DO FGTS, QUANDO DESPEDIDO, NA FORMA PREVISTA EM LEI. CUIDA-SE DE UM DIREITO DO TRABALHADOR. DA-LHE O ESTADO GARANTIA DESSE PAGAMENTO. A CONTRIBUIÇÃO PELO EMPREGADOR, NO CASO, DEFLUI DO FATO DE SER ELE O SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO, DE NATUREZA TRABALHISTA E SOCIAL, QUE ENCONTRA, NA REGRA CONSTITUCIONAL ALUDIDA, SUA FONTE. A ATUAÇÃO DO ESTADO, OU DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM PROL DO RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DO FGTS, NÃO IMPLICA TORNA-LO TITULAR DO DIREITO A CONTRIBUIÇÃO, MAS, APENAS, DECORRE DO CUMPRIMENTO, PELO PODER PÚBLICO, DE OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E TUTELAR A GARANTIA ASSEGURADA AO EMPREGADO OPTANTE PELO FGTS. NÃO EXIGE O ESTADO, QUANDO ACIONA O EMPREGADOR, VALORES A SEREM RECOLHIDOS AO ERARIO, COMO RECEITA PÚBLICA. NÃO HÁ, DAI, CONTRIBUIÇÃO DE NATUREZA FISCAL OU PARAFISCAL. OS DEPOSITOS DO FGTS PRESSUPOEM VINCULO JURÍDICO, COM DISCIPLINA NO DIREITO DO TRABALHO. NÃO SE APLICA AS CONTRIBUIÇÕES DO FGTS O DISPOSTO NOS ARTS. 173 E 174, DO CTN. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO, POR OFENSA AO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO, E PROVIDO, PARA AFASTAR A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL DA AÇÃO.” Na mesma trilha, entende o STF, no que é seguido pelo STF, que não se aplicam, mesmo que por interpretação extensiva ou analógica, as disposições do CTN, v.g., o art. 135, III, do CTN, que permite o redirecionamento de execução fiscal, ou, também, as disposições afetas à prescrição (art. 174 do CTN), haja vista a adoção da prescrição trintenária para o FGTS. Aliás, urge mencionar o teor do Enunciado da Súmula 210 do STJ: “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM TRINTA (30) ANOS.” Veja a jurisprudência do STJ nesse sentido: “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. MASSA FALIDA. CRÉDITOS DE FGTS. RESPONSABILIDADE. REDIRECIONAMENTO PARA O SÓCIO-GERENTE DA EMPRESA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INVOCAÇÃO DE PRONUNCIAMENTO ACERCA DE DISPOSITIVO LEGAL (ART. 4º, § 2º, DA LEI 6.830) QUE NÃO RECEBEU MANIFESTAÇÃO POR PARTE DO TRIBUNAL A QUO. OMISSÃO INEXISTENTE. PRETENSÃO DE NULIDADE DO ACÓRDÃO DE SEGUNDO GRAU QUE SE AFASTA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 282 E 356/STF E 211/STJ. ART. 135, III, DO CTN. 1. Inadmissível recurso especial quanto á questão que, a despeito da oposição dos embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo (manifestação acerca do conteúdo do art. 4º, § 2º, da Lei 6.830/80), eis que ausente o requisito indispensável do prequestionamento. Inteligência das Súmulas 282 e 356/STF e 211/STJ. 2. Deve ser afastada, por conseguinte, a infringência ao preceito legal inscrito no art. 535, II, e 458, do CPC, ante a inexistência do vício apontado (omissão). 3. A contribuição para o FGTS não tem natureza tributária. Sua sede está no artigo 165, XIII, da Constituição Federal. É garantia de índole social. 4. Os depósitos de FGTS não são contribuições de natureza fiscal. Eles pressupõem vínculo jurídico disciplinado pelo Direito do Trabalho. 10 PIS/PASEP (contribuição) Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro COFINS – Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social; CSLL –Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Contribuições sobre movimentações financeiras CPMF – Contribuição Permanente (antes Provisória) sobre Movimentação Financeira (extinta) Contribuições –“Sistema S” Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) –Lei nº 8.029/1990; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) –Lei nº 8.621/1946; 5. Impossibilidade de, por interpretação analógica ou extensiva, aplicarem-se ao FGTS as normas do CTN. 6. Precedentes do STF RE nº 100.249-2. Idem STJ Resp nº 11.089/MG. 7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.” “PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - SÓCIO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAÇÃO À LEI OU AO REGULAMENTO. 1. A responsabilidade do sócio não é objetiva. Para que exsurja a sua responsabilidade pessoal, disciplinada no art. 135 do CTN é mister que haja comprovação de que o sócio, agiu com excesso de mandato, ou infringiu a lei, o contrato social ou o estatuto. 2. Em recente julgamento a Corte decidiu que as contribuições para o FGTS não tem natureza tributária, por isso são inaplicáveis às execuções fiscais destinadas à cobrança dessas contribuições, as disposições do Código Tributário Nacional. 3. Precedentes. 4. Recurso improvido.” De acordo com a legislação vigente, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização e a apuração das contribuições do FGTS, bem como a aplicação das multas decorrentes de infrações a essa legislação –tarefa exercida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho –SIT, órgão integrante de estrutura deste Ministério. A representação judicial e extrajudicial do FTD é de responsabilidade da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, instituição vinculada à Advocacia-Geral da União, que também exerce a Consultoria Jurídica do Ministério da Fazenda, bem assim as atribuições de inscrição em dívida ativa e execução dos créditos de natureza fiscal da Fazenda Nacional. Tal representação também pode ser exercida pela Caixa Econômica Federal, Agente Operador do Fundo, mediante convênio com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A título de reforço, não se deve confundir o FGTS com as contribuições sociais federais, criadas pela Lei Complementar nº 110/01. Estas vieram com a finalidade de obter recursos para o pagamento do acordo firmado com os correntistas do FGTS, que não tiveram suas contas corrigidas em conformidade com os expurgos inflacionários referentes aos planos econômicos Collor, Bresser e Verão. Tais exações foram consideradas pelo STF, (contribuições sociais gerais –MC da ADI nº 2556-2/DF). 11 Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) –Lei nº 8.706/1993; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) –Lei nº 4.048/1942; Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) –Lei nº 8.315/1991; Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) – Lei nº 9.403/1946; Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) –Lei nº 9.853/1946; Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP); Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) –Lei nº 8.706/1993 Outras contribuições Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (CRC, CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc), exceto a OAB; Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) – Lei nº 5.461/1968; Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –FNDCT –Lei nº 10.168/2000; Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado “Salário Educação”; Contribuição ao Funrural; Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) –Lei nº 2.613/1955; Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT); Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados); Contribuição Confederativa Patronal (das empresas); Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis –Lei nº 10.336/2001; Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Emenda Constitucional nº 39/2002; 12 Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional –CONDECINE –art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei nº 10.454/2002; Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal); Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que a