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Resumo texto Malinowski e Raça e Cultura de Levi-Strauss

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Malinowski
Kula fenômeno econômico de considerável importância teórica. 
Constitui um marco fundamental da vida das tribos que habitam seu circuito. 
Sua importância é plenamente reconhecida pelos nativos, cujas ideias, ambições, desejos e vaidades estão intimamente relacionadas com o Kula.
Métodos:
Apresentados de forma imparcial e honesta
Resultados da observação direta das afirmações e interpretações dos nativos.
Inferências do autor, baseadas em seu bom senso e em seu discernimento psicológico.
Só se pode obter sucesso através da aplicação paciente e sistemática de um certo número de regras do bom senso e de princípios científicos bem conhecidos e não pela descoberta de qualquer atalho maravilhoso que conduza aos resultados desejados sem esforço ou problemas.
Princípios metodológicos:
O estudioso deve ter objetivos verdadeiramente científicos e conhecer os valores e critérios da moderna etnografia.
Deve criar condições adequadas para o trabalho viver realmente entre os nativos, longe dos outros brancos.
Deve aplicar certos métodos especiais de coleta, manipulação e registro de dados.
Condições adequadas para o trabalho etnográfico:
Isolar-se de outros brancos e permanecer, o mais íntimo possível, com os nativos
Através desse relacionamento espontâneo, aprendemos a conhecer melhor o nativo, familiarizamo-nos com seus costumes e crenças, muito mais do que seria possível se ele fosse apenas um informante pago e, quase sempre, entediado.
Ficar realmente em contato com eles a princípio uma aventura estranha, às vezes desagradável, às vezes extremamente interessante, logo adquire um curso natural, em harmonia com o ambiente.
 O pesquisador de campo baseia-se inteiramente na inspiração vinda da teoria.
Objetivo do etnógrafo:
Determinar, em campo, as regras e regularidades da vida tribal;
Tudo o que é permanente e fixo (hábitos);
Descrever a anatomia de sua cultura;
Retratar a constituição de sua sociedade;
Valor da genealogia:
Fornecer um certo número de dados autenticados, que se apresentam em seu agrupamento natural.
 Cada fenômeno deve ser estudado através de um conjunto de manifestações concretas o mais amplo possível, bem como um levantamento exaustivo de exemplos detalhados.
Imponderabilidade da vida real série de fenômenos muito importantes que, provavelmente, não podem ser registrados através de questionários ou documentos estatísticos, mas têm que ser observados em sua plena realização.
Ex.: rotina diária de trabalho dos homens, os detalhes de seus cuidados pessoais, do modo de comer e de preparar os alimentos, o tom das conversas e da vida social ao redor das fogueiras, a existência de fortes amizades ou de hostilidades, de simpatias e aversões momentâneas entre as pessoas.
 É preciso que seja feito através de um esforço de penetração na atitude mental que eles expressam e não através de anotações superficiais de detalhes.
Observação de cerimônias ou acontecimentos tribais:
O etnógrafo não deve anotar apenas as ocorrências e os detalhes que são prescritos pela tradição e pelo costume como essenciais para o desenrolar de um ato. Mas deve anotar, precisa e cuidadosamente, toda a sequência das ações dos atores e dos espectadores.
Deve tentar também sentir-se como simples participante de uma reunião de seres humanos.
Participar dos acontecimentos.
Registrar o “espírito” as perspectivas, opiniões e expressões dos nativos.
Em todos os atos da vida tribal existe, primeiramente, a rotina prescrita pelo costume e pela tradição, depois temos o modo pelo qual ela é desenvolvida, e, finalmente, temos o comentário sobre ela, contido na mente do nativo.
 Descubra os modos típicos de pensar e sentir correspondente às instituições e à cultura de uma determinada comunidade e formule os resultados da maneira mais convincente possível.
Objetivos da pesquisa de campo:
A organização da tribo e a anatomia de sua cultura devem ser registradas num esquema nítido e claro. O método da documentação estatística concreta é o instrumento pelo qual esse esquema deve ser apresentado.
Esse esquema deve ser completado com os imponderabília da vida real e com o tipo de comportamento, coletados através de observações minuciosas e detalhadas, conseguidas por meio de um estreito contato com a vida nativa e registradas em algum tipo de diário etnográfico.
Uma coletânea de afirmações etnográficas, expressões típicas, itens do folclore e fórmulas mágicas deve ser apresentada como um corpus inscriptionum, isto é, uma documentação da mentalidade nativa. 
 Captar o ponto de vista do nativo, sua relação com a vida, apreender a sua visão do seu mundo.
Raça e Cultura – Lévi-Strauss
O antropólogo, etnólogo e filósofo belga Lévi Strauss diz que nada no estado atual da ciência permite afirmar a superioridade ou inferioridade intelectual de uma raça em relação a outra. A humanidade se desenvolve de formas muito diversificadas em sociedade e civilizações onde a diversidade intelectual, estética e sociológica não está conecta por nenhuma relação de causa e efeito no plano biológico, onde não é correto relacionar aptidões distintas a constituições anatômicas ou fisiológicas de negros, amarelos ou brancos. Ele observa aspectos importantes como a existência de muito mais culturas que raças humanas.
O etnocentrismo é comum a todas as culturas. Todas as sociedades veem as outras a partir de si mesmas: É necessário que haja um esforço de relativização para não julgar as outras culturas através de nossa própria cultura. É preciso vê-las sem os pressupostos da nossa.
O autor se vale do seguinte argumento: os objetos são utilizados de maneira diversificada pelas diferentes civilizações.
Diversidade:
Existem muito mais culturas humanas do que raças humanas.
Duas culturas elaboradas por homens pertencentes a uma mesma raça podem diferir tanto ou mais que duas culturas provenientes de grupos racialmente afastados.
Ao contrário da diversidade entre as raças, que apresentam como principal interesse a sua origem histórica e a sua distribuição no espaço, a diversidade entre as culturas põe uma vantagem ou um inconveniente para a humanidade, questão de conjunto que se subdivide, bem entendido, em muitas outras.
 As sociedades humanas nunca se encontram isoladas, quando parecem mais separadas é ainda sob a forma de grupos ou feixes.
 “Bárbaro/selvagem: tudo o que diferente a nossa cultura.
Divisão das culturas:
As que são contemporâneas mas que se encontram situadas num outro lugar do globo;
As que se manifestaram aproximadamente no mesmo lugar, mas que a precederam no tempo;
As que existiram num tempo anterior ao seu e num lugar diferente em que esta se situa.
 Das civilizações desaparecidas, conhecemos apenas alguns aspectos e estes diminuem à medida que a civilização considerada é mais antiga, pois os aspectos conhecidos são os únicos que puderam sobreviver à destruição do tempo.
 América = História cumulativa Reconhecemos a paternidade de um certo número e contribuições que nela fomos buscar ou que se assemelham às nossas.
Cumulativa = toda cultura que se desenvolve num sentido análogo ao nosso, isto é, cujo desenvolvimento for dotado de significação para nós.
Estacionária = sua linha de desenvolvimento nada significa para nós, não é mensurável nos termos do sistema de referência que utilizamos.
→ Superioridade da cultura Ocidental
→ Uma cultura não pode ser superior a outra pois em sua maioria, conseguem realizar as formas da história de forma cumulativa. Estas formas extremas nunca foram resultado de culturas isoladas, mas sim de culturas que combinam, voluntária ou involuntariamente, os seus jogos respectivos e realizam por meios variados (migrações, empréstimos, trocas comerciais, guerras).
Contribuições culturais:
Traços, aquisições isoladas cuja importância é fácil de avaliar e que oferecem também um caráter limitado.
Caráter de sistema: correspondem à maneira própria que cada sociedade escolheu para se exprimir e satisfazer o conjunto das aspirações humanas.
Conclusão:
Temosprocurado mostrar que a verdadeira contribuição das culturas não consiste na lista das suas invenções particulares, mas no desvio diferencial que oferecem entre si. O sentimento de gratidão e de humildade que cada membro pode e deve experimentar para com os outros só poderia fundamentar-se numa convicção – a de que as outras culturas são diferentes da sua, das mais variadas maneiras; e por isso, mesmo que a natureza destas últimas lhe escape ou se, apesar de todos os seus esforços, só muito imperfeitamente consegue penetrá-la.
Por outro lado, consideramos a noção de civilização mundial como uma espécie de conceito limite, ou como uma maneira abreviada de designar um processo complexo. Porque, se a nossa demonstração é válida, não existe nem pode existir uma civilização mundial no sentido absoluto que damos a este termo, uma vez que a civilização implica a coexistência de culturas que oferecem entre si a máxima diversidade e consiste mesmo nessa coexistência. A civilização mundial só poderia ser coligação, à escala mundial, de culturas que preservassem cada uma a sua originalidade.
Todo o progresso cultural é função de uma coligação entre as culturas → possibilidades que cada cultura encontra no seu desenvolvimento histórico.