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Mandado de Segurança

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Confederação Sindical dos Servidores Temporários, pessoa jurídica de direito privado, Confederação sindical, inscrita no CNPJ n°.xxxx, e com sede na capital federal xxxx, neste ato representado por seu Presidente xxxx, por meio de seu advogado que assina in fine, com instrumento de mandato anexo e endereço constante à xxxx, para onde devem ser remetidas as intimações, nos moldes do art. 39, I, do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos do art. 103, IX, art. 102, I, alínea a, ambos da CRFB/1988, art. 2.º, IX, da Lei 9.868/1999 e arts. 282 e ss. do CPC, mover
	AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Tendo por objeto a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual 6.789/2001, votada e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e sancionada pelo Governador do Estado da Bahia, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor
	I – DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA
A jurisprudência deste nobre Tribunal é unívoca no sentido de exigir de algumas autoridades a comprovação da pertinência temática.
Sendo a confederação sindical um dos legitimados especiais, cumpre explicar a existência de liame entre esta e a norma.
A lei estadual impugnada estabelece remuneração de servidores temporários com base em múltiplos de salário mínimo. Sendo a impetrante confederação sindical que congrega diversas federações de servidores temporários, claro são seu intuito e interesse em ver anulada a norma que impõe barreiras remuneratórias aos seus sindicalizados.
	II – DA INCONSTITUCIONALIDADE
Como explanado anteriormente, a Lei Estadual 6.789/2001, elaborada, sancionada, promulgada e publicada pelo Estado da Bahia, estabelece que os servidores temporários sejam remunerados com base em múltiplos de salário mínimo – prática frontalmente ofensiva à Lei Maior, conforme passa a demonstrar.
Uma breve leitura do texto constitucional e uma simples interpretação literal já são fundamentos suficientes para encher de pecha a norma objeto da presente ação. O art. 7.º, IV, da CRFB/1988, após elencar todas as necessidades que o salário mínimo deve abarcar, dispõe: “sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.”
Ora, o desejo do constituinte se faz presente de forma simples e objetiva, não carecendo de maiores ilações interpretativas para reputar o dispositivo em combate inconstitucional.
Como se não fosse suficiente, a Súmula Vinculante n.4 reza que “salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. Além de produzir força vinculante e cumprimento obrigatório, tal súmula demonstra o entendimento deste Pretório Excelso, o mesmo competente para analisar a demanda que ora se põe em análise. Pode ser questionado cabimento de uma possível reclamação, uma vez que se trata de descumprimento de Súmula Vinculante, porém, nunca é demais lembrar que o Poder Legislativo não está adstrito às imposições da Súmula Vinculante, não cabendo, portanto, petição reclamatória. Cabe, sim, ao Supremo Tribunal, o dever de fulminar todas as leis que desafiem a autoridade de seus entendimentos. 
Um outro ponto que merece ser abordado é o princípio da igualdade, pois a vinculação a múltiplos do salário mínimo traz prejuízos não extensíveis a qualquer outra função pública ou atividade privada.
	III – DA MEDIDA LIMINAR
O perigo na demora no julgamento do processo ou na prestação jurisdicional aos servidores temporários baianos poderá acarretar danos irreparáveis, tanto aos trabalhadores, profissionais que merecem remuneração digna, como ao Estado da Bahia, pois uma possível decisão de procedência com efeito retroativo pode acarretar danos patrimoniais de grande escala em nível estadual.
Ademais, os argumentos se mostram plausíveis e robustos, estando presente o requisito do fumus boni iuris.
Assim, como medida de justiça, mister suspender a execução da norma até a
decisão final, como autoriza o art. 10 da Lei 9.868/1999.
	IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
	A concessão de medida liminar, para suspender a eficácia do dispositivo
questionado, como determina o art. 10 da Lei 9.868/1999;
	A notificação da Assembleia Legislativa da Bahia, por meio de seu Presidente e do Governador do Estado da Bahia, responsáveis pela edição da norma combatida, para, querendo, manifestar-se no prazo de 30 dias;
	A notificação do Advogado-Geral da União, para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no prazo de 15 dias;
	A notificação do Procurador-Geral da República, para intervir no feito e emitir seu parecer, no prazo de 15 dias;
	A procedência do pedido de mérito para que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei Estadual 6.789/2001, editada pelo Estado da Bahia.
Atribui à causa o valor R$ xxxxx
Nesses termos,
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado/OAB

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