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Dor na Criança
Avaliação e Terapêutica
F a s c í c u l o 0 2
Dor na Criança
Avaliação e Terapêutica
Suedy Brito Coelho Wanderley
Médica dos Serviços de Emergência Pediátrica dos Hospitais Aliança
Salvador/BA. Instrutora do Pediatric Advanced Life Support/American 
Academy of Pediatrics. Especialista em Clínica da Dor 
Universidade Salvador (Unifacs) - 2003
Durval Campos Kraychete
Prof. Adjunto de Anestesiologia da Universidade Federal da Bahia
Diretor Científico da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor
INTRODUÇÃO
As situações de dor e estresse na infância 
repercutem de forma física e psíquica para 
toda a vida. Acredita-se que estas experi-
ências modificam a biologia do desenvolvi-
mento e acarretam sequelas prolongadas, 
que variam desde distúrbios do sono e do 
hábito alimentar até o déficit de atenção e 
de aprendizado. 
Ainda assim, a dor na criança é tratada de for-
ma inadequada, a despeito da disponibilida-
de dos analgésicos e de outros numerosos 
recursos. A queixa de dor é uma das razões 
mais comuns de atendimento médico nos 
serviços de emergências, com prevalência 
em torno de 52,2 a 61,2% em alguns estu-
dos. As causas mais frequentes de dor foram 
secundárias a trauma, seguido de infecções 
(apendicite e faringite estreptocóccica) e in-
flamações. Também foi encontrada no curso 
de doença falciforme, de cefaléias, de cólicas 
renais ou biliares, de neoplasias e de causas 
odontológicas. 
É necessário prevenir a dor provocada por 
procedimentos dolorosos, tratar precoce-
mente a dor da criança que é atendida no 
serviço de emergência e identificar a dor no 
pós-operatório.
AVALIAÇÃO DA DOR 
A avaliação da dor tem como objetivo carac-
terizar a experiência dolorosa (intensidade e 
localização), identificar os fatores contribuin-
tes ou determinantes, detectar as repercus-
sões no indivíduo, selecionar o tratamento e 
aferir a eficácia terapêutica. 
As experiências prévias e as diferenças cul-
turais entre os membros da equipe de saúde 
também interferem na apreciação da inten-
sidade da dor e podem induzir à avaliação 
inadequada do sintoma. São utilizadas as 
dimensões sensoriais (autoavaliação), com-
portamentais e fisiológicas (frequência car-
díaca, frequência respiratória, pressão arte-
rial, sudorese e concentração de oxigênio). 
Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
O autorrelato é o indicador mais simples e 
confiável da intensidade da dor, sendo res-
trito às crianças que têm alguma possibili-
dade de comunicação verbal. As crianças de 
1 a 3 anos também podem ser avaliadas de 
forma indireta e, em geral, respondem à dor 
com movimentos e choro, ficam agressivas, 
costumam localizar a dor com a mão, agri-
dem com palavras e buscam os pais. 
As medidas de resposta biológica à dor como 
frequência cardíaca, medida da saturação de 
oxigênio e medida da pressão arterial são 
mais úteis na mensuração da dor aguda de 
curta duração e devem ser distinguidas das 
situações de risco de vida, tais como hipoxia, 
retenção de CO2 ou hipoglicemia. 
Quadro 1 - Escalas de avaliação de acordo 
com a faixa etária.
Em análise comparativa, foi observado que 
crianças entre 3 anos e 8 anos preferem a 
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escala de avaliação facial. 
As crianças maiores de 8 anos podem utilizar 
igualmente a escala analógica visual utiliza-
da para adultos, enquanto as crianças entre 
3 e 8 anos preferem as escalas de avaliação 
facial ou de cores, como também 
a de autorrelato. 
Anexo A - Escalas de avaliação
• ESCALA NUMÉRICA: 
A criança é orientada de que um lado da li-
nha é igual a zero, o que corresponde a não 
sentir dor e que o outro lado é a pior dor 
imaginável. Então é questionada 
sobre o melhor número que descrever.
0___1___2___3___4___5___6___7___8___9___10
• ESCALA DE OUCHER: 
A dor é representada através de seis fotogra-
fias de crianças com dor. O paciente é orien-
tado a escolher qual delas representa melhor 
a intensidade da sua dor. 
A intensidade da dor pode também ser avaliada 
através de medidas fisiológicas objetivas e 
comportamentais de acordo a escala de 
Hannallah.
Pontuação > 6 = dor de forte intensidade 
que demanda tratamento ( Hannallah et al., 
Anesthesiology 66: 832-34, 1987) Alguns 
autores desenvolveram uma lista de verifi-
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
• ESCALA DE AVALIAÇÃO DE COPOS: 
Os seis copos contêm quantidades diferen-
tes de dor. O copo vazio significa sem dor e 
o copo cheio significa a pior dor. A criança é 
interrogada sobre o copo que melhor repre-
senta o que está sentindo. 
• ESCALA DE AVALIAÇÃO FACIAL: 
A criança é orientada de que as faces repre-
sentam o que pode estar sentindo. A face 
que está feliz é porque não está sentindo dor. 
É solicitado à criança que escolha a face que 
melhor representa a intensidade da sua dor.
• AVALIAÇÃO DE DOR EM PACIENTES 
 ADOLESCENTES:
A criança também 
pode localizar a 
dor marcando ou 
colorindo a parte 
do corpo. 
Quadro 2 - Escala Comportamental de 
Avaliação de Dor / Desconforto em Crianças -
Hannallah
• ESCALA DESCRITIVA SIMPLES: 
A criança é orientada de que uma extremi-
dade significa não ter dor e a outra significa 
a pior dor que conhece. E então é interroga-
da sobre a palavra que descreve melhor o 
que está sentindo.
 
 
0 1 2 3 4 5
Sem 
dor
Leve Moderada Muito mal Pior dor
Um 
pouco 
maior
O tratamento com analgésicos e sedativos 
tem o objetivo de aliviar a dor, de obter esta-
bilidade fisiológica, de diminuir a ansiedade 
e de minimizar as consequências fisiológicas 
negativas A dor deve ser tratada profilatica-
mente, tanto no pós-operatório quanto nos 
procedimentos médicos. Isso porque alguns 
autores relataram que a analgesia preventi-
va reduz a necessidade de analgésicos.
A administração de analgésicos não deve ser 
dolorosa, devendo-se evitar a via intramus-
cular, a subcutânea, a endovenosa, a retal ou 
a intranasal quando outras possibilidades 
estiverem disponíveis ou quando a intensi-
dade da dor não justificar o uso dessas vias. 
A maior vantagem da via oral é a facilidade 
de administração porque é indolor e de bai-
xo custo, mas, a eficácia deste método de-
pende de diversas variáveis, como absorção 
gastrointestinal, o metabolismo hepático, o 
pH gástrico, dentre outras. A via retal é bem 
tolerada, mas, pode ocorrer uma variação 
na absorção. A via intramuscular é doloro-
sa e pode haver grande variação nos níveis 
sanguíneos terapêuticos dos fármacos. A 
via endovenosa promove rápido alívio da 
dor, mas tem a desvantagem de necessitar 
de um acesso venoso. Não é infrequente a 
criança ocultar o desconforto temendo que 
sua queixa resulte em administração de me-
dicação parenteral. 
As estratégias para o controle da dor incluem 
o uso simultâneo de medidas farmacológi-
cas e não farmacológicas. 
As abordagens não farmacológicas são de 
importância fundamental na dor crônica, 
mas, não podem ser esquecidas na dor agu-
da quando é possível utilizar várias formas de 
distração como música, vídeo, jogos e histó-
rias. Tais medidas possibilitam que as crian-
ças se concentrem em pensamentos agradá-
veis e não na dor. Estes métodos, entretanto, 
não devem ser usados em detrimento do 
uso de analgésicos apropriados. Uma equi-
pe multidisciplinar tem maior chance de al-
cançar melhores resultados no controle da 
dor e, sem dúvida, a equipe de enfermagem 
tem um papel importante a desempenhar, 
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
Quadro 3 - Lista de verificação da Dor em
Crianças que não se comunicam.
cação de dor em crianças que não se comu-
nicam (quadro 3). Foram avaliados a emissão 
de sons, a alimentação, o sono, os aspectos 
sociais, a expressão facial, a atividade, o mo-
vimento do corpo e dos membros, a posição 
defensiva e itens fisiológicos. Estasvariações 
comportamentais e fisiológicas, todavia, não 
diferem das crianças “normais” mas, segundo 
os autores, parecem ser mais pessoais. 
monitorando continuamente a dor e a res-
posta ao tratamento. Os analgésicos devem 
ser prescritos em doses terapêuticas e em 
horários fixos e ajustado de acordo com a in-
tensidade da dor. Não devem ser mantidos 
apenas quando necessário ou com interva-
los longos entre as doses. No Canadá, foi re-
alizado um estudo que demonstrou que, em 
pós-operatório de pequenas cirurgias, 68% 
dos pais foram orientados a usar analgésico 
(paracetamol) “se necessário” e, destes, so-
mente 13% usaram regularmente e, com fre-
quência, em doses menores ou a intervalos 
maiores. O emprego, entretanto, de sedati-
vos deve ser avaliado criteriosamente, visto 
que os riscos de depressão respiratória não 
são pequenos.
A sedação insuficiente pode ser evitada e 
deve estar associada à analgesia, quando 
necessário. A escala de COMFORT (quadro 
5) tem sido utilizada, mais frequentemente, 
para avaliar grau de sedação na população 
pediátrica. 
Exclusão: encefalopatia hipóxico-isquêmica, 
retardo mental grave, alterações da função 
muscular, tosse crônica, bloqueio neuro-
muscular.
Valores situados entre 17 e 26 são indicati-
vos de uma sedação adequada.
Quadro 4 - Indicações e estratégias para 
sedação e analgesia em procedimentos.
Quadro 5 - Escala Comfort de Sedação 
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
Nas unidades de emergência faz-se necessá-
rio classificar a dor de acordo com a inten-
sidade a fim de instituir a terapêutica real-
mente efetiva e em tempo hábil. Pacientes 
vítimas de traumas leves, estados gripais, 
pequenos ferimentos, odontalgias, peque-
nas cirurgias (adenoidectomia e amigda-
lectomia), otalgia, sinusites, artralgia e pro-
cessos inflamatórios da pele e subcutâneo, 
classificam sua dor como leve e devem ser 
tratados com paracetamol associado ou não 
a anti-inflamatórios não hormonais. Naque-
le acometido por dor tipo cólica, dor geni-
to-urinária, cirurgias abdominais, algumas 
crises de falcização, dor oncológica, osteoar-
ticular, dor de fraturas e queimaduras, a dor é 
classificada como moderada e o tratamento 
sugerido é paracetamol associado a codeína 
e/ou anti-inflamatórios não hormonais. Pa-
cientes com dor intensa são aqueles vítimas 
de politraumatismos graves, grandes quei-
mados, doença oncológica avançada, pós-
operatório de grandes cirurgias tais como 
cirurgia urológica e torácica, neuralgias e 
crise de falcização. Nestes casos, a analgesia 
é mais eficaz se utilizados anti-inflamatórios 
não hormonais associados a um opioide 
potente. Em diversas situações clínicas, a 
Quadro 6 - Sedação e Analgesia em Situações 
Clínicas.
criança pode requerer sedação e analgesia 
associadas.
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
A Organização Mundial de Saúde propôs 
uma escala para normatizar as condutas 
nos pacientes com dor secundária à doen-
ça oncológica que foi validada e adotada 
mundialmente. Foi sugerido que a dor fosse 
tratada obedecendo à escala ascendente de 
potência medicamentosa, iniciando-se pe-
los analgésicos simples ou anti-inflamatórios, 
posteriormente, associando-os a opioides 
fracos e em seguida a opioides potentes, até 
decidir por procedimentos anestésicos ou 
neurocirúrgicos. Todas as etapas devem estar 
associadas às medidas não medicamentosas.
Sabendo-se, previamente, que a farmacoci-
nética e a farmacodinâmica dos fármacos se 
modificam com o desenvolvimento, é neces-
sário conhecer os efeitos e implicações clíni-
cas das mesmas. A absorção enteral é mais 
lenta nos recém-nascidos que em crianças 
maiores e adultos, o tempo de trânsito é mais 
rápido em crianças pequenas, reduzindo a 
fração de absorção das drogas. A ligação das 
drogas às proteínas do plasma atingem os va-
lores do adulto quando a criança completa 12 
a 14 meses, o que causa aumento no volume 
de distribuição e diminuição da concentração 
plasmática da droga, aumentando a chan-
ce de toxicidade. No primeiro ano de vida, o 
conteúdo de gordura é maior podendo cau-
sar maior distribuição de drogas lipossolúveis 
como os anestésicos inalatórios, os agentes 
hipnóticos e os sedativos lipofílicos. O meta-
bolismo da maioria das drogas ocorre no fíga-
do e algumas das etapas da metabolização se 
assemelham às do adulto apenas por volta do 
terceiro e do quarto ano de vida. Entretanto, a 
maioria destas etapas aumenta sua velocida-
de de metabolização no primeiro ano de vida 
e, após esta idade, muitas drogas são meta-
bolizadas mais rapidamente que no adulto, 
dependendo de diferenças individuais. Por 
outro lado, em virtude da imaturidade hepá-
tica, muitas drogas podem ter sua meia-vida 
prolongada, sobretudo no recém-nascido, o 
que pode ser observado com o acetomino-
feno e o diazepam, sendo necessário ajustes 
posológicos. A excreção renal da droga, por 
sua vez, sofre influência da idade nos com-
postos que possuem excreção renal predo-
minante ou seletiva, sem biotransformação 
prévia. A filtração glomerular alcança valores 
semelhantes aos do adulto entre 3 meses e 6 
meses de idade e a função tubular, um pouco 
mais tarde. A creatinina sérica é menor na fai-
xa etária pediátrica quando comparada a dos 
adultos e, até os 18 anos, é menor do que 0.8 
mg/dl, o que reflete menor massa muscular. A 
meia-vida de eliminação está prolongada no 
recém-nascido, menor na infância, mais curta 
na pré-adolescência e costuma ser mais lon-
ga no adulto do que na criança.
As implicações clínicas dessas considerações 
repercutem em crianças muito pequenas, 
mas, absolutamente, não contraindicam o 
alívio adequado da dor nesta faixa etária. A 
literatura sugere, ainda, que diferenças gené-
ticas podem aumentar ou diminuir o efeito 
dos analgésicos.
ANESTÉSICOS LOCAIS
“Os anestésicos locais devem ser utilizados para 
todos os procedimentos que envolvam o uso de 
agulhas”. Uma mistura eutética de anestésicos lo-
cais (EMLA) combina lidocaína e prilocaína e está 
indicada, principalmente, em punções venosas e 
arteriais, punção lombar, punção de medula óssea, 
imunização, injeções, circuncisões, tratamentos a 
laser e em procedimentos de otorrinolaringologia 
(miringotomia). Recomenda-se sua aplicação em 
forma de curativo oclusivo na pele intacta duran-
te, aproximadamente, 60 minutos para promover 
anestesia local até uma profundidade de 2 a 4 mi-
límetros. O tempo de início de ação é citado como 
a maior desvantagem para o uso de EMLA nos ser-
viços de emergência. A área máxima de aplicação 
para crianças é de 100 cm2 em menores de 10 kg, 
600 cm2 em pacientes com 10 a 20 kg e 200 cm2 
naqueles com peso superior a 20 kg. Se usado em 
áreas extensas ou mucosas pode induzir meta-he-
moglobinemia. Em menores de 6 meses, este risco 
está aumentado.
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
 
Os analgésicos e os anti-inflamatórios não hormo-
nais (AINES) estão indicados para tratar a dor leve 
e a dor moderada. Esses fármacos não causam 
dependência psíquica e a elevação da dose, além 
da máxima recomendada, não proporciona uma 
melhora adicional da sintomatologia. Podem ser 
prescritos isoladamente ou em associação com os 
opioides. Os analgésicos puros como o acetomino-
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
feno e a dipirona, possuem pouco efeito anti-infla-
matório. Os anti-inflamatórios não hormonais têm 
eficácia clínica e toxicidade distintas e a maioria 
deles não é liberada para uso na criança. Nos EUA 
apenas o acetominofeno, o naproxeno, a aspirina, 
o ibuprofeno estão liberados pelo FDA para tratar 
a dor e febre em crianças menores de 12 anos. O 
pediatra deve optar por um fármaco que conheça 
bem, incluindo seu benefício máximo e seus efei-
tos tóxicos.
Os inibidores seletivos da COX-2 estão sendo am-
plamenteutilizados em adultos, com a vantagem 
de reduzir os efeitos adversos gastrointestinais e 
sangramento relacionados ao uso de inibidores 
de COX-1, contudo, já existem relatos de que po-
dem acarretar alterações renais e cardiovasculares 
fatais. Os estudos publicados que assegurem seu 
uso em crianças são escassos, exceto com a nime-
sulida, a qual não é disponível nos Estados Unidos. 
A biodisponibilidade dos AINES por via oral é ex-
celente e essa via deve ser preferida, quando pos-
sível. O uso parenteral deve ser restrito a situações 
especiais. Podem, também, ser administrados pela 
via retal.
O paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, o diclofe-
naco, a nimesulida, o cetoprofeno e o naproxeno 
são as drogas mais utilizadas. A dipirona é ampla-
mente utilizada no Brasil apesar de ser proscrita 
em muitos países do mundo, inclusive nos Esta-
dos Unidos. É um derivado pirazolônico de exce-
lente potência analgésica e antipirética. Foram 
descritos efeitos colaterais como agranulocitose, 
trombocitopenia, anemia aplástica, púrpura, ane-
mia hemolítica, rash, edema, tremores, náuseas, 
vômitos, hemorragia gastrointestinal, anúria e 
reações alérgicas. No Brasil, entretanto, fármacos 
como a dipirona são utilizados com comprovada 
eficácia e relatos de baixa toxicidade, raros efeitos 
cardiovasculares e respiratórios, exceto em situa-
ções de superdosagem ou uso prolongado. Para 
evitar discrasias sanguíneas, preconiza-se evitar o 
uso prolongado e realizar estudos hematológicos 
frequentes (incluindo leucograma e contagem di-
ferencial dos leucócitos). Deve ser usada com cau-
tela em portadores de discrasias sangüíneas de 
qualquer etiologia, em portadores de insuficiência 
hepática ou renal, em pacientes com hipertensão, 
em portadores de úlcera ou gastrites e em pacien-
tes com a função cardíaca alterada. A maioria dos 
estudos disponíveis, contudo, não assegura o uso 
em crianças. 
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
Quadro 7 - Analgésicos Não Opioides
IV- Endovenosa IM-Intramuscular IT-Intratraqueal IO-Intraóssea SC- Subcutânea VR- Via Retal VO-Via oral
O paracetamol, por sua vez, constitui fármaco de 
escolha para dores de leve a moderada intensida-
de em muitos países. A literatura é unânime em 
considerar o acetominofeno como o analgésico 
mais seguro para uso em crianças, desde que uti-
lizado em doses terapêuticas. Em doses elevadas, 
está associado com hepatoxicidade e a intoxica-
ção aguda pela superdosagem do paracetamol 
é grave, podendo ser fatal (insuficiência hepática 
fulminante). A toxicidade está relacionada com 
o aumento de um metabólito que causa necrose 
hepatocelular (N-acetil-imidoquinona) e normal-
mente é improvável em doses inferiores a 150mg/
kg. É importante lembrar que a hepatotoxicidade 
deste fármaco é menor em recém-nascidos, uma 
vez que as vias enzimáticas hepáticas responsáveis 
pela produção do metabólito tóxico, só amadure-
cem na vida pós-natal. O acetaminofeno não pro-
move erosão ou sangramento gástrico nem exerce 
efeitos importantes sobre os sistemas cardiovas-
cular e respiratório. É contraindicado em crianças 
portadoras de deficiência de G6PD (deficiência 
hereditária de glicose-6-fosfato-desidrogenase). 
O diclofenaco é um derivado do ácido fenilacético 
com potente ação inibidora da cicloxigenase re-
sultando em excelente atividade anti-inflamatória, 
como também ação analgésica e antipirética. Tem 
sido empregado no tratamento da dor pós-trau-
mática aguda, dor pós-operatória, dor na coluna, 
dor aguda decorrente de infecções de vias aére-
as superiores, como nas otalgias, e nas cefaléias. 
Dentre os derivados propiônicos, o ibuprofeno, 
o naproxeno e o cetoprofeno são os mais usados 
na prática pediátrica. Têm ações analgésica, anti-
inflamatória e antipirética. São inibidores eficazes 
da cicloxigenase, possuem atividades farmacoló-
gicas semelhantes, mas, com potência variável. O 
uso do ibuprofeno, atualmente, encontra-se em 
franca expansão. O cetoprofeno não é liberado 
para uso em crianças, mas é largamente utilizado 
em adolescentes com dor aguda nas unidades de 
emergência. O representante do grupo da fenoxi-
metanossulfanilida é a nimesulida. Esta substância 
inibe seletivamente a cilclooxigenase 2 sendo efe-
tiva e segura para o alívio da dor no pós-operatório 
em crianças, além de ser mais eficaz que o parace-
tamol e bem tolerada pelas crianças.
ANALGÉSICOS OPIOIDES 
A propriedade farmacológica mais importante da 
morfina e dos opioides correlatos é a analgesia, 
que ocorre sem perda da consciência. Os opioides 
estão indicados nas situações em que os analgé-
sicos simples ou os anti-inflamatórios não hormo-
nais não aliviaram a dor. São muito utilizados em 
dor pós-operatória, nas crises de falcização e na dor 
do paciente com câncer, situações que costumam 
deflagrar dores moderadas a intensas. Assim como 
nos adultos, o risco de dependência é baixo entre 
as crianças que receberam opioide para tratar dor. 
Os recém-nascidos e lactentes são mais susceptí-
veis aos efeitos colaterais destas substâncias, em 
particular à depressão respiratória. A meia-vida e 
a depuração plasmática da morfina aproximam-se 
dos níveis dos adultos com a idade de um mês. Aos 
seis meses, tanto a depuração quanto a ligação das 
proteínas equivale aquelas do adulto. Nesta faixa 
etária, recomenda-se uma redução da dose inicial 
tradicional para um terço a um quarto da dose por 
quilo de peso. 
Não existe dose máxima para o uso dos opioides 
e a quantidade da droga deve ser individualizada 
e suplementada até o alívio da dor, monitorando 
e tratando os efeitos indesejáveis. A variabilidade 
individual da dose depende de fatores farmacoci-
néticos, farmacodinâmicos e psíquicos.
Os efeitos colaterais da morfina são previsíveis e 
relacionados com a dose. Constipação, retenção 
urinária e depressão respiratória são os mais fre-
quentemente relatados. Os opioides interferem 
na frequência respiratória, no volume-minuto e no 
volume-corrente, mas a parada respiratória é rara e 
pode ser prevenida com adequada monitorização. 
A depressão respiratória é dependente da dose 
e é mais comum quando a administração é feita 
por via venosa. Os autores relataram a incidência 
de depressão respiratória em menos de 1% dos 
pacientes que estiverem bem supervisionados. A 
rigidez de tronco é incomum e pode cursar com 
hipovolemia, retenção de CO2 , acidose respirató-
ria e aumento da pressão venosa central. Existem 
situações médicas associadas com maior risco de 
complicações cardiorrespiratórias após adminis-
tração de opioides.
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Dor na Criança - Avaliação e Terapêutica
São mais susceptíveis a esses efeitos as crianças 
menores de 3 meses ou com história de prema-
turidade, crianças com alterações anatômicas de 
vias aéreas, portadores de doença neuromuscular, 
aqueles com doença pulmonar, hepática, renal ou 
cardíaca, pacientes com hipertensão intracraniana, 
uso concomitante de benzodiazepínicos e relaxan-
tes musculares e em infusão por tempo prolonga-
do . Também é comum a ocorrência de náuseas e 
vômitos, limitando muitas vezes o seu uso. Estes 
sintomas independem da via de administração, 
são semelhantes para os diversos opioides e são 
menos frequentes em crianças menores, mas 
ocorrem em torno de 50% em maiores de 10 anos. 
Apesar da dose da morfina ser ajustada de acordo 
com a necessidade, muitos pacientes precisam do 
emprego associado de antieméticos. A constipa-
ção pode ser controlada com o uso de laxantes. 
Os pacientes em uso de opioides podem cursar 
com diminuição do débito urinário devido à dimi-
nuição do fluxo plasmático renal e ao aumento da 
secreção do hormônio antidiurético. Há, também, 
aumento do tônus ureteral e do tônus da bexiga 
com conseqüente retenção urinária. Essa última 
pode ser controlada com cateterismo vesical dedemanda. Outros efeitos relacionados à liberação 
de histamina, tais como prurido e broncoespas-
mo foram descritos, principalmente após o uso de 
morfina e meperidina. Os opioides estimulam a 
liberação de histamina dos basófilos circulantes e 
dos mastócitos localizados na pele e nos pulmões. 
Este efeito, provavelmente, não é mediado pelos 
receptores opioides, visto que o tratamento com 
naloxona não inibe a liberação de histamina. Ain-
da assim, o prurido pode ser minimizado com o 
uso de anti-histamínicos. Efeitos como alterações
cardíacas são menos frequentes, contudo pode 
ocorrer vasodilatação e hipotensão em pacientes 
com hipovolemia e choque, principalmente. Todos 
estes efeitos, inclusive a analgesia, são seguramen-
te revertidos com o uso da naloxona (antagonista 
completo que bloqueia o efeito dos opioides em 
todos os receptores). Os opioides devem ser usa-
dos com cautela em pacientes com sensibilidade 
à morfina, com hipertensão intracraniana, com 
depressão respiratória grave e com insuficiência 
hepática ou renal. Têm uso limitado na dor da pan-
creatite aguda, exceto os opioides lipossolúveis, 
porque causam constrição do esfincter de Oddi, 
refluxo da secreção biliar e pancreática e aumento 
da amilase e da lipase. 
A morfina é considerada padrão ouro entre os 
opioides disponíveis. Numerosos estudos com-
provam a eficácia desta substância, inclusive nas 
emergências. A meperidina tem sido menos utili-
zada em virtude do acúmulo de um dos seus me-
tabólitos (normoperidina) que provocam hiperex-
citabilidade do sistema nervoso central, podendo 
acarretar agitação, disforia e convulsões.
A codeína confere menor poder analgésico e 
difere da morfina porque não apresenta efeito 
depressor como característica principal. Sua toxi-
cidade manifesta-se por excitação e convulsão. A 
biodisponibilidade é maior do que a morfina após 
a administração oral. O pico de concentração plas-
mática ocorre dentro de uma hora, e a meia-vida 
plasmática é de cerca de 3.5 horas. Seu efeito é po-
tencializado quando associado com analgésicos 
tais como acetominofeno. O fentanil é um opioide 
sintético altamente potente, com rápido início de 
ação e meia-vida curta. É o opioide de escolha para 
procedimentos rápidos, mas, pode causar rigidez 
torácica quando infundido rapidamente. Em con-
sequência dos efeitos respiratórios, uma via aérea 
deve ser assegurada antes do início da infusão do 
fentanil, o que restringe seu uso em emergências e 
sala de procedimentos. O mesmo se aplica à deri-
vados do fentanil, como o remifentanil. 
Os opioides podem ser administrados através de 
diversas vias, que incluem a via oral, intravenosa, 
intramuscular, subcutânea, retal, transmucosa ou 
percutânea. Podem ser utilizados sob infusão con-
tínua ou mesmo em infusão controlada pelo pa-
ciente. A analgesia controlada pelo paciente (ACP) 
é uma opção útil que pode ser utilizada na popula-
ção pediátrica com possibilidade de compreensão 
para ajustar as doses de acordo com as necessida-
des e com segurança, mas, também, naqueles que 
podem ser bem supervisionados pelos familiares 
e por uma equipe de enfermagem treinada. Nas si-
tuações habituais que cursam com dor aguda nos 
serviços de emergência, é preferível a via oral ou 
venosa, desde que respeitados os critérios já men-
cionados como uso em horários regulares e não de 
acordo com a demanda.
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