Buscar

II Contratos em Espécies 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil III
II Contratos em Espécies
4º Período “A”
1. CONTRATOS DE COMPRA E VENDA
1.1 - Breve Histórico:
O contrato de compra e venda se origina da troca, que é o contrato mais antigo que existe, uma troca no sentido amplo e não restrito.
Surge quando passaram a usar a moeda, antes de aparecer a moeda, usavam o escambo, ou seja, a troca no sentido primitivo, trocavam de mercadoria ou serviço sem o uso da moeda. 
O contrato de compra e venda no passado já foi utilizado para transferir o direito de propriedade. Atualmente se transmite propriedade através do registro e a compra e venda pela transição.
1.2 - Conceito:É o contrato pelo qual um dos contraentes (vendedor) se compromete a transferir para o outro contraente (comprador) certa coisa mediante o pagamento de preço por este último. 
Obs.: Em regra o contrato de compra e venda só gera direito obrigacional, que é o Direito Pessoal. O que o direito Romano chama de IUS A REM – (regra) Direito em relação a coisa e IUS IN RE – Direito do dono / proprietário. 
Exceção: Há duas hipóteses que o contrato de compra e venda cria Direito Real (Direito do dono):
No contrato de compra e venda de coisa móvel infungível, com cláusula de alienação fiduciária em garantia. Ex.: Assina contrato da compra de um carro que ainda não chegou a concessionária.
No contrato de compra e venda de título da dívida pública. É dono quando assina o contrato. 
1.3 - Natureza Jurídica: Característica Principais. 
É sempre um contrato bilateral: tem de ter um comprador e vendedor, ambos com direitos e deveres.
Em regra, é um contrato consensual (basta a vontade das partes), mas excepcionalmente pode ser formal (Tem que ter escritura, formalidade).
O contrato de compra e venda é oneroso, tem prestação e contraprestação (se não for oneroso é doação).
Em regra, o contrato de compra e venda é comutativo (sem riscos), nas excepcionalmente pode ser aleatório (com risco), Ex.: comprar ação da Petrobras.
1.4 - Elementos Constitutivos e Pressupostos:
1.4.1 - Consentimento:A primeira ideia que nasce é de agentes transmissores de vontades. Tem que haver manifestação de vontade consciente. Ser sobre cláusula de preço e cláusula da coisa.
1.Agente transmissores de vontade: Pode ser-
Pessoa física e Pessoa Jurídica e alguns entes despersonalizados (porque não há nascituro e massa falida comprando ou vendendo; mas o condomínio, herança vacante, espólio pode perfeitamente compra e vender).
2-Capacidade de Exercer direitos: Está no plano da validade, para ser válido tem que ter capacidade de exercer direitos. São as pessoas físicas maior de idade ou emancipado, as pessoas jurídicas têm que ter o Registro do seu ato constitutivos. 
Obs.: Questionamento – Criança comprando confeito, a criança é incapaz, pode? Pontes de Miranda de esta situação não tem explicação, alguns dizem que a criança está representando a mãe, entretanto, ele está agindo em seu nome.
3 – Competência: Só será admitido se o contrato for feito com a administração pública e se exige do agente público. Ex.: Estado de Alagoas, quem é competente é o Governador.
4 - Legitimidade: genericamente todos possuem, porém, quando falta gera impedimento circunstancial para a validade do contrato. O contrato de compra e venda se exige legitimidade em 06 hipóteses:
1º Art. 499 CC – É nulo o contrato de compra e venda de bem comum realizado entre cônjuge, independentemente do regime.
2º Art. 497 CC – É nula a compra de bens por aqueles que têm o dever de administrá-los. 
3º Art. 496 CC – É anulável a venda de ascendentes para descendentes, sem anterior autorização expressa dos demais descendentes e do cônjuge do ascendente, com o qual é casado sob o regime de comunhão total ou parcial de bens. Pai (ascendente) só pode vender algo para o filho (descendente), com autorização expressa dos outros filhos e da esposa, se casados sob regime total ou parcial de bens. 
Obs.: O Art. 179 CC, diz que o prazo decadencial é de 02 anos para a anulação do negócio, a partir do momento que descobriu. Já a súmula 494 do STF, diz que o prazo prescricional é de 20 anos.
4º Art. 1647, I e 1649 CC – É anulável a venda de bem imóvel realizada por um dos cônjuges sem autorização do outro, desde que casados sob regime de comunhão total ou parcial de bens.
Obs.: Regime parcial de bens- são os bens adquiridos após o casamento, entretanto, caso o marido tenha adquirido bem imóveis antes do casamento, também tem que ter autorização da esposa, porque é de qualquer bem imóvel, se a esposa se recusar a vender, o esposo pode entrar com ação justificando motivo injusto, e pedir para o juiz suprimir à vontade. O que for recebido em doação ou herança, é só de quem recebeu, podendo fazer o que quiser.
5º Art. 504 CC – No caso de bem em estado de indivisão, se um condômino deseja alienar sua cota para um terceiro, deverá antes oferecê-la em igualdade de condição para os demais condôminos, tem direito de preferência. Se for desrespeitado tal direito, qualquer dos condôminos interessados, poderá desfazer a alienação para o terceiro, no prazo decadencial de 180 dias, se houver mais de um condômino interessado na aquisição da cota, terá preferência por ordem de exclusão: 1º - Aquele que tiver feito benfeitoria de maior valor; 2º - Aquele que tiver a maior cota; 3º - Aquele que primeiro depositar o preço em juízo. 
Ex.: Pai falece e deixa uma enorme fazenda para três filhos, cada um ficou com uma cota, se um deles decidir vender sua cota, terá que primeiro oferecer aos outros irmãos, se eles não tiverem interesse, ai poderá ofertar para terceiros. Porém, se os dois se interessarem, vai vender a cota para aquele que tiver feito mais benfeitoria no bem, caso os dois tenham feitos benfeitorias iguais, vai vender para aquele que tiver mais cota, caso eles tenham cotas iguais, vai vender para aquele que primeiro depositar o valor em juízo. 
6º Art. 27, 33 Lei 8.245/91–O inquilino de bem imóvel residencial urbano, tem o direito de preferência, em igualdade de condições com o terceiro para comprar tal bem. Este direito de preferência deve ser exercido em 30 dias, a contar da notificação feita pelo locador de que pretende alienar. Se for desrespeitado este direito de preferência o inquilino tem o prazo decadencial de 06 meses para desfazer a alienação para o terceiro. O que somente é possível, se seu contrato de locação estiver registrado pelo menos a 30 dias. Se houver mais de um inquilino interessado na aquisição do bem, terá preferência por ordem: 1º - Aquele inquilino com contrato mais antigo; 2º Aquele inquilino mais idoso. 
Obs.: caso desrespeite, entra com ação, mas tem que provar que o contrato tem mais de 30 dias, e fazer o depósito em juízo do valor pedido pelo locador. Na situação do dono de uma vila decidir vende-la, terá preferência em comprar o inquilino com contrato mais antigo, se houver inquilinos com mesmo tempo de contrato, terá preferência quem for mais idoso.
5 – Manifestação da vontade consciente: tem que manifestar à vontade com liberdade (sem vício) e com boa–fé (sem má intenção).
1.4.2 - Preço: 
1.Conceito: É o objeto da prestação a ser realizada pelo comprador.
2. Características:
- Pecuniaridade: O preço ou é em dinheiro ou algo representativo ao dinheiro (cheque).
Obs.: Troca não é pecuniaridade, porque não envolve dinheiro, envolve troca de objetos. 
- Seriedade: O preço não pode ser irrisório.
- Determinado / Determinável: Em regra está determinado (preço certo), mas excepcionalmente pode ser determinável, que pode ser: 1º - Taxa de mercado (dólar); 2º - Bolsa de valores; 3º - Mandatário, quando o dono dá poderes para alguém analisar o bem e dizer quanto vale; 4º - Médias de vendas habituais; 5º - Parâmetro (É a média aritmética das variações dos preços de certa coisa em determinado período de tempo) e Índice (É a média aritmética das médias aritméticas das variações de preço de várias coisas em período de tempo, Ex.: INCC, INPC).
- Acessório:Art. 490 CC – Da venda de imóvel, as despesas de escritura e registro são do comprador, entretanto, as despesas com a tradição é do vendedor (conta de água, IPTU...), exceto, se estipularem em contrário. 
1.4.3 - Coisa:
1. Conceito: É o objeto da prestação a ser realizado pelo vendedor.
2. Características:
- Possivelmente existente: só pode vender o que irá cumprir.
- Presente ou Futuro: pode vender algo que irá entregar no momento, ou entregar no futuro.
- Corpórea ou incorpórea: Corpórea – bem imóvel, móvel, semovente. Incorpóreo – Não tem corpo, Ex.: cota, crédito.
- Determinado / Determinável: Determinável – coisa incerta, porque tem definido apenas gênero e quantidade. Determinado - coisa certa, porque tem definido gênero, quantidade e qualidade, que pode ser alienado através de: 1º - Protótipo: primeiro exemplar de algo; 2º - Modelo: imagem da coisa com a característica da coisa, ex.: maquete, apartamento decorado; 3º - Amostra: pequena porção da coisa, que é consumida quando provado. 
- Disponível: Que pode circular no mercado, é livre para ser comercializado. Há situações que impede a disponibilidade (não pode ser alienado). Há três tipos de inalienabilidade: 1º - Inalienabilidade Natural: quando a natureza do próprio bem impede a alienação, ex.: comprar o oceano atlântico. 2º - Inalienabilidade Legal: quando é determinado pela lei, ex.: o sem-terra vender terreno que o estado deu. 3º - Inalienabilidade convencional: Que vem da vontade das partes, ex.: pai deixa testamento, proibindo filho de vender sua herança por 40 anos. 
- Transferível: a coisa tem que ser transferível, e só o dono pode transferir.
1.4.4 - Forma
Exceção à regra, porque a regra é a liberdade da forma.
1.5 – Efeitos Jurídicos:
1º - Para o comprador o direito de receber a coisa e o dever de pagar o preço. Para o vendedor o direito de receber o preço e o dever de entregar a coisa.
2º - Para o comprador os riscos sobre o preço, até o momento do pagamento, para o vendedor o risco sobre a coisa, até a entrega da mesma. Art. 492, § 1º CC. Se o ato de comprar consistir em medir, marcar, separar, entre outros, e o comprador já tiver praticado tal ato passa a ser do mesmo risco sobre a coisa.
3º - Para o comprador, o direito de rejeitar todas as coisas compradas em conjunto e que formavam entre si um todo inseparável; se uma delas contiver vício redibitório. Ex.: Eu compro uma coleção de Pontes de Miranda, apesar de ser vários livros, se um deles tiver vício, eu posso rejeitar toda coleção, porque ela faz parte de um todo integrado.
4º - Para o comprador as garantias decorrentes dos vícios redibitórios e da evicção; para o vendedor os deveres decorrentes da garantia. 
5º - Para o vendedor, o direito aos cômodos (acréscimos e melhorias), se houver trabalho seu com boa-fé até o momento da casa. Ex.: Situação 01 - “A” vende para “B”, fazenda que comprou para explorar ouro, porque nunca conseguiu encontrar ouro. Ele estipulou que em um mês entregava a propriedade, porém, durante esse período, seus funcionários encontraram ouro, esse ouro é do vendedor, porque de boa-fé foi encontrado. Ele pode vender a propriedade mais cara, mas não pode desfazer o negócio, salvo se o comprovador, não aceitar pagar mais caro pela fazenda; houve melhoramento (aumento da qualidade da coisa). Situação 02 – “A” vendeu para “B” fazenda que corria um riu poluído, e por isso seu valor foi baixo, mas pediu para entregar a propriedade com um mês. Durante esse período, teve um terremoto, que desviou o fluxo do riu e deixou de passar na fazenda, deixando uma faixa de terra para maior aproveitação, houve um aumento quantitativo de terra. “A” não pode desfazer o negócio, nem pediu mais dinheiro pela propriedade, porque não foi fruto do trabalho de boa-fé. 
6º - Para o comprador o direito de rejeitar a coisa adquirida através de amostra, modelo ou protótipo, se não houver correspondência entre aquelas e estes referenciais. 
7º - Para o vendedor o direito de isenção de imposto de renda de pessoa física, sobre a renda de venda de imóvel residencial, desde que, toda esta remenda seja aplicada na compra de outro bem imóvel residencial, no prazo decadencial de 180 dias. 
8º - Para o comprador o direito a exoneração de responsabilidade tributária, quanto a tributos incidentes sobre o bem imóvel comprado, se no ato da compra apresentar as respectivas certidões negativas de débitos fiscais. 
9º- Para o comprador o direito de propor no prazo decadencial de 01 ano, ação de complemento – “Ex Empto”, ação redibitória ou ação estimátoria; se no caso de compra do imóvel, por medida de extensão “Ad mensuran” (por medida de extensão, cada pedaço), não houver correspondência entre as dimensões reais de tais bens e as dimensões enunciada pelo vendedor. Não é possível propor tais ações se a diferença entre as citadas dimensões, não superar 1/20 = 5%, bem como se a compra foi realizada pelo sistema “Ad corpus” (compra do jeito que a propriedade está, porteira fechada).
“Ad mensuran” – “A” diz para “B”, que tem 100 hectares de terra para vender, “B” compra, quando ele vai medir verifica que só tem 80 hectares, esta situação pode ser resolvida: 1 – Ação de complemento: dá o complemento dos hectares. 2 – Ação redibitória: rejeita a propriedade. 3 – Ação estimatória: devolve o dinheiro que recebeu. Porém, se faltar apenas 5 hectares, o Código considera uma margem de erro, e o comprador não pode reclamar.
“Ad corpus” – não pode reclamar, por comprou a propriedade do jeito que encontrou.
10º - São nulas no contrato de compra e venda consumerista, a cláusula que estipule em favor do vendedor, a perda de todas as prestações já pagas pelo comprador que se tornou insolvente. Ex.: paga várias parcelas da compra de um carro, quando deixa de pagar, o banco toma o carro e não devolve dinheiro já pago, é abusivo, mesmo contendo cláusula que estipule, contrato é nulo. Deve devolver o carro e renegociar a dívida. Art. 53 CC.
1.6 – Cláusulas Especiais Adjetas
São especiais porque não aparecem no contrato e adjetos porque é aplicada uma qualidade/condição.
1.6.1 – Retrovenda: 
Observações:
1.Cláusula pela qual os contraentes ajustam o direito de resgate/retrato em favor do vendedor e em relação ao bem imóvel vendido; direito este que deve ser exercido no prazo decadencial de 03 anos. Em contrapartida, o vendedor terá que pagar ao comprador o peço atualizado da coisa, mas o valor da indenização das benfeitorias autorizadas.
2. O direito de resgate é personalíssimo do vendedor, mas admite a transferência para herdeiros ou legatários deste ultimo. Também este é um direito potestativo (um impõe e outro se submete).
3. Esta cláusula contém uma condição resolutiva (põe fim ao contrato, quando vendedor retoma o bem que vender, ou se passar o prazo e não recuperar o imóvel). Caso o comprador venda o imóvel para terceiro, este deve comprar tendo conhecimento da cláusula de revenda.
4. Se o comprador se recusar a vender o imóvel para o vendedor anterior. Este poderá propor ação reivindicatória.
5. É possível estabelecer o direito de resgate em favor de mais de um vendedor, hipótese em que, tal direito deve ser exercido em conjunto. 
1.6.2 – Venda a Contento e Sujeito a Prova
Observações:
1. Cláusula pela qual os contraentes ajustam que o contrato de compra e venda só terá eficácia, depois de um comprador ter provado a coisa e manifestado seu contentamento sobre o mesmo. Ex.: Vendedor dá o carro para comprador passar 30 dias usando, se ele gostar ele para, se não gostar devolve o carro. 
2. O direito de manifestar contentamento é personalíssimo do comprador.
3. Esta cláusula contém uma condição suspensiva. Enquanto o comprador não demonstrar contentamento, a condição está suspensa. 
4. Enquanto o comprador estiver experimentando a coisa, o mesmo deverá portar-se como comodatário perante a mesma. Ter cuidado maior do que teria se fosse seu. 
5. Os contraentes podem estabelecer prazo para manifestarcontentamento, desde o início do contrato, ou posteriormente, neste ultimo caso, através de interpelação judicial ou extrajudicial. Ao fixa o prazo o vendedor poderá advertir eu o silêncio do comprador poderá ser interpretado como manifestação de contentamento (silêncio qualificado – manifestação de vontade tácita). Se não for advertido o silêncio vai ser considerado “não contentamento da coisa”.
1.6.3 – Preempção 
Observações
1. Cláusula pela qual os contraentes ajustam o direito de preferência/prelação para o vendedor em igualdade de condição com terceiros, readquirir a coisa na hipótese de o comprador desejar vendê-la ou dar em pagamento, respeitado o prazo decadencial de 02 anos para bem imóvel e 180 dias para bem móvel. È diferente de retrovenda no que diz respeito ao bem, o prazo e a vontade do vendedor.
2. O direito de preferência é personalíssimo, mas se admite sua transferência para os herdeiros do vendedor expropriado.
3. Esta cláusula contém uma condição suspensiva.
4. Se o comprador intentar desrespeitar o direito de preferência do vendedor, este último poderá realizar antecipação da oferta obrigatória por legitimação cruzada.
5. É possível estabelecer o direito de preferência em favor de mais de um vendedor, hipótese em que deve ser exercido em conjunto.
6. Se não for estipulado prazo para exercer o direito de preferência, o mesmo será de 60 dias para coisa imóvel e 03 dias para coisa móvel.
7. Pata corrente tradicional o início do prazo para exercer o direito de preferência, ocorre a partir da transferência da coisa. Para Paulo Lobo a contagem de tal prazo inicia no momento em que o comprador manifesta seu desejo de vender ou dar em pagamento à coisa. 
1.6.4 – Reserva de Domínio
Observação:
1. Cláusula pela qual os contraentes ajustam que o vendedor manterá consigo a posse indireta e a propriedade da coisa móvel vendida, até que o comprador lhe pague integralmente o preço. 
2. Esta cláusula contém uma condição suspensiva.
3. O contrato com tal cláusula deve ser registrado no foro do domicílio do comprador, para ser oponível a terceiro.
4. Se o comprador deixar de pagar as prestações, o vendedor poderá protestar o título ou interpelá-lo, a fim de constituir em mora e ingressar com ação de cobrança ou reintegração de posse, cabendo neste último caso a medida de busca e apreensão.
5. É possível transferir os direitos do vendedor para uma instituição financeira.
1.6.5 – Venda sobre Documento
Observações
1. Cláusula pela qual os contraentes ajustam a substituição da entrega da coisa vendida, pela entrega de documento representativo da mesma. 
2. Esta cláusula contém uma condição suspensiva.
3. Esta cláusula somente ocorre nos contratos comerciais internacionais (importação e exportação).
4. É possível transferir os deveres do comprador para instituições financeiras
2. CONTRATO DE TROCA / PERMUTA
2.1 - Breve Histórico:
	Não se sabe quando surgiu o Contrato de Troca, mas ele está presente desde o tempo primitivo, conhecido como escambo/troca/permuta entre as pessoas.
2.2 – Conceito: Contrato pelo qual os contraentes (permutantes), realizam entre si a troca de utilidades econômicas, em regra diversas de dinheiro. O contrato de compra e vende sempre tem como prestação o dinheiro, já o contrato de troca não envolve dinheiro, só em casos excepcionais, e quando aparece não é o objeto principal, surge como complemento do valor da troca. 
2.3 – Natureza Jurídica:
É um contrato bilateral (há direitos e deveres para ambos os envolvidos).
Em regra é um contrato consensual (basta apenas o acordo de vontades), mas excepcionalmente é um contrato formal.
É um contrato oneroso (há prestação e conta prestação).
É um contrato comutativo (não tem risco).
2.4 - Diploma Legal: Art. 533 CC
Regra Geral – Ao contrato de troca se aplica a disciplina legal da compra e venda, em regra. 
Exceção:
1. Caso não seja previsto de forma diferente, as despesas decorrentes da troca devem ser repartidas igualmente entre os contraentes.
2. É anulável a troca entre ascendente e descendente, se não houver autorização expressa dos demais descendentes e do cônjuge do ascendente com o qual é casado sob regime de comunhão total ou parcial de bem, desde que o valor do bem do ascendente seja maior.
3. CONTRATO ESTIMATÓRIO / VENDA EM CONSIGNAÇÃO 
3.1 - Breve Histórico:
Contrato antigo, que vem da Roma clássica, relacionado ao bem de estima, de valor sentimental, mais do que patrimonial. Em Roma se observou que quando alguém ia vender um bem de valor sentimental, procuravam um especialista para que ele estimasse o seu valor. Esse contrato foi idealizado por um jurídico romano, pensado há muito tempo atrás, chamado Ulpiano.
3.2 - Conceito: Contrato pelo qual um dos contraentes (consignante) transfere temporariamente para o outro contraente (consignatário), a posse direta e o poder de dispor em relação à coisa móvel, a fim de que este último venda-a, fique com a mesma para si, ou devolva para aquele primeiro passado certo tempo. 
Observações:1. Preço de estima (é o preço que o consignante atribui à coisa).
2. Sobrepreço (lucro que o consignatário adquire com a venda).
3.3 – Natureza Jurídica:
É um contrato bilateral (há direitos e deveres para ambos os envolvidos).
É um contrato Real (acordo de vontade, mais a entrega)
É um contrato oneroso (há prestação e conta prestação, mesmo envolvendo o mesmo objeto).
Doutrina diz que é um contrato comutativo (sem risco), no entanto, a jurisprudência diz que é aleatório (há risco, caso não venda o objeto, e também porque o consignatário responde por qualquer coisa que venha acontecer com o bem, mesmo em decorrência de caso fortuito ou força maior).
3.4 - Disciplina Legal:
1. Enquanto a coisa estiver consignada, o consignatário responderá por sua deterioração ou perecimento, inclusive se tais situações decorrerem de caso fortuito ou força maior.
2. Enquanto a coisa estiver consignada, o consignatário não poderá vendê-la sob pena de nulidade.
3. Enquanto a coisa estiver consignada, o consignante não poderá perturbar a posse do consignatário, sob pena deste último promover alguma ação possessória de defesa. 
4. Enquanto a coisa estiver consignada, os credores do consignante poderão penhorá-la ou sequestrá-la, mas os credores do consignatário não poderão fazê-lo. 
4. CONTRATO DE DOAÇÃO
4.1 - Breve Histórico:
	Na sequência de 23 tipos de contratos que conta no Código Civil, o contrato de doação é o quarto, a partir do artigo 538 CC. Esse contrato apresenta peculiaridade, que o faz muito diferentes dos outros. 
	Não há dado histórico de onde e quando surgiu o contrato de doação, no entanto, há dados seguros que esse contrato já existia no contesto religioso, quando se doava grandes fortunas para a igreja, atualmente este contrato se encontra no meio jurídico. 
4.2 - Conceito: Contrato pelo qual um dos contraentes (doador), movido pelo altruísmo, se compromete a transferir para o outro contraente (donatário) bem ou vantagem, mediante a aceitação deste último. 
	Contrato de doação só existe se houver manifestação de vontade no mínimo duas pessoas, mesmo que seja manifestada tacitamente. Faz a doação, porém, a transferência vem depois, gerando os efeitos da doação. Pode haver doação de bem imóvel, móvel, vantagem, direito, crédito (coisa incorpórea). Doador – sujeito ativo / Donatário – sujeito passivo, titular do direito de fazer cumprir o contrato de doação. 
4.3 - Elementos / Características / Natureza Jurídica:
* Contratualidade: a doação é um verdadeiro contrato, por duas razões. 
1. Por razões política administrativa, ou seja, porque o legislador quis. 
2. Por razões estruturais, manifestação das vontades dos contraentes, um doa o outro aceita a doação. 
Características: 
1º - Em regra é um contrato bilateral (gera deveres para um e direito para o outro, ex. doação pura e simples), mas excepcionalmente pode ser um contratobilateral, quando a doação tem um encargo (o benefício que o donatário terá é infinitamente superior ao encargo que terá que cumprir), essa forma de doação nunca será sinalogmática (equilibrada).
2º - Em regra é um contrato formal (tem que ser feito através de escritura pública ou instrumento particular), mas excepcionalmente pode ser verbal (quando envolve pequenos valores, a tradição tem que ocorrer logo em seguida).
3º - Em regra contrato de doação é gratuito propriamente dito (há diminuição do patrimônio), mas excepcionalmente pode ser um contrato oneroso (quando há contraprestação – cumprimento do encargo – que pode ser em favor do doador ou de terceiro).
* Intenção de doar / Animus Donadi: É o elemento subjetivo caracterizador da doação que se evidencia na intenção deliberada e inequívoca de doar, de submeter-se ao dever de transferir bem ou vantagem para o donatário, sob pena de responsabilidade patrimonial. (Se não entregar a doação, o donatário pode recorrer a justiça para cobrar. Doação é contrato e tem que ser cumprido).
Obs.: A doação é inequívoca, não pode gerar dívida, ou vai faltar a intenção de doar. Quando gera dívida é donativo, porque não pode exigir depois.
Hipóteses em que não ocorre doação por falta de intenção de doar:
Usucapião – O proprietário do bem não tem a intenção de doá-lo.
Gorjeta – Não pode exigir judicialmente é uma obrigação natural, não há obrigação civil.
Esmola
Dízimo e oferta religiosa
Presente de casamento. 
* Transferência de bem ou vantagem: É o elemento objetivo, caracterizador da doação e que se evidencia pela mudança da titularidade do bem ou vantagem, de modo que a doação diminui seu patrimônio e o donatário aumenta o seu patrimônio na mesma medida.
Hipóteses em que não ocorre doação por falta de transferência de bem e vantagem:
Comodato – Empréstimo de coisa infungível, não deixa de ser dono, não há transferência de bem ou vantagem
Serviço Voluntário - Não há diminuição de patrimônio, há apenas ato de benevolência.
* Aceitação: 
Na doação a aceitação pode ser expressa de forma tácita ou ficta, é o único contrato que tem os três tipos de aceitação. No Art. 543 CC – A doação para absolutamente incapaz (forma ficta).
Doação a nascituro – A doação é pelo representante (pai, mãe) que irá aceitar, é sempre uma doação pura e simples, pois não tem como haver a contrapartida, com a atribuição do encargo
Doação para absolutamente incapaz – a aceitação é dispensada (ficta), o Legislador aceita por ele (Lei). È uma doação pura e simples, (sem encargo).
Doação em Contemplação de Casamento Futuro e Certo com Determinada Pessoa (Dote) – A aceitação é o ato de casar. Ex.: Pai do noivo promete dar fazendo quando ele casar com a sua companheira. 
Depois da aceitação o doador não pode revogar unilateralmente a doação, em regra. Art. 557 e 558 CC – Exceção.
4.4 - Elementos Constitutivos e Requisitos de Validade:
4.4.1 – Agente Emissor de Vontade:
- Sujeito de Direito: Pessoa Física, Pessoa Jurídica e entes despersonalizados (alguns pode doar e receber doação).
Obs.: A Sociedade despersonalizada/fato não pode doar, pois configura fraude. O nascituro não tem como doar, mas pode receber doação. Massa falida, herança vacante, herança jacente não pode doar. Condomínio pode doar. A grande maioria dos entes despersonalizados não pode doar, mas pode receber doação. 
- Capacidade de Exercer Direitos: Pessoa física tem que ser maior de idade, emancipado ou representado. Pessoa Jurídica tem que ter o registro dos atos constitutivos (contrato social). Entes despersonalizados, o código não regula, em algumas situações recorre à justiça para evidenciar a capacidade de exercer direitos. 
- Competência: Só é exigida, se for contrato com a administração pública, porque estará praticando ato com quem tem capacidade para exercer o poder. Administração pública pode doar. Doação entre entes públicos, exemplo: Alagoas doou um terreno para a União construir uma sede. Órgão público pode doar? Na administração direta existe os órgãos, na administração indireta há criação de outras pessoas jurídicas (autarquia, fundação). Conclusão: o órgão público não pode doar porque não tem personalidade jurídica, porém, os entes públicos com personalidades jurídicas podem doar. 
- Legitimidade: É a capacidade sem o qual é criado um impedimento circunstancial para criação do contrato, quando se tira essa capacidade, o negócio é nulo, anulável, com impedimentos.
Hipóteses em que falta de legitimidade para doar:
O tutor não pode doar bem do pupilo sob pena de nulidade. 
É nula a doação que exceder a parte disponível (50% do patrimônio particular do doador), o que corresponde aos bens depois de descontada a parte do eventual meeiro.
É nula a doação realizada por órgão público;
É nula a doação universal;
É nula a doação realizada entre cônjuge, casados sob o regime de comunhão total/universal de bens;
É anulável a doação realizada por pessoas casadas em favor do seu cumplice adulterino, no prazo de dois anos a contar da dissolução do casamento;
É anulável a doação do bens integrantes da meia ação, realizado por pessoa casada, sem autorização do seu cônjuge. 
É anulável a doação realizada por insolvente e falido (configura fraude);
O mandatário não poderá escolher em nome do mandante doador, aquele que será donatário, salvo, se a procuração direcioná-lo para este último
4.4.2 – Coisa:
- Característica:
Pode ser corpórea (móvel, imóvel e semovente) e incorpórea (credito);
Pode ser atual ou futura (doar próxima safra);
Pode ser determinado ou determinável;
Tem que ser lícita (conforme direto, moral, ética, bons costumes, etc.);
Tem que ser disponível (ter circulação, ser alienável) 
- Regramento Especial do Objeto da Doação:
É passível de doação com cláusula de reversão (em favor do doador). É quando o bem retorna para o doador quando estipulado no contrato, ex.: Meu filho caso com uma mulher que tem três filha, uma dele é doente, eu decido doar uma casa para a filha doente, porém, estipulo no contrato que se ela morrer a casa retornar para mim.
É possível realizar doação em favor de mais de um donatário em conjunto. Ex.: Quando doa para casal que está casando, doa para os dois. 
É possível realizar doação em favor de subvenção periódica. Ex.: Doa todo mês 5 mil reais para sobrinho, ajudando na compra de uma casa. 
4.4.3 – Forma: Em regra é contrato formal (através de escritura ou instrumento público), mas excepcionalmente pode ser verbal (quando envolve bem de pequeno valor).
4.5 – Espécie de Doação:
1. Doação pura e Simples: É aquela que não está subordinada a fator eficacial.
2. Doação condicional / Modal / Com encargo: É aquela que está subordinada a um fator eficacial.
3. Doação Remuneratória: É aquela que se faz com intuito de remunerar o donatário.
4. Doação Mista: É aquela que se faz no bojo de um contrato oneroso (doação dissimulada). Ex.: doar para amante, contrato com um valor muito baixo.
5. Doação Meritória: É aquela que se faz em ação do mérito do donatário. Ex.: doa um carro se filho passar no vestibular.
6. Doação em conjunto: É aquela que se realiza em favor de mais de um donatário simultaneamente.
7. Doação em favor subvenção periódica: É aquela que se faz através de prestações periódicas e como auxílio para o donatário.
8. Doação universal: é aquela que envolve todos os bens do doador (É nula).
9. Doação Inoficiosa: É aquela em que uma porção sua ultrapassa o limite do patrimônio disponível do doador, 50% dos seus bens particulares, somados a sua parte na meia ação (é nula apenas a parte que ultrapassar).
10. Doação em contemplação de casamento futuro com certo e determinado pessoa: É aquela cuja a eficácia do casamento do donatário com certo e determinado pessoa ou da geração de filhos com certa e determinada pessoa.
11. Doação com cláusula de reversão: É aquela que prevê o regresso da coisa doada para o patrimônio do doador, na hipótese de o donatário morrer antes do mesmo.12. Doação Manual: é aquela que envolve bens de pequeno valor.
13. Doação entre cônjuge: É aquela que apenas se admite entre pessoas casadas sob regime de separação total de bens.
14. Doação a nascituro: É aquela que é realizada em favor de um embrião ou de um feto, sendo aceito pelos representantes destes.
15. Doação de ascendente para descendente: Antecipação de herança legítima, passa a herança em vida. A sua parte disponível o ascendente divide como quiser.

Outros materiais