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1-          SUB-ROGAÇÃO.
O termo sub-rogação, do latim sub rogare ou sub rogatio, pode ser compreendido como ato de substituir, alterar, trocar uma coisa por outra, preservando, entretanto, os mesmos ônus e atributos da coisa trocada, ou ainda de uma pessoa por outra, quando neste caso há a substituição de indivíduos, assumindo o substituto a mesma posição e situação da pessoa substituída.
Historicamente, o conceito de sub-rogação encontra paralelos a partir do direito romano, o qual possuía institutos que, de fato, não traduziam a substituição exatamente como nós conhecemos hoje, pois entendia como sendo de natureza estritamente pessoal a vinculação da obrigação, contudo, trazia algumas semelhanças no que tange a utilização do termo succedere.
Já a concepção abordada pelo direito canônico, é a que oportunizou o desenvolvimento e ampla irradiação da sub-rogação nos códigos civis consagrados na contemporaneidade.
Quando a sub-rogação trata de coisas ou objetos, convencionou-se chamar de sub-rogação real ou objetiva, e podemos encontrar fundamentação legal, dentre outros, no artigo 1.848 do Código Civil Brasileiro de 2002, com ênfase para o § 3º, onde lê-se o seguinte:
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.
§ 1º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa.
§ 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. (BRASIL, 2008, p.379)
Sub-rogação pessoal, é aquela que, como sugere o próprio nome, trata de substituição de pessoas e pode ser compreendido como o cumprimento por um terceiro, de uma dada obrigação que originariamente foi assumida por uma pessoa, tendo como consequência a substituição de credores, muito embora se mantenham os direitos e obrigações previstos entre as partes. É sobre a sub-rogação pessoal que trata os artigos 346 a 351 do Código Civil Brasileiro.
A sub-rogação pessoal, em outras palavras, pode ser observada quando um certo fiador quita a divida assumida pelo devedor original junto ao credor e passa, a partir de então, a ocupar a posição de credor, sub-rogando para si os direitos deste último, podendo exigir do devedor tal pagamento.
Portanto, temos que dívida é quitada por um terceiro, o fiador, que adquire para si o crédito ao pagar o credor. Verifica-se assim que há uma substituição de pessoas, sem haver, no entanto, a extinção da dívida e nem liberação do devedor, que passa a ter o dever de pagar o fiador. É válido ressaltar que sempre deve haver um pagamento antes da substituição.
A professora Maria Helena Diniz, disserta acerca sub-rogação pessoal e nos esclarece o seguinte:
Efetivado o pagamento por terceiro, o credor ficará satisfeito e não mais terá o poder de reclamar do devedor o adimplemento da obrigação; porém, como o devedor não solveu o débito, continuará a ter o dever de prestá-lo ante o terceiro solvente, alheio à relação negocial primitiva, até que o pagamento de sua parte extinga o liame obrigacional. Fácil é denotar que esse instituto visa tutelar os direitos do terceiro que efetua o pagamento de dívida de outrem, possibilitando-lhe tomar o lugar do credor que foi pago, de modo que a relação obrigacional só se extingue no que concerne ao credor satisfeito. Logo, o devedor não se exonerará do vínculo negocial, visto que ele sobreviverá relativamente ao terceiro que pagou o débito, a quem passa a titularidade do crédito com todos os seus acessórios, isto é, garantias reais ou fidejussórias (RT, 188:666). Não se terá, portanto, extinção da obrigação, mas substituição do sujeito ativo, pois o credor passará a ser o terceiro (RT, 455:188). (2007, p.261).
Como percebemos o pagamento por sub-rogação gera dois efeitos necessários em decorrência de sua aplicação, a saber, a liberação em função da extinção, ou satisfação do débito junto ao credor originário, comumente chamado de efeito liberatório, e o efeito translativo que surge em virtude da transferência do vinculo obrigacional para o novo credor.
 
Natureza jurídica
Sobre a natureza jurídica do pagamento com sub-rogação, há várias divergências entre os doutrinadores, divergências estas devido principalmente ao fato de que neste postulado legal haver como característica principal o pagamento sem a extinção do débito, entretanto, usaremos como base a doutrina defendida por Diniz, que assim a define:
Trata-se de um instituto autônomo, mediante o qual o crédito, com o pagamento feito por terceiro, se extingue ante o credor satisfeito, mas não em relação ao devedor, tendo-se apenas uma substituição legal ou convencional do sujeito ativo. A sub-rogação é, pois, uma forma de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver a satisfação do primitivo credor. (2007, p. 270)
Modalidades ou espécies de pagamento com sub-rogação pessoal
No Direito Brasileiro são admitidas duas formas de pagamento por sub-rogação pessoal, que podem ser aplicadas ou por força da lei ou por convenção entre as partes.
 
Sub-rogação legal
A substituição por força da lei é chamada de sub-rogação legal e está prevista no artigo 346 do CC/02 e pode ocorrer principalmente em três circunstancias:
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. (BRASIL, 2008, p.148)
Os casos em que se aplicam o Inciso I ocorrem quando, por exemplo, duas ou mais pessoas são credoras do mesmo devedor, podendo neste caso ser aplicada a sub-rogação legal se qualquer um dos credores pagar ao credor que possui prioridade no pagamento do crédito, o valor devido.
Gagliano nos ensina sobre o Inciso II o seguinte:
A hipoteca é um direito real de garantia incidente sobre imóveis. Em geral, quando uma pessoa pretende obter um empréstimo, o credor, antes de fornecer o numerário, costuma exigir garantias e, em especial, uma garantia real, a exemplo da hipoteca de um imóvel do devedor (uma fazenda, por exemplo). Neste caso, o proprietário terá o seu bem gravado (pela hipoteca), podendo o credor hipotecário reavê-lo em mãos de quem quer que seja, por força do chamado “direito de sequela”. Nada impede, porém, que o devedor aliene o bem hipotecado a um terceiro, ciente da hipoteca (aliás, toda hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro Imobiliário). Este adquirente (o comprador da fazenda), portanto, objetivando liberar o imóvel, poderá pagar a soma devida ao credor hipotecário, sub-rogando-se em seus direitos. (2011, p.200)
O caso previsto no inciso III é o mais comumente empregado, pois trata-se de situações onde um terceiro, juridicamente interessado no cumprimento da obrigação, faz a quitação do débito e sub-roga para si os direitos do credor.
Entende-se que a sub-rogação não pode vir a oferecer-se como uma fonte de lucros ou de vantagens. O credor sub-rogado não pode obter vantagem na aplicação do instituto, ficando seu direito limitado ao valor que desembolsou para satisfazer a obrigação, com todos os seus acessórios.
 
Sub-rogação convencional
É aquela ocorre quando a substituição é definida por escrito entre as partes nas relações contratuais, ou seja, é aquela decorrente da manifestação da própria vontade dos interessados e está prevista em duas hipóteses, como nos artigo 347 do CC/02, que a disciplina nos seguintes parâmetros:
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa emprestaao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. (BRASIL, 2008, p.184)
Em qualquer modalidade em que se aplique a sub-rogação, quer seja ela legal ou convencional, o sub-rogado passa a adquirir para si o próprio crédito do sub-rogante, recebendo, juntamente com todos os seus acessórios, o crédito da obrigação.
2-          IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO.
 Sobre o instituto da imputação do pagamento poderíamos deduzir que consistiria no ato de determinar, indicar ou especificar qual débito líquido e vencido, dentre várias dívidas da mesma espécie, se estaria se extinguindo ao efetuar pagamento de um determinador valor não corresponde à totalidade da obrigação adquirida.
Marcus Acquaviva conceitua esse instituto do direito civil como sendo uma “forma de extinção de obrigações mediante a qual, em dívidas da mesma natureza, líquidas e vencidas, com unicidade de devedor e de credor, se determina qual delas será considerada extinta, em caso de oferecimento de pagamento.” (2009, p. 454)
O Ordenamento Jurídico Brasileiro pressupõe três espécies de imputação do pagamento, onde essa determinação pode ser definida, em caso de não discordância do credor em relação ao recebimento nessas condições a parcialidade do pagamento, primeiramente pelo próprio devedor, não havendo essa indicação pelo mesmo, o credor passa a ter tal atributo, e em caso de não manifestação de nenhuma das partes, sucede-se o que é estabelecido pela lei.
O Código Civil Brasileiro de 2002 define, nos artigos 352 a 355, as disposições legais da imputação do pagamento, e versa da seguinte forma:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. (BRASIL, 2008, p.185)
Para que haja a imputação do pagamento, presume-se a necessidade de alguns requisitos básicos, os quais podemos observar no próprio texto legal, tal como nos descreve a professora Maria Helena Diniz (2007, p. 276), ao especificar requisitos indispensáveis tais como: Existência de dualidade ou pluralidade de dívidas; Identidade de credor e de devedor; Igual natureza dos débitos; Suficiência do pagamento para resgatar qualquer das dívidas.
A principal função deste instituto é a de viabilizar um meio de pagamento, adimplemento, tendo, portanto, como efeito direto e consequente a quitação da obrigação do devedor junto ao credor.
3-           PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO.
O pagamento por consignação consiste, de modo genérico, em um verdadeiro direito que assiste ao devedor em extinguir sua obrigação. Em outras palavras, compreende o ato em que o devedor quita sua dívida através de depósito judicial.
O termo consignação é proveniente do latim cum signare, e tem como significado principal marcar com um sinal, por selo em algo, tornar conhecido. Historicamente, foi instituído na Roma antiga e era possível quando o credor não demonstrava interesse no recebimento da dívida e, em face da manutenção da honra do devedor, determinava-se o depósito para que fosse satisfeito o débito, normalmente feito em algum templo ou santuário e com a indicação de quem era o autor do depósito.
Acquaviva (2009, p.216) nos ensina que no direito brasileiro, o instituto do pagamento em consignação consiste, assim chamado em nosso Ordenamento Jurídico, em [...] o depósito feito judicialmente ou em estabelecimento bancário oficial (CPC: art. 890, § 1º), extinguindo-se a obrigação.
O pagamento por consignação encontra amparo no direito brasileiro nos artigos 334 a 345 do Código Civil de 2002, os quais dispõem e estabelecem as condições necessárias para que possa haver tal tipo de extinção por meio indireto da obrigação, e nos diz o seguinte:
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. (BRASIL, 2008, p.183 a 184)
A partir da análise do texto legal, é valido ressaltar o caráter taxativo empregado, o qual desconsidera outras formas de realização de pagamento em consignação fora das determinadas por lei. Verifica-se ainda que a consignação somente se aplica nas obrigações de dar, por ser impossível realiza-la quando se refere a um serviço ou em obrigações de não fazer.
Na consignação o autor da ação é o devedor, já a condição de réu cabe ao credor e a quitação é executada após a sentença, a qual determinará as condições do pagamento, se tal pagamento corresponde ao débito, se o devedor tem razão ao solicitar a consignação, se a obrigação está extinta e ainda se mesma é ou não procedente.
Maria Helena Diniz (2007, p. 244), ao versar sobre pagamento em consignação dispõe o seguinte:
É um modoespecial de liberar-se da obrigação, concedido por lei ao devedor, se ocorrerem certas hipóteses excepcionais, impeditivas do pagamento. Apenas nos casos previstos em lei poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida (CPC, art. 890, com redação da Lei n. 8.951/94).
O artigo 890, § 1º a 4º, do Código de Processo Civil admite uma possibilidade de consignação extrajudicial, a qual prevê um depósito feito diretamente em estabelecimento bancário, sem a necessidade de um juiz ou advogado para que se realize tal ação.
Os principais efeitos da aplicação deste instituto é a liberação do devedor de sua obrigação e a extinção da obrigação. Também são liberados de suas obrigações os fiadores e impõem ao credor o ressarcimento das custas causadas por sua recusa em receber a obrigação do devedor.
4-          DAÇÃO EM PAGAMENTO.
Esta forma de pagamento consiste em um acordo entre as partes onde se admite a possibilidade de extinguir a obrigação através da entrega de um objeto diferente daquele que originariamente havia sido convencionado para a quitação do débito. A dação em pagamento remete ao verbo dar, e é proveniente do latim datio in solutom, ou pro soluto.
É, de fato, um acordo onde o credor concorda, aceita, em receber do devedor uma obrigação diferente daquela que foi acertada anteriormente, assumindo, portanto, a dação em pagamento um caráter liberatório para o devedor e somente pode ser executada após a troca do objeto de extinção da obrigação.
Os artigos 356 a 359 do CC/02 determinam as bases e condições para aplicação deste instituto e Diniz entende como um acordo liberatório, feito entre credor e devedor, em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa da avençada. (2007, p.285)
Há de se destacar que para que seja possível a aplicação da dação em pagamento é necessário, primeiramente, que haja consentimento por parte do credor, segundo, que também exista um débito vencido e também não pode ocorrer por imposição da parte do devedor, haja visto que o direito de receber coisa diversa do acertado cabe ao tão-somente ao credor.
Marcus Cláudio Acquaviva define dação em pagamento como um dos modos de extinção das obrigações, consistente no pagamento de dívida mediante a entrega de um objeto diverso do convencionado. Opera-se com o consentimento do credor. (2009, p. 267)
O artigo 359 do CC/02 versa sobre evicção, que ocorre quando o pagamento ao credor é feito através de objeto do qual o devedor não possuía propriedade, ou seja, sua propriedade pertencia a um terceiro, e define que neste tipo de ocorrência deve ser restabelecida a obrigação inicial, tonando nula a quitação da obrigação e resguardados os direitos de terceiros, como bem nos mostra Diniz:
Ter-se-á, então, a evicção, ou seja, a perda total ou parcial do objeto em virtude de sentença judicial, que confere seu domínio a terceira pessoa. Dessa forma, se o devedor oferece coisa que não lhe pertence, a lei determina o restabelecimento da antiga obrigação, tornando sem efeito a quitação. Se porventura o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros (CC, art. 359). Havendo evicção total ou parcial por existir outro dono da coisa recebida, com título anterior (CC, art. 447), anular-se-á a quitação dada pelo credor, ressurgindo a obrigação que havia sido extinta, com todos os seus acessórios, isto é, garantias reais ou fidejussórias, como se não tivesse havido dação em pagamento, voltando tudo ao statu quo ante, ressalvando-se, porém, os direitos de terceiro. (2007, p.283)
5-          NOVAÇÃO.
O termo novação é proveniente do latim novare, o qual pressupõe, sugere uma inovação e no âmbito do direito civil ocorre quando, através de um acordo, as partes cessam a obrigação original, substituindo-a por uma nova. Apresenta-se, portanto, como um meio de extinção de obrigação, muito embora não satisfaça o débito.
Conceitualmente, Gonçalves propõe novação da forma a seguir:
Novação é a criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. Ocorre, por exemplo, quando o pai, para ajudar o filho, procura o credor deste e lhe propõe substituir o devedor, emitindo novo título de crédito. Se o credor concordar, emitido o novo título e inutilizado o assinado pelo filho, ficará extinta a primitiva dívida, substituída pela do pai.(2011,p. 332)
Historicamente o direito romano a conhecia como uma translatio ou transfusio de uma dívida por outra, o que demonstra que seu efeito principal não era a satisfação da relação obrigacional precedente e sim a substituição ou transferência por uma nova obrigação, entretanto, esse modo não exatamente como hoje se aplica na novação.
Nos dias atuais, este um instituto do direito civil que tem sido pouco utilizado, fato que pode ser explicado pela adoção de outros meios de extinção da obrigação e, em decorrência disso, o Código Civil Brasileiro de 2002 despendeu pouco espaço para versar sobre novação e que podem ser encontrados nos artigos 360 a 367.
Em todo caso, devemos atentar para algumas características deste pressuposto, como por exemplo, a indicada por Gagliano e Pamplona Filho:
O que se deve salientar é que toda a novação tem natureza jurídica negocial. Ou seja, por princípio, nunca poderá ser imposta por lei, dependendo sempre de uma convenção firmada entre os sujeitos da relação obrigacional. Nesse sentido, pois, podemos afirmar não existir, em regra, “novação legal” (determinada por imperativo de lei). (2011, p.218)
Os principais efeitos surgidos em decorrência da novação é a extinção da obrigação anterior, assim como todas as ações inerentes ao débito precedente, e criação de uma nova relação obrigacional, sem ligação alguma com a obrigação extinta, é que salienta Diniz, quando fala que:
A novação produz duplo efeito, por se apresentar ora como força extintiva, porque faz desaparecer a antiga obrigação, ora como energia criadora, por criar uma nova relação obrigacional [...] A nova obrigação é um débito criado ex novo, sem qualquer vinculação com o anterior senão a de uma força extintiva, não se operando a transfusio ou a translatio. (2007, p. 306)
6-          COMPENSAÇÃO.
A compensação configura-se em um meio indireto de se extinguir uma obrigação quando ocorre a incidência de obrigações recíprocas em situações onde as partes são, ao mesmo tempo, credoras e devedoras entre si, levando-se em consideração para a aplicação deste instituo uma questão de simplicidade e lógica. Visa-se com isso diminuir a possibilidade de duplo pagamento.
Tal instituto tem sua base histórica calcada no direito romano, o qual admitia a possibilidade de compensação, pressupondo a utilização do princípio da equidade, em casos onde houvesse reciprocidade de obrigações entre as partes, buscando-se, com isso, a satisfação do crédito.
Quando as obrigações se equivalerem ocorre a neutralidade das mesmas e tem-se a extinção da totalidade do débito, outrossim, quando houver divergências entre as obrigações, aplica-se uma redução proporcional ao crédito maior. É o que se propõe a seguir:
A compensação, portanto, será total, se de valores iguais as duas obrigações; e parcial, se os valores forem desiguais. No último caso há uma espécie de desconto: abatem-se até a concorrente quantia. O efeito extintivo estende-se aos juros, ao penhor, às garantias fidejussórias e reais, à cláusula penal e aos efeitos da mora, pois, cessando a dívida principal, cessam seus acessórios e garantias. (MENDONÇA, 1956, p.615)
O direito brasileiro admite a compensação como meio de indireto de extinção da obrigação e trata da matéria nos artigos 368 a 380 do CC/02, os quais versam sobre as eventualidades em que podem ser aplicadas, sobre as condições, sobre as espécies, vedações e efeitos da mesma.
O efeito maior dessa forma de pagamento indireto é o de:[...] operar a extinção de obrigações recíprocas, liberando os devedores e retroagindo à data em que a situação fática se configurou. Dessa forma, apesar de ter sido alegada posteriormente, operará (ipso jure) desde o instante em que o réu, cobrado de uma prestação, se tornar credor do autor. Tal efeito retroativo alcança ambas as dívidas, com todos os seus acessórios, de modo que os juros e as garantias do crédito deixam de existir a partir do momento em que se tiver a coexistência de dívidas. (DINIZ, 2007, p. 311)
Em se tratando de espécies, verifica-se a possibilidade de três tipos de compensação, a saber, convencional, legal ou judicial (processual), as quais podem ser definidas e caracterizadas da seguinte maneira:
a)        Compensação CONVENCIONAL ou VOLUNTÁRIA: essa espécie de compensação decorrente da autonomia privada, resultante de um acordo de vontades, pressupondo-se o princípio da liberdade de negociação entre as partes, através da qual admite-se a compensação de dívidas líquidas, inexigíveis e de coisas infungíveis, desde que não acarrete em violação das normas de ordem pública, o que podemos verificar no artigo 373 do CC/02:
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I – se provier de esbulho, furto ou roubo;
II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III – se uma for de coisa não suscetível de penhora. (BRASIL, 2008, p.187)
b)        Compensação JUDICIAL ou PROCESSUAL: é aquela que ocorre em virtude de devido processo legal, portanto, realizada em juízo, pronunciada e constituída por um magistrado através de ato decisório ao perceber no processo a ocorrência de tal instituto.
A compensação judicial ou processual é determinada por ato decisório do magistrado, que perceber no processo o fenômeno, em cumprimento das normas aplicáveis à compensação legal. Entretanto, será necessário que cada uma das partes alegue o seu direito de crédito contra a outra (RT, 437:153). Por isso o réu precisará reconvir, procurando elidir, no todo ou em parte, o pedido do autor (CPC, arts. 315 a 318). (DINIZ, 2007, p. 324)
Verifica-se que neste caso opera-se a reconvenção, que na prática se apresenta como uma nova ação movida pelo réu em oposição ao pedido do autor da demanda original, devendo a mesma possuir conexão com a ação inicial e ser postulada dentro do prazo de defesa do processo em questão.
Deve-se atentar, entretanto, para diferenciação entre a compensação judicial e as compensações convencionais e legais, as quais também podem ser declaradas por um magistrado, enquanto que na processual há a constituição da mesma, mesmo sem haver a satisfação dos créditos aviltados.
Essa espécie de compensação também esta prevista no Código de processo Civil de 1973, que em seu artigo 21 afirma que “se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíprocas e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas.” (BRASIL, 2013, p.21)
c)        Compensação LEGAL: é forma de compensação que se toma por base as prerrogativas legais, ou seja, em decorrência de dispositivo legal, independentemente da vontade das partes interessadas na lide, realizando-se mesmo que uma das partes se oponha a tal preceito, onde o juiz a reconhece e declara sua realização, sendo necessária, entretanto, a provocação.
Para que possa haver aplicação, faz-se oportuno que sejam demandadas algumas condições e requisitos basilares estabelecidos em lei e que se apresentam essenciais, tais como nos ensina Maria Helena Diniz. (2007, p. 323-324)
— Reciprocidade de débitos (CC, arts. 368, 376, 371 e 377).
— Liquidez das dívidas (CC, arts. 369,1.533; Rir; 468:224,41£208, 492:140, 487:137).
— Exigibilidade atual das prestações (CC, arts. 369 e 372; RT, 489:157, 724:119; AJ, 709:85, 708:290).
— Fungibilidade dos débitos (CC, art. 369; RT, 487:137).
— Identidade de qualidade das dívidas, quando especificadas em contrato (CC, art. 370).
— Diversidade ou diferença de causa não proveniente de ato ilícito, de comodato, de depósito, de alimentos (CC, art. 373), de coisa impenhorável. Dívida fiscal (CC, art. 374; CTN, art. 170).
— Ausência de renúncia prévia de um dos devedores (CC, art. 375).
— Falta de estipulação entre as partes, excluindo compensação (CC, art. 375)
— Dedução das despesas necessárias com o pagamento, se as
dívidas compensadas não forem pagáveis no mesmo lugar (CC, art. 378).
— Observância das normas sobre imputação do pagamento (CC, arts. 352, 355 e 379), se houver vários débitos compensáveis.
— Ausência de prejuízo a terceiros (CC, art. 380).
Existem algumas situações onde há vedação para aplicação da compensação, como por exemplo, quando expressamente relatada em contrato, protegendo-se neste caso o direito da vontade das partes e da autonomia, e também em casos onde há vinculações obrigacionais de caráter alimentar e tributário. Tais situações de vedação são resguardas pelo CC/02 nos artigos 373 e 375.
7-          CONFUSÃO.
No direito, em toda espécie de obrigação, presume-se da atuação de no mínimo dois atores, a saber, o sujeito ativo e o passivo, onde uma exerce direitos e a outra, obrigações, os quais de modo genérico apresentam-se como pessoas distintas entre sim.
Entretanto, quando o papel desses dois atores recai sobre a mesma pessoa, tem-se o que chamamos de confusão, tornando-se extinta a obrigação, pois não é aceitável que em uma relação jurídica o mesmo sujeito possa ser credor e devedor de si mesmo.
Historicamente, o direito romano aceitava esse instituto quando na mesma pessoa se encontravam as figuras do credor e do devedor, paralisando-se a ação, muito embora, sem a extingui-la.
Entende-se que esta forma de obrigação é bastante peculiar e de ocorrência bastante difícil, sendo que a concepção da palavra confusão tem sua origem a partir de alguns termos provenientes do latim, tais como, confundo, confundi e confusum.
Maria Helena Diniz, ao versar sobre essa obrigação, tece o seguinte conceito: “Confusão, no direito obrigacional, é a aglutinação, em uma única pessoa e relativamente à mesma relação jurídica, das qualidades de credor e devedor, por ato inter vivos ou causa mortis, operando a extinção do crédito.” (2007, p.354)
É válido observar ainda, que este termo, além de definir-se como a junção, em uma relação obrigacional no mesmo ator, das qualidades de credor e devedor, é possuidor de outras aplicabilidades dentro do direito, como bem exemplifica Diniz:
Representa a mescla de várias matérias líquidas pertencentes a pessoa diversa, de tal forma que seria impossível separá-las, caso em que se terá confusão propriamente dita, que constitui um dos modos derivados de aquisição e perda da propriedade móvel.
Indica a reunião, numa mesma pessoa, de diversos direitos sobre bem corpóreo ou incorpóreo, os quais anteriormente se encontravam separados. Isto é, na confusão ou consolidação reúnem-se no mesmo titular a propriedade e um direito real sobre coisa alheia [...]. (2007, p.349)
Em se tratando de espécies, na confusão podem ocorrer dois tipos de aplicação, que seriam a total ou própria, que incide nos casos onde se abarca a totalidade da dívida e parcial ou imprópria, a qual se aplica na ocorrência de divergência entre valores da obrigação, ou seja, onde se abatem apenas parte do débito.
O Código Civil Brasileiro de 2002 prevê o instituto da confusão nos artigos 381 a 384. Sua finalidade e efeito principal, diferentemente da aplicada na Roma Antiga, é a extinção da obrigação e de todos os seus acessórios, como por exemplo, a fiança e o penhor. No entanto, se a confusão ocorrer entre devedor e fiador, não se extingue a obrigação original, apenas declina a obrigação acessória, pois há o entendimento de que ninguém pode ser fiador de si mesmo. Identificando-se a ocorrência da confusão, extingue-se o vínculo obrigacional sem a necessidade de exigência de manifestação das vontades das partes.
O artigo 384 do CC/02 versa sobrea cessação da confusão e nos ensina que tão logo se encerre, reestabelece-se a obrigação anterior, juntamente com todos os acessórios. Em via de regra, existem duas causas que podem determinar a cessação da confusão, que pode a gerada por lide transitória ou por ineficácia da relação jurídica.
8-          REMISSÃO.
É um meio indireto de extinguir uma obrigação que se caracteriza pela renúncia, liberação da dívida, dispensação do crédito, concedida voluntaria e incondicionalmente pelo credor em benefício ao devedor. É o popularmente conhecido “perdão da dívida”. A origem do termo remonta ao latim remissio, remittere, que se traduz por perdão.
É a graciosa liberação dada ao devedor pelo credor sem acarretar, entretanto, em prejuízos a terceiros, sendo, portanto, um direito exclusivo de credores solventes, ou seja, que não apresentem debilidades ou dificuldades financeiras, casos em poderiam colocar em situação de risco seus próprios credores.
Importa também diferenciar remissão de remição de dívidas ou bens, sendo este último um instituto do direito processual, que tem seu significado relacionado a resgate, liberação do domínio de outrem, que se aplica a bens ou da própria dívida executada e tem previsão no artigo 651 do Código de Processo Civil brasileiro.
O Código Civil Brasileiro de 2002 trata sobre a remissão no capítulo IX, nos artigos 385 a 388, como veremos a seguir:
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. (BRASIL, 2008, p. 186)
Para que haja a eficácia na aplicação do instituto da remissão, faz-se necessário que o credor seja inteiramente capaz de dispor desse crédito, não ferindo interesse de terceiros, e o devedor apresentar-se sem impedimento nenhum em adquiri-lo.
Outra necessidade na eficácia da aplicação da remissão de dívidas, por se tratar de um acordo jurídico de natureza bilateral, é a de haver anuência por parte do devedor, o qual deve aceitar expressa ou tacitamente esse gesto de nobreza do credor. Caso contrário, nada impedirá o devedor de satisfazer o débito, podendo para tanto consignar o valor em juízo.
Quando se trata sobre espécies, no que se refere a seu objeto, a remissão de dívidas pode ser total ou parcial, a qual é resultante de declaração, por parte do credor, da extinção total da obrigação ou apenas da dedução parte dela, remindo-se apenas a parte deduzida, substituindo o valor do débito.
A remissão de dívidas ainda pode ser expressa, tácita ou presumida, onde entende-se por remissão tácita aquela que é decorrente do comportamento do credor, ao se traduzir de modo inequívoco a intenção da liberação total da dívida, e expressa quando derivar de acordo firmado em instrumento público ou particular, inter vivos ou causa mortis, proveniente de manifesta vontade do credor em perdoar a dívida.
A aplicação da remissão implica na produção de alguns efeitos, os quais são elencados de maneira feliz por Maria Helena Diniz, como podemos observar na seguinte citação:
— Extinção da obrigação.
— Liberação do devedor principal extingue as garantias reais e fidejussórias.
— Exoneração de um dos co-devedores extingue a dívida apenas na parte a ele correspondente (CC, art. 388).
— Liberação graciosa do devedor por um dos credores solidários extinguirá a dívida toda (CC, arts. 269 e 272).
— Indivisibilidade da obrigação impede, mesmo se um dos credores remitir o débito, a extinção da obrigação em relação aos demais (CC, art. 262).
— Extinção da execução (CPC, art. 794, II), se houver perdão de toda a dívida. (2007, p.361)
Há de se esclarecer que todos os créditos, independente de sua natureza, estão passiveis de aplicação de remissão, desde que não se infira em violação de interesse público ou de terceiro, o que nos leva a entender que somente poderá haver perdão de dívidas patrimoniais de caráter privado.

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