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Apostila de Contabilidade Fiscal e Tributária 1

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Diversos estudos nacionais e internacionais mostram que o Brasil é um país onde o custo é muito alto para as empresas, em decorrência de vários problemas estruturais e conjunturais.
Um dos mais representativos componentes do chamado custo-Brasil é, sem dúvida, o sistema de tributação nacional, bastante complexo e caro para as organizações empresariais, principalmente para as que exercem atividades diversificadas, em diversos Estados do País.
A Contabilidade: é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro dos atos e fatos de uma administração econômica, servindo como ferramenta para o gerenciamento da evolução do patrimônio de uma entidade e, principalmente, para a prestação de contas entre os sócios e demais usuários, entre os quais se destacam as autoridades responsáveis pela arrecadação dos tributos de uma nação ou região.
Sistema Tributário Nacional
Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas aos princípios fundamentais reciprocamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição. (HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 322)
“Direito tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entres o Estado e os particulares decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos.”
Atividade financeira do Estado:
A constituição de 1988 tratou do sistema tributário nacional em local especifico, sendo uma das mais detalhadas na matéria dentre todas as Constituições do mundo contemporâneo. O sistema por nós adotado, respeitando a autonomia decorrente do federalismo, concede competência tributária tanto à União como também aos Estados-Membros, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Tributos – Conceitos e Espécies
O Código Tributário Nacional – CTN em seu artigo 3º define Tributo nos seguintes termos:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Analise individual dos elementos que conceituam o tributo:
a. Prestação Pecuniária Compulsória => Comportamento obrigatório 
b. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir => em moeda, não comportando o pagamento em produto, trabalho, serviço, etc.
c. Que não constitua sanção de ato ilícito =>ato ilícito = contrário à lei. O ato ilícito gera a penalidade pecuniária ou não.
d. Instituída em Lei => Conforme dispõe o art. 5º da Constituição Federal.
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”
Logo, não haverá tributo, tão pouco a sua exigência, se não existir lei anterior para tanto.
e. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada => Somente a Administração Pública Direta ou Indireta (excluem-se as concessões e permissões de serviço público, p. ex. empresas de transporte, fornecimento de energia elétrica) pode cobrar – exigir – o comportamento de pagar o tributo; fora dessa condição, não estamos diante de um tributo.
Plenamente vinculada, significa que ao funcionário público não há discricionaridade acerca da cobrança do tributo.
As Espécies de Tributos Brasileiros
Tributo é uma denominação genérica que se subdivide nas seguintes espécies: Impostos, taxas, contribuições de melhoria. 
Na constituição, contudo são encontrados outros dois “tributos” que são; as Contribuições Especiais e os Empréstimos Compulsórios.
 Impostos
Art. 16 CTN => “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte”.
São tributos cuja exigência não tem qualquer vinculo com uma atividade específica do Estado, destinados a cobrir as necessidades públicas gerais.
Ex. : Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados ( IPI ), Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS), e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Taxas
Ao contrário dos impostos, tem a característica de serem cobradas em decorrência de prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição dos contribuintes pelo Estado ou em razão do exercício regular do poder de polícia.
Art. 77 do CTN => “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
O art. 79 do Código Tributário Nacional (CTN) assim definiu o que vem a ser “serviço específico e divisível” como também a diferença entre utilização efetiva e potencial:
“ Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:
I – utilizado pelo contribuinte:
efetivamente quando por usufruídos a qualquer título;
potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II – 	específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas;
III – 	divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários.
Bilhete do Metrô =>		TARIFA
Carteira de Habilitação => 	TAXA
O Valor do Porte de Arma => 	TAXA
A Taxa não pode ter base de cálculo idêntica à dos impostos. (§ 2º do art. 145 da CF/88).
Ex.: Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública (TCLLP), Taxa de Iluminação Pública (TIP), Taxa de Incêndio, Taxa de água.
Contribuições de Melhoria
Art. 81 do CTN => “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.
As contribuições de melhorias só podem ser cobradas para custeio de obras públicas e contribuição todos os que aproveitarem da utilidade da obra.
Contribuições Especiais
São tributos de difícil conceituação no sistema tributário brasileiro, visto que teoricamente seriam tributos que não visam à obtenção de receitas, mas regular ou modificar a distribuição da riqueza nacional bem como outras finalidades econômicas ou sociais. Atualmente respondem por uma grande fatia da arrecadação tributária federal.
Tais contribuições são classificadas em três tipos, conforme art. 149 da Constituição Federal:
Sociais: INSS, PIS, PASEP, COFINS e outras.
De Intervenção no Domínio Econômico: Contribuições para controle da produção de açúcar, laranja ...
De Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: Contribuições Sindicais, CREA, OAB. 
Empréstimos Compulsórios
Art. 148 da CF/88 => “A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional”.
 Obrigação Tributária
A obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (Sujeito ativo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas condições descritos na lei (fato gerador).
A Lei é o principal elemento da obrigação tributária, pois cria os tributos e determina as condições de sua cobrança (princípioda legalidade dos tributos).
A obrigação tributária pode ser principal ou acessória. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objetivo o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingui-se juntamente com o crédito dela decorrente, o que revela o seu caráter eminentemente patrimonial.
Por sua vez, a obrigação acessória não tem feição patrimonial, ela decorre também da legislação tributária e tem por objetivo as prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
Havendo o descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à penalidade pecuniária, o que significa dizer que a sanção imposta ao inadimplente é uma multa, que poderá ser exigida e cobrada através dos mesmos mecanismos aplicados ao tributo. Ex. emissão de notas fiscais, apresentar declarações (DIPJ, DCTF, DIRF, DAMEF, DAPI, SINTEGRA, SPED)
Obrigação principal envolve pagamento de tributo ou penalidade (obrigação de dar - § 1º do art. 113, do CTN).
Obrigação acessória envolve toda e qualquer obrigação que não signifique pagamento (obrigação de fazer e não fazer - parágrafo 2º do art. 113, do CTN).
Fato Gerador
É a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em lei, a sua ocorrência é necessária e suficiente para o nascimento da obrigação principal ou acessória. De forma mais simples, conceitua-se como “o fato” que gera a obrigação de pagar o tributo.
A lei define as situações ou hipóteses que sujeitam alguém à obrigação de pagar tributo. Geralmente o legislador escolhe certas manifestações positivas concretas de capacidade econômica da pessoa, como patrimônio, a renda, o emprego desta, surpreendida através de um fato, fato material ou negócio jurídico.
Nas situações de fato, àquelas que não estão disciplinadas em outras normas do ordenamento jurídico, considera-se ocorrido o fato gerador a partir do momento em que se verifiquem as circunstancias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (artigo 116 CTN)”. Enquadram-se nessa categoria, a industrialização, a prestação de serviços, a percepção de renda, etc.
Exemplo
O fato gerador da obrigação fiscal com o Imposto de Renda, conforme definido no Regulamento do Imposto de Renda, é a obtenção de renda e proventos de qualquer natureza, por pessoas físicas ou jurídicas.
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a pratica ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Base de Calculo
É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a finalidade de apurar o montante a ser recolhido. Conforme a Constituição federal, a base de calculo deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais da legalidade (mudança somente por outra lei) da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir fatos passados)
Alíquota
É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de calculo, determina o montante do tributo a ser recolhido. Assim como a base de calculo, a alteração da alíquota também esta sujeita aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.
Imunidade Tributária
Pode ser classificada como privilégios dados a alguém para que se livre ou se isente de certas imposições legais em virtude que não é obrigado a fazer ou cumprir certo encargo de obrigação de caráter legal.
A imunidade tributária é estabelecida pela Constituição e abrange os seguintes aspectos:
Vedação de entes estatais instituírem impostos:
O patrimônio, a renda ou serviços das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto;
O patrimônio, a renda ou serviços das entidades representativas de partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência sem fins lucrativos;
Sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado a impressão destes.
Isenção Tributária (refazer = livro)
Na linguagem jurídica, entende-se como isenção a dispensa, a imunidade, a concessão atribuída a alguma coisa ou alguma pessoa para que se possa livrar, esquivar ou desobrigar de algum encargo que a todos pesa, ou para que se livre de qualquer obrigação. Deve ser concedida por lei.
Principais casos de imunidade e isenção tributária do Imposto de Renda:
- templo de qualquer culto;
- instituição de educação sem finalidades lucrativas;
- instituição de assistência social;
- partido político; e 
- entidade sindical de trabalhadores.
Impostos Diretos e Indiretos
Os impostos conforme suas características e os aspectos que determinam sua exigibilidade podem ser classificados em;
Diretos – são aqueles que numa só pessoa reúnem-se as condições de contribuinte de direito (aquele que é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações tributárias previstas na legislação) e de fato (aquele que arca com o ônus representado pelo tributo), por exemplo, os impostos sobre o patrimônio e a renda (IR, ITR, IPTU, IGF)
Indiretos – é quando o sujeito passivo, contribuinte, paga o tributo e se ressarci cobrando de terceiro mediante a inclusão do imposto no preço. O sujeito que mantém relação jurídico-tributário direta com o Estado e que recolhe o imposto denomina-se contribuinte de direito e o terceiro, estranho à relação jurídica embora vinculado ao fato gerador, é o contribuinte de fato, porque foi ele quem suportou o ônus do imposto. (ICMS, IPI, ISS, II, IE, IOF).
Lançamento Tributário
Lançamento é o ato administrativo pelo qual se formaliza a obrigação tributária nascida abstratamente na lei e concretizada com a ocorrência do fato gerador. 
O art. 142 do CTN define que “compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Resumida e cronologicamente, pode-se dizer, então, que: 
(1) a obrigação tributária existe in abstracto na lei; 
(2) concretiza-se com ocorrência do fato gerador; 
(3) segue-se o lançamento, com o fim de promover o acertamento da relação jurídico-tributária; 
(4) instrumentalizada a OT com o lançamento, surge o crédito tributário. 
Modalidades de Lançamento
O CTN disciplina três modalidades de lançamentos, diferentes entre si em razão da forma procedimental e do momento de pagamento do tributo em relação ao próprio lançamento:
(1)	Lançamento Misto ou por Declaração (Art. 147 do CTN)
Assim denominado em razão de o lançamento ser efetuado pelo Fisco com base em declaração do sujeito passivo ou de terceiro. A ocorrência do fato gerador apenas obriga o contribuinte a fornecer ao Fisco os dados necessários à efetivação do lançamento (ex.: IR - PF).
(2)	Lançamento Simples ou Direito (Art. 149 do CTN)
No qual toda iniciativa para efetivação do lançamento cabe ao Fisco. O contribuinte em nada participa, pois que cabe somente ao Fisco apurar a ocorrência do fato gerador e promover a cobrança do tributo devido. Também denominado lançamento de ofício (ex: IPTU).
 (3)	Lançamento por Homologação ou Autolançamento
Lançamento no qual, ocorrido o fato gerador, o contribuinte tem por lei obrigação de antecipar o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. A eventual extinção do crédito tributário só ocorrerá quando a autoridade competente homologar a atividade desempenhada pelo contribuinte correspondente ao lançamento do tributo (ex.: ICMS). Nesta modalidade, o pagamento antecipado do tributo extingue o crédito sob condição resolutória.
O Fisco tem prazo decadencial de 5 (cinco) anos para homologar o lançamento feito pelo contribuinte. Após esseprazo, salvo ocorrência de dolo, fraude ou simulação, considera-se homologado o lançamento e extinto o crédito tributário.
Decadência e Prescrição
A prescrição e a decadência são situações distintas de extinção do direito à exigibilidade do crédito tributário.
 Decadência
A decadência, prevista no artigo 173 do CTN, representa a perda do direito da Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal, constituir, através do lançamento, o crédito tributário, em razão do decurso do prazo de 5 anos, contado:
— do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
— da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado.
A contagem do prazo decadencial não se interrompe nem se suspende.
Lançamento por Homologação
No lançamento por homologação, o dispositivo aplicável à decadência é o Art. 150 em seu § 4.º do CTN: 
"Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado este prazo sem que a fazenda tenha se pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação." 
 Prescrição
A prescrição extingue o direito, pertencente ao credor, da ação de cobrança do crédito tributário, também pelo decurso do prazo de 5 anos, contado da data da sua constituição definitiva (artigo 174 do CTN).
A contagem desse prazo prescricional se interrompe:
— pela citação pessoal feita ao devedor (até a LC 118/2005 – DOU 09.02.2005) – a partir de 09.06.2005 a prescrição se interrompe a partir de pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
— pelo protesto judicial;
— por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
— por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais (artigo 125, inciso III do CTN).
É importante observar que, enquanto a prescrição refere-se à perda da ação de cobrança do crédito lançado, a decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário.
A decadência extingue o direito; a prescrição tem por objeto a ação.
O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito nasce; a prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a prescrição se dirige).
A decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício. A prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de proteção pela ação, contra a violação sofrida (LEAL. Antônio Luís da Câmara. Da Prescrição e da Decadência, 2a. ed., Rio, Forense, 1959, p. 115-6 e 114). 
Fonte: Júlio César Zanluca (portal tributário)
Princípios Tributários
Noções de Princípios Constitucionais Tributários
Para todo aquele que atua, direta ou indiretamente com a tributação é importante conhecer os limites impostos ao Estado em seu poder de tributar.
O poder de tributar dos entes políticos da federação brasileira (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) está consagrado e delineado na CF, artigos 145 e seguintes.
No entanto, esse poder não é ilimitado. Antes, deve observar os precisos e indeclináveis limites estabelecidos pela própria CF, em diversos preceitos e princípios, sob pena de inconstitucionalidade e nulidade dos atos.
Esses princípios, fundamentos de todo o sistema, ao limitarem o poder de tributar das entidades federativas, consagram o "Estado de Direito", assecuratório das garantias individuais e do equilíbrio entre cidadãos e Estado.
São os seguintes os princípios tributários fixados na CF que devem, necessariamente, ser observados pelo Estado no exercício de seu poder de tributar (elencados na ordem numérica dos artigos):
a)	Princípio da Legalidade Tributária (Art. 150, I)
Só é permitido criar ou aumentar tributos através da Lei.
A legalidade da tributação, segundo este princípio, implica em que: 
A administração pública somente pode e deve agir nos estritos termos da legislação tributária, no sentido amplo;
A ação da administração pública fica condicionada à reserva da lei, isto é, existência de lei formal emanada do Poder Legislativo; e
A obrigação tributária somente nasce e se dimensiona nos estritos termos definidos na lei que especificar todos os elementos do fato gerador.
	As "exceções" ao referido princípio encontram-se no parágrafo 1º do art. 153 da CF, que faculta ao Poder Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF. Importante ressaltar, entretanto, que mesmo a faculdade estabelecida em favor do Executivo deve observar "as condições e os limites estabelecidos em lei", o que robustece e afirma esse princípio.
Princípio da Irretroatividade da Lei (Art. 150, III, "a")
Com base neste princípio, a lei nova não poderá impor tributos sobre fatos geradores ocorridos anteriormente à sua vigência, e isto abrange todos os elementos do fato gerador – principalmente a base de calculo do tributo ou da nova hipótese legal de incidência.
No Código Tributário Nacional, a questão da aplicação retroativa da lei é tratada nos artigos 105 e106, ou seja, a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não tenha se completada nos termos do artigo 116 do CTN, não se aplicando, portanto, a fatos ocorridos no passado. A retroatividade admitida no artigo 106 é a retroatividade benéfica ao contribuinte, ou seja, quando a lei nova deixar de definir algum ato como infração, excluir ou reduzir penalidades etc. 
Princípio da Anterioridade da lei (Art. 150, III, "b" e “c”)
	O princípio da anterioridade, ou da anualidade como também é conhecido, veda a cobrança de tributos no mesmo ano civil em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Neste caso, a lei ou dispositivos legais que instituírem novas hipóteses de incidência ou majorarem tributos só atingirá atos ou negócios praticados a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte ao da sua publicação.
	Segundo o § 6º do artigo 195 do CTN, este princípio sofre alteração quando aplicado às contribuições sociais (INSS, COFINS E CSL) destinadas ao custeio da seguridade social, ou seja, elas só podem ser exigidas após 90 dias da data da publicação das leis que as instituir, ou aumentar suas alíquotas de base de calculo.
Também de acordo com o § 1º do artigo 150 do CTN, o este princípio não tem aplicação pratica para alguns tributos de competência da União, são eles II – Imposto de importação, IE - imposto de exportação e IOF – imposto sobre operações financeiras.
São também exceções os impostos extraordinários na eminência ou no caso de guerra externa (artigo 154, II) e os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidades públicas, de guerra externa ou sua eminência (artigo 148,I)
Planejamento Tributário
Hoje em dia com a alta carga tributária incidente sobre as empresas brasileiras, o Planejamento Tributário, visando a redução lícita dessa carga tributária, é de preponderante importância para a gestão das empresas.
Os tributos, via de regra, afetam de forma relevante o custo dos produtos das empresas, as quais para atingirem seu objetivo de lucro, têm que repassá-los no preço de venda, o que pode lhes comprometer a competitividade de mercado, afetando até mesmo a sua continuidade.
Portanto, a fim de atingir seu objetivo social, o empresário moderno tem que estar atualizado com as oportunidades legais de pagar o menor tributo possível. Daí a importância do Planejamento Tributário.
Entende-se por Planejamento Tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bomsenso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.
Planejamento Tributário não se confunde com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor tributo a pagar. Sonegar, por sua vez, é utilizar meios ilegais, como fraude, simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido. Entende-se ainda por sonegação toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
“No Brasil, a quantidade de tributos é tão grande quanto a complexidade para acompanhar, interpretar, aplicar ao ato concreto e fazer cumprir a legislação tributária. Dominar essas funções é o ponto de partida para os administradores planejarem uma possível redução da carga tributária nas empresas onde atuam, ou não expô-las a riscos fiscais.”
Fraude: 
É toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento.
Simulação
Já a definição legal de simulação está prevista nos Arts. 102 a 105, do CC.
Quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das a quem realmente se conferem, ou transmitem;
Quando contiverem declaração, confissão, condição, ou cláusula não verdadeira;
Quando os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados (provas da idoneidade da data).
Evasão e Elisão Fiscal
Evasão fiscal – pratica criminosa, ocorre depois do fato gerador. Objetivo: sair da relação jurídica tributária por meio de fraude ou sonegação. Neste caso existe subtração parcial ou total do pagamento do tributo devido, adotando-se condutas fraudulentas ou omissivas, tipificadas por lei.
Ato praticado com violação de lei, com o intuito de não pagar tributo ou contribuição ou de reduzir o fato gerador do tributo. Na evasão fiscal sempre esta presente a figura de simulação ou dissimulação
Elisão fiscal – Pratica lícita; ocorre antes do fato gerador. Objetivo: não pagar ou reduzir o valor do tributo. Conduta legítima do contribuinte, onde se procura por meio de fórmulas jurídicas e contábeis, eximir, reduzir ou retardar sua carga tributária.
Pratica de ato com total observância de leis, para evitar a ocorrência do fato gerador de tributos. Trata-se de planejamento tributário para a economia de tributos.

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