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FARMACOLOGIA _2017_PROFESSORA SIMONIA 1 1 1 AULA – 04 – ANLGÉSICOS – ANTIPIRÉTICOS, ANTIINFLAMATÓRIOS e CORTICOIDES 1. FISIOPATOLOGIA 1.1 Fisiopatologia da inflamação CALOR: Decorrente do aumento da temperatura corporal local; RUBOR/VERMELHIDÃO: Causado por um aumento do fluxo sanguíneo local (heperemia ); EDEMA: Inchaço ocasionado pela saída de fluidos dos vasos; DOR: Provocada pela liberação de substâncias químicas; PERDA DA FUNÇÃO: Perda de função orgânica ou alterações funcionais do tecido lesado; 1.2 Mediadores envolvidos no processo inflamatório. MEDIADORES QUÍMICOS: como bradicinina (BK), histamina, leucotrienos e anfilatoxinas, que aumentam a permeabilidade vascular; MEDIADORES LIPÍDICOS: como tramboxanos, prostaglandinas e leucotrienos, que participam do processo de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular; CITOCINAS: Que induzem efeitos locais, tais como indução da expressão de moléculas de adesão e de quimiocinas, facilitando a migração de leucócitos, e efeitos sistêmicos como a indução de leucócitos, e efeitos sistêmicos como a indução de proteínas de fase aguda, levando à febre; QUIMIOCININAS: Que realizam a quimiotaxia de leucócitos; OPSONINAS: Que facilitam a fixação de células fagocitárias (neutrófilos e macrófagos). 2. Fisiopatologia da Dor FARMACOLOGIA _2017_PROFESSORA SIMONIA 2 2 2 A dor é a consciência de uma sensação nociceptiva, induzida por estímulos químicos ou físicos, de origem exógena ou endógena, assim como por disfunções biopsicossocial, causando emoções normalmente desagradáveis, como possibilidades de variáveis graus de comportamentos aversivos. A sensação da dor ou nocicepção são desencadeadas por liberação de substancias químicas; alterações mecânicas ou térmicas e liberação de substancias inflamatórias. Os nociceptores são estimulados quando o tecido é lesionado desencadeando uma reação inflamatória. Tanto humoral quanto celular. Há liberação de mediadores químicos como a BK, prostaglandinas, interleucina-1 (IL-1), óxido nítrico (NO) e substância P que, além de desencadearem alterações vasculares e imunológicas, ativam os nociceptores como BK ou reduzem o seu limiar de excitabilidade as prostaglandinas, causando hiperalgesia primaria ou hiperestesia. 2.2 Classificação conforme duração pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor DOR AGUDA: Manifesta transitoriamente durante um período relativamente curto, de minutos a algumas semanas, associadas a lesões em tecidos ou órgãos, ocasionada por inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas. Ex.: pós-operatório e menstrual. DOR CRONICA: Duração prolongada, podendo estender de vários meses a vários anos e está quase sempre associada a uma doença crônica, também pode ser consequência de uma lesão já tratado anteriormente. Ex.: Artrite Reumatoide, Progressão de um tumor maligno, esforços repetitivos durante o trabalho e a dor nas costas. DOR RECORRENTE: Apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com frequência, podendo ocorrer toda a vida do individuo. Ex.: enxaqueca. 3. Fisiopatologia da Febre A temperatura corporal normal (entre 36°C e 37,4°C) varia ao logno do dia (ciclo circadiano), tendo o pico máximo entre às 17 h e 19 h e o mínimo entre às 02 h e 06 h, no decorrer do ciclo menstrual e, em razão direta, com a atividade física. A temperatura corporal depende da parte do corpo onde ela é aferida. Pode ser realizada pela boca, ouvido, testa, ânus ou axilas. Nas mulheres também, também pode ser realizada pela vagina. TEMPERATURA AXILAR: 35,5-37 graus (com média de 36-36,5) TEMPERTURA BUCAL: 36-37,4 graus TEMPERATURA RETAL: 36-37,5 (isto é, 0,5 graus maior que a axilar) O balanço entre a perda e ganho de calor é regulado pelo hipotálamo, que recebe “informações” sobre a temperatura corpórea vindas de sensores térmicos periféricos e locais. A partir dessas informações, o hipotálamo, por meio de vias eferentes, vai modular o tônus vasomotor periférico, a produção de suor e a atividade muscular. Esses mecanismos visam manter a temperatura em torno de 37 graus (“set point”). Neurônios na região anterior do hipotálamo, irrigados por uma rede vascular altamente permeável com reduzida função de barreira hematoencefálica, liberam metabólitos do ácido araquidônico quando expostos aos pirógenos endógenos circulantes(IL-1, IL-6, TNF). Esses metabólitos, principalmente o PGE2 , difundem para a região anterior do hipotálamo, onde provavelmente ativam um segundo mensageiro, como o AMPc, que aumenta o set point termorregulador. A elevação do set point aciona um sinal para os nervos periféricos eferentes, determinando a retenção de calor e vasoconstricção. FARMACOLOGIA _2017_PROFESSORA SIMONIA 3 3 3 4. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINEs) Os AINEs são compostos por grupos quimicamente heterogêneos, que consistem de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. Ex.: 4.1 Mecanismos de ação O mecanismo de ação dos AINEs consiste basicamente na inibição da síntese de eicosanoides, prostaglandinas e tromboxano (substancias endógenas intermediarias do processo inflamatório) pela via metabólica da cascata do ácido araquidônico, por meio da inativação de isoenzimas denominadas ciclo- oxigenase (COX). A COX-1 é uma isoforma constitutiva; associada ao funcionamento basal dos tecidos, age na produção de prostaglandinas que controlam o processos fisiológicos normais e pode ser encontrada na maioria das células e tecidos, em especial no estomago. Já a COX-2 isoforma induzível sua expressão não é exclusivamente inflamatória, sendo detectáveis em pequenas concentrações nos rins, pulmões e cérebro. 5. CORTICOIDES Os anti-inflamatórios corticoides são também chamados esteroides ou corticosteroides. Na verdade, os corticoides usados na terapêutica anti-inflamatória são chamados glicocorticoides, que além da propriedade anti-inflamatória também atuam como imunossupressores; pela introdução de um grupo metila, hidroxila ou flúor, pode-se produzir corticoides sintéticos com diferentes potencias anti-inflamatórias e retentoras de sódio. Os corticoides tratam-se de hormônios esteroidais sintéticos que mimetizam ações do cortisol endógeno, hormônio secretado pela glândula suprarrenal com ação predominante sobre o metabolismo glicídico. 5.1 Mecanismo de ação Se baseia no seu efeito glicocorticoide, o que lhes confere ação anti-inflamatória e imunossupressora e permite que sejam utilizados em inúmeras doenças, os corticoides interferem em vários processos metabólicos, incluindo: metabolismo dos carbroidratos, proteínas e lipídeos; manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico; preservação normal dos sistemas cardiovascular, imune, musculoesquelético, endócrino e nervoso e rins. FARMACOLOGIA _2017_PROFESSORA SIMONIA 4 4 4 6. OUTROS ANTI-INFLAMATÓRIOS Esses fármacos são conhecidos como modificadores da doença reumática, atuam sobre a resposta imune, podendo suprir o processo da doença, mas requerem de dois meses de tratamento para resposta terapêutica completa (Processo de destruição cartilaginosa e óssea). CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ANTI-INFLAMATÓRIOS CORTICOIDES AINEs SELETIVOS AINEs NÃO SELETIVOS OUTROS Betametasona Meloxicam AAS Masalazina Budesonida Nimesulida Cetoprofeno Sulfassalazina Desonida Diclofenaco Hidroxicloroquina Dexametasona Dipirona Metotrexato Hidrocortisona Ibuprofeno Prednisolona Naproxeno Prednisona Indometacina Parecetamol Piroxicam Tenoxicam 7. REFERÊNCIAS1. Patologia, Bogliolo, Luigi, 1908 – 1981, 7. ed. 2. Fisiologia Humana, Arthur C. Guyton, M.D., 6. ed. 3. Tratado de Fisiologia médica do Dr. Arthur C. Guyton e John E. Hall, pela W.B. Saunders,1996. 4. Farmacologia Integrada, Roberta DeLucia, 3ª ed.
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