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Aula 03 241

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Aula 03
Direito Penal p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas 
Professor: Renan Araujo
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Renan Araujo Ð Aula 03 
 
	 	 	 	 	
	
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AULA 03: CRIME: ELEMENTOS (PARTE II): 
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO. 
 
SUMçRIO 
1. CULPABILIDADE .......................................................................................... 3 
1.1. Conceito ................................................................................................... 3 
1.2. Teorias ..................................................................................................... 3 
1.3. Elementos ................................................................................................ 4 
1.3.1. Imputabilidade penal ................................................................................ 4 
1.3.2. Potencial conscincia da ilicitude ................................................................ 7 
1.3.3. Exigibilidade de conduta diversa ................................................................. 7 
2. ERRO ......................................................................................................... 12 
2.1. Erro de tipo ............................................................................................ 12 
2.2. Erro de tipo acidental ............................................................................. 14 
2.2.1. Erro sobre a pessoa (error in persona) ...................................................... 14 
2.2.2. Erro sobre o nexo causal ......................................................................... 15 
2.2.2.1. Erro sobre o nexo causal em sentido estrito ............................................ 15 
2.2.2.2. Dolo geral ou aberratio causae .............................................................. 15 
2.2.3. Erro na execu‹o (aberratio ictus) ............................................................ 16 
2.2.3.1. Erro sobre a execu‹o com unidade simples (Aberratio ictus de resultado 
œnico) 17 
2.2.3.2. Erro sobre a execu‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado 
duplo) 17 
2.2.4. Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou 
aberratio criminis) .............................................................................................. 17 
2.2.4.1. Com unidade simples ........................................................................... 17 
2.2.4.2. Com unidade complexa ........................................................................ 18 
2.2.5. Erro sobre o objeto (error in objecto) ........................................................ 18 
2.3. Erro determinado por terceiro ................................................................ 18 
2.4. Erro de proibi‹o .................................................................................... 19 
3. RESUMO .................................................................................................... 27 
4. EXERCêCIOS DA AULA ............................................................................... 33 
5. GABARITO ................................................................................................. 39 
	
 
Ol‡, meus amigos! 
 
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Na œltima aula n—s iniciamos o estudo do crime, seu conceito e 
elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato t’pico e a 
ilicitude. 
Hoje vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime, analisando 
a culpabilidade e o fen™meno do Erro no Direito Penal. 
 
Trata-se, tambŽm, de um tema bastante cobrado pela FGV nas 
provas da OAB. Aproximadamente 10% das quest›es que a FGV j‡ 
cobrou no Exame de Ordem sa’ram desta aula! 
 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.!CULPABILIDADE 
 
1.1.! Conceito 
A culpabilidade nada mais Ž que o ju’zo de reprovabilidade acerca 
da conduta do agente, considerando-se suas circunst‰ncias 
pessoais.1 
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato 
t’pico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de 
estudo n‹o Ž o fato, mas o agente. Da’ alguns doutrinadores 
entenderem que a culpabilidade n‹o integra o crime (por n‹o estar 
relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos 
trabalh‡-la como elemento do crime. 
 
1.2.! Teorias 
Trs teorias existem acerca da culpabilidade: 
A)!Teoria psicol—gica Ð Para essa teoria a culpabilidade era 
analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e 
culpa). Esta teoria entende que o agente seria culp‡vel se era 
imput‡vel no momento do crime e se havia agido com dolo ou 
culpa. Vejam que essa teoria s— pode ser utilizada por quem adota 
a teoria natural’stica da conduta (pois o dolo e culpa est‹o na 
culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso C—digo 
penal), essa teoria acerca da culpabilidade Ž imposs’vel, pois a 
teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no 
fato t’pico. 
B)!Teoria normativa ou psicol—gico-normativa Ð Possui os 
mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a 
inexigibilidade de conduta diversa, que Ž a Òpossibilidade de agir 
conforme o DireitoÓ. Para essa teoria, mais evolu’da, ainda que o 
agente fosse imput‡vel e tivesse agido com dolo ou culpa, s— seria 
culp‡vel se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro 
comportamento que n‹o o comportamento criminoso. Trata-se, 
portanto, da inclus‹o de elementos normativos ˆ culpabilidade, 
que deixa de ser a mera rela‹o subjetiva do agente com o fato 
(dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjuga‹o do 
elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do ju’zo de reprova‹o sobre 
o agente.2 
C)!Teoria normativa pura Ð Essa j‡ muda de ares. J‡ n‹o mais 
considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do 
fato t’pico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta 
teoria, os elementos da culpabilidade s‹o: a) imputabilidade; b) 
																																																													
1
	BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452	
2
	BITENCOURT, Op. cit., p. 447	
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potencial conscincia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta 
diversa. A potencial conscincia da ilicitude seria a an‡lise 
concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer 
o car‡ter il’cito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses 
elementos mais ˆ frente; 
 
CUIDADO: Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se 
divide em: 
¥! Teoria extremada 
¥! Teoria limitada 
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A 
grande diferena entre elas reside no tratamento dispensado ao 
erro sobre as causas de justifica‹o (ou de exclus‹o da antijuridicidade), 
tambŽm conhecidas como descriminantes putativas. 
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa 
de justifica‹o seria equiparado ao erro de proibi‹o. 
A teoria limitada, por sua vez, divideo erro sobre as causas de 
justifica‹o (descriminantes putativas) em: 
¥! Erro sobre pressuposto f‡tico da causa de justifica‹o (ou 
erro de fato) Ð Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas 
para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO 
PERMISSIVO).3 
¥! Erro sobre a existncia ou limites jur’dicos de uma causa de 
justifica‹o (erro sobre a ilicitude da conduta) Ð Neste caso, tal 
teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras 
previstas para o erro de PROIBI‚ÌO, por se assemelhar ˆ conduta 
daquele que age conscincia da ilicitude. 
 
Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final, 
estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO. 
 
1.3.! Elementos 
 
1.3.1.! Imputabilidade penal 
O C—digo Penal n‹o define o que seria imputabilidade penal, apenas 
descreve as hip—teses em que ela n‹o est‡ presente. 
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade 
mental de entender o car‡ter il’cito da conduta e de comportar-se 
conforme o Direito. 
Existem trs sistemas acerca da imputabilidade: 
																																																													
3
	BITENCOURT, Op. cit., p. 508	
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Ø! Biol—gico Ð Basta a existncia de uma doena mental ou 
determinada idade para que o agente seja inimput‡vel. ƒ 
adotado no Brasil com rela‹o aos menores de 18 anos. Trata-
se de critŽrio meramente biol—gico: Se o agente tem menos de 
18 anos, Ž inimput‡vel. 
Ø! Psicol—gico Ð S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na 
an‡lise do caso concreto. 
Ø! Biopsicol—gico Ð Deve haver uma doena mental (critŽrio 
biol—gico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso 
concreto se o agente era ou n‹o capaz de entender o car‡ter 
il’cito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critŽrio 
psicol—gico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo 
nosso C—digo Penal.4 
 
CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento 
em que ocorreu o fato criminoso. 
 
As causas de inimputabilidade est‹o previstas nos arts. 26, 27 e 28 
do CP. Vamos explicar as hip—teses de inimputabilidade: 
 
(i) Menor de 18 anos 
Esse Ž um critŽrio meramente biol—gico e taxativo: Se o agente 
Ž menor de 18 anos, responde perante o ECA n‹o se aplicando a ele o CP, 
nos termos do art. 27 do CP. 
 
(ii)! Doena mental e Desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado 
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era 
inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito da conduta ou se era 
parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, ser‡ inimput‡vel, ou seja, 
isento de pena. No segundo caso, ser‡ semi-imput‡vel, e ser‡ aplicada 
pena, porŽm, reduzida de um a dois teros. 
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade 
por este motivo: 
¥! Que o agente possua a doena (critŽrio biol—gico) 
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o 
car‡ter il’cito do fato OU inteiramente incapaz de 
determinar-se conforme este entendimento (critŽrio 
psicol—gico) 
 
																																																													
4
	BITENCOURT, Op. cit., p. 474. 	
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Por isso se diz que este Ž um critŽrio BIOPSICOLîGICO (pois 
mescla os dois critŽrios). 
Nos dois casos acima, se o agente for inimput‡vel, exclui-se a 
culpabilidade e ele Ž isento de pena. Se for semi-imput‡vel, ser‡ 
considerado culp‡vel (n‹o se exclui a culpabilidade), mas sua pena ser‡ 
reduzida de um a dois teros. 
No caso de o agente ser inimput‡vel, por ser menor de 18 anos, n‹o 
h‡ processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser 
inimput‡vel em raz‹o de doena mental ou desenvolvimento incompleto, 
ser‡ isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicar‡ uma medida de 
segurana (interna‹o ou tratamento ambulatorial). Isso Ž o que se 
chama de sentena absolut—ria impr—pria (Pois, apesar de conter 
uma absolvi‹o, contŽm uma espŽcie de san‹o penal). 
No caso de o agente ser semi-imput‡vel, ele n‹o ser‡ isento 
de pena! Ser‡ condenado a uma pena, que ser‡ reduzida. Entretanto, a 
lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de 
liberdade por uma medida de segurana (interna‹o ou tratamento 
ambulatorial). 
 
(ii)! Embriaguez 
Segundo o CP, a embriaguez n‹o Ž uma hip—tese de 
inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou fora 
maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a 
capacidade de discernimento do agente). 
EXEMPLO: Imaginem que Luciana Ž embriagada por Carlos (que coloca 
‡lcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alco—licas e 
comete crime. Nesse caso, Poliana poder‡ ser inimput‡vel ou semi-
imput‡vel, a depender de seu n’vel de discernimento quando da pr‡tica 
da conduta. 
Vejamos o seguinte esquema: 
Embriaguez: 
Volunt‡ria 
Culposa 
 
 
Acidental (caso fortuito ou fora maior) 
 
 
Importante destacar que o CP exige que EM RAZÌO da embriaguez 
decorrente de caso fortuito ou fora maior o agente esteja 
INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o car‡ter il’cito do fato ou 
de determinar-se conforme este entendimento. 
N‹o excluem a 
imputabilidade 
COMPLETA Ð agente 
Ž inimput‡vel 
PARCIAL Ð agente Ž 
semi-imput‡vel 
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Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, n‹o ser‡ 
poss’vel aplica‹o de medida de segurana, pois essa visa ao 
tratamento do agente considerado doente, e que oferece risco ˆ 
sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente Ž sadio, tendo 
ingerido ‡lcool por caso fortuito ou fora maior. 
 
1.3.2.! Potencial conscincia da ilicitude 
A potencial conscincia da ilicitude Ž a possibilidade (da’ o termo 
ÒpotencialÓ) de o agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o 
car‡ter il’cito do fato5. N‹o se trata do par‰metro do homem mŽdio, mas 
de uma an‡lise da pessoa do agente. Assim, aquele que Ž formado em 
Direito, em tese, tem maior potencial conscincia da ilicitude que 
aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca 
instru‹o. ƒ claro que isso varia de pessoa para pessoa e, 
principalmente, de crime para crime, pois alguns s‹o do conhecimento 
geral (homic’dio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por 
exemplo). 
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente 
il’cita, comete erro de proibi‹o (art. 21 do CP). 
O erro de proibi‹o pode ser: 
Ø! Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, 
naquele caso concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao 
Direito Penal. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente 
Ž isento de pena. 
Ø! Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ 
proibi‹o da conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, 
mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta 
penalmente il’cita. Assim, permanece a culpabilidade, 
respondendo pelo crime, com pena diminu’da de um sexto a 
um tero (conforme o grau de possibilidade de conhecimento 
da ilicitude). 
 
1.3.3.! Exigibilidade de conduta diversa 
N‹o basta que o agente seja imput‡vel, que tenha potencial 
conhecimento da ilicitude do fato, Ž necess‡rio, ainda, que o agente 
pudesse agir de outro modo. 
Esse elementoda culpabilidade fundamenta duas causas de exclus‹o 
da culpabilidade: 
Ø! Coa‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa 
coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaa de 
lhe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na 
																																																													
5
	BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n. 
Bogot‡, 1996, p. 153 
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cabea de Poliana e diz que se ela n‹o atirar em Romeu, 
matar‡ seu filho, que est‡ sequestrado por seus comparsas. 
Nesse caso, n‹o se pode exigir de Poliana que deixe de atirar 
em Romeu, pois est‡ sob ameaa de um mal grav’ssimo 
(morte do filho). 
Ø! Obedincia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em 
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior 
hier‡rquico. Cuidado! A ordem n‹o pode ser 
MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem 
sabe que est‡ cometendo uma ordem ilegal, responde pelo 
crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem 
n‹o Ž manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu 
estar‡ acobertado pela excludente de culpabilidade da 
inexigibilidade de conduta diversa. 
CUIDADO! Nesse caso, s— se aplica aos funcion‡rios pœblicos, n‹o 
aos particulares! 
 
Com rela‹o ˆ coa‹o mora irresist’vel, vocs podem perceber que 
eu coloquei a express‹o ÒMORALÓ em caixa alta. Foi para deixar BEM 
CLARO que somente a coa‹o MORAL irresist’vel Ž que exclui a 
culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). A coa‹o 
FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coa‹o FêSICA 
irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, pois o fato n‹o ser‡ t’pico por 
ausncia de CONDUTA, j‡ que n‹o h‡ vontade. 
 
(FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME DE ORDEM) 
Para aferi‹o da inimputabilidade por doena mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a 
alternativa que indica o critŽrio adotado pelo C—digo Penal 
vigente. 
a) Biol—gico. 
b) Psicol—gico. 
c) Psiqui‡trico. 
d) Biopsicol—gico. 
COMENTçRIOS: Para a aferi‹o da inimputabilidade o CP adotou os 
critŽrios Òmeramente biol—gicoÓ e Òbiopsicol—gicoÓ. O primeiro foi adotado 
em rela‹o aos menores de idade, ou seja, basta que sejam menores de 
18 anos, sem que haja necessidade de qualquer avalia‹o espec’fica das 
condi›es psicol—gicas do agente no caso concreto. 
O critŽrio biopsicol—gico, por sua vez, foi adotado em rela‹o aos doentes 
mentais, nos termos do art. 26 do CP. 
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PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D. 
 
(FGV Ð 2012 Ð OAB Ð VIII EXAME DE ORDEM) 
Analise as hip—teses abaixo relacionadas e assinale a 
alternativa que apresenta somente causas excludentes de 
culpabilidade. 
a) Erro de proibi‹o; embriaguez completa proveniente de caso 
fortuito ou fora maior; coa‹o moral irresist’vel. 
b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade 
por doena mental ou por desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado. 
c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do 
dever legal; embriaguez incompleta. 
d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou 
fora maior; erro de proibi‹o; obedincia hier‡rquica. 
COMENTçRIOS: Das alternativas apresentadas a œnica que traz apenas 
hip—teses de exclus‹o da culpabilidade Ž a letra A, pois tanto o erro de 
proibi‹o quanto a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou 
fora maior e a coa‹o moral irresist’vel s‹o causas de exclus‹o da 
culpabilidade, nos termos dos arts. 21, 22 e 28, ¤1¼ do CP. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A. 
 
(FGV Ð IX EXAME UNIFICADO DA OAB) 
Acerca das causas excludentes de ilicitude e extintivas de 
punibilidade, assinale a afirmativa incorreta. 
A) A coa‹o moral irresist’vel exclui a culpabilidade, enquanto que 
a coa‹o f’sica irresist’vel exclui a pr—pria conduta, de modo que, 
nesta segunda hip—tese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, 
pois n‹o h‡ conduta penalmente relevante. 
B) Em um bar, Caio, por notar que T’cio olhava maliciosamente 
para sua namorada, desfere contra este um soco no rosto. 
Aturdido, T’cio vai ao ch‹o, levantando-se em seguida, e vai atr‡s 
de Caio e o interpela quando este j‡ estava saindo do bar. Ao 
voltar-se para tr‡s, atendendo ao chamado, Caio Ž surpreendido 
com um soco no ventre. T’cio praticou conduta t’pica, mas 
amparada por uma causa excludente de ilicitude. 
C) MŽvio, atendendo a ordem dada por seu l’der religioso e, com o 
intuito de converter Rufus, permanece na residncia deste ˆ sua 
revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso, MŽvio, 
mesmo cumprindo ordem de seu superior e mesmo sendo tal 
ordem n‹o manifestamente ilegal, pratica crime de viola‹o de 
domic’lio (Art. 150 do C—digo Penal), n‹o estando amparado pela 
obedincia hier‡rquica. 
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D) O consentimento do ofendido n‹o foi previsto pelo nosso 
ordenamento jur’dico-penal como uma causa de exclus‹o da 
ilicitude. Todavia, sua natureza justificante Ž pacificamente aceita, 
desde que, entre outros requisitos, o ofendido seja capaz de 
consentir e que tal consentimento recaia sobre bem dispon’vel. 
COMENTçRIOS: 
A) O item est‡ perfeito. A coa‹o pode ser f’sica ou moral. A coa‹o f’sica 
exclui a pr—pria conduta, j‡ que h‡ mero movimento corporal, sem 
qualquer elemento subjetivo. Portanto, atuando sobre a conduta, exclui-
se o fato t’pico (tipicidade). A coa‹o moral irresist’vel, por sua vez, n‹o 
exclui o fato t’pico, mas a culpabilidade, pois o agente pratica conduta 
(atividade corporal + elemento subjetivo), mas essa conduta est‡ viciada, 
j‡ que o agente est‡ sob forte ameaa, de forma que ausente o elemento 
da culpabilidade consistente na exigibilidade de conduta diversa. O art. 22 
do CP trata da situa‹o, embora diga apenas Òcoa‹o irresist’velÓ. 
B) O item est‡ errado. No caso, T’cio n‹o est‡ amparado por nenhuma 
causa de exclus‹o da ilicitude. Trata-se, apenas, de vingana; 
C) O item est‡ correto. Nesse caso n‹o h‡ possibilidade de se falar em 
obedincia hier‡rquica, primeiro porque esta causa de exclus‹o da 
culpabilidade s— Ž admiss’vel nas rela›es de servio pœblico, e em 
segundo lugar porque a ordem Ž manifestamente ilegal; 
D) O item est‡ correto. O nosso ordenamento previu apenas quatro 
espŽcies de causas de exclus‹o da ilicitude, n‹o estando entre elas o 
consentimento do ofendido. Contudo, a Doutrina entende que o 
consentimento do ofendido, desde que v‡lido e em rela‹o a bens 
dispon’veis, constitui-se como uma causa de exclus‹o da ilicitude, j‡ que 
tornaria a a‹o leg’tima, deixando de ser injusta, portanto. 
Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVI EXAME DE ORDEM) 
Patr’cio e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante 
ameaa de arma de fogo, obriga o œltimo a beber dois copos de 
tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, ent‹o, 
deixou o local, sendo que Patr’cio conduzia Luiz, que caminhava 
com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava 
sozinha pela calada, Patr’cio e Luiz, se utilizando da arma que 
era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar 
sexo oral, sendo flagrados por populares quepassavam 
ocasionalmente pelo local, ocorrendo a pris‹o em flagrante. 
Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instru‹o, 
mediante per’cia, restou constatado que Patr’cio era possuidor de 
doena mental grave e que, quando da pr‡tica do fato, era 
inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do seu 
comportamento, situa‹o, ali‡s, que permaneceu atŽ o momento 
do julgamento. TambŽm ficou demonstrado que, no momento do 
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crime, Luiz estava completamente embriagado. O MinistŽrio 
Pœblico requereu a condena‹o dos acusados. N‹o havendo dœvida 
com rela‹o ao injusto, tecnicamente, a defesa tŽcnica dos 
acusados dever‡ requerer, nas alega›es finais, 
A) a absolvi‹o dos acusados por fora da inimputabilidade, 
aplicando, porŽm, medida de segurana para ambos. 
B) a absolvi‹o de Luiz por ausncia de culpabilidade em raz‹o da 
embriaguez culposa e a absolvi‹o Patr’cio, com aplica‹o, para 
este, de medida de segurana. 
C) a absolvi‹o de Luiz por ausncia de culpabilidade em raz‹o da 
embriaguez completa decorrente de fora maior e a absolvi‹o 
impr—pria de Patr’cio, com aplica‹o, para este, de medida de 
segurana. 
D) a absolvi‹o impr—pria de Patr’cio, com a aplica‹o de medida 
de segurana, e a condena‹o de Luiz na pena m’nima, porque a 
embriaguez nunca exclui a culpabilidade. 
COMENTçRIOS: No caso em tela o Juiz dever‡ absolver Luiz, em raz‹o 
da ausncia de culpabilidade, por inimputabilidade decorrente de 
embriaguez completa proveniente de fora maior, nos termos do art. 28, 
¤1¼ do CP. Em rela‹o a Patr’cio, dever‡ receber sentena de absolvi‹o 
impr—pria, com aplica‹o de medida de segurana, nos termos do art. 26 
do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
 
(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM) 
Durante um assalto a uma institui‹o banc‡ria, Ant™nio e 
Francisco, gerentes do estabelecimento, s‹o feitos refŽns. Tendo 
cincia da condi‹o deles de gerentes e da necessidade de que 
suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para 
abertura do cofre, os criminosos colocam, ˆ fora, o dedo de 
Ant™nio no local necess‡rio, abrindo, com isso, o cofre e 
subtraindo determinada quantia em dinheiro. AlŽm disso, sob a 
ameaa de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do 
banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, 
enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que 
tentavam efetuar a pris‹o dos agentes. 
Analisando as condutas de Ant™nio e Francisco, com base no 
conceito tripartido de crime, Ž correto afirmar que 
A) Ant™nio n‹o responder‡ pelo crime por ausncia de tipicidade, 
enquanto Francisco n‹o responder‡ por ausncia de ilicitude em 
sua conduta. 
B) Ant™nio n‹o responder‡ pelo crime por ausncia de ilicitude, 
enquanto Francisco n‹o responder‡ por ausncia de culpabilidade 
em sua conduta. 
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C) Ant™nio n‹o responder‡ pelo crime por ausncia de tipicidade, 
enquanto Francisco n‹o responder‡ por ausncia de culpabilidade 
em sua conduta. 
D) Ambos n‹o responder‹o pelo crime por ausncia de 
culpabilidade em suas condutas. 
COMENTçRIOS: No caso em tela, Ant™nio foi v’tima de coa‹o FêSICA 
irresist’vel (n‹o teve vontade alguma, escolha alguma), de forma que fica 
afastada a pr—pria configura‹o do fato t’pico, dada a ausncia de 
conduta. Francisco, por sua vez, foi v’tima de coa‹o MORAL irresist’vel, 
de maneira que agiu sem culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
 
2.! ERRO 
2.1.! Erro de tipo 
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente ˆ 
conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato 
t’pico e, como disse, estar‡ presente, portanto, a tipicidade. 
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato t’pico por 
equ’voco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado t’pico, 
mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. 
O erro de tipo Ž a representa‹o err™nea da realidade, na qual 
o agente acredita n‹o se verificar a presena de um dos elementos 
essenciais que comp›em o tipo penal. 
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: 
Art. 331 - Desacatar funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun‹o ou em raz‹o 
dela: 
Pena - deten‹o, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Imaginemos que o agente desconhecesse a condi‹o de funcion‡rio 
pœblico da v’tima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu 
em erro sobre elemento essencial do tipo penal. 
 
ATEN‚ÌO! Quando o erro incidir sobre elemento 
normativo do tipo6, h‡ divergncia na Doutrina! Parte entende que 
																																																													
6 Com rela‹o a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como 
Òelementos normativos especiais da ilicitudeÓ. Para o autor, elementos normativos 
seriam aqueles que demandam mero ju’zo de valor acerca de um objeto (saber que o 
documento falsificado Ž pœblico, por exemplo, no crime de falsifica‹o de documento 
pœblico). Termos como ÒindevidamenteÓ, Òsem justa causaÓ, etc., seriam antecipa‹o da 
ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica 
apenas o registro, j‡ que a Doutrina majorit‡ria entende que tais express›es s‹o 
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continua se tratando de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende 
que n‹o se trata de erro de tipo, mas de erro de proibi‹o, pois o agente 
estaria errando acerca da licitude do fato7. Exemplo: O art. 154 do CP diz 
o seguinte: Art. 154 - Revelar alguŽm, sem justa causa, segredo, de que tem 
cincia em raz‹o de fun‹o, ministŽrio, of’cio ou profiss‹o, e cuja revela‹o possa 
produzir dano a outrem: Pena - deten‹o, de trs meses a um ano, ou multa. Nesse 
caso, o elemento Òsem justa causaÓ Ž elemento normativo do tipo. Se o 
mŽdico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que 
este poder‡ ajud‡-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, 
acreditando haver justa causa, quando na verdade o parente Ž um 
tremendo fofoqueiro que s— quer difamar o paciente, o mŽdico incorreu 
em erro de tipo, pois acreditava estar agindo com justa causa, que n‹o 
havia. PorŽm, como disse a vocs, parte da doutrina entende que aqui se 
trata de erro de proibi‹o. Mas a teoria que prevalece Ž a de que se 
trata mesmo de erro de tipo. 
 
O erro de tipo pode ser: 
¥! Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, 
a presena do elemento do tipo. Exemplo: ÒAÓ entra numa 
loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A 
encontra uma bolsa idntica ˆ sua, e a leva embora. 
Entretanto, ÒAÓ n‹o sabia que essa bolsa era de ÒBÓ, que 
estava olhando revistas distra’da, tendo sua bolsa sido levada 
por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela 
primeira vez. Nesse caso, ÒAÓ n‹o tinha como imaginar que 
alguŽm, em t‹o pouco tempo, haveria roubado sua bolsa e 
que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa 
idntica. Nesse caso, ÒAÓ incorreu em erro de tipo 
escus‡vel, pois n‹o poderia, com um exerc’cio mental 
razo‡vel, saber que aquela n‹o era sua bolsa. 
¥! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre 
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um 
esforo mentalrazo‡vel, n‹o ter agido desta forma. 
Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa reparti‹o 
pœblica e acabe por desacatar funcion‡rio pœblico que l‡ 
estava. Marcelo n‹o sabia que se tratava de funcion‡rio 
pœblico, mas mediante esforo mental m’nimo poderia ter 
chegado a esta conclus‹o, analisando a postura da pessoa 
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, 
Marcelo incorreu em erro de tipo inescus‡vel, e responderia 
por crime culposo, caso houvesse previs‹o de desacato 
culposo (n‹o h‡). 
																																																																																																																																																																																														
elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, 
Alice. Op. cit., p. 211. 
7
	BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515	
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Assim, lembrem-se: 
 
 
 
 
Pode ser que se utilize o termo ÒErro sobre elemento constitutivo 
do tipo penalÓ. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela n‹o Ž utilizada 
sempre. 
 
ATEN‚ÌO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de Òerro de tipo 
permissivoÓ. O que Ž isso? O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os 
pressupostos objetivos de uma causa de justifica‹o (excludente de 
ilicitude). Assim, o erro de Òtipo permissivoÓ seria, basicamente, 
uma descriminante putativa. Fala-se em Òtipo permissivoÓ em raz‹o 
da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no 
comeo do sŽculo passado. Para esta teoria, as causas de exclus‹o da 
ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o 
Òtipo incriminadorÓ propriamente dito seria a descri‹o da conduta 
proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a ÒressalvasÓ ˆ 
ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, 
basicamente, quando o art. 121 do CP diz que Òmatar alguŽmÓ Ž crime, 
ele na verdade quer dizer que Òmatar alguŽm Ž crime, exceto se houver 
alguma causa de justifica‹oÓ. 
Esta Ž uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente 
disso, o fato Ž que o termo Òerro de tipo permissivoÓ Ž largamente 
utilizado e, portanto, digno de nota! 
 
2.2.! Erro de tipo acidental 
O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro na execu‹o do 
fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado8. 
Pode se apresentar de diversas formas: 
 
2.2.1.! Erro sobre a pessoa (error in persona) 
Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa 
visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. 
Neste caso, o erro Ž irrelevante, pois o agente responde como se 
																																																													
8 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 
Agente	comete	o	fato	
típico	por	incidir	em	
erro	sobre	um	dos	
elementos	que	
compõem	o	tipo	penal	
ERRO	DE	
TIPO	
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tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previs‹o 
est‡ no art. 20, ¤3¡ do CP. 
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, n‹o existe 
falha na execu‹o do delito. O erro est‡ em momento anterior (na 
representa‹o mental da v’tima). 
Ex.: Jo‹o quer matar seu pai, pois est‡ com raiva em raz‹o da 
partilha dos bens de sua m‹e. Jo‹o fica na espreita e, quando v uma 
pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no cr‰nio e lasca um 
balao certeiro, fazendo com que a v’tima caia desfalecida. Ap—s, verifica 
que a pessoa n‹o era seu pai, mas seu irm‹o. 
Neste caso o agente responder‡ como se tivesse praticado o delito 
contra seu pai (pessoa visada) e n‹o pelo homic’dio contra seu irm‹o. 
Trata-se da teoria da equivalncia. 
 
2.2.2.! Erro sobre o nexo causal 
No erro sobre o nexo causal o agente alcana o resultado 
efetivamente pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente 
daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espŽcies: 
 
2.2.2.1.!Erro sobre o nexo causal em sentido estrito 
Aqui o agente, com um s— ato, provoca o resultado pretendido (mas 
com nexo causal diferente). 
Ex.: JosŽ dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, 
em raz‹o dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento. 
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por 
afogamento).9 
 
2.2.2.2.!Dolo geral ou aberratio causae 
Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. ƒ o 
engano no que se refere ao meio de execu‹o do delito. Ocorre quando o 
agente, acreditando j‡ ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro 
ato, mas ao final verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado. 
Ex.: O agente atira contra a v’tima, visando sua morte. Acreditando 
que a v’tima j‡ morreu, atira o corpo num rio, visando sua oculta‹o. 
Mais tarde, descobre-se que esta œltima conduta foi a que causou a morte 
da v’tima, por afogamento, pois ainda estava viva. 
Embora, tenhamos dois crimes (um homic’dio doloso tentado na 
primeira conduta e um homic’dio culposo consumado na segunda 
conduta), a Doutrina majorit‡ria entende que o agente responde 
																																																													
9 Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. 
Salvador, 2015, p. 380 
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por apenas um crime, pelo crime originalmente previsto 
(homic’dio doloso consumado10), tendo sido adotada a TEORIA 
UNITçRIA (ou princ’pio unit‡rio).11 
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido 
ou o efetivamente ocorrido? Embora n‹o haja unanimidade, prevalece 
o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal 
efetivamente ocorrido (e n‹o pelo pretendido).12 
 
2.2.3.! Erro na execu‹o (aberratio ictus) 
Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, n‹o por 
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. 
Imagine que o agente, tentando acertar ÒAÓ, erre o tiro e acaba acertando 
ÒBÓ. No erro sobre a pessoa o agente n‹o Òerra o alvoÓ, ele Òacerta o 
alvoÓ, mas o alvo foi confundido. SÌO COISAS DIFERENTES! 
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a 
execu‹o do delito (n‹o houve m‡ execu‹o pelo infrator, mas mero 
acidente). 
! Ex.: JosŽ deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro 
todas as manh‹s para ir ao trabalho, coloca uma bomba no ve’culo, que 
ser‡ acionada assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, 
n‹o usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o ve’culo Ž seu 
marido, que vem a falecer em raz‹o da bomba. Vejam que, aqui, o 
agente n‹o errou na hora de executar o ato criminoso, mas acabou 
atingindo pessoa diversa em raz‹o de acidente no curso da empreitada 
criminosa. 
 
Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde 
pelo crime originalmente pretendido. Esta Ž a previs‹o do art. 73 do CP13. 
																																																													
10 GRECO, RogŽrio. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niter—i-RJ, 2015, p. 
360 
11 Doutrina minorit‡ria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder 
por dois crimes em concurso: homic’dio doloso tentado (primeira conduta) + homic’dio 
culposo consumado (segunda conduta). Trata-seda ado‹o da teoria do 
desdobramento. 
12 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 
2015, p. 380/381 
13Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execu‹o, o agente, ao 
invŽs de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como 
se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no ¤ 3¼ do art. 20 
deste C—digo. No caso de ser tambŽm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, 
aplica-se a regra do art. 70 deste C—digo.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
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No que tange ˆs consequncias, o erro na execu‹o pode ser de duas 
ordens: 
 
2.2.3.1.!Erro sobre a execu‹o com unidade simples (Aberratio 
ictus de resultado œnico) 
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste 
caso, responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e n‹o aquela 
efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a 
pessoa. 
 
2.2.3.2.!Erro sobre a execu‹o com unidade complexa 
(Aberratio ictus de resultado duplo) 
O agente atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima 
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em 
CONCURSO FORMAL. 
 
2.2.4.! Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido 
(aberratio delicti ou aberratio criminis) 
 
Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou 
erro na execu‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela‹o de 
pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus h‡ uma rela‹o 
de pessoa x pessoa. Pode ser de duas espŽcies: 
 
2.2.4.1.!Com unidade simples 
O agente atinge apenas o resultado NÌO PRETENDIDO. O agente 
responde apenas por um delito, da seguinte forma: 
§! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela‹o ˆ 
pessoa (tentativa de homic’dio ou les›es corporais). 
! Ex.: JosŽ atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na 
execu‹o e acaba por atingir uma planta. Neste caso, JosŽ responde 
apenas pela tentativa de homic’dio. 
 
§! Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado 
ocorrido em rela‹o ˆ pessoa. 
! Ex.: Imagine que alguŽm atire uma pedra num ve’culo parado, com 
o dolo de danific‡-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e 
atinge o dono, que estava perto (cometendo les›es corporais, art. 129 
do CP). Nesse caso, o agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO 
PRETENDIDO. Responder‡ apenas pelo crime praticado efetivamente 
(les‹o corporal culposa). 
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2.2.4.2.!Com unidade complexa 
O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou 
pessoa) n‹o pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na 
execu‹o: atingindo ambos os bens jur’dicos (o pretendido e o n‹o 
pretendido) responder‡ por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO 
FORMAL (art. 70 do CP).14 
! CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (les›es corporais, 
por exemplo) e, alŽm de atingir a pessoa visada, acaba tambŽm 
quebrando uma vidraa, ele NÌO responde por les›es corporais dolosas 
+ dano culposo, pois NÌO Hç CRIME DE DANO CULPOSO. 
 
2.2.5.! Erro sobre o objeto (error in objecto) 
Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto 
material do delito. 
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra ˆ 
noite na residncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por 
confundir com a obra pretendida. 
O CP n‹o previu esta hip—tese de erro, mas diante de sua 
possibilidade f‡tica, a Doutrina se debruou sobre o tema. Uma vez 
ocorrendo erro sobre o objeto, n‹o h‡ qualquer relev‰ncia para fins de 
afastamento do do dolo ou da culpa, bem como n‹o se afasta a 
culpabilidade. O agente responder‡ pelo delito. 
Mas qual delito? Neste caso, h‡ divergncia doutrin‡ria. A doutrina 
majorit‡ria, porŽm, sustenta que o agente deve responder pela 
conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). 
Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de 
pequeno valor (e n‹o pelo furto da obra de arte valiosa). 
 
2.3.! Erro determinado por terceiro 
No erro de tipo o agente comete o erro ÒsozinhoÓ, ou seja, n‹o Ž 
induzido a erro por ninguŽm. No erro determinado (ou provocado) 
por terceiro o agente erra porque alguŽm o induz a isso. 
Neste caso, s— responde pelo delito aquele que provoca o erro. 
Entende-se que h‡, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o 
autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente 
provocado, aquele que comete o erro) como mero instrumento para seu 
intento criminoso. 
! Ex.: Determinado mŽdico, querendo a morte do paciente, entrega ˆ 
enfermeira (dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo 
																																																													
14 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379 
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ao paciente, alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem 
saber do que se trata, confiando no mŽdico, ministra o veneno. O 
paciente morre. Neste caso, somente o mŽdico (aquele que provocou o 
erro) responde pelo homic’dio (neste caso, doloso). 
! A enfermeira, em regra, n‹o responde por crime algum, salvo se 
ficar demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha 
plenas condi›es de saber que se tratava de veneno, ou se podia 
desconfiar das inten›es do mŽdico, etc.). 
 
2.4.! Erro de proibi‹o 
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito anal’tico de crime) Ž 
formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL 
CONSCIæNCIA DA ILICITUDE. 
A POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE Ž a possibilidade de 
o agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do 
fato. N‹o se trata do par‰metro do homem mŽdio, MAS DE UMA 
ANçLISE DA PESSOA DO AGENTE. 
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž il’cita, 
comete ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP). 
O erro de proibi‹o pode ser: 
Ø! Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, 
naquele caso concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao 
Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente Ž 
isento de pena. 
Ø! Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ 
proibi‹o da conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, 
mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta 
il’cita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo 
crime, com pena diminu’da de um sexto a um tero 
(conforme o grau de possibilidade de conhecimento da 
ilicitude). 
EXEMPLO: Um cidad‹o, l‡ do interior, encontra um bem (rel—gio de 
ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que 
essa conduta Ž crime, previsto no CP (apropria‹o de coisa achada). 
Vejamos: 
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso 
fortuito ou fora da natureza: 
Pena - deten‹o, de um ms a um ano, ou multa. 
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre: (...) 
Apropria‹o de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, 
deixando de restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade 
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. 
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Percebam que atŽ mesmo uma pessoa de razo‡vel intelecto Ž capaz 
de n‹o conhecer a ilicitude desta conduta15. Assim, o agente, 
diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA 
PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa n‹o Ž sua, Ž uma 
coisa que foi perdida por alguŽm), mas ACREDITA QUE A CONDUTA ƒ 
LêCITA. 
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o rel—gio, 
na verdade, soubesse que n‹o podia ficar com as coisas dos outros, mas 
acreditasse que o rel—gio era um rel—gio que ele tinha perdido horas antes 
(quando, na verdade, era o rel—gio de outra pessoa). Nesse caso, o 
agente sabia que n‹o podia praticar a conduta de Òse apropriar de coisa 
alheia perdidaÓ (N‹o h‡, portanto, erro de proibi‹o), mas acreditou 
que a coisa n‹o era ÒalheiaÓ, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou 
clara a diferena? 
 
 
O erro de proibi‹o pode ser direto (que Ž a hip—tese mencionada) 
ou indireto. O erro de proibi‹o indireto ocorre quando o agente 
atua acreditando que existe uma causa de justifica‹o que o 
ampare. Contudo, n‹o confundam o erro de proibi‹o indireto com o erro 
de tipo permissivo. Ambos se referem ˆ existncia de uma causa de 
justifica‹o (excludente de ilicitude), mas h‡ uma diferena fundamental 
entre eles: 
¥! Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no 
caso concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que 
caracterizam a causa de justifica‹o e, portanto, sua conduta 
seria justa. Ex.: JosŽ atira contra seu filho, de madrugada, pois 
acreditava tratar-se de um ladr‹o (acreditava que as 
circunst‰ncias f‡ticas autorizariam agir em leg’tima defesa). 
																																																													
15 N‹o se exige que o agente conhea EXATAMENTE a tipifica‹o penal de sua conduta, 
bastando que ele saiba que sua conduta Ž il’cita. Assim, se o agente pratica uma 
determinada conduta que sabe ser il’cita (embora n‹o saiba a qual crime se refere), NÌO 
Hç ERRO DE PROIBI‚ÌO. Haveria, aqui, o que se chama de Òerro de subsun‹oÓ, que Ž 
irrelevante para fins de determina‹o da responsabilidade penal do agente. Isso ocorre 
porque n‹o se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua 
conduta. Basta que se verifique ser poss’vel ao agente, de acordo com suas 
caracter’sticas pessoas e sociais, saber que sua conduta Ž il’cita (Isso Ž o que se chama 
de VALORA‚ÌO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO). 
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¥! Erro de proibi‹o indireto Ð O agente atua acreditando 
que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa 
de justifica‹o) que autorize sua conduta. Trata-se de erro 
sobre a existncia e/ou limites de uma causa de justifica‹o em 
abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento jur’dico16. Ex.: 
JosŽ encontra-se num barco que est‡ a naufragar. Como possui 
muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e 
outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo tambŽm est‡ no 
barco e precisa salvar sua vida. JosŽ, no entanto, agride 
Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, j‡ que tinha 
a inten‹o de utiliz‡-lo para proteger seus bens. Neste caso, 
JosŽ n‹o representou erroneamente a realidade f‡tica (sabia 
exatamente o que estava se passando). JosŽ, conduta, errou 
quanto aos limites da causa de justifica‹o (estado de 
necessidade), que n‹o autoriza o sacrif’cio de um bem maior 
(vida de Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de 
JosŽ). 
 
 CUIDADO! N‹o confundam Descriminantes Putativas com delito 
putativo. As descriminantes putativas s‹o quaisquer situa›es nas 
quais o agente incida em erro por acreditar que est‡ presente uma 
situa‹o que, se de fato existisse, tornaria sua a‹o leg’tima (a 
doutrina majorit‡ria limita estes casos ˆs excludentes de 
ilicitude). 
Imagine que o agente est‡ numa casa de festas e oua gritos de 
ÒfogoÓ! Supondo haver um incndio, corre atropelando pessoas, 
agredindo quem est‡ na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo 
n‹o passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas 
(moderadamente, Ž claro), para se salvar, supondo haver uma situa‹o 
que, se existisse (incndio) justificaria a sua conduta (estado de 
necessidade). Dessa forma, h‡ uma descriminante putativa por estado de 
necessidade putativo (descriminante putativa). 
NO DELITO PUTATIVO acontece EXATAMENTE O OPOSTO do que 
ocorre no erro de tipo, no erro de proibi‹o e nas descriminantes 
putativas (seja de que natureza forem). O agente acredita que est‡ 
cometendo o crime, quando, na verdade, est‡ cometendo um 
INDIFERENTE PENAL. 
EXEMPLO: Um cidad‹o, sem querer, esbarra no carro de um terceiro, 
causando danos no ve’culo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, 
ele acredita que est‡ cometendo crime de DANO CULPOSO, mas n‹o 
sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NÌO EXISTE. Portanto, h‡, 
aqui, DELITO PUTATIVO. 
 
																																																													
16 BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525 
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DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS Agente acredita n‹o estar 
cometendo crime algum, por 
incidir em erro. Contudo, est‡ 
praticando uma conduta t’pica 
e il’cita. 
DELITO PUTATIVO Agente comete um 
INDIFERENTE PENAL, mas 
acredita estar praticando crime. 
	
(FGV Ð 2017 Ð OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) 
Pedro, jovem rebelde, sai ˆ procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, 
com a inten‹o de mat‡-lo, vindo a encontr‡-lo conversando com uma 
senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo 
porte era autorizado, e dispara em dire‹o ao rival. Ao mesmo tempo, a 
senhora dava um abrao de despedida em Henrique e acaba sendo 
atingida pelo disparo. Henrique, que n‹o sofreu qualquer les‹o, tenta 
salvar a senhora, mas ela falece. 
Diante da situa‹o narrada, em consulta tŽcnica solicitada pela fam’lia, 
dever‡ ser esclarecido pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo 
com o C—digo Penal, configura 
A) crime de homic’dio doloso consumado, apenas, com causa de 
aumento em raz‹o da idade da v’tima. ͒ 
B) crime de homic’dio doloso consumado, apenas, sem causa de 
aumento em raz‹o da idade da v’tima. ͒ 
C) crimes de homic’dio culposo consumado e de tentativa de homic’dio 
doloso em rela‹o a Henrique. ͒ 
D) crime de homic’dio culposo consumado, sem causa de aumento pela 
idade da v’tima. ͒ 
COMENTçRIOS: No presente caso tivemos um homic’dio doloso consumado, 
pois houve erro na execu‹o, na forma do art. 73 do CP. N‹o h‡ aumento de 
pena em raz‹o da agravante de ter sido praticado contra pessoa idosa, pois 
consideram-se as condi›es pessoais da v’tima visada, e n‹o as da v’tima 
atingida, nos termos do art. 73 c/c art. 20, ¤3¼ do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXII EXAME DE ORDEM) 
Tony, a pedido de um colega, est‡ transportando uma caixa com 
c‡psulas que acredita ser de remŽdios, sem ter conhecimento que 
estas, na verdade, continham Cloridrato de Coca’na em seu 
interior. Por outro lado, JosŽ transporta em seu ve’culo 50g de 
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Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter 
pequena quantidade do material em sua posse para fins 
medicinais. 
Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreens‹o das 
drogas, denunciados pela pr‡tica do crime de tr‡fico de 
entorpecentes. 
Considerando apenas as informa›es narradas, o advogado de 
Tony e JosŽ dever‡ alegar em favor dos clientes, respectivamente, 
a ocorrncia de 
A) erro de tipo, nos dois casos. ͒ 
B) erro de proibi‹o, nos dois casos. ͒ 
C) erro de tipo e erro de proibi‹o. ͒ 
D) erro de proibi‹o e erro de tipo. 
COMENTçRIOS: No primeiro caso temos erro de tipo, previsto no art. 20 
do CP, pois o agente praticou o fato t’pico por incidir em ERRO sobre um 
dos elementos do tipo penal (subst‰ncia entorpecente), j‡ que acredita 
que n‹o se tratava de subst‰ncia entorpecente, e sim de remŽdio. 
No segundo caso tivemos erro de proibi‹o, pois o agente sabia 
exatamente o que estava carregando, mas acreditava que sua conduta 
era l’cita perante o Direito Penal, ou seja, trata-se de um erro sobre a 
existncia ou limites da norma penal. Portanto, ERRO DE PROIBI‚ÌO, nos 
termos do art. 21 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
	
(FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) 
Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador 
de futebol do time Bola Cheia, seu advers‡rio no campeonato do 
bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington v, de costas, 
um jogador com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser 
Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na 
verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente 
que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, 
Rodrigo faleceu. Considerando a situa‹o narrada, assinale a 
op‹o que indica o crime cometido por Wellington. 
A) Homic’dio consumado, considerando-se as caracter’sticas de 
Ronaldo, pois houve erro na execu‹o. 
B) Homic’dio consumado, considerando-se as caracter’sticas de 
Rodrigo. 
C) Homic’dio consumado, considerando-se as caracter’sticas de 
Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. 
D) Tentativa de homic’dio contra Ronaldo e homic’dio culposo 
contra Rodrigo. 
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COMENTçRIOS: No caso em tela, temos o fen™meno do erro sobre a 
pessoa, previsto no art. 20, ¤3¼ do CP. Neste caso, o agente responde 
pelo crime de acordo com as caracter’sticas da v’tima pretendida, e n‹o 
de acordo com as caracter’sticas da v’tima atingida. Assim, Wellington 
responder‡ por homic’dio doloso consumado, considerando-se as 
caracter’sticas pessoais de Ronaldo, a v’tima visada. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
	
(FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) 
Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve in’cio 
uma discuss‹o sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, 
desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e 
tambŽm terceira pessoa que se encontrava no local, certo que 
ambas as v’timas faleceram, inclusive aquela cuja morte n‹o era 
querida pelo agente. 
Para resolver a quest‹o no campo jur’dico, deve ser aplicada a 
seguinte modalidade de erro: 
A) erro sobre a pessoa. 
B) aberratio ictus. 
C) aberratio criminis. 
D) erro determinado por terceiro. 
COMENTçRIOS: Neste caso ocorreu aberratio ictus, ou erro na 
execu‹o, pois em virtude de acidente o agente atingiu pessoa diversa 
daquela que pretendia atingir (embora tambŽm tenha atingido a v’tima 
visada, motivo pelo qual responder‡ pelos dois delitos em concurso 
formal, nos termos do art. 73 c/c art. 70 do CP). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XIV EXAME DE ORDEM) 
Eslow, holands e usu‡rio de maconha, que nunca antes havia 
feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do 
Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da 
tens‹o, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do 
est‡dio. Imediatamente, os policiais militares de plant‹o o 
prenderam e o conduziram ˆ Delegacia de Pol’cia. Diante do 
Delegado de Pol’cia, Eslow, completamente assustado, afirma que 
n‹o sabia que no Brasil a utiliza‹o de pequena quantidade de 
maconha era proibida, pois, no seu pa’s, Ž um habito assistir a 
jogos de futebol fumando maconha. 
Sobre a hip—tese apresentada, assinale a op‹o que apresenta a 
principal tese defensiva. 
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a) Eslow est‡ em erro de tipo essencial escus‡vel, raz‹o pela qual 
deve ser absolvido. 
b) Eslow est‡ em erro de proibi‹o direto inevit‡vel, raz‹o pela 
qual deve ser isento de pena. 
c) Eslow est‡ em erro de tipo permissivo escus‡vel, raz‹o pela 
qual deve ser punido pelo crime culposo. 
d) Eslow est‡ em erro de proibi‹o, que importa em crime 
imposs’vel, raz‹o pela qual deve ser absolvido. 
COMENTçRIOS: Na hip—tese narrada o agente se encontra em ERRO DE 
PROIBI‚ÌO, pois incidiu em erro sobre a existncia de norma 
incriminadora. Quanto a ser, ou n‹o, um erro evit‡vel, trata-se de uma 
quest‹o mais nebulosa. O enunciado, contudo, tenta deixar claro que o 
agente, de fato, n‹o sabia e nem poderia saber da proibi‹o, j‡ que Ž 
pessoa que nunca viajou para fora da Holanda, etc. Assim, o enunciado 
deixa transparecer que se trata de erro de proibi‹o inevit‡vel e, sendo 
assim, o agente fica isento de pena, por fora do art. 21 do CP. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV Ð IX EXAME UNIFICADO DA OAB) 
Jaime, brasileiro, passou a morar em um pa’s estrangeiro no ano 
de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por h‡bito 
sempre levar consigo acess—rios de arma de fogo, o que n‹o era 
proibido, levando-se em conta a legisla‹o vigente ˆ Žpoca, a 
saber, a Lei n. 9.437/97. Tal h‡bito foi mantido no pa’s 
estrangeiro que, em sua legisla‹o, n‹o vedava a conduta. 
Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de fŽrias ao Brasil. AlŽm de 
matar as saudades dos familiares, Jaime tambŽm queria 
apresentar o pa’s aos seus dois filhos, ambos nascidos no 
estrangeiro. Ocorre que, dois dias ap—s sua chegada, Jaime foi 
preso em flagrante por portar ilegalmente acess—rio de arma de 
fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : 
ÒPortar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em dep—sito, 
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, 
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acess—rio 
ou muni‹o, de uso permitido, sem autoriza‹o e em desacordo 
com determina‹o legal ou regulamentarÓ. 
Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hip—tese de 
A) erro de proibi‹o direto. 
B) erro de tipo essencial. 
C) erro de tipo acidental. 
D) erro sobre as descriminantes putativas. 
COMENTçRIOS: Partindo-se da premissa de que, de fato, Jaime n‹o 
sabia que sua conduta era prevista como crime, temos um caso de erro 
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de proibi‹o direto, pois recai sobre a potencial conscincia da ilicitude do 
fato em abstrato. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A. 
 
(FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 3 - PRIMEIRA 
FASE (FEV/2011) 
Joaquim, desejoso de tirar a vida da pr—pria m‹e, acaba causando 
a morte de uma tia (por confundi-la com aquela). Tendo como 
referncia a situa‹o acima, Ž correto afirmarque Joaquim incorre 
em erro 
A) de tipo essencial escus‡vel Ð inevit‡vel Ð e dever‡ responder 
pelo crime de homic’dio sem a incidncia da agravante relativa ao 
crime praticado contra ascendente (haja vista que a v’tima, de 
fato, n‹o era a sua genitora). 
B) de tipo acidental na modalidade error in persona e dever‡ 
responder pelo crime de homic’dio com a incidncia da agravante 
relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a 
v’tima n‹o seja, de fato, a sua genitora). 
C) de proibi‹o e dever‡ responder pelo crime de homic’dio 
qualificado pelo fato de ter objetivado atingir ascendente 
(preserva-se o dolo, independente da identidade da v’tima). 
D) de tipo essencial inescus‡vel Ð evit‡vel Ð, mas n‹o dever‡ 
responder pelo crime de homic’dio qualificado, uma vez que a 
pessoa atingida n‹o era a sua ascendente. 
COMENTçRIOS: No caso em tela, Joaquim praticou o que se chama de 
crime por erro sobre a pessoa, na medida em que visualizou mal a v’tima, 
mas acertou na execu‹o. Nesse caso, o CP determina que o agente seja 
punido pelo crime que tentou em rela‹o ˆ pessoa visada, e n‹o em 
rela‹o ˆ pessoa efetivamente atingida. 
Portanto, a afirmativa CORRETA ƒ A LETRA B. 
 
(FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XII EXAME DE ORDEM) 
Br‡ulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em 
uma casa noturna. Os dois, ap—s conversarem um pouco, resolvem 
dirigir-se a um motel e ali, de forma consentida, o jovem mantŽm 
rela›es sexuais com Paula. Ap—s, Br‡ulio descobre que a moa, 
na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente conseguira 
entrar no show mediante apresenta‹o de carteira de identidade 
falsa. 
A partir da situa‹o narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) Br‡ulio deve responder por estupro de vulner‡vel doloso. 
B) Br‡ulio deve responder por estupro de vulner‡vel culposo. 
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C) Br‡ulio n‹o praticou crime, pois agiu em hip—tese de erro de 
tipo essencial. 
D) Br‡ulio n‹o praticou crime, pois agiu em hip—tese de erro de 
proibi‹o direto. 
COMENTçRIOS: Em tese, Br‡ulio praticou o delito do art. 217-A do CP 
(estupro de vulner‡vel), por ter mantido rela‹o sexual com pessoa 
menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que 
Br‡ulio agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente 
a realidade (acreditava que Paula tivesse mais de 14 anos), incorrendo 
em erro sobre um dos elementos que integram o tipo penal (ser a v’tima 
menor de 14 anos), nos termos do art. 20 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
 
(FGV Ð 2010 Ð OAB Ð II EXAME DE ORDEM) 
Arlete, em estado puerperal, manifesta a inten‹o de matar o 
pr—prio filho recŽm-nascido. Ap—s receber a criana no seu quarto 
para amament‡-la, a criana Ž levada para o ber‡rio. Durante a 
noite, Arlete vai atŽ o ber‡rio, e, ap—s conferir a identifica‹o da 
criana, a asfixia, causando a sua morte. Na manh‹ seguinte, Ž 
constatada a morte por asfixia de um recŽm-nascido, que n‹o era 
o filho de Arlete. 
Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a 
responsabilidade penal da m‹e. 
(A) Crime de homic’dio, pois, o erro acidental n‹o a isenta de 
reponsabilidade. 
(B) Crime de homic’dio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata 
de matar o pr—prio filho sob influncia do estado puerperal, n‹o 
houve preenchimento dos elementos do tipo. 
(C) Crime de infantic’dio, pois houve erro quanto ˆ pessoa. 
(D) Crime de infantic’dio, pois houve erro essencial. 
COMENTçRIOS: No caso narrado no enunciado Arlete dever‡ responder 
pelo delito de infantic’dio, previsto no art. 123 do CP. Isso porque houve o 
que se chama de ERRO SOBRE A PESSOA, ou seja, Arlete representou 
equivocadamente a realidade, agindo contra o filho de outra pessoa, 
acreditando que estava praticando a conduta contra o pr—prio filho. Em 
casos tais, o agente responde pelo delito como se tivesse atingido a 
pessoa que, de fato, pretendia atingir, nos termos do art. 20, ¤3¼ do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C. 
 
3.! RESUMO 
 
CULPABILIDADE 
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CONCEITO - Ju’zo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, 
considerando-se suas circunst‰ncias pessoais. 
 
TEORIAS 
 
TEORIAS ACERCA DA CULPABILIDADE 
PSICOLîGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa 
PSICOLîGICO-
NORMATIVA 
Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + 
culpa + dolo natural (conscincia e vontade) + dolo 
normativo (conscincia da ilicitude) 
EXTREMADA Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + 
dolo normativo (POTENCIAL conscincia da ilicitude)17 
LIMITADA Mesmos elementos da teoria 
extremada + divergncia quanto ao 
tratamento das descriminantes 
putativas decorrentes de erro sobre 
pressupostos f‡ticos (entende que 
devem ser tratadas como erro de 
tipo, e n‹o erro de proibi‹o). 
ADOTADA 
PELO CP 
 
ELEMENTOS 
 
IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o car‡ter il’cito da 
conduta e de comportar-se conforme o Direito. 
CritŽrios para aferi‹o da imputabilidade: 
 
CRITƒRIOS PARA AFERI‚ÌO DA IMPUTABILIDADE 
BIOLîGIO Basta a existncia de uma caracter’stica 
biol—gica (doena mental ou determinada idade) 
para que o agente seja inimput‡vel. 
OBS.: Adotado pelo CP em rela‹o ˆ 
inimputabilidade por menoridade penal. 
PSICOLîGICO S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na 
an‡lise do caso concreto (se o agente tinha 
discernimento). 
BIOPSICOLîGICO Conjuga a presena de um elemento biol—gico 
(doena mental ou idade) com a necessidade de se 
																																																													
17 O dolo natural (a mera vontade e conscincia de praticar a conduta definida como 
crime) migra, portanto, para o fato t’pico, como elemento integrante da conduta. 
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avaliar se o agente, no caso concreto, tinha 
discernimento. 
OBS.: Adotado pelo CP em rela‹o ˆ 
inimputabilidade por doena mental e embriaguez 
decorrente de caso fortuito ou fora maior. 
OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade Ž aferida no momento do 
fato criminoso. 
 
Causas de inimputabilidade penal (exclus‹o da imputabilidade) 
Menoridade penal Ð S‹o inimput‡veis os menores de 18 anos (critŽrio 
biol—gico) 
Doena mental e Desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado Ð Requisitos: 
¥! Que o agente possua a doena (critŽrio biol—gico) 
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o 
car‡ter il’cito do fato OU inteiramente incapaz de 
determinar-se conforme este entendimento (critŽrio 
psicol—gico) 
Obs.: Se, em decorrncia da doena, o agente tinha discernimento 
PARCIAL (semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTO DE PENA (n‹o afasta a 
imputabilidade). Neste caso, h‡ redu‹o de pena (um a dois teros). 
 
Embriaguez Ð Requisitos: 
¥! Que o agente esteja completamente embriagado (critŽrio 
biol—gico) 
¥! Que se trate de embriaguez decorrente de caso fortuito ou 
fora maior 
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o 
car‡ter il’cito do fato OU inteiramente incapaz de 
determinar-se conforme este entendimento (critŽrio 
psicol—gico) 
Obs.: Se, em decorrncia da embriaguez, o agente tinha discernimento 
PARCIAL (semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTODE PENA (n‹o afasta a 
imputabilidade). Neste caso, h‡ redu‹o de pena (um a dois teros). 
 
Esquema: 
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POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, 
de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. 
Quando o agente atua acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente 
il’cita, comete erro de proibi‹o. 
 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - N‹o basta que o agente 
seja imput‡vel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, Ž 
necess‡rio, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. N‹o 
havendo tal elemento, afastada est‡ a culpabilidade. Exemplos: 
§! Coa‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage 
outra a praticar determinado crime, sob a ameaa de lhe fazer 
algum mal grave. Obs.: A coa‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI 
A CULPABILIDADE. A coa‹o FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO 
TêPICO, por ausncia de vontade (ausncia de conduta). 
§! Obedincia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em 
cumprimento a uma ordem n‹o manifestamente ilegal proferida por 
um superior hier‡rquico. Obs.: prevalece que s— se aplica aos 
funcion‡rios pœblicos. 
 
 
ERRO 
 
ERRO DE TIPO ESSENCIAL Ð O agente pratica um fato considerado 
t’pico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. 
ƒ a representa‹o err™nea da realidade. O erro de tipo pode ser: 
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§! Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a 
presena do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas 
condi›es, cometeria o mesmo erro. 
§! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre 
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforo 
mental razo‡vel, n‹o ter agido desta forma. 
 
OBS.: Erro de tipo permissivo - O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro 
sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justifica‹o (excludente 
de ilicitude). 
 
ERRO DE TIPO ACIDENTAL - O erro de tipo acidental nada mais Ž que 
um erro na execu‹o do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da 
conduta com o resultado. Pode ser: 
 
Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato 
contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a 
pessoa que deveria ser o alvo do delito. N‹o existe falha na execu‹o, 
mas na escolha da v’tima. CONSEQUæNCIA - O agente responde 
como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA 
(teoria da equivalncia). 
 
Erro sobre o nexo causal - O agente alcana o resultado efetivamente 
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o 
agente planejou. Pode ser de duas espŽcies: 
§! Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um s— ato, 
provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). 
§! Dolo geral ou aberratio causae Ð TambŽm chamado de DOLO 
GERAL OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando j‡ ter 
ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final 
verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado. 
CONSEQUæNCIA: Responde por apenas um crime (h‡ posi›es em 
contr‡rio), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITçRIA 
ou princ’pio unit‡rio). Responde, ainda, de acordo com o nexo 
causal efetivamente ocorrido. 
 
Erro na execu‹o (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa 
diversa daquela que fora visada, n‹o por confundi-la, mas por ERRAR NA 
HORA DE EXECUTAR O DELITO. Pode ser de duas espŽcies: 
§! Erro sobre a execu‹o com unidade simples (Aberratio ictus 
de resultado œnico ou em sentido estrito) - O agente atinge 
somente a pessoa diversa daquela visada. 
§! Erro sobre a execu‹o com unidade complexa (Aberratio 
ictus de resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente 
DIREITO PENAL para o XXIV EXAME DA OAB 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Renan Araujo Ð Aula 03 
 
	 	 	 	 	
	
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atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima 
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, 
em CONCURSO FORMAL. 
 
Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio 
delicti ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um 
crime, mas, por acidente ou erro na execu‹o, acaba cometendo outro. 
Aqui h‡ uma rela‹o de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de 
duas espŽcies: 
§! Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NÌO 
PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte 
forma: 
Ø! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em 
rela‹o ˆ pessoa (tentativa de homic’dio ou les›es corporais). 
Ø! Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo 
resultado ocorrido em rela‹o ˆ pessoa. 
 
§! Com unidade complexa - O agente atinge tanto o alvo (coisa ou 
pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) n‹o pretendida. Responder‡ por 
AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL. 
 
Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro 
sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que 
n‹o h‡ qualquer relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da 
culpa, bem como n‹o se afasta a culpabilidade. CONSEQUæNCIA: A 
doutrina majorit‡ria (h‡ divergncia) sustenta que o agente deve 
responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da 
coisa visada). 
 
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou 
provocado) por terceiro o agente erra porque alguŽm o induz a isso. S— 
responde pelo delito aquele que provoca o erro (modalidade de autoria 
mediata). 
 
ERRO DE PROIBI‚ÌO - Quando o agente age acreditando que sua 
conduta n‹o Ž il’cita, comete ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP). O 
erro de proibi‹o pode ser: 
§! Escus‡vel Ð Qualquer pessoa, nas mesmas condi›es, cometeria o 
mesmo erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de 
pena). 
§! Inescus‡vel Ð O erro n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, 
mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta 
penalmente il’cita. N‹o afasta a culpabilidade. H‡ diminui‹o 
de pena de um sexto a um tero. 
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OBS.: Erro de proibi‹o indireto - ocorre quando o agente atua 
acreditando que existe uma causa de justifica‹o que o ampare. 
Diferena entre erro de proibi‹o indireto e erro de tipo 
permissivo: 
§! Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso 
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a 
causa de justifica‹o e, portanto, sua conduta seria justa. 
§! Erro de proibi‹o indireto Ð O agente atua acreditando que 
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justifica‹o) 
que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existncia 
e/ou limites de uma causa de justifica‹o em abstrato. Erro, 
portanto, sobre o ordenamento jur’dico (erro normativo). 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
4.! EXERCêCIOS DA AULA 
 
01.! (FGV Ð 2017 Ð OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) 
Pedro, jovem rebelde, sai ˆ procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, 
com a inten‹o de mat‡-lo, vindo a encontr‡-lo conversando com uma 
senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo 
porte era autorizado, e dispara em dire‹o ao rival.

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