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1 APOSTILA DE DIREITO TRIBUTÁRIO II Ementa: Sistema Tributário Nacional. Impostos Federais, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais. Administração Tributária. Processo Administrativo Tributário. Processo Judicial Tributário. Ilícito Tributário. Bibliografia Básica: BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense. CASSONE. 9. ed. - São Paulo: Atlas, 2009. MAZZA, Alexandre, Prática Tributária / Alexandre Mazza, Eduardo de Moraes Sabbag.- 3. ed. rev. atual. –São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. PAULSEN, Leandro, direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 9. ed. ver. atual. –Porto Alegre: Livraria do Advogado: ESMAFE, 2007. Bibliografia Complementar: ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. Revista dos Tribunais. BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. Saraiva. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 - sistema tributário. Rio de Janeiro: Forense. MARTINS, Ives Gandra da Silva. Sistema Tributário na Constituição de 1988. Saraiva. 2 Conteúdo: “A tributação é um instrumento pelo qual se obtém recursos coletivamente para satisfazer as necessidades da própria sociedade. O sistema de tributação variará de acordo com as peculiaridades e também com as determinadas situações políticas, econômicas e sociais de cada país. Mesmo que os sistemas de tributação sejam diferentes, eles se constituíram no principal mecanismo para obtenção de recursos públicos no sistema capitalista. Esse conceito de que a tributação constituiu-se numa importante fonte de recursos fiscais que teve inicio ao final do século XVIII com as ideias do economista escocês Adam Smith (1723-1790), que formulou a Teoria da Mão Invisível, na qual a própria sociedade deveria ser responsável pelo funcionamento da economia, cabendo ao Estado uma participação mínima sobre a mesma.”1 A carga tributária Brasileira é um dos temas mais questionados na recente história da administração brasileira, vinculada até mesmo em nível internacional, devido ao excesso de impostos que recaem sobre a população. O assunto é mais do que importante, pois afeta diretamente o mercado econômico brasileiro e o cotidiano de todos os cidadãos. Além de ser um tema que atinge o bem estar da população e a própria economia, a carga tributária brasileira é uma fonte de recursos utilizados pelo governo para compor sua Receita Fiscal, atribuindo-lhe compromissos com a sociedade, sendo uma importante forma de arrecadação composta por vários tributos classificados, pelos quais incidem de maneira direta ou indiretamente todos e todas as atividades econômicas do país. Toda essa receita fiscal em que os governos possuem para 1 MACIEL, Renato de Jesus. CARVALHO, Carlos Eduardo. Análise dos Principais Impostos que Compõem a Estrutura Tributária Brasileira. Publicado em ÁGORA: revista de divulgação científica v. 16, n. 2(A), Número Especial: I Seminário Integrado de Pesquisa e Extensão Universitária. 3 cumprir as suas obrigações, inclusive as com a própria sociedade e contribuintes, é, de acordo com o embasamento da constituição federal, de responsabilidade das três esferas governamentais (Federal, Estadual e Municipal), produzir e arrecadar tributos, gerando recursos que devam ser necessários para o custeio de bens públicos, investimentos destinados á melhoria de qualidade de vida da população, embora que o pagamento de impostos não confere ao contribuinte qualquer garantia de contraprestação de serviços, e perante interesses econômicos de cada estado arrecadador, sobre a competência de fazer e aplicar suas próprias leis. Estão excluídas deste conceito todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou sanção. A partir dessa explanação, pode-se conceituar o tributo2, com base no art. 3° do Código Tributário Nacional –CTN, como: “Tributo é toda prestação pecuniária, compulsória em moeda ou cujo valor nessa possa 2 “Os impostos sempre fizeram parte de toda e qualquer sociedade humana organizada. Eles acompanham seu desenvolvimento passo á passo desde os primórdios do sistema capitalista, com a cobrança de pesados tributos sobre a população que era subordinada às nações vitoriosas, fazendo com que essas pessoas ficassem submissas e obrigadas a obedecer a regras impostas, sem nenhum tipo de fiscalização, sendo dessa forma sujeitos a sofrerem com os abusos e as altas cobranças por parte de seus governantes. Na idade média, com o surgimento de um novo sistema econômico, político e social que veio a se chamar Feudalismo, inicia-se então um novo sistema de propriedade e produção, no qual a sociedade passa a ser dividida em grupos sociais (Clero, Nobreza e Camponeses). O clero exercia grande poder político sobre a sociedade e tinha como a função oficial de rezar (eram os padres), a nobreza ou também chamados senhores feudais (os reis), atribuindo a eles a função de guerrear e exercer poder político sobre os demais, já os camponeses eram obrigados a prestar serviços á nobreza e por serem os que mais trabalhavam eram os que mais tributos pagavam pela utilização das terras que cuidavam e pelos instrumentos ou bens do feudo como, por exemplo, o moinho, o forno e o celeiro. O fato é que, com o desenvolvimento da sociedade humana, as relações sociais tornam-se mais complexas assim como as classes dominantes que se formam buscam sustentar-se com o trabalho das pessoas menos privilegiadas e desfavorecidas, tornando-se um sistema em que os trabalhadores e prestadores de serviços vivessem para custear as mordomias de seus superiores. Como os tributos eram determinados, na maioria das vezes, pela vontade de um governante com uma grande gama de poderes, não havia maneira de controlar tal cobrança. Assim as duras tributações acabavam por arruinar a camada mais pobre. Com o avanço continuo das relações sociais as massas empobrecidas começaram a tomar consciência dos abusos que sofrem por parte de seus líderes, em muito isso se deve aos pensadores da época e suas ideias revolucionárias. As massas clamam por leis escritas e mais justas, mas as máquinas burocráticas criadas e a grande parcela de pessoas sem nível cultural razoável entre as massas tornam de fácil manipulação as normas fiscais. A avalanche de normas distribuídas era tantas que muitas vezes os próprios governantes se perdiam nelas e os impostos eram cobrados sem a mínima regularidade.” MACIEL, Renato de Jesus. CARVALHO, Carlos Eduardo. Análise dos Principais Impostos que Compõem a Estrutura Tributária Brasileira. Publicado em ÁGORA: revista de divulgação científica v. 16, n. 2(A), Número Especial: I Seminário Integrado de Pesquisa e Extensão Universitária. 4 exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. O fato gerador representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula ao surgimento da obrigação jurídica de pagar um determinado tributo. O CTN menciona o fato gerador nos artigos 114 e 115, in verbis: “Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.” “Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.” Assim, fato gerador pode ser considerado como o fato efetivamente realizado, materializado. É a realização concreta de um comportamento descrito na norma, cuja observação faz nascer uma obrigação jurídica. Já a hipótese de incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é aquela situação descrita na lei cuja previsão é abstrata, tratando-se, pois, deuma "hipótese" que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e que, uma vez realizada, se concretiza como fato gerador3. Porém, antes de qualquer coisa, é fundamental explicar que todo tributo é caracterizado pelos seguintes elementos: Fato Gerador, Contribuinte ou Responsável e a Base de Cálculo. Para que venha a existir uma obrigação tributária, é preciso que exista um vínculo jurídico entre um credor (Sujeito Ativo) e um devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, com base na legislação tributária, possa exigir uma prestação tributária positiva ou negativa. Nos termos do artigo 145 da Constituição Federal e do artigo 5° do CTN, os tributos podem ser classificados da seguinte maneira: 3 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Ed. Saraiva, São Paulo/SP, 5ª ed. 2013. 5 IMPOSTOS: Os impostos se caracterizam por serem de cobrança compulsória e por não darem um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador; TAXAS: A taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua disposição; CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS: As contribuições de melhoria são tributos que têm como fato gerador o benefício decorrente das obras públicas; CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: Também chamadas de contribuições sociais ou parafiscais, estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição Federal, sendo tributos cuja característica principal é a finalidade para a qual é destinada sua arrecadação; e EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS: Segundo o art. 148 da Constituição Federal, a União poderá instituir, mediante lei complementar, empréstimos compulsórios: 1. para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e 2. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Os impostos estão classificados de acordo com as determinadas categorias classificadas em: Impostos diretos, indiretos, progressivos, regressivos e impostos proporcionais ou neutros4. 4 MACHADO, Hugo de Brito. O conceito de tributo no direito Brasileiro, Forense, Rio de Janeiro; 1987. 6 Imposto direto é o que incide sobre a renda e a riqueza (patrimônio). Nesse tipo de tributo, a pessoa que recolhe o imposto também arca com seu ônus. Por exemplo: Imposto de Renda. Imposto indireto é o imposto que incide sobre as transações de mercadorias e serviços. Nesse tipo de imposto, a base tributaria é o valor venal da compra e da venda de mercadorias e serviços. O que é importante nessa categoria é o momento em que o imposto é cobrado (produtor ou consumidor) e o método de calculo será a transação total ou o valor adicionado. Os impostos progressivos ocorrem quando o aumento na contribuição é proporcionalmente maior que o aumento na renda. A relação entre carga tributária e renda cresce com o aumento do nível de renda, sendo que a estrutura tributária baseada em impostos progressivos onera proporcionalmente mais os segmentos sociais de maior poder aquisitivo. Por exemplo: o imposto de renda da pessoa física e da jurídica. Esses impostos também podem ser diferenciados em impostos sobre os usos e sobre as fontes. Impostos regressivos são aqueles em que o aumento na contribuição é proporcionalmente menor que o incremento ocorrido na renda. A relação existente entre a carga tributária e a renda decresce com o aumento do nível de renda. Com isso, os segmentos sociais de menor poder aquisitivo são os mais onerados. Os impostos proporcionais ou neutros são aqueles em que o aumento na contribuição é proporcionalmente igual ao ocorrido na renda. A relação entre carga tributária e renda permanece constante, com o aumento do nível de renda, onerando igualmente todos os segmentos sociais. ESPÉCIES DE TRIBUTOS Os tributos são: 7 Impostos federais II –Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros; IE – Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; IR –Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; IPI –Imposto sobre Produtos Industrializados; IOF –Imposto sobre Operações Financeiras; ITR –Imposto Territorial Rural; IGF –Imposto sobre Grandes Fortunas; Impostos Estaduais ICMS –Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços; IPVA –Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores; ITCD –Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito; AIRE – Adicional do Imposto da União Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (extinto) Impostos Municipais IPTU –Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana; ITBI –Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles Relativos; IVVC –Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (extinto); ISS –Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza Taxas Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro; Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação –Lei 10.870/2004; Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias – Decreto Lei 1.899/1981; Taxa de Coleta de Lixo; 8 Taxa de Combate a Incêndios; Taxa de Conservação e Limpeza Pública; Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental –TCFA – Lei nº 10.165/2000; Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos –Lei nº 10.357/2001, art. 16; Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais); Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) – Lei 7.940/1989; Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária –Lei 9.782/1999, art. 23; Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro –TFPC –Lei nº 10.834/2003; Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar – TAFIC –art. 12 da MP 233/2004; Taxa de Licenciamento Anual de Veículo; Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal; Taxa de Pesquisa Mineral DNPM –Portaria Ministerial 503/1999; Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus –Lei nº 9960/2000; Taxa de Serviços Metrológicos –art. 11 da Lei nº 9933/1999; Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP); Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.); Taxas de Saúde Suplementar –ANS –Lei nº 9.961/2000, art. 18; Taxa de Utilização do MERCANTE –Decreto nº 5.324/2004; Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais); Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE –Lei nº 9.718/1998 Contribuições Contribuições trabalhistas ou sobre a folha de pagamento; INSS (contribuição); 9 FGTS (contribuição)5; 5 A Contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –FGTS, instituído pela Lei nº 5.107/66 –e, atualmente, regulado pela Lei nº 8.036/90 –é fundo constituído por depósitos mensais, efetuados pelos empregadores em nome de seus empregados (art. 15 da Lei nº 8.036/90). Para o STF, o FGTS não detém natureza tributária, mas, sim, natureza trabalhista e social, o que lhe retira o timbre de contribuição fiscal ou parafiscal. Sendo um direito, garantido pelo Estado, os depósitos do FGTS pressupõem vinculo jurídico, sob a disciplina do Direito do Trabalho. Observe, no STF, a jurisprudência: “FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SUA NATUREZA JURÍDICA. CONSTITUIÇÃO, ART. 165, XIII. LEI N. 5.107, DE 13.9.1966. AS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS NÃO SE CARACTERIZAM COMO CRÉDITO TRIBUTÁRIO OU CONTRIBUIÇÕES A TRIBUTO EQUIPARAVEIS. SUA SEDE ESTA NO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. ASSEGURA-SE AO TRABALHADOR ESTABILIDADE, OU FUNDO DE GARANTIA EQUIVALENTE. DESSA GARANTIA, DE INDOLE SOCIAL, PROMANA, ASSIM, A EXIGIBILIDADE PELO TRABALHADOR DO PAGAMENTODO FGTS, QUANDO DESPEDIDO, NA FORMA PREVISTA EM LEI. CUIDA-SE DE UM DIREITO DO TRABALHADOR. DA-LHE O ESTADO GARANTIA DESSE PAGAMENTO. A CONTRIBUIÇÃO PELO EMPREGADOR, NO CASO, DEFLUI DO FATO DE SER ELE O SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO, DE NATUREZA TRABALHISTA E SOCIAL, QUE ENCONTRA, NA REGRA CONSTITUCIONAL ALUDIDA, SUA FONTE. A ATUAÇÃO DO ESTADO, OU DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM PROL DO RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DO FGTS, NÃO IMPLICA TORNA-LO TITULAR DO DIREITO A CONTRIBUIÇÃO, MAS, APENAS, DECORRE DO CUMPRIMENTO, PELO PODER PÚBLICO, DE OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E TUTELAR A GARANTIA ASSEGURADA AO EMPREGADO OPTANTE PELO FGTS. NÃO EXIGE O ESTADO, QUANDO ACIONA O EMPREGADOR, VALORES A SEREM RECOLHIDOS AO ERARIO, COMO RECEITA PÚBLICA. NÃO HÁ, DAI, CONTRIBUIÇÃO DE NATUREZA FISCAL OU PARAFISCAL. OS DEPOSITOS DO FGTS PRESSUPOEM VINCULO JURÍDICO, COM DISCIPLINA NO DIREITO DO TRABALHO. NÃO SE APLICA AS CONTRIBUIÇÕES DO FGTS O DISPOSTO NOS ARTS. 173 E 174, DO CTN. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO, POR OFENSA AO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO, E PROVIDO, PARA AFASTAR A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL DA AÇÃO.” Na mesma trilha, entende o STF, no que é seguido pelo STF, que não se aplicam, mesmo que por interpretação extensiva ou analógica, as disposições do CTN, v.g., o art. 135, III, do CTN, que permite o redirecionamento de execução fiscal, ou, também, as disposições afetas à prescrição (art. 174 do CTN), haja vista a adoção da prescrição trintenária para o FGTS. Aliás, urge mencionar o teor do Enunciado da Súmula 210 do STJ: “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM TRINTA (30) ANOS.” Veja a jurisprudência do STJ nesse sentido: “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. MASSA FALIDA. CRÉDITOS DE FGTS. RESPONSABILIDADE. REDIRECIONAMENTO PARA O SÓCIO-GERENTE DA EMPRESA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INVOCAÇÃO DE PRONUNCIAMENTO ACERCA DE DISPOSITIVO LEGAL (ART. 4º, § 2º, DA LEI 6.830) QUE NÃO RECEBEU MANIFESTAÇÃO POR PARTE DO TRIBUNAL A QUO. OMISSÃO INEXISTENTE. PRETENSÃO DE NULIDADE DO ACÓRDÃO DE SEGUNDO GRAU QUE SE AFASTA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 282 E 356/STF E 211/STJ. ART. 135, III, DO CTN. 1. Inadmissível recurso especial quanto á questão que, a despeito da oposição dos embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo (manifestação acerca do conteúdo do art. 4º, § 2º, da Lei 6.830/80), eis que ausente o requisito indispensável do prequestionamento. Inteligência das Súmulas 282 e 356/STF e 211/STJ. 2. Deve ser afastada, por conseguinte, a infringência ao preceito legal inscrito no art. 535, II, e 458, do CPC, ante a inexistência do vício apontado (omissão). 3. A contribuição para o FGTS não tem natureza tributária. Sua sede está no artigo 165, XIII, da Constituição Federal. É garantia de índole social. 4. Os depósitos de FGTS não são contribuições de natureza fiscal. Eles pressupõem vínculo jurídico disciplinado pelo Direito do Trabalho. 10 PIS/PASEP (contribuição) Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro COFINS – Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social; CSLL –Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Contribuições sobre movimentações financeiras CPMF – Contribuição Permanente (antes Provisória) sobre Movimentação Financeira (extinta) Contribuições –“Sistema S” Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) –Lei nº 8.029/1990; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) –Lei nº 8.621/1946; 5. Impossibilidade de, por interpretação analógica ou extensiva, aplicarem-se ao FGTS as normas do CTN. 6. Precedentes do STF RE nº 100.249-2. Idem STJ Resp nº 11.089/MG. 7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.” “PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - SÓCIO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAÇÃO À LEI OU AO REGULAMENTO. 1. A responsabilidade do sócio não é objetiva. Para que exsurja a sua responsabilidade pessoal, disciplinada no art. 135 do CTN é mister que haja comprovação de que o sócio, agiu com excesso de mandato, ou infringiu a lei, o contrato social ou o estatuto. 2. Em recente julgamento a Corte decidiu que as contribuições para o FGTS não tem natureza tributária, por isso são inaplicáveis às execuções fiscais destinadas à cobrança dessas contribuições, as disposições do Código Tributário Nacional. 3. Precedentes. 4. Recurso improvido.” De acordo com a legislação vigente, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização e a apuração das contribuições do FGTS, bem como a aplicação das multas decorrentes de infrações a essa legislação –tarefa exercida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho –SIT, órgão integrante de estrutura deste Ministério. A representação judicial e extrajudicial do FTD é de responsabilidade da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, instituição vinculada à Advocacia-Geral da União, que também exerce a Consultoria Jurídica do Ministério da Fazenda, bem assim as atribuições de inscrição em dívida ativa e execução dos créditos de natureza fiscal da Fazenda Nacional. Tal representação também pode ser exercida pela Caixa Econômica Federal, Agente Operador do Fundo, mediante convênio com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A título de reforço, não se deve confundir o FGTS com as contribuições sociais federais, criadas pela Lei Complementar nº 110/01. Estas vieram com a finalidade de obter recursos para o pagamento do acordo firmado com os correntistas do FGTS, que não tiveram suas contas corrigidas em conformidade com os expurgos inflacionários referentes aos planos econômicos Collor, Bresser e Verão. Tais exações foram consideradas pelo STF, (contribuições sociais gerais –MC da ADI nº 2556-2/DF). 11 Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) –Lei nº 8.706/1993; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) –Lei nº 4.048/1942; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) –Lei nº 8.315/1991; Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) – Lei nº 9.403/1946; Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) –Lei nº 9.853/1946; Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP); Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) –Lei nº 8.706/1993 Outras contribuições Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (CRC, CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc), exceto a OAB; Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) – Lei nº 5.461/1968; Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –FNDCT –Lei nº 10.168/2000; Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado “Salário Educação”; Contribuição ao Funrural; Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) –Lei nº 2.613/1955; Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT); Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados); Contribuição Confederativa Patronal (das empresas); Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis –Lei nº 10.336/2001; Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Emenda Constitucional nº 39/2002; 12 Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional –CONDECINE –art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei nº 10.454/2002; Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal); Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que ainstituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT); Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS –Lei Complementar nº 110/2001 Contribuições de Melhoria “Contribuição de Melhoria” não deve ser confundida com uma mera contribuição: é espécie tributária autônoma, definida na própria Constituição Federal; Contribuições de Melhoria instituídas pela União; Contribuições de Melhoria instituídas pelos Estados; Contribuições de Melhoria instituídas pelo Distrito Federal; Contribuições de Melhoria instituídas pelos municípios Empréstimos Compulsórios: Também é espécie tributária autônoma. Empréstimo compulsório instituído por ocasião de guerra externa ou de sua iminência; (CF, Art.148); Empréstimo compulsório instituído por ocasião de calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; (CF, Art.148); Empréstimo compulsório instituído por ocasião de Conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (CTN, Art.15); 13 Empréstimo compulsório instituído no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (CF, Art.148) Como nossa matéria se propõe a estudar, além do direito processual tributário e administrativo, iremos ver estudar os impostos federais, estaduais e municipais. Fatos Geradores dos Impostos Impostos da União Imposto sobre a importação (II)–CF, art. 153, I Fato Gerador: A entrada de produtos estrangeiros no território nacional (CTN, art. 19). Sujeito Passivo: a - o importador ou a quem a lei a ele equiparar; b - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados (CTN, art. 22). DL n° 37/66: Art.31. É contribuinte do imposto: (Artigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988). I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional; II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; III - o adquirente de mercadoria entrepostada. Obs.: DL 37/66, Art. 32 - É responsável pelo imposto: (Caput com redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. Parágrafo único. É responsável solidário: a) o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto; b) o representante, no País, do transportador estrangeiro. 14 Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) –CF, art. 153, II Fato Gerador: A saída, para o exterior, produtos nacionais ou nacionalizados (CTN, art. 23). Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar (CTN, art. 27) DL n° 1578/77: Art. 5º - O contribuinte do imposto é o exportador, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IRPF/IRRF/IRPJ) –CF, art. 153, III Fato Gerador: A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (CTN, art. 43). Sujeito Passivo: O contribuinte do imposto –pessoa física ou jurídica –é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis (CTN, art. 45). Obs.: A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam (CTN, art. 45, parágrafo único) Imposto sobre produtos industrializados (IPI)6–CF, art. 153, IV 6 Vale lembrar que o IPI segue o princípio da não-cumulatividade previsto na CF/88. A não-cumulatividade do IPI é efetivada pelo sistema de crédito, atribuído ao contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu estabelecimento, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, num mesmo período. Estes são os denominados "créditos básicos". O direito ao crédito é também atribuído para anular o débito do imposto referente a produtos saídos do estabelecimento e a este devolvidos ou retornados. Adicionalmente há a manutenção dos créditos incentivados, quando o legislador permite a manutenção de créditos mesmo quando a saída do produto não é tributada. A título de exemplo 15 citam-se as operações imunes de exportação ou os créditos presumidos para ressarcimento de PIS e Cofins sobre exportações. Estes são os denominados "créditos incentivados". CRÉDITOS ADMISSÍVEIS Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditar-se: I –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo-se, entre as matérias-primas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; II –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização sob encomenda, sem transitar pelo estabelecimento adquirente; III –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, recebidos de terceiros para industrialização de produtos por encomenda, quando estiver destacado ou indicado na nota fiscal; IV –do imposto destacado em nota fiscal relativa a produtos industrializados por encomenda, recebidos do estabelecimento que os industrializou, em operação que dê direito ao crédito; V –do imposto pago no desembaraço aduaneiro; VI – do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos de procedência estrangeira, diretamente da repartição que os liberou, para estabelecimento, mesmo exclusivamente varejista, do próprio importador; VII –do imposto relativo a bens de produção recebidos por comerciantes equiparados a industrial; VIII –do imposto relativo aos produtos recebidos pelos estabelecimentos equiparados a industrial que, na saída destes, estejam sujeitos ao imposto, nos demais casos não compreendidos nos itens V a VII; IX –do imposto pago sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou suspensão quando descumprida a condição, em operação que dê direito ao crédito; X –do imposto destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou transferências simbólicas do produto, permitidas no RIPI/2010. É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-se do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial. Os créditos do imposto escriturados pelos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, serão utilizados mediante dedução do imposto devido pelas saídas de produtos dos mesmos estabelecimentos. No caso de locação ou arrendamento, a reentrada do produto no estabelecimento remetente não dará direito ao crédito do imposto, salvo se o produto tiver sido submetido a nova industrialização e ocorrer nova saída tributada. Exemplo: Total dos débitos apurados no período: R$ 50.000,00 16 Fato Gerador: O desembaraço aduaneiro do produto, quando de procedência estrangeira; a saída do produto industrializadodo estabelecimento do importador, do industrial, do comerciante ou arrematante; a arrematação do produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão (CTN, art. 46). Sujeito Passivo: a - o importador ou quem a lei a ele equiparar; b - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; c - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos na letra anterior; d - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Total dos créditos escriturados: R$ 20.000,00 Valor do IPI a Recolher: R$ 50.000,00 –R$ 20.000,00 = R$ 30.000,00 Nas remessas de produtos para armazém-geral e depósito fechado, o direito ao crédito do imposto, quando admitido, é do estabelecimento depositante. CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE COMERCIANTE ATACADISTA Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão, ainda, creditar-se do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos de comerciante atacadista não contribuinte, calculado pelo adquirente, mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto, sobre 50% do seu valor, constante da respectiva nota fiscal. É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-se do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial. OUTRAS HIPÓTESES DE CRÉDITO É ainda admitido ao contribuinte creditar-se: I –do valor do imposto, já escriturado, no caso de cancelamento da respectiva nota fiscal, antes da saída da mercadoria; II –do valor da diferença do imposto em virtude de redução de alíquota, nos casos em que tenha havido lançamento antecipado nos casos de faturamento para entrega futura ou em partes. Nas hipóteses previstas acima, o contribuinte deverá, ao registrar o crédito, anotar o motivo do mesmo na coluna "Observações" do livro Registro de Apuração do IPI. VEDAÇÃO DE CRÉDITO –SIMPLES As aquisições de produtos de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES, não ensejarão aos adquirentes direito a fruição de crédito de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem. 17 Obs.: Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante (CTN, art. 51, parágrafo único) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários (IOF) –CF, art. 153, V Fato Gerador: (a) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; (b) quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; (c) quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; (d) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável (CTN, art. 63). Obs: A incidência definida na letra (a) exclui a definida na letra (d), e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito (CTN, art. 63, parágrafo único) Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei (CTN, art. 66) Obs.: DL n° 1783/80: Art. 3°. São responsáveis pela cobrança do imposto e pelo seu recolhimento ao Banco Central do Brasil, ou a quem este determinar, nos prazos fixados pelo Conselho Monetário Nacional: I - nas operações de crédito, as instituições financeiras; II - nas operações de seguro, o segurador ou as instituições financeiras a quem este encarregar da cobrança do prêmio; III - nas operações de câmbio, as instituições autorizadas a operar em câmbio; 18 IV - nas operações relativas a títulos e valores mobiliários, as instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos e valores mobiliários. Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) –CF, art. 153, VI Fato Gerador: O imposto sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domicílio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município (CTN, art. 29). Sujeito Passivo Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 31) Impostos dos Estados Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) –CF, art. 155, I Fato Gerador: O imposto incide sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido: a. por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória; b. por doação Obs.: Determina a referida Lei: Art. 3°. Também sujeita-se ao imposto a transmissão de: I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de sociedade e companhia, tais como ação, quota, quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou estrangeira, bem como, direito societário, debênture, dividendo e crédito de qualquer natureza; II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em caderneta de poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a forma de garantia; III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais. Sujeito Passivo: a - na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário; b no fideicomisso: o fiduciário; c - na doação: o donatário; d- na cessão de 19 herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário (Lei n° 10.705/00, art. 7°). Obs.: Determina a referida Lei: Art. 8°. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício; II - a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a responsabilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação; III - o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do artigo anterior, o donatário; IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua posse, na forma desta lei; V - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores; VI - os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos seus tutelados ou curatelados; VII - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; VIII - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)7–CF, art. 155, II 7 Vale lembrar que o ICMS segue o princípio da não-cumulatividade previsto na CF/88. O ICMS será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestaçãode serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal. Este sistema é conhecido como “débito x crédito”, onde abate-se do montante devido pelo contribuinte o valor pago por este em etapas anteriores, em suas compras de bens ou serviços já tributados pelo imposto. 20 Fato Gerador: Lei Complementar n° 87/96: Art. 2° O imposto incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. § 1º O imposto incide também: O crédito do ICMS advém do direito de abater das respectivas saídas o imposto pago na aquisição de produtos e mercadorias e serviços. O montante do crédito corresponde ao valor a ser abatido do respectivo débito do imposto. Caso o crédito seja maior que o débito, denomina-se "crédito acumulado". É importante o acompanhamento sistemático de tais créditos, visando otimizá-los e reduzir, de forma legal, o montante do ICMS a pagar. Exemplo: Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00 Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias R$ 10.000,00. Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 –R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00 SALDOS CREDORES ACUMULADOS Saldos credores acumulados por estabelecimentos que realizem operações e prestações de exportações para o exterior podem ser, na proporção que estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento: I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que reconheça o crédito. Base: art. 25, § 1º da Lei Complementar nº 87/96 (Conhecida, também, como Lei Kandir). 21 I –sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. Sujeito Passivo: LC n° 87/96: Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: I –importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; II –adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; IV –adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)8 –CF, art. 155, III Fato Gerador: 8 Embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Esta foi a decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ao dar provimento, por maioria, ao Recurso Extraordinário (RE) 379572. 22 O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), devido anualmente, tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie. (Lei Estadual de SP nº 6.606/89, art. 1°). Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é o proprietário do veículo. (Lei ° 6.606/89, art. 3°). Obs.: Determina a referida Lei: Art. 4°: São responsáveis, solidariamente, pelo pagamento do imposto: I - o adquirente, em relação ao veículo adquirido sem o pagamento do imposto do exercício ou exercícios anteriores; II - o titular do domínio e/ou o possuidor a qualquer título; III - o proprietário de veículo de qualquer espécie, que o alienar e não comunicar a ocorrência ao órgão público encarregado do registro e licenciamento, inscrição ou matrícula; III - o proprietário de veículo de qualquer espécie, que o alienar e não comunicar a ocorrência ao órgão público encarregado do registro e licenciamento, inscrição ou matrícula, na forma do artigo 18. IV - o funcionário que autorizar ou efetuar o registro e licenciamento, inscrição ou matrícula de veículo de qualquer espécie, sem a prova de pagamento ou do reconhecimento de isenção ou imunidade do imposto. Impostos dos Municípios Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) –CF, art. 156, I Fato Gerador: O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município (CTN, art. 32). Sujeito Passivo; Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 34). Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) –CF, art. 156, II 23 Fato Gerador: a - a transmissão da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou acessão física, como definidos na lei civil; b - a transmissão de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia; c - a cessão de direitos relativos à aquisição dos bens referidos nas letras anteriores (Lei Municipal de Santos n° 634/89, art. 1°) Obs.: Determina a referida lei: Artigo 2º - Estão compreendidos, entre outros casos, na incidência do Imposto: I - a compra e venda; II - a dação em pagamento; III - a permuta, inclusive nos casos em que a copropriedade se tenha estabelecido pelo mesmo título aquisitivo ou em bens contíguos; IV - o mandato em causa própria ou com poderes equivalentes para a transmissão de imóveis e respectivos substabelecimentos; V - a arrematação, adjudicação e a remição; VI - a cessão de direitos do arrematante ou adjudicatário, depois de assinado o auto de arrematação ou adjudicação; VII - o valor dos imóveis que na divisão do patrimônio comum ou na partilha, forem atribuídos a um dos cônjuges separados, divorciados ou cônjuge supérstite ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão relativo a cada imóvel; VIII- a cessão de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda;IX - a cessão de direitos à sucessão aberta de imóveis situados no Município; X - a cessão de benfeitorias e construções em terreno compromissado à venda ou alheio; XI - o uso, o usufruto e a enfiteuse. Sujeito Passivo: a - o adquirente dos bens ou direitos transmitidos; b - na cessão de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda, o cessionário (Lei Municipal de Santos n° 634/89, art. 6°). Obs.: Na permuta, cada contratante deve pagar o imposto sobre o valor do bem adquirido. (Lei n° 634/89, parágrafo único). Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) –CF, art. 156, III 24 Fato Gerador: O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista prevista na Lei Complementar n° 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador (LC n° 116/03, art. 1°). O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País (LC n° 116/03, art. 1°, § 1°). O imposto incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço (LC n° 116/03, art. 1°, § 3°). Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é o prestador do serviço (LC n° 116/03, art. 5°). Segue tabela de resumo dos impostos supracitados: IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO SIGLA NOME FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO CONTRIBUINTE II Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros Entrada no território nacional A unidade de medida adotada pela lei ou o valor do produto ou da arrematação O importador ou quem a lei a ele equiparar e o arrematante. IE Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados Saída do território nacional A unidade de medida adotada pela lei ou o valor do produto O exportador ou quem a lei a ele equiparar. 25 IR Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de rendas e proventos de qualquer natureza. O montante real, arbitrado ou presumido das rendas e proventos de qualquer natureza. O titular da aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de rendas e proventos de qualquer natureza. IPI Imposto sobre produtos Industrializados Saída do produto de estabelecimento considerado contribuinte pela lei, o desembaraço aduaneiro ou a arrematação. Valor da operação de que decorrer a saída do produto, o valor da arrematação ou, no caso de importação, o preço normal + II e despesas aduaneiras. O industrial, o comerciante a ele equiparado por lei, o importador ou quem a lei a ele equiparar e o arrematante. IOF Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários. Realização das operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários. Valor das operações. Qualquer das partes envolvidas. ITR Imposto sobre a propriedade Propriedade, domínio útil ou Valor fundiário da O proprietário, o possuidor ou o 26 territorial rural. posse sobre imóvel rural por natureza. propriedade. enfiteuta. IGF Imposto sobre grandes fortunas. Depende de Lei Complementar. IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DF SIGLA NOME FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO CONTRIBUINTE ITCMD Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de qualquer bens ou direitos a eles relativos. Transmissão dos bens ou direitos. Valor dos bens ou direitos. Qualquer das partes envolvidas. ICMS Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que iniciados no exterior. Circulação das mercadorias ou prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Valor das mercadorias ou dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. O estabelecimento que dá circulação à mercadoria ou o prestador do serviço de transporte e de comunicação. IPVA Imposto sobre a propriedade de veículo automotores. Propriedade sobre veículos automotores. Valor dos veículos automotores. O proprietário do veículo automotor. IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS 27 SIGLA NOME FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO CONTRIBUINTE IPTU Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Propriedade, domínio útil ou posse sobre imóvel urbano por natureza ou acessão física. Valor venal da propriedade. O proprietário, o possuidor ou o enfiteuta. ITBI Imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis ou direitos a eles relativos, exceto os de garantia, bem como a cessão de direitos à sua aquisição. Transmissão dos bens ou direitos. Valor dos bens ou direitos. Qualquer da partes envolvidas. ISS Imposto sobre serviços de qualquer natureza Prestação dos serviços previstos na lista da Lei Complementar nº 116/03. Valor dos serviços. O prestador dos serviços. Procedimento Administrativo e Processo Judicial Tributário Processo Tributário Pode-se conceituar o processo tributário como um conjunto de atos administrativos e judiciais supostamente ordenados, como o objetivo de apurar a obrigação tributária ou descumprimento desta. 28 O processo tributário pode ser dividido em: procedimento administrativo e processo judicial tributário. O procedimento administrativo tributário é desenvolvido na própria repartição fiscal e tem por finalidade resolver as possíveis lides entre o fisco e contribuinte. Ele pode se destina à determinação, exigência, dispensa do crédito fiscal, bem como à fixação do alcance de normas de tributação sobre casos concretos pelos órgãos competentes ou à imposição de penalidades ao contribuinte. O objeto do procedimento administrativo tributário se identifica com a sanção de um ato administrativo, de natureza tributária, de caráter individual ou geral, que tem a sua origem na própria administração pública, com a finalidade de regular a relação jurídica existente entre ela e o contribuinte. O processo judicial tributário é o momento após o procedimento administrativo, ou seja, ele já pode recorrer ao Poder Judiciário para garantir os seus direitos. O objeto do processo judicial tributário reside na emissão de uma norma individual, de natureza jurisdicional, por um órgão independente da autoridade tributária e do contribuinte. A partir de agora será estudado cada um deles. Procedimento Administrativo Tributário Consiste em uma série de atos, executados pela Fazenda Pública, com a finalidade de esclarecer qual é a obrigação tributária, no intuito de formar um título que possa ser inscrito como dívida ativa e assim permitir a execução fiscal do crédito tributário. O procedimento administrativo tributária 29 varia de acordo com osujeito ativo da obrigação tributária. Daí a possibilidade de haver procedimentos administrativos municipais, estaduais e federais. O procedimento administrativo é composto por cinco fases: Instauração – ocorre em razão de ato formal da autoridade competente, que poderá consistir em ato de cientificação do procedimento fiscal, em apreensão de mercadorias, documentos, livros etc. Instrução –ocorre quando o processo deve ser instruído com elementos que servem de base à quantificação do crédito tributário ou à aprovação de que o contribuinte é acusado e, depois, com prova indicada na defesa. Defesa – é a garantia constitucional de todo acusado em processo judicial ou administrativo. É feita pela impugnação de exigência fiscal e determina o início da fase litigiosa do procedimento. Relatório–é quando a autoridade preparadora faz um relatório do ocorrido no processo e encaminhando até a autoridade competente para o julgamento. Julgamento – pode ser dividido em duas instâncias: decisão individual e decisão colegiada. Por se tratar de direito administrativo e direito tributário, o procedimento administrativo deve obrigatoriamente seguir os princípios constitucionais administrativos (princípio da legalidade, princípio da oficialidade, princípio do inconformismo, princípio da verdade material, princípio do devido processo). Antes de adentrar-se no procedimento administrativo contencioso, será visto o procedimento administrativo preventivo, também, chamado de consulta. Consulta é um procedimento administrativo pelo qual alguém objetiva 30 obter interpretação a respeito dos dispositivos da legislação tributária que o Estado reputa aplicáveis a um fato determinado (Wagner Balera –Revista de Direito Tributário, n. 45). Procedimento de Consulta no âmbito federal –qualquer um tem legitimidade para formular consulta. No momento em que se é formulado o pedido de consulta dentro do prazo legal para o recolhimento do tributo, o art. 161 do CTN impede que seja cobrado os juros moratórios, imposição de penalidade e a aplicação de medidas de garantia. A consulta será formulada por escrito e apresentada no órgão da Receita Federa do domicílio do consulente, não podendo nenhum procedimento fiscal ser instaurado contra ele, relativamente à espécie consultada, até o trigésimo dia subseqüente à solução dada. A consulta será solucionada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da Solução de Consulta ou Despacho Decisório que declarar a sua ineficácia. Procedimento de Consulta no âmbito estadual – no âmbito estadual a consulta varia de Estado para Estado, com base, entretanto, na legislação federal. Ela poderá ser formulada versando sobre a interpretação e aplicação da lei tributária, devendo o consulente demonstrar possuir legítimo interesse. A consulta será protocolada na repartição fiscal a que estiver vinculado o consulente e, nas capitais, na Consultoria Tributária, devendo ser respondida: dentro de 30 dias quando for protocolada na Consultoria Tributária e 45 dias quando for protocolada na repartição fiscal. 31 Quando for formulada a consulta haverá: a suspensão do curso do prazo para o pagamento do imposto, em relação à situação sobre a qual for pedida a interpretação da legislação aplicável; o impedimento, até o término do prazo fixado na resposta, do início de qualquer procedimento fiscal destinado à apuração de infrações relacionadas com a matéria consultada. Não produzirá efeito a consulta formulada: a) Sobre fato praticado por estabelecimento em relação ao qual tiver sido lavrado auto de infração, termo de apreensão, termo de início de verificação fiscal ou expedida notificação; b) Sobre matéria que tiver sido objeto de ato normativo; c) Sobre matéria que tiver sido objeto de decisão proferida em processo administrativo já findo, de interesse do consulente; d) Sobre matéria objeto de consulta anteriormente feita pelo consulente e respondida pela Consultoria Tributária. São efeitos da resposta: a) O consulente deverá adotar o entendimento contido na resposta do prazo que esta fixar, não inferior a 15 dias; b) O consulente que não proceder em conformidade com os termos da resposta ficará sujeito à lavratura de auto de infração e às penalidades aplicáveis. Das respostas da Consultoria Tributária não caberá recurso ou pedido de reconsideração. Procedimento de Consulta no âmbito municipal –existe um sério problema com relação a isso, pois os Municípios não se preocupam ou mesmo querem se adaptar ao Dec. 70.235/72, que rege o procedimento administrativo. Desta forma, é necessário que o consulente deve formular a consulta obedecendo fielmente os rigores da lei para que consiga obter uma resposta adequada da Prefeitura local. 32 Procedimento administrativo tributário contencioso, em sentido genérico, significa que todo o sistema de prestação jurisdicional é destinado a resolver conflitos emergentes da relação entre o contribuinte e o fisco, dentro do próprio âmbito da Administração Pública. Procedimento administrativo tributário contencioso federal – o primeiro deles é o Mandado de Procedimento Fiscal, que é a ordem específica que inicia o procedimento de fiscalização que deverá ser apresentado pelos Auditores Fiscais da Receita Federal. Sendo que ele deve seguir as seguintes características: a numeração de identificação e controle; os dados do sujeito passivo; a natureza do procedimento fiscal a ser executado; o prazo para a realização do procedimento fiscal; o nome e a matrícula do AFRF responsável pela execução do mandado; o nome, o número do telefone e o endereço funcional do chefe da AFRF a que se refere o inciso anterior; o nome, a matrícula e a assinatura da autoridade emissora; e, o código de acesso à internet que permitirá ao sujeito passivo, objeto do procedimento fiscal. O Mandado será também emitido pelo Corregedor Geral e pelo Coordenador Geral de Pesquisa e Investigações, no âmbito de suas atribuições regimentais. O Mandado será extinto pela conclusão do procedimento fiscal, registrado em termo próprio ou pelo decurso dos prazos de validade. O segundo deles é o Auto de Infração e Imposição de Multa. Por intermédio de agente público, é verificada a existência de um ilícito tributário, ele é formalizado por intermédio de documento denominado auto de infração. Não sendo cumprida a exigência, nasce o procedimento contencioso. Contudo, o procedimento contencioso não decorre simplesmente da existência de um auto de infração, há a necessidade de que o sujeito passivo a impugne. Daí o motivo de existir duas fases no procedimento administrativo: não litigiosa e litigiosa. 33 Assim, se o sujeito passivo, não se conformando com os embasamentos do ilícito tributário contidos no auto de infração, apresenta sua impugnação, neste momento instaura-se a segunda fase do processo fiscal. Daí ocorre a notificação de lançamento de crédito tributário ou pelo auto de infração. O primeiro é o documento pelo qual é levado ao conhecimento do sujeito passivo a sua obrigatoriedade no cumprimento da exigência fiscal. E o último é a notificação da penalidade e a imposição de multa. A impugnação ou defesa é o meio que se faculta ao sujeito passivo para contestar, em todo ou em parte, as infrações que, lavradas no auto de infração, lhe são atribuídas e eliminar sua responsabilidade por elas e a eficácia das acusações quanto aos efeitos extraídos e que o estão onerando. A impugnação deve ser apresentada por escrito e ser instruída com os documentos em que se fundamentar e só será eficaz se apresentada no prazo de 30 dias, contados da dataem que for feita a intimação da exigência ao órgão preparador do procedimento a que se destina. Em primeira instância a autoridade julgadora a quem a impugnação é dirigida será o Delegado da Receita Federal. Se o sujeito passivo não exercer seu direito de impugnar o processo, será declarado revel, e a peça terá continuidade, mesmo sem sua presença, permanecendo no órgão pelo prazo de 30 dias para cobrança amigável do crédito tributário. Esgotado o prazo sem que o crédito tributário tenha sido pago, o órgão preparador declarará o sujeito passivo devedor remido, e o processo será encaminhado à autoridade competente para promover a cobrança executiva, após a inscrição na dívida ativa da Fazenda Pública. 34 Entretanto, se dentro do prazo de 30 dias o sujeito passivo não se satisfazer com a decisão proferida pela autoridade de primeira instância, poderá recorrer à que lhe é hierarquicamente superior, ou seja, à segunda instância, para pleitear a modificação da decisão. Na segunda instância, o contencioso fiscal da União é formado pelo Conselho de Contribuintes, órgãos colegiados de composição paritária que decidem controvérsias sobre tributos federais. Tanto o recurso voluntário, oferecido pelo contribuinte, quanto o recurso de ofício, oferecido pela autoridade administrativa, serão julgados em segunda instância por estes conselhos. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF foi criado pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e instalado pelo Ministro de Estado da Fazenda em 15/2/2009, mediante Portaria MF nº 41, de 2009. A Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, aprovou o Regimento Interno do CARF. O Conselho é dividido da seguinte maneira: 1. Três Seções, compostas por 4 (quatro) Câmaras cada, estas integradas por turmas ordinárias e especiais. 2. Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), formada por 3 (três) turmas. À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I - Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); II - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); III - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ; IV - demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam 35 lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; V - exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação (SIMPLES-Nacional); VI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo; e VII - tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I - Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF); II - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); III - Imposto Territorial Rural (ITR); IV - Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007; e V - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo. À Terceira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: 36 I - Contribuição para o PIS/PASEP e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), inclusive as incidentes na importação de bens e serviços; II - Contribuição para o Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL); III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV - Crédito Presumido de IPI para ressarcimento da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS; V - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); VI - Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira (IPMF); VII - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF); VIII - Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); IX - Imposto sobre a Importação (II); X - Imposto sobre a Exportação (IE); XI - contribuições, taxas e infrações cambiais e administrativas relacionadas com a importação e a exportação; XII - classificação tarifária de mercadorias; XIII - isenção, redução e suspensão de tributos incidentes na importação e na exportação; XIV - vistoria aduaneira, dano ou avaria, falta ou extravio de mercadoria; XV - omissão, incorreção, falta de manifesto ou documento equivalente, bem como falta de volume manifestado; XVI - infração relativa à fatura comercial e a outros documentos exigidos na importação e na exportação; XVII - trânsito aduaneiro e demais regimes aduaneiros especiais, e dos regimes aplicados em áreas especiais, salvo a hipótese prevista no inciso XVII do art. 105 do Decreto-Lei n° 37, de 18 de novembro de 1966; XVIII - remessa postal internacional, salvo as hipóteses previstas nos incisos XV e XVI, do art. 105, do Decreto-Lei n° 37, de 1966; 37 XIX - valor aduaneiro; XX - bagagem; e XXI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo. Cabe, ainda, à Terceira Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância relativos aos lançamentos decorrentes do descumprimento de normas antidumping ou de medidas compensatórias. Ressalta-se, não é facultado à Fazenda Pública recorrer das decisões dos Conselhos quando lhe sejam desfavoráveis. Todavia, existe a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) que, por suas turmas, julga os recursos Especial9 e Embargos de 9 Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009: “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1° Para efeito da aplicação do caput, entende-se como outra câmara ou turma as que integraram a estrutura dos Conselhos de Contribuintes, bem como as que integrem ou vierem a integrar a estrutura do CARF. § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. § 3° O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais. § 4° Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida indicando até duas decisõesdivergentes por matéria. § 5° Na hipótese de apresentação de mais de dois paradigmas, caso o recorrente não indique a prioridade de análise, apenas os dois primeiros citados no recurso serão analisados para fins de verificação da divergência. § 6° A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão recorrido. 38 § 7° O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. § 8° Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou da Imprensa Oficial. § 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade § 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma indicado. § 11. É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou negar provimento a recurso de ofício. Art. 68. O recurso especial, do Procurador da Fazenda Nacional ou do contribuinte, deverá ser formalizado em petição dirigida ao presidente da câmara à qual esteja vinculada a turma que houver prolatado a decisão recorrida, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da ciência da decisão. § 1° Interposto o recurso especial, compete ao presidente da câmara recorrida, em despacho fundamentado, admiti-lo ou, caso não satisfeitos os pressupostos de sua admissibilidade, negar-lhe seguimento. § 2° Se a decisão contiver matérias autônomas, a admissão do recurso especial poderá ser parcial. Art. 69. Admitido o recurso especial interposto pelo Procurador da Fazenda Nacional, dele será dada ciência ao sujeito passivo, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer contrarrazões e, se for o caso, apresentar recurso especial relativa à parte do acórdão que lhe foi desfavorável. Art. 70. Admitido o recurso especial interposto pelo contribuinte, dele será dada ciência ao Procurador da Fazenda Nacional, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer contrarrazões. Art. 71. O despacho que rejeitar, total ou parcialmente, a admissibilidade do recurso especial será submetido à apreciação do Presidente da CSRF. § 1° O Presidente do CARF da CSRF poderá designar conselheiro da CSRF para se pronunciar sobre a admissibilidade do recurso especial interposto. § 2° Na hipótese de o Presidente da CSRF entender presentes os pressupostos de admissibilidade, o recurso especial terá a tramitação prevista nos art. 69 e 70, dependendo do caso. § 3° Será definitivo o despacho do Presidente da CSRF que negar ou der seguimento ao recurso especial.” 39 Declaração10 contra decisões de Câmara, de turmas ordinárias ou de turma especial, observada a seguinte especialização. Á Primeira Turma da CSRF cabe o julgamento dos recursos provenientes de decisões proferidas pela Primeira Seção. Á Segunda Turma da CSRF cabe o julgamento dos recursos provenientes de decisões proferidas 10Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009: “Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. § 1° Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de cinco dias contado da ciência do acórdão: I - por conselheiro do colegiado; II - pelo contribuinte, responsável ou preposto; III - pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV - pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; V - pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. § 2º O presidente da Turma poderá designar conselheiro para se pronunciar sobre a admissibilidade dos embargos de declaração. § 3° O despacho do presidente será definitivo se declarar improcedentes as alegações suscitadas, sendo submetido à deliberação da turma em caso contrário. § 4° Do despacho que rejeitar os embargos de declaração será dada ciência ao embargante. § 5° Os embargos de declaração opostos tempestivamente interrompem o prazo para a interposição de recurso especial. § 6° As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às decisões em forma de resolução. Art. 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente. § 1° Será rejeitado de plano, por despacho irrecorrível do presidente, o requerimento que não demonstrar com precisão a inexatidão ou o erro. § 2° Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma. § 3° Do despacho que indeferir requerimento previsto no caput, dar-se-á ciência ao requerente.” 40 pela Segunda Seção. Á Terceira Turma da CSRF cabe o julgamento dos recursos provenientes de decisões proferidas pela Terceira Seção. Ao Pleno da CSRF compete a uniformização de decisões divergentes, em tese, das turmas da CSRF, por meio de resolução. Ao Pleno da CSRF cabe, ainda, por proposta do Presidente, dirimir controvérsias sobre interpretação e alcance de normas processuais aplicáveis no âmbito do CARF. E, por fim, as resoluções de que trata este artigo vincularão as turmas julgadoras do CARF. Procedimento administrativo tributário contencioso estadual –o procedimento tributário referente a tributos estaduais terá por base o auto de infração e imposição de multa, a notificação, a intimação ou petição do contribuinte ou responsável. No auto de infração, a autoridade administrativa deverá identificar o infrator, descrever a infração com clareza, indicar os dispositivos legais dados por infringidos e capitular a penalidade. Após ser lavrado o auto de infração, o contribuinte será notificado a pagar o débito fiscal com desconto na multa ou apresentar defesa, por escrito, no prazo de 30 dias, durante o qual o processo permanecerá na repartição fiscal a que estiver vinculado. É na defesa que se inicia o contraditório. Apresentada ou não defesa ao auto de infração e imposição de multa, o procedimento será encaminhado à seção de julgamento, que decidirá sobre a procedência da autuação e da imposição penal. Proferida a decisão da primeira instância, terá o autuado prazo de 30 dias para, sob pena de inscrição na dívida ativa, efetuar o recolhimento do débito fiscal com aplicação de desconto, ou recorrer à segunda instância. 41 Interposto o recurso, será o processo encaminhado à repartição de origem para a opinião fiscal e em seguida será remetido ao órgão de segunda instância. O tribunal fiscal, na maioria dos Estados, é denominado Conselho de Contribuintes Estaduais e tem competência para julgar em última instância estadual recursos contra decisões de autoridades fiscais sobre lançamentos e incidência de imposto, taxa e multas. O recurso ordinário será proposto pelo contribuinte contra as decisões de primeira instância, no prazo de 30 dias. Trata-se de recurso voluntário e o seu cabimento está subordinado a três pressupostos específicos:
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