Buscar

Xisto Betuminoso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OLIVEIRA, Angélica V.; REZENDE, João G.; RICOBELLO, Matheus,; MAMEDIO, Murillo.; GAZIN, Pedro. Xisto Betuminoso. Resumo submetido à disciplina de Recursos Energéticos. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Rosana, São Paulo. 2017.
Xisto Betuminoso
O xisto é a nomenclatura para um conjunto de vários tipos de rochas metamórficas que são identificadas por possuírem estrutura laminada e características de carvão e de petróleo, porém é classificado como uma variedade carbonífera mais nova que a hulha. Sua formação dá-se sob condições de temperatura e pressões elevadas, onde há muita matéria orgânica disseminada em seu meio.
Os primeiros estudos sobre o xisto iniciaram-se em 1648, na Inglaterra, onde a primeira patente foi garantida à Becker e Serle. A mineração industrial moderna ocorreu em 1837 em Autun, na França e seguida pela exploração na Escócia, Alemanha e disseminando-se pela Europa com o passar dos anos. No Brasil o pontapé inicial para a utilização do xisto foi dado somente em 1930. Apesar de ser recente, possui um desenvolvimento a passos largos. Em 1954 a estatal Petrobrás desenvolveu sua própria técnica de exploração, produção e processamento de xisto em larga escala, denominada de Petrosix ®, hoje conhecida apenas como SIX, tornando-se independente de combustíveis externos. Os tipos de xisto classificam-se em pirobetuminoso e betuminoso. 
O xisto pirobetuminoso é encontrado na natureza em estado sólido, isso dificulta a extração do betume, matéria orgânica oleosa encontrada na região interna da rocha de xisto, demandando técnicas específicas para a sua extração e perfuração, como técnica de fracking ou fraturamento hidráulico. A utilização destas técnicas podem causar grandes impactos ambientais, pois há necessidade de injetar água e outros produtos em alta pressão no momento da perfuração, podendo acarretar em tremores terrestres, contaminação do lençol freático e até a extinção de espécies aquáticas presentes no local de prospecção. Já o xisto betuminoso é também encontrado em rochas sedimentares, o betume presente na região interna é quase fluído, o que facilita a extração e seu tratamento.
Assim como o carvão mineral, o xisto também é abundante em todo o mundo, estima-se que as reservas de xisto apresentam em quantias de óleo, em potencial, muito maiores que as reservas totais de petróleo em poço. O Brasil ocupa a décima maior reserva de xisto no âmbito mundial, este ranking é liderado pela China, em segundo pelos Estados Unidos seguido pela Argentina, que ocupa a primeira posição no ranking latino americano.
O Brasil possui a segunda maior reserva de xisto betuminoso da América Latina, sendo esta distribuída em todas as regiões do país, sendo a de maior importância a reserva de formação Irati, área sedimentar do Período Permiano, com extensão de São Paulo até o Rio Grande do Sul, dando destaque para o município de São Mateus do Sul, no Paraná, onde existe uma usina para processá-lo e conta com uma capacidade de para extração. A usina utiliza da tecnologia de produção em larga escala do xisto patenteada pela Petrobrás (SIX) para a extração e tratamento do folheto pirobetuminoso e contempla todas as etapas do processo industrial. Os produtos e subprodutos obtidos são destinados a unidades de tratamento e convertidos em produtos para consumo industrial de centros urbanos. O gás de xisto obtido é encaminhado para a produção de GLP, enxofre e gás combustível, via gasoduto para uma indústria cerâmica vizinha à SIX. A Nafta é enviada para a REPAR (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) em Araucária, no Paraná, gerando combustíveis a partir do processamento de refino. A água de xisto é também um insumo interessante, e esta é utilizada para a fabricação de fertilizantes foliares, com alta eficácia e eficiência comprovadas por pesquisas realizadas pela EMBRAPA e IAPAR, por meio do PXA (Projeto Xisto Agrícola). 
Os métodos de prospecção usados para determinar locais onde é possível existir xisto, bem como sua visibilidade econômica, sendo eles: Sondagem Rotativa Diamantada e Métodos Geofísicos. O principal objetivo de realizar uma prospecção via sondagem é obter informações concretas a respeito da rocha encontrada, para avaliar uma jazida com alta precisão é necessário um percentual elevado de recuperação do testemunho no intervalo mineralizado. 
Os métodos geofísicos são técnicas indiretas de prospecção, seus custos são relativamente baixos e permitem obter informações sobre a subsuperfície que será perfurada. A técnica elétrica tem se mostrado bastante eficaz ao encontrar problemas estruturais como falhas, dobras e zonas de fratura. As formas de eletrorresistividade são obtidas a partir da descarga de correntes elétricas na superfície estudada, medindo-se sua diferença de potencial, provocadas por eletrodos dispostos no solo.
Depois de extraído, a rocha passa pelo processo de trituração e é levado a um reator onde é submetido à pirólise a e seu estado físico será gasoso, o gás é resfriado e condensado, formando gotículas de óleo, onde este é encaminhado para refinarias e dada a produção do petróleo de xisto. 
Apesar do grande potencial brasileiro, a produção e a utilização como fonte energética são baixas, a justificativa para isso dá-se pelo custo operacional, os impactos ambientais e também há problemas com a população, onde há baixa aceitação da exploração do xisto, diferentemente do petróleo, que já é segmento concretizado e conceituado.
Em âmbito mundial, desde os anos 2000 o gás de xisto tem sido visto como uma solução para os Estados Unidos, ele vem ganhando espaço e possui uma significativa participação na matriz energética americana, que ainda é dependente de importações. A região centro-oeste dos EUA é a mais rica em reservas deste recurso e consequentemente também com maior produção, hoje em dia, cerca de 23% da produção de gás natural norte-americano é oriundo do gás de xisto. A expectativa é que até 2020 os EUA seja independente no âmbito de energia, isso devido ao seu grande investimento em estudos de pesquisa para o xisto.
Das vantagens para o uso do xisto como fonte de energia, a maior possa ser com a menor emissão de gases que afetam o meio ambiente, já que é gerado a partir de uma fonte gasosa, apesar de que hoje em dia esta vantagem ainda não seja aparente devido à baixa produção, entretanto num futuro não tão distante é possível que ela seja percebida caso o xisto substitua em larga escala mundial o uso de petróleo. Ainda como o gás convencional, GLP, ele possui boa eficiência para o uso em residências e industriais, na tocante geração de energia elétrica. Entretanto o maior obstáculo encontrado até agora pode ser dito como a sua exploração, uma vez que os impactos ambientais são elevados, apesar de muito eficiente o gás de xisto não é uma fonte de energia renovável, isso se dá devido ao seu tempo de formação, a matéria-prima demora mais tempo para se formar do que o seu consumo efetuado, o seu alto custo também é uma desvantagem visível, em razão de necessitar de grandes tecnologias muitas vezes ainda não dominadas.
Bibliografia
Press Release. [on-line]. Edição única. BP Brasil. 2015. Acesso em 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://www.bp.com/pt_br/brazil/sala-de-imprensa/noticias/o-relatorio-estatistico-da-bp-mostra-que-2014-foi-um-ano-de-muda.html>
BRASIL, Niló Índio do; ARAÚJO, Maria S. Adelina; SOUSA, Elisabeth C. Molina. Petróleo e Gás Natural. 1ª ed. Rio de Janeiro. Vol. Único. Editora LTC. 2011.
TONEL, Giovani; TAFFAREL, Silvio Roberto. Processamento do Xisto. 2004. 34p. Trabalho de Graduação (Graduação em Engenharia Química) - Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2004.
Xisto Betuminoso. [on-line]. Edição única. Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA). 1999. Acesso em 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/xisto.html>
ANP: Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis. Acesso em: 02 de setembro de 2017. Disponívelem: <http://www.anp.gov.br/>
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX). [on-line]. Edição única. Petrobrás. Acesso em: 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/refinarias/unidade-de-industrializacao-do-xisto-six.htm>
Fracking. [on-line]. Edição única. Greenpeace. Acesso em: 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/usa/global-warming/issues/fracking/>
Não Fracking Brasil. Acesso em: 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://naofrackingbrasil.com.br/areas-em-risco-no-parana/>
UROV, K.; SUMBERG, A. Characteristics of oil shales and shale-like rocks of known deposits and outcrops. 3ª ed. Vol. 16. Editora Estonian Academy Publishers. Tallinn, Estônia. 1999.
McHANEY, Sarah. Shale Gas Extraction Brings Local Health Impacts. [on-line]. Inter Press Service (IPS). Washington, EUA. 2012. Acesso em: 02 de setembro de 2017. Disponível em: <http://www.ipsnews.net/2012/10/shale-gas-extraction-brings-local-health-impacts/>

Outros materiais