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JUIZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL ARTIGO

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JUIZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL 
 
 
 
DAVID, Ricardo Mariano Magalhães 
 
 
SÚMARIO: Introdução. 1. Pronunciamentos do Juiz. 1.1. Sentença. 1.2. 
Decisão Interlocutória. 1.3. Despachos. 2. O que é Juízo de Admissibilidade 
Recursal? 3. Pressupostos Recursais. 4. Pressupostos Intrínsecos. 4.1. 
Cabimento. 4.2. Legitimidade Recursal. 4.3. Interesse Recursal. 5. 
Pressupostos Extrínsecos. 5.1. Tempestividade. 5.2. Preparo. 5.3. 
Regularidade Formal. Conclusão. 
 
INTRODUÇÃO. 
 
Para as partes (autor e réu) nem sempre uma decisão ou sentença atinge 
seu objetivo. Para a parte que não teve seu objetivo alcançado, resta o 
recurso, que pode ou não mudar sua sorte na questão processual. 
Nesse breve artigo, destacamos apenas o juízo de admissibilidade, que 
nada mais é, do que formalidades expressas na Lei, e que se não cumpridas, 
nada adianta solicitar reforma ou mudança na questão processual. 
 
1. PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ 
 
Se todo recurso provém da insatisfação de uma das partes do processo, 
certo é, analisar como e quando nasce essa insatisfação. 
O Código de Processo Civil é taxativo, consiste em pronunciamentos do 
Juiz, as sentenças, as decisões interlocutórias e os despachos (Artigo 203, 
caput). 
 
1.1. SENTENÇA 
 
Sentença é o pronunciamento do Juiz que põe fim a fase de 
conhecimento do procedimento comum, pode também extinguir a execução. 
Pode o Juiz decidir a questão com mérito ou não. 
Resolver a questão com mérito, é quando o Juiz decide sobre a questão, 
depois de uma das partes provar ser dona do direito da lide. Os motivos que 
levam o Juiz a resolver o mérito estão expressas no Artigo 487 do Código de 
Processo Civil. 
Resolver a questão sem mérito, é, quando o Juiz resolve o mérito, sem 
analisar a questão, processo que pode por exemplo estar carregado de erros 
processuais, um exemplo comum, é o indeferimento de uma petição inicial. 
Todos os motivos que fazem o Juiz não analisar uma questão estão dispostas 
no Artigo 485 do Código de Processo Civil. 
 
1.2. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
 
Decisão Interlocutória decide algo dentro do processo sem resolver o 
mérito. Durante a fase de conhecimento, podem surgir inúmeras questões, que 
devem ser julgadas antes da decisão principal, ou, sentença. 
Exemplo de uma decisão interlocutória, é a aceitação da nomeação de 
um perito profissional por uma das partes envolvidas no processo. 
 
1.3. DESPACHOS 
 
Despacho nada mais é do que, o Juiz dar andamento ao processo, 
intimando as partes, corrigir eventuais erros ou irregularidades sanáveis. 
Exemplo claro de um despacho, é o Juiz designar data para a audiência, 
intimando as partes. 
Diante dos pronunciamentos do Juiz, as partes podem ou não ter seu 
objetivo alcançado, a partir desse momento temos o instrumento processual 
chamado recurso, que pode pedir o reexame ou a modificação da decisão, não 
criando um novo processo, mas provocando uma nova decisão por instancia 
superior, atendendo os princípios constitucionais da ampla defesa e do duplo 
grau de jurisdição. 
 
2. O QUE É JUIZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL? 
 
A parte que não teve seu objetivo alcançado não basta apenas interpor 
o recurso, para interpor o recurso é necessário preencher formalidades 
expressas na lei, o que chamamos de admissibilidade recursal. 
Para cada tipo de decisão judicial, existe um recurso previsto na lei. 
A parte que não cumprir as formalidades ou estiver incompleto, o juízo 
não poderá aceitar seu pedido. 
A partir desse momento estamos diante de duas instancias diferentes, a 
que julgou e a que vai reformar ou modificar a decisão, é o juízo a quo e o juízo 
ad quem. 
O Juiz “a quo” e o “ad quem”, vão usar critérios para prover o recurso, 
critérios que chamamos formalmente de pressupostos. 
 
3. PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 
São as formalidades a ser cumpridas, para o recorrente ter seu recurso 
aceito. Essas formalidades são divididas na matéria do recurso em si, e sobre 
a pessoa do recorrente, o recurso obtendo validade nessas duas etapas, o 
recurso é aceito pelo juízo. 
4. PRESSUPOSTOS INTRINSECOS 
 
São os pressupostos do recurso em si, não basta o recorrente se dirigir 
ao juízo e dizer que está insatisfeito com a decisão judicial, seu recurso precisa 
ter validade, condizer com aquilo que o recorrente questiona ser seu direito. 
 
4.1. CABIMENTO 
 
Para cada tipo de decisão, temos um recurso cabível. Apenas a 
Apelação cabe para a sentença, estando esse recurso figurado nos artigos 
1009 ao 1014, do CPC. 
Para as decisões interlocutórias, cabem o agravo de instrumento, 
estando nos artigos 1015 ao 1020 do CPC. 
Se a decisão for contra decisão proferida pelo relator, caberá agravo 
interno, para o respectivo tribunal de colegiados, respeitando as regras do 
tribunal a que se dirige o recurso, artigo 1021 do CPC. 
Se a questão for corrigir erro material, esclarecer alguma obscuridade 
ou eliminar contradição ou suprir alguma omissão sobre algo que o Juiz 
deveria ter se pronunciado, temos os embargos de declaração, figurando nos 
artigos 1022 ao 1026. 
O recurso ordinário, elencado nos artigos 1027 ao 1028, cabe apenas 
nas hipóteses constitucionalmente cabíveis. Está expresso na Constituição 
Federal de 1988, no artigo 102, II, as hipóteses em que o Supremo Tribunal 
Federal ira julgar o recurso. A competência do Supremo Tribunal de Justiça 
está expressa no artigo 105, II do mesmo diploma legal. 
Recurso extraordinário e o especial expressos nos artigos 1029 ao 1041, 
encontram cabimento na Constituição, e viabilizam interpretar e aplicar o 
direito constitucional e infraconstitucional, em decisões que violam a 
Constituição e a lei federal. 
O agravo em recurso especial e em recurso extraordinário, é cabível 
quando viabiliza o transito do recurso extraordinário ou especial que foi 
recusado nos Tribunais onde foram interpostos. Está expresso no artigo 1042 
do CPC. 
Os embargos de divergência são cabíveis na viabilização e 
uniformização da jurisprudência dos órgãos que compõem o Supremo Tribunal 
Federal e o Supremo Tribunal de Justiça, está expresso nos artigos 1043 e 
1044 do CPC. 
 
4.2. LEGITIMIDADE RECURSAL 
 
Podem interpor um recurso, as partes (autor e réu), o terceiro 
prejudicado e o Ministério Público. 
Geralmente costuma-se dizer que, apenas quem não atinge seus 
objetivos recorre de uma decisão, o autor também pode não ter seus objetivos 
alcançados e poderá recorrer. 
Ao terceiro prejudicado é preciso que ele prove de fato que a decisão 
sobre uma lide atinja direito que ele afirma ser seu, devendo ele indicar a 
situação que lhe dá o direito de recorrer. 
O Ministério Público pode recorrer como parte ou fiscal da ordem 
jurídica, mesmo independente de ser a parte, o Ministério Público já atua como 
fiscal da ordem jurídica. 
Pode uma parte interpor o recurso e a outra interpor junto, aderindo ao 
primeiro, chamado de recurso adesivo, em ambos os casos deve se respeitar 
os requisitos legais. 
 
4.2. INTERESSE RECURSAL 
 
As partes não bastam apenas recorrer apenas por não ter seus objetivos 
alcançados na decisão judicial. Cabe as partes provar ao juízo, o fato que 
causa prejuízo, e que com o recurso, sua situação possa melhorar, utilizando 
o recurso correto para proporcionar uma melhor decisão em seu favor. 
O recorrente também poderá desistir do recurso, salvo se o recurso já 
tenha sido reconhecido, não dependendo da aceitação da parte contraria. 
Também as partes podem aceitar a decisão, situação que não cabe recurso. 
 
5. PRESSUPOSTOS EXTRINSECOS 
Depois que o recorrente provou que a matéria ou decisãocabe recurso, 
deve-se prepara-lo de forma que o juízo possa aceitar, formalidades que 
tratam da maneira que o recorrente deve seguir para ter seu recurso 
interposto. 
 
5.1. TEMPESTIVIDADE 
 
Cada recurso tem um prazo especifico, exceto os embargos de 
declaração que são 5 (cinco) dias, todos os demais têm o prazo de 15 dias, 
contando apenas os dias uteis, descontando os fins de semana e feriados. 
Importante destacar que os feriados municipais não são iguais em todo o País, 
deve-se atentar a esse detalhe. 
Começa a contar os dias no momento em que as partes são intimadas da 
decisão, sendo eletrônica a intimação, conta-se o prazo no primeiro dia 
seguinte à publicação no Diário Oficial eletrônico. A contagem do prazo do 
recurso interposto pelos correios, não é mais a da chegada no Tribunal, mas a 
data da postagem. 
 
5.2. PREPARO 
 
O preparo refere-se as custas processuais do recurso, interpor o 
recurso custa dinheiro, e o Estado cobra. 
No momento da interposição, o recorrente deve provar que, além da guia 
paga, o porte de remessa e de retorno (correios), isso no processo físico. O 
porte de remessa e retorno é dispensado no processo eletrônico. 
O recorrente não provando o pagamento das custas, será intimado na 
figura de seu procurador para pagar em dobro, sob pena de deserção, sendo 
assim, não tendo o recurso analisado. 
Conforme legislação, os recursos interpostos pela União, Ministério 
Público, Distrito Federal, Estados, Municípios e autarquias são dispensados 
das custas. 
Existem duas exceções ao preparo recursal, os embargos de declaração 
e o agravo em recurso especial e em recurso extraordinário. 
5.3. REGULARIDADE FORMAL 
 
Esse é o último dos pressupostos antes do recurso seguir para o juízo 
apreciar o mérito dele. O juízo vai analisar o porquê a parte interpôs o recurso, 
e para cada recurso, exige-se uma formalidade. 
Todo recurso deve ter um pedido e sua concreta fundamentação. No 
CPC, cada recurso trás os requisitos formais que devem ser seguidos. 
 
CONCLUSÃO 
 
Estudado na doutrina, e conforme jurisprudência, é de suma importância 
o estudo da admissibilidade recursal. Para cada tipo de decisão, existe um 
recurso. 
O Juízo de admissibilidade recursal é uma formalidade processual. É ele 
que determina a existência de validade ou não do recurso a ser interposto, 
validando ou não o procedimento, como consequência o deferimento ou 
indeferimento. 
Como exemplo destaco um Agravo Regimental do Tribunal de Justiça de 
São Paulo de N° 2026994-41.2017.8.26.0000, cujo Relator foi o Excelentíssimo 
Desembargador Rebello Pinho, que segue abaixo: 
 
RECURSO Agravo Regimental Decisão que negou seguimento ao recurso, por 
manifestamente inadmissível, com base no art. 932, caput e inciso III, 
CPC/2015 Razões deduzidas pelos agravantes não demonstram o desacerto 
da decisão combatida, pelos fundamentos dela constantes, porquanto o 
recurso não pode ser conhecido, por falta de requisito de admissibilidade, 
tendo em vista que, dentre as hipóteses taxativas arroladas no art. 1.015, do 
CPC/2015, não se encontra o indeferimento do pedido de processamento dos 
embargos à execução com efeito suspensivo, mas apenas e tão somente a 
possibilidade de interposição do agravo de instrumento nos casos de 
“concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à 
execução”. Recurso desprovido. 
 
Vistos. 
 
 
A) Os agravantes não provaram o erro da decisão anterior, que 
não proveu “embargos à execução”. 
B) O motivo alegado pelos agravantes não cabe “agravo de 
instrumento”, sendo o artigo 1.015 do CPC taxativo nas ocasiões onde 
pode-se interpor o mesmo. 
C) O agravante buscava o indeferimento do pedido de 
processamento dos “embargos à execução” com efeito suspensivo. 
D) Sendo assim, o “agravo de instrumento” não é cabível nesse 
recurso. 
E) As decisões interlocutórias que não se encontram no rol do 
artigo 1015 do CPC, não são recorríveis por “agravo de instrumento, 
mas como preliminar de razão ou contrarrazões de “apelação”, 
expresso no artigo 1009, §1° do CPC. 
F) O recurso foi indeferido. 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria do novo processo civil / Candido 
Rangel Dinamarco, Bruno Vasconcelos Carrilho Lopes. – São Paulo : 
Malheiros, 2016 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – 
Volume único / Daniel Amorim Assumpção Neves – 9.ed. – Salvador: Ed. 
JusPodvm, 2017. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado® / 
Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção 
esquematizado® / coordenador Pedro Lenza) 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente 
estruturado à luz do novo CPC – Lei n. 13.105, de 16-3-2015 / Cassio 
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. 
ALVIM, Rafael. Parte Geral e princípios constitucionais no CPC 2015. 
Disponível em: < http://www.cpcnovo.com.br/blog/2015/04/01/parte-geral-e-
principios-constitucionais-no-cpc-2015/Acesso em: 02 out. 2017 
NETO, Diógenes Baleeiro. O novo CPC e o Recurso Prematuro. 25 de 
setembro de 2017. Disponível em: 
http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=875231. 
BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. 
Brasilia,DF, Out 2017. Disponivel em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045> 
 
JURISPRUDENCIA 
 
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
Conteúdo Exclusivo WEB | JRP\2017\349348 
TJSP - AgRg 2026994-41.2017.8.26.0000 - 20ª Câmara de Direito Privado - j. 
24/4/2017 - julgado por Rebello Pinho - Área do Direito: Civil; Processual. 
Disponível em: <http://www.revistadostribunais.com.br>

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