Perdas de Cargas • O escoamento interno em tubulações sofre forte inflluência das paredes, dissipando energia devido ao atrito. • Essa disipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do fluido ao longo do escoamento, que é denominada perda de carga. Perdas de Carga • As perdas de cargas podem ser distribuidas ou localizadas, dependendo do motivo que as causam: • Perdas de cargas distribuidas • Perdas de cargas localizadas Perdas de Carga • Perdas de cargas distribuidas: a parede dos dutos retilineos causa uma perda de carga de pressão distribuida ao longo do comprimento do tubo fazendo com que a p r e s s ã o t o t a l v á d i m i n u i n d o gradativamente ao longo do comprimento e por isso é denominada perda de carga distribuida. Perdas de Carga • Perdas de cargas localizadas: é causada pelos acessórios de canalização, isto é, as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o controle do fluxo do escoamento, que provocam variação brusca de velocidade, em modulo e direção, intensificando a perda energia. O escoamanento sofre perturbações bruscas em pontos da instalaçao Desse modo, as perdas de cargas ocorridas pela condução da água ou um outro fluído qualquer em um sistema de recalque, podem ser classificadas em: - Perda de carga ao longo das canalizações. - Perdas de carga localizadas, locais ou acidentais. Darcy conclui que, em tubos circulares, a resistência ao escoamento da água é: - diretamente proporcional ao comprimento (L) da canalização; - inversamente proporcional ao diâmetro (D), elevado a uma potência (m); - função da velocidade (V) elevada a uma potência (n): - variável com a rugosidade das paredes da tubulação (K = coeficiente de rugosidade); Observou, ainda, que a perda de energia em uma dada canalização independe da posição da tubulação, bem como, independe da pressão interna sob a qual o líquido escoa. Assim, segundo DARCY, a perda de carga, é dada pela equação 5: (5) hf K LV D n m= . . Pela equação (5) verifica-se que quanto mais extensa for a canalização maior será a perda de carga. Da mesma maneira, maiores perdas serão observadas quando do emprego de maiores velocidades. O coeficiente K mostra que, comparando-se duas canalizações, as maiores perdas serão verificadas nas tubulações que se apresentam com paredes mais rugosas. Por exemplo, tomando-se uma canalização de ferro-fundido, ter-se-á, para uma dada condição, uma perda de carga maior se tal canalização fosse constituída por tubos de PVC, devido, justamente, a maior rugosidade apresentada pelo ferro-fundido. A relação entre a perda de carga total e o comprimento da canalização é definida como perda de carga unitária em m/m, dada pela equação 6. J = hf (6) L J = perda de carga unitária hf = perda de carga total L = comprimento da canalização 4.1 - Perda de carga ao longo da canalização A determinação da perda de carga ao longo da canalização pode ser feita através do emprego de fórmulas, ábacos e tabelas definidas por inúmeros autores que pesquisaram o assunto. No Brasil, uma das fórmulas que foi muito utilizada no cálculo de condutores de diâmetros superior a 2” é a de Hazen-Williams, podendo ser observada nas equações 7 e 8. V = 0,355.C.D.0,63.J,0,54 (7) ou Q = 0,2785.C.D2,63.J0,54 (8) Onde: V ⇒ velocidade média em m/s; C ⇒ coeficiente determinado experimentalmente e que depende do material empregado na execução das paredes da tubulação e do estado das mesmas (Tabela 1); D ⇒ diâmetro da tubulação em m; J ⇒ perda de carga unitária Q ⇒ descarga ou vazão, em m3/s. Resultados aproximados podem ser obtidos através do emprego do ábaco de Hazen-Williams mostrado na figura 15 e definido para C = 100. Para outros valores de C, recalcula-se os valores obtidos em função dos fatores de conversão, também incluídos na figura 15. No emprego da fórmula de Hazen-Williams deve-se tomar cuidado especial na escolha do coeficiente C, principalmente quando se trata de tubulações executadas com ferro fundido ou aço. Como pode ser observado na Tabela II, os valores de C para ferro fundido e aço decrescem com o tempo de uso dos tubos, devido ao processo chamado de “envelhecimento” da tubulação. Desse modo o coeficiente C a ser adotado deve estar de acordo com a vida útil esperada para a tubulação. Outra equação, também empregada, é a de Fair- Whipple Hisao, estabelecida para encanamentos de aço galvanizado de pequenos diâmetros (até 50 mm), conforme equação 9. J = 0,002021 Q 1,88 (9) D4,88 Figura 15 – Normograma de Hazen-Williams, para C = 100. TUBOS DE: - Aço corrugado (chapa ondulada) ...................................................... 60 - Aço com juntas “Lock-bar”, novos .................................................. 130 - Aço galvanizado (novos e em uso) ................................................... 125 - Aço rebitado, novos ........................................................................ 110 - Aço rebitado, em uso ...................................................................... 85 - Aço soldado, novos ........................................................................ 120 - Aço soldado, em uso ........................................................................ 90 - Aço soldado com revestimento especial (novos e em uso) ................... 130 - Chumbo ....................................................................................... 130 - Cimento-amianto .......................................................................... 140 - Cobre ........................................................................................... 130 - Concreto: Bom acabamento ............................................................ 130 - Concreto: Acabamento comum ...................................................... .. 120 - Ferro fundido, novos ...................................................................... 130 - Ferro fundido, em uso .................................................................... 90 - Ferro fundido, tubos revestidos de cimento ...................................... 130 - Grês cerâmico vidrado (manilhas) ................................................... 110 - Latão ........................................................................................... 130 - Madeira, em aduelas ...................................................................... 120 - Tijolos, condutos bem executados .................................................... 100 - Vidro ........................................................................................... . 140 - Plástico ....................................................................................... 140 Tabela I - Valores do coeficiente C da equação de Hazen-Williams TABELA II – VALORES DO COEFICIENTE C SEGUNDO OS DADOS ANALISADOS POR HAZEN-WILLIAMS 4.2 - Perda de carga localizada As perdas de cargas localizadas assumem proporções importantes no caso dos condutos forçados por recalque, em razão do, normalmente, pequeno comprimento da tubulação, em relação às inúmeras peças especiais existentes nas canalizações de um sistema de recalque. O mesmo não acontece nos casos dos condutos forçados por gravidade, onde os valores das perdas de carga localizadas são praticamente desprezíveis em relação aos valores assumidos pelas perdas de carga ao