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semana6 Dir Proc Civil II 2017

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Francisco das Chagas Gomes – 201202199216
DIREITO PROCESSO CIVIL II
SEMANA 6
CASO CONCRETO:
Max adquiriu um notebook, marca Optmus prime, com objetivo para preparar suas aulas de filosofia. No entanto, o computador, com apenas 03 semanas de uso, deu pane no sistema o que levou Max ajuizar a demanda em face do fabricante pleiteando a
substituição do note mais indenização pelos transtornos sofridos, vez que não obteve sucesso nas tentativas de solucionar administrativamente o conflito. O juiz, na fase instrutória, distribuiu de forma dinâmica o ônus da prova determinando que o autor produza prova suficiente sobre o alegado na inicial. Diante dessa decisão indaga-se:
a) O juiz agiu em conformidade com as regras sobre a distribuição do ônus da prova?
Resposta: Não, tendo em vista a relação de consumo presente no caso em tela, quando demonstra uma clara hipossuficiência do consumidor diante do fabricante, devendo, pois ser aplicada a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, nos termos do artigo 6º, inciso VIII do C D C (Lei 8078/03). Veja-se:
- Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; (CDC).
 
b) Considerando a regra geral do ônus da prova, como ordinariamente deve ser distribuído o ônus?
Resposta: A regra geral está presente no inciso I do artigo 373 do CPC, que nitidamente dispõe que pertence ao autor o ônus da prova quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor. Contudo, no mesmo artigo, em seu parágrafo primeiro, há a possibilida de do magistrado distribuir diversamente o ônus probatório entre as partes presentes na demanda, quando o mesmo verificar nas peculiaridades da causa, uma excessiva dificuldade ou maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário entre os agentes. Ressaltando que a decisão deve ser devidamente fundamentada e que não possa retirar da parte a quem foi atribuído o ônus, a possibilidade de se desincumbir do dever que lhe foi repassado. Nesse sentido: O Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direi to do autor. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (CPC). 
 
c) É possível a utilização de prova produzida em outro processo no caso acima? Quais os critérios para utilização dessa espécie de prova?
Resposta: Em atendimento ao princípio da economia processual, é possível a utilização da prova produzida em outro processo, a chamada prova emprestada, devendo ser verificado na utilização, que a prova tenha sido produzida entre as mesmas partes, sob pena de infração ao princípio do contraditório (assim afirma parte da doutrina). Contudo, é importante ressaltar que o STJ já teve a oportunidade de admitir o empréstimo de prova mesmo diante de diferenças das partes no processo de origem e de destino da prova, afirmando que o essencial seria o respeito ao contraditório e não a identidade subjetiva das duas demandas. Ademais, o empréstimo não encontra limitação pela natureza do processo ou mesmo pela justiça na qual a prova foi produzida. O Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. (CPC). 
Questões Objetivas - 1ª Questão
O princípio do livre convencimento motivado traduz a idéia de que:
a) o juiz tem liberdade para apreciar e decidir a causa, mas deve fundamentar apenas assentenças que resolvem o mérito.
b) a motivação interna de convencimento do magistrado legitima sua decisão, não
havendo necessidade de externar nas decisões judiciais fundamentação específica da
fonte jurídica para o julgamento.
c) as partes tem total liberdade para convencer o juiz dos fatos jurídicos materiais e
processuais.
d) se houver súmula vinculante, não haverá necessidade de interpretação e decisão
fundamentada do caso.
Gabarito: Letra "A" - Por eliminação, este item é o menos errado, pois as sentenças que não resolvem o mérito, ou seja, as terminativas devem sim ser fundamentadas assim como as definitivas, nos termos do artigo 93º, inciso IX da C F cc art . 37 1 do CPC . O Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
2ª Questão.
Marque a opção correta:
a) A parte que alegar direito municipal em juízo poderá ter que provar o teor e vigência, se assim determinar o juiz.
b) O juiz não pode dispensar a prova, mesmo em fatos notórios.
c) Após recente decisão do STF, agora é possível a produção forçada de provas, desde
seja o último recurso ou expediente para se chegar à sentença de mérito.
d) A prova documental pode ser arguida como falsa a todo e qualquer tempo, não
havendo preclusão a respeito de documentos que já poderiam ter sido juntado aos autos.
Gabarito: Letra "A" - O Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

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