas 
condi›es: 
¥! Ter havido requisi‹o do Ministro da Justia 
¥! N‹o ter sido pedida ou ter sido negada a extradi‹o do 
estrangeiro que praticou o crime 
 
2.2.2.2.! Princ’pio do domic’lio 
Por este princ’pio, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por 
pessoa domiciliada no Brasil, n‹o havendo qualquer outra condi‹o. S— 
h‡ uma hip—tese de aplica‹o deste princ’pio na lei penal brasileira, e 
Ž a prevista no art. 7¡, I, ÒdÓ do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
(...) 
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil;Ó 
Portanto, somente no caso do crime de genoc’dio ser‡ aplicado o 
princ’pio do domic’lio, devendo ser aplicada a lei brasileira ainda que 
se trate crime cometido no estrangeiro por agente estrangeiro contra 
v’tima estrangeira, desde que o autor seja domiciliado no Brasil. Alguns 
autores entendem que aqui se aplica o princ’pio da Justia 
Universal.13 
 
2.2.2.3.! Princ’pio da Defesa ou da Prote‹o 
																																																													
13 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127 
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Este princ’pio visa a garantir a aplica‹o da lei penal brasileira aos 
crimes cometidos, em qualquer lugar e por qualquer agente, mas que 
ofendam bens jur’dicos nacionais. Est‡ previsto no art. 7¡, I, Òa, b 
e cÓ: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; 
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, 
de Estado, de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de 
economia mista, autarquia ou funda‹o institu’da pelo Poder Pœblico; 
c) contra a administra‹o pœblica, por quem est‡ a seu servio; 
 
Vejam que se trata de bens jur’dicos altamente relevantes para o 
pa’s. N‹o se trata de considerara vida e a liberdade do Presidente da 
Repœblica mais importante que a vida e a liberdade dos demais 
brasileiros. Nesse caso, o que se busca Ž garantir que um crime 
praticado contra a figura do Presidente da Repœblica n‹o fique impune, 
pois Ž mais que um crime contra a pessoa, Ž um crime contra toda a 
na‹o. 
Reparem, ainda, que n‹o Ž qualquer crime cometido contra o 
Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida 
ou liberdade. 
Estas hip—teses dispensam outras condi›es, bastando que tenha 
sido o crime cometido contra estes bens jur’dicos. Ali‡s, ser‡ aplicada 
a lei brasileira ainda que o agente j‡ tenha sido condenado ou absolvido 
no exterior: 
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 
Entretanto, para que seja evitado o cumprimento duplo de pena 
(bis in idem), caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena 
a ser cumprida no Brasil ser‡ abatida da pena cumprida no exterior, o 
que se chama DETRA‚ÌO PENAL. Nos termos do art. 8¡ do CPB: 
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando 
idnticas. 
 
Embora o art. 8¡ seja louv‡vel, tecnicamente, a simples 
possibilidade de duplo julgamento pelo mesmo fato j‡ configura 
bis in idem. Entretanto, o STF ignora este fato, e a norma 
permanece em pleno vigor. 
H‡ quem entenda, portanto, que esta regra Ž uma exce‹o ao 
princ’pio do ne bis in idem14, pois o Estado estaria autorizado a julgar, 
																																																													
14 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129 
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condenar e punir a pessoa mesmo j‡ tendo havido julgamento 
(inclusive com condena‹o e cumprimento de pena) em outro Estado. 
 
2.2.2.4.! Princ’pio da Justia Universal 
Este princ’pio Ž utilizado para a aplica‹o da lei penal brasileira 
contra crimes cometidos em qualquer territ—rio e por qualquer agente, 
desde que o Brasil, atravŽs de tratado internacional, tenha se obrigado 
a reprimir tal conduta. Tem previs‹o no art. 7¡, II, a do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou conven‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 
Como a previs‹o se encontra no inciso II do art. 7¡, aplicam-se as 
condi›es previstas no ¤ 2¡, como ingresso do agente no territ—rio 
nacional, etc. 
 
2.2.2.5.! Princ’pio da Representa‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o 
Por este princ’pio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes 
cometidos no estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarca›es 
privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no pa’s em 
que ocorreu o crime, este n‹o for julgado. 
A previs‹o est‡ no art. 7¡, II, ÒcÓ do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) II - os crimes: 
(...) c) praticados em aeronaves ou embarca›es brasileiras, mercantes 
ou de propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o 
sejam julgados. 
 
EXEMPLO: Se um cidad‹o mexicano comete um crime contra um 
cidad‹o alem‹o, a bordo de uma aeronave pertencente a uma 
empresa aŽrea brasileira, enquanto esta se encontra parada no 
aeroporto de Nova York, pelo Princ’pio da Bandeira, a este crime 
poder‡ ser aplicada a lei brasileira, caso n‹o seja julgado pelo 
Judici‡rio americano. 
 
CUIDADO! Se, no exemplo anterior, o crime fosse 
cometido a bordo de uma aeronave pertencente ao Brasil, por 
exemplo, o avi‹o oficial da Presidncia da Repœblica, a lei penal 
brasileira seria aplicada n‹o pelo Princ’pio da Bandeira, mas 
pelo Princ’pio da Territorialidade, regra geral, pois estas 
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aeronaves s‹o consideradas territ—rio brasileiro por 
extens‹o! CUIDADO! 
 
2.2.3.! Lugar do Crime 
Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei 
penal no espao, precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do 
crime. Para tanto, existem algumas teorias: 
1)!Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em 
que a conduta Ž praticada. 
2)!Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž 
praticada a conduta, pois se considera como lugar do crime o 
local onde ocorre a consuma‹o. 
3)!Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev que tanto 
o lugar onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado 
s‹o considerados como local do crime. Esta teoria Ž a 
adotada pelo C—digo Penal, em seu art. 6¡. 
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a‹o 
ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado 
Entretanto, esta regra da ubiquidade s— se aplica quando 
estivermos diante de pluralidade de pa’ses, ou seja, quando for 
necess‡rio estabelecer o local do crime para fins de defini‹o de qual 
lei (de que pa’s) penal aplicar. 
S— para finalizar, vou deixar de lambuja para vocs um macete 
para gravarem as teorias adotadas para o tempo do crime e para o 
lugar do crime: 
Lugar = Ubiquidade/Tempo = Atividade 
Muita LUTA, meus amigos!! 
 
2.2.4.! Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e 
hipercondicionada 
Como estudamos, a regra na aplica‹o da lei penal brasileira Ž o 
princ’pio da territorialidade, em que se aplica a lei penal brasileira aos 
crimes cometidos no territ—rio nacional. 
Entretanto, existem algumas hip—teses em que se aplica a lei 
penal brasileira a crimes cometidos no exterior. Nestes casos, estamos 
diante do fen™meno da extraterritorialidade da lei penal. 
Esta extraterritorialidade pode ser incondicionada ou 
condicionada. 
No primeiro caso, como o pr—prio nome diz, n‹o h‡ qualquer 
condi‹o. Basta que o crime tenha sido cometido no estrangeiro. As 
hip—teses s‹o poucas e j‡ foram aqui estudadas. S‹o as previstas no 
art. 7¡, I do CPB (Crimes contra bens jur’dicos de relev‰ncia nacional 
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e crime de genoc’dio). Nestes casos, pelos princ’pios da Prote‹o e do 
Domic’lio ou da Personalidade Ativa (a depender do caso), aplica-se a 
lei brasileira, ocorrendo o fen™meno da extraterritorialidade: 
 
 
 
 
 
 
Embora sob fundamentos diversos (Princ’pios diversos), todas as 
hip—teses culminam no fen™meno da extraterritorialidade 
incondicionada da lei penal brasileira. 
A extraterritorialidade condicionada, por sua vez, est‡ 
prevista no art. 7¡, II e ¤ 2¡ do CP. Neste caso, a lei brasileira s— 
ser‡ aplicada ao fato de maneira subsidi‡ria, ou seja, apenas se 
cumpridas determinadas condi›es. 
Nos termos do C—digo Penal, temos as seguintes hip—teses de 
extraterritorialidade condicionada: 
PRINCÍPIO	DA	DEFESA	
OU	PROTEÇÃO
Crimes contra	a	vida	
ou	a	liberdade	do	
Presidente	da	
República
Crimes	contra	o	patrimônio	
ou	a	fé	pública	da	União,	do	
Distrito	Federal,	de	Estado,	
de	Território,	de	Município,	
de	empresa	pública,	
sociedade	de	economia	
mista,	autarquia	ou	
fundação	instituída	pelo	
Poder	Público
Crimes	contra	a	
administração	pública,	
por	quem	está	a	seu	
serviço
PRINCÍPIO	DA	JUSTIÇA	
UNIVERSAL OU	DO	
DOMICÍLIO	OU	DA	
PERSONALIDADE	ATIVA
Crime degenocídio,	quando	o	agente	for	
brasileiro	ou	domiciliado	no	Brasil	
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Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
II - os crimes: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) que, por tratado ou conven‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do 
pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
c) praticados em aeronaves ou embarca›es brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam 
julgados. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
Estas s‹o as hip—teses em que se aplica, condicionalmente, a lei 
penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro. As condi›es para 
esta aplica‹o se encontram no art. 7¡, ¤ 2¡ do CPB: 
Art. 7¼ (...) ¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica‹o da lei brasileira 
depende do concurso das seguintes condi›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 
7.209, de 1984) 
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 
1984) 
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela 
Lei n¼ 7.209, de 1984) 
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza 
a extradi‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido 
a pena; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
Podemos esquematizar da seguinte forma: 
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Entretanto, existe ainda a chamada extraterritorialidade 
hipercondicionada, que Ž a hip—tese prevista no ¤ 3¡ do art. 7¼: 
Art. 7¼ (...) ¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido 
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi›es 
previstas no par‡grafo anterior: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
Neste caso, alŽm das condi›es anteriores, existem ainda duas 
outras condi›es: 
 
 
 
EXTRATERRITORIALIDADE
CONDICIONADA
HIPÓTESES
Crimes que,	por	tratado	ou	convenção,	o	Brasil	
se	obrigou	a	reprimir
Crimes	praticados	por	
brasileiro
Crimes praticados	em	aeronaves	ou	
embarcações	brasileiras,	mercantes	ou	de	
propriedade	privada,	quando	em	território	
estrangeiro	e	aí	não	sejam	julgados
CONDIÇÕES
Entrar	o	agente	no	território	nacional
Ser	o	fato	punível	também	no	país	em	que	foi	
praticado (dupla	tipicidade)
Estar	o	crime	incluído	entre	aqueles	pelos	quais	a	
lei	brasileira	autoriza	a	extradição
Não	ter	sido	o	agente	absolvido	no	estrangeiro	
ou	não	ter	aí	cumprido	a	pena;	
CONDIÇÕES	ESPECÍFICAS	DA	
EXTRATERRITORIALIDADE	
HIPERCONDICIONADA
Não	ter	sido	pedida	ou	
ter	sido	negada	a	
extradição	do	infrator
Ter	havido	requisição	
do	Ministro	da	
Justiça
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Desta maneira, meus caros, terminamos o estudo da aplica‹o da 
lei penal, no tempo e no espao. 
 
	
(FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (OUT/2011) 
Acerca da aplica‹o da lei penal no tempo e no espao, assinale 
a alternativa correta. 
A) Se um funcion‡rio pœblico a servio do Brasil na It‡lia 
praticar, naquele pa’s, crime de corrup‹o passiva (art. 317 do 
C—digo Penal), ficar‡ sujeito ˆ lei penal brasileira em face do 
princ’pio da extraterritorialidade. 
B) O ordenamento jur’dico-penal brasileiro prev a combina‹o 
de leis sucessivas sempre que a fus‹o puder beneficiar o rŽu. 
C) Na ocorrncia de sucess‹o de leis penais no tempo, n‹o ser‡ 
poss’vel a aplica‹o da lei penal intermedi‡ria mesmo se ela 
configurar a lei mais favor‡vel. 
D) As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o dotadas de 
ultra-atividade. Por tal motivo, s‹o aplic‡veis a qualquer delito, 
desde que seus resultados tenham ocorrido durante sua 
vigncia. 
COMENTçRIOS: Nos termos do art. 7¼, I, c do CP, os crimes 
praticados contra a administra‹o pœblica, por quem est‡ a seu servio 
(hip—tese do crime de corrup‹o passiva), s‹o crimes abarcados pelo 
princ’pio da extraterritorialidade, aplicando-se a lei brasileira a tais 
crimes, ainda que praticados no estrangeiro. Desta forma, a letra A Ž 
correta. 
As demais est‹o incorretas, eis que a jurisprudncia n‹o vem 
admitindo a combina‹o de leis penais, embora haja alguns julgados 
em sentido contr‡rio (letra b). Na sucess‹o de diversas leis penais, 
aplicar-se-‡ sempre a lei mais favor‡vel ao acusado, ainda que essa 
lei venha ser posteriormente revogada por uma mais gravosa (lei 
intermedi‡ria mais benŽfica), estando a letra C errada tambŽm. As leis 
penais tempor‡rias e excepcionais s‹o, de fato, dotadas de ultra 
atividade, aplicando-se aos delitos COMETIDOS durante sua vigncia, 
ainda que o resultado se d posteriormente e ainda que ela venha a 
ser revogada, eis que a revoga‹o Ž inerente ˆ pr—pria natureza destas 
leis. 
Portanto, a afirmativa CORRETA ƒ A LETRA A. 
 
(FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) 
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No ano de 2005, Pierre, jovem francs residente na Bulg‡ria, 
atentou contra a vida do ent‹o presidente do Brasil que, na 
ocasi‹o, visitava o referido pa’s. Devidamente processado, 
segundo as leis locais, Pierre foi absolvido. 
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa 
correta. 
A) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi 
absolvido no estrangeiro, n‹o ficou satisfeita uma das 
exigncias previstas ˆ hip—tese de extraterritorialidade 
condicionada. 
B) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz 
hip—tese de extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, 
apenas, que o fato n‹o tenha sido alcanado por nenhuma 
causa extintiva de punibilidade no estrangeiro. 
C) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz 
hip—tese de extraterritorialidade incondicionada, sendo 
irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro. 
D) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como o agente Ž 
estrangeiro e a conduta foi praticada em territ—rio tambŽm 
estrangeiro, as exigncias relativas ˆ extraterritorialidade 
condicionada n‹o foram satisfeitas. 
COMENTçRIOS: A quest‹o traz uma hip—tese de 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA da aplica‹o da lei penal 
brasileira, pois se trata de atentado ˆ vida do Presidente da Repœblica. 
Nesse caso, a lei penal brasileira Ž aplic‡vel AINDA que o agente tenha 
sido absolvido ou condenado no exterior, nos termos do art. 7¼, ¤1¼, 
do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
 
(FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - 
PRIMEIRA FASE) 
John, cidad‹o ingls, capit‹o de uma embarca‹o particular de 
bandeira americana, Ž assassinado por JosŽ, cidad‹o brasileiro, 
dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto 
de Santos, no Estado de S‹o Paulo. 
Nesse contexto, Ž correto afirmar que a lei brasileira 
a) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca‹o Ž americana, 
devendo JosŽ ser processado de acordo com a lei 
estadunidense. 
b) Ž aplic‡vel, uma vez que aembarca‹o estrangeira de 
propriedade privada estava atracada em territ—rio nacional. 
c) Ž aplic‡vel, uma vez que o crime, apesar de haver sido 
cometido em territ—rio estrangeiro, foi praticado por brasileiro. 
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d) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que, de acordo com a 
Conven‹o de Viena, Ž competncia do Tribunal Penal 
Internacional processar e julgar os crimes praticados em 
embarca‹o estrangeira atracada em territ—rio de pa’s 
diverso. 
COMENTçRIOS: No caso, a lei brasileira Ž aplic‡vel, por se tratar de 
crime praticado em embarca‹o atracada em porto brasileiro, 
conforme art. 5¼, ¤2¼ do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
 
3.! RESUMO 
 
INFRA‚ÌO PENAL 
Conceito - A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que 
ofende um bem jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei 
estabelece uma pena, seja ela de reclus‹o, deten‹o, pris‹o simples 
ou multa. 
EspŽcies 
§! Crime - Infra‹o penal a que a lei comina pena de reclus‹o ou 
de deten‹o, isoladamente, alternativa ou cumulativamente com 
a pena de multa (conceito formal de crime). 
§! Contraven‹o - Infra‹o penal a que a lei comina, 
isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente. 
OBS.: Crime (conceito anal’tico) Ð ado‹o da teoria tripartida: fato 
t’pico, ilicitude e culpabilidade. 
 
Principais diferenas entre crime e contraven‹o: 
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES 
Admitem tentativa (art. 14, 
II). 
N‹o se admite pr‡tica de contraven‹o na 
modalidade tentada. Ou se pratica a 
contraven‹o consumada ou se trata de um 
indiferente penal 
Se cometido crime, tanto no 
Brasil quanto no 
estrangeiro, e vier o agente 
a cometer contraven‹o, 
haver‡ reincidncia. 
A pr‡tica de contraven‹o no exterior n‹o 
gera efeitos penais, inclusive para fins de 
reincidncia. S— h‡ efeitos penais em rela‹o ˆ 
contraven‹o praticada no Brasil! 
Tempo m‡ximo de 
cumprimento de pena: 30 
anos. 
Tempo m‡ximo de cumprimento de pena: 05 
anos. 
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Aplicam-se as hip—teses de 
extraterritorialidade 
N‹o se aplicam as hip—teses de 
extraterritorialidade do art. 7¡ do C—digo 
Penal. 
 
Sujeitos da infra‹o penal 
SUJEITO ATIVO 
ƒ a pessoa que, de alguma forma, participa do crime (como autor ou 
como part’cipe). ƒ a pessoa que pratica a infra‹o penal. 
OBS.: Pessoa Jur’dica pode ser sujeito ativo de crimes 
(atualmente, somente de crimes ambientais). Adotava-se a teoria da 
dupla imputa‹o (necessidade de processar, concomitantemente, a 
pessoa f’sica respons‡vel pelo ato). STF e STJ vm abandonando 
esta teoria. 
 
SUJEITO PASSIVO 
ƒ quem sofre a ofensa causada pela infra‹o penal. Pode ser de duas 
espŽcies: 
§! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ SEMPRE o Estado, 
pois a ele pertence o dever de manter a ordem pœblica e punir 
aqueles que cometem crimes. 
§! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem 
jur’dico efetivamente lesado (Ex.: No furto, o dono da coisa 
furtada). 
OBS.: O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato (Ex.: crimes 
contra o patrim™nio pœblico). 
T—picos importantes 
§! Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo 
§! Mortos n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos 
de direitos) 
§! Animais n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos 
de direitos) 
OBS.: Crime ambiental (ex.: maus-tratos a animais): sujeito passivo 
Ž a coletividade. 
OBS.: NinguŽm pode ser sujeito ativo e passivo do MESMO 
crime. Parte da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, 
mas isso n‹o Ž posi‹o un‰nime 
 
APLICA‚ÌO DA LEI PENAL 
LEI PENAL NO TEMPO 
REGRA Ð Princ’pio da atividade: lei Ž aplicada aos fatos praticados 
durante sua vigncia. 
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EXCE‚ÌO: Extra-atividade da Lei penal benŽfica. Duas formas: 
§! RETROATIVIDADE da Lei penal benŽfica Ð Lei nova mais 
benŽfica retroage, de forma que ser‡ aplicada aos fatos 
criminosos praticados antes de sua entrada em vigor. 
§! ULTRA-ATIVIDADE da Lei penal benŽfica Ð Lei mais benŽfica, 
quando revogada, continua a reger os fatos praticados durante 
sua vigncia. 
 
Abolitio criminis Ð Lei nova passa a n‹o mais considerar a conduta 
como criminosa (descriminaliza‹o da conduta). 
Continuidade t’pico-normativa - Em alguns casos, embora a lei 
nova revogue um determinado artigo que previa um tipo penal, a 
conduta pode continuar sendo considerada crime (n‹o h‡ abolitio 
criminis): 
§! Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de 
outro tipo penal. 
§! Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta est‡ prevista 
como crime em outro tipo penal. 
 
Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu - Prevalece o 
entendimento de que n‹o Ž poss’vel combinar as duas Leis. Deve ser 
aplicada a Lei que, no todo, seja mais benŽfica (teoria da pondera‹o 
unit‡ria). 
Competncia para a aplica‹o da Lei nova mais benŽfica 
¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ 
conduzindo o processo 
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo 
da execu‹o penal (enunciado n¼ 601 da sœmula do STF) 
 
Leis excepcionais e tempor‡rias - Continuam a reger os fatos 
praticados durante sua vigncia, mesmo ap—s expirado o prazo de 
vigncia ou mesmo ap—s o fim das circunst‰ncias que determinaram a 
edi‹o da lei. 
OBS.: Se houver supervenincia de lei abolitiva expressamente 
revogando a criminaliza‹o prevista na lei tempor‡ria ou 
excepcional, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. 
 
Tempo do crime Ð Considera-se praticado o delito no momento 
conduta (a‹o ou omiss‹o), ainda que outro seja o momento do 
resultado (ado‹o da teoria da ATIVIDADE). 
Crimes continuados e permanentes Ð Consideram-se como sendo 
praticados enquanto n‹o cessa a continuidade ou permanncia. 
Consequncia: se neste per’odo (em que o crime est‡ sendo 
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praticado) sobrevier lei nova, mais grave, ela ser‡ aplicada (sœmula 
711 do STF). 
 
LEI PENAL NO ESPA‚O 
REGRA Ð Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no territ—rio 
nacional (princ’pio da territorialidade mitigada ou temperada, pois h‡ 
exce›es). 
Territ—rio nacional - Espao em que o Estado exerce sua 
soberania pol’tica. O territ—rio brasileiro compreende: 
¥! O Mar territorial; 
¥! O espao aŽreo (Teoria da absoluta soberania do pa’s 
subjacente); 
¥! O subsolo 
Territ—rio nacional por extens‹o 
¥! Os navios e aeronaves pœblicos, onde quer que se 
encontrem 
¥! Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem 
em alto-mar ou no espao aŽreo 
 
EXTRATERRITORIALIDADE Ð Aplica‹o da lei penal brasileira a um 
crime praticado fora do territ—rio nacional. 
Extraterritorialidade INCONDICIONADA - Aplica-se aos crimes 
cometidos: 
§! Contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica 
§! Contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, 
de Estado, de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica,sociedade de economia mista, autarquia ou funda‹o institu’da 
pelo Poder Pœblico 
§! Contra a administra‹o pœblica, por quem est‡ a seu servio 
§! De genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil 
 
OBS.: Estas hip—teses dispensam outras condi›es, bastando que 
tenha sido o crime cometido contra estes bens jur’dicos. 
OBS.2: Ser‡ aplicada a lei brasileira ainda que o agente j‡ tenha sido 
condenado ou absolvido no exterior. 
OBS.3: Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena 
cumprida no exterior ser‡ abatida na pena a ser cumprida no 
Brasil (DETRA‚ÌO PENAL). 
 
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA - Aplica-se aos 
crimes: 
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§! Que por tratado ou conven‹o, o Brasil se obrigou a reprimir 
§! Praticados por brasileiro 
§! Praticados em aeronaves ou embarca›es brasileiras, mercantes 
ou de propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ 
n‹o sejam julgados 
Condi›es: 
ü! Entrar o agente no territ—rio nacional 
ü! Ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado 
ü! Estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira 
autoriza a extradi‹o 
ü! N‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ 
cumprido a pena 
ü! N‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, n‹o estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favor‡vel 
 
EXTRATERRITORIALIDADE HIPER-CONDICIONADA - òNICA 
HIPîTESE: Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil. 
(hiper) Condi›es: 
Mesmas condi›es da extraterritorialidade condicionada 
+ 
N‹o ter sido pedida ou ter sido negada a extradi‹o 
Haver requisi‹o do MJ 
 
Lugar do crime - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a conduta (a‹o ou omiss‹o), bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado (ado‹o da teoria da 
UBIQUIDADE). 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
4.! EXERCêCIOS DA AULA 
 
01.! (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) 
Em raz‹o do aumento do nœmero de crimes de dano qualificado contra 
o patrimônio da Uni‹o (pena: detenç‹o de 6 meses a 3 anos e multa), 
foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 
2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, par‡grafo œnico, 
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inciso III, do C—digo Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de 
detenç‹o. Jo‹o, em 20 de dezembro de 2015, destr—i dolosamente um 
bem de propriedade da Uni‹o, raz‹o pela qual foi denunciado, em 8 de 
janeiro de 2016, como incurso nas sanç›es do Art. 163, par‡grafo 
œnico, inciso III, do C—digo Penal. 
Considerando a hip—tese narrada, no momento do julgamento, em 
março de 2016, dever‡ ser considerada, em caso de condenaç‹o, a 
pena de 
A) 6 meses a 3 anos de detenç‹o, pois a Constituiç‹o preve ̂o princ’pio 
da retroatividade da lei penal mais benŽfica ao rŽu. 
B) 2 a 5 anos de detenç‹o, pois a lei tempor‡ria tem ultratividade 
gravosa. 
C) 6 meses a 3 anos de detenç‹o, pois aplica-se o princ’pio do tempus 
regit actum (tempo rege o ato). 
D) 2 a 5 anos de detenç‹o, pois a lei excepcional tem ultratividade 
gravosa. 
 
02.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (OUT/2011) 
Acerca da aplica‹o da lei penal no tempo e no espao, assinale a 
alternativa correta. 
A) Se um funcion‡rio pœblico a servio do Brasil na It‡lia praticar, 
naquele pa’s, crime de corrup‹o passiva (art. 317 do C—digo Penal), 
ficar‡ sujeito ˆ lei penal brasileira em face do princ’pio da 
extraterritorialidade. 
B) O ordenamento jur’dico-penal brasileiro prev a combina‹o de leis 
sucessivas sempre que a fus‹o puder beneficiar o rŽu. 
C) Na ocorrncia de sucess‹o de leis penais no tempo, n‹o ser‡ 
poss’vel a aplica‹o da lei penal intermedi‡ria mesmo se ela configurar 
a lei mais favor‡vel. 
D) As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o dotadas de ultra-
atividade. Por tal motivo, s‹o aplic‡veis a qualquer delito, desde que 
seus resultados tenham ocorrido durante sua vigncia. 
 
03.! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) 
No ano de 2005, Pierre, jovem francs residente na Bulg‡ria, atentou 
contra a vida do ent‹o presidente do Brasil que, na ocasi‹o, visitava o 
referido pa’s. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre 
foi absolvido. 
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta. 
A) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido 
no estrangeiro, n‹o ficou satisfeita uma das exigncias previstas ˆ 
hip—tese de extraterritorialidade condicionada. 
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B) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese 
de extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato 
n‹o tenha sido alcanado por nenhuma causa extintiva de punibilidade 
no estrangeiro. 
C) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese 
de extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter 
sido o agente absolvido no estrangeiro. 
D) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como o agente Ž 
estrangeiro e a conduta foi praticada em territ—rio tambŽm estrangeiro, 
as exigncias relativas ˆ extraterritorialidade condicionada n‹o foram 
satisfeitas. 
 
04.! (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII 
- PRIMEIRA FASE) 
Considere que determinado agente tenha em dep—sito, durante o 
per’odo de um ano, 300 kg de coca’na. Considere tambŽm que, durante 
o referido per’odo, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a 
pena relativa ao crime de tr‡fico de entorpecentes. Sobre o caso 
sugerido, levando em conta o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
a) Deve ser aplicada a lei mais benŽfica ao agente, qual seja, aquela 
que j‡ estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em 
dep—sito. 
b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a 
vigorar durante o per’odo em que o agente ainda estava com a droga 
em dep—sito. 
c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado Ž permitido 
fazer a combina‹o das leis sempre que essa atitude puder beneficiar 
o rŽu. 
d) O magistrado poder‡ aplicar o critŽrio do caso concreto, 
perguntando ao rŽu qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, 
no seu caso, mais benŽfica 
 
05.! (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - 
PRIMEIRA FASE) 
John, cidad‹o ingls, capit‹o de uma embarca‹o particular de 
bandeira americana, Ž assassinado por JosŽ, cidad‹o brasileiro, dentro 
do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no 
Estado de S‹o Paulo. 
Nesse contexto, Ž correto afirmar que a lei brasileira 
a) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca‹o Ž americana, devendo 
JosŽ ser processado de acordo com a lei estadunidense. 
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b) Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca‹o estrangeira de propriedade 
privada estava atracada em territ—rio nacional. 
c) Ž aplic‡vel, uma vez

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