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C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Definição e importância Recomendação de como abordar uma criança com Febre sem Sinais de Localização Apresentação das evidências sobre o assunto Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina da Bahia Departamento de Pediatria C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Ciclo circadiano da temperatura corpórea: -patamar inferior no início da manhã -patamar superior (+1oC) no final da tarde ou início da noite. Febre: aumento controlado da temperatura corpórea acima dos níveis normais termostato alterado > 37,5oC Powell KR, 2000; El-Radhi & Barry, 2006 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Febre pode ser secundária a: Infecção Inflamação Câncer Powell KR, 2000 Febre é um marcador da resposta inflamatória C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Quando baixar a temperatura: -indivíduos com doença de base em que a elevação da temperatura corpórea contribua para a descompensação (ICC, Anemia crônica, Insuficiência pulmonar, Instabilidade metabólica, etc.) -crianças com idade entre 6 meses e 5 anos devido ao maior risco de convulsão febril -crianças epilépticas -hiperpirexia (> 41oC) -desconforto* -ansiedade da família* Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Em infecções, a persistência da febre está associada a permanência da resposta inflamatória que não necessariamente está associada a permanência da infecção per si. Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Tratamento anti-pirético: -acetaminofen 10-15mg/kg a cada 4 horas; *uso prolongado: lesão renal *uso em dose maciça: insuficiência hepática -ibuprofeno 5-10mg/kg a cada 6-8 horas; *dispepsia, sangramento digestivo, redução do fluxo sanguíneo renal, meningite asséptica, toxicidade hepática e anemia aplástica -banho em água morna (não álcool) NÃO HÁ VALOR DOCUMENTADO ENTRE A REDUÇÃO DA TEMPERATURA E DISTINÇÃO ENTRE INFECÇÃO BACTERIANA GRAVE E VIRAL Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Tratamento anti-pirético: -dipirona 10-15mg/kg a cada 6 horas; *lançado no Brasil em 1922; comercializada em mais de 100 países; proscrita nos EUA, Inglaterra e Suécia há mais de 20 anos *0,4 a 1,5 caso de agranulocitose para cada milhão de usuários OMS, 1998: riscos de mortalidade 0,25 por milhão de pessoas (dipirona), 0,2 para o acetaminofen, 2,03 para o AAS, 5,92 para o diclofenaco Alves GB. A dipirona é segura? J Ped 2002; 78: 534-535. C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Febre e Doença Infecciosa -muitos episódios febris são decorrentes de doenças infecciosas benignas auto-limitadas; -muitas doenças infecciosas benignas apresentam-se com febre: rinite, faringite, pneumonia (viral) otite média, faringite, impetigo (bacteriana) -algumas doenças bacterianas graves apresentam-se com febre e se não tratadas adequadamente ocorrerão elevadas morbidade e letalidade: sepse, meningite, pneumonia, infecções ósteo-articulares, pielonefrite, etc. Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Como fazer o diagnóstico diferencial entre a doença infecciosa benigna e a doença bacteriana grave com elevado potencial de morbi-letalidade? FEBRE SEM SINAIS DE LOCALIZAÇÃO X GRUPOS DE ALTO RISCO Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Pacientes imunocompetentes Neonatos (<28 dias) Sepse e meningite por estreptococo do grupo B, E. coli, L monocytogenes Lactentes < 3 meses Doença bacteriana grave (10-15%) Bacteremia em 5% dos casos com FSSL Crianças 3-36 meses Bacteremia oculta (4%); aumento do risco com T > 39oC e L > 15.000/ul Hiperpirexia (>41oC) Meningite, bacteremia, pneumonia, insolação Febre com petéquia Bacteremia e meningite por meningococo, pneumococo e H. influenzae tipo b Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Pacientes imunocomprometidos Anemia falciforme Sepse por pneumococo, meningite Asplenia Bactérias encapsuladas Deficiência de complemento/properdina Sepse meningocócica Agamaglobulinemia Bacteremia,infecção seios da face/pulmão AIDS pneumococo, H. influenzae tipo b, Salmonella Cardiopatia congênita Endocardite Cateter venoso central S. aureus, estafilococo coagulase negativo, Candida Câncer Bactéria entérica Gram-negativa, S. aureus, estafilococo coagulase negativo, Candida Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Recém-nascidos (< 28 dias) -situação incomum; -quando acontece, a associação com doença bacteriana grave é suficiente para indicar conduta agressiva; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Recém-nascidos (< 28 dias) 5 categorias de causas de Febre sem Sinais Localizatórios 1)infecções adquiridas intra-útero; 2)infecções adquiridas no parto, com manifestação precoce ou tardia; 3)infecções adquiridas no berçário ou na maternidade; 4)infecções adquiridas na comunidade (em casa); 5)infecções adquiridas em função de alterações anatômicas ou funcionais (má-formação, imunodeficiência, etc.) Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Recém-nascidos (< 28 dias) -a menos que haja diagnóstico claro de doença benigna, o paciente deve ser hospitalizado, ter exames coletados e receber antibiótico parenteral; -hemograma, hemocultura, sumário de urina, urocultura, estudo completo do líquor; -Ampicilina ou Ceftriaxone/Cefotaxime+ Gentamicina Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida -infecção bacteriana grave ocorre em 10-15% destes lactentes que nasceram a termo, são hígidos e tem temperatura axilar > 37,5oC: SEPSE MENINGITE ITU GECA OSTEOMIELITE ARTRITE E. coli Meningo S. aureus Pneumo Salmonella spp Hib Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida -infecção bacteriana potencialmente grave: OMA PNEUMONIA ONFALITE MASTITE INFECÇÃO PARTES MOLES Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida -Bacteremia está presente em 5% dos casos de FSSL: Estreptococo grupo B L. monocytogenes Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida -40-60% dos episódios de FSSL são devido a infecção viral Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida 1a. Avaliação Não toxemiados Toxemiados (17,3%) Alto risco Baixo risco (1,4%) para doença bacteriana grave Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida Baixo risco para doença bacteriana grave (1,4%) -criança previamente sadia -ausência de infecção focal definida na avaliação clínica -avaliação laboratorial normal Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida Baixo risco para doença bacteriana grave (1,4%) -avaliação laboratorial normal: leucograma entre 5000 e 15000/ul; < 1500 bastões/ul; sumário de urina normal; <5 leucócitos por campo, nas fezes, se há diarréia. Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida Abordagem: -anamnese cuidadosa -exame físico detalhado -hemograma e hemocultura -sumário de urina e urocultura Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida Abordagem: -anamnese cuidadosa: previamente sadio; -exame físico detalhado: sem sinais de gravidade e sem evidência de infecção de pele, tecidos moles, osso, articulação ou ouvido; -leucograma: 5.000-15.000/ul -bastonetes < 1.500/ul -sumário de urina: normal Valor preditivo negativo 98% para qualquer infecção bacteriana grave; 99% para bacteremia. Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Lactentes com 29 a 90 dias de vida e TOXEMIADOS ou NÃO TOXEMIADOS mas pertencentes ao grupo de alto risco Abordagem: -hospitalização; -hemograma e hemocultura; -sumário de urina e urocultura; -estudo completo do líquor; -ceftriaxone: 50mg/kg 1 vez/dia 80mg/kg 1 vez/dia líquor normal pleocitose + AMPICILINA* OU CEFOTAXIMA + AMPICILINA* Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre TOXEMIA: letargia, sinais de perfusão inadequada, hipoventilação ou hiperventilação, ou cianose LETARGIA: nível de consciência caracterizado pela ausência de abertura ocular ou difícil abertura ocular ou falha no reconhecimento de pessoas ou objetos no meio ambiente. Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças com 3 a 36 meses -30% destas crianças com febre não apresentam sinais de localização; -risco de bacteremia oculta varia de 1,6% a 11%, sendo maior em crianças com temperaturas mais altas; -bacteremia oculta ocorre em 4,3% (temp ax > 38,5oC), cujos agentes são: pneumococo (85%), Hib, meningococo e Salmonella; -OMA e Faringite (1,5% bacteremia), IVAS, Pneumonia (11% bacteremia), GECA, ITU, Osteomielite, Meningite. Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças com 3 a 36 meses -temperatura > 39oC e leucograma > 15.000/ul estão de modo independente associados a bacteremia; -o risco de bacteremia oculta em crianças com leucograma > 15.000/ul é 5 vezes maior do que em crianças com leucograma < 15.000/ul (13% vs 2,6%); -classe social, cor, gênero e idade não interferem nesta associação dentro da faixa etária 3-36 meses; -imaturidade na produção de IgG para opsonizar antígenos polissacarídeos; Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças com 3 a 36 meses e TOXEMIADOS Abordagem: -hospitalização; -hemograma e hemocultura; -sumário de urina e urocultura; -estudo completo do líquor; -ceftriaxone: 50mg/kg 1 vez/dia 80mg/kg 1 vez/dia líquor normal pleocitose Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças com 3 a 36 meses e SEM TOXEMIA e com temperatura axilar < 38,5oC Abordagem: -seguimento ambulatorial; OU -hemocultura + seguimento ambulatorial Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças com 3 a 36 meses SEM TOXEMIA e com temperatura axilar > 38,5oC hemocultura e urocultura leucograma + ceftriaxone < 15.000/ul > 15.000ul/ml 50mg/kg 1x/dia observação ambulatorial hemo e urocultura + ceftriaxone 50mg/kg 1x/dia Powell KR, 2000; Klein JO, 2002 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Febre e petéquia alto risco para infecção bacteriana grave: bacteremia, sepse, meningite (8-20%); 7-10%: sepse ou meningite meningocócica; Haemophilus influenzae tipo b Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Febre e petéquia -hospitalização -hemocultura -estudo do líquor -ceftriaxone Powell KR, 2000 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre 3,2% das crianças com idade entre 4 semanas e 2 anos que apresentaram-se com febre estavam bacterêmicas; a intensidade da febre e o leucograma foram preditores de bacteremia; Teele DW, Pelton SI, Grant MJA et al. Bacteremia in febrile children under 2 years of age: results of cultures of blood of 600 consecutive befrile children seen in a “walk-in”clinic. J Pediatr 1975; 87: 227-230. 1975 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Todas as crianças com toxemia ou com idade < 28 dias que apresentarem-se com febre devem ser hospitalizadas para receber antibiótico parenteral; Crianças com idade entre 29 e 90 dias com baixo risco para bacteremia devem ser conduzidas em seguimento ambulatorial; Baraff LJ, Bass JW, Fleisher GR, Klein JO, McCracken Jr GH, Powell KR, Schriger DL. Practice Guideline for the Management of Infants and Children 0 to 36 months of age with fever without source. Ann Emerg Med 1993; 108: 1198-1210. 1993 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Crianças entre 3 e 36 meses de vida com febre > 39oC ou Leucograma > 15.000/mm3 devem ter hemocultura coletada e receber antibiótico; Urocultura devem ser realizada antes da introdução do antibiótico em todos os meninos < 6 meses e em todas as meninnas < 2 anos. Baraff LJ, Bass JW, Fleisher GR, Klein JO, McCracken Jr GH, Powell KR, Schriger DL. Practice Guideline for the Management of Infants and Children 0 to 36 months of age with fever without source. Ann Emerg Med 1993; 108: 1198-1210. 1993 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Escore laboratorial: pontos PCT (ng/mL) < 0,5 0 > 0,5 2 > 2 4 PCR (mg/L) < 40 0 40 – 99 2 > 100 4 Esterase leuco/nitrito + 1 Escore > 3: sensibilidade 94%; especificidade 78% Lacour AG, Zamora AS, Gervaix A. A score identifying serious bacterial infections in children with fever without source. Pediatr Infect Dis J 2008; 27: 654-656. 2008 C M C Nascimento-Carvalho Abordagem da Criança com Febre Definição e importância Recomendação de como abordar uma criança com Febre sem Sinais de Localização Apresentação das evidências sobre o assunto Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Pediatria
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