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ANEMIA POR CARÊNCIA DE FERRO

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ANEMIA POR CARÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA)
Caracteriza-se laboratorialmente por redução na concentração sérica de hemoglobina, último estágio da depleção de ferro no organismo. No primeiro e segundo estágios há, respectivamente, diminuição dos depósitos e do transporte de ferro, e os níveis de hemoglobina permanecem inalterados.
FISIOLOGIA E METABOLISMO DO FERRO: 
Quantidade corporal total de ferro nos homens 50 mg/kg e Mulheres 30mg/kg. 
70 – 75%: Hemácias - Porção Heme das Hemoglobinas;
25%: Ferritina e Hemossiderina;
2%: Transferrina;
Apoferritina (fígado) + Ferro = Ferritina - Proteina de armazenamento (Valores normais: 20 - 200 ng/ml)
Hemossiderina (derivado da Ferritina) – Proteina de armazenamento de liberação lenta
Transferrina (fígado) – Proteina de transporte (plasma)
Hepcidina: Hormônio sintetizado no fígado responsável pela regulação do metabolismo do Ferro. Tem a capacidade de se ligar a ferroportina inibindo ou não o transporte do Fe para o plasma.
Hipoxia: inibe a síntese de hepcidina
Ferro e citocinas inflamatórias: estimula a produção de hepcidina 
Locais de absorção do Fe: Duodeno e jejuno proximal. O Fe ingerido pela mucosa não ultrapassa 50% do Fe ingerido.
Na dieta existem dois tipos de ferro:
Heme: alimentos de origem animal (bem absorvido e não sofre influência de outros alimentos)
Não Heme: alimentos de origem vegetal (Influenciado pelo PH gástrico e pela composição dos alimentos)
Fatores inibidores da absorção do Fe não heme:
Fitato: estão presentes em todas as plantas, principalmente em cereais não refinados e legumes. Pode ser removido ou degradado durante o preparo e processamento do alimento (moagem, aquecimento, germinação, fermentação, “deixar de molho”).
Polifenóis: têm ação quelante do ferro na luz intestinal, diminuindo sua biodisponibilidade. São encontrados em vegetais, frutas, alguns cereais e legumes, café (ácidos fenólicos), vinhos, chocolates e chás (flavonoides), sendo o efeito inibidor do chá preto maior que o de ervas (chá verde).
Caseína
Cálcio
Proteinas: proteínas do leite (caseína e soro), ovo, soja e albumina.
Fatores facilitadores da absorção do Fe não heme:
Ácido ascórbico e o ácido cítrico: melhoram a biodisponibilidade do ferro, reduzindo-o de férrico para ferroso.
Vitamina a e o betacaroteno: formam um complexo com o ferro, mantendo-o solúvel na luz intestinal, além de diminuir o efeito inibitório dos fitatos e polifenóis. 
Tecido muscular (carne, frango ou peixe): aumenta a absorção do ferro, sendo que 30 g de tecido muscular são equivalentes a 25 mg de ácido ascórbico, aumentando a absorção de ferro em duas a três vezes. 
Eliminações do Fe: queda da pele, cabelo, unhas, fezes, perspiração, urina. Na mulher, há perdas adicionais pela menstruação e leite materno.
Ciclo do Fe:
FERRO DIETÉTICO
CELULA INTESTINAL FERROPORTINA
FERRITINA
(CELULAS DA MUCOSA)
HEPCIDINA
FERRITINA/
HEMOSSIDERRINA
TRANSFERRINA
(PLASMA)
MACROFAGOO
M.O.
FÍGADO
Fe
BILIVERDINA
PROTOPORFIRINA
FERRITINA
GLOBINA
HEME
HEME
BAÇO
HEMOGLOBINA
FATORES DE RISCO:
Baixa renda; 
Desnutrição intrauterina; 
Prematuridade;
Baixo peso ao nascer;
Gemelares;
Abandono precoce do aleitamento materno;
Introdução precoce do leite de vaca sem suplementação de ferro; 
Desnutrição energético proteicas;
Infecções frequentes;
Capacidade limitada do organismo em absorver o ferro dietético;
 Parasitose;
 Sangramento intestinal principalmente por alergia alimentar;
PERIODO NEONATAL:
Durante o período gestacional, o feto recebe do organismo materno quantidade de ferro relativamente constante, que é estocada no fígado, principalmente no último trimestre de gestação. Essa reserva e a oferta proveniente do leite materno exclusivo garantem aporte suficiente até aproximadamente 4 a 6 meses. Os recém-nascidos prematuros e os de baixo peso têm reservas pobres de ferro, que se esgotam rapidamente, mesmo em aleitamento materno, nesse caso, a suplementação de ferro é necessária a partir do primeiro mês de vida.
LACTENTES
 Os lactentes no período de 4 meses a 1 ano de idade devem incorporar cerca de 200 mg de ferro e requerem a absorção diária de 0,8 mg/dia. Apresentam maior risco de deficiência de ferro entre 6 e 18 meses de idade, período de crescimento rápido, quando os reduzidos estoques de ferro, a ingestão frequentemente inadequada e as perdas gastrintestinais crônicas (devidas à alergia ao leite de vaca, às parasitoses, à doença diarreica e ao refluxo gastroesofágico) podem afetar o equilíbrio entre perdas e ganhos.
PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR
O risco de desenvolver deficiência de ferro geralmente diminui em razão da menor necessidade desse mineral (a velocidade de crescimento diminui) e de sua maior ingestão em dietas mais equilibradas.
ADOLECÊNCIA
 O risco de deficiência de ferro aumenta em virtude da maior necessidade associada ao crescimento, na maioria das vezes, da alimentação inadequada, que não é suficiente para suprir a demanda aumentada de ferro.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Palidez cutâneo-mucosa;
Apatia;
Adinamia;
Dispneia;
Dificuldade para realizar atividade física;
Fraqueza muscular;
Intolerâncias aos exercícios;
Dificuldade na termorregulação;
Fadiga crônica;
Inapetência;
Prejuízo do desenvolvimento físico;
Perversão do apetite (geofagia ou por compulsão por comer gelo, sabão, espuma de colchão ou cabelo);
Glossite (hiperemia e perda das papilas linguais);
Sopros sístolico sem irradiação decorrentes do estado hiperdinâmico;
Esplenomegalia (até 3 cm abaixo do rebordo costal esquerdo);
Manifestações não hematológicas: redução da capacidade de atenção, déficits psicomotores, cognitivos (linguagem, coordenação e equilíbrio), comportamentais e alteração da função imunológica aumentando a suscetibilidade a diarreia, a doenças respiratórias e infecções. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
	Hb (6m – 5a)
	<11
	Hb (5a – 11a)
	<11,5
	Hb (12a – 14a)
	<12
	VCM
	MICROCITOSE
	HCM E CHCM
	HIPOCROMIA
	RDW
	>14% - ANISOCITOSE (MARCADOR PRECOCE)
	RETICULÓCITOS 
	NORMAL/DIMINUIDO
	PLAQUETAS
	ELEVADA
	FERRITINA SÉRICA
	DIMINUIDA/ FALSAMENTE ELEVADA – MARCADOR INFLAMATÓRIO
	FERRO SÉRICO
	DIMINUIDO (ESTÁGIO AVANÇADO)
	CLF (CAPACIDADE DE LIG DO Fe)
	ELEVADO
	IST (INDICE DE SAT DA TRANSFERRINA)
	DIMINUIDO
	PEL (PROTOPORFIRINA ERITROCITARIA LIVRE)
	ELEVADO
	RECEPTORES DE TRANSFERRINA
	AUMENTADO
TRATAMENTO 
Sulfato ferroso 4 mg/kg/dia em dose única semanal ou dose diária.
A dose diária de ferro elementar preconizada é de 4 a 6 mg/kg de peso, até o máximo de 200 mg. 
Os efeitos adversos do tratamento são relacionados a cor preta das fezes, manchas escuras nos dentes e distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômitos, diarreia, dor epigástrica, cólicas e constipação intestinal). A redução da dose diária ou administração imediatamente após as refeições pode diminuir esses efeitos.
O tratamento deve ser mantido até a normalização da ferritina ou, no mínimo, de dois a três meses após o desaparecimento da anemia. 
PREVENÇÃO 
A absorção do ferro é favorecida quando a droga é administrada com estômago vazio ou nos intervalos entre as refeições. Logo, pode-se administrá-lo em dose única, 30 minutos antes da refeição ou 2 horas depois.

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