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IED PRIVADO 1
OBJETO DE ESTUDO:
Direito público é aquele cujas normas regulam relações jurídicas entre Estados ou entre Estado e privado, nesse caso o Estado mantem sua supremacia de poder (na sua condição de poder público, é uma relação verticalizada). Já o direito privado é aquele cujas normas regulam ações entre particulares ou entre particular e Estado, nesse caso o Estado não tem supremacia de poder (atua como se fosse um particular).
O direito público é dividido em externo e interno. No interno temos penal, ambiental, tributário, eleitoral. No externo temos o internacional público. Já o direito privado não se subdive em em externo e interno, sendo civil, trabalho, consumidor e empresarial.
No início não havia vários ramos do direito privado, só havendo o civil, mas com o tempo, com a necessidade de proteger os sujeitos mais fracos da relação jurídica, criou-se novos ramos.
O direito civil se situa dentro do privado, mas não atende a todas as necessidades dos particulares. Ele é o direito privado geral ou comum, ou seja, nõa se exige características específicas das relações jurídicas nos mais diversos âmbitos. 
Pode se aplicar o direito civil subsidiariamente para preencher lacunas de outros ramos do direito privado,
Normas de ordem públicas buscam tutelar interesses geral da sociedade. Já as de ordem particular buscam tutelar interesses de particulares.
Há o fenômeno da publicização do direito privado, no exemplo do código de defesa do consumidor, que é quando o estado influencia na relação entre particulares a fim de tutelar interesses gerais da sociedade.
FONTES DO DIREITO CIVIL
São 3: A constituição federal (não é exclusivamente civil), o código civil (mais extenso em termos de conteúdo porém hierarquicamente inferior a constituição). OBS: O que caracteriza um codigo é ser um diploma normativo que concentra uma grande quantidade de normas de mesma natureza, organizada em meios sistemáticos. A legislação civil extravagante é a terceira fonte do direito civil, que é caracterizada por não ser código ou estatuto, são leis esparsas, que regulam temas específicos. 
Organização do código civil brasileiro ocorre de forma sistemática, com divisão em parte geral e parte especial. Cada uma dessas partes é subdividida em livros, 3 na geral (das pessoas, dos bens jurídicos e dos fatos jurídicos) e 5 na especial (direito das obrigações, das empresas, das coisas, da familia, das sucessões). Cada um desses livros é subdividido em títulos, capítulos e sessões, que possuem artigos, que podem ter cabeça, parágrafo, inciso e linha
EVOLUÇÃO DO DIREITO CIVIL
Grandes inventores foram os Romanos, com certas adaptações. A ideia dos institutos vieram deles, como o casamento por exemplo.
As origens mais recentes estão nas grandes codificações do século XVIIII em especial o Código civil francês e alemão. O francês é um código patrimonialista e individualista, que até hoje reside na frança. Trata as pessoas de maneira igual, o que recebe críticas por juridicamente não garantir de forma acertiva o direito dos mais fracos em detrimento dos mais fortes, como no caso de empregador e empregado. Extremamente analítico, procura antecipar as condutas e suas consequências, ou seja, acaba sendo muito minuncioso e completo. O código civil alemão, por sua vez, possui um perfil social mais do que liberal quando comparado ao francês. É mais sintético do que analítico, enunciando mais princípios gerais para regular condutas. 
O primeiro código civil brasileiro exportou do fracês sua ideologia/conteúdo e do alemão a estrutura. É natural que a infuência maior seria do frances, já que assim como o Brasil a frança pertence ao civil law.
No Brasil a legislação indígena e africana não influenciou, utilizávamos a legislação portuguesa no tempo de colônia. Era a mistura do direito canônico e romano. Permaneceu até 200 anos após a independência do brasil com imposição das ordenações filipinas. Criou-se então a consolidação das leis civis no século início XX. Obs: Consolidação não cria novas normas, apenas consolida o que já está vigente.
O Código Civil de 2002 “nasceu velho” porque estava tramitando desde 1976 e conserva um ranço liberal, sendo desatualizado em face da sociedade que o destina
DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL
O código civil é fortemente influenciado pelo ideal liberal burguês. As constituições ficavam mais na área de proteger o individuo contra o estado ao invés de cuidar das relações entre particulares. Já os codigos regulavam as relações privadas, assegurando a autonomia privada. Havia apenas a fixação de regras mínimas para a conduta dos particulares. 
Estado social de direito: A Constituição não se limita a regular o poder político, regulando também a ordem econômica e social
A tradição do Direito brasileiro é patrimonialista e individualista
É necessário fazer uma leitura do nosso Direito Civil conforme os princípios que norteiam a Constituição Federal
Conciliar um direito individualista e patrimonialista com a constituição de um estado social de direito é o que se quer fazer no plano do direito civil, é trazer os princípios da constituição, é necessário que haja uma submissão. Acima de qualquer valor está a dignidade da pessoa humanos, que é o vetor da interpretação não só direito civil como dele (direito) como um todo.
PERSONALIDADE JURÍDICA
A noção de personalidade da psicologia em nada assemelha-se com a do direito, ela consiste numa aptidão para titularizar direito e contrair deveres. Uma aptidão genérica, basta ser pessoa para ter personalidade jurídica (pessoas físicas e jurídicas).enfim, é uma aptidão para ser sujeito em relação jurídica. Os animais no Brasil são entes despersonalizados.
#Capacidade: Todas as pessoas são capazes de titularizar direitos e contrair deveres . Logo, o que não é pessoa não tem personalidade jurídica.
Temos 2 espécies de capacidade: De direito (gozo) ou de fato (exercício).
Todas as pessoas possuem possuem capacidade de direito, ela é genérica. A capacidade de fato, a capacidade de exercer por si só os atos da vida civil não é genérica, algumas pessoas não a têm. Assim, haverá representante para quem não tem por si só a capacidade de exercer os atos da vida civil.
OBs: Não existe incapacidade de direito, mas existe incapacidade de fato.
A incapacidade pode ser relativa ou absoluta.
Não confundir personalidade jurídica com pessoa jurídica
LEGITIMAÇÃO
Para a prática de alguns atos a lei exige algo além da capacidade, que é a legitimação. Conssite num requisito epecifico exigido pela lei para que certas pessoas pratiquem determinados atos. Ex: Vender um imóvel de uma pessoa casada necessita de autorização do cônjugue.
MOMENTO DA AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Segundo o art II, a aquisição da personalidade jurídica inicia-se no momento da concepção, porém diz também que a personalidade jurídica inicia-se no nascimento com vida.
Sendo assim surgem 3 teorias para discutir essa contradição
1)Teoria natalista: Inicia-se no momento do nascimento com vida, porém o nascituro tem uma espectativa de direito protegida por lei. Seria um direito em formação.
2)Teoria concepcionista: Inicia-se no momento da concepção, porém temos que atingir uma nova compreensão do que é concepção, sendo ela agora como fixação do ovo na cavidade uterina. Os direitos existenciais são obtidos no momento daconcepção, já os patrimoniais somente após o nascimento com vida.
3)Teoria da personalidade condicional (eclética): O nascituro tem uma personalidade jurídica, porém condicionais. Direito condicional: subordinado a um evento futuro e incerto. Ex: a pessoa só adquirirá dado bem se optar por casar-se.
Prevalece entre os autores classicos a teoria natalista e entre os contemporâneos a concepcionista.
INCAPACIDADES
Varia em grau, podendo ser relativa ou absoluta.
O absolutamente incapaz é uma pessoa desprovida de discernimento, já o relativamente incapaz tem algum discernimento, porém não pode sozinho exercer os atos da vida civil (diferente de inimputabilidade). Como: Contratar,testar (fazer testamento), casar....
Se um absolutamente incapaz praticar um ato da vida civil este será nulo, já se um relativamete incapaz o fizer será anulável.
A incapacidade é suprida através de institutos, mediante a representação (incapacidade absoluta) e pela assistência (incapacidade relativa).
Representação é diferente da assistência, já que na representação o representante substitui o ato do representado, sozinho. Já na assistência ambos, assistente e assistido, praticam o ato da vida civil.
A quem incumbe a representação ou assistência: No caso de menor idade e os pais ou tutores (nomeação judicial). Já se a incapacidade deriva de outros motivos, que não a menor idade, a representação ou assistência deriva do curador (nomeação judicial)
Hipóteses que causam incapacidade absoluta e relativa: A primeira é a do menor de 16 anos (lei prevê que é alguém sem discernimento).
OBS: O estatuto do deficiente e doente mental retira dele a incapacidade, ou seja, não existe mais incapacidade por deficiência (física ou mental). Porém, quando necessário a pessoa deficiente será submetida à curatela, restringindo-se os atos de caráter negocial e patrimonial. É uma medida extraordinária. Há uma medida de iniciativa do deficiente para que este escolha pessoas para o apoiarem em decisões negociais (decisão apoiada).
Capacidade relativa são os maiores de 16 e menores de 18 (discernimento reduzido), ébrios habituais associada a perda de discernimento(pessoa que consome bebida alcoólica de forma imoderada) e viciados em drogas. Nesse caso é necessário que a pessoa seja interditada. Aquele que não possa exprimir sua vontade (ex:coma) é também um caso de pessoa relativamente incapaz. O último caso de capacidade relativa é o da pessoa pródiga (quem gasta desordenadamente e vai lapidando o próprio patrimonio). Este também está sujeito à interdição (nesse caso apenas para práticas que envolvam práticas de disposição patrimonial)
A capacidade do índio será regulada por lei especial, no estuto do índio. Nesse etstuto diz-se primeiramente quem é índio, do ponto de vista étnico (ascendência pré-colombiana) e cultural. Daí o índio é caracterizado como integrado, isolado e em via de integração. São nulos os atos praticados entre índio não integrado (isolados e em via de integração) e pessoa não integrante da comunidade sem a assistência da FUNAI. Seria uma mistura de incapacidade absoluta e relativa, mas não identifica-se como nenhuma das 2. O ato será considerado válido se o índio compreender o ato e não sofreu prejuízo ao praticá-lo.
EMANCIPAÇÃO
É a aquisição antecipada da plenitude da capacidade jurídica. Pode particar atos da vida civil com menos de 18 anos. Via de regra é irreversível.
Existem 3 espécies de emancipação: 
·	Voluntária: Decorrente da vontade dos pais a partir dos 16 anos de seu filho mediante escritura pública.
·	Judicial: Só ocorre quando o menor, a partir dos 16 anos, estiver sobre tutela (ambos os pais estiverem mortos, ausentes ou destituidos de poder familiar). Nesse caso quem emancipa é o juíz .
·	Legal: Decorre de fatos que a lei considera por si sós capazes de antecipar a aquisição da plenitude da capacidade civil. Ex: No caso do casamento, gravidez, colação de grau em curso superior e estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego no qual a pessoa pode prover seu sustento
OBS: Uma pessoa que foi emancipada em decorrência do casamento, mesmo depois do divórcio continua emancipada. Já se ocorre casamento putativo e há anulação do casamento continua a emancipação no caso de os conjuguês agirem de boa fé, caso um deles haja de má fé a amancipação não continua válida.
EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
Ocorre com a morte, que tem uma série de consequências jurídicas da mais alta relevância, como: A cessação da personalidade jurídica (deixa de ser sujeito de direito), abertura da sucessão da pessoa (herdeiros passam a adquirir direitos sucessórios no momento da morte do indivíduo, antes tinha-se uma mera expectativa de direito), extinção do casamento (o conjugue passa a ser viúvo), extinção dos contratos personalíssimos (só podem executados pelo próprio contratante), como no exemplo de ter contratado algum cantor para um show ou um médico para uma cirurgia).
É importante identificar o momento da morte. Antigamente dizia-se que com ocorre com o cessamento do aparelho cardiorrespiratório, porém na atualidade diz-se que ocorre a morte acontece com o cessamento da atividade cerebral.
Premoriência é definir quem morreu primeiro, é preciso ser provada, mas quando não for possível de ser provada o código civil define a comoriência, que é a presunssão de morte simultânea de pessoas que morreram na mesma ocasião sem que se consiga definir a sequência das mortes
MORTE CIVIL
Não existe no presente. Consiste em considerar-se juridicamente morto alguém que se sabe estar fisicamente vivo. Decorria da punição de algumas pessoas no passado ou da vontade de ordens religiosas.
Diz-se que ainda temos vestígios da morte civil. Um deles é a exclusão por indignidade do herdeiro ou pela exclusão de certos militares. Ou seja, nos 2 casos os herdeiros e ou dependentes da pessoa que sofreu a exclusão receberá a herança como se morto ele estivesse.
MORTE PRESUMIDA
A lei presume a morte do indivíduo em caso de desaparecimento e em caso provável de morte. A declaração de morte presumida pode ser revogada em caso de a pessoa ser encontrada, mas em determinados casos os efeitos patrimoniais podem ser irreversíveis. Hipóteses de morte presumida:
1)Ausência: A pessoa que desaparece do seu domicílio sem deixar notícia do seu paradeiro. Não existe um prazo para que a pessoa seja considera ausente. Até que seja declarada a morte presumida dele um longo caminho é percorrido.
A primeira preocupação é proteger o patrimônio do ausente, a pessoa pode ter deixado previamente alguém para administrar seu patrimônio ou não, caso sim não é necessário tomar providência. Caso não, é necessário que providências sejam tomadas, os interessados irão requerer o atestado de ausência da pessoa, o levantamento dos bens e a nomeação de um curador. O curador terá que prestar contas ao juíz e será observado pelo mistério público. Existe uma ordem de preferência: O cônjugue, pais do ausente, descendentes e por fim qualquer pessoa nomeada pelo juíz. O curador tem apenas a função de administrador, não de proprietário. Se o procurador (pessoa nomeada para cuidar dos bens do ausente) não quiser, não puder ou não tiver poderes será declarado também um curador.
A curatela tem um prazo de 1 ano, já se ele deixou procurador ou representante dura 3 anos. A segunda fase é a sucessão provisória, que pode ser requerida por cônjugue, os herdeiros presumidos, os que tiverem sobre os bens do ausente direito presumido sobre sua morte, credores de de obrigações vencidas e não pagas. A sucessão será provisória nessa fase, sendo herdeiros provisórios, que têm a obrigação de cuidar dos bens do ausente e deixá-los no estado que o encontraram. Caso o ausente retorne nessa fase ele tem direito aos seus bens no estado em que os deixou. Os frutos e rendimentos produzidos por esses bens serão dos herdeiros, caso o mesmo seja conjugue, ascendente ou descente. Caso não seja o caso, os frutos e rendimentos serão divididos, metade irá para o herdeiro e outra metade para uma conta esperando pelo retorno do ausente. Caso cause danos nos bens do ausente, o herdeiro terá que indenizá-lo. 
Caso o herdeiro não seja conjugue, ascendente ou descendente ele terá que oferecer um bem . Ou seja, na hipótese de ele causar um dano ao bem do ausente seu próprio bem será tomado.
Se o ausente deixou bens facilmente deterioráveis, como ferrari ou lancha, devem ser vendidos e o capital deve ser convertido em imóveis ou títulos.
Se provada que a ausência foi voluntária o mesmo perde a sua parte dos frutos e rendimentos (sua metade).
O herdeiro não prestou garantia porque não pôde, mesmo assim tem direito à sua parte dos frutos e rendimentos.
A abertura da sucessão provisóriaé determinada por sentença. Todo ato judicial é passível de recurso. Mas pode ocorrer dele não ser mais passível de recurso (transitou em julgado), ou porque passou o tempo ou porque esgotaram-se os recursos.
Após 10 anos do trânsito em julgado da sentença de ... os interessados podem requerer a sucessão definitiva. Os herdeiros podem pedir a morte presumida....
Esse prazo pode ser diferente se o ausente tiver 80 anos ou mais ou se fizer 5 anos desde a última notícia do mesmo, sendo assim espera-se 5 anos apenas.
Os herdeiros não terão apenas a posse provisória e sim a apropriação dos bens. A propriedade é chamada de resolúvel, já que caso o ausente retorne até 10 anos depois a propriedade será restituida pelo mesmo nas condições que estiverem. Nessa fase não o herdeiro não é mais obrigado a prestar garantias, e aquele que o fez na fase anterior pode pedir o levantamento das garantias. Também se apropriam da totalidade dos frutos e rendimento, mesmo os que estavam em posse do herdeiro.
Se o ausente retornar após 10 anos não terá mais direito a nada.
2)Sem prévia declaração de ausência
·	Se for extremamente provável a morte de alguém que está em situação de perigo. Nesse caso não é necessária uma longa tramitação.
·	Se alguém desaparece em campanha ou feito prisioneiro e não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Essa hipótese se aplica ao militar.
O morto presumido pode retornar, tendo as consequências patrimoniais e as matrimoniais. As matrimoniais são: O casamento é anulado de maneira irreversível quando a morte presumida foi declarada. Sendo assim o companheiro do morto pode casar-se novamente. rever
Se qualquer morto presumido retorne as consequências patrimoniais serão as mesmas da ausência.
NOME DA PESSOA NATURAL
A pessoa natural é identificada por nome, estado e domicílio. O nome é o primeiro e principal identificador da pessoa.
Natureza jurídica do nome( Como o direito explica o fenômeno do nome): Existem 3 teorias
1)O nome é o direito de propriedade, nos relacionamos com nossos nomes assim como nos relacionamos com nossas propriedades. Essa teoria não é aceita pois diferente dos bens materiais não posso me desfazer do meu nome ou vendê-lo.
2)O nome é um direito sui generis, ou seja, um direito singular, que não pode ser comparado a nenhum outro. Deriva da necessidade de identificar pessoas e apenas isso. É criticada, pois é também um direito e pode haver processos por uso indevido dele
3)O nome é um direito da personalidade, recai sobre os atributos físicos, psiquícos e morais da pessoa. 
O nome é integrado de 2 partes pré nome (atribuido com grande liberdade dos pais aos filhos, não podendo expor a pessoa ao ridículo e sobrenome (indica a procedência familiar da pessoa). A grafia do pré nome deve seguir as regras língua portuguesa, com exceção daqueles estrangeiros cuja grafia não sofreu aportuguesamento. Irmãos, filhos dos mesmos pais, não podem ter o mesmo nome.
O sobrenome deve obrigatoriamente indicar a ancestralidade da pessoa, não precisa ser direto. Ex: O pai coloca no filho o sobrenome de seu pai mesmo não tendo ele em seu próprio nome. A pessoa pode estabelecer para seus filhos o sobrenome dele formado apenas com sobrenomes maternos se quiser, não existe regra quanto a isso.
Cognome é a forma pela qual a pessoa é popularmente conhecido. Pode ser formado a partir do próprio nome da pessoa, normalmente no diminutivo (hipocorístico)
Apelido pode ser o mesmo que cognome ou no sentido de patronímico (sobrenome)
Agnome é a partícula do nome que serve para distinguir pessoas da família que têm o mesmos nomes. Ex: Diego neto e Diego filho
Pseudônimo: nome que a pessoa utiliza no exercício de alguma atividade
Como regra o nome é imutável, só que com imutabilidade relativa, ou seja, há hipóteses nas quais é possível mudar de nome. Pode alterar o nome para corrigir erro gráfico, exposição ao ridículo, substituição ou adição de cognomes públicos e notórios, quando a pessoa sofre ameaça na apuração ou colobaração de um crime (cessada a causa ela pode voltar a usar o nome original), tradução de prenomes estrangeiros (há alguns que são impronunciáveis em português), no caso de adoção é facultativo a alteração do pré nome do adotado, qualquer pessoa no primeiro ano após atingir a maioridade, pré nome que cause confusão ou prejuízo, caso de transexualidade.
Excessões à imutabilidade do sobrenome: Adição de sobrenome de ascendente, no caso de adoção o adotado deve receber o mesmo sobrenome dos adotantes, no caso de separação e divórcio (retira-se o sobrenome adotado durante o casamento).
Tutela jurídica do nome: Todos temos direito ao nome, mesmo quem não for registrado. Todos temos direito de proteger nossos nomes da utilização comercial não autorizada e da utilização do nosso nome em publicações que nos exponha ao ridículo. A mesma tutela que se dá ao nome se dá ao pseudônimo, desde que o mesmo seja utilizado em atividade lícita
ESTADO DAS PESSOAS
·	O estado é o conjunto de características juridicamente relevantes afim de identificar a pessoa na sociedade.
O estado político não é estudado no direito civil, apenas pelo direito constitucional.
O estado familiar: 
·	Matrimonial: 5 estados das pessoas- a pessoa pode ser casada, solteira, viúva, divorciado e judicialmente separado. Alguns autores discutem a existência de um 6º estado, dá união estável. A maioria discorda, apesar de não desconsiderar a união estável uma entidade familiar. Pelos autores que afirmam que sim, dizem que a união estável outorgaria o casamento. 
*separada judicialmente e divórcio: a separação judicial põe fim na sociedade conjugal e nos deveres inerentes ao casamento, mas não o casamento. E o divórcio acaba o casamento. 
*não existe artigo que trate. É doutrina. 
*os impedidos de se casar, são impedidos de estabelecer união estável mas essa regra está sendo extremamente relativizada para defender a boa fé 
·	Parentesco: 
·	Por consanguinidade (vinculo de parentesco que há entre pessoas de um tronco familiar em comum, um ancestral em comum. 
A consanguinidade em linha reta- o vínculo que há entre parentes consanguíneos entre si na condição de descendente ou ascendente. Vai até o infinito, ou seja, avó, bisavô, etc. 
A consanguinidade em linha colateral, transversal- vinculo que há entre pessoas que procedem de um grupo comum, mas que não estão entre si em condição de descentes e ascendente. Vai até o quarto grau. 
·	Afinidade (é o vínculo que há entre alguém e os consanguíneos do seu cônjuge).
Aquele que é consanguíneo de um, será afim de outro cônjuge, mas não dos consanguíneos do cônjuge. 
O que é consanguinidade em linha reta, será afinidade em linha reta. Vai até o infinito. E o que for consanguinidade em linha colateral, será afinidade colateral.
A afinidade em linha colateral se extingue com o fim do casamento, mas a afinidade em linha reta não. A consequência pratica é que a afinidade em linha reta é impedimento matrimonial. Exemplo: apesar de divorciado, não pode casar com a sogra. 
·	Grau de parentesco: retroage-se até o ancestral comum mais próximo, depois avança-se até aquele parente em que o grau se quer contar. A cada geração se considera um grau. 
O estado individual: é residual.
·	Idade (no sentido de maioridade ou menoridade)
·	Sexo (hoje não tem relação, mas até o ano de 67 a mulher ao se casar ela se tornava relativamente incapaz, assistida pelo marido e antes era capaz)
·	Saúde (é a saúde mental. Hoje deixou de ser relevante pois a pessoa com deficiência mental deixou de ser considerada incapaz) 
Características do estado da pessoa 
·	Indisponibilidade- em direito dispor de algo é desfazer-se daquilo. Envolve a inaliedade e irrenunciável. Na alienação você é proprietário e transfere pra outra pessoa e na renúncia é jogar fora. O estado da pessoa é inalienável e irrenunciável. 
·	Indivisibilidade- indivisível porque a pessoa não pode ter estados contraditórios. Exemplo: ser capaz e incapaz. A exceção é a dupla nacionalidade
·	Imprescritibilidade:não se perde em passar do tempo. O estado da pessoa é imprescritível pois ele não sofre qualquer prejuízo em decorrência do passar do tempo
Ações de estado
Ação está relacionado a ação judicial. Ação de estado são aquelas que tem como objetivo criar, modificar ou extinguir um estado da pessoa natural. Essas ações envolvem interesse público, assim são personalíssimas, imprescritíveis e exigem a intervenção do ministério público.
A partir daqui para a 2 prova
DOMICÍLIO
Está relacionado à uma localidade, sede das atividades habituais de uma pessoa. Em tese é onde a pessoa deveria seria encontrada. A noção de domicílio serve para todas as áreas do direito, exceto para o direito eleitoral. Não se trata da rua e sim do local onde o indivíduo é domiciliado. Ex: João é domiciliado em Salvador e Pedro em Feira de Santana. Ex 2: Dois brasileiros vão se casar na França e como são domiciliados no Brasil o regime de bens será o aplicado no mesmo e não na França.
Os romanos criaram a ideia de domicílio, na qual a pessoa seria domiciliada onde ela residisse. No século XIX os franceses tornaram isso mais complexo, sendo necessário que a pessoa tivesse uma relação jurídica com o local que reside. O Brasil adotou a noção francesa, sendo a regra para definição de domicílio: A pessoa deve residir no local com ânimo definitivo (ânimo de ali permanecer). Ânimo definitivo não equilvale a ânimo perpétuo, ele é uma condição que assim como o casamento pode sim ser alterada. É possível determinar através do contexto da vida pessoa se ela tem ânimo de ali permanecer. 
OBS: Morada é o local onde a pessoa se instala, ainda que provisoriamente. Residência é a morada habitual.
Pluralidade de domicílios - Ocorre em 2 casos, quando :
·	A pessoa natural tem múltiplas residências onde alternadamente viva. Assim, todas essas residências são seus domicílios. Não é o caso de uma casa de praia que a pessoa vá esporadicamente. Obs: Essas residências não necessariamente têm que ser da pessoa propriamente, de posse dela.
·	A pessoa natural exercer atividade profissional em local distinto de sua residência, esse local será domicílio dessa pessoa, porém será domicílio apenas para as atividades concernentes a essa atividade profissional.
Exceção à regra geral: Domicílio sem residência fixa- eles serão domiciliados onde forem encontrados naquele momento.
Quanto à mudança de domicílio: A pessoa natural precisa somente manifestar sua intenção às municipalidades dos lugares, mesmo se não houver declaração alguma, as circunstâncias da própria mudança servirá de prova da intenção. O Artigo 74 diz: “Muda-se de domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.”
Espécies de domicílio:
·	Voluntário: Tudo o que foi falado até agora + o que for falado em domicílio da pessoa jurídica no direito privado.
·	Legal/necessário: Há certas pessoas que não podem determinar seu próprio domicílio, a lei que determina. O incapaz é domicilado onde forem domiciliados seus representantes ou assistentes. O servidor publico será domiciliado onde exercer permanentemente suas funções. O militar é domiciliado onde servir, se ele for da marinha ou aeronáutica ele será domiciliado onde residir a sede de comando ao qual ele estiver imediatamente subordinado. Marítimo não é militar, exerce sua função em embarcação civil, ele é domiciliado onde sua embarcação estiver matriculada. O preso é domiciliado no local onde ele estiver cumprindo pena.
·	De eleição/contratual: É o local escolhido num contrato para exercícios de direitos e deveres decorrentes desse contrato, assim como para a propositura de ações dele derivadas. Nos contratos de consumo e nos contratos de adesão (uma das partes escreve o contrato e a outra adere a ele) a clausúla de foro da eleição não pode prejudicar o exercicio de direito e defesa do consumidor ou do aderente, conforme seja o caso.
Domicílio da pessoa jurídica: 
·	Pessoa jurídica do direito privado: Regra geral é a sede indicada no seu ato constitutivo, ou se não houver indicação será o local onde funcionar sua diretoria e administração. A pessoa jurídica também pode ter pluralidade de domicílios e isso irá ocorrer quando ela tem múltiplos estabelecimentos (uma matriz, filiadas, escritório, loja, etc.). Nesse caso, cada estabelecimento será um domicílio, mas apenas para os atos nele praticados. A última regra, quando a pessoa jurídica for domiciliada no estrangeiro e tiver estabelecimentos no Brasil, ela terá tantos domicílios quanto tiver estabelecimentos.
·	Pessoa jurídica do direito público: As pessoas jurídicas de direito público interno têm por domicílio a sede de seu governo. Assim, o domicílio da União é o DF; dos estados e territórios as respectivas capítais; e do município, o lugar onde funcione a administração municipal.
PESSOA JURÍDICA
Grupo humano ou acervo patrimonial, criados na forma da lei, com observância no que a lei prescreve. O direito contribuiu atribuindo personalidade jurídica aos grupos, partindo da ficção de que esses grupos são verdadeiras pessoas, como realmente a considera. Quando se diz que a pessoa jurídica tem a personalidade jurídica quer dizer que os direitos e deveres da pessoa jurídica não se confundem com os direitos e deveres das pessoas que compõem a pessoa jurídica, e assim tem autonomia patrimonial. 
OBS: A pessoa jurídica só realiza atividades que tenham a ver com os seus fins, suas finalidades previstas no seu ato constitutivo. 
Natureza jurídica da pessoa jurídica: historicamente duas grandes tendências doutrinarias se formaram. 
No passado existiam as teorias negativistas da própria personalidade jurídica das pessoas jurídicas, que já caíram por terra. A primeira defendia que a pessoa jurídica era um patrimônio destinado a um fim, outra dizia que era um propriedade coletiva e a última tinha apenas uma aparência de personalidade jurídica, quem tinha era o sócio. 
As teorias afirmativistas defendem que a pessoa jurídica tem a personalidade jurídica. A primeira é da ficção, diz que a pessoa jurídica é uma abstração do direito, existe porque o direito admite a sua existência. A segunda é da realidade objetiva, afirma que a pessoa jurídica existe de fato, e ocorre que essa existência é social e não física, ela não existe no plano físico, só no social. A terceira é a da realidade técnica que é eclética, junção das duas, diz que do ponto de vista da existência, a existência da pessoa jurídica é real no plano físico, entretanto a atribuição da personalidade é obra do direito, o direito não faz surgir essa realidade social brota das ações humanas. As interpretações decorrem de interpretações distintas do artigo 45.
Características para que surja a pessoa jurídica: vontade criadora, observância das condições legais para a sua instituição, do registro e a licitude do seu objeto (só pode existir para perseguir fins lícitos). 
O surgimento da pessoa jurídica se dá no momento do registro: o público de empresas mercantis na junta comercial e o registro civil de pessoas jurídicas no cartório (esses são os principais). 
Sociedade irregular ou de fato: Não é registrada, por isso não tem personalidade jurídica própria. É possível distinguir sociedade irregular da sociedade de fato, porém a consequência é a mesma- não ter personalidade jurídica. OBS: Aquele que se obriga pela sociedade responde solidariamente com ele, os demais respondem subsidiariamente. Existe solidariedade passiva quando o credor pode exigir o cumprimento da obrigação de qualquer um dos devedores. Já quando a obrigação é subsidiária existe um devedor principal e um subsidiário. O cumprimento só pode só exigido do devedor subsidiário uma vez esgotado o patrimônio do devedor principal. Ex: Fiança.
No caso em análise, a pessoa A que se solidarizou para buscar com o fornecedor o material, essa pessoa torna-se o devedor principal junto com a sociedade. Uma vez esgotados o patrimônio desses, os outros sócios deverão responder pela dívida.
Entes despersonalizados: Também chamados de entes com personalidadeanômala. São realidades reconhecidas e regulamentadas pela lei, que, entretanto, não lhes outorga personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária. Pode ser dividido em:
·	Espólio: Formado a partir do patrimônio de alguém que morre deixando herdeiros. Com a morte, a lei concebe o surgimento de um ente formado a partir desses bens, desse patrimônio. Ele será administrado pelo chamado inventariante.
·	Herança jacente: A pessoa morre deixando bens, mas não tem herdeiros conhecidos.
·	Herança vacante: Mesma coisa da herança jacente, porém há edital para localizar os possíveis herdeiros antes. Daí, transforma-se nela.
·	Massa falida: Se é decretada a falência de alguém os bens dessa pessoa passam a integrar a massa falida. A massa falida é administrada pelo síndico. É preciso ser empresário para ter sua falência decretada.
·	Condomínio: É também administrado pelo síndico e é o edifício.
Capacidade da pessoa jurídica: Toda pessoa jurídica é plenamente capaz. Há certos atos que não podem ser praticados pela pessoa jurídica, que podem ser definidos intuitivamente. Diz-se então que ela tem capacidade jurídica especial, só podendo praticar atos permitidos pela lei, por seu ato constitutivo (ato que cria a pessoa jurídica) e compatíveis com sua condição de pessoa sem existência física.
Representação da pessoa jurídica: Incumbe aquele designado no seu ato constitutivo. Como regra o ato constitutivo da pessoa jurídica deve ter a pessoa designada a representá-la. Se não for constado, a representação será feita pela diretoria. 
Essa representação serve para permitir que a pessoa jurídica possa se manifestar à vontade. 
Representar significa estar presente, exige existência física. Logo, no caso da pessoa jurídica, ela é na verdade presentada- se faz presente através da pessoa que a representa. 
Classificação da pessoa jurídica
1)Do direito público
·	Interno: união, os estados, o DF, os territórios (quando há), municípios, autarquias e fundações públicas
·	Externo: estados estrangeiros e demais pessoas reguladas pelo direito penal internacional. Ex: Santa Sé e OMS
 2) Do direito privado: As associações, fundações, sociedades, organizações religiosas, partidos políticos e a empresa individual de responsabilidade limitada.
·	Sociedade: pessoa jurídica formada pela união de pessoas (corporação) e a essência da sociedade é exercer a atividade econômica e partilhar os lucros, os resultados dessa atividade.
·	Associações: são pessoa jurídicas que se unem sem objetivar fins econômicos (essas pessoas não objetivam obter e partilhar lucro entre si) – existe a renda, mas esta não deve destinar-se aos associados, mas sim, para a consecução de seus objetivos.
O ato que organiza a associação é o estatuto, é o ato constitutivo. O código civil estabelece o conteúdo mínimo do estatuto: denominação, fins da associação, indicação da sede (fixa o domicilio), requisitos para admissão, denominação e exclusão dos associados (o estatuto não pode criar requisitos que dificultem a saída dos associados e deve estabelecer as causas de exclusão de associados), direitos e deveres dos associados, fontes de recursos para manter a associação (não há necessidade da garantia, mas deve ter a previsão), modo de constituição e funções dos órgãos deliberativos, forma de gestão administração, etc. O estatuto pode conter outros conteúdos facultativos. 
A estrutura organizacional da associação é livre, a lei não estabelece. O código civil impõe a existência de um órgão deliberativo máximo que é a assembleia geral, que tem a função de destituir os administradores e alterar o seu estatuto. 
A condição de associado, como regra, é intransmissível. 
Título patrimonial= títulos que representam frações do capital social da associação. Esses títulos são um patrimônio e por esse motivo são transmissíveis. Mas essa transmissão não dá a condição de associado, a não ser que seja expressa no estatuto. 
Dissolução da associação: deve ser deliberada também pela assembleia geral. Dissolvida a associação a lei estabelece: dedução dos débitos sociais (pagamentos dos credores). Havendo saldo dá-se o passo seguinte: devolução daquelas parcela dos títulos. Os dois primeiros passos são obrigatórios. O terceiro passo depende de manifestação expressa da assembleia geral que deliberar a dissolução. Esta poderá também deliberar a restituição das contribuições pagar aos associados. Quarto passo: destinação dos remanescentes a outra entidade estabelecida no estatuto ou deliberada pela assembleia. Por fim, se o estatuto não tiver previsão e nem a assembleia deliberar, o patrimônio vai para o estado ou para o distrito federal. 
OBS: Associações e sociedades:
Semelhança: As associações e as sociedades são juridicamente consideradas corporações, já que são formadas pela união de pessoas. 
 X
Diferença: Nas associações não há o intuito lucrativo das pessoas, que por sua vez, é a essência da sociedade. As pessoas que se organizam em uma sociedade querem exercer a atividade econômica e partilhar os lucros. 
·	Fundações: são pessoas jurídicas cujo o substrato é o patrimônio aliado a um finalidade de cunho social. A fundação não tem dono, é um patrimônio, mas tem uma diretoria. 
A instituição se dá por escritura pública quando se deseja que a fundação seja criada antes da morte, e por testamento quando a instituição for após a morte do escritor. 
Através da escritura ou testamento é necessário que o escritor especifique os bens (dotação) e os fins da fundação (afetação). Esses fins devem ser de cunho social e devem ser imutáveis. Se os fins se tornarem novos, a mesma será extinta. Esses dois primeiros passos são obrigatórios, já a elaboração do estatuto, ou seja, a forma de administração, nesse primeiro momento, não é obrigatório. 
Peculiaridades das fundações: 
- É preciso apenas um instituidor para criar uma fundação. 
- O patrimônio é elemento essencial. O que importa é que o patrimônio seja suficiente para perseguir a finalidade pretendida. 
- Fins imutáveis, uma vez fixados são inalterados. 
- Não há sócios. A quem incumbe a administração da fundação é -estabelecida no estatuto. 
- São as únicas pessoas jurídicas de direito privado sistematicamente fiscalizadas pelo ministério público. 
Etapas para criar uma fundação
- Primeiro, dotação (reserva, separação, especificação dos bens) e afetação (especificação da finalidade). Isso poderá ser feito através de escritura pública ou por testamento (isso caso o instituidor queira enquanto esteja vivo ou após a sua morte);
- Do ponto de vista lógico, é a elaboração do estatuto – contudo, a elaboração deste pode ocorrer concomitante a fase anterior. A doutrina costuma classificar o estatuto em duas espécies: elaboração direta que é aquela feita pelo próprio instituidor, e elaboração fiduciária que é a feita por um terceiro – designado pelo instituidor, (a palavra fidúcia significa, em latim, confiança). Esse terceiro para elaborar o estatuto terá o prazo designado pelo instituidor ou, se não tiver sido especificado, 180 dias. Caso essa pessoa designada não o elabore, a incumbência de elaboração passa para o MP (para um promotor de justiça). 
- O estatuto deve ser submetido ao MP para a aprovação (caso ele quem o elabore, deverá ser submetido a autoridade judiciária – o juiz). Nessa fase de aprovação o MP pode aprovar, rejeitar ou determinar a realização de uma dirigência; ele verifica o patrimônio (se ele é suficiente), se os fins são compatíveis com a fundação, se o estatuto está formalmente perfeito, os bens (se são livres), a documentação. 
Se o MP diz que está tudo bem, a instituição é aprovada; mas, caso tenha algo errado, ele nega. Se algo for possível de sanar, ele realiza a dirigência. Se aprova, não cabe recurso; caso negue ou determine dirigência, cabe um recurso para a autoridade judiciária – ele avalia e decide. Não aprovado, os bens vão para outra fundação com a finalidade semelhante ou igual (caso o instituidor especifique vai para a fundação escolhida).- Depois de aprovado (ainda não temos fundação) chegamos a última fase que é a de registro. Nesse momento, após registrada, é que surge a pessoa jurídica. 
Alteração do estatuto:
Ele pode ser alterado a qualquer momento, uma vez que ele diz a forma de administrar a fundação. Para que isso ocorra, é necessário que haja a deliberação de 2/3 dos administradores da fundação. Essa modificação não pode contrariar ou desvirtuar os fins da fundação – os fins são imutáveis. E ela deve se submeter ao crivo do MP; ele tem que aprovar (mais uma vez, se recusar, pode haver recurso para a autoridade judiciária). Quando a deliberação for por maioria, não unanimidade, os vencedores deverão dar ao MP o conhecimento de quem são os vencidos – antes de aprovar o MP deve ouvir os vencidos, dar a oportunidade que eles se manifestem e, somente oportunizada pode ser aprovado. 
Extinção da fundação: 
Ela não pode ser extinta por qualquer razão como a sociedade ou associação. Só pode ser extinta nas hipóteses previstas em lei: se se tornar ilícito seu objeto (ou inocula); se for impossível a sua manutenção; vencimento do prazo de existência (não é comum, pois não é necessário que as fundações tenham prazos. Extinta a fundação, o destino do patrimônio vai variar: deve se verificar se o instituidor estabeleceu, se o estatuto o estabeleceu e, caso não tenha sido estabelecido, vai para uma outra fundação com finalidade igual ou semelhante e o juiz quem decide. 
Responsabilidade civil, penal e administrativa da pessoa jurídica: Responsabilidade, em direito, está relacionado as consequências de determinadas condutas; a responsabilidade seria um dever jurídico derivado que decorre da violação de um dever jurídico originário – por exemplo, temos o dever de não matar outrem – é o dever jurídico originário; se eu o faça, há a consequência – deve-se submeter à pena como um dever derivado por causa da violação do originário. São três as espécies de responsabilidade:
·	Responsabilidade penal: é aquela que tem como pressuposto o ilícito penal e como consequência a sanção penal.
·	Responsabilidade administrativa: tem como pressuposto o ilícito administrativo e como consequência a sanção administrativa.
·	Responsabilidade civil: tem como pressuposto um dano e como consequência o dever de repara-lo. 
As três, ou duas, podem decorrer do mesmo fato. 
Do ponto de vista civil e administrativo, a pessoa jurídica responde como qualquer outra pessoa. Do ponto de vista penal, a pessoa jurídica só responde nos crimes ambientais; essa responsabilidade penal, não afasta a responsabilidade das pessoas naturais que determinaram a conduta, mas as pontuais serão avaliadas independentemente. Não se prende uma pessoa jurídica, deve-se ressaltar que nem todas as sanções penais são privativas de liberdade, mas serão punidas de formas compatíveis a sua condição de pessoa jurídica. 
Desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica:
Quando há a desconsideração, suspende-se o véu da sociedade, e faz com que seja possível responsabilizar os sócios ou administração por obrigações que são da pessoa jurídica e vice-versa. Na verdade, o Código Civil expressamente só menciona a possibilidade da responsabilização dos sócios e dos administradores pela pessoa jurídica, mas agora admite-se a responsabilização da pessoa jurídica por obrigação de seus sócios.
OBS: Ela é episódica.
·	Desconsideração inversa: responsabiliza-se a pessoa jurídica por obrigação dos sócios. Tem aplicação, sobretudo, no direito de família. Ex: Um homem não tinha renda para bancar a pensão do filho, alegando que o dinheiro que ganhava da empresa era muito pouco. Ele morava em um apartamento de luxo, tinha um carro de luxo e um cartão de crédito, tudo em nome da empresa. Diante disso, ficou decidido que a empresa pagaria a pensão do filho por ele.
·	Desconsideração direta: consiste na responsabilização dos sócios ou administradores por obrigação da pessoa jurídica.
 Ex: O shopping precisava pagar uma indenização, mas não tinha dinheiro para tal. Os sócios então foram responsabilizados a pagar a indenização em nome do seu patrimônio.
Existem duas teorias que se distinguem em relação aos requisitos da desconsideração:
-Teoria menor: A teoria menor só será aplicada nas hipóteses vinculadas a nichos sociais que merecem uma maior atenção do Estado, tais como consumidores, empregados e meio ambiente, por exemplo.
-Teoria maior: Há a autorização da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas ser ignorada, como forma de coibir fraudes e abusos praticados através delas. Ocorre que, nesta modalidade, deverão ser atendidos alguns requisitos estabelecidos legalmente e, por isso, considera-se como uma teoria de maior consistência, que oferece maior segurança aos sócios.
 A teoria maior da desconsideração foi a opção adotada pelo Código Civil de 2002, através do já citado artigo 50, pois carece de abuso da personalidade jurídica, desvio de finalidade ou ainda a confusão patrimonial.
OBS: Entretanto, referente à Teoria Menor, existem legislações com situações específicas, em que não há necessidade de atender nenhum dos requisitos descritos na Teoria Maior e, por isso, chama-se de teoria menor da desconsideração. A falta de bens ou direitos na sociedade que sirvam aos credores é o suficiente para atribuir ao sócio a obrigação da sociedade. A doutrina considera-a como menos elaborada, pois a desconsideração poderá ocorrer em quaisquer hipóteses em que for necessária a execução do patrimônio do sócio, uma vez que a sociedade não tenha como arcar com o débito executado. 
Extinção da pessoa jurídica: são três as espécies:
·	Convencional: é aquela deliberada pelos próprios integrantes da pessoa jurídica. Todas as pessoas jurídicas de direito privado podem ser excluídas dessa forma, exceto as fundações. 
·	Administrativa: uma vez que seja cassada a autorização que a pessoa jurídica possui para existir – deliberada pelo poder executivo, através de seu órgão específico. 
·	Judicial: é aquela determinada pelo poder judiciário e ele age quando o objeto da pessoa jurídica se torna ilícito. O MP julga a ação e uma vez determinada, extingue-se.
Extinta a pessoa jurídica, o ato respectivo é averbado no registro dessa pessoa jurídica. A partir desse momento, a pessoa jurídica subsiste apenas para fins de liquidação (recebimento dos créditos e pagamento dos débitos) – entra numa fase “terminal”. Encerrada a liquidação é feito o cancelamento do registro e com isso se dá a extinção da pessoa jurídica. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE
São aqueles direitos que recaem sobre os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa (por exemplo a honra, direitos autorais, liberdade em suas diversas manifestações); são direitos que durante muito tempo não foram vistos com a necessária importância pelo Direito Civil – os relegou a um plano inferior, porque o nosso direito civil tem uma tradição patrimonialista (ideologia liberal burguesa dos séculos XVIII e XIX).
Antes, tinham tutela jurídica, mas o desenvolvimento da teoria se deu mais precocemente no Direito Constitucional, as constituições já se ocupavam dos direitos da personalidade mesmo antes do Civil se ocupar. O Código Civil já traz uma certa disciplina sobre o direito da personalidade, mas lacunosa, portanto o direito civil enumera alguns direitos da personalidade, mas não todos (como a honra, por exemplo), então, há direitos da personalidade que não estão listados em nosso código.
Direito da Personalidade é a expressão mais utilizada, contudo, existem outras que podemos encontrar: Direitos Essenciais da pessoa, Direitos Fundamentais, Direitos sobre a Própria Pessoa, Direitos Personalíssimos, etc. 
OBS: Ele não recai sobre a própria personalidade apesar do nome, ele recai sobre projeções juridicamente relevantes da individualidade.
Fundamentos jurídicos: 
Os direitos da personalidade são algo inerentes às pessoas, inseparáveis da pessoa? Ou eles decorrem da tutela que lhes dá o Direito? Encontramos duas correntes doutrinárias antagônicas para responderao questionamento. 
·	Positivista: Os direitos da personalidade não são inerentes às pessoas – eles decorrem da tutela jurídica. Não fossem eles tutelados, não fossem eles avergados pelo direito, não haveria direitos da personalidade. Nessa medida, se o direito negar a alguém algo comum não haveria tutela. Acaba se contrapondo com os Direitos Humanos.
Embora essa discussão seja relevante no plano do direito comparado, em nosso plano interno, ela se esvazia de importância na medida em que temos no art. 1º da CF uma tutela jurídica à pessoa humana (Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – a CF é orientada para essa direção, tem esse vetor de proteção a essa dignidade). Ressaltando que isso é exclusivamente para o BRASIL.
EX: a mutilação genital da mulher em países mulçumanos no norte da África.
·	Jusnaturalista: Os direitos da personalidade são inerentes à pessoa. 
Titularidade:
 Os seres humanos, primeiramente – são os destinatários natos desses direitos. A ideia é decorrente da necessidade de proteger o ser humano. Os nascituros também, sobretudo o direito à vida (não é apenas a vida, eles titularizam todos que sejam compatíveis com as suas condições). Agora, os nascituros não titularizam direitos de caráter patrimonial (os direitos da personalidade são extrapatrimoniais). Quanto a pessoa jurídica, houve no passado uma controvérsia sobre se de fato a pessoa jurídica personalizaria esses direitos – essa discussão começou a ser ultrapassada a partir da edição da atual constituição que diz que não há discriminação entre pessoas e a interpretação deve ser extensiva e ficou ainda mais claro com a edição do Código Civil atual no artigo 52 (que são compatíveis com o seu estado – sem existência física).
Características do direito da personalidade:
·	Absolutos: a expressão tem um sentido técnico – são absolutos, porque são oponíveis contra todo. Os direitos subjetivos são classificados em relativo e absoluto, os relativos são aqueles cuja a condição de sujeito passivo recai sobre pessoas determinadas e, por outro lado, pode ser indeterminado (quando todos estiverem sob a condição de sujeito passivo), nesse caso, seriam absolutos (porque um é sujeito ativo e todas as demais pessoas estão na condição de sujeito passivo).
·	Generalidade: são gerais, ou seja, todas as pessoas titularizam o direito da personalidade – não há pessoa despida de direito da personalidade. E todas as pessoas titularizam os mesmos direitos (obviamente, com ressalva do nascituro e da pessoa jurídica devido à sua condição). 
·	Extrapatrimonialidade: são extrapatrimoniais, porque eles são insuscetíveis de apreciação econômica – eles não têm preço. OBS: Apesar disso, quando ocorre a violação, a condenação correspondente se faz através do pagamento de dinheiro, isso por absoluta impossibilidade de fixar a condenação de outra maneira – danos morais. 
Para estabelecer o valor é necessário verificar a natureza do bem jurídico violado; a extensão do dano; a pessoa do ofensor (se eu condeno um cara rico a pagar 5 mil é nada, se for uma pessoa mais pobre, vamos condenar ela à fome, por exemplo); a pessoa do ofendido (em razão da repercussão do dano, pode ser maior ou menor). Compensação X Dano.
·	Indisponibilidade: porque não pode se desfazer desses direitos – intransmissibilidade e irrenunciabilidade. Há os relativamente indisponíveis. 
·	Imprescritibilidade: porque não sofre nenhum prejuízo em razão do passar do tempo. 
·	Impenhorabilidade: algo impenhorável é aquilo que não pode ser penhorado, não são sucessetíveis de penhora (é um ato de força judicial através do qual se retira um bem de alguém a fim de que através desse bem sejam pagos os seus credores).
·	Vitaliciedade: eles são vitalícios, porque eles nascem com a pessoa e com ela permanecem durante toda a sua vida. Contudo, há alguns autores que afirmam que alguns direitos se prolongam para após a morte do individuo (morte, imagem, honra, nome) – eles passam a ser titularizados pelos herdeiros. 
Há direitos que são um misto de direitos da personalidade e direitos patrimoniais. Em razão disso, a sua feição patrimonial tem patrimonialidade e é disponível (exemplo: os direitos autorais). 
Quando há conflito entre direitos, é necessário fazer uma ponderação – o afastado tem que causar o menor sacrifício possível na satisfação naquele que prevaleceu no caso concreto. 
Alguns direitos da personalidade
·	Direito à vida: Vida é o pressuposto de todos os demais direitos, citado no art 5 da constituição. Vida é também tutelada em pactos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Mesmo esse direito pode ser afastado em alguns casos, como no caso de legítima defesa ou pena de morte no estado de guerra. OBS: Não existe direito sobre a vida e sim à vida (carater indisponível). Dentro dessa ótica o sistema jurídico brasileiro não legaliza o aborto (art 128 do código penal), somente autoriza esse ato em 3 casos bem específicos, para especialmente proteger a mãe. A eutanásia também não é admitida pelo sistema jurídico brasileiro.
O suicídio é um ato ilícito, mas não é criminalizado, ou seja não é processado criminalmente quem tenta tirar sua própria vida. Criminalizado é induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
·	Direito à integridade física: Direito à rigidez corpórea que todos temos. Não é direito sobre a integridade física e sim à integridade física. Nesse caso impedir alguém de se automutilar é um corportamento lícito. No caso de alguém capaz, a última palavra será sempre do paciente no situação de tratamento médico ou intervenção cirúrgica. No caso de pessoa religiosa que recuse tratamento médico, se a pessoa for capaz a recusa é legítima. Autolesão é tolerada de forma leve apenas (existe grave, gravíssima e leve). A lesão consentida é tolerada se for leve, como no caso do sadomasoquismo. Castigos físicos impostos dos pais para os filhos não são mais admitidos.
 Direito do corpo vivo é direito às partes do nosso corpo, não se admite vendas de parte do corpo ou nada além de transplante. "Art. 13: Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes." Em vida, cada pessoa pode fazer doação se tiver de acordo com a lei. Segundo a lei, esta doação só pode ser feita por parentes até quarto grau ou cônjuge. Caso a contrário, não sendo doado por nenhum deles, só por outrem, terá que ter uma autorização judicial para realizar o ato. Mas, salvo pelo o parágrafo 3º, do Art. 9º, da lei 9.434/1997 determina que a pessoa somente pode doar quando a doação não constitui perigo de vida. Não permitindo qualquer tipo transplante que leve a pessoa a renunciar a integridade física e a vida, podendo ser órgãos duplos. Exemplo: o doador pode doar um rim por motivo de ser um órgão duplo, e o mesmo pode viver só um rim, sem ter nenhum risco de morte.
Direito ao corpo morto: Direito ao cadáver. A pessoa pode dispor do corpo após a morte, com objetivo a fins científicos, ou seja, doar o seu próprio corpo para uma universidade para fazer estudos, ou laboratórios de pesquisa cientificas. Ou altruístico, para fazer bem para outrem, como no caso de doação de órgãos. A doação do corpo para depois da morte por se realizada por ato de livre vontade do doador ou pela vontade de seus familiares. “A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização."
A transexualidade era vista como lesão corporal gravíssima, considerada uma forma de mutilação, porém na atualidade entende-se que a cirurgia transexual é um direito da pessoa (direito à dignidade da pessoa humana), devendo ela requerer a mudança de sexo se desejado. O conselho federal de medicina entende que não é automutilação, sendo apenas uma operação para fins terapêuticos, onde há a adequação do órgão sexualao sexo psíquico do paciente.
·	Direito à liberdade: Admite múltiplos enfoques: locomoção, pensamento, associação, religiosa... A liberdade não é um valor supremo nem absoluto, admite limitações. A própria CF tanto limita a liberdade quanto consagra ela. Não pode ocorrer limitações irrazoáveis, deve ser sempre em prol do exercício comum.
Direito autoral: Incide sobre o produto do gênio humano. 
-Direito autoral moral: vínculo entre autor e sua obra, tem todas as características dos direitos da personalidade.
- Direito autoral patrimonial: aferir ganhos com a execução daquela obra.
Dominio publico é o instante em que há a cessação do direito autoral patrimonial.
·	Direito à privacidade: Impedir que certas informações a nosso respeito cheguem ao conhecimento de terceiros. São informações que dizem respeito a pessoa e não a sua imagem em público. Tanto privacidade quando intimidade tão relacionados a informações a nosso respeito, ou seja, ambos os conceitos se misturam e, mesmo que possam se confundir, em alguns casos fica clara a diferença que existe entre um e outro, principalmente em relação ao fato da intimidade pertencer ao círculo mais íntimo do cidadão do que a privacidade. O indivíduo pode impor sua privacidade até mesmo a indívidos com quem compartilha sua intimidade, como no caso de um marido que não compartilha a senha de seu celular com sua esposa.
Em caso de menores de idade isso é relativizado, pois a proteção do cidadão, que é um bem jurídico maior do que a privacidade do mesmo, deve ser garantida através do controle do menor pelos pais.
·	Direito à honra: Tem 2 acepções, objetiva e subjetiva. A primeira equivale à reputação da pessoa (como os outros me vêem, já a outra equivale à autoestima da pessoa (como eu me vejo). Nem todos têm honra subjetiva, como por exemplo, a pessoa juridica.
Ambas são destinatarias de tutela juridica. Normalmente a violação de uma acarreta na violação da outra. Mesmo que ocorram de forma separada têm de ser protegidas. Quando há a violação das duas pode impactar na condenação de danos morais. E quanto mais violação ocorer, maior o valor a ser pago.
·	Direito à imagem: Incide sobre a projeção plástica do individuo, ou seja, o que eu vejo de você é sua imagem. Assim como a imagem, a voz é objeto de tutela e ambas só podem ser veiculadas com a autorização da pessoa. Quando se fala de direito à imagem não trata do rosto apenas, mas de todo o corpo.
·	Proteção jurídica ao direito da personalidade: Ocorre sobre o prisma preventivo- o que cabe é a obrigação de fazer e não fazer (evitar uma lesão, a lesão exaure todo o seu potencial ofensivo), e repressivo (é cabível a condenação ou pagamento dos danos morais). 
BENS JURÍDICOS
São objetos das relações jurídicas. Os bens jurídicos não são os únicos objetos da relações jurídicas. As relações também são objetos. 
Bem jurídico é tudo aquilo que apresenta um utilidade para o ser humano, podendo ser esta física ou ideal. 
Os bens jurídicos podem ter expressão econômica ou não. 
Os bens jurídicos podem ser materiais ou imateriais. 
Ex: A honra é um bem jurídico imaterial e sem expressão econômica. Um carro é um bem material e com expressão econômica. 
Bem X Coisa: 
A doutrina apresenta distinções diferentes. Predomina entretanto o entendimento que a diferença é que o bem jurídico é um gênero do qual coisas são a espécie. As coisas seriam os bens jurídicos matérias, os bens com existência física, tangíveis. 
A classificação dos bens jurídicos (parte de 3 critérios): 
1) Bens considerados em si mesmo= nada além das características intrínsecas do bem. 
2) Bens corpóreos ou incorpóreos: a doutrina os distingue pois afirma que o legislador não trata por ser uma distinção instintiva. O bem corpóreo é o que tem a existência física. As coisas seriam os bens corpóreos. O bem incorpóreo é o que não tem existência física. 
3) Bens moveis e bens imóveis: 
É importante fazer a distinção ainda que não tenha sentido. 
A propriedade móvel é definida pela tradição. Ex: uma pessoa vendeu um carro a duas pessoas. Ao primeiro não entregou e ao segundo entregou. O bem é do segundo. 
Quando a propriedade é imóvel, a transmissão é pelo registro do ciclo aquisitivo. Ex: vende-se um apartamento a duas pessoas. O primeiro ocupa o apartamento. O segundo não ocupa mas faz o registro. O bem é do segundo.
 Bem imóvel (artigo 80 e 81)
·	Bem imóvel natureza: solo, subsolo...
·	Bem por acessão física ou industrial - tudo o que o homem incorpora ao solo. 
·	Imóveis por determinação legal- imóveis porque a lei determina que eles devem ser tratados assim. Na verdade esses bens, do ponto de naturalístico, não são imóveis ou moveis, são intangíveis. Só são considerados porque a lei quer. Ex: direitos reais que recaem sobre bens imóveis ou a sucessão aberta. 
·	Imóvel por acessão intelectual: não existem mais. Aqueles bens que eram intencionalmente mantidos em um bem imóvel para sua exploração industrial, comodidade ou aformoseamento. 
Bens móveis (artigo 82 e 83)
·	Móvel por sua própria natureza
·	Semoventes: bens que tem movimento próprio. Ex: animais. 
·	Moveis por determinação legal: assim como os imóveis por determinação legal. Ex: energias com valor econômico (forma de compatibilizar com o direito penal), direito real que recai sobre bens moveis, direitos pessoais de caráter patrimonial. 
·	Moveis por antecipação: não tem previsão legal. Embora seja aceitos de forma unanime, foram criadas pela doutrina. São aqueles bens que embora estejam incorporados ao solo se destinam ser dele destacado a fim de serem objeto de relações jurídicas autônomas. Ex: eucalipto que será vendido.
Art 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I- As energias que tenham valor econômico;
II- Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III- Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações
·	Bens fungíveis e infungíveis
- Fungíveis: aquele que pode ser substituído por um de outra espécie ou mesma especialidade. 
- Infungível: o bem tem uma característica que torna-o insubstituível. Mútuo é o empréstimo de bem fungível e o empréstimo de bem infungível é o comodato.
A infungibilidade pode ser ganhada em razão de disposição de contrato. 
·	Bens consumíveis e inconsumíveis 
- O bem naturalmente consumível é aquele cujo o uso determina a sua imediata destruição. 
- Inconsumíveis são aqueles que não destruídos imediatamente no momento de sua utilização. 
Todo bem destinado a alienação é considerado consumível juridicamente (ex: o carro na concessionaria antes de ser comprado ou uma roupa antes de ser comprada)
·	Bens divisíveis e indivisíveis- artigo 87 e 88 
O código não fala o que são os bens indivisíveis, apenas os divisíveis.
- Sob o aspecto naturalístico é indivisível quando puder ser fracionado sem destruição da sua substância, sem redução considerável de valor e sem prejuízo a que se destina. 
- Um bem naturalmente divisível pode ganhar a característica de indivisibilidade por convenção das partes ou previsão legal. 
·	Bens singulares e coletivos
Tem menos repercussão pratica. 
- Bem singular: aquele visto em sua individualidade (ex: um livro é bem singular). Pode ser simples, aquele cujo a coesão das partes integrantes retira a funcionalidade de cada parte integrante que não tem função senão em razão daquele bem, e composto, a coesão das partes integrantes não retira a função das partes integrantes, que permanece com sua função mesmo em outro bem 
- Bem coletivo: junção de bens singulares (ex: uma biblioteca é um bem coletivo) 
Universalidade de fato: proprietário 
Universalidade de direito: pela lei. 
A universalidade fato pode ser desfeita pelo proprietário e a de direito só pode ser desfeita na forma da lei.

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