Buscar

TEORIA DO CRIME (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceito de direito penal
O Direito Penal se apresenta como o conjunto das normas jurídicas, pelas quais se exerce a 
função do Estado de prevenir e reprimir os crimes, por meio de sanções cominadas aos seus 
autores. 
I - Fontes Materiais
A única fonte de produção do Direito Penal é o Estado. Determina a CF (Art. 22, I), que compete 
privativamente a União legislar sobre direito penal. 
II - Fontes Formais
As fontes formais, que exteriorizam o direito, que lhe dão forma e o revelam, dividem-se em:
-FONTES DIRETAS (OU IMEDIATAS)
-FONTES INDIRETAS (OU MEDIATAS OU SUBSIDIÁRIAS)
-A única fonte direta do Direito Penal, diante do princípio da reserva legal, é a lei.
Apontam-se como fontes indiretas ou subsidiárias do Direito Penal os costumes e os princípios gerais 
do direito, referidos expressamente na LICC Lei de Introdução ao Código Civil (Art. 4º).
COSTUME é uma regra de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme, com a consciência de 
sua obrigatoriedade. Evidentemente, não se pode falar em criação ou revogação de crimes pelo costume, 
dado o princípio da legalidade. Não se pode negar, entretanto, sua influência na interpretação e na 
elaboração da lei penal.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO são premissas éticas extraídas da legislação, do ordenamento 
jurídico. Está o Direito Penal sujeito às influências desses princípios, estabelecidos com a consciência 
ética do povo em determinada civilização, que podem suprir lacunas e omissões da lei penal.
ANALOGIA é uma forma de auto-integração da lei. Na lacuna desta, aplica-se ao fato não regulado 
expressamente pela norma jurídica um dispositivo que disciplina hipótese semelhante.
I - Garantismo Penal
A visão do Direito Penal mínimo conduz à ideia de que venha apenas a proteger bens jurídicos 
penalmente relevantes.
A escola penal alemã de Frankfurt foi a precursora de tal pensamento, inspirada nos pensamentos de 
WINFRIED HASSEMER, que defendia não haver espaço para a tutela dos bens coletivos, que 
primordialmente deveria se ocupar da garantia aos bens individuais.
Hoje, o maior defensor do garantismo penal é LUIGI FERRAJOILI, que mantém em grande medida as 
características positivistas de KELSEN e, mais modernamente, de BOBBIO, para valorizar a diferença 
entre ser e dever-ser, a fim de propor a valorização das garantias constitucionais e o modelo do juiz 
atuante por meio de um positivismo crítico.
II - Garantia dos valores ético – sociais
WELZEL, não entendia o Direito Penal não como defensor de bens jurídicos, seja porque adotar-se 
critérios materiais de definição sobre o que seria o sujeito representa ponto de vista ultrapassado e, 
porque a complexidade das conexões da sociedade moderna não permitiria a estreita configuração 
jurídica do indivíduo como sujeito pessoal de direitos.
Passou a enxergar o Direito Penal como garantidor dos valores ético-sociais, ou seja, a missão de 
expandir a proteção prestada pelo Direito Penal, agora como garantidor do ordenamento jurídico.
III - Direito penal do inimigo
Mais recentemente discutido, principalmente depois dos ataques terroristas de 2001 aos Estados Unidos, 
é o posicionamento de GÜNTHER JAKOBS, apresentado em seminário Internacional de Direito Penal na 
década de 1970, abandonado desde lá, que culmina na concepção que ele denominou de Direito Penal do 
Inimigo, visando a alcançar o dever de prevenção geral positiva da pena, ou seja, que a condenação sirva 
como exemplo positivo ou negativo, de ameaça de castigo geral ou de confirmação de vigência da norma.
Afirma que o Direito Penal conhece dois pólos: o trato com o cidadão e o trato com o inimigo, que deve ser 
o quanto antes interceptado em sua periculosidade, para que ofereça menos riscos sociais.
Tal pensamento rompe inteiramente com o Direito Penal do FATO, exaltando uma nova tendência, a do 
Direito Penal do AUTOR, amplamente criticada e temerária, na medida emq ue se outorga ao Estado 
poderes de interferência indesejados e de difícil controle.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – (introduzido no sistema penal por CLAUS ROXIN): significa que o 
Direito Penal não deve se preocupar com bagatelas. Logo, os danos de pouca monta devem ser 
considerados fatos atípicos (como por exemplo, o furto de pacotes de bolacha)
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE – proíbe a incriminação de atitude meramente subjetiva, que não ofenda 
nenhum bem jurídico. Só pode ser castigado aquele comportamento que lesione direitos de outras 
pessoas e que não seja simplesmente pecaminoso ou imoral (logo, justifica-se a opção do Direito 
Penal brasileiro, à exemplo do que ocorre em outros ordenamentos jurídicos ocidentais, não punir o 
suicídio).
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA – baseia-se na confiança de que o comportamento das outras pessoas 
se dará de acordo com o que normalmente acontece. Exemplo disto é o caso do motorista que, 
trafegando pelo preferencial, passa por um cruzamento, na confiança de que o veículo da via 
secundária aguardará sua passagem. No caso de um acidente, não terá agido com culpa.
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE – o Direito Penal só deve se preocupar com ofensas 
realmente graves aos bens jurídicos por ele tutelados.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE – “LEX PRIMARIAE DERROGAT SUBSIDIARIAE” – a lei primária 
derroga a subsidiária, absorvida pela de maior importância.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP) - esse princípio, consagrado no Art. 1º do CP, 
encontra-se atualmente descrito também no Art. 5º, XXXIX, da CF. Segundo ele, “não há 
crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
A doutrina subdivide o princípio da legalidade:
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – uma pessoa só pode ser punida se, à época do fato por 
ela praticado, já estava em vigor a lei que descrevia o delito; e,
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL – apenas a lei em sentido formal pode descrever 
condutas criminosas. É vedado ao legislador utilizar-se de decretos, medidas provisórias ou 
outras formas legislativas para incriminar condutas.
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE – Este princípio se encontra ligado à técnica redacional 
legislativa. Não basta existir uma lei que defina uma conduta como crime. A norma 
incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência 
acerca da conduta punível pelo Estado.
Aplicação da Lei Penal. Princípio da Legalidade: Reserva Legal, Taxatividade e Irretroatividade
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
A – EXCLUSIVIDADE – somente a norma penal define crimes e comina penas (PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE);
B – IMPERATIVIDADE – a norma penal é imposta a todos, independentemente de sua vontade. 
Assim, praticada uma infração penal, o Estado, obrigatoriamente, deverá buscar a aplicação da 
pena;
C – GENERALIDADE – a norma penal vale para todos (“erga omnes”); e,
D – IMPESSOALIDADE – a norma penal é abstrata, sendo elaborada para punir acontecimentos 
futuros e não para punir pessoa determinada.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Tem por finalidade buscar o exato significado da norma penal.
I - QUANTO A ORIGEM – ou seja, quanto ao sujeito que interpreta a lei:
AUTÊNTICA – é dada pela própria lei, a qual, em um dos seus dispositivos, esclarece determinado 
assunto;
DOUTRINÁRIA – feita pelos estudiosos, professores e autores de obras de direito, através de seus 
livros, artigos, conferências, palestras etc; e,
JURISPRUDENCIAL – é aquela feita pelos juízes, que com as suas decisões comuns formam uma 
tendência.
II - QUANTO AO MODO:
GRAMATICAL – que leva em conta o sentido liberal das palavras contidas na lei;
TELEOLÓGICA – que busca descobrir o seu significado através de uma análise acerca dos fins a que 
ela se destina;
HISTÓRICA – que avalia os debates que envolveram sua aprovação e os motivos que levaram à 
apresentação do projeto de lei; e,
SISTEMÁTICA – que busca o significado da normaatravés de sua integração com os demais 
dispositivos de uma mesma lei e com o sistema jurídico com um todo.
III - QUANTO AO RESULTADO
DECLARATIVA – na qual se conclui que a letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador 
quis dizer;
RESTRITIVA – quando se conclui que o texto legal abrangeu mais do que queria o legislador (por isso 
a interpretação irá restringir seu alcance); e,
EXTENSIVA – quando se conclui que o texto da lei ficou aquém da intenção do legislador (por isso a 
interpretação irá ampliar sua aplicação).
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E ANALOGIA
A interpretação analógica é possível quando, dentro do próprio texto legal, após uma seqüência 
casuística, o legislador se vale de uma fórmula genérica, que deve ser interpretada de acordo com os 
casos anteriores:
EXS.: 1 – O CRIME DE ESTELIONATO (ART. 171 CP), DE ACORDO COM A DESCRIÇÃO LEGAL, 
PODE SER COMETIDO MEDIANTE ARTIFÍCIO, ARDIL OU QUALQUER OUTRA FRAUDE; 2 – O ART. 
28, II, ESTABELECE QUE NÃO EXCLUI O CRIME A EMBRIAGUEZ POR ÁLCOOL OU POR 
SUBSTÂNCIAS DE EFEITOS ANÁLOGOS.
PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO”
Se persistir dúvida, depois de haverem sido utilizadas todas as formas interpretativas, a questão deverá 
ser resolvida da maneira mais favorável ao réu, para absolvê-lo ou para puni-lo de maneira mais branda.
SUJEITOS DO CRIME
I - SUJEITO ATIVO - sujeito ativo ou agente é a pessoa que comete o crime. 
Em regra, só o ser humano, maior de 18 anos, pode ser sujeito ativo de uma infração. 
Excepcionalmente, em razão de expressa previsão legal contida em nosso ordenamento jurídico, as 
pessoas jurídicas poderão cometer crimes, uma vez que a CF estabeleceu que as condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano (Lei 9605/98 – Art. 222, § 
3º CF).
II - SUJEITO PASSIVO - é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (vítima do crime).
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Configura-se o conflito aparente de normas sempre que existir uma 
pluralidade de leis regulando um mesmo fato criminoso, sendo que, na 
realidade, apenas uma delas é efetivamente aplicável ao caso concreto.
Para saber qual das normas deve ser efetivamente aplicada ao fato 
concreto, dentre as aparentemente cabíveis, torna-se necessário recorrer 
aos princípios que solucionam a questão.
São eles:
I - PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – de acordo com o princípio da especialidade se, no caso 
concreto, houver duas normas aparentemente aplicáveis e uma delas puder ser considerada 
como especial em relação a outra, deve o julgador aplicar esta norma especial, de acordo com o 
brocardo “LEX SPECIALIS DERROGAT GENERALI”.
Considera-se norma especial aquela que possui todos os elementos da lei geral e mais alguns, 
denominados “especializantes”. EX. homicídio (Art. 121 CP), onde qualquer pessoa pode matar 
outra; e, infanticídio (Art. 123 CP), no qual somente a mãe, sob influência do estado puerperal, 
mata o filho nascente ou recém-nascido.
II - PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE – em havendo duas normas aplicáveis ao caso concreto, 
se uma delas puder ser considerada subsidiária em relação a outra, aplica-se a norma principal, 
denominada primária, em detrimento da norma subsidiária. Aplica-se o brocardo “LEX PRIMARIA 
DERROGAT SUBSIDIARIAE”. EX. estupro (Art. 213 CP) e constrangimento ilegal (Art. 146 CP). 
Não há estupro sem constrangimento, que acaba embutido na prática contra a dignidade sexual 
da vítima. Por isso, o constrangimento não é punido, restando a punição somente pelo estupro.
III - PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO – a relação de consunção ocorre quando um fato definido 
como crime atua como fase de preparação, de execução, ou ainda, como exaurimento de outro 
crime mais grave, ficando, portanto, absorvido por este.
HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
CRIME PROGRESSIVO – ocorre o crime progressivo quando o agente, desejando desde o início a 
produção de um resultado mais grave, mediante diversos atos, realiza sucessivas e crescentes 
violações ao bem jurídico. Nessa hipótese, o agente responderá apenas pelo resultado final e mais 
grave obtido, ficando absorvidos os atos anteriores. EX. para matar alguém, faz-se necessário 
lesioná-la primeiro.
PROGRESSÃO CRIMINOSA
EM SENTIDO ESTRITO – ocorre quando o agente, desejando inicialmente um resultado, após 
atingi-lo, pratica novo fato, produzindo um resultado mais grave. Aqui o agente responderá apenas 
pelo crime final. EX. pretende-se a lesão, no curso do delito, altera-se o dolo e pratica homicídio (Art. 
121 CP).
“ANTE FACTUM” (fato anterior) IMPUNÍVEL – é um fato menos grave praticado pelo agente de um 
mais grave, como meio necessário à realização deste. O crime-meio fica absorvido pelo crime-fim. EX. 
furto (Art. 155 CP) e estelionato (Art. 171 CP).
“POST FACTUM” (fato posterior) IMPUNÍVEL – é o fato menos grave praticado contra o mesmo bem 
jurídico da mesma vítima após a consumação de um primeiro crime e, embora constitua aquele um 
novo delito, não é punível, por ser menos grave. EX. furto (Art. 155 CP) e dano (Art. 163 CP).
CRIME COMPLEXO – é aquele que resulta da união de dois ou mais crimes autônomos, que passam 
a funcionar como elementos ou circunstâncias do crime complexo. O agente não responde pelos 
crimes autônomos, mas tão-somente pelo crime complexo. EX. latrocínio (Art. 157, § 3º, 2ª parte), 
extorsão mediante seqüestro (Art. 159 CP).
IV – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE – na realidade há diversas críticas quanto à inclusão desse 
princípio entre os que solucionam conflito aparente de normas. Nesses casos, não há propriamente 
um conflito aparente de normas, mas sim um conflito dentro da mesma norma. Ele só é aplicado aos 
chamados tipos alternativos mistos, nos quais a norma incriminadora descreve várias formas de 
execução de um mesmo delito, no qual a prática de mais de uma dessas condutas em relação a 
mesma vítima, caracteriza crime único. EX. o crime de participação em suicídio (Art. 122 CP), pune 
quem induz, instiga ou auxilia alguém a cometer suicídio. Desta forma, se o agente, no caso concreto, 
induz e auxilia a vítima a se matar, comete um só crime.
NORMAS PENAIS EM BRANCO
São chamadas normas penais em branco aquelas que exigem complementação por outras normas, de 
igual nível (leis), ou de nível diverso (decretos, regulamentos etc.). Ex. No artigo 33 da Lei 11343/2006, 
que tipifica o tráfico ilícito de entorpecentes, o Termo “DROGAS” depende de complementação, dada por 
uma portaria expedida pelo Ministério da Saúde, para esclarecer a sua amplitude. O mesmo se verifica 
no artigo 269 do Código Penal, que estabelece o compromisso atribuído aos médicos de denunciar a 
autoridade pública, acerca da constatação de doença cuja notificação seja complusória (nem qual 
autoridade, nem quais doenças estão especificadas no dispositivo, cabendo, portanto, complementação 
a ser dada por outra norma).
Aplicação da Lei Penal II.Tempo do Crime. Aplicação da Lei Penal mais Benéfica e 
Exceções. Lugar do Crime. Territorialidade e Extraterritorialidade
A LEI PENAL NO TEMPO
EXTINÇÃO DA NORMA
pelo decurso do tempo em que devesse vigorar (no caso das disposições transitórias);
pela obtenção do escopo a que se houvesse proposto; e,
pela eliminação do pressuposto que a houvesse gerado.
Normalmente, porém, a norma penal se extingue pela “ABOLITIO CRIMINIS”, que poderá ser total 
(ab-rogação) ou parcial (derrogação).
Revogada a lei penal, de forma expressa ou tácita (quando a lei se mostra em todo ou em parte 
incompatível com a velha), o crime resta excluído da tipologia contida na Parte Especial. Com a 
revogação, cessam de imediato os efeitos penais (não civis) da condenação.
Art. 2º. C.P. - LEI ULTERIOR MAIS BENÉFICA
A lei posterior, se de algummodo beneficiar o réu, retroagirá, transitada ou não em julgado a 
sentença penal condenatória (Art. 2º do C.P.). Na sistemática anterior do C.P. de 1940, antes da 
reforma de 1984, introduzida pelas Lei 7209 e 7210, a ”lex mitior” só teria aplicação se o fato não 
houvesse transitado em julgado.
PRINCÍPIOS NORTEADORES:
A sucessão das leis penais se regula por dois princípios genéricos:
o da irretroatividade da lei incriminadora; e,
o da retroatividade da lei benéfica.
Art. 3º., C.P. - LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
EXCEPCIONAL - quando promulgada para satisfazer e enquanto persistir situação anormal 
(terremoto, inundação, epidemia, guerra etc). Remediada a situação excepcional, deixa de vigorar a 
norma, que tem sua duração condicionada ao protraimento da situação normal.
TEMPORÁRIA – é a norma cuja vigência é previamente fixada pelo legislador. Findo o período para 
o qual foi promulgada, deixa de existir, sem necessidade de uma nova lei ab-rogatória.
Ambas são promulgadas para regulamentar situações contingentes e transeuntes. A lei excepcional 
ou temporária, de eficácia transitória, dispõem de ULTRATIVIDADE. Vale dizer, continuam a 
regulamentar fatos ocorridos durante sua vigência.
Constituem, porém, exceção à regra estabelecida no Art. 2º., já que a lei mais benéfica não altera a 
aplicação da lei excepcional ou temporária,dado o mencionado efeito da ultratividade.
Art. 4º. C.P. - TEMPO DO CRIME
O C.P. adotou a teoria da ATIVIDADE, segundo a qual “considera-se praticado o crime no momento 
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado” (Art. 4º C.P.).
A importância da definição da definição do tempo do crime tem a ver, por exemplo, com a definição 
da norma penal a ser aplicada, no reconhecimento ou não da menoridade do réu etc.
assim, suponha-se que uma pessoa com idade de 17 anos, 11 meses e 29 dias efetue disparo contra 
alguém, que morre apenas uma semana depois. Ora, o homicídio só se consumou com a morte 
(quando o agente já possui 18 anos), mas o agente não poderá ser punido criminalmente, pois, nos 
termos do Art. 4º, considera-se praticado o delito no momento da ação (quando o agente ainda era 
menor de idade).
no crime de homicídio, doloso a pena é aumentada de 1/3, se a vítima for menor de 14 anos. 
Suponha-se, assim, que o agente efetue um disparo contra uma pessoa de 13 anos, 11 meses e 29 
dias, que vem a falecer depois de já haver completado os 14 anos mencionados pela lei. Será 
aplicável o aumento da pena.
A LEI PENAL NO ESPAÇO
ART. 5º C.P. – TERRITORIALIDADE
Há várias teorias utilizadas para fixar o âmbito de aplicação da norma penal a fatos cometidos no 
Brasil:
Princípio da TERRITORIALIDADE – a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a 
editou. Pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
Princípio da TERITORIALIDADE ABSOLUTA – só a lei nacional é aplicável a fatos cometidos em 
seu território.
Princípio da TERRITORIALIDADE TEMPERADA – a lei nacional se aplica aos fatos praticados em 
seu território, mas, excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim 
estabelecer algum tratado ou convenção internacional
.
Foi este o princípio adotado pelo Art. 5º do C.P..
Entende-se por território nacional, todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania: solo, rios, 
lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo.
ART. 6º C.P. - LUGAR DO CRIME
Teoria da UBIQUIDADE – o lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado (adotada pelo 
Código Penal); e,
Teoria do RESULTADO – adota como regra para fixação da competência a que estabelece ser 
competente o foro (a comarca) na qual o crime se consumou (Art. 70 CPP).
ART. 7º C.P. - EXTRATERRITORIALIDADE
CONCEITO – é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos criminosos ocorridos no 
exterior.
PRINCÍPIOS NORTEADORES:
Princípio da NACIONALIDADE ATIVA – aplica-se a lei nacional do autor do crime, qualquer que 
tenha sido o local da infração.
Princípio da NACIONALIDADE PASSIVA – aplica-se a lei nacional do autor do crime quando o 
fato delituoso for praticado contra bem jurídico de seu próprio Estado ou contra pessoa de sua 
nacionalidade.
Princípio da DEFESA REAL – prevalece a lei referente à nacionalidade do bem jurídico lesado, 
qualquer que tenha sido o local da infração ou a nacionalidade do autor do delito.
Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL – todo o Estado tem o direito de punir qualquer crime, seja 
qual for a nacionalidade do sujeito ativo e passivo, e o local da infração, desde que o agente 
esteja dentro de seu território (que tenha voltado a seu país, por exemplo).
Princípio da REPRESENTAÇÃO – a lei nacional é aplicável aos crimes no estrangeiro em 
aeronaves e embarcações privadas, desde que não julgados no local do crime.
A extraterritorialidade pode ser incondicionada (quando a lei brasileira é aplicada a fatos ocorridos 
no exterior, sem que sejam exigidas condições) ou condicionada (quando a aplicação da lei pátria 
a fatos ocorridos fora de nosso território depende da existência de certos requisitos).
ART. 8º C.P. - PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
Caso a pena imposta no Brasil a uma determinada prática delitiva seja mais severa do que aquela 
aplicada em algum outro país estrangeiro, no qual, em razão da condenação pelo mesmo fato, o 
agente tenha cumprido a reprimenda, a deslocar-se de lá para cá depois de extinta a punibilidade 
naquele Estado, deverá cumprir no nosso país, o tempo de pena que restar, considerada a pena 
total, dela descontado o tempo de pena que cumpriu no exterior.
Se as penas forem iguai, ou se a pena aplicada no país estrangeiro superar a nossa em 
quantidade, nada mais deverá ser cumprido aqui no Brasil.
ART. 9º C.P. - EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
A homologação a que se refere o legislador penal compete ao Superior Tribunal Justiça (S.T.J.) e 
só será possível quando a aplicação da lei brasileira produzir os mesmos efeitos da lei estrangeira.
Os Arts. 787 a 790 do CPP regulamentam o tema.
ART. 10 C.P. – CONTAGEM DE PRAZO
A forma de contagem de prazos penais está regulada pelo Art. 10 do CP, que determina que o dia do 
começo inclui-se no cômputo do prazo. Assim, se uma pena começa a ser cumprida às 23:30 h., os 
30 minutos restantes serão contados como sendo o 1º dia.
O prazo penal distingue-se do processual, pois, neste, exclui-se o 1º dia da contagem, conforme 
estabelece o Art. 798, § 1º, do CPP. Assim, se o réu é intimado da sentença no dia 1º. de abril, o 
prazo para recorrer começa a fluir apenas no dia 2 (se for dia útil). Caso não seja, será 
automaticamente deslocado para o primeiro dia útil subsequente.
Diversamente, os prazos penais são improrrogáveis. Assim, se o prazo termina em um sábado, 
domingo ou feriado, estará ele encerrado naquele dia. Ao contrário, os prazos processuais 
prorrogam-se até o 1º dia útil subseqüente.
ART. 11 C.P. – FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA
Se uma pessoa for condenada a 20 dias de detenção e o juiz reduzir a pena de 2/3 (em razão da 
tentativa, por exemplo), o resultado final seria um dízimo (6,66). Dessa forma, nos termos do 
dispositivo acima mencionado, o juiz aplicará pena de 6 dias de detenção.
Suponha-se, por outro lado, que o juiz fixe a pena em 10 dias-multa e, que tenha de reduzi-la em 2/3, 
em face da tentativa. A pena final deverá ser de 3 dias-multa. Após o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, os autos irão para o contador para a devida atualização do valor. Caso o montante final 
não seja um número inteiro, deverão ser desprezados os centavos. Ex.: R$-55,14 (o condenado 
deverá pagar R$-55,00).
ART.12 C.P. – LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Este dispositivo consagra a aplicação subsidiária das normas gerais do direito penal à legislação 
especial, desde que lá não se trate o tema de forma diferente.Ex.: o Art. 14, II, do CP, que trata do instituto TENTATIVA, aplica-se aos crimes previstos na parte 
especial do Código Penal e àqueles prevsitos na legislação estravagante, mas é vedado 
especificamente nas contravenções penais, porque o Art. 4º da Lei 3688/1941 declara, em um ato 
imperativo do legislador, que não é punível a tentativa de contravenção.
Conceitos de Crime
Conceito de crime não está contido na lei, ficando para a atividade doutrinária o 
compromisso de defini-lo. Tem-se procurado definir o ilícito penal sob três 
aspectos:
I - Conceitos Formais: 
- “Crime é o fato humano contrário à lei” (Carmignani).
- “Crime é qualquer ação legalmente punível” (Maggiore).
- “Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei sob ameaça de pena” 
(Fragoso).
-
-
-
Características Do Crime
Para a existência do crime é necessária uma conduta humana positiva (ação em sentido 
estrito) ou negativa (omissão). É necessário ainda, que essa conduta seja típica, que esteja 
descrita na lei como infração penal.
Só haverá crime se o fato for antijurídico, contrário ao direito por não estar protegido por 
causa que exclua a sua antijuridicidade.
Culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
Fato Típico: Resultado. Consumação e Tentativa: Etapas do Crime; Delitos Instantâneos, 
Permanentes Resultado. Consumação e tentativa: etapas do crime; delitos instantâneos, 
permanentes, instantâneos de efeitos permanentes. Desistência voluntária, arrependimento 
eficaz e posterior. Crime impossível.
RESULTADO – CRIMES CONSUMADOS E TENTADOS
RESULTADO
Não basta a conduta para que o crime exista, pois é exigido, o segundo elemento do fato típico, que é o 
resultado. Segundo o conceito clássico, é a modificação do mundo exterior provocado pelo 
comportamento humano voluntário. É a morte da vítima (no homicídio, a destruição, inutilização ou 
deterioração da coisa (no dano) etc).
ART. 14, I – CRIME CONSUMADO
CONCEITO – diz-se consumado o crime quando nele se reúnem todos os elementos do tipo 
incriminador. Ex. no homicídio, o tipo penal é matar alguém e, assim, o crime se consuma no momento 
em que a vítima morre.
“ITER CRIMINIS”
São as fases que o agente percorre até chegar à consumação do delito:
1ª fase – COGITAÇÃO – o agente apenas está pensando em cometer o crime.
2ª fase – PREPARAÇÃO – esta fase compreende a prática de todos os atos necessários ao início da 
execução. Ex.: alugar uma casa, onde será mantida em cativeiro a vítima, no crime de extorsão 
mediante sequestro.
3ª fase – EXECUÇÃO – começa aqui a agressão ao bem jurídico. Inicia-se a efetiva lesão ao bem 
tutelado pela lei. O agente começa a realizar a conduta descrita no tipo (o verbo descrito na lei). Ex.: o 
agente arrebata a vítima, com a intensão de pedir o resgate.
Há grande importância em se descobrir o momento em que é iniciada a execução. Pois é a partir daí 
que o fato passa a ser punível.
Iniciada a execução:
o agente pode não conseguir consuma-la por circunstâncias alheias a sua vontade, hipótese em que o 
crime estará sendo tentado;
o agente pode desistir voluntariamente de prosseguir no ato de execução, hipótese em que só responderá 
pelos atos já praticados (desistência voluntária); e,
o agente pode chegar à consumação.
4ª fase – CONSUMAÇÃO – quando todos os elementos (objetivos, subjetivos e normativos) do tipo são 
realizados. Ex. O agente pede o resgate, visando a obtenção da vantagem patrimonial ilícita.
Apenas para completar, é pertinente destacar que o recebimento do resgate no crime de extorsão 
mediante sequestro, tomado como referência, promove o exaurimento do crime, não sendo necessário o 
recebimento da vantagem para consumação do crime.
Crime Instantâneo: A consumação desse tipo ocorre em um único momento. A conduta tem uma 
duração instantânea. Não importa o que ocorre depois com o objeto do crime, apenas a conduta, o ato; 
uma vez consumado, caracteriza-se como crime instantâneo.
Ex.: furto, omissão de socorro (art. 135, CP), peculato (art. 312, CP), usura (art. 4º, “a”, da Lei 1.521/51), 
reingresso de estrangeiro expulso (art. 338, CP).
Crime instantâneo de efeito permanente: Ex.: estelionato contra a previdência social (art. 171, CP): 
falsifica um documento (conduta instantânea), mas permanece recebendo os valores da previdência ao 
longo do tempo (efeito permanente).
Crime Permanente: É o crime cuja conduta única se protrai no tempo de acordo com a vontade do 
agente. Enquanto não cessar, o crime se renova no tempo. Tanto o momento inicial, intermediário ou final 
do crime é considerado a mesma conduta, razão pela qual, é possível efetuar a prisão em flagrante, 
ainda que o agente não seja pilhado no momento da execução ou da consumação.
Ex.: seqüestro e cárcere privado (art. 148, CP), redução à condição análoga de escravo (art. 149, CP).
A diferenciação desses dois últimos tipos é importante para efeitos de prescrição, de competência.
Ex.: no Supremo o crime de estelionato contra a previdência social é considerado instantâneo de efeito 
permanente, então, para efeitos de prescrição, é aplicado o art. 111, inciso I, do CP, e não o inciso III:
ART. 14, II – TENTATIVA
CONCEITO – considera-se tentado o crime quando o agente inicia a execução, mas não consegue 
consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade.
Trata-se de norma de extensão cuja finalidade é propiciar a punição do autor da tentativa através de 
uma adequação típica mediata.
Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida 
de 1/3 a 2/3. 
O critério que o juiz deve utilizar em relação ao “quantum” da diminuição da pena é a maior ou menor 
proximidade da consumação.
CLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA
Quanto ao percurso do “iter criminis”:
Tentativa IMPERFEITA (ou inacabada) – quando o agente não pratica todos os atos 
executórios;
Tentativa PERFEITA (crime falho) – quando o agente pratica todos os atos 
executórios e, mesmo assim, não consegue consumar o crime;
Quanto ao resultado produzido na vítima:
Tentativa BRANCA – quando o golpe desferido não atinge o corpo da vítima;
Tentativa CRUENTA – quando a vítima é atingida.
Quanto à possibilidade de alcançar a consumação:
Tentativa IDÔNEA – é aquela em que o sujeito pode alcançar a consumação, mas não consegue 
faze-lo por circunstâncias alheias à sua vontade. É a tentativa propriamente dita (o “conatus”);
Tentativa INIDÔNEA – sinônimo de crime impossível (art. 17), ocorre quando o agente inicia a 
execução, mas a consumação do delito era impossível por absoluta ineficácia do meio empregado 
ou por absoluta impropriedade do objeto material.
Quanto à possibilidade de alcançar a consumação:
Tentativa IDÔNEA – é aquela em que o sujeito pode alcançar a consumação, mas não consegue 
faze-lo por circunstâncias alheias à sua vontade. É a tentativa propriamente dita (o “conatus”);
Tentativa INIDÔNEA – sinônimo de crime impossível (art. 17), ocorre quando o agente inicia a 
execução, mas a consumação do delito era impossível por absoluta ineficácia do meio empregado 
ou por absoluta impropriedade do objeto material.
CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
CRIMES CULPOSOS – no crime tentado o agente quer o resultado, mas não consegue atingi-lo. Nos 
crimes culposos o criminoso não quer o resultado. Por esse motivo os institutos são incompatíveis;
CRIMES PRETERDOLOSOS – porque o agente também não quer dar causa ao resultado agravador, 
sendo incompatível imaginar a possibilidade da tentativa de algo que não se deseja (como tentar 
aquilo que não se quer?);
CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS – se o sujeito se omite, o crime está consumado, se age, o fato é 
atípico, inexistindo espaço para a tentativa;
CONTRAVENÇÕES PENAIS – por expressa determinação legal (art. 4º da Lei de Contravenções), ato 
soberano e imperativo do legislador;
CRIMESDE ATENTADO - por opção do legislador, o tipo penal pune igualmente a forma consumada 
e a tentada, não se podendo, portanto, se cogitar de tentativa de tentativa;
CRIMES HABITUAIS – se houver reiteração de condutas, o crime está consumado, e se não houver, 
o fato será atípico, inexistindo espaço para a tentativa;
CRIMES UNISSUBSISTENTES – consumam-se com um único ato. Uma vez praticado o ato, o crime 
estara consumado. Não sendo praticado o ato, inexiste crime. Ex.: injúria verbal (art. 140);
Crimes nos quais o tipo penal só prevê aplicação de pena quando ocorre o resultado, como por 
exemplo, nos casos de rixa.
O artigo 15 do Código Penal cogita das hipóteses em que o agente desiste voluntariamente de 
prosseguir no “iter criminis”, impedindo que o fato se consume.
Somente é possível na tentativa imperfeita. Não havendo percorrido, ainda, toda a trajetória do 
delito, iniciados os atos de execução, o agente detem-se, voluntariamente. 
Ex.: o agente ministra veneno na bebida da vítima, arrependendo-se depois e impede a ingestão 
da bebida contaminada.
Ocorre somente na tentativa imperfeita, o agente esgota todos os meios, ao seu alcance, para a 
prática do crime. O agente pratica todos os atos de execução. Arrepende-se, porém, e evita, COM 
SUCESSO, a consumação. 
Ex.: agente que ministra veneno na bebida da vítima e a induz a ingeri-la. Após a ingestão da bebida 
envenenada pela vítima, o agente se arrepende, socorrendo-a ao hospital, salvando-lhe a vida.
A lei subordina o reconhecimento e a aplicação do instituto em benefício da vítima à eficácia da 
providência. Se, por qualquer motivo, embora arrependido, o agente não conseguiu evitar a 
consumação do delito, será punido pelo crime consumado.
A responsabilidade, entretanto, perdura mesmo que outra causa concorra para o resultado final. Ex.: 
se a vítima, envenenada, se negar a tomar o antídoto e morrer, estará consumado o delito, pelo qual 
responderá o agente.
Do mesmo modo, se a vítima tomar o antídoto e, mesmo assim, morrer, o agente responderá pelo 
crime.
ART. 16 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR.
É figura nova no nosso ordenamento jurídico, e vem tratado no artigo 16 do Código Penal. Nele, o 
agente já consumou o delito, restando-lhe, agora, a reparação do dano ou a restituição da coisa, tudo 
isso, se possível.
Ocorre o arrependimento eficaz quando o agente já esgotou os atos de execução, mas ainda não 
atingiu a consumação, em razão de um ato em sentido reversivo, praticado voluntariamente. O 
arrependimento posterior dá-se quando, já consumado o crime, o agente, por vontade própria, repara 
o dano ou restitui a coisa.
A lei restringe a aplicação do instituto aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
não cabendo, por exemplo, ao crime de homicídio, de lesão corporal, de estupro etc.
Ilicitude I. Conceito e as Excludentes no Direito Penal (Legais e Supralegais)
Antijuridicidade/ ilicitude
Conceito – é a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. Não basta, para 
a ocorrência de um crime, que o fato seja típico (previsto em lei). É necessário também que o 
fato seja antijurídico, ou seja, que seja contrário à lei penal, que viole bens jurídicos protegidos 
pelo ordenamento jurídico.
Causas de exclusão da antijuridicidade ou da ilicitude
As causas de exclusão da antijuridicidade são causas de justificação da prática do fato típico, que o 
tornam jurídico, ou seja, não vedado nem proibido pelo ordenamento jurídico.
É o caso do agente que, para salvaguardar sua vida, mata uma pessoa, agindo em legítima defesa. 
Em verdade, o agente praticou um fato típico (definido por lei como crime de homicídio – Art. 121, 
CP), o qual não será considerado crime por ter o agente agido em legítima defesa, que é causa 
excludente de antijuridicidade, prevista expressamente no Art. 23, II, do Código Penal.
*
•
•
•
•
•
*
*
•
*
•
•
•
•
•
•
*
•
•
•
•
•
•
•
*
•
•
*
•
•
*
•
•
*
•
•
•
•
*
•
•
•
•
*
•
•
•
*
Imputabilidade Penal
Imputabilidade
Conceitos – “é a capacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento.”
“É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato, ou seja, o conjunto 
de condições pessoais que dá ao agente a capacidade para lhe ser juridicamente imputada a 
prática de uma infração penal.”
Art. 26 – Inimputabilidade
Conceito – é a incapacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento, seja em virtude de doença mental, ou de desenvolvimento 
mental incompleto (menoridade penal) ou retardado, seja em virtude de embriaguez completa 
proveniente de caso fortuito ou força maior.
Pais Orientam Jovens 
Por: Christina Nascimento, Janir Júnior e João Antônio Barros Em 07/04/2008 
Rio - Eles não se conhecem, vivem dores semelhantes e lançaram mão da mesma ferramenta, a Internet, 
para denunciar, alertar jovens e pais e buscar pistas que dessem explicações para a morte dos filhos por 
overdose de ecstasy em raves. No caso do comerciante João Carlos Maiorano, 43 anos, foram meses 
vasculhando, dia e noite, perfis no orkut, blogs e páginas de músicas eletrônicas. Era como uma catarse 
para o drama que vivia em casa. O fato de não esquecer a cena do rosto do estudante Lucas Francesco 
Amendola Maiorano, 17 anos, no caixão, o incitava a descobrir onde novas festas aconteceram, quem as 
patrocinava e a procurar fotos que mostravam menores na balada de música eletrônica. (...) Para o pai que 
perdeu o filho, a certeza que o socorro a tempo poderia ter evitado a morte resulta em noites em claro. A 
mágoa de João Carlos Maiorano é que os jovens que foram com Lucas Maiorano para a fatídica rave em 
Itaboraí, mesmo sendo freqüentadores da sua casa, abandonaram o estudante quando ele começou a 
passar mal na festa. Os amigos negaram a omissão na 71ª DP (Itaboraí), onde prestaram depoimento. 
Mas João não se convence e ainda tenta saber exatamente o que aconteceu no dia 28 de outubro do ano 
passado. 
RESPONDAM:
1 – A vítima acima, conforme descrito no caso em tela, teve supresso o bem jurídico - vida devido ao uso 
excessivo de drogas. O evento fatídico envolveu terceiras pessoas (amigos) que supostamente não 
prestaram o socorro. Demonstre, com base na teoria do delito, os elementos conformadores do crime 
omissivo e, também, diferencie este do crime comissivo fazendo a devida relação com o juízo de desvalor 
Tipicidade. 
 2 – Em tese se houvesse um garantidor (paramédico, por exemplo) e que não tivesse prestado a 
assistência devida, pois tem “raiva de drogado”, qual seria a conduta objetiva perpetrada por este? 
Fundamente 
*
Critérios para a definição da inimputabilidade
Biológico – leva em conta apenas o desenvolvimento mental do acusado (quer em face de 
problemas mentais ou da idade do agente).PSICOLÓGICO – considera apenas se o agente, ao 
tempo da ação ou omissão, tinha a capacidade de entendimento e autodeterminação.
Psicológico – considera apenas se o agente, ao tempo da ação ou omissão, tinha a capacidade 
de entendimento e autodeterminação.
Biopsicológico – adotado pelo atual Código Penal, segundo o qual, num primeiro momento, se 
verifica se o agente, na época do fato, era portador de doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado; num segundo momento, se verifica se era ele capaz de entender o 
caráter ilícito do fato: e, num terceiro momento, se verifica se ele tinha capacidade de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.
*
“ACTIO LIBERA IN CAUSA”
A imputabilidade, como juízo de reprovação social e como pressuposto de aplicação da pena, deve 
existir ao tempo da prática do fato.
Ocorre a ”actio libera incausa” (ou ação livre em sua causa) quando o agente coloca-se, 
propositadamente, em situação de inconsciência, para a prática de conduta punível. São casos de 
conduta livremente desejada, mas cometida no instante em que o sujeito se encontrava em estado 
de inconsciência.
Nesses casos, o agente responde normalmente pelo delito que praticou, pois se colocou 
voluntariamente em situação de inconsciência, desejando o resultado ou assumindo o risco de 
produzi-lo.
*
Causas excludentes da imputabilidade
doença mental – pressuposto biológico da inimputabilidade. Doença mental deve ser entendida 
como toda moléstia que cause alteração da saúde mental do agente. Persiste a tipicidade e a 
antijuridicidade, faltando ao agente a culpabilidade, que é pressuposto de aplicação da pena;
desenvolvimento mental incompleto – assim deve ser entendido aquele que ocorre nos 
inimputáveis em razão da idade e, também como aquele que ocorre nos silvícolas inadaptados; e,
desenvolvimento mental retardado – é o estado mental característico dos oligofrênicos, que 
podem ser classificados em débeis mentais, imbecis e idiotas. A perfeita caracterização de cada 
uma dessas anomalias é dada pela medicina forense. No curso do processo penal, a perícia é 
inafastável.
*
ART. 28, I – Emoção e paixão
Emoção – é um estado súbito e passageiro de instabilidade psíquica, uma perturbação momentânea 
da afetividade.
Paixão – é um sentimento duradouro, caracterizado por uma afetividade permanente.
A emoção e a paixão, apesar de não excluírem o crime, podem funcionar como atenuantes genéricas 
(Art. 65, III, a) ou como causas de diminuição de pena (art. 121, § 1º), desde que acompanhados de 
outros requisitos.
*
ART. 26 – Parágrafo único - semi-imputabilidade
Se em razão de doença mental o do desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, o agente, ao tempo da ação ou omissão, 
estava parcialmente privado de sua capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal 
entendimento, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
*
ART. 27 – Menoridade
Nos termos do artigo sob exame (consagrado também no artigo 228 da Constituição Federal), os 
menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. Adotou-se, portando, o critério biológico, que presume, de forma absoluta, ser o menor 
de 18 anos inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.
A legislação especial que regulamente as sanções aplicáveis aos menores inimputáveis é o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), que prevê a aplicação de medidas 
sócio-educativas aos adolescentes (maiores de 12 e menores de 18 anos), consistente em 
advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade 
assistida, semiliberdade ou internação e, a aplicação de medidas de proteção às crianças 
(menores de 12 anos) que venham a praticar fatos definidos como infração penal.
*
ART. 28, II – Embriaguez
É uma intoxicação aguda e passageira provocada pelo álcool ou por 
substância de efeitos análogos (cocaína, maconha etc) que apresenta uma 
fase inicial de euforia, passando pela depressão e sono, podendo levar até ao 
coma.
*
• Acidental
Quando a ingestão do álcool ou da substância de efeitos análogos não é voluntária e nem 
culposa, podendo ser proveniente de:
caso fortuito – em que o agente desconhece o efeito da substância que ingere ou desconhece 
alguma condição sua particular de suscetibilidade a ela; e,
força maior – quando o agente não é responsável pela ingestão da substância alcoólica ou de 
efeitos análogos, como nos casos de ser forçado a dela fazer uso.
No caso de embriaguez acidental completa proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente é 
inimputável, faltando-lhe culpabilidade. No caso de embriaguez acidental incompleta 
proveniente de caso fortuito ou força maior, deverá ser aplicada a regra do Art. 28, § 2º, do CP, 
se o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, plena capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Trata-se de 
capacidade relativa, em virtude de embriaguez incompleta, sendo o agente apenado com pena 
reduzida.
*
Formas de embriaguez e as conseqüências em relação à imputabilidade:
•Não-acidental:
 
voluntária – o agente quer embriagar-se. Pode ser completa, quando retira a capacidade de 
entendimento e autodeterminação do agente, ou incompleta, quando não retira tal capacidade;
culposa – completa ou incompleta. O agente não quer embriagar-se, mas, agindo 
imprudentemente, ingere doses excessivas e acaba embriagando-se.
Em todos os casos não há exclusão da imputabilidade nos termos do art. 28, II, do C.P., que 
estabelece não excluir o crime a embriaguez voluntária ou culposa. Mesmo no caso da 
embriaguez completa, não fica excluído o crime, pois se adotou a tese da “actio libera in causa”, 
segundo a qual o agente, ao se embriagar, sabia da possibilidade de praticar o delito e era livre 
para decidir.
*
Dependência de substância entorpecente
Nos termos do art. 19, “caput”, da Lei 6368/76 (Lei de Tóxicos), é isento de pena (inimputável) o 
agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito de substância entorpecente ou que 
determine dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo 
da ação ou omissão, qualquer que tenha sido a infração praticada (do CP, da Lei de Tóxicos ou 
qualquer outra lei), inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. Se a redução dessa capacidade for apenas parcial, o agente é 
considerado imputável, mas sua pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (parágrafo único).
A inimputabilidade pode ocorrer, portanto, em duas situações:
dependência de substância entorpecente; e
estar o agente sob o efeito de substância entorpecente, proveniente de caso fortuito ou força maior.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•

Outros materiais