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Trabalho sobre estado de bem estar social/Welfare State

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL
 
 
 
 
 
João Victor Rocha de Queiroz
José Celson Cyspriano Neto
Luana Damasceno Diniz
Lucas Mateus Fernandes dos Santos Xavier
Paulo Sérgio de Menezes
Thays Ayres de Oliveira
Wanderson Fernandes da Costa Filho
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
Outubro de 2017
Introdução
	O Estado de Bem-Estar Social, também chamado de Estado Providência, Estado Social ou Welfare State – sua nomenclatura na língua inglesa – representa o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos, reconhecendo-os como direitos sociais. Os direitos sociais surgem como seguradores para que as desigualdades de classe social não comprometam o exercício pleno dos direitos civis e políticos. Dessa forma, no âmbito do Estado do Bem-estar Social, o conflito de classes não desapareceu, mas se institucionalizou. A extensão dos direitos políticos e o sufrágio universal possibilitaram canalizar os conflitos de classe para as instituições políticas, transformando demandas sociais em direitos. De acordo com princípios do Estado do Bem-Estar Social, todo o indivíduo tem direito, desde o nascimento à sua morte, a diversos bens e serviços garantidos pelo Estado direta ou indiretamente. 
Nessa perspectiva, o Estado Social foi desenvolvido a partir de uma necessidade de intervenção do Estado em problemas sociais causados pela economia capitalista liberal. Assim, visando assegurar a geração de riquezas materiais e a diminuição das desigualdades sociais, começa a intervir fortemente na economia, regulamentando grande parte das atividades produtivas.
Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o agente que promove e organiza a vida social e econômica, proporcionando aos indivíduos bens e serviços essenciais durante toda sua vida. Por consequência, um grande influenciador da idealização do Welfare State foi o economista John Mayard Keynes que, logo após a Segunda Guerra Mundial, impactou a sociedade com artifícios revolucionários, os quais buscavam promover uma revolução na forma de conduzir a política e a economia da época. 
Dado o exposto acima, o presente trabalho visa a apresentação da construção, da implementação, do auge e da decadência do Estado de Bem-Estar Social veiculando os principais pensadores e suas teorias, expondo peculiaridades imprescindíveis, relatando a continuidade do Estado de Bem-Estar Social na hodiernidade e sua vinculação com as políticas públicas. Aspira-se que essa pesquisa resulte em um conhecimento mais abrangente sobre o tema e auxilie a formação de novas perspectivas em relação ao que aqui foi exposto.
Contexto de surgimento
	No decurso dos séculos, a participação do Estado na organização da economia foi retirada, originando assim o Liberalismo, doutrina que prevê maior liberdade para o mercado, sem a regulamentação do Estado. A ideologia liberal vigorou no século XIX, porém entrou em decadência no início do século XX, como consequência do intenso conflito por mercados experenciado pelos países europeus. Por conseguinte, a Crise de 1929, decorrente da ineficiência do Estado de absorver a superprodução, foi solucionada justamente com a retomada do Estado no âmbito econômico proporcionando investimento em política sociais, pois essas medidas reativaram a economia. 
	Apesar do Estado Providência apresentar registros ainda no século XIX, é após a grande depressão - em 1929 – que vai ganhar força nos países ocidentais e principalmente nos países Europeus, com ênfase nos países escandinavos, como a Suécia. Desse modo, para garantir as especificidades de cada país, o Estado atua junto aos sindicatos e empresas privadas com o objetivo de garantir serviços públicos e proteção à população. Os países europeus foram os primeiros e principais incorporadores do modelo, a alusão central no continente partiu da região escandinava, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca apresentavam uma estrutura social tradicional baseada na reconhecida divisão entre súditos e governantes. As políticas assistenciais desenvolvidas por esses países se situavam no campo da justiça material, ou seja, eram consideradas pelos súditos como dádivas ou prebendas ofertadas pelo governante. É possível traçarmos um paralelo da situação descrita acima com as políticas assistenciais criadas no âmbito do governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945), que ficou conhecido por extensos segmentos das populações pobres como o "pai dos pobres".
	Nesse seguimento, o Estado de Bem-Estar social obteve sua estruturação após a Segunda Guerra Mundial, em 1942, inicialmente no Reino Unido com a criação de uma exorbitância de serviços nas áreas de saúde e educação destinados a população. Assim sendo, o desenvolvimento do Estado Social está intrinsicamente ligado aos processos industriais e aos problemas sociais gerados pela economia capitalista liberal que não aceitava a intervenção do Estado nas atividades produtivas. 
Na Inglaterra, em 1942, o Plano Beveridge serviu de base para o sistema de proteção social britânico e de vários países europeus. Este plano propunha, por parte de todas as pessoas com idade para trabalhar, uma contribuição semanal ao Estado e, posteriormente, esta quantia seria revertida, visando a Segurança Social, ou seja, como um conjunto de programas de proteção contra a doença, o desemprego, a morte do provedor da família, a velhice, a dependência por algum tipo de deficiência, acidentes ou contingências sociais. Ademais, paralelamente à prestação de serviços sociais, o Welfare State começou a intervir fortemente na economia, regulamentando praticamente todas as atividades produtivas, visando assegurar a geração de riquezas materiais e a diminuição das desigualdades sociais. Assim, na esfera do Estado Providência a disputa de classes não desvaneceu, mas se institucionalizou.
Nessa perspectiva, o Estado Social exteriorizou-se a partir da década de 1950 e teve seu ápice na década de 1960 abrangendo grande parte dos países da Europa. No transcurso dos anos 70 e 80 houve, no âmbito nacional, um esboço de implementação, não como investimento produtivo para sociedade, mas sim de forma assistencialista. Por esse motivo, ocorreu uma manutenção da evidenciada desigualdade social, dos elevados índices de pobreza e do falhanço no Índice de desenvolvimento Humano - IDH presente no Brasil. Entre o período de 1994-2002, o governo Fernando Henrique Cardoso assumiu o modelo neoliberal, que já emergia na Europa desde a década de 1970, como orientador do Estado, no entanto, seu sucessor, Luís Inácio Lula da Silva, no ano de 2003 recuperou as ideias do Welfare State, investindo em políticas sociais.
A efetivação do Estado Social condensa em sua variada fórmula de gestão pública e social a reafirmação de valores, princípios e práticas consideradas fundamentais. Por representar um, se não o maior, progresso da democracia, no mundo capitalista os anos de vigência do Estado de Bem-Estar Social foram nomeados de “anos dourados”.
A união do keynesianismo com o fordismo, após a Segunda Guerra Mundial, resultou em um crescimento econômico associado ao desenvolvimento social dos países europeus, nos quais o Welfare State estava instaurado. Apesar do Brasil não ter obtido um grande avanço, como os países citados acima, pode-se perceber influências das ideias de Keynes na Carta Magna de 1988. O Estado Social alemão é um dos mais extensivos do mundo, embora não seja voltado à maximização do emprego, e sim ao abastecimento de subsídios aos outsiders, que são encorajados a sair, deixando o mercado de trabalho livre para os altamente produtivos
Principais teóricos
	Os principais autores que defenderam teses sobre Estado de Bem-Estar Social, argumentaram a necessidade da maior participação do Estado na economia para a garantia de direitos básicos a comunidade, opondo-seao liberalismo proposto Adam Smith. Dessarte, apresentaremos três teóricos considerados fundamentais para a criação desse modelo de organização política e econômica, são eles: Gunnar Mydral, Amartya Sen e John Keynes e, por conseguinte, iremos expor uma série de autores de modo a apresentar as correntes teóricas preponderantes que tratam do desenvolvimento do Estado social.
Gunnar Mydral foi um economista Sueco com formação em direito e doutorado em economia pela universidade de Estocolmo, primeiramente restringiu-se as questões teóricas na área de economia e posteriormente adentrou-se as questões sociais e principalmente nos países subdesenvolvidos. Mydral foi contemplado com o Prêmio Nobel em 1974 com o seu trabalho de teoria da moeda e flutuações econômicas - e pela análise da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais, compartilhando a premiação com o também economista Friedrich August Von Hayek. É interessante que Friedrich defendia estudos divergentes do seu, Hayek tendia a uma ideologia Neoliberal, ou seja, o livre comércio.
Após a depressão da década de 30, Mydral tomou o viés mais político social e partiu para prática diante de todas as suas teorias construídas, participando ativamente da política e canalizando estratégias que superassem os problemas enfrentados a época. Gunnar entendia essas políticas de Bem-Estar Social como um avanço a economia, não como sacrifício. Para ele, era de extrema importância a intervenção do Estado para regular e articular a economia, de modo a ser vital para superar o contexto vivido, para manutenção e progressão do sistema vigente.
O modelo do Welfare State pôde ser visto de forma clara e dominante somente após a Segunda Guerra Mundial, tendo diversas institucionalidades, a depender da nação, visto que cada qual detém suas próprias características e particularidades. Mesmo que haja um modelo – de uma forma maximizada – cada local possui seu próprio contexto social, econômico e político. Para Mydral, quanto mais alto o desenvolvimento de um país, mais será acompanhado por melhores transportes e comunicações, maior qualidade na saúde, padrões elevados de educação e maior dinâmica nos valores sociais. Deste modo, irá gerar uma expansão econômica, permitindo uma maior renda a todos. Seguindo sua lógica de pensamento, se o Estado construir e investir em escola, universidades e em pesquisas científicas, em todas as esferas, a tendência é alcançar um equilíbrio da renda, o que provocará um processo cumulativo para o desenvolvimento social e para o crescimento econômico. A educação talvez seja o mais significativo papel do Estado. O investimento nesta área é indispensável para o fortalecimento de uma nação democrática e cidadã.
Amartya Sen é indiano, formou-se em economia, lecionou em diversas universidades, como Harvard e Cambridge Oxford, foi um dos fundadores do Instituto Mundial de Pesquisa em Economia do Desenvolvimento (Universidade da Organização das Nações Unidas - ONU), e foi laureado com o Prêmio Nobel da Economia, em 1998, com a teoria de decisão social e do Welfare State. Para ele, o Estado Social anda junto à economia do país. Em vista disso, Sen acredita que o desenvolvimento vai além do crescimento econômico, ao mesmo tempo que o progresso financeiro remete apenas a riqueza e renda, o desenvolvimento considera, também, a distribuição de renda, a qualidade de vida da população e a liberdade que esta população desfruta. De acordo com a sua teoria, há cinco tipos de liberdades instrumentais: liberdades políticas, facilidades econômicas, oportunidade sociais, garantias de transparência e segurança protetora. As liberdades não são apenas as finalidades, mas também os meios para alcançar o desenvolvimento, em consequência o Estado de Bem-Estar Social.
Sen apresenta em seus livros que o desenvolvimento de um país está intrinsicamente conectado às oportunidades que esse país oferece ao seu povo de fazer escolhas e exercer sua cidadania. Dessa forma, esse teórico acredita que para se ter uma sociedade equilibrada e justa para toda a população é necessário Instituições baseadas no Estado tanto quanto Instituições baseadas no mercado pretendendo acabar com a distância entre a economia e a ética. Suas obras têm influenciado análises e programas da ONU e do Banco Mundial. 
Nessa perspectiva, segundo Sen, a relação entre o Welfare State e o desenvolvimento é labiríntica e investiga-se que a redistribuição proporcionada pelo Estado Social tenha como objetivo um baixo crescimento financial. Desse modo, as oportunidades sociais tendem a facilitar a participação da população na economia e as facilidades econômicas tendem a ajudar a gerar a copiosidade individual, além de recursos públicos destinados aos direitos sociais. Com isso, para deslindar a problemática da população é indispensável que as pessoas deixem de agir como passivas e passem a se comportar como agentes, auxiliando no desenvolvimento.
John Maynard Keynes foi um economista britânico, falecido em 1946, todavia pela grande relevância de seus estudos é tido até hoje como um dos pais da moderna teoria macroeconômica. Fazendo uso de medidas de política monetária e fiscal, esse autor justificou a importância do papel regulatório do Estado na Economia.
Nos anos de 1930, Keynes revolucionou o pensamento econômico, criticando o, até então imposto, modelo liberal e apresentando como intervenção o Estado Providência. A partir de 1945, as teorias econômicas de Keynes foram adotas por diversos países do Ocidente. Entre 1950 e 1960, praticamente todos os países que tinham o sistema econômica gerado pelo Capitalismo adotaram suas teorias. Seguindo a ordem cronológica, foi a partir de 1970, como resultado da crise do Petróleo que afetou o Estados Unidos da América e o Reino Unido e das críticas de economistas liberais e neoliberais, que a influência de Keynes sobre a economia mundial entrou em declínio. No entanto, em 2000, o advento da crise econômica global fez reaparecer ideias keynesianas, utilizadas como base teórica para planos de governo de Barack Obama e Gordon Brown.
Com isso, segundo Keynes, o capitalismo é o sistema mais eficiente para a humanidade, por esse motivo tem o intuito de aprimorar o sistema, unindo o altruísmo social, através do Estado, com os instintos de ganho individual, através da livre iniciativa privada. Á vista disso, faz-se necessário a intervenção estatal na economia, pois essa união não ocorre espontaneamente.
Características importantes
O Estado de Bem-Estar Social tem como principal fundamento a garantia de direitos dos cidadãos à saúde, educação, habitação, renda e seguridade social. Por isso, é comum a estatização de empresas, bem como a criação de mecanismos que promovam serviços públicos gratuitos e de qualidade.
 Nesse contexto, o Welfare State apresenta ao menos quatro vertentes distintas: na versão dos pluralistas, surge em decorrência do desenvolvimento do capitalismo, com suas industrializações, urbanizações e modernizações; na vertente funcionalista, entende-se que nasce numa crescente exigência dos riscos oriundos da industrialização e urbanização; na corrente conflitualista, adota-se que esses ganhos se dão por meio das mobilizações políticas e sociais; e na visão Marxista, não passa de uma jogada capitalista, de modo a maquiar a situação, pois trata-se de uma forma de neutralizar e regular o conflito de classes, a modo de garantir o acúmulo do capital.
Entretanto, apesar de divergentes todas as vertentes apresentam que o Estado Providência é construído em cima de três pilares: garantia de renda mínima as famílias, segurança as famílias nas contingências sociais e assegurar todos os cidadãos a qualidade dos serviços sociais. Com isso, é de responsabilidade do Estado a preservação do seu povo, é direito do povo a mínima segurança social. Assegurando, assim, como direito e não como caridade. 
O homem possui direitos indissociáveis a sua existência enquanto cidadão, estes direitos são direitos sociais. De acordo com estaconcepção, todo o indivíduo tem o direito, desde seu nascimento, a um conjunto de bens e serviços que lhe devem ser oferecidos e garantidos de forma direta através do Estado, ou indiretamente, desde que o Estado exerça seu papel de regulamentar isso dentro da própria sociedade civil.
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Vigência atual
	Após a decadência do Estado de Bem-Estar Social na década de 1970, com o advento do neoliberalismo, foram poucos os países que se mantiveram com a organização econômica baseada no Welfare State. Todavia, países como Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca que foram destaques na aplicação do Welfare State estão no topo do ranking de melhor Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. E Alemanha e Suécia são exemplos de países que ainda utilizam as teorias econômicas keynesianas.
	Na Alemanha, uma aliança entre partidos de centro e de direita está no poder desde 1982, todavia em anos recentes os socialdemocratas conseguiram maioria no Bundesrat aumentando as críticas ao sistema atual e a busca pela reforma. Assim, os sindicatos alemães sofreram fortes pressões e o número de afiliados caiu. Dessa forma, em 1994, pela primeira vez nos últimos quarenta anos, o número de afiliados ficou abaixo de 10 milhões, índice que comparado à média ainda é excelente. A Alemanha, então, representa uma espécie de realidade desmembrada, pois teve seus poderes atrofiados.
	Nessa perspectiva, o sistema previdenciário alemão, no final da década de 1980 sofreu reforma, a qual foi responsável pelo emagrecimento dos programas sociais. As justificativas utilizadas para tal feito foram semelhantes aos usados em outros países, como problemas demográficos e déficits econômicos. O Governo Kohl teve o auxílio de especialistas econômicos, parceiros sociais e a apoio da oposição socialdemocrata. Desse modo, foi acordado entre os sindicatos e os empresários um plano com medidas que visavam o aumento nas contribuições, a elevação gradual da idade para se aposentar, o breve aviltamento dos valores e a preservação da estrutura básica do sistema.
	A Suécia apresenta o maior e mais rentável Estado Providência do mundo que combinado a um partido socialdemocrata próspero e sindicatos fortes combinam para contornar as dificuldades advindas da globalização. No entanto, o poder sindical também sofreu, na década passada, os recorrentes cortes em programas sociais, ocorridos em países como: Alemanha e Inglaterra, independentemente do governo que estava com a autoridade.
Nesse contexto, nos primeiros anos da instauração da reforma da previdência, a crise fiscal revelou-se. Segundo Pierson, o país substituiu a qualificação de maior superávit da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico – OCDE pelo maior déficit. Isso porque apesar do Estado Social sueco ser voltado para funcionar com grande abertura de trabalho, o modelo foi surpreendido com taxas gradualmente elevadas de desemprego. Portanto, as condições se mostravam favoráveis para possíveis alterações na previdência. Foi introduzida, então, em junho de 1994, a reforma da previdência que teve como base orientações dos partidos e das representações do capital e do trabalho, buscando garantir a longo prazo, sem a alteração seus princípios fundamentais, estabilidade ao sistema sueco de seguridade. Consequentemente, a reforma prejudica a política social, porém não a extermina. 
No Brasil, o Welfare State foi de poucos avanços sociais comparados às grandes potências europeias e isso reflete consideravelmente nos aspectos sociais dos dias atuais. Viu-se uma intervenção estatal em meados da década de 30, na Era Vargas, 1930 -1945, com a criação de grandes empresas estatais e alguns avanços sociais. Todavia, após 1985, pós ditadura brasileira, o país começa a tomar o viés Neoliberal, assim como toda a América Latina, com a dita “década perdida”. Esse modelo Neoliberal, desencadeia o fim, praticamente, do Estado de Bem-Estar Social, com posturas de privatizações em massa, recuo dos direitos sociais e a entrada do livre comércio novamente.
Entretanto, de uma ótica dos últimos 15 anos, podemos dizer que o país oscilou bastante, com o governo Petista, houve a revalorização do Estado Social, com significativos e consideráveis avanços do bem-estar social, em todas as esferas. Há aproximadamente dois anos – com o governo de Michel Temer, ampliou-se novamente para um Estado Neoliberal, de recessão dos direitos e abertura do mercado privado. Ou seja, em síntese, esse Welfare State não ocorreu fortemente no Brasil se comparamos com os países de primeiro mundo e o Brasil se vê numa montanha russa, oscilando entre políticas de inclusão e exclusão.
Portanto, o Estado de Bem-Estar Social segue sendo uma referência na execução dos direitos sociais da população e possui uma sustentação pouco abatida. Ainda conta com autores que justificam e defendem o não desmoronamento das ideias keynesianas, retratando informes atestatórios da resistência, multiplamente realizada pelo Estados Nacionais, ao absolutismo da globalização, marcam dois grandes problemas aqui já mencionados: a constatação da compleição política que reprime a irreversibilidade econômica; e a especificidade do caráter político que insufla a viabilidade, maior ou menor, do desfecho do movimento na formatação da juntura dos interesses envolvidos. 
Relação com as políticas públicas
É importante constatar a correlação existente entre a gestão de políticas públicas e o Estado de Bem-Estar Social. Para tal pleito, é necessário compreender a priori, que o Welfare State é considerado o estado assistencialista, o qual tem por obrigação garantir os padrões mínimos de educação, saúde, renda, habitação, seguridade social a todos os cidadãos. Ressaltando, no entanto, que todos esses serviços prestados, são de caráter público e de cunho do direito social. Sua principal diferença aos outros estados assistencialistas não é majoritariamente pela sua intervenção na economia e nas condições sociais para melhoria de todos, mas sim pela consciência criada de que todas as ações prestadas são de direitos dos cidadãos. Sua funcionalidade tem como base, a formulação e a criação de políticas públicas, que visam atender as reais necessidades existentes, objetivando dessa forma solucionar problemáticas e garantindo aos cidadãos seus direitos sociais. Assim, é possível afirmar que todas as medidas realizadas pela administração pública com o objetivo de obter resultados coletivos, em benefício da sociedade trata-se de política pública.
Nessa perspectiva, a utilização de política pública também emergiu com a crise de 1929, na Suécia, estando conectada com o surgimento das teorias econômicas de Keynes, ou seja, fazendo necessário a intervenção estatal no mercado. Haja vista que o mercado de trabalho poderia ser racionalizado em meio ao uso de regulamentações sociais para se obter um maior nível de produtividade, no âmbito social também deveria ser racionalizada através do uso de políticas públicas que beneficiem uma melhor eficiência nacional.
Por esse motivo, as políticas públicas no contexto do Estado de Bem-Estar Social deixam de ser custos para a economia e passam a ser investimentos, devido a sua ação preventiva e objetiva tais políticas públicas divergem das antigas, pois são utilizadas como prevenção e não remediação.
Também é válido explanar que sua principal diferença aos outros estados assistencialistas não é majoritariamente pela sua intervenção na economia e nas condições sociais para melhoria de todos, mas sim pela consciência criada de que todas as ações prestadas são de direitos dos cidadãos. Dessa forma é fácil perceber que está intrínseco ao Estado Social a criação de políticas públicas, pois a funcionalidade do estado depende da elaboração, aplicação e efetividade das mesmas, visando solucionar os problemas sócias existentes, buscando garantir o desenvolvimento social e os direitos dos cidadãos. 
Com tudo, percebe-se que as políticas públicas são a base de funcionamento do Estado Providência, pois é através dela que os direitos sociaissão garantidos. Atualmente, o Welfare State pode-se caracterizar através das políticas públicas de assistência social, por intermédio de planos, programas e projetos. Diante disso, uma amostra de política pública assistencialista relevante, tanto no âmbito nacional quanto internacional, é o Bolsa Família, programa social emergencial direcionado às famílias carentes que se encontram em situação de extrema pobreza, visa garantir o acesso à educação, à saúde e, por meio de transferência direta de renda engloba diversas questões do bem-estar social de forma indireta.
Referências
CANCIAN, Renato. Estado de bem-estar social: História e crise do welfare state. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.htm?cmpid=copiaecola>. Ultimo acesso em: 30 de Setembro de 2017.
TODA MATÉRIA. Estado de Bem-Estar Social. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/estado-de-bem-estar-social/>. Ultimo acesso em: 30 de setembro de 2017.
GASPARETTO JR, Antonio. Estado de Bem-Estar Social. Disponível em: <http://www.infoescola.com/sociedade/estado-de-bem-estar-social/>. Ultimo acesso em: 30 de setembro de 2017.
BRASIL ESCOLA. Estado de Bem-Estar Social. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estado-bem-estar-social.htm>. Ultimo acesso em: 30 de setembro de 2017.
AZEREDO, Amanda Helena Guedes; MELLO, Roberta Dantas de; RIOS, Maria Isabel Franco; GOMES, Maíra Neiva; BOTELHO, Isabella Vieira; ANDRADE, Flávio Carvalho Monteiro de. Estado de bem-estar social e trabalho: evolução, crise, perspectivas. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/14234/estado-de-bem-estar-social-e-trabalho-evolucao-crise-perspectivas>. Ultimo acesso em: 30 de setembro de 2017.
OLIVEIRA, Nilton Marques de; SOUSA, Luana Borges de. Estado de bem-estar social: à luz do pensamento de Gunnar Myrdal e Amartya Sem. I Jornada Latinoamericana de História, Trabajo Movimentos Sociales y Educación Popular. Disponível em: <http://www.academia.edu/4108091/ESTADO_DE_BEM-ESTAR_SOCIAL_%C3%A0_luz_do_pensamento_de_Gunnar_Myrdal_e_Amartya_Sen>. Último acesso em: 30 de outubro de 2017.

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