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Título I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
ART. 121 — HOMICÍDIO
Conceito
Homicídio é a morte de um homem provocada por outro homem. É a eliminação da vida de uma pessoa praticada por outra. O homicídio é o crime por excelência 
OBJETO JURÍDICO
Vida é o estado em que se encontra um ser humano animado, normais ou anormais que sejam suas condições físico-psíquicas. A noção de vida tira-se ex adverso daquele de morte. ( O objeto jurídico é o direito à vida.)
OBJETO MATERIAL 
Genericamente, objeto material de um crime é a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta. É o objeto da ação. Não se deve confundi-lo com o objeto jurídico, que é o interesse protegido pela lei penal. Assim, o objeto material do homicídio é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão. O objeto jurídico é o direito à vida.
ELEMENTOS DO TIPO
O tipo é, portanto, um padrão criado pela lei, no qual está descrito o crime com todos os seus elementos, de modo que as pessoas saibam que só cometerão algum delito se vierem a realizar uma conduta idêntica à constante do modelo legal.
Para o homicídio, basta a vontade de praticar o verbo, de realizar o resultado, sem qualquer finalidade especial.
O tipo é composto dos seguintes elementos:	
Objetivos: a) referem-se ao aspecto material do fato, são elementos objetivos : o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados, o núcleo do tipo (o verbo) etc.
 Normativos: ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural, histórica, política, religiosa, bem como de qualquer outro campo do conhecimento humano.
È extraído a partir do conhecimento jurídico.
Subjetivos: c) é a finalidade especial do agente exigida pelo tipo para que este se configure. Assim, quando um tipo tiver elemento subjetivo, só haverá fato típico se presentes o dolo de realizar o verbo do tipo + a finalidade especial. O elemento subjetivo do tipo, portanto, não se confunde com o dolo de praticar o verbo; é algo mais, ou seja, a finalidade especial exigida expressamente pelo tipo. É o que a doutrina tradicional denomina dolo específico. Quando a infração for dolosa, mas o tipo não exigir qualquer finalidade especial, será suficiente o dolo genérico. Em contrapartida, quando, além do dolo, o modelo incriminador fizer expressa referência a um fim especial, será imprescindível que esteja presente o dolo específico. Assim, se, por exemplo, “A” esquarteja a vítima em pedacinhos, certamente existe a consciência e a vontade de produzirlhe o resultado morte, configurando-se o homicídio doloso. Esse tipo não exige qualquer finalidade especial; logo, para o aperfeiçoamento integral da figura típica é irrelevante se o crime se deu com este ou aquele fim. 
Para o homicídio, basta a vontade de praticar o verbo, de realizar o resultado, sem qualquer finalidade especial
Ação nuclear
 A ação nuclear da figura típica refere-se a um dos elementos objetivos do tipo penal
. É expressa pelo verbo, que exprime uma conduta (ação ou omissão) que a distingue dos demais delitos. O delito de homicídio tem por ação nuclear o verbo matar, que significa destruir ou eliminar, no caso, a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução.
Ação física
 O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma específica de atuação que deva ser observada pelo agente. Desse modo, o agente pode lançar mão de todos os meios, que não só materiais, para realizar o núcleo da figura típica. Pode-se matar.
Por meios físicos : mecânicos, químicos ou patogênicos,
Dentre os meios mecânicos incluem-se os instrumentos contundentes, perfurantes, cortantes.
Dentre os meios químicos incluem-se as substâncias corrosivas (como, p. ex., o ácido sulfúrico), que são geralmente utilizadas para causar o envenenamento do indivíduo.
Finalmente dentre os patogênicos incluem-se os vírus letais (como o vírus da Aids).
B .Por meios morais ou psíquicos: 	o agente se serve do medo ou da emoção súbita para alcançar seu objetivo
C . Por meio de palavras: atua, contudo, tão eficazmente como o punhal, tal o caso de quem diz a um cego para avançar em direção a um despenhadeiro
Por meio direto: age-se contra o corpo da vítima, como, por exemplo, desferindo-lhe facadas.
Por meio indireto: quando se lança mão de meio que propicie a morte por fator relativamente independente do criminoso ou de seu contato direto com a vítima, como, por exemplo, atraí-la para lugar onde uma fera a ataque ou fique exposta a descarga de forte corrente elétrica
Por ação ou omissão
Ação. É o comportamento positivo, movimentação corpórea, facere. Exemplos: empurrar a vítima para um precipício; desferir tiros com arma de fogo; desferir facadas etc.
Omissão. É o comportamento negativo, a abstenção de movimento, o non facere.
omissão penalmente relevante é a constituída de dois elementos: o non facere (não fazer) e o quod debeatur (aquilo que tinha o dever jurídico de fazer).
Não basta, portanto, o “não fazer”; é preciso que, no caso concreto, haja uma norma determinando o que devia ser feito. Essa é a chamada teoria normativa, a adotada pelo Código Penal. Do contrário, como bem acentua Enrique Cury, “ qualquer um poderia ser acusado de ‘não haver feito algo’, para evitar um certo resultado.
São os chamados crimes omissivos impróprios (também conhecidos como omissivos impuros, espúrios, promíscuos ou comissivos por omissão).
Crime material e prova da materialidade (exame de corpo de delito)
Crime material. O delito de homicídio classifica-se como crime material, que é aquele que se consuma com a produção do resultado naturalístico.
O tipo descreve conduta e resultado (naturalístico), sendo certo que o resultado morte da vítima há de se vincular pelo nexo causal à conduta do agente.
Prova da materialidade (exame de corpo de delito). É o meio de prova pelo qual é possível a constatação da materialidade do delito. É certo que nem mesmo a confissão do acusado da prática delitiva é prova por si só idônea a suprir a ausência do corpo de delito; avente-se, por exemplo, a hipótese em que o confitente foi coagido a declarar-se autor do crime. Essa vedação, aliás, é expressa no art. 158 do Código de Processo Penal. Por desrespeito a essa regra legal é que sucedeu “o famoso erro judiciário de Araguari que resultou na condenação dos irmãos Naves pelo suposto homicídio de Benedito Pereira Caetano, que, anos depois, retornava, vivo e são, da Bolívia, para onde se mudara, levando dinheiro subtraído a seus pais. A confissão dos acusados havia sido extorquida pela violência de um delegado militar”14. O Código de Processo Penal prevê duas espécies de exame de corpo de delito, quais sejam:
Exame de corpo de delito direto: sua realização é imprescindível nas infrações penais que deixam vestígios. Realiza-se mediante a inspeção e autópsia do cadáver, na busca da causa mortis, sendo tal exame devidamente documentado por laudo necroscópico.
Exame de corpo de delito indireto: não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (CPP, art. 167).
Sujeito ativo
Sujeito ativo da conduta típica é o ser humano que pratica a figura típica descrita na lei, isolada ou conjuntamente com outros autores.
Trata-se de crime comum, que pode ser cometido por qualquer pessoa.
4.6. Sujeito passivo

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