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FILOSOFIA MEDIEVAL – PARTE 1 (Aula 3)

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AULA 3 – FILOSOFIA MEDIEVAL – PARTE 1
Idade Média – período da história entre os séculos V e XV
Invasões Bárbaras – gregos considerava todos que não eram gregos como bárbaros. O povo da área germânica era chamado de bárbaro.
Inicia-se com a queda do império romano (476 d.C.) do ocidente e termina em 1453 d.C. com a tomada de Constantinopla – império romano do oriente
Pré história – idade antiga – idade média – idade moderna – idade contemporânea
Pré história – surgimento do home, invenção da escrita (4mil a.C.)
Idade antiga – 4 mil ac, 478dc – queda do império romano do ocidente
Idade média – 476ac até 1453 – conquista de Constantinopla pelos turcos
Idade moderna – 1453 – 1789, revolução francesa, imprensa, renascimento, capitalismo
Idade contemporânea – 1789, dias atuais.
Idade Média 
=
- Alta idade média (476 a 1000) 
=
Invasões bárbaras 
Despovoamento – mudança de lugar devido às invasões
Territórios islâmicos – expansão árabe
Feudalismo
Poder fragmentado – cada castelo feudal tem seu próprio poder
Fortalecimento do cristianismo – toma espaço do império romano, igreja estado	
- Baixa idade média XI ao XV
 = 
Técnicas agrícolas
Comércio
Burgos
Declínio do feud
Cruzadas
Império romano
- Morte do imperador romano Teodósio em 395 marca a partilha do império romano
- arcadius, 18 anos, fica com o oriente, capital: Constantinopla
- honorius, 11 anos, fica com o ocidente, com capital em Roma
- Esta cisão pode ainda hoje ser vista na fronteira que separa a Croácia, ocidental e católica, da sérvia e da Bósnia, oriental e ortodoxa.
Antes de estudarmos a filosofia da Idade Média, vamos contextualizar o período medieval:
De modo geral, pode-se dizer que o tema mais importante da filosofia medieval foi a questão da relação entre fé e razão.
Razão + Fé = Filosofia Medieval
A idade média foi um período profundamente teocêntrico, seus filósofos foram todos homens religiosos. Assim, o objetivo central de sua reflexão foi via de regra a análise das diferenças e da relação entre os dogmas aceitos pela fé e as verdades descobertas pela razão 
Fé Razão
A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando recuperar as glórias da antiguidade greco-romana.
Filosofia Medieval
A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica e a criação das universidades.
A filosofia de São Tomás de Aquino, que se aproximou dos testos de Aristóteles, resultou numa nova contribuição para o desenvolvimento da escolástica;
Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política;
O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã;
A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental;
O pensamento de Santo Agostinho;
A transição do helenismo para o cristianismo.
Nascimento da Filosofia Cristã
- União da razão e da fé
- Patrística (pater – pai, padre) – filosofia cristã católica (III a VIII d.C.) elabora pelos padres ou pais da Igreja
- Consiste na elaboração doutrinal das verdades da fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e heresias (tudo que não era cristão era pagão, tudo que não fosse movimento padrão da igreja católica era heresia)
Império Romano do Ocidente entra em declínio e expande-se o cristianismo
Questão central da fé
Período fundamentalmente teocêntrico – deus estava no meio de tudo
Preocupação filosófica: análise das diferenças e da relação entre os dogmas aceitos pela fé e as verdades descobertas pela razão.
Fé > < razão
Patrística – filosofia medieval em gestão (III a VII) > Escolástica – maior riqueza conceitual (IX – XIII) > pré-modernos – filosofia em processo de mutação e superação (XIV e XV)
É no período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo para o cristianismo.
A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega. Judaísmo + cultura grega + cristianismo = filosofia cristã (Século II d.C. por meio da comunidade cristã)
O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que tornou possível, mais tar, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo. Helenismo – tudo que for relacionado à cultura grega
Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica.
Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã.
É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele defendia a necessidade de pregar a todos. Esta é a diferença básica em relação ao judaísmo e as demais religiões da época.
Alguns fatos históricos que contribuíram para o nascimento da Filosofia cristã:
Podemos dizer que a cultura da língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto não havia ainda uma unidade no cristianismo.
A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã de Alexandria. 
A Escola de Alexandria usava uma teologia com base na interpretação alegórica da Bíblia, formada pela combinação entre a erudição filosófica grega e as verdades fundamentadas no evangelho.
Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legítima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja. 
A Igreja era uma das instituições que tinham mais poderes na sociedade medieval, utilizando-se dessa dominância para disseminar a doutrina cristã neste período.
Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
Santo Agostinho (Agostinho de Hipona, 354-430)
- Agostinho resgata Platão – credo ut intelligam – “creio para entender” (creio – fé, entender – razão)
- Antropologia teológica – afirma que o ser humano é a união perfeita das duas substâncias: corpo e alma. (Platão acreditava que corpo e alma eram distintos)
- Filosofia de agostinho definiu a cultura de seu tempo
- Educação e catequese se equivalem: formação do clero, ficando em segundo plano a transmissão dos conteúdos tradicionais (através do divino que eu consigo entender)
- Conhecimento era o centro na filosofia de Agostinho
- Estimulava a obediência dos mestres, a resignação e a humildade diante do desconhecido
- Objetivo: treinar o controle das paixões para merecer a salvação na vida após a morte
- Reflexão de Agostinho parte da indagação sobre o conhecimento, introduzindo a razão, o pensamento e os sentidos humanos no debate teológico (eu alcanço essa verdade através da própria verdade (deus))
Um dos grandes pensadores cristãos foi Santo Agostinho (mãe cristã e pai pagão). A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o períodomoderno.
Três aspectos fundamentais de contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia:
A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé;
A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade;
A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno.
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina. -interiorização agostiniana
Agostinho busca a conhecer Deus e a alma, mas para ele essa busca é uma só, pois Deus se faz conhecer no interior da alma. Para conhecer Deus devemos conhecer a nossa alma. É em nossa interioridade que devemos tentar encontrar Deus. Se não buscarmos a nós mesmos, ao mais profundo de nós mesmos, não encontraremos Deus e não vamos conhece-lo.
Além de Deus ser amor, Deus é a condição para que exista o amor. Para que possamos conhecer o amor de Deus temos que estar amando as outras pessoas. A esse amor aos homens Agostinho chama de amor fraterno ou caridade cristã; Amar a Deus é algo natural e intrínseco À natureza humana, pois somos imagens de Deus nosso criador que é a verdade eterna e a verdadeira eternidade. 
Deus é criador de tudo que existe no tempo, mas ele é criador também do tempo. O tempo começou com a criação, antes dela não existia tempo e deus está fora do tempo, pois é eterno. Em Deus não existe passado ou futuro, ele é imutável e um ser imutável como Deus vive um eterno presente.
Para Agostinho, o tempo do homem é medido pela alma e para nós existe um passado e um futuro porque somos seres mutáveis e não podemos viver em um eterno presente. O passado é uma memória guardada na alma e o futuro é a alma que espera os acontecimentos. O presente é um constante deixar de ser tanto do futuro como do passado, é uma instituição. Existem, portanto três tempos presentes, o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro. Esses três tempos encontram-se em nossa alma.
O mal em Agostinho é o amor por si mesmo e o bem é o amor por Deus. Os homens que vivem para amar Deus forma a Cidade de Deus e os homens que vivem para amar a si mesmo formam a Cidade dos Homens. Na cidade de Deus vive-se segundo as regras do espírito e na cidade dos homens vive-se segundo as regras da carne. As duas cidades vivem mescladas uma com a outra desde que iniciou a história da humanidade e assim ficarão até o fim dos tempos. Cada ser humano tem que se questionar para saber de qual cidade faz parte.
Deus não criou o mal. Agostinho acreditava que um ser em que só pode residir o bem não pode ser o criador do mal. Tudo que existe é bom e o mal é a ausência desse bem, é a ausência de Deus. Deus nos concedeu o Livre-arbítrio, que é a nossa capacidade de decidir conforme nosso entendimento, e é dele que vem o mal. Deus nos criou independentes para que pudéssemos decidir por nossa vontade e através de nossa liberdade escolher o bem e não o mal. Quando o homem escolhe o mal ele se afasta de Deus. (X)
A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos.
Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção.A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana.
Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um pensador fundamental para a mediação entre a filosofia antiga e a filosofia cristã medieval.
Desenvolvimento da Escolástica
O termo escolástico designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. Conheça, agora, os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento.
As culturas bárbaras que se estabeleceram na Europa Ocidental não tinham conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar.
Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. Graças aos monges copistas foram preservados os textos da antiguidade clássica greco-romana nas bibliotecas.
Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A primeira grande tentativa de reestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do sacro império romano germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que gerou grandes conflitos.
É, portanto, em torno dos séculos XI e XII, que vamos assistir o surgimento da chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais.
Santo Anselmo (1033)
Anselmo de Cantuária
- Seguia as ideias de agostinho
- Lema: fides quaerens intellectum: fé que procura entender
- Principal criador da filosofia escolástica
- Argumento Ontológico – discurso que defende a existência de Deus por meio da ideia de que Ele é obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, deve existir.
- Definiu deus como sendo o maior SER que a mente humana pode conceber
- Defendeu que, se o maior ser existe na imaginação ele também deve existir na realidade
- Colocou em seu argumento que uma das características de tal ser, o maior e melhor que se pode imaginar, é a existência
- Defensor do teocentrismo – do grego theos (deus) e kentron (centro) – que é a concepção segundo a qual Deus é o centro do Universo
- Tudo foi criado por deus, por Ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana.
Santo Anselmo é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento.
Santo Anselmo deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica¹, como ficou conhecido posteriormente (desde Kant). Trata-se e um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica², tendo sido questionado por outros filósofos na idade média, dentre eles São Tomás de Aquino.
¹ Essa prova concilia razão e fé, aquilo que a fé nos ensina pode ser entendido pela razão e a Filosofia nos ajuda a argumentar em favor disso. Esses aspectos caracterizam bem o estilo da escolástica em utilizar a Filosofia.
²A questão retomada por São Tomás, criticada por Kant, admirada por Hegel e discutida por Beltrand Russel, ainda vem despertando grande interesse na filosofia contemporânea. Essa questão passa a discutir se Deus existe apenas no intelecto como algo que pode ser pensado ou na realidade como algo de fato existente.
A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado em contradição. Desse modo, fica provada a existência de Deus.
São Tomás de Aquino (1227 – 1274)
- Retoma Aristóteles e contribui para o desenvolvimento da escolástica
- Levantamento de questões que aproxima teologia da filosofia
- Investigação racional dos fundamentos da fé cristã
- transição helenismo (366 a.C. a 30 d.C.) para cristianismo
- Formulou um amplo sistema filosófico que conciliavaa fé cristã com o pensamento do grego de Aristóteles
- Adotou princípios opostos aos dos agostinianos e trouxe para dentro da igreja o pensamento o conhecimento não sofre a influência do divino porque existe como potencialidade
- Cabe ao homem acessar o conhecimento por meio do estudo, aprendizado, da pedagogia
- Período final da idade média – transição de uma sociedade agrária para urbana, comercial e avanços tecnológicos: instrumentos de trabalho

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