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Fosforilação Oxidativa e Cadeia Respiratória Fosforilação Oxidativa e Fotofosforilação Fosforilação oxidativa - Degradação de carbohidratos, gorduras e aminoácidos convergem para o estágio final da respiração celular, na qual a energia de oxidação dirige a síntese de ATP. Redução de O2 a H2O com os elétrons doados pelo NADH e FADH2, ocorre tanto no claro como no escuro. Em eucariotos na mitocôndria. Fotofosforilação – organismos fotossintetizantes capturam a energia solar e a utilizam para a síntese de ATP. Envolve oxidação de H2O a O2 com NADP+ como o último aceptor de elétrons, é absolutamente dependente da energia da luz. Ocorre nos cloroplastos. Fosforilação Oxidativa e Fotofosforilação Estes processos são, fundamentalmente, similares: 1) Ambos – fluxo de elétrons através de uma cadeia de carreadores ligados à membrana; 2) A energia livre liberada dos elétrons é acoplada ao transporte de H+ através da membrana, conservando a energia de oxidação como potencial eletroquímico transmembrana; 3) O fluxo de prótons (favorável ao gradiente) através de um canal específico provê energia para a síntese de ATP. ATP sintase, complexo na membrana – que acopla o fluxo de prótons com a fosforilação do ADP. Os três estágios do metabolismo Estágio 3 : Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa Os elétrons são “canalizados” em aceptores universais de elétrons: Nucleotídeos de nicotinamida (NAD+ ou NADP+) ou de flavinas (FMN ou FAD) Anatomia bioquímica da mitocôndria Permeável à pequenas moléculas e íons Impermeável à pequenas moléculas e íons, incluindo H+ Contêm os Complexos I-IV ADP-ATP-translocase ATP-sintase (F0F1) Ciclo do Ácido Cítrico β-oxidação dos Ácidos Graxos Enzimas de Oxidação de Aminoácidos Anatomia bioquímica da mitocôndria 1948 – Eugene Kennedy e Albert Lehninger – mitocôndria como o sítio da Fosforilação oxidativa em eucariotos. Uma única mitocôndria pode conter até 10 000 conjuntos de sistemas de transporte de elétrons (cadeias respiratórias) e ATP-sintases. Mitocôndrias do coração – maior área de cristas – até 3x + conjuntos de sistemas de transporte, p.ex. comparada à mitocôndrias do fígado. Fosforilação Oxidativa – Visão Geral Fosforilação Oxidativa – Visão Geral 1961 – Peter Mitchell Teoria Quimiosmótica Diferenças transmembrana na concentração de prótons, servem de reservatório para a energia extraída das reações biológicas de oxidação. Força próton-motriz É a separação de cargas através da membrana mitocondrial interna. Força próton motriz – membrana mitocondrial interna separa dois componentes de diferentes [H+], resulta em diferenças na concentração química (∆pH) e distribuição de carga (∆Ψ) através da membrana. O efeito líquido é a força próton – motriz (∆G). A energia estocada no sistema, força próton motriz, possui dois componentes Fosforilação Oxidativa – Visão Geral Complexos I ao IV Aceptores universais de elétrons Os elétrons são canalizados para aceptores universais de elétrons 1) Desidrogenases ligadas a nucleotídeos de nicotinamida 2) Flavoproteínas 3) Ubiquinona 4) Dois tipos de proteína contendo Ferro: 4.1 citocromos 4.2 proteínas ferro-enxôfre 1) Desidrogenases ligadas a nucleotídeos de nicotinamida - NAD(P)+ - localização: citosol, mitocôndria ou ambos. Substrato reduzido NAD+ ↔ substrato oxidado NADH+ + H+ Substrato reduzido NADP+ ↔ substrato oxidado NADPH+ + H+ NADH e NADPH são carreadores de elétrons, solúveis em H2O e associam-se reversivelmente com as desidrogenases. NADH – carrega eletróns de reações catabólicas para cadeia respiratória. NADPH – geralmente supre elétrons para reações anabólicas. NADH ou NADPH – Não atravessam a membrana mitocondrial interna, mas seus elétrons podem ser “bombeados” indiretamente para a mitocôndria (Lançadeira Malato-Aspartato). Os elétrons são canalizados para aceptores universais de elétrons 2) Flavoproteínas Contém um nucleotídeo de flavina (FMN ou FAD) fortemente (às vezes covalentemente) ligado. O potencial de redução padrão de um nucleotídeo flavina depende da proteína a qual ele esteja associado. Potencial de redução padrão é uma medida quantitativa da tendência relativa de uma espécie química de aceitar elétrons em uma reação de oxi-redução. 2) Flavoproteínas O nucleotídeo de flavina oxidado pode aceitar: 1 elétron Semi-quinona 2 elétrons FADH2 ou FMNH2 3) Ubiquinona - Quinona hidrofóbica (coenzima Q ou Q) – benzoquinona solúvel em lipídeos, com longa cadeia isoprenóide. (Plastoquinona em plantas e menaquinona em bactérias). Ubiquinona pequena e hidrofóbica – difunde-se livremente na membrana mitocondrial interna – capaz de movimentar equivalentes redutores entre outros carreadores de elétrons menos móveis na membrana. Por transportar elétrons e prótons, desempenha um papel central e acoplar o fluxo de elétrons ao movimento de prótons. Ubiquinona (Q ou Coenzima Q) A completa redução requer dois elétrons e dois prótons 4) Dois tipos de proteína contendo Ferro 4.1. Citocromos são proteínas que absorvem fortemente a luz visível, devido aos seu grupos prostéticos heme contendo ferro. A mitocôndria contém 3 classes de citocromos (a, b e c) que distinguem-se pela diferença na absorção no espectro de luz. Em geral são proteínas integrais de membrana. Exceção Citocromo c da mitocôndria – proteína solúvel que se associa a superfície externa da membrana interna, por interações eletrostáticas. 4.1. Citocromos Grupos prostéticos Heme dos citocromos Ligados não covalentemente Ligado Covalentemente Anéis contendo N em estrutura cíclica - chamada Porfirina. Longa cadeia isoprenóide Elétrons facilmente excitáveis – Forte adsorção da luz Cada citocromo em sua forma reduzida (Fe2+) possui 3 bandas e absorção no visível. Citocromo c na forma oxidada (vermelho) e reduzida (azul). 4) Dois tipos de proteína contendo Ferro 4.2 proteínas ferro-enxôfre o Ferro está presente em associação com átomos de S inorgânico ou com S de cisteínas da proteína ou ambos. Participam da transferência de um elétron, na qual o átomo de Fe do complexo Fe-S é oxidado ou reduzido. Pelo menos oito proteínas Fe-S participam da transferência mitocondrial de elétrons. Ferredoxina de cianobactéria Anabaena 7120 (2Fe-2S) – S inorgânico em amarelo, S da Cys em laranja. Ferro em vermelho Potencial de redução destas proteínas varia de -0,65 a + 0,45 dependendo do microambiente do ferro dentro da proteína. 4.2 proteínas ferro-enxôfre Sequência de movimento dos elétrons na cadeia respiratória NADH ou outro doador primário de elétrons Flavoproteínas Ubiquinona Proteínas Ferro-Enxofre Citocromos O2 Elétrons tendem a fluir espontaneamente de carreadores de mais baixo potencial para carreadores de mais alto potencial (E´o): NAD →Q →citocromo b →citocromo c1 →citocromo c →citocromo a →citocromo a3 →O2 1º método – Medidas dos potencias de redução - determinadas experimentalmente Cinética de Oxidação Citoc b 2º método – Redução da cadeia (provendofonte de elétrons, mas não o aceptor O2). Introduz-se O2 e verifica-se a oxidação dos componentes (medido por espectroscopia) NAD →Q →citocromo b →citocromo c1 →citocromo c →citocromo a →citocromo a3 →O2 Citoc c1 Citoc c Citoc a e a3 A taxa com a qual cada carreador de elétrons se torna oxidado, revela a ordem em que os carreadores funcionam 3º. Método - Inibidores da Cadeia respiratória Agentes que inibem o fluxo de elétrons e têm sido usados em combinação com medidas do grau de oxidação de cada componente. Na presença de O2 e um doador de elétrons Carregadores antes do bloqueio = reduzidos, após o bloqueio = oxidados Separação funcional dos complexos da cadeia respiratória 1) Membrana mitocondrial externa – remoção por tratamento com detergente digitonina; 2) Fragmentos da membrana interna obtidos por ruptura osmótica da mitocôndria; 3) Os fragmentos são tratados com novo detergente suave; 4) Mistura das proteínas da membrana interna é submetida à cromatografia de troca iônica. Complexos da cadeia respiratória NAD desidrogenase Complexo 1 Succinato desidrogenase Complexo II Ubiquinona, citoc.c Oxiredutase Citocromo c – Complexo III Citocromo oxidase Complexo IV Ubiquinona Complexo I é uma bomba de prótons que usa a energia do transporte de elétrons. A reação é vetorial, isto é, move prótons em direção específica (da matriz que torna-se mais negativa - N) para o espaço intermembrana (que torna-se mais positivo - P) . Complexo I = NADH à ubiquinona NADH-desidrogenase Flavoproteína Complexo I = NADH à ubiquinona Ubiquinona oxidorredutase + Transferência de 4 prótons da matriz para o espaço intermembrana Bloqueando o processo global da fosforilação oxidativa Complexo II = succinato à ubiquinona Succinato-desidrogenase • Succinato desidrogenase - a única enzima ligada à membrana no ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico. • Menor e mais simples que complexo I, contem dois tipos de grupos prostéticos e pelo menos 4 diferentes proteínas. Contem FAD e centros • Fe-S Elétrons passam do FAD para centro Fe-S e então para ubiquinona Complexo II = succinato à ubiquinona Succinato-desidrogenase Sítio de ligação para a Ubiquinona Elétrons passam do FAD para centro Fe-S e então para ubiquinona Distâncias individuais de transferência dos elétrons de 11A Move os elétrons que “vazam” ao O2 Reduz as ERO Complexo III –acopla a transferência de elétrons do ubiquinol (QH2) para citocromo c com transporte vetorial de prótons da matriz para o espaço transmembrana Ciclo Q – Absorção de dois prótons da matriz e liberação de quatro prótons no espaço intermembranas Complexo III – Ubiquinona para citocromo c Ubiquinona-citocromo c oxidorredutase Complexo III Dímero Citocromo C Proteína solúvel Recebe o elétron do CIII e move-se para o CIV Complexo III – Ubiquinona para citocromo c Ubiquinona-citocromo c oxidorredutase Complexo IV – também chamado citocromo oxidase. No final da cadeia respiratória citocromo c passa os elétrons ao O2, reduzindo-o para H2O. Transferência de elétrons e bomba de prótons. Contem íons cobre e grupos heme. A última reação deve ocorrer sem a liberação de intermediários que não são completamente reduzidos, como peróxido de hidrogênio ou radicais livres hidroxila, espécies muito reativas que danificariam os componentes celulares. Os intermediários permanecem fortemente ligados ao complexo, até serem convertidos em água. Complexo IV – Citocromo c para o O2 Citocromo Oxidase Complexo IV é uma enzima grande, 13 subunidades (Mr = 204.000) Complexo IV – Citocromo c para o O2 Citocromo Oxidase Centro binuclear do Cu. Seis resíduos de aminoácidos são ligantes ao redor dos íons Cu A transferência de elétrons dá- se do citocromo c para o centro CuA, para o heme a, para o centro de heme a-CuB e finalmente, para o O2 Complexo IV – Citocromo c para o O2 Citocromo Oxidase Sumário do fluxo de elétrons e de prótons através dos 4 complexos da cadeia respiratória. A transferência de 2 elétrons do NADH para o oxigênio através da cadeia respiratória: NADH + H+ + ½ O2 →NAD+ + H2O (reação altamente exergônica) ∆G´o = - 220 kJ/mol (de NADH). A maior parte dessa energia é usada para bombear prótons para fora da matriz Vídeo!!! Espécies reativas de oxigênio são geradas durante a fosforilação Oxidativa. O2 + e- . O2- - Radical superóxido altamente reativo, sua formação também leva à produção do radical livre hidroxila, . OH, ainda mais reativo. - Espécies reativas de oxigênio podem provocar danos: reage com enzimas, lipídeos de membranas e ácidos nucleicos os danificando. - Em mitocôndrias (1 a 4 % do O2 usado na respiração) formam . O2- gerando efeitos letais, a menos que seja rapidamente descartado. Formação de ERO (espécies reativas de O2) é favorecida quando: a) mitocôndrias não estão produzindo ATP (por falta de ADP ou de O2) – alta força próton motriz (elevada QH2/Q), b) alta razão NADH/NAD+ na matriz – estresse oxidativo (mais elétrons disponíveis para a cadeia respiratória que a capacidade da cadeia respiratória de levá-los até O2). A superprodução de ERO é prejudicial, mas baixos níveis de ERO são úteis à celula, como sinalizadores. Para impedir o dano oxidativo… as células possuem alguns mecanismos: A enzima superóxido dismutase: 2 . O2- + 2 H+ H2O2 +O2 O Peróxido de hidrogênio gerado (H2O2) torna-se inofensivo pela ação da enzima Glutationa-peroxidase: H2O2 H2O A glutationa redutase recicla a glutationa oxidada GSSG 2GSH usando elétrons do NADPHNADP ATP-sintase ATP-sintase tem dois domínios funcionais, Fo (laranja) e F1 Sítio Catalítico Eixo Centra ATP-sintase O ATP é estabilizado em relação ao ADP na superfície de F1 ATP-sintase H+ Espaço intermembrana (Lado P) Matriz (Lado N) Catálise rotacional ATP-sintase H+ Espaço intermembrana (Lado P) Matriz (Lado N) Mudança de conformação Catálise rotacional ATP-sintase H+ Espaço intermembrana (Lado P) Matriz (Lado N) Liberação do ATP Aproximação de ADT + Pi Catálise rotacional Desacopladores da fosforilação oxidativa. Desacopladores químicos incluem DNP, FCCP e ácidos fracos com propriedades hidrofóbicas que lhes permitem difundir prontamente através das membranas mitocondriais. Depois de entrarem na matriz na forma protonada, eles podem liberar um próton, assim dissipando o gradiente de prótons A força próton-motriz energiza o transporte ativo. A força próton-motriz governa vários processos de transporte essenciais à fosforilação oxidativa. A membrana mitocondrial interna geralmente é impermeável a espécies carregadas, mas dois sistemas específicos transportam ADP e Pi para dentro da matriz e ATP para o citosol. A força próton-motriz energiza o transporte ativo. A adenina-nucleotideo- translocase, liga ADP3- no espaço intermembrana e o transporta para a matriz, em troca de uma molécula de ATP4- sua atividade é favorecida pelo gradiente eletroquímico transmembrana A forçapróton-motriz energiza o transporte ativo. Fosfato-translocase, que promove o simporte de um H2PO4- e um H+ para a matriz Esse processo de transporte também é favorecido pelo gradiente de prótons transmembrana Sistemas de lançadeiras Considerando que a membrana interna não é permeável a NADH, como o NADH gerado pela glicólise no citosol pode ser reoxidado a NAD+ pelo O2 ao longo da cadeia respiratória? Sistemas especiais de lançadeiras carregam equivalentes redutores do NADH citosólico para as mitocôndrias por uma via indireta. Lancadeira do malato-aspartato: mitocôndrias de fígado, rim e coração Lancadeira do glicerol-3-fosfato: músculo esquelético e o encéfalo Lançadeira Malato-Aspartato – transporta equivalentes redutores do NADH citosólico para a matriz mitocondrial. Presente no fígado, rim e coração. Lançadeira glicerol fosfato – entregar os equivalentes redutores do NADH para a ubiquinona e, então, para o complexo III, não o complexo I Regulação das vias de produção de ATP Sempre que o consumo de ATP aumenta, as velocidades da cadeia transportadora de elétrons e da fosforilação oxidativa aumentam. Simultaneamente, a velocidade de oxidação do piruvato pelo ciclo do ácido cítrico aumenta, elevando o fluxo de elétrons na cadeia respiratória. Quando a conversão de ADP em ATP reduz a concentração de ADP, o controle pelo aceptor diminui a transferência de elétrons e, assim, a fosforilação oxidativa.
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