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Apostila de Direito Tributário II

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APOSTILA DE DIREITO TRIBUTÁRIO II
Ementa:
Sistema Tributário Nacional. Impostos Federais, Estaduais, do Distrito Federal 
e Municipais. Administração Tributária. Processo Administrativo Tributário. 
Processo Judicial Tributário. Ilícito Tributário.
Bibliografia Básica:
BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense.
CASSONE. 9. ed. - São Paulo: Atlas, 2009.
MAZZA, Alexandre, Prática Tributária / Alexandre Mazza, Eduardo de Moraes 
Sabbag.- 3. ed. rev. atual. –São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
PAULSEN, Leandro, direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da 
doutrina e da jurisprudência. 9. ed. ver. atual. –Porto Alegre: Livraria do 
Advogado: ESMAFE, 2007.
Bibliografia Complementar:
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. Revista dos Tribunais.
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. Saraiva.
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 -
sistema tributário. Rio de Janeiro: Forense.
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Sistema Tributário na Constituição de 1988. 
Saraiva.
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Conteúdo:
“A tributação é um instrumento pelo qual se obtém recursos 
coletivamente para satisfazer as necessidades da própria sociedade. O sistema 
de tributação variará de acordo com as peculiaridades e também com as 
determinadas situações políticas, econômicas e sociais de cada país. Mesmo 
que os sistemas de tributação sejam diferentes, eles se constituíram no 
principal mecanismo para obtenção de recursos públicos no sistema capitalista.
Esse conceito de que a tributação constituiu-se numa 
importante fonte de recursos fiscais que teve inicio ao final do século XVIII 
com as ideias do economista escocês Adam Smith (1723-1790), que 
formulou a Teoria da Mão Invisível, na qual a própria sociedade deveria ser 
responsável pelo funcionamento da economia, cabendo ao Estado uma 
participação mínima sobre a mesma.”1
A carga tributária Brasileira é um dos temas mais questionados na 
recente história da administração brasileira, vinculada até mesmo em nível 
internacional, devido ao excesso de impostos que recaem sobre a população. 
O assunto é mais do que importante, pois afeta diretamente o mercado 
econômico brasileiro e o cotidiano de todos os cidadãos.
Além de ser um tema que atinge o bem estar da população e a 
própria economia, a carga tributária brasileira é uma fonte de recursos 
utilizados pelo governo para compor sua Receita Fiscal, atribuindo-lhe 
compromissos com a sociedade, sendo uma importante forma de arrecadação 
composta por vários tributos classificados, pelos quais incidem de maneira 
direta ou indiretamente todos e todas as atividades econômicas do país.
Toda essa receita fiscal em que os governos possuem para 
1 MACIEL, Renato de Jesus. CARVALHO, Carlos Eduardo. Análise dos Principais Impostos 
que Compõem a Estrutura Tributária Brasileira. Publicado em ÁGORA: revista de 
divulgação científica v. 16, n. 2(A), Número Especial: I Seminário Integrado de Pesquisa e 
Extensão Universitária.
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cumprir as suas obrigações, inclusive as com a própria sociedade e 
contribuintes, é, de acordo com o embasamento da constituição federal, de 
responsabilidade das três esferas governamentais (Federal, Estadual e 
Municipal), produzir e arrecadar tributos, gerando recursos que devam ser 
necessários para o custeio de bens públicos, investimentos destinados á 
melhoria de qualidade de vida da população, embora que o pagamento de 
impostos não confere ao contribuinte qualquer garantia de contraprestação 
de serviços, e perante interesses econômicos de cada estado arrecadador, 
sobre a competência de fazer e aplicar suas próprias leis. Estão excluídas 
deste conceito todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou 
sanção.
A partir dessa explanação, pode-se conceituar o tributo2, com 
base no art. 3° do Código Tributário Nacional –CTN, como: “Tributo é toda 
prestação pecuniária, compulsória em moeda ou cujo valor nessa possa 
2 “Os impostos sempre fizeram parte de toda e qualquer sociedade humana organizada. Eles 
acompanham seu desenvolvimento passo á passo desde os primórdios do sistema capitalista, 
com a cobrança de pesados tributos sobre a população que era subordinada às nações 
vitoriosas, fazendo com que essas pessoas ficassem submissas e obrigadas a obedecer a 
regras impostas, sem nenhum tipo de fiscalização, sendo dessa forma sujeitos a sofrerem com 
os abusos e as altas cobranças por parte de seus governantes.
Na idade média, com o surgimento de um novo sistema econômico, político e social que veio a 
se chamar Feudalismo, inicia-se então um novo sistema de propriedade e produção, no qual a 
sociedade passa a ser dividida em grupos sociais (Clero, Nobreza e Camponeses).
O clero exercia grande poder político sobre a sociedade e tinha como a função oficial de rezar 
(eram os padres), a nobreza ou também chamados senhores feudais (os reis), atribuindo a eles 
a função de guerrear e exercer poder político sobre os demais, já os camponeses eram 
obrigados a prestar serviços á nobreza e por serem os que mais trabalhavam eram os que 
mais tributos pagavam pela utilização das terras que cuidavam e pelos instrumentos ou bens 
do feudo como, por exemplo, o moinho, o forno e o celeiro.
O fato é que, com o desenvolvimento da sociedade humana, as relações sociais tornam-se 
mais complexas assim como as classes dominantes que se formam buscam sustentar-se com 
o trabalho das pessoas menos privilegiadas e desfavorecidas, tornando-se um sistema em que 
os trabalhadores e prestadores de serviços vivessem para custear as mordomias de seus 
superiores. Como os tributos eram determinados, na maioria das vezes, pela vontade de um 
governante com uma grande gama de poderes, não havia maneira de controlar tal cobrança. 
Assim as duras tributações acabavam por arruinar a camada mais pobre.
Com o avanço continuo das relações sociais as massas empobrecidas começaram a tomar 
consciência dos abusos que sofrem por parte de seus líderes, em muito isso se deve aos 
pensadores da época e suas ideias revolucionárias. As massas clamam por leis escritas e mais 
justas, mas as máquinas burocráticas criadas e a grande parcela de pessoas sem nível cultural 
razoável entre as massas tornam de fácil manipulação as normas fiscais. A avalanche de 
normas distribuídas era tantas que muitas vezes os próprios governantes se perdiam nelas e 
os impostos eram cobrados sem a mínima regularidade.” MACIEL, Renato de Jesus. 
CARVALHO, Carlos Eduardo. Análise dos Principais Impostos que Compõem a Estrutura 
Tributária Brasileira. Publicado em ÁGORA: revista de divulgação científica v. 16, n. 2(A), 
Número Especial: I Seminário Integrado de Pesquisa e Extensão Universitária.
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exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrado 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
O fato gerador representa um fato ou conjunto de fatos a que o 
legislador vincula ao surgimento da obrigação jurídica de pagar um 
determinado tributo. O CTN menciona o fato gerador nos artigos 114 e 115, in 
verbis:
“Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência.”
“Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na 
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não 
configure obrigação principal.”
Assim, fato gerador pode ser considerado como o fato 
efetivamente realizado, materializado. É a realização concreta de um 
comportamento descrito na norma, cuja observação faz nascer uma obrigação 
jurídica. Já a hipótese de incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é 
aquela situação descrita na lei cuja previsão é abstrata, tratando-se, pois, deuma "hipótese" que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e que, uma vez 
realizada, se concretiza como fato gerador3.
Porém, antes de qualquer coisa, é fundamental explicar que todo 
tributo é caracterizado pelos seguintes elementos: Fato Gerador, Contribuinte 
ou Responsável e a Base de Cálculo. Para que venha a existir uma obrigação 
tributária, é preciso que exista um vínculo jurídico entre um credor (Sujeito 
Ativo) e um devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, com base na 
legislação tributária, possa exigir uma prestação tributária positiva ou negativa.
Nos termos do artigo 145 da Constituição Federal e do artigo 5° 
do CTN, os tributos podem ser classificados da seguinte maneira:
3 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Ed. Saraiva, São Paulo/SP, 5ª ed. 2013.
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IMPOSTOS: Os impostos se caracterizam por serem de cobrança 
compulsória e por não darem um retorno ao contribuinte sobre o 
fato gerador;
TAXAS: A taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em 
razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua 
disposição;
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS: As contribuições de 
melhoria são tributos que têm como fato gerador o benefício 
decorrente das obras públicas;
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: Também chamadas de 
contribuições sociais ou parafiscais, estão previstas nos artigos 
149 e 149-A da Constituição Federal, sendo tributos cuja 
característica principal é a finalidade para a qual é destinada sua 
arrecadação; e
EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS: Segundo o art. 148 da 
Constituição Federal, a União poderá instituir, mediante lei 
complementar, empréstimos compulsórios:
1. para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e
2. no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional.
Os impostos estão classificados de acordo com as determinadas 
categorias classificadas em: Impostos diretos, indiretos, progressivos, 
regressivos e impostos proporcionais ou neutros4.
4 MACHADO, Hugo de Brito. O conceito de tributo no direito Brasileiro, Forense, Rio de 
Janeiro; 1987.
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Imposto direto é o que incide sobre a renda e a riqueza 
(patrimônio). Nesse tipo de tributo, a pessoa que recolhe o imposto também 
arca com seu ônus. Por exemplo: Imposto de Renda.
Imposto indireto é o imposto que incide sobre as transações de 
mercadorias e serviços. Nesse tipo de imposto, a base tributaria é o valor venal 
da compra e da venda de mercadorias e serviços. O que é importante nessa 
categoria é o momento em que o imposto é cobrado (produtor ou consumidor) 
e o método de calculo será a transação total ou o valor adicionado.
Os impostos progressivos ocorrem quando o aumento na 
contribuição é proporcionalmente maior que o aumento na renda. A relação 
entre carga tributária e renda cresce com o aumento do nível de renda, sendo 
que a estrutura tributária baseada em impostos progressivos onera 
proporcionalmente mais os segmentos sociais de maior poder aquisitivo. Por 
exemplo: o imposto de renda da pessoa física e da jurídica. Esses impostos 
também podem ser diferenciados em impostos sobre os usos e sobre as 
fontes.
Impostos regressivos são aqueles em que o aumento na 
contribuição é proporcionalmente menor que o incremento ocorrido na renda. A 
relação existente entre a carga tributária e a renda decresce com o aumento do 
nível de renda. Com isso, os segmentos sociais de menor poder aquisitivo são 
os mais onerados.
Os impostos proporcionais ou neutros são aqueles em que o 
aumento na contribuição é proporcionalmente igual ao ocorrido na renda. A 
relação entre carga tributária e renda permanece constante, com o aumento do 
nível de renda, onerando igualmente todos os segmentos sociais.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Os tributos são:
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Impostos federais
II –Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros;
IE – Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou 
nacionalizados;
IR –Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza;
IPI –Imposto sobre Produtos Industrializados;
IOF –Imposto sobre Operações Financeiras;
ITR –Imposto Territorial Rural;
IGF –Imposto sobre Grandes Fortunas;
Impostos Estaduais
ICMS –Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
IPVA –Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores;
ITCD –Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de 
Qualquer Bem ou Direito;
AIRE – Adicional do Imposto da União Sobre a Renda e 
Proventos de Qualquer Natureza (extinto)
Impostos Municipais
IPTU –Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana;
ITBI –Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis 
e de Direitos Reais a Eles Relativos;
IVVC –Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos 
e Gasosos (extinto);
ISS –Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza
Taxas
Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro;
Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos 
de Graduação –Lei 10.870/2004;
Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos 
animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias –
Decreto Lei 1.899/1981;
Taxa de Coleta de Lixo;
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Taxa de Combate a Incêndios;
Taxa de Conservação e Limpeza Pública;
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental –TCFA – Lei nº 
10.165/2000;
Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos –Lei nº 
10.357/2001, art. 16;
Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e 
federais);
Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) –
Lei 7.940/1989;
Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária –Lei 9.782/1999, art. 
23;
Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército 
Brasileiro –TFPC –Lei nº 10.834/2003;
Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar –
TAFIC –art. 12 da MP 233/2004;
Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;
Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal;
Taxa de Pesquisa Mineral DNPM –Portaria Ministerial 503/1999;
Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de 
Manaus –Lei nº 9960/2000;
Taxa de Serviços Metrológicos –art. 11 da Lei nº 9933/1999;
Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP);
Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte 
Rodoviário e Ferroviário, etc.);
Taxas de Saúde Suplementar –ANS –Lei nº 9.961/2000, art. 18;
Taxa de Utilização do MERCANTE –Decreto nº 5.324/2004;
Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais);
Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica –
CADE –Lei nº 9.718/1998
Contribuições
Contribuições trabalhistas ou sobre a folha de pagamento;
INSS (contribuição);
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FGTS (contribuição)5;
5 A Contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –FGTS, instituído pela Lei nº 
5.107/66 –e, atualmente, regulado pela Lei nº 8.036/90 –é fundo constituído por depósitos 
mensais, efetuados pelos empregadores em nome de seus empregados (art. 15 da Lei nº 
8.036/90).
Para o STF, o FGTS não detém natureza tributária, mas, sim, natureza trabalhista e social, o
que lhe retira o timbre de contribuição fiscal ou parafiscal.
Sendo um direito, garantido pelo Estado, os depósitos do FGTS pressupõem vinculo jurídico, 
sob a disciplina do Direito do Trabalho. Observe, no STF, a jurisprudência:
“FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SUA NATUREZA JURÍDICA. 
CONSTITUIÇÃO, ART. 165, XIII. LEI N. 5.107, DE 13.9.1966. AS CONTRIBUIÇÕES PARA O 
FGTS NÃO SE CARACTERIZAM COMO CRÉDITO TRIBUTÁRIO OU CONTRIBUIÇÕES A 
TRIBUTO EQUIPARAVEIS. SUA SEDE ESTA NO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. 
ASSEGURA-SE AO TRABALHADOR ESTABILIDADE, OU FUNDO DE GARANTIA 
EQUIVALENTE. DESSA GARANTIA, DE INDOLE SOCIAL, PROMANA, ASSIM, A 
EXIGIBILIDADE PELO TRABALHADOR DO PAGAMENTODO FGTS, QUANDO DESPEDIDO, 
NA FORMA PREVISTA EM LEI. CUIDA-SE DE UM DIREITO DO TRABALHADOR. DA-LHE O 
ESTADO GARANTIA DESSE PAGAMENTO. A CONTRIBUIÇÃO PELO EMPREGADOR, NO 
CASO, DEFLUI DO FATO DE SER ELE O SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO, DE 
NATUREZA TRABALHISTA E SOCIAL, QUE ENCONTRA, NA REGRA CONSTITUCIONAL 
ALUDIDA, SUA FONTE. A ATUAÇÃO DO ESTADO, OU DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA, EM PROL DO RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DO FGTS, NÃO IMPLICA 
TORNA-LO TITULAR DO DIREITO A CONTRIBUIÇÃO, MAS, APENAS, DECORRE DO 
CUMPRIMENTO, PELO PODER PÚBLICO, DE OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E TUTELAR A 
GARANTIA ASSEGURADA AO EMPREGADO OPTANTE PELO FGTS. NÃO EXIGE O 
ESTADO, QUANDO ACIONA O EMPREGADOR, VALORES A SEREM RECOLHIDOS AO 
ERARIO, COMO RECEITA PÚBLICA. NÃO HÁ, DAI, CONTRIBUIÇÃO DE NATUREZA FISCAL 
OU PARAFISCAL. OS DEPOSITOS DO FGTS PRESSUPOEM VINCULO JURÍDICO, COM 
DISCIPLINA NO DIREITO DO TRABALHO. NÃO SE APLICA AS CONTRIBUIÇÕES DO FGTS 
O DISPOSTO NOS ARTS. 173 E 174, DO CTN. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
CONHECIDO, POR OFENSA AO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO, E PROVIDO, PARA 
AFASTAR A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL DA AÇÃO.”
Na mesma trilha, entende o STF, no que é seguido pelo STF, que não se aplicam, mesmo que 
por interpretação extensiva ou analógica, as disposições do CTN, v.g., o art. 135, III, do CTN, 
que permite o redirecionamento de execução fiscal, ou, também, as disposições afetas à 
prescrição (art. 174 do CTN), haja vista a adoção da prescrição trintenária para o FGTS. Aliás, 
urge mencionar o teor do Enunciado da Súmula 210 do STJ: “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS 
CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM TRINTA (30) ANOS.”
Veja a jurisprudência do STJ nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. MASSA FALIDA. CRÉDITOS DE FGTS. 
RESPONSABILIDADE. REDIRECIONAMENTO PARA O SÓCIO-GERENTE DA EMPRESA. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INVOCAÇÃO DE PRONUNCIAMENTO ACERCA DE 
DISPOSITIVO LEGAL (ART. 4º, § 2º, DA LEI 6.830) QUE NÃO RECEBEU MANIFESTAÇÃO 
POR PARTE DO TRIBUNAL A QUO. OMISSÃO INEXISTENTE. PRETENSÃO DE NULIDADE 
DO ACÓRDÃO DE SEGUNDO GRAU QUE SE AFASTA. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 282 E 356/STF E 211/STJ. ART. 135, 
III, DO CTN.
1. Inadmissível recurso especial quanto á questão que, a despeito da oposição dos embargos 
declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo (manifestação acerca do conteúdo do art. 
4º, § 2º, da Lei 6.830/80), eis que ausente o requisito indispensável do prequestionamento. 
Inteligência das Súmulas 282 e 356/STF e 211/STJ.
2. Deve ser afastada, por conseguinte, a infringência ao preceito legal inscrito no art. 535, II, e 
458, do CPC, ante a inexistência do vício apontado (omissão).
3. A contribuição para o FGTS não tem natureza tributária. Sua sede está no artigo 165, XIII, 
da Constituição Federal. É garantia de índole social.
4. Os depósitos de FGTS não são contribuições de natureza fiscal. Eles pressupõem vínculo 
jurídico disciplinado pelo Direito do Trabalho.
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PIS/PASEP (contribuição)
Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro
COFINS – Contribuição Social para o Financiamento da 
Seguridade Social;
CSLL –Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Contribuições sobre movimentações financeiras
CPMF – Contribuição Permanente (antes Provisória) sobre 
Movimentação Financeira (extinta)
Contribuições –“Sistema S”
Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa 
(Sebrae) –Lei nº 8.029/1990;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial 
(SENAC) –Lei nº 8.621/1946;
5. Impossibilidade de, por interpretação analógica ou extensiva, aplicarem-se ao FGTS as 
normas do CTN.
6. Precedentes do STF RE nº 100.249-2. Idem STJ Resp nº 11.089/MG.
7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.”
“PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - SÓCIO -
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAÇÃO À LEI OU AO 
REGULAMENTO.
1. A responsabilidade do sócio não é objetiva. Para que exsurja a sua responsabilidade 
pessoal, disciplinada no art. 135 do CTN é mister que haja comprovação de que o sócio, agiu 
com excesso de mandato, ou infringiu a lei, o contrato social ou o estatuto.
2. Em recente julgamento a Corte decidiu que as contribuições para o FGTS não tem natureza 
tributária, por isso são inaplicáveis às execuções fiscais destinadas à cobrança dessas 
contribuições, as disposições do Código Tributário Nacional.
3. Precedentes.
4. Recurso improvido.”
De acordo com a legislação vigente, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização e 
a apuração das contribuições do FGTS, bem como a aplicação das multas decorrentes de 
infrações a essa legislação –tarefa exercida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho –SIT, 
órgão integrante de estrutura deste Ministério.
A representação judicial e extrajudicial do FTD é de responsabilidade da Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional, instituição vinculada à Advocacia-Geral da União, que também exerce a 
Consultoria Jurídica do Ministério da Fazenda, bem assim as atribuições de inscrição em dívida 
ativa e execução dos créditos de natureza fiscal da Fazenda Nacional. Tal representação 
também pode ser exercida pela Caixa Econômica Federal, Agente Operador do Fundo, 
mediante convênio com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
A título de reforço, não se deve confundir o FGTS com as contribuições sociais federais, 
criadas pela Lei Complementar nº 110/01. Estas vieram com a finalidade de obter recursos para 
o pagamento do acordo firmado com os correntistas do FGTS, que não tiveram suas contas 
corrigidas em conformidade com os expurgos inflacionários referentes aos planos econômicos 
Collor, Bresser e Verão. Tais exações foram consideradas pelo STF, (contribuições sociais 
gerais –MC da ADI nº 2556-2/DF).
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Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos 
Transportes (SENAT) –Lei nº 8.706/1993;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial 
(SENAI) –Lei nº 4.048/1942;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) 
–Lei nº 8.315/1991;
Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) – Lei nº
9.403/1946;
Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) –Lei nº
9.853/1946;
Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP);
Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) –Lei nº
8.706/1993
Outras contribuições
Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (CRC, 
CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc), exceto a OAB;
Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) – Lei nº
5.461/1968;
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico –FNDCT –Lei nº 10.168/2000;
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE), também chamado “Salário Educação”;
Contribuição ao Funrural;
Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária (INCRA) –Lei nº 2.613/1955;
Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT);
Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados);
Contribuição Confederativa Patronal (das empresas);
Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE 
Combustíveis –Lei nº 10.336/2001;
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública –
Emenda Constitucional nº 39/2002;
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Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria 
Cinematográfica Nacional –CONDECINE –art. 32 da Medida 
Provisória 2228-1/2001 e Lei nº 10.454/2002;
Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a 
Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a 
Contribuição Sindical Patronal);
Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a 
Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição 
Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a 
Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição 
Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que 
ainstituir para seus associados, independentemente da 
contribuição prevista na CLT);
Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas 
Inflacionárias do FGTS –Lei Complementar nº 110/2001
Contribuições de Melhoria
“Contribuição de Melhoria” não deve ser confundida com uma 
mera contribuição: é espécie tributária autônoma, definida na 
própria Constituição Federal;
Contribuições de Melhoria instituídas pela União;
Contribuições de Melhoria instituídas pelos Estados;
Contribuições de Melhoria instituídas pelo Distrito Federal;
Contribuições de Melhoria instituídas pelos municípios
Empréstimos Compulsórios:
Também é espécie tributária autônoma.
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de guerra externa 
ou de sua iminência; (CF, Art.148);
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de calamidade 
pública que exija auxílio federal impossível de atender com os 
recursos orçamentários disponíveis; (CF, Art.148);
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de Conjuntura que 
exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (CTN, Art.15);
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Empréstimo compulsório instituído no caso de investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (CF, 
Art.148)
Como nossa matéria se propõe a estudar, além do direito 
processual tributário e administrativo, iremos ver estudar os impostos federais, 
estaduais e municipais.
Fatos Geradores dos Impostos
Impostos da União
Imposto sobre a importação (II)–CF, art. 153, I
Fato Gerador: A entrada de produtos estrangeiros no território nacional (CTN, 
art. 19).
Sujeito Passivo: a - o importador ou a quem a lei a ele equiparar; b - o 
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados (CTN, art. 22).
DL n° 37/66: Art.31. É contribuinte do imposto: (Artigo com redação dada pelo 
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988).
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de 
mercadoria estrangeira no Território Nacional;
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo 
remetente;
III - o adquirente de mercadoria entrepostada.
Obs.: DL 37/66, Art. 32 - É responsável pelo imposto: (Caput com redação 
dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)
I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou 
sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno;
II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de 
mercadoria sob controle aduaneiro.
Parágrafo único. É responsável solidário:
a) o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou 
redução do imposto;
b) o representante, no País, do transportador estrangeiro.
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Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados (IE) –CF, art. 153, II
Fato Gerador: A saída, para o exterior, produtos nacionais ou nacionalizados 
(CTN, art. 23).
Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele 
equiparar (CTN, art. 27)
DL n° 1578/77: Art. 5º - O contribuinte do imposto é o exportador, assim 
considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do território 
nacional.
Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IRPF/IRRF/IRPJ) 
–CF, art. 153, III
Fato Gerador: A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, 
assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; 
e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (CTN, art. 43).
Sujeito Passivo: O contribuinte do imposto –pessoa física ou jurídica –é o 
titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a 
lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda 
ou dos proventos tributáveis (CTN, art. 45).
Obs.: A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis 
a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe 
caibam (CTN, art. 45, parágrafo único)
Imposto sobre produtos industrializados (IPI)6–CF, art. 153, IV
6 Vale lembrar que o IPI segue o princípio da não-cumulatividade previsto na CF/88.
A não-cumulatividade do IPI é efetivada pelo sistema de crédito, atribuído ao contribuinte, do 
imposto relativo a produtos entrados no seu estabelecimento, para ser abatido do que for 
devido pelos produtos dele saídos, num mesmo período. Estes são os denominados "créditos 
básicos".
O direito ao crédito é também atribuído para anular o débito do imposto referente a produtos 
saídos do estabelecimento e a este devolvidos ou retornados.
Adicionalmente há a manutenção dos créditos incentivados, quando o legislador permite a 
manutenção de créditos mesmo quando a saída do produto não é tributada. A título de exemplo 
15
citam-se as operações imunes de exportação ou os créditos presumidos para ressarcimento de 
PIS e Cofins sobre exportações. Estes são os denominados "créditos incentivados".
CRÉDITOS ADMISSÍVEIS
Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditar-se:
I –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, 
adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo-se, entre as 
matérias-primas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo 
produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os 
bens do ativo permanente;
II –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, 
quando remetidos a terceiros para industrialização sob encomenda, sem transitar pelo 
estabelecimento adquirente;
III –do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, 
recebidos de terceiros para industrialização de produtos por encomenda, quando estiver 
destacado ou indicado na nota fiscal;
IV –do imposto destacado em nota fiscal relativa a produtos industrializados por encomenda, 
recebidos do estabelecimento que os industrializou, em operação que dê direito ao crédito;
V –do imposto pago no desembaraço aduaneiro;
VI – do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos de procedência 
estrangeira, diretamente da repartição que os liberou, para estabelecimento, mesmo 
exclusivamente varejista, do próprio importador;
VII –do imposto relativo a bens de produção recebidos por comerciantes equiparados a 
industrial;
VIII –do imposto relativo aos produtos recebidos pelos estabelecimentos equiparados a 
industrial que, na saída destes, estejam sujeitos ao imposto, nos demais casos não 
compreendidos nos itens V a VII;
IX –do imposto pago sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou suspensão quando 
descumprida a condição, em operação que dê direito ao crédito;
X –do imposto destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou transferências simbólicas do 
produto, permitidas no RIPI/2010.
É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-se do imposto 
relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial.
Os créditos do imposto escriturados pelos estabelecimentos industriais, ou equiparados a 
industrial, serão utilizados mediante dedução do imposto devido pelas saídas de produtos dos 
mesmos estabelecimentos.
No caso de locação ou arrendamento, a reentrada do produto no estabelecimento remetente 
não dará direito ao crédito do imposto, salvo se o produto tiver sido submetido a nova 
industrialização e ocorrer nova saída tributada.
Exemplo: 
Total dos débitos apurados no período: R$ 50.000,00
16
Fato Gerador: O desembaraço aduaneiro do produto, quando de procedência 
estrangeira; a saída do produto industrializadodo estabelecimento do 
importador, do industrial, do comerciante ou arrematante; a arrematação do 
produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão (CTN, art. 46).
Sujeito Passivo:
a - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
b - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
c - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos na letra anterior;
d - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Total dos créditos escriturados: R$ 20.000,00
Valor do IPI a Recolher: R$ 50.000,00 –R$ 20.000,00 = R$ 30.000,00
Nas remessas de produtos para armazém-geral e depósito fechado, o direito ao crédito do 
imposto, quando admitido, é do estabelecimento depositante.
CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE COMERCIANTE ATACADISTA
Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão, ainda, creditar-se do 
imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, 
adquiridos de comerciante atacadista não contribuinte, calculado pelo adquirente, mediante 
aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto, sobre 50% do seu valor, constante da 
respectiva nota fiscal.
É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-se do imposto 
relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial.
OUTRAS HIPÓTESES DE CRÉDITO
É ainda admitido ao contribuinte creditar-se:
I –do valor do imposto, já escriturado, no caso de cancelamento da respectiva nota fiscal, 
antes da saída da mercadoria;
II –do valor da diferença do imposto em virtude de redução de alíquota, nos casos em que 
tenha havido lançamento antecipado nos casos de faturamento para entrega futura ou em 
partes.
Nas hipóteses previstas acima, o contribuinte deverá, ao registrar o crédito, anotar o motivo do 
mesmo na coluna "Observações" do livro Registro de Apuração do IPI.
VEDAÇÃO DE CRÉDITO –SIMPLES
As aquisições de produtos de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES, não ensejarão aos 
adquirentes direito a fruição de crédito de matérias-primas, produtos intermediários e material 
de embalagem.
17
Obs.: Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo 
qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou 
arrematante (CTN, art. 51, parágrafo único)
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações 
relativas a títulos e valores mobiliários (IOF) –CF, art. 153, V
Fato Gerador:
(a) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou 
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua 
colocação à disposição do interessado;
(b) quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda 
nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação 
à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou 
nacional entregue ou posta à disposição por este;
(c) quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice 
ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei 
aplicável;
(d) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável (CTN, art. 
63).
Obs: A incidência definida na letra (a) exclui a definida na letra (d), e 
reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título 
representativo de uma mesma operação de crédito (CTN, art. 63, parágrafo 
único)
Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação 
tributada, como dispuser a lei (CTN, art. 66)
Obs.: DL n° 1783/80:
Art. 3°. São responsáveis pela cobrança do imposto e pelo seu recolhimento ao 
Banco Central do Brasil, ou a quem este determinar, nos prazos fixados pelo 
Conselho Monetário Nacional:
I - nas operações de crédito, as instituições financeiras;
II - nas operações de seguro, o segurador ou as instituições financeiras a quem 
este encarregar da cobrança do prêmio;
III - nas operações de câmbio, as instituições autorizadas a operar em câmbio;
18
IV - nas operações relativas a títulos e valores mobiliários, as instituições 
autorizadas a operar na compra e venda de títulos e valores mobiliários.
Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) –CF, art. 153, VI
Fato Gerador: O imposto sobre a propriedade territorial rural tem como fato 
gerador a propriedade, o domicílio útil ou a posse de imóvel por natureza, como 
definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município (CTN, art. 
29).
Sujeito Passivo Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de 
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 31)
Impostos dos Estados
Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou 
direitos (ITCMD) –CF, art. 155, I
Fato Gerador: O imposto incide sobre a transmissão de qualquer bem ou direito 
havido:
a. por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória;
b. por doação
Obs.: Determina a referida Lei:
Art. 3°. Também sujeita-se ao imposto a transmissão de:
I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de 
sociedade e companhia, tais como ação, quota, quinhão, participação civil ou 
comercial, nacional ou estrangeira, bem como, direito societário, debênture, 
dividendo e crédito de qualquer natureza;
II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o 
represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em 
caderneta de poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo 
de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e 
de risco, seja qual for o prazo e a forma de garantia;
III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, 
qualquer direito ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais.
Sujeito Passivo: a - na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário; b 
no fideicomisso: o fiduciário; c - na doação: o donatário; d- na cessão de 
19
herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário (Lei n° 
10.705/00, art. 7°).
Obs.: Determina a referida Lei:
Art. 8°. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos 
atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos 
tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício;
II - a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a 
responsabilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão 
de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação;
III - o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do 
artigo anterior, o donatário;
IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver 
na sua posse, na forma desta lei;
V - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores;
VI - os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos seus tutelados ou 
curatelados;
VII - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
VIII - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação (ICMS)7–CF, art. 155, II
7 Vale lembrar que o ICMS segue o princípio da não-cumulatividade previsto na 
CF/88.
O ICMS será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestaçãode serviços com o 
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito 
Federal.
Este sistema é conhecido como “débito x crédito”, onde abate-se do montante 
devido pelo contribuinte o valor pago por este em etapas anteriores, em suas 
compras de bens ou serviços já tributados pelo imposto.
20
Fato Gerador: Lei Complementar n° 87/96: Art. 2° O imposto incide sobre:
I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por 
qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, 
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a 
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao 
imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei 
complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto 
estadual.
§ 1º O imposto incide também:
O crédito do ICMS advém do direito de abater das respectivas saídas o imposto pago na 
aquisição de produtos e mercadorias e serviços.
O montante do crédito corresponde ao valor a ser abatido do respectivo débito do imposto. 
Caso o crédito seja maior que o débito, denomina-se "crédito acumulado".
É importante o acompanhamento sistemático de tais créditos, visando otimizá-los e reduzir, de 
forma legal, o montante do ICMS a pagar.
Exemplo:
Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00
Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias R$ 
10.000,00.
Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 –R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00
SALDOS CREDORES ACUMULADOS
Saldos credores acumulados por estabelecimentos que realizem operações e prestações de 
exportações para o exterior podem ser, na proporção que estas saídas representem do total 
das saídas realizadas pelo estabelecimento:
I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;
II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes do 
mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que reconheça 
o crédito. 
Base: art. 25, § 1º da Lei Complementar nº 87/96 (Conhecida, também, como Lei Kandir).
21
I –sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa 
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer 
que seja a sua finalidade;
II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior;
III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia 
elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, 
decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde 
estiver localizado o adquirente.
Sujeito Passivo:
LC n° 87/96: Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que 
realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, 
operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo 
sem habitualidade ou intuito comercial:
I –importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;
II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior;
II –adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;
IV –adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de 
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização.
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)8 –CF, art. 
155, III
Fato Gerador:
8 Embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA). Esta foi a decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ao dar 
provimento, por maioria, ao Recurso Extraordinário (RE) 379572.
22
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), devido 
anualmente, tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor de 
qualquer espécie. (Lei Estadual de SP nº 6.606/89, art. 1°).
Sujeito Passivo:
Contribuinte do imposto é o proprietário do veículo. (Lei ° 6.606/89, art. 3°).
Obs.: Determina a referida Lei:
Art. 4°: São responsáveis, solidariamente, pelo pagamento do imposto:
I - o adquirente, em relação ao veículo adquirido sem o pagamento do imposto 
do exercício ou exercícios anteriores;
II - o titular do domínio e/ou o possuidor a qualquer título;
III - o proprietário de veículo de qualquer espécie, que o alienar e não 
comunicar a ocorrência ao órgão público encarregado do registro e 
licenciamento, inscrição ou matrícula;
III - o proprietário de veículo de qualquer espécie, que o alienar e não 
comunicar a ocorrência ao órgão público encarregado do registro e 
licenciamento, inscrição ou matrícula, na forma do artigo 18.
IV - o funcionário que autorizar ou efetuar o registro e licenciamento, inscrição 
ou matrícula de veículo de qualquer espécie, sem a prova de pagamento ou do 
reconhecimento de isenção ou imunidade do imposto.
Impostos dos Municípios
Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) –CF, art. 
156, I
Fato Gerador: O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana tem 
como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por 
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona 
urbana do Município (CTN, art. 32).
Sujeito Passivo; Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de 
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 34).
Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos 
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos 
a sua aquisição (ITBI) –CF, art. 156, II
23
Fato Gerador:
a - a transmissão da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por
natureza ou acessão física, como definidos na lei civil;
b - a transmissão de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia;
c - a cessão de direitos relativos à aquisição dos bens referidos nas letras 
anteriores (Lei Municipal de Santos n° 634/89, art. 1°)
Obs.: Determina a referida lei:
Artigo 2º - Estão compreendidos, entre outros casos, na incidência do Imposto:
I - a compra e venda;
II - a dação em pagamento;
III - a permuta, inclusive nos casos em que a copropriedade se tenha
estabelecido pelo mesmo título aquisitivo ou em bens contíguos;
IV - o mandato em causa própria ou com poderes equivalentes para a
transmissão de imóveis e respectivos substabelecimentos;
V - a arrematação, adjudicação e a remição;
VI - a cessão de direitos do arrematante ou adjudicatário, depois de assinado o 
auto de arrematação ou adjudicação;
VII - o valor dos imóveis que na divisão do patrimônio comum ou na partilha, 
forem atribuídos a um dos cônjuges separados, divorciados ou cônjuge 
supérstite ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão 
relativo a cada imóvel;
VIII- a cessão de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda;IX - a cessão de direitos à sucessão aberta de imóveis situados no Município;
X - a cessão de benfeitorias e construções em terreno compromissado à venda 
ou alheio;
XI - o uso, o usufruto e a enfiteuse.
Sujeito Passivo:
a - o adquirente dos bens ou direitos transmitidos;
b - na cessão de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda, o 
cessionário (Lei Municipal de Santos n° 634/89, art. 6°).
Obs.: Na permuta, cada contratante deve pagar o imposto sobre o valor do 
bem adquirido. (Lei n° 634/89, parágrafo único).
Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) –CF, art. 156, III
24
Fato Gerador:
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos 
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de 
serviços constantes da lista prevista na Lei Complementar n° 116/03, ainda que 
esses não se constituam como atividade preponderante do prestador (LC n° 
116/03, art. 1°).
O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou 
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País (LC n° 116/03, art. 1°, § 
1°).
O imposto incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de 
bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, 
permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo 
usuário final do serviço (LC n° 116/03, art. 1°, § 3°).
Sujeito Passivo: Contribuinte do imposto é o prestador do serviço (LC n° 
116/03, art. 5°).
Segue tabela de resumo dos impostos supracitados:
IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO
SIGLA NOME FATO 
GERADOR
BASE DE 
CÁLCULO
CONTRIBUINTE
II Imposto sobre a 
importação de 
produtos 
estrangeiros
Entrada no 
território 
nacional
A unidade de 
medida 
adotada pela 
lei ou o valor 
do produto 
ou da 
arrematação
O importador ou 
quem a lei a ele 
equiparar e o 
arrematante.
IE Imposto sobre a 
exportação de 
produtos 
nacionais ou 
nacionalizados
Saída do 
território 
nacional
A unidade de 
medida 
adotada pela 
lei ou o valor 
do produto 
O exportador ou 
quem a lei a ele 
equiparar.
25
IR Imposto sobre a 
renda e 
proventos de 
qualquer 
natureza
Aquisição da 
disponibilidade 
econômica ou 
jurídica de 
rendas e 
proventos de 
qualquer 
natureza.
O montante 
real, 
arbitrado ou 
presumido 
das rendas e 
proventos de 
qualquer 
natureza.
O titular da 
aquisição da 
disponibilidade 
econômica ou 
jurídica de 
rendas e 
proventos de 
qualquer 
natureza.
IPI Imposto sobre 
produtos 
Industrializados
Saída do 
produto de 
estabelecimento 
considerado 
contribuinte 
pela lei, o 
desembaraço 
aduaneiro ou a 
arrematação.
Valor da 
operação de 
que decorrer 
a saída do 
produto, o 
valor da 
arrematação 
ou, no caso 
de 
importação, 
o preço 
normal + II e 
despesas 
aduaneiras.
O industrial, o 
comerciante a 
ele equiparado 
por lei, o 
importador ou 
quem a lei a ele 
equiparar e o 
arrematante.
IOF Imposto sobre 
operações de 
crédito, câmbio, 
seguro ou 
relativas a títulos 
ou valores 
mobiliários.
Realização das 
operações de 
crédito, câmbio, 
seguro ou 
relativas a 
títulos ou 
valores 
mobiliários.
Valor das 
operações.
Qualquer das 
partes 
envolvidas.
ITR Imposto sobre a 
propriedade 
Propriedade, 
domínio útil ou 
Valor 
fundiário da 
O proprietário, o 
possuidor ou o 
26
territorial rural. posse sobre 
imóvel rural por 
natureza.
propriedade. enfiteuta.
IGF Imposto sobre 
grandes fortunas.
Depende de Lei 
Complementar.
IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DF
SIGLA NOME FATO 
GERADOR
BASE DE 
CÁLCULO
CONTRIBUINTE
ITCMD Imposto sobre 
transmissão 
causa mortis e 
doação de 
qualquer bens ou 
direitos a eles 
relativos.
Transmissão 
dos bens ou 
direitos.
Valor dos 
bens ou 
direitos.
Qualquer das 
partes 
envolvidas.
ICMS Imposto sobre a 
circulação de 
mercadorias e 
serviços de 
transporte 
interestadual e 
intermunicipal e 
de comunicação, 
ainda que 
iniciados no 
exterior.
Circulação das 
mercadorias 
ou prestação 
dos serviços 
de transporte 
interestadual e 
intermunicipal 
e de 
comunicação.
Valor das 
mercadorias 
ou dos 
serviços de 
transporte 
interestadual 
e 
intermunicipal 
e de 
comunicação.
O 
estabelecimento 
que dá 
circulação à 
mercadoria ou o 
prestador do
serviço de 
transporte e de 
comunicação.
IPVA Imposto sobre a 
propriedade de 
veículo 
automotores. 
Propriedade 
sobre veículos 
automotores.
Valor dos 
veículos 
automotores.
O proprietário do 
veículo 
automotor.
IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS
27
SIGLA NOME FATO 
GERADOR
BASE DE 
CÁLCULO
CONTRIBUINTE
IPTU Imposto sobre a 
propriedade 
predial e 
territorial urbana.
Propriedade, 
domínio útil ou 
posse sobre 
imóvel urbano 
por natureza 
ou acessão 
física.
Valor venal 
da 
propriedade.
O proprietário, o 
possuidor ou o 
enfiteuta.
ITBI Imposto sobre a 
transmissão 
onerosa de bens 
imóveis ou 
direitos a eles 
relativos, exceto 
os de garantia, 
bem como a 
cessão de 
direitos à sua 
aquisição.
Transmissão 
dos bens ou 
direitos.
Valor dos 
bens ou 
direitos.
Qualquer da 
partes 
envolvidas.
ISS Imposto sobre 
serviços de 
qualquer 
natureza
Prestação dos 
serviços 
previstos na 
lista da Lei 
Complementar 
nº 116/03.
Valor dos 
serviços.
O prestador dos 
serviços.
Procedimento Administrativo e Processo Judicial Tributário
Processo Tributário
Pode-se conceituar o processo tributário como um conjunto de 
atos administrativos e judiciais supostamente ordenados, como o objetivo de 
apurar a obrigação tributária ou descumprimento desta.
28
O processo tributário pode ser dividido em: procedimento 
administrativo e processo judicial tributário.
O procedimento administrativo tributário é desenvolvido na própria 
repartição fiscal e tem por finalidade resolver as possíveis lides entre o fisco e 
contribuinte. Ele pode se destina à determinação, exigência, dispensa do 
crédito fiscal, bem como à fixação do alcance de normas de tributação sobre 
casos concretos pelos órgãos competentes ou à imposição de penalidades ao 
contribuinte.
O objeto do procedimento administrativo tributário se identifica 
com a sanção de um ato administrativo, de natureza tributária, de caráter 
individual ou geral, que tem a sua origem na própria administração pública, 
com a finalidade de regular a relação jurídica existente entre ela e o 
contribuinte.
O processo judicial tributário é o momento após o procedimento 
administrativo, ou seja, ele já pode recorrer ao Poder Judiciário para garantir os 
seus direitos.
O objeto do processo judicial tributário reside na emissão de uma 
norma individual, de natureza jurisdicional, por um órgão independente da 
autoridade tributária e do contribuinte.
A partir de agora será estudado cada um deles.
Procedimento Administrativo Tributário
Consiste em uma série de atos, executados pela Fazenda 
Pública, com a finalidade de esclarecer qual é a obrigação tributária, no intuito 
de formar um título que possa ser inscrito como dívida ativa e assim permitir a 
execução fiscal do crédito tributário. O procedimento administrativo tributária 
29
varia de acordo com osujeito ativo da obrigação tributária. Daí a possibilidade 
de haver procedimentos administrativos municipais, estaduais e federais.
O procedimento administrativo é composto por cinco fases:
Instauração – ocorre em razão de ato formal da autoridade 
competente, que poderá consistir em ato de cientificação do procedimento 
fiscal, em apreensão de mercadorias, documentos, livros etc.
Instrução –ocorre quando o processo deve ser instruído com 
elementos que servem de base à quantificação do crédito tributário ou à 
aprovação de que o contribuinte é acusado e, depois, com prova indicada na 
defesa.
Defesa – é a garantia constitucional de todo acusado em 
processo judicial ou administrativo. É feita pela impugnação de exigência fiscal 
e determina o início da fase litigiosa do procedimento.
Relatório–é quando a autoridade preparadora faz um relatório do 
ocorrido no processo e encaminhando até a autoridade competente para o 
julgamento.
Julgamento – pode ser dividido em duas instâncias: decisão 
individual e decisão colegiada.
Por se tratar de direito administrativo e direito tributário, o 
procedimento administrativo deve obrigatoriamente seguir os princípios 
constitucionais administrativos (princípio da legalidade, princípio da oficialidade, 
princípio do inconformismo, princípio da verdade material, princípio do devido 
processo).
Antes de adentrar-se no procedimento administrativo contencioso, 
será visto o procedimento administrativo preventivo, também, chamado de 
consulta. Consulta é um procedimento administrativo pelo qual alguém objetiva 
30
obter interpretação a respeito dos dispositivos da legislação tributária que o 
Estado reputa aplicáveis a um fato determinado (Wagner Balera –Revista de 
Direito Tributário, n. 45).
Procedimento de Consulta no âmbito federal –qualquer um tem 
legitimidade para formular consulta.
No momento em que se é formulado o pedido de consulta dentro 
do prazo legal para o recolhimento do tributo, o art. 161 do CTN impede que 
seja cobrado os juros moratórios, imposição de penalidade e a aplicação de 
medidas de garantia.
A consulta será formulada por escrito e apresentada no órgão da 
Receita Federa do domicílio do consulente, não podendo nenhum 
procedimento fiscal ser instaurado contra ele, relativamente à espécie 
consultada, até o trigésimo dia subseqüente à solução dada.
A consulta será solucionada em instância única, não cabendo 
recurso nem pedido de reconsideração da Solução de Consulta ou Despacho 
Decisório que declarar a sua ineficácia.
Procedimento de Consulta no âmbito estadual – no âmbito 
estadual a consulta varia de Estado para Estado, com base, entretanto, na 
legislação federal.
Ela poderá ser formulada versando sobre a interpretação e 
aplicação da lei tributária, devendo o consulente demonstrar possuir legítimo 
interesse.
A consulta será protocolada na repartição fiscal a que estiver 
vinculado o consulente e, nas capitais, na Consultoria Tributária, devendo ser 
respondida: dentro de 30 dias quando for protocolada na Consultoria Tributária 
e 45 dias quando for protocolada na repartição fiscal.
31
Quando for formulada a consulta haverá: a suspensão do curso 
do prazo para o pagamento do imposto, em relação à situação sobre a qual for 
pedida a interpretação da legislação aplicável; o impedimento, até o término do 
prazo fixado na resposta, do início de qualquer procedimento fiscal destinado à 
apuração de infrações relacionadas com a matéria consultada.
Não produzirá efeito a consulta formulada:
a) Sobre fato praticado por estabelecimento em relação ao 
qual tiver sido lavrado auto de infração, termo de apreensão, 
termo de início de verificação fiscal ou expedida notificação;
b) Sobre matéria que tiver sido objeto de ato normativo;
c) Sobre matéria que tiver sido objeto de decisão proferida em 
processo administrativo já findo, de interesse do consulente;
d) Sobre matéria objeto de consulta anteriormente feita pelo 
consulente e respondida pela Consultoria Tributária.
São efeitos da resposta:
a) O consulente deverá adotar o entendimento contido na 
resposta do prazo que esta fixar, não inferior a 15 dias;
b) O consulente que não proceder em conformidade com os 
termos da resposta ficará sujeito à lavratura de auto de infração e 
às penalidades aplicáveis.
Das respostas da Consultoria Tributária não caberá recurso ou 
pedido de reconsideração.
Procedimento de Consulta no âmbito municipal –existe um sério 
problema com relação a isso, pois os Municípios não se preocupam ou mesmo 
querem se adaptar ao Dec. 70.235/72, que rege o procedimento administrativo. 
Desta forma, é necessário que o consulente deve formular a consulta 
obedecendo fielmente os rigores da lei para que consiga obter uma resposta 
adequada da Prefeitura local.
32
Procedimento administrativo tributário contencioso, em sentido 
genérico, significa que todo o sistema de prestação jurisdicional é destinado a 
resolver conflitos emergentes da relação entre o contribuinte e o fisco, dentro 
do próprio âmbito da Administração Pública.
Procedimento administrativo tributário contencioso federal – o 
primeiro deles é o Mandado de Procedimento Fiscal, que é a ordem específica 
que inicia o procedimento de fiscalização que deverá ser apresentado pelos 
Auditores Fiscais da Receita Federal.
Sendo que ele deve seguir as seguintes características: a 
numeração de identificação e controle; os dados do sujeito passivo; a natureza 
do procedimento fiscal a ser executado; o prazo para a realização do 
procedimento fiscal; o nome e a matrícula do AFRF responsável pela execução 
do mandado; o nome, o número do telefone e o endereço funcional do chefe da 
AFRF a que se refere o inciso anterior; o nome, a matrícula e a assinatura da 
autoridade emissora; e, o código de acesso à internet que permitirá ao sujeito 
passivo, objeto do procedimento fiscal.
O Mandado será também emitido pelo Corregedor Geral e pelo 
Coordenador Geral de Pesquisa e Investigações, no âmbito de suas atribuições 
regimentais. O Mandado será extinto pela conclusão do procedimento fiscal, 
registrado em termo próprio ou pelo decurso dos prazos de validade.
O segundo deles é o Auto de Infração e Imposição de Multa. Por 
intermédio de agente público, é verificada a existência de um ilícito tributário, 
ele é formalizado por intermédio de documento denominado auto de infração. 
Não sendo cumprida a exigência, nasce o procedimento contencioso.
Contudo, o procedimento contencioso não decorre simplesmente 
da existência de um auto de infração, há a necessidade de que o sujeito 
passivo a impugne. Daí o motivo de existir duas fases no procedimento 
administrativo: não litigiosa e litigiosa.
33
Assim, se o sujeito passivo, não se conformando com os 
embasamentos do ilícito tributário contidos no auto de infração, apresenta sua 
impugnação, neste momento instaura-se a segunda fase do processo fiscal.
Daí ocorre a notificação de lançamento de crédito tributário ou 
pelo auto de infração. O primeiro é o documento pelo qual é levado ao 
conhecimento do sujeito passivo a sua obrigatoriedade no cumprimento da 
exigência fiscal. E o último é a notificação da penalidade e a imposição de 
multa.
A impugnação ou defesa é o meio que se faculta ao sujeito 
passivo para contestar, em todo ou em parte, as infrações que, lavradas no 
auto de infração, lhe são atribuídas e eliminar sua responsabilidade por elas e 
a eficácia das acusações quanto aos efeitos extraídos e que o estão onerando.
A impugnação deve ser apresentada por escrito e ser instruída 
com os documentos em que se fundamentar e só será eficaz se apresentada 
no prazo de 30 dias, contados da dataem que for feita a intimação da 
exigência ao órgão preparador do procedimento a que se destina.
Em primeira instância a autoridade julgadora a quem a 
impugnação é dirigida será o Delegado da Receita Federal.
Se o sujeito passivo não exercer seu direito de impugnar o 
processo, será declarado revel, e a peça terá continuidade, mesmo sem sua 
presença, permanecendo no órgão pelo prazo de 30 dias para cobrança
amigável do crédito tributário. Esgotado o prazo sem que o crédito tributário 
tenha sido pago, o órgão preparador declarará o sujeito passivo devedor 
remido, e o processo será encaminhado à autoridade competente para 
promover a cobrança executiva, após a inscrição na dívida ativa da Fazenda 
Pública.
34
Entretanto, se dentro do prazo de 30 dias o sujeito passivo não se 
satisfazer com a decisão proferida pela autoridade de primeira instância, 
poderá recorrer à que lhe é hierarquicamente superior, ou seja, à segunda 
instância, para pleitear a modificação da decisão.
Na segunda instância, o contencioso fiscal da União é formado 
pelo Conselho de Contribuintes, órgãos colegiados de composição paritária 
que decidem controvérsias sobre tributos federais. Tanto o recurso voluntário, 
oferecido pelo contribuinte, quanto o recurso de ofício, oferecido pela 
autoridade administrativa, serão julgados em segunda instância por estes 
conselhos.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF foi 
criado pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 
27 de maio de 2009, e instalado pelo Ministro de Estado da Fazenda em 
15/2/2009, mediante Portaria MF nº 41, de 2009. A Portaria MF nº 256, de 22 
de junho de 2009, aprovou o Regimento Interno do CARF.
O Conselho é dividido da seguinte maneira:
1. Três Seções, compostas por 4 (quatro) Câmaras cada, estas 
integradas por turmas ordinárias e especiais.
2. Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), formada por 3 
(três) turmas.
À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e 
voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da 
legislação de:
I - Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ);
II - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
III - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar 
de antecipação do IRPJ;
IV - demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte 
(IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, 
assim compreendidos os referentes às exigências que estejam 
35
lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática 
de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ;
V - exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da 
aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de 
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e 
das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento 
diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e 
empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e 
recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de 
arrecadação (SIMPLES-Nacional);
VI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias 
pelas pessoas jurídicas, relativamente aos tributos de que trata 
este artigo; e
VII - tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não 
incluídos na competência julgadora das demais Seções.
À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e 
voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da 
legislação de:
I - Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF);
II - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF);
III - Imposto Territorial Rural (ITR);
IV - Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título 
de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei 
n° 11.457, de 16 de março de 2007; e
V - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias 
pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de 
que trata este artigo.
À Terceira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e 
voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da 
legislação de:
36
I - Contribuição para o PIS/PASEP e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS), inclusive as 
incidentes na importação de bens e serviços;
II - Contribuição para o Fundo de Investimento Social 
(FINSOCIAL);
III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
IV - Crédito Presumido de IPI para ressarcimento da Contribuição 
para o PIS/PASEP e da COFINS;
V - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira 
(CPMF);
VI - Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira (IPMF);
VII - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e 
sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF);
VIII - Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico 
(CIDE);
IX - Imposto sobre a Importação (II);
X - Imposto sobre a Exportação (IE);
XI - contribuições, taxas e infrações cambiais e administrativas 
relacionadas com a importação e a exportação;
XII - classificação tarifária de mercadorias;
XIII - isenção, redução e suspensão de tributos incidentes na 
importação e na exportação;
XIV - vistoria aduaneira, dano ou avaria, falta ou extravio de 
mercadoria;
XV - omissão, incorreção, falta de manifesto ou documento 
equivalente, bem como falta de volume manifestado;
XVI - infração relativa à fatura comercial e a outros documentos 
exigidos na importação e na exportação;
XVII - trânsito aduaneiro e demais regimes aduaneiros especiais, 
e dos regimes aplicados em áreas especiais, salvo a hipótese 
prevista no inciso XVII do art. 105 do Decreto-Lei n° 37, de 18 de 
novembro de 1966;
XVIII - remessa postal internacional, salvo as hipóteses previstas 
nos incisos XV e XVI, do art. 105, do Decreto-Lei n° 37, de 1966;
37
XIX - valor aduaneiro;
XX - bagagem; e
XXI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias 
pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de 
que trata este artigo.
Cabe, ainda, à Terceira Seção processar e julgar recursos de 
ofício e voluntário de decisão de primeira instância relativos aos 
lançamentos decorrentes do descumprimento de normas 
antidumping ou de medidas compensatórias.
Ressalta-se, não é facultado à Fazenda Pública recorrer das 
decisões dos Conselhos quando lhe sejam desfavoráveis.
Todavia, existe a Câmara Superior de Recursos Fiscais 
(CSRF) que, por suas turmas, julga os recursos Especial9 e Embargos de 
9 Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009:
“Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão
que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de
câmara, turma especial ou a própria CSRF.
§ 1° Para efeito da aplicação do caput, entende-se como outra câmara ou turma as que
integraram a estrutura dos Conselhos de Contribuintes, bem como as que integrem ou vierem a 
integrar a estrutura do CARF.
§ 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de
jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do 
CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de
primeira instância.
§ 3° O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria
prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais.
§ 4° Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida
indicando até duas decisõesdivergentes por matéria.
§ 5° Na hipótese de apresentação de mais de dois paradigmas, caso o recorrente não indique a
prioridade de análise, apenas os dois primeiros citados no recurso serão analisados para fins
de verificação da divergência.
§ 6° A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação
dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão
recorrido.
38
§ 7° O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como
paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a
apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas.
§ 8° Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser
impressa diretamente do sítio do CARF ou da Imprensa Oficial.
§ 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do
recurso, desde que na sua integralidade
§ 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela
CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma
indicado.
§ 11. É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou
negar provimento a recurso de ofício.
Art. 68. O recurso especial, do Procurador da Fazenda Nacional ou do contribuinte, deverá ser
formalizado em petição dirigida ao presidente da câmara à qual esteja vinculada a turma que
houver prolatado a decisão recorrida, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da ciência
da decisão.
§ 1° Interposto o recurso especial, compete ao presidente da câmara recorrida, em despacho
fundamentado, admiti-lo ou, caso não satisfeitos os pressupostos de sua admissibilidade,
negar-lhe seguimento.
§ 2° Se a decisão contiver matérias autônomas, a admissão do recurso especial poderá ser
parcial.
Art. 69. Admitido o recurso especial interposto pelo Procurador da Fazenda Nacional, dele será 
dada ciência ao sujeito passivo, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer
contrarrazões e, se for o caso, apresentar recurso especial relativa à parte do acórdão que lhe
foi desfavorável.
Art. 70. Admitido o recurso especial interposto pelo contribuinte, dele será dada ciência ao
Procurador da Fazenda Nacional, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer
contrarrazões.
Art. 71. O despacho que rejeitar, total ou parcialmente, a admissibilidade do recurso especial
será submetido à apreciação do Presidente da CSRF.
§ 1° O Presidente do CARF da CSRF poderá designar conselheiro da CSRF para se 
pronunciar sobre a admissibilidade do recurso especial interposto.
§ 2° Na hipótese de o Presidente da CSRF entender presentes os pressupostos de
admissibilidade, o recurso especial terá a tramitação prevista nos art. 69 e 70, dependendo do
caso.
§ 3° Será definitivo o despacho do Presidente da CSRF que negar ou der seguimento ao
recurso especial.”
39
Declaração10 contra decisões de Câmara, de turmas ordinárias ou de turma 
especial, observada a seguinte especialização.
Á Primeira Turma da CSRF cabe o julgamento dos recursos 
provenientes de decisões proferidas pela Primeira Seção. Á Segunda Turma 
da CSRF cabe o julgamento dos recursos provenientes de decisões proferidas 
10Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009:
“Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou
contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia
pronunciar-se a turma.
§ 1° Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada
dirigida ao presidente da Turma, no prazo de cinco dias contado da ciência do acórdão:
I - por conselheiro do colegiado;
II - pelo contribuinte, responsável ou preposto;
III - pelo Procurador da Fazenda Nacional;
IV - pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões;
V - pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do 
acórdão.
§ 2º O presidente da Turma poderá designar conselheiro para se pronunciar sobre a
admissibilidade dos embargos de declaração.
§ 3° O despacho do presidente será definitivo se declarar improcedentes as alegações
suscitadas, sendo submetido à deliberação da turma em caso contrário.
§ 4° Do despacho que rejeitar os embargos de declaração será dada ciência ao embargante.
§ 5° Os embargos de declaração opostos tempestivamente interrompem o prazo para a
interposição de recurso especial.
§ 6° As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às decisões em forma de
resolução.
Art. 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo
existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de
conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da
administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente.
§ 1° Será rejeitado de plano, por despacho irrecorrível do presidente, o requerimento que não
demonstrar com precisão a inexatidão ou o erro.
§ 2° Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator,
ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja
submetida à deliberação da turma.
§ 3° Do despacho que indeferir requerimento previsto no caput, dar-se-á ciência ao
requerente.”
40
pela Segunda Seção. Á Terceira Turma da CSRF cabe o julgamento dos 
recursos provenientes de decisões proferidas pela Terceira Seção.
Ao Pleno da CSRF compete a uniformização de decisões 
divergentes, em tese, das turmas da CSRF, por meio de resolução. Ao Pleno
da CSRF cabe, ainda, por proposta do Presidente, dirimir controvérsias sobre
interpretação e alcance de normas processuais aplicáveis no âmbito do CARF.
E, por fim, as resoluções de que trata este artigo vincularão as turmas 
julgadoras do CARF.
Procedimento administrativo tributário contencioso estadual –o 
procedimento tributário referente a tributos estaduais terá por base o auto de 
infração e imposição de multa, a notificação, a intimação ou petição do 
contribuinte ou responsável.
No auto de infração, a autoridade administrativa deverá identificar 
o infrator, descrever a infração com clareza, indicar os dispositivos legais dados 
por infringidos e capitular a penalidade.
Após ser lavrado o auto de infração, o contribuinte será notificado 
a pagar o débito fiscal com desconto na multa ou apresentar defesa, por 
escrito, no prazo de 30 dias, durante o qual o processo permanecerá na 
repartição fiscal a que estiver vinculado. É na defesa que se inicia o 
contraditório.
Apresentada ou não defesa ao auto de infração e imposição de 
multa, o procedimento será encaminhado à seção de julgamento, que decidirá 
sobre a procedência da autuação e da imposição penal.
Proferida a decisão da primeira instância, terá o autuado prazo de 
30 dias para, sob pena de inscrição na dívida ativa, efetuar o recolhimento do 
débito fiscal com aplicação de desconto, ou recorrer à segunda instância.
41
Interposto o recurso, será o processo encaminhado à repartição 
de origem para a opinião fiscal e em seguida será remetido ao órgão de 
segunda instância.
O tribunal fiscal, na maioria dos Estados, é denominado Conselho 
de Contribuintes Estaduais e tem competência para julgar em última instância 
estadual recursos contra decisões de autoridades fiscais sobre lançamentos e 
incidência de imposto, taxa e multas.
O recurso ordinário será proposto pelo contribuinte contra as 
decisões de primeira instância, no prazo de 30 dias. Trata-se de recurso 
voluntário e o seu cabimento está subordinado a três pressupostos específicos:

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