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EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE ON LINE 5P68

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[ONLINE] 905V - EXTINCAO DA PUNIBILIDADE
Módulo 1
 Reabilitação - Art. 92
Conceito
Medida declaratória de competência do juízo da condenação, que visa promover o sigilo dos registros criminais e a recuperação de prerrogativas cuja perda, incapacidade ou inabilitação fora decretada cm o efeito extrapenal da condenação.
É a retirada das anotações no boletim de antecedentes.
É a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge outros efeitos da condenação.
Objetivo: estimular o condenado a regenerar-se permitindo sua reinserção no meio social de maneira integral e completa, o que toca ao gozo e fruição de direitos que a sentença penal lhe retirara (Ex.: incapacidade para exercer o poder familiar, tutela curatela, exercer cargos públicos, mandatos eletivos e inabilitação para conduzir veículos automotores).
Cabimento: apenas sentenças condenatórias com transito em julgado, cuja pena tenha sido executada ou esteja extinta. Também não cabe em IP. Não cabe quando da ocorrência da prescrição em abstrato. Cabe na Prescrição da Pretensão Executória.
Natureza jurídica
Causa suspensiva de alguns efeitos secundários da condenação (art. 92) e dos registros criminais. A antiga redação dizia que se tratava da declaração da extinção da punibilidade
Sigilo dos registros criminais (art. 93)
Pouco se presta para seus fins. O art. 202 LEP determina que o referido segredo dá-se como consequência automático ao cumprimento da pena. Significa que não é preciso ingressar com a reabilitação para que se obtenha administrativamente o sigilo acerca das condenações penais sofridas. Para tanto, basta o juízo das execuções declare a extinção da punibilidade (pelo cumprimento da pena).
 
A reabilitação apenas garante o sigilo.
Mandado de Segurança: é possível se pleitear por MS já que se trata de um direito líquido e certo contra o ato da autoridade administrativa responsável pela organização do cadastro de onde a informação foi extraída, nos termos do art. 202 LEP.
Requisição do juiz criminal: não é absoluto o sigilo, portanto, pois com a possibilidade de se ter acesso às informações por meio de pedido formulado pelo juiz criminal faz-se concluir que é relativo. Art. 748
 CPP - Art. 748.  A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
Isso se dá para que, para efeitos judiciais, ter-se-á acesso a todas as informações relativas aos antecedentes penais porque tais dados têm relevância para a análise de diversos institutosprocessuais como a concessão de Liberdade Provisória, transação penal ou SUSIS do processo epenais – dosagem da pena para análise de primariedade, antecedentes, conduta social.
 
O STJ já decidiu que o livre aceso aos terminais do Instituo de Identificação fere direito daqueles protegidos pelo manto da reabilitação. Impõem-se, assim, a exclusão das anotações do Instituto, mantendo-se tão somente nos arquivos do PJ.
Verdadeira utilidade
É resgatar direitos cassados na sentença penal condenatória, com base no art. 92.
1. sigilo das informações (??)
2. suspensão dos efeitos extrapenais específicos (mais verdadeiro).
Requisitos (cumulativos)
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
 II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; 
 III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. 
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. 
 
Prazo: depois de 2 anos do dia em que for extinta, de qualquer modo a pena.
Domicílio no país: durante o prazo de 2 anos.
Demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado:
Ressarcido o dano ou demostrara absoluta impossibilidade de fazê-lo ou renúncia da vítima neste sentido: para o STJ insolvência tem que fica completamente provada, não bastando a presunção.
Obs.: há decisão antiga (TaCrim) que se houver prescrição da dívida no cível está dispensado a exigência da reparação civil.
Procedimento
 Art. 743.  A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo.
        Art. 744.  O requerimento será instruído com:
        I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior;
        II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;
        III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;
        IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;
        V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.
        Art. 745.  O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação do pedido, cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.
        Art. 746.  Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.
        Art. 747.  A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será comunicada ao Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere.
        Art. 748.  A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
        Art. 749.  Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de documentos.
        Art. 750.  A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
Perante o juízo da condenação - 743
Se condenação perante várias varas diferentes, basta que comprove, em único pedido, perante uma única vara, o preenchimento dos requisitos e será aproveitado a todos.
Instrução com docs - 744
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior;
II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;
 C
IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;
V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.
Reexame necessário - 746
Recurso de ofício: Se a medida for deferida.  E seu conteúdo será comunicado ao Instituto de Identificação.
Hoje há discussão de tal necessidade em face da LEP, já que nenhum dispositivo trata de semelhante recurso. Para uma parte da Jurisprudência, só cabe apelação. Para a correntemajoritária, cabe recurso de ofício, não se achando revogado pela LEP.
Revogação
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitadofor condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
De ofício ou requerimento do MP, se condenado novamente.  Não tem o condão de tornar públicos os registros criminais anteriores mas sim na retomada da incapacidade ou inabilitação decorrentes da sentença condenatória decretadas pelo juiz com base no art. 92.
MODULO I - EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
EXERCÍCIOS :
Acerca da Reabilitação criminal, assinale a incorreta:
A
É a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge outros efeitos da condenação.
B
o objetivo é estimular o condenado a regenerar-se permitindo sua reinserção no meio social de maneira integral e completa, o que toca ao gozo e fruição de direitos que a sentença penal lhe retirara.
C
é cabível apenas sentenças condenatórias com transito em julgado, cuja pena tenha sido executada ou esteja extinta.
DINCORRETA
cabe em Inquérito Policial quanto às suas informações de passagem pelo âmbito de delegacias de polícias.
E
Não cabe quando da ocorrência da prescrição em abstrato. Cabe na Prescrição da Pretensão Executória. 
Assinale a correta.
A ) A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
B ) A reabilitação será suspensa, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão de primeiro grau em que comporta recurso, a pena que não seja de multa.
C) A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a qualquer pena.
D) A reabilitação será suspensa, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente específico apenas, por decisão definitiva, a pena que não seja privativa de liberdade.
E) A reabilitação será suspensa ou revogada, dependendo do juiz nos termos da lei, requerimento do Ministério Público, desde que o reabilitado seja condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa
A reabilitação é:
Medida constitutiva de direito de competência do juízo da condenação.
Medida declaratória de competência do juízo da condenação.
Medida declaratória de competência do juízo da execução penal.
Medida constitutiva de direitos de competência do juízo da execução penal.
Medida incidental na vida do condenado onde até não ser considerado reabilitado terá sua vida exposta, cuja competência é do juízo da execução penal
É a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge outros efeitos da condenação.
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São documentos exigidos para instruir o pedido de reabilitação constate no CPP, exceto:
certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo legal;
atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;
atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;
quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;
prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime dentro de 5 anos ou a impossibilidade de fazê-lo dentro desse prazo.
prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.
Módulo 2
EXERCÍCIOS:
Marque a letra correta após análise das assertivas: De acordo com o CP, a inimputabilidade pode dar-se em:
I - decorrência de doença mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que retire do agente a capacidade de entendimento e autodeterminação
II - menoridade
III - embriaguez completa e involuntária proveniente de caso fortuito ou força maior, que retire do agente a capacidade de entendimento de autodeterminação
De acordo com o CP, a inimputabilidade pode dar-se em 3 hipóteses:
a) decorrência de doença mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que retire do agente a capacidade de entendimento e autodeterminação (ar. 26 CP)
b) menoridade (art. 27 CP e 228 CF)
c) embriaguez completa e involuntária proveniente de caso fortuito ou força maior, que retire do agente a capacidade de entendimento de autodeterminação (art. 28 CP)
TODAS CORRETAS
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Sobre o prazo para internação na hipótese de imposição de medida de segurança, considere:
I. Será indeterminado, perdurando até a cessação da periculosidade.
II. Será o mesmo da pena que seria imposta se o réu fosse imputável.
III. Deverá ser de no mínimo de 01 (um) a 03 (três) anos.
IV. Será no máximo o prazo previsto para a pena privativa de liberdade para o crime praticado.
V. Será fixado no máximo o prazo da prescrição em abstrato.  
Está correto o que consta APENAS em:
Porque a lei fala em prazo indeterminado, diferentemente da pena que possui prazo fixo. A LEP diz que a MS perduram enquanto subsistir a periculosidade do agente. Mas ficará sujeito a avaliações periódicas, por profissionais especializados.
No que tange à medida de segurança, é INCORRETO afirmar:
A medida de segurança difere da pena, dentre outros motivos, por ter prazo indeterminado.
Mesmo que esteja caracterizada uma excludente de ilicitude é aplicável a medida de segurança
Aos semi-imputáveis pode ser aplicada a medida de segurança.
A periculosidade do agente é presumida no caso dos inimputáveis.
Com relação às chamadas medidas de segurança, é correto afirmar que:
a desinternação ou a liberação será sempre de forma condicional, ficando restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de um ano, vier a praticar qualquer fato indicativo da persistência de sua periculosidade. 
têm caráter retributivo e preventivo, decorrem do reconhecimento da culpabilidade do agente, podendo ser aplicadas, em certos casos, juntamente com as penas privativas de liberdade.
São indeterminadas no tempo, não são aplicáveis aos inimputáveis, pressupondo a sua aplicação a prática de um fato típico e antijurídico, reconhecido em sentença condenatória.
podem ser aplicadas em face de qualquer espécie de crime, punível com reclusão ou detenção, exigindo para sua incidência a existência de uma sentença condenatória que reconheça a existência do crime e a prova da inimputabilidade absoluta do agente.
são aplicadas por tempo indeterminado, com a especificação do prazo mínimo de sua duração, pelo Juiz na sentença, não sendo permitida a realização do exame de cessação de periculosidade antes do término do prazo mínimo fixado.
Por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada mediante perícia médica a cessação da periculosidade.
MODULO 3
EXERCÍCIOS:
Assinale a correta:
o MP pode ajuizar a ação penal pública mas não pode desistir dela;
o MP deve ajuizar a ação penal pública e igualmente não pode desistir dela;
O MP pode ajuizar a ação penal privada quando o particular não fizer impedindo assim a impunidade do agente;
O MP pode ajuizar apenas a ação penal pública e, convencido da inocência do réu pode desistir dela a qualquer momento;
O MP pode ajuizar tanto ação penal pública como a privada quando o particular não o fizer no prazo legal.
O MP não pode abrir mão da AP ajuizada, abandonando-a ou desistindo do processo movido ou do recurso interposto. É corolário da obrigatoriedadeporque de nada adiantaria obrigar a ingressar se posteriormente lhe fosse permitido dela desistir
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Assinale a correta:
A Natureza pública da ação penal faz a titularidade ser do MP através da peça processual denominada denúncia.
A Natureza privada da ação penal faz a titularidade ser do particular através da peça processual denominada denúncia.
A Natureza pública da ação penal faz a titularidade ser do MP através da peça processual denominada queixa-crime.
A Natureza particular da ação penal faz a titularidade ser do MP quando o particular não o fizer no prazo legal através da peça processual denominada queixa-crime.
A Natureza pública da ação penal faz a titularidade ser do particular através da peça processual denominada denúncia quando o MP não a intentar no prazo legal.
Art. 29.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
Assinale a letra em que a frase toda estiver correta. As condições da ação são:
legitimidade, possibilidade jurídica do pedido e representação do ofendido.
interesse processual, requisição do ministro de Justiça, representação da vítima e legitimidade.
interesse processual, legitimidade e possibilidade jurídica do pedido.
representação do ofendido ou quem tenha qualidade de representa-lo, requisição do ministro da justiça e legitimidade.
possibilidade jurídica do pedido, interesse processual, legitimidade, requisição do ministro da Justiça e representação da vítima.
O critério determinador para classificação de uma ação penal ser de natureza pública incondicionada é:
a natureza do crime.
a previsão legal expressa.
o silêncio da lei.
quando o artigo legal dispuser “mediante denúncia”.
a gravidade do crime praticado pelo agente.
No silêncio da lei ou seja: desde que nãocondicionada oumediante queixa
Módulo 4
Quando a infração penal é cometida:
surge o Estado com o direito de punir, entendendo-se com isso por ius puniendi, que é a aplicação do direito em concreto ao fato em abstrato;
O Estado se apresenta como sendo o detentor exclusivo do ius persequendi, aplicando a norma abstrata ao fato em concreto
tanto o particular como o Estado se apresentam como detentor do ius puniendi e ius persequendi.
apenas o Estado é detentor do ius puniendi, restando ao particular, em casos específicos, o ius persequendi.
o Estado se apresenta como detentor tanto do ius persequendi como do ius puniendi, restando ao particular apenas o exercício da ação através da ação penal.
*************************************************
Em regra, as causas extintivas da punibilidade:
só alcançam o direito de punir do Estado, subsistindo o crime em todos os seus requisitos e a sentença condenatória irrecorrível;
alcançam apenas o direito de acusar do Estado, subsistindo o crime em todos os seus requisitos e a sentença condenatória irrecorrível
alcançam o dever de punir do Estado, subsistindo o crime, mas apenas os efeitos secundários da sentença condenatória irrecorrível;
só alcançam o direito de punir do Estado, subsistindo o crime somente a partir da sentença condenatória recorrível;
alcançam o direito de punir do Estado, subsistindo os efeitos do crime apenas após o trânsito de uma sentença penal absolutória irrecorrível.
São são causas extintivas de punibilidade previstas no CP:
morte do agente e pela retroatividade da lei que não considera mais o fato como criminoso
anistia, graça e indulto;
prescrição, decadência ou perempção;
desistência da queixa nos crimes contra a honra, formulada na audiência do artigo 520 do CPP e aquisição de renda superveniente na contravenção de vadiagem;
pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
desistência da queixa nos crimes contra a honra, formulada na audiência do artigo 520 do CPP
Assinale a letra correta: Sobre a perempção:
I – consiste na perda do direito de ação pela inércia a do querelante. Assim, após o início da ação penal privada a inatividade do querelante presume a desistência quanto ao seu prosseguimento. O âmbito de aplicação dessa causa extintiva de punibilidade circunscreve-se à ação penal exclusivamente privada, já que na ação penal privada subsidiária da pública conferem-se ao Ministério Pública possibilidade de, a todo tempo, retomá-la como parte principal, no caso de negligência do querelante.
II – é o Cód. de Processo Penal e o Cód. Penal que estabelecem os crimes perseqüíveis mediante ação penal privada considerar-se-á perempta a ação penal;
III - quando, iniciada a Ação Penal Privada, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante quarenta e cinco dias seguidos, ocorrerá a perempção;
IV - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de trinta dias a noventa dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – art. 31, CPP), ocorrerá a perempção;
I está correta.
I e II corretas.
II e III corretas.
I e IV corretas.
IV correta.
PEREMPÇÃO É DESCASO ; DESÍDIO, FALTA DE INTERESSE NA CAUSA
***************************************************************************************
Módulo 2
 Medida de Segurança - art. 96/99 CP
Notas introdutórias
Nos dias atuais as Medidas de Segurança (MS) estão em declínio quanto ao seu prestigio de outrora. Muitos são os autores que questionam sua utilidade ou sua compatibilidade com o DP fundado no Estado Democrático de Direito e Constitucional.
Antigamente, no CP do Império, o sujeito era condenado a uma pena + MS.
A questão da inimputabilidade
De acordo com o CP, a inimputabilidade pode dar-se em 3 hipóteses:
a) decorrência de doença mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que retire do agente a capacidade de entendimento e autodeterminação (ar. 26 CP)
b) menoridade (art. 27 CP e 228 CF)
c) embriaguez completa e involuntária proveniente de caso fortuito ou força maior, que retire do agente a capacidade de entendimento de autodeterminação (art. 28 CP)
Somente se aplica MS ao primeiro caso – letra “a”.
Na letra “b” é caso de aplicação de MS-E, nos termos do ECA e
Na letra “c” é caso de absolvição própria, sem aplicação de qualquer sanção.
A questão da dignidade da pessoa humana
Porque a lei fala em prazo indeterminado, diferentemente da pena que possui prazo fixo. A LEP diz que a MS perduram enquanto subsistir a periculosidade do agente. Mas ficará sujeito a avaliações periódicas, por profissionais especializados.
Em que pesem as opiniões em que PENA e MS são institutos diversos e por isso características diversas peculiares, o entendimento atual é que as MS, a exemplo das penas, não poderá exceder a 30 anos de internação conforme art. 75 CP (STF), para não conflitar com o preceito CF de vedação de prisão perpétua (art. 5º XLVII, b).
Conceito
Meios jurídicos-penais de que es serve o Estado para remover o potencial de criminalidade do homem perigoso.
Resposta penal aplicadas ao responsável pelo injusto penal praticado (fato típico + ilícito + inculpável)
Finalidade
Preventiva. Visa tratar o inimputável e semi-imputável que demonstram potencialidade para promover novas ações danosas.
Sistemas
VICARIANTE – aplicação de pena ou Medida de Segurança
DUPLO BINÁRIO – aplicação de pena e Medida de Segurança
Natureza Jurídica
Muita controvérsia.
      Natureza administrativa, porque sua aplicação não se frenda na culpabilidade do agente e sem caráter punitivo. São formalmente penais e materialmente administrativas (Zaffaroni).
      Natureza jurídico-penal, pois nosso legislador tratou dela no CP e na LEP. Vinculado ao injusto penal (fato típico + ilícito). Também se vale do devido processo legal para sua imposição e sujeita-se a extinção da punibilidade (179 LEP) e da Detração (42 CP).
A Jurisprudência caminha para o reconhecimentode eu todos os princípios constitucionais ligados à pena devem ser observados pelas MS. O STF decidiu que a MS não pode ultrapassar o limite de 30 anos, pois senão se traduziria numa prisão perpétua, afrontando o Texto Constitucional do art. 5º XLVII, b).  
Pressupostos
Prática de crime + potencialidade para novas ações danosas (periculosidade) + não seja em tese possível absolve-lo como:
      praticar em excludente de ilicitude ou,
      não houver prova da autoria ou
      não houver prova do fato ou
      se crime impossível ou
      se ocorreu a prescrição outra causa extintiva de punibilidade.
Não é qualquer doente mental que recebe MS. Sentença tem natureza ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA (absolve, mas impõe sanção)
Tem que ser inimputável ou semi-imputável. Se semi, deverá aplicar pena reduzida ou MS.
Distinções entre a Pena e MS
 
	Pena
	Medida de Segurança
	Culpável
	Inculpável
	Finalidade: preventiva e retributiva
	Finalidade: preventiva
	Pressuposto: culpabilidade
	Pressuposto: periculosidade
	É voltada para um fato certo e determinado que ocorreu no passado (retrospectiva)
	Inspira-se num fato concreto mas se justifica em razão de um fato provável de vir a acorrer outros (futurista)
	Dosada proporcionalmente à gravidade do fato
	É dosada à periculosidade
	Não deixa de ter um caráter aflitivo
	Caráter curativo
	Prazo fixo
	Prazo indeterminado (vide STF que limitou em 30 anos)
Espécies de MS – art. 96
Art. 96. As medidas de segurança são: 
 I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
Imposição da medida de segurança para inimputável
Detentiva
Internação do sujeito em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento liminar. Será obrigatório se o agente tiver praticado um crime apenando com RECLUSÃO.
Por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada mediante perícia médica a cessação da periculosidade.
A cessação da periculosidade será averiguada num prazo mínimo de 1 a 3 anos, mas pode ocorrer a qualquer tempo, mesmo antes do término do prazo mínimo, se o juiz da execução determinar (art. 176 LEP).
Restritiva
É a submissão do agente a tratamento ambulatorial psiquiátrico e somente poderá ser aplicada se o crime for apenado com DETENÇÃO e se mostrar recomendável no caso concreto.
Pode ser convertida em internação a qualquer tempo, dede que necessário para fins curativos (art. 97, § 4º). O inverso NÃO PODE OCORRER (não há previsão legal).
	Regra
	Crime apenado com reclusão
	Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico é OBRIGATÓRIA, não podendo se aplicada a MS restritiva.
	Crime apenado com detenção
	O tratamento ambulatorial é FACULTATIVO, PODENDO o juiz aplicar MS detentiva.
 
Local da internação
Será recolhida a estabelecimento dotado de características hospitalares (art. 99 CP). Na falta de vaga, pode ser em hospital comum ou particular, mas nunca em cadeia pública. O STF já se manifestou no sentido de constituir constrangimento ilegal em estabelecimento inadequado.
Desinternação
Sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso do um ano, pratica fato indicativo de sua periculosidade (não necessariamente crime)
A lei de drogas
Lei 6368/76 – aplicação do art. 97, em caráter excepcional, segundo o quadro clínico – art. 10 -, ainda que o crime praticado fosse de Reclusão.
Lei 11.343/06 – segue a mesma linha, deixando a cargo o juiz a avalição quanto à necessidade ou não de internação, independentemente da natureza da pena privativa de liberdade aplicada.
Internação compulsória.
Caso o dependente não queira se internar. Recorre-se às internações involuntária ou compulsória, definidas pela Lei Federal de Psiquiatria (Nº 10.216, de 2001).
No dia 11 de janeiro de 2013, o Estado de São Paulo viabilizou uma parceria inédita no Brasil entre o Judiciário e o Executivo, entre médicos, juízes e advogados, com o objetivo de tornar a tramitação do processo de internação compulsória (já previsto em lei) mais célere, para proteger as vidas daqueles que mais precisam.
As famílias com recursos econômicos já utilizam esse mecanismo (internação involuntária) para resgatar os seus parentes das drogas. O que o Estado está fazendo, em parceria com o Judiciário, é aplicar a lei para salvar pessoas que não têm recursos e perderam totalmente os laços familiares.
Foram assinados três termos de cooperação técnica:
um com Tribunal de Justiça de SP para a instalação de um anexo do tribunal no CRATOD, em regime de plantão (9h às 13h, de segunda a sexta-feira), com o objetivo de atender as medidas de urgência relacionadas aos dependentes químicos em hipóteses de internação compulsória ou involuntária, com a presença inclusive de integrantes da Defensoria Pública;
outro termo com o Ministério Público, com o objetivo de permitir que promotores permaneçam acompanhando o plantão do Judiciário.
E um terceiro, com a OAB, para que a entidade coloque, de forma gratuita e voluntária, profissionais para fazer o atendimento e os pedidos nos casos necessários.
O ordenamento jurídico brasileiro possui o Decreto-Lei 891, de 25 de novembro de 1938, em plena vigência, que regulamenta a fiscalização de entorpecentes, legislação que reconhece que o usuário de drogas é doente, que é proibido tratá-lo em domicílio e cria e regulamenta a figura da internação obrigatória de dependentes químicos, quando provada a necessidade de tratamento adequado ao enfermo ou quando for conveniente à ordem pública.
Artigo 27. A toxicomania ou a intoxicação habitual, por substâncias entorpecentes, é considerada doença de notificação compulsória, em caráter reservado, à autoridade sanitária local.
Art. 28. Não é permitido o tratamento de toxicômanos em domicílio.
Art. 29. Os toxicômanos ou os intoxicados habituais, por entorpecentes, por inebriantes em geral ou bebidas alcoólicas, são passíveis de internação obrigatória ou facultativa por tempo determinado ou não.
§1º. A internação obrigatória se dará, nos casos de toxicomania por entorpecentes ou nos outros casos, quando provada à necessidade de tratamento adequado ao enfermo, ou for conveniente à ordem pública. Essa internação se verificará mediante representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, só se tornando efetiva após decisão judicial.
Quando se tratar de usuário menor de idade, a internação deverá ser requerida judicialmente pelo Ministério Público, como medida protetiva à criança ou adolescente, sempre utilizando como base legal o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
Internação compulsória continuará a ser EXCEÇÃO e não regra. A política prioritária continua sendo a internação voluntária, através do convencimento do dependente por agentes de saúde, assistentes sociais da prefeitura.
Prescrição
Está sujeita, mas não há na legislação disposição específica.
Há duas prescrições: PPP Abstrata e PPE. Em relação a PPE há controvérsias, justamente por falta da previsão legal em calculá-la. Neste caso deve ser regulada pela pena imposta (há controvérsias porque ela não é pena). Se assim não se pensar seria a MS imprescritível, o que a CF veda (art. 5º, XLVII e XLIV).
No caso do semi-imputável a prescrição deve ser calculada com base na pena imposta substituída, já que de natureza indiscutivelmente condenatória esta sentença.
No caso do inimputável por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o prazo terá como parâmetro a pena máxima cominada ao crime, mas deverá ser contado desde a última causa interruptiva (recebimento da denúncia ou queixa), uma vez que a sentença que impõe a MS não interrompe a prescrição, pois é absolutória.
Assim será calculada com base no MÍNIMO ABASTRATO cominado ao delito cometido. O TACrim de SPjá decidiu pelo máximo.
Aplicação cautelar
A lei 12.403/11 criou  diversas medidas cautelares pessoais alternativa à prisão, dentre as quais a internação provisória do acusado nas hipóteses e crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi e houver risco de reiteração (art. 319, VII).
Art. 319.  São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Não se trata de uma MS tal prisão por conta de sua natureza jurídica, pois não cuida de uma sanção penal, mas de uma providência acautelatória que busca evitar a reiteração de comportamentos criminosos em que há emprego de violência ou grave ameaça á pessoa (André Estefan).
Aplicação provisória. Não é possível. Não há suporte legal. Havia antes da reforma, no art. 80 CP.
Generalidades
Semi-imputável. Sistema vicariante. Pena reduzida OU substitui por MS, mas apenas se o juiz entende-la cabível. A diminuição da pena é obrigatória. O STJ decidiu que é possível a substituição em sede de Apelação ainda que o recurso seja da defesa, não se aplicando a Súmula 525[1] do STF (veda a reformatio in pejus no caso da MS). 
Reformatio in pejus. O STF já se pronunciou que com a reforma do CP em 1984 a MS passou a ser aplicada somente aos inimputáveis e semi, podendo substituir a pena privativa de liberdade quando for o caso. Assim a sum. 525 STF, editada antes da citada reforma, subsiste apenas par vedar areformatio in pejus.
Princípios. Os princípios da reserva legal e anterioridade devem ser observados.
Competência para revogação da MS. É do juiz da Execução, art. 176 da LEP, por cessação da periculosidade. Art. 777 CPP está revogado.
Necessário exame de cessação da periculosidade. Mero relatório não é suficiente.
Conversão da pena em MS. É possível no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevenha doença mental – art. 183 LEP. Todavia, há posicionamentos de que do STJ no sentido de que a MS convertida não pode ultrapassar o tempo de duração do restante da pena, de modo que se encerrado o prazo da pena, ainda persistir a necessidade de tratamento, deverá o condenado ser encaminhado ao juízo cível nos termos do art. 682, § 2º CPP.
Detração. Possível. Art. 42 CP
[1] A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o réu tenha recorrido.
MODULO 3
Ação penal – art. 100/106
Conceito
Condenatória: é o direito público subjetivo (exercido contra o Estado), abstrato (pode-se exercer o direito de ação validamente e se obter um julgamento favorável ou desfavorável), autônomo(independe do direito material) e instrumental (não é um fim em si mesmo. Sua finalidade é dar solução a uma situação de direito material – satisfazer a pretensão estatal) de exigir do Estado-juiz, mediante um devido processo legal que se aplique uma lei penal a um fato concreto.
Único meio capaz de aplicar uma sanção penal – ius puniendi - é através do devido processo legalque se inicia com a AP e realizada pelo Poder Judiciário - jurisdição.
Apesar de constar no DP sua índole é de DPP.
Classificação
Segundo o seu titular e não pela natureza da causa como no cível.
 
	Natureza
	Titularidade
	Órgão
	Peça
	Pública
	Estado
	Ministério Público
	Denúncia
	Privada
	Ofendido
	Particular
	Queixa-crime
 
Espécies
 
	Pública
	Incondicionada
	Pelo Ministério Público
	No silêncio da lei ou seja: desde que nãocondicionada oumediante queixa.
	
	Condicionada
	Representação do ofendido ou representante legal
	Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascendente, descendente o irmão
	
	
	Requisição do Ministro da Justiça
	 
	Privada
	Exclusivamente/propriamente dita
	Titular ou representante legal
	Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascendente, descendente o irmão
	
	Personalíssima
	Somente pode se intentada pelo próprio ofendido
	Art. 236 CP
	
	Subsidiária da Pública
	Quando o MP perde o prazo (inerte).
 
 
	Direito da vítima ou seu representante legal têm de oferecer a queixa-crime nos delitos de APPública em 6 meses.
 
 Algumas questões acerca da APPrivada SUBSIDIÁRIA da Pública
O MP dever intervir sob pena de nulidade (art. 564 III “d’)
Previsto na CF (5º LIX)
Não cabível quando o MP pede arquivamento ou retorno dos autos ao Delegado
Se o querelante renunciar ou perdoar o réu isso NÃO implica em extinção da punibilidade, o qual o MP poderá oferecer denúncia, desde que não prescrito o crime.
Atuará com amplos poderes e funcionará como verdadeiro assistente litisconsorcial.
Art. 29 CPP
 Art. 29.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Diante do artigo 29:
Aditar a queixa – para inclusão de corréus, de crimes não mencionados na peça inicial, inserção de qualificadoras, ...
Repudiá-la – desde que inepta.
Oferecer denúncia substitutiva,
Intervir em todos os termos do processo,
Fornecer elementos de prova – inclusão de testemunhas, observando o limite legal,
Interpor recurso e,
a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Ação Penal Popular
Qualquer do povo é titular legítimo para propositura da AP. Não existe em nosso ordenamento. Qualquer legislação que dispusesse da criação de tal possibilidade seria inconstitucional em virtude dos art. 129, I e 5º, LIX CF. (Frederico Marques e Vicente Grecco Filho).
Ação Penal Popular subsidiária
Criada pela MP 153/1990, que permitia a qualquer cidadão oferecer ação penal pelo crime de abuso de poder econômico caso o MP excedesse os prazos legai sem adoção de providências a seu cargo. Hoje revogada pela Lei 8.035/90[1].
Critério para determinação da natureza da AP
Pública incondicionada
No silêncio da lei em cada artigo. Grande maioria. Ex.: arts. 121; 155; 157; ... 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
Pública condicionada
Faz referência no próprio artigo da necessidade e exigência de representação ou requisição. Ex.: arts. 145 par. Único; 147 par único;
Art. 100, § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
 
Privada
Informa no artigo da propositura mediante queixa-crime. Ex.: arts. 145 caput. 
Art. 100, § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. 
Obs.: há casos de DUPLA TITULARIDADE na propositura de AP. Ou pelo MP ou pelo ofendido nos crimes contra a honra praticada contra funcionário público por fato relativo ao exercício de suas funções. Mas segundo o STF, as visas – denúncia ou queixa são exercidas não concomitantes, devendo a vítima escolher uma delas.
Disposição legal Processual
De acordo om o art. 24 § 2º CPP.
        Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
        § 1o  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.  (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
        § 2o  Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluídopela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
Ação penal Adesiva
São os casos em que a AP é movida pelo ofendido nos crimes de APPriv em litisconsórcio com o MP nos crimes de APPúb. (Tourinho Filho).
Também nos casos em que o ofendido se introduz no processo ao lado do MP como assistente de acusação. (José Frederico Marques).
Ação penal Secundária
Nos casos em que a AP é Privada, mas dada certas circunstâncias – pobreza da vítima -, a AP passa a ser Pública, como nos delitos sexuais em que a vítima e seus familiares são pobres – art. 225, § 1º, 2º, CP. Hoje revogado.
Ação penal
Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa.
§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública:
I se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família;
II se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.
§ 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação.
 
Ação penal no Crime Complexo
O crime complexo é aquele resulta da fusão de 2 ou mais tipos penais (ex: art. 157 = 155 + 147 ou 129)
Nos termos do art. 101 CP
A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 
Por ex.: o furto qualificado pelo dano ou destruição do obstáculo para a subtração do bem (art. 155 § 4º, I).
O furto simples é de APPública. E o dano simples é de APPrivada, mas o furto com a mencionada circunstância , por força do art. 101, se processa por iniciativa do MP.
Assim, no caso desse crime, estabelece o CP que a titularidade da AP é dom MP se, em qualquer dos crimes que compõe o crime complexo, se procede mediante APPública 
 
Condições da Ação –
 Legitimidade – Interesse processual – Possibilidade jurídica do pedido
No início. Caso ausente algum destes o juiz deverá declarar o autor CARECEDOR DA AÇÃO, nos termos do art. 395 CPP, rejeitando a Denúncia ou Queixa 
No curso do processo. É o caso de nulidade processual, desde o início, nos termos do art. 563, II CPP.
Isso se dá por se tratar de questão de ORDEM PÚBLICA, razão pela qual podem ser conhecidas pelo juiz de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição.
      LEGITIMIDADE DE PARTE. Ad causam. É a pertinência subjetiva da ação. Nos 2 polos da ação (ativa/passiva). Ex. ATIVA: quando a AP deve ser proposta pelo MP nas APPúbl e pelo particular nas APPriv.  PASSIVA: quem deve ocupar validamente o polo. Somente pode ser o sujeito ativo de crime. A pessoa maior de 18 anos.
      INTERESSE DE AGIR. Ou interesse processual. Se fará presente sempre que o ajuizamento da AP for necessário para a satisfação do direito material e além disso quando for proposta a ação correta (adequada).
o   É a verificação do binômio necessidade-adequação. Quando alguém pratica um crime, o Estado não pode imediatamente colocar o agente para cumprir a pena prevista em lei. Precisa antes de processá-lo e obter uma sentença condenatória definitiva (necessidade). E a AP penal deve respeitar o titular (MP/OFENDIDO).
      POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. É o tipo legal que dá o caráter criminoso ao fato. Se se processar alguém por fato atípico é carecedor da ação por este motivo.
 
Condições de procedibilidade e outras
Representação e Requisição do Ministro da Justiça.
Entrada do agente em território nacional. Hipóteses de extraterritorialidade condicionada – art. 7º, §§ 2º e 3º.
Autorização da Câmara dos Dep. Para instauração de processo=crime contra o Presidente da República, Vice ou Ministros de estado – art. 51 I CF.
 
Para Damásio de Jesus, a condição aludida aqui é condição de prosseguibilidade, uma vez que nesses caos, ao contrário do que ocorre com a representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça nos crimes de APPúbl Condic., o IP pode ser instaurado e a Denúncia oferecida; o recebimento da inicial é que fica condicionada à autorização da Câmara dos Dep.
 
 
Princípios da Ação Penal Pública
Obrigatoriedade ou legalidade – art. 24 CPP
O MP TEM O DEVER de ajuizar a AP, sempre que presentes a prova da materialidade e indícios suficientes de autoria delitiva. Isso se dá frente ao princípio de que as infrações penais não podem fica impunes, pois há um interesse público indisponível na apuração da autoria e na punição dos verdadeiros culpados.
Exceção: lei 9.099/95. Prevê que nas infrações penais de menor potencial ofensivo o MP pode oferecer denúncia ou propor transação –penal. Todavia a opção não se dá com base em critérios subjetivos, pois depende do cumprimento de requisitos legais – art. 76. É o chamado pela doutrina como o principia da oportunidade ou (discricionariedade) regrada.
Indisponibilidade
O MP não pode abrir mão da AP ajuizada, abandonando-a ou desistindo do processo movido ou do recurso interposto. É corolário da obrigatoriedade porque de nada adiantaria obrigar a ingressar se posteriormente lhe fosse permitido dela desistir.
Oficialidade
Os órgãos incumbidos de atuar na persecução penal na APPúbl devem ser públicos – oficiais -, pois a atividade ali desenvolvida é uma das finalidades do Estado.
Indivisibilidade
O MP deve processar todos os coautores e partícipes da infração penal. Ora, se o exercício da AP é pública não pode o MP escolher quem pretende processar.
Intranscendência
A AP SÓ pode ser intentada contra os supostos  sujeitos ativos da infração penal nunca contra seus sucessores. É consequência do principia da personalidade da pena (art. 5º XLV CF), não respondendo os herdeiros. Caso ocorra a morte será causa de Extinção da Punibilidade.
Princípios da Ação Penal Privada
Titularidade conferida ao particular ou ofendido ou ao seu representante legal. (legitimação extraordinária por substituição processual).
Da oportunidade
Da discricionariedade ou conveniência. O ofendido poderá optar livremente por ajuizar ou não queixa-crime segundo lhe convier, desde que dentro do prazo legal decadencial de 6 meses (regra). Funda-se no interesse particular do ofendido na solução criminal da lide.
Disponibilidade
Uma vez ajuizada a quiexa0crime, o ofendido poderá desistir da APPriv a qualquer tempo. É corolário do princípio anterior. Se não é obrigado a propor a ação não pode ser obrigado a continuar nela. Pode se utilizar da perempção e o perdão do ofendido para tanto.
Indivisibilidade
A APPriv deve ser motiva em face de TODOS os agentes conhecidos. Se algum dos autores do crime não for mencionado na queixa-crime, haverá, com relação a ele renúncia tácita ao direito de queixa. Como a lei estabelece que a renúncia com relação a um dos agentes a todos se estende (art. 49 CPP), tal situação enseja a renúncia em relação a todos os outros do crime e, consequentemente, a extinção da punibilidade.
Obs.: incumbe ao MP a tarefa de velar para que o princípio seja respeitado (art. 48 CPP). Todavia, nos casos em que houver a omissão, alguns doutrinadores (Tourinho) entende que o MP deve ADITAR a queixa, nos termos do art. 45 CPP. Mas predomina a tese que se trata de uma ilegitimidade ad causam do MP aditar na APPriv e não pode aditar. A atitude processualmente correta, seria, em requerer ao magistrado a notificação do querelante para que proceda ao aditamento, sob pena de renúncia e consequente extinção da punibilidade a todos.
Intranscendência
A AP somente pode ser ofertada contra os supostos sujeitos ativos a infração penal e nunca contra seus sucessores. É consequência do princípio da personalidade da pena (art. 5º XLV – CF), sem falar que com a morte do agente ocorre a extinção da punibilidade pela morte do agente.
Peça inicial – APPública – DENÚNCIA
É a PI na APPública a fim de instaurar a apuração de crime, seja condicionada ou incondicionada.É a narrativa e demonstrativa. Narrativa, porque deve revelar o fato com todas as suas circunstâncias, isto é, não só a ação transativa, como a pessoa que praticou, os meios que empregou, o malefício que produziu, os motivos que o determinaram a isso, a maneira por que a praticou, o lugar onde a praticou, o tempo. Demonstrativa, porque deve descrever o corpo de delito, dar as razões de convicção ou presunção e nomear as testemunhas e informantes. (João Mendes Jr.)
 Requisitos – art. 41 CPP
  Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Exposição do fato criminoso
Desrespeito causa a inépcia da inicial.  Penais que acaba por ensejar rejeição (art. 395 CPP).
Inviabiliza o exercício da defesa e viola o princípio da AMPLA DEFESA. Ninguém pode defender-se no vácuo, ou seja, ignorando o crime que se lhe imputa.
Inclui-se as qualificadoras, causa d aumento e as agravantes genéricas.
No crime tentado: deve descrever quais os atos executórios praticados e qual a circunstância alheia à vontade do agente que impediu de consumar o crime, sob pena de configuração de desistência voluntária e arrependimento eficaz.
Crime culposo: esclarecer qual a modalidade de culpa
Coautoria e participação: é importante descrever qual foi a conduta de cada um dos agentes, pois a responsabilidade penal é individual. Não se deve admitir a elaboração de denúncia genérica.
Crimes de desacato e injúria: deve se descrever exatamente quais forma as expressões utilizadas pelo agente não basta a mera referência ao fato de ter proferido palavras de baixo calão.
Qualificação do acusado
Caso não seja possível, deve-se descrever outros elementos capazes de individualizá-lo. O CPP permite que a qualificação do acusado pode ser emendado a qualquer tempo, inclusive na fase de execução (art. 259 CPP).
Qualificação jurídica do crime
Enquadramento legal dos fatos à norma.
Importante pois determina a fixação da competência, do rito processual, do cabimento de benefícios legais como o sursis processual. No caso de equívoco no enquadramento típico, prevalecerá, para efeito de competência, a correta classificação legal a se efetuada pelo juiz.
O erro não causa inépcia da inicial ou nulidade do processo, pois o réu se defende dos fatos e a ele imputados (art. 383 CPP). Só ocorrerá inépcia da inicial se a descrição dos fatos for de tal forma deficiente que impeça à defesa determinar qual o objeto da acusação.
Rol de testemunhas
Devem ser arroladas na Denúncia, sob pena de Preclusão do direito e a acusação nçaop pderá exigir a oitiva de pessoa alguma.
Todavia é possível que a acusação requeira que o juiz ouça testemunhas na qualidade detestemunhas do juízo, que ficará ao arbítrio do juiz.
Outros requisitos
Como citação, condenação, ...
Prazo para o oferecimento
Conta-se a partir da data que o feito chega ao setor administrativo do MP.
CPP: 15 dias réu solto e 5 dias réu preso (46 CPP)
Código Eleitoral: 10 dias (art. 357) – solto ou preso
Lei de Drogas: 10 dias (art. 54) – solto ou preso
Lei dos Crimes Contra a Economia Popular e a Saúde Pública [Lei 1521/510]: 2 dias (art. 10 § 2º)
Lei de Abuso de Autoridade [Lei 4898/65]: 48h (art. 13)
Lei de Falências: O prazo para oferecimento da denúncia regula-se pelo art. 46 do Dec- Lei 3689/41 – CPP, salvo se o MP, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a apresentação da exposição circunstanciada de que trata o art. 186 desta lei, devendo em seguida oferecer a denúncia em 15dias.
O ato de que a apresentação da denúncia fora dos prazos acima assinalados não impede o ajuizamento da AP, mas essa omissão traz algumas consequências: (i) o relaxamento da prisão; (ii) o início do prazo para o oferecimento da queixa subsidiária; (iii) possível imposição de pena administrativa para o membro do MP se a demora mostra-se injustificada.
 
Peça inicial – AP Privada – Queixa-crime
Deve atender a todos os requisitos do art. 41 CPP e 282 CPC aos requisitos específicos referidos no art. 44 CPP.
Deve possuir capacidade postulatória – advogado – ou contratar um para represente-lo.
Outorga de procuração, que deverá mencionar a existência de poderes especiais para ingressar com a queixa, além de a peça conter um resumo dos fatos delituosos, não bastando a mera referência ao tipo penal e o nome do querelado. O objetivo de tais cautelas é para resguardar o profissional de um futuro processo por crime de denunciação calunioso. Se a queixa for assinada pelo advogo e pelo querelante em conjunto, fica suprida a necessidade de transcrever na procuração os fatos narrados na queixa-crime.
Deve ser proposta dentro de 6 meses a contar do dia do conhecimento da autoria delitiva sob pena de decadência.
[1] LEI Nº 8.035 - DE 27 DE ABRIL DE 1990  DOU DE 30/4/90
 
Revoga as Medidas Provisórias nºs 153 e 156, ambas de 15 de março de 1990, e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faz saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
 
Art. 1º São revogadas, desde sua edição, a Medida Provisória nº 153, de 15 de março de 1990, que define os crimes de abuso do poder econômico, e dá outras providências, e a Medida Provisória nº 156, de 15 de março de 1990, que "define crimes contra a Fazenda Pública, estabelecendo penalidades aplicáveis a contribuintes, servidores fazendários e terceiros que os pratiquem".
Módulo 4
 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – Introdução
 CC por meio do qual exige de todos que abstenham de praticar a ação ou omissão definida no preceito primário do tipo penal.
Quando a infração penal é cometida, surge o Estado o direito de punir concreto ou ius puniendi em concreto; através dele, o Estado exige do infrator que se sujeite à sanção prevista no preceito secundário do tipo penal.
A punibilidade não é requisito do crime, mas sua consequência jurídica. Nesse sentido: TACrimSP, 613.785, RT, 663:314-5. Os requisitos do crime, sob o aspecto formal, são o fato típico e a antijuridicidade. A culpabilidade constitui pressuposto da pena. A prática de um fato típico e ilícito, sendo culpável o sujeito, faz surgir a punibilidade.
É também nesse momento que surge a punibilidade, entendida como a possibilidade jurídica da aplicação da sanção penal. Observe-se, contudo, que o direito de punir concreto não é auto-executável, trantando-se de verdadeiro direito de coação indireta, uma vez que sua satisfação depende da utilização de um processo penal – nulla poena sine judicio.
CONDIÇÕES OBJETIVAS DA PUNIBILIDADE
Por razões de política criminal fazem com que, por vezes, a lei condicione o surgimento da punibilidade ao concurso de requisitos ou circunstancias de caráter objetivo, independentes da conduta do agente e exteriores ao dolo. Tais condições objetivas de punibilidade encontram-se dispersas na legislação – artigo 7º, parágrafo 2º, “b” a “e”, CP.
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE
Inicialmente compete-nos destacar que o art. 107 do Código Penal não é taxativo. É exemplificativo. Há causas extintivas da punibilidade fora do rol dessa disposição. Para melhor entendimento, são alguns exemplos:
a) art. 82: o término do período de prova do sursis, sem motivo para revogação do benefício, faz com que o juiz decrete a extinção da punibilidade;
b) art. 90: o término do período de prova do livramento condicional, sem motivo para revogação do privilégio, opera a extinção da punibilidade;
c) art. 7º, § 2º, d: se o agente cumpriu pena no estrangeiro pelo crime lá cometido, opera-se a extinção da punibilidade em relação à pretensão punitiva do Estado brasileiro;
d) art. 312, § 3º, 1ª parte: a reparação do dano no peculato culposo, antes da sentença final irrecorrível, extingue a punibilidade;
e) morte da vítima no crime do art. 236 do Código Penal;
f) pagamento da contribuição previdenciária antes do início da ação fiscal – artigo 168 – A, p. 2º, CP;
g) desistênciada queixa nos crimes contra a honra, formulada na audiência do artigo 520 do CPP;
h) aquisição de renda superveniente na contravenção de vadiagem – LCP, artigo 59, par. único;
i) pacto do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia – Lei n. 9.249/95, artigo 34;
j) decurso do prazo de suspensão condicional do processo sem revogação – Lei nº 9.099/95, artigo 89, parágrafo 5º.
k) ressarcimento do dano antes do recebimento da denúncia no crime de estelionato mediante emissão de cheque sem provisão de fundos – artigo 171, par. 2º, VI, Súmula 554, STF.
O momento de ocorrência, em regra, pode ocorrer antes da sentença final ou depois da sentença condenatória irrecorrível. Cumpre salientar que determinadas causas fazem desaparecer o direito de punir do Estado, impeCindo-o de iniciar ou prosseguir com a persecução penal. 
EFEITOS DAS CAUSAS EXTINTINVAS DA PUNIBILIDADE
Em regra, as causas extintivas da punibilidade só alcançam o direito de punir do Estado, subsistindo o crime em todos os seus requisitos e a sentença condenatória irrecorrível. Nesse sentido: TACrimSP, 613.785, RT, 663:314-5. Excepcionalmente, a causa resolutiva do direito de punir apaga o fato praticado pelo agente e rescinde a sentença condenatória irrecorrível. Assim, os efeitos das causas extintivas da punibilidade operam ex tunc ou ex nunc. No primeiro caso, as causas extintivas têm efeito retroativo; no segundo, efeito para o futuro, i. e., produzem efeito a partir do momento de sua ocorrência. Possuem efeito ex tunc a anistia e a lei nova supressiva de incriminação; as outras causas têm efeito ex nunc, não retroagindo para excluir conseqüências já ocorridas.
As causas extintivas da punibilidade poderão ter efeitos amplos e restritos, conforme o momento em que se verifiquem.
Caso operem antes do transito em julgado da sentença penal condenatória, impedirão quaisquer efeitos decorrentes de uma condenação criminal, pois fazem extinguir a pretensão punitiva estatal.
Por outro lado, se ocorrerem depois do transito em julgado, de regra, somente tem o condão de apagar o efeito principal da condenação, que é a imposição da pena (ou medida de segurança).
As exceções são a anistia e a abolitio criminis, as quais, mesmo sendo posteriores ao transito em julgado, atingem todos os efeitos penais da sentença condenatória, principais e secundários, permanecendo intocáveis, somente, os efeitos civis. Para saber quais os efeitos das causas extintivas da punibilidade a seguir examinadas, basta ter em mente essa regra.
 ESPÉCIES DE CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE
Estão previstas no artigo 107, Código Penal as hipóteses de extinção da punibilidade, mas ainda há outras causas de extinção de punibilidade previstas em outros artigos do próprio Código Penal, em leis específicas e também na Constituição Federal, conforme supra citado.
Segundo o artigo 107, do Código Penal, extingue-se a punibilidade:
i) pela morte do agente;
ii) pela anistia, graça e indulto;
iii) pela retroatividade da lei que não considera mais o fato como criminoso;
iv) pela prescrição, decadência ou perempção;
v) pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
vi) pelo perdão judicial, nos caos previstos em lei
 
VERIFICANDO O CONHECIMENTO:
PERGUNTA: somente se encontra as causas extintivas de punibilidade no art. 107, CP, tratando-se, portanto de um rol taxativo? Explique.
RESPOSTA: Inicialmente compete-nos destacar que o art. 107 do Código Penal não é taxativo. É exemplificativo. Há causas extintivas da punibilidade fora do rol dessa disposição. Para melhor entendimento, são alguns exemplos: a) art. 82: o término do período de prova do sursis, sem motivo para revogação do benefício, faz com que o juiz decrete a extinção da punibilidade; b) art. 90: o término do período de prova do livramento condicional, sem motivo para revogação do privilégio, opera a extinção da punibilidade; c) art. 7º, § 2º, d: se o agente cumpriu pena no estrangeiro pelo crime lá cometido, opera-se a extinção da punibilidade em relação à pretensão punitiva do Estado brasileiro; d) art. 312, § 3º, 1ª parte: a reparação do dano no peculato culposo, antes da sentença final irrecorrível, extingue a punibilidade; e) morte da vítima no crime do art. 236 do Código Penal; f) pagamento da contribuição previdenciária antes do início da ação fiscal – artigo 168 – A, p. 2º, CP; g) desistência da queixa nos crimes contra a honra, formulada na audiência do artigo 520 do CPP; dentre outras
MORTE DO AGENTE
Por força do principio mors omnia solvit (a morte tudo resolve), o óbito do sujeito ativo da infração apaga todos os efeitos penais possíveis da prática de um delito. Nem poderia ser diferente, pois a Constituição Federal foi clara ao determinar que a pena não poderá passar da pessoa do condenado – salvo a obrigação de reparar o dano e a declaração do perdimento de bens – Artigo 5º, LXV. É Causa extintiva personalíssima.
Sendo pessoal a responsabilidade penal, a morte do agente faz com que o Estado perca o jus puniendi, não se transmitindo a seus herdeiros qualquer obrigação de natureza penal:
Se o agente é condenado a multa e morre antes de efetuar o pagamento, a obrigação não se transmite aos herdeiros, sob pena de infringir preceito constitucional, que diz que nenhuma pena passará da pessoa do delinqüente (CF, art. 5º, XLV). Entretanto, se se tratar de reparação do dano, ocorrendo a morte após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o interessado pode ingressar no juízo cível com a execução para efeito de reparação do dano contra os herdeiros ou sucessores universais do condenado falecido (CPP, art. 63). Ocorrendo a morte do agente antes do trânsito em julgado da sentença final, o ofendido pode intentar a actio civilis ex delicto (CPP, art. 64). Vide art. 5º, XLV, da Constituição Federal.
A morte do agente deve ser provada por meio de certidão de óbito (CPP, art. 62), não tendo validade a presunção legal do art. 6 do Código Civil. Não é suficiente a simples informação verbal (JTACrimSP, 16:213).
Se porventura a certidão de óbito for falsa, duas posições a respeito da hipótese de, decretada a extinção da punibilidade pela morte do agente, ficar provada a falsidade da certidão de óbito: 1ª) se a sentença que decretou a extinção da punibilidade ainda não transitou em julgado, deve o órgão acusador interpor recurso em sentido estrito, em face do que a ação penal terá prosseguimento, sem prejuízo da responsabilidade penal do autor ou autores da falsidade. Se a sentença que decretou a extinção da punibilidade já transitou em julgado, o processo não pode ter andamento e contra o suposto morto não pode ser intentada ação penal pelo mesmo objeto, restando a ação penal contra o autor ou autores da falsidade. Não se admite revisão contra o réu. No sentido do texto: RT, 580:349 e 476:396; JTACrimSP, 35:284; 2ª) ainda que a sentença que declarou extinta a punibilidade já tenha transitado em julgado, o processo pode ter prosseguimento, salvo a ocorrência de outra causa de extinção, como a prescrição (RTJ, 104:1063 e 93:986; RJTJSP, 98:485; RT, 475:293).
Entende, a maioria da doutrina, caso se apure, após o transito em julgado da decisão que extinguiu a punibilidade, que a certidão era falsa, não ser possível a reabertura do processo, sob pena de se permitir uma revisão da coisa julgada penal pro societate, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico. Restaria, apenas, apenas processar os autores da falsidade.
A declaração da extinção da punibilidade deverá ser precedida de oitiva do Ministério Público e somente poderá fundar-se em certidão de óbito original – artigo 62, do Código de Processo Penal.
Evidentemente que a extinção da punibilidade constitui circunstancia incomunicável em se tratando de concurso de pessoas.
 
ANISTIA, GRAÇA E INDULTO
Breves Considerações
Os três institutos contemplam situações de “clemência soberania” em que o Estado, por razão de política criminal, abdica de seu ius puniendi, em nomede uma pacificação social. 
Há diferenças entre eles: a anistia se refere a fatos e depende de lei de competência do Congresso Nacional – artigo 21, XVII, CF e artigo 48, VII -; a graça e o indulto, por sua vez, se referem a pessoas, e têm como instrumento normativo o decreto presidencial – artigo 84, XII, CF – que pode ser delegado a Ministros de Estado, ao Procurador- Geral da República ou ao Advogado- Geral da União – artigo 84, parágrafo único, CF.
São insuscetíveis de anistia, graça e indulto os crimes hediondos e assemelhados – tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura – nos termos do artigo 5º, XLIII, da CF e do artigo 2º, da Lei nº 8.072/90.
A Lei nº 9.455/97, que disciplina o crime de tortura, afirma que ele não admite anistia e graça, nada dispondo sobre o indulto. Apesar disso, entende-se que também a tortura é insuscetível de indulto, por força da interpretação dada ao artigo 5º, XLIII, da Constituição Federal.
É indiferente, de outra parte, a natureza da ação penal para fins de admitir a anistia, graça ou indulto. Incidem, portanto, em crimes de ação pública e privada. Lembre-se que no último caso o ius puniendi continua sendo estatal, pois o ofendido somente recebe o ius persequendi in judicio – direito de ajuizar a ação.
Anistia
Trata-se de lei penal de efeito benéfico – e, portanto, retroativo, à luz da CF, artigo 5º. Em função disso, ademais, não pode ser revogada por lei posterior.
A anistia, como já se disse, é o esquecimento jurídico do ilícito e tem por objeto fatos (não pessoas) definidos como crimes, de regra, políticos, militares ou eleitorais, excluído-se, normalmente, os crimes comuns. A anistia pode ser concedida antes ou depois da condenação e, como o indulto, pode ser total ou parcial. A anistia extingue todos os efeitos penais, inclusive o pressuposto de reincidência, permanecendo, contudo, a obrigação de indenizar.
Classifica-se em:
I - a) própria: se anterior ao transito em julgado
I - b) imprópria: quando posterior
II - a) geral ou plena: quando não impõem o preenchimento de nenhum requisito;
II - b) parcial ou restrita: quando o faz, isto é, impõem o preenchimento de requisitos.
III - a) incondicionada: quando independe da prática de algum ato por parte dos beneficiários;
III - b) condicionada: se depender da prática de algum ato por parte dos beneficiários, por ex, deposição de armas, demonstração pública de arrependimento, obrigação de satisfazer os danos causados pelo crime.
IV - a) especial: caso refira a crimes políticos
IV - b) comum: quando abranger outros crimes.
Graça ou Indulto
Ambos são hipóteses de clemência soberana que se referem a pessoas e só incidem após o transito em julgado da condenação – quanto aos seus efeitos.
A graça tem por objeto crimes comuns e dirige-se a um indivíduo determinado, condenado irrecorrivelmente. A atual Constituição Federal, no entanto, não mais consagra a graça como instituto autônomo, embora continue relacionado no Código Penal em vigor. Por isso, na prática, a graça tem sido trata como indulto individual, ao passo que o indulto tem caráter coletivo e, normalmente, é espontâneo.
A iniciativa do pedido de graça pode ser do próprio condenado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa (art. 188 LEP).
O indulto coletivo, ou indulto propriamente dito, destina-se a um grupo de indeterminado de condenado e é delimitado pela natureza do crime e quantidade da pena aplicada, além de outros requisitos que o diploma legal pode estabelecer. Alguns doutrinadores chamam de indulto parcial a comutação de pena, que não extingue a punibilidade, diminuindo tão somente a quantidade de pena a cumprir.
A nova ordem constitucional diz que são insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e os crimes definidos como hediondos (art. 5º, XLIII, da CF e Lei 8.072/90).
Cumpre ressaltar que a concessão de anistia é de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 48, VIII CF), independentemente da aceitação dos anistiados, e, uma vez concedida, não pode ser revogada. Já a concessão de graça e indulto é prerrogativa do Chefe do Executivo, que, no entanto, poderá delegá-la a seus Ministros (art. 84, XII e par. Único, da CF.
Classificam-se em:      
I – a) totais: extinguem a punibilidade
I – b) parciais: diminuem ou comutam as penas
II – a) incondicionados: independem da prática de algum ato por parte dos beneficiários
II – b) condicionados: exigem a prática de alguma conduta.
PERGUNTA: o que se entende pelo princípio mors omnia solvit ?
RESPOSTA: Por força do principio mors omnia solvit (a morte tudo resolve), o óbito do sujeito ativo da infração apaga todos os efeitos penais possíveis da prática de um delito. Nem poderia ser diferente, pois a Constituição Federal foi clara ao determinar que a pena não poderá passar da pessoa do condenado – salvo a obrigação de reparar o dano e a declaração do perdimento de bens – Artigo 5º, LXV. É Causa extintiva personalíssima.
ABOLITIO CRIMINIS
Perfaz-se a abolito criminis quando lei posterior não mais tipifica como delito fato anteriormente previsto como ilícito penal. Ou seja, com o advento da lei nova a conduta perde sua característica de ilicitude penal, extinguindo-se a punibilidade (art. 107, III, CP). A lei posterior mais benigna (Lex mitior) retroage para alcançar inclusive fatos definitivamente julgados (art. 2º CP). Assim, são afastados por completos os efeitos penais da condenação, persistindo unicamente os efeitos civis.
Toda lei nova que descriminaliza fato praticado pelo agente extingue o próprio crime e, conseqüentemente, se iniciado o processo, esta não prossegue; se condenado o réu, rescinde a sentença, não subsistindo nenhum efeito penal, nem mesmo a reincidência.
DECADÊNCIA E PEREMPÇÃO.
Decadência
Decadência é a perda do direito de ação privada ou do direito de representação, em razão de não ter sido exercido dentro do prazo legalmente previsto. A decadência fulmina o direito de agir, atinge diretamente o ius persequendi.
Com efeito, inadmissível seria que o direito de queixa ou de representação subsistisse indefinidamente. Estipula-se, de conseguinte, determinado prazo decadencial – fatal e improrrogável – e, com o seu término, há a extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP).
De acordo como art. 103 CP, o ofendido (ou o seu representante legal) decai do direito de queixa ou de representação, salvo disposição em sentido contrário, se não o exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio, a saber, quem é o autor do crime, ou na hipótese de ação privada subsidiária da pública (art. 100, § 3º, CP) di dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia (art. 38 CPP).
Todavia, sendo a vítima menor de dezoito anos o oferecimento de queixa/representação caberá ao seu representante legal; se maior de 18 anos a vítima, porém, o oferecimento de queixa ou representação lhe compete de modo exclusivo na hipótese
Na hipótese de delito praticado em co-autoria, o prazo decadencial tem início a partir do conhecimento do primeiro autor.
Em se tratando de crime continuado, o prazo decadencial é contado separadamente para cada fato delituoso em caso de crime habitual, inicia-se a contagem do prazo a partir do último ato praticado conhecido pelo ofendido; por fim, na hipótese de cr4ime permanente da decadência atinge tão-somente os fatos perpetrados antes do prazo de seis meses.
Perempção
A Perempção consiste na perda do direito de ação pela inércia a do querelante. Assim, após o início da ação penal privada a inatividade do querelante presume a desistência quanto ao seu prosseguimento. O âmbito de aplicação dessa causa extintiva de punibilidade circunscreve-se à ação penal exclusivamente privada (art. 107, IV, CP), já que na ação penal privada subsidiária da pública conferem-se ao Ministério Pública possibilidade de, a todo tempo, retomá-la como parte principal, no caso de negligência do querelante (art. 29, CPP).
O CPP(art. 60) estabelece que nos crimes perseqüíveis mediante ação penal privada considerar-se-á perempta a ação penal:
a) quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante trinta dias seguidos (inc. I);
b) quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de sessenta dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – CCC), ressalvado o disposto no art. 36 (inc. II);
c) quando o querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais (art. 539, § 3º, CPP), ou deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente (inc. III);
d) quando, sendo o querelante pessoa jurídica (art. 37, CPP), esta se extinguir sem deixar sucessor (inc.IV).
De semelhante, também será considerada perempta a ação penal com a morte do querelante nas hipóteses da ação penal com a morte do querelante na hipótese de ação penal privada personalíssima (art. 236, CP).
 
PERGUNTA: qual é o prazo decadencial apontado pelo Código Penal para que o autor da ação penal proponha a mesma?
RESPOSTA: De acordo como art. 103 CP, o ofendido (ou o seu representante legal) decai do direito de queixa ou de representação, salvo disposição em sentido contrário, se não o exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio, a saber, quem é o autor do crime, ou na hipótese de ação privada subsidiária da pública (art. 100, § 3º, CP) di dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia (art. 38 CPP).
RENÚNCIA E PERDÃO
Renúncia
Se antes de iniciada a ação penal privada o ofendido manifesta sua vontade de não exercer o direito de queixa, extingue-se a punibilidade pela renúncia (art. 107, V, CP). Trata-se de ato unilateral, cujos efeitos alcançam a todos os co-autores do delito (critério extensivo – art. 49, CPP).
O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente (art. 104, CP). Importa renúncia tácita ao direito de queixa, a teor do parágrafo único do citado dispositivo, a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo. Todavia, não implica renúncia – ainda que implícita – o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. A renúncia, quando tácita, admite todos os meios de prova já a renúncia expressa – obrigatoriamente clara e inequívoca – constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal o procurador com poderes especiais (art. 50, CPP).
É perfeitamente cabível a renúncia em se tratando de ação penal privada subsidiária, não obstante, poderá o Ministério Público oferecer denúncia, desde que outra causa extintiva da punibilidade não tenha ocorrido.
Na hipótese de dupla titularidade, a renúncia do representante legal do menor que houver completado dezoito anos não privará esta do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro (art. 50, par único, CPP). De forma similar, tampouco a renúncia ao exercício do direito de queixa por um dos ofendidos obsta a propositura da ação penal pelos demais.
Perdão do Ofendido
É facultado ao querelante, no curso da ação penal privada, perdoar o querelado, extinguindo-se assim a punibilidade do delito (art. 107, V, CP). De conseguinte, o perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta o prosseguimento da ação (art. 105, CP).
Cinge-se o perdão do ofendido aos delitos perseqüíveis através de ação penal exclusivamente privada, já que nos casos de ação penal privada subsidiária incumbirá ao Ministério Público retomar a ação penal como arte principal.
O perdão do ofendido não se confunde com a renúncia daquela ao exercício do direito de queixa. E isso porque o perdão opera na fase processual, enquanto a renúncia limita-se à fase pré-processual. Demais disso, o perdão é ato bilateral, somente produzindo efeitos se aceito – expressa ou tacitamente – pelo querelado (ou por procurador com poderes especiais – art. 55, CPP). Logo, se o querelado o recusa, não produz efeito algum (art. 106, III, CP). Poderão aceitar o perdão o próprio querelado ou o seu represente legal, sendo aquele maior de dezoito e menor de vinte de um anos, mas o perdão aceito por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito (art. 52 e 54, CPP). O mesmo se aplica à concessão do perdão, na hipótese de querelante entre dezoito e vinte e um anos de idade. Cumpre salientar, no entanto, que diante da equiparação do marco etário (18 anos) da responsabilidade civil á penal, não há mais razão para a representação no que tange ao menor de vinte e um anos de idade quanto ao aceite (querelado), como na concessão (querelante) do perdão. De outro lado, se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver represente legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz lhe nomear. (art. 53, CPP).
O perdão do ofendido poderá ser processual – quando concedido em juízo – ou extraprocessual – se concedido fora dos autos do processo, em declaração assinada pelo ofendido, por ser representante legal ou procurador com poderes especiais (art.  50 e 56, CPP); expresso ou tácito – resultante da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação (art. 106, § 1º , CP; 57, CPP). A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 59, CPP). Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade (art. 58, parágrafo único, CPP).
Por fim, convém dizer que o perdão, processual ou extraprocessual, expresso ou tácito, quando concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita e se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros (art. 106, I e II, CP). É possível a concessão do perdão pelo ofendido a qualquer tempo, dede que não haja sentença condenatória transitada em julgado (art. 106, § 2º, CP).
 
VERIFICANDO O CONHECIMENTO:
PERGUNTA: qual é o principal efeito que produz o “perdão do ofendido”?
RESPOSTA: De conseguinte, o perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta o prosseguimento da ação (art. 105, CP).

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