Buscar

Trabalho de doenças profissionais.docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Francisco Regis V. Dias RA 15140008
Gabriel Andrade de O. Barbosa RA 15140105 
Helber dos Santos Oliveira RA 15140030
Jairana Oliveira da Silva RA 15130284
Julie Carolyne G. de Santana RA 15140046	
Patrícia Cristina de C. Bezerra RA 15140230
Patrícia Maria Silva Xavier RA 15140112
Quézia Cristina Marques RA 15140073		
DOENÇAS PROFISSIONAIS
FIG – UNIMESP
GUARULHOS/2016
Francisco Regis V. Dias RA 15140008
Gabriel Andrade de O. Barbosa RA 15140105 
Helber dos Santos Oliveira RA 15140030
Jairana Oliveira da Silva RA 15130284
Julie Carolyne G. de Santana RA 15140046	
Patrícia Cristina de C. Bezerra RA 15140230
Patrícia Maria Silva Xavier RA 15140112
Quézia Cristina Marques RA 15140073	
DOENÇAS PROFISSIONAIS
Trabalho apresentado pelo grupo, composto pelos membros: Francisco Regis Vieira Dias, Gabriel, Helber dos Santos Oliveira, Jairana Oliveira da Silva, Julie Carolyne G. de Santana, Patricia Cristina de C. Bezerra, Patricia M. Silva Xavier e Quézia Cristina Marques, como exigência do curso de graduação em Direito, da disciplina de Direito do Trabalho II da Faculdade FIG-UNIMESP, sob orientação do professor João Ribeiro.
FIG – UNIMESP
GUARULHOS/2016
Sumário
Introdução4 e 5
1.) Definição de doenças profissionais6 e 7
2.) Causalidade8 a 10
3.) Diferença entre doença profissional e doença do trabalho11
 3.1) Exemplos de doenças do trabalho12 e 13
 3.2) Diferenças nos direitos13 
4.) Doenças relacionadas ao trabalho14 a 17
5.) Doenças profissionais da atualidade18 e 19
6.) Afastamento por doença profissional20
7.) Como prevenir as doenças profissionais21 a 24
 7.1) A importância do EPI e EPC para prevenção das doenças do trabalho23 e 24
8.) Estabilidade em virtude de doença profissional 25 e 26
9.) Jurisprudência27 a 29
10.) Sindicatos e doenças profissionais30 a 32
11.) Considerações finais33
12.) Referências bibliográficas34
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo explicar o que são as doenças profissionais, esclarecer as dúvidas que possam advir deste tema, bem como mostrar as principais doenças que atingem os trabalhadores atualmente. 
Quando o ambiente de trabalho não é adequado às características e funcionamentos do ser humano ou quando a atividade se torna repetitiva, colocando-o em situações penosas, o que se pode observar é o surgimento de diferentes tipos de doenças. 
À medida que as condições de trabalho ultrapassam os limites toleráveis do organismo, a probabilidade de provocar uma doença no trabalhador é muito significativa. Neste caso, têm-se uma Doença Profissional que, no sentido restrito, se define como uma doença devido a fatores físicos, químicos e biológicos determinados do meio de trabalho.
O meio profissional pode ter também um papel importante, porém, associado a outros fatores de risco do ambiente fora do trabalho ou do modo de vida do trabalhador, gerando as doenças do trabalho. Diversos estudos mostram a ocorrência de perturbações digestiva, do sono, do humor com os trabalhadores em turnos alternados. Os horários deslocados, as dificuldades das tarefas efetuadas à noite, no momento de menor resistência do organismo, podem influenciar o desenvolvimento destas patologias.
Outros fatores, não profissionais, ligados, por exemplo, ao patrimônio genético, ao estado de saúde ou aos hábitos de vida (alcoolismo, tabagismo) têm também um papel importante na aparição e no progresso destas doenças.
Quando o trabalho é bem adaptado ao homem, não só às suas atitudes e seus limites, mas também os seus desejos e seus objetivos, ele pode ser um trunfo à saúde do trabalhador. Neste sentido, o trabalho nem sempre significa algo patogênico. Ele é, muitas vezes, um poder estruturante em direção à saúde mental. Ao passo de dar ao trabalhador a oportunidade de se realizar em seu trabalho, estará contribuindo para a sua satisfação e bem-estar.
Em resumo, com relação às doenças profissionais existe uma relação direta de causa e efeito entre o fator de risco no trabalho e a doença. Ao contrário, nos casos ligados à profissão, o fator de risco no trabalho é somente um fator entre muitos outros.
Neste sentido, estaremos demonstrando em nosso trabalho as causas, as doenças que mais atingem os trabalhadores brasileiros, como isso pode ser evitado e o que acontece com o trabalhador que é acometido por essas doenças.
Definição de doenças profissionais
	
Após a Primeira Guerra Mundial, foi criada a OIT (Organização Internacional do Trabalho), um órgão cuja principal função é a luta pela melhoria das condições de trabalho no mundo e que se baseou nos princípios defendidos no Congresso de Bruxelas. A organização ajudou a melhorar as condições de vida dos trabalhadores, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Até hoje, continua lutando pela saúde do trabalhador e pelos direitos trabalhistas em todo o mundo. Essas medidas foram responsáveis por fazer com que os Estados e as empresas se voltassem para causa trabalhista. A partir daí, foram elaboradas leis para garantir melhores condições de trabalho, os médicos começaram a atuar diretamente com o trabalhador dentro das empresas, avaliando as condições de higiene do ambiente de trabalho e situação da saúde física dos operários.
No Brasil, a saúde ocupacional começou a ganhar a importância na década de 1970, quando o país estava se industrializando. Nessa época de transição a indústria atuava sem muitas regras esclarecidas e os operários eram expostos a muitas situações de perigo, tanto que o número de acidente de trabalho que acontecia, nessa época, era um dos maiores do mundo. Os sindicatos foram muitos importantes para firmar os direitos do trabalhador no Brasil, assim como lutaram pela melhoria das condições de saúde trabalhistas na indústria. Depois da constituição de 1988, as possibilidades melhoraram, o governo passou a oferecer Serviços de Saúde ao Trabalhador, que tinham como objetivo vigiar as condições oferecidas aos trabalhadores em todo o país.
A doença profissional é aquela derivada de atividade própria, peculiar de trabalho, decorrem da exposição a agentes físicos, químicos e biológicos que agridem o organismo humano. Essa simples conceituação permite imaginar a frequência e a gravidade que devem revestir as doenças profissionais. 
Todo trabalhador que sofrer uma intoxicação, afecção ou infecção causada por estes agentes, foi acometido por uma doença profissional.
Considera-se que uma doença profissional é resultante diretamente das condições de trabalho e que causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte. As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo fato de terem a sua origem em fatores de risco existentes no local de trabalho.
Existe uma Lista de Doenças Profissionais, aprovadas através do Decreto Regulamentar n.º 76 de 17 de julho de 2007, embora a lei também considere a lesão corporal, a perturbação funcional ou doenças não incluídas na lista serão indenizáveis, desde que se provem serem consequência, necessária e direta, da atividade exercida e não representem normal desgaste do organismo.
A doença profissional está conceituada no artigo 20, inciso I da Lei nº 8.213/91, in verbis:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
Como dito acima, é importante ressaltar no mesmo artigo:
 § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a PrevidênciaSocial deve considerá-la acidente do trabalho.
Causalidade
As doenças profissionais são causadas pelos seguintes agentes físicos, químicos biológicos e ergonômicos, conforme segue:
Agentes físicos: Os agentes de riscos físicos podem ser definidos como os diversos tipos de energia a qual o trabalhador é exposto durante a realização de suas atividades. Por exemplo, uma temperatura muito baixa ou extremamente alta. 
Além desse, podem ser considerados agentes físicos:
Ruído
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo provocar graves prejuízos à saúde. Os principais efeitos do ruído excessivo sobre uma pessoa pode ser a surdez total ou parcial, o stress e/ou a redução do apetite sexual.
Vibrações mecânicas
Na indústria, é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações (movimentos) que podem prejudicar o trabalhador. As vibrações podem ser localizadas ou generalizadas.
Radiações ionizantes
Os operadores de aparelhos de Raios X frequentemente estão expostos a esse tipo de radiação que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes. Alguns dos efeitos produzidos por este agente são: anemia, leucemia, câncer e/ou alterações genéticas.
Radiações não ionizantes
As radiações infravermelhas (presentes em operações de fornos e de solda oxiacetilênica), raios laser e ultravioleta (produzida pela solda elétrica) podem causar ou agravar problemas visuais, além de provocar sobrecarga térmica, queimaduras, câncer de pele e aumento da atividade da tireoide.
Agentes químicos: Os agentes de riscos químicos podem ser definidos como as substâncias ou compostos que possam penetrar no organismo do trabalhador. Esses agentes, quando entram em contato com a pessoa, podem provocar danos à saúde de forma imediata, há médio ou longo prazo. O contato dos agentes químicos com as pessoas pode ocorrer de três formas:
Por via respiratória
Os agentes penetram pelo nariz e boca, afetando a garganta e chegando aos pulmões. Através da circulação sanguínea, podem seguir para outros órgãos, onde manifestam os seus efeitos tóxicos, tais como asma, bronquites, pneumoconiose etc.
Por via cutânea
Os ácidos, álcalis e solventes, ao atingirem a pele, podem ser absorvidos e provocar lesões como alterações na circulação e oxigenação do sangue, nos glóbulos vermelhos e problemas na medula óssea.
Por via digestiva
A contaminação do organismo ocorre pela ingestão acidental ou não de substâncias nocivas, presentes em alimentos contaminados, deteriorados ou na saliva. Hábitos inadequados como o de alimentar-se ou ingerir líquidos no local de trabalho, umedecer lábios com a língua, usar as mãos para beber água e a falta de higiene contribuem para a ingestão desse tipo de agente. Conforme o tipo de produto ingerido, pode ocorrer queimadura na boca, queimadura do esôfago e estômago etc.
Agentes biológicos: Os agentes de riscos biológicos surgem do contato do homem com certos micróbios e animais no ambiente de trabalho. Algumas atividades facilitam o contato dos trabalhadores com esse tipo de agentes como atividades em hospitais, a coleta do lixo, as indústrias de alimentação, laboratórios, dentre outros. Esses agentes podem causar doenças como tuberculose, intoxicação alimentar, brucelose, malária, febre amarela etc. 
As medidas preventivas mais comuns para esse tipo de agentes são o controle médico permanente, o uso de equipamentos de proteção individual, a higiene rigorosa nos locais de trabalho, os hábitos de higiene pessoal, o uso de roupas adequadas, a vacinação e o treinamento.
Riscos ergonômicos: Os riscos ergonômicos estão relacionados às condições de trabalho dos funcionários como cadeiras e mesas adequadas, maquinário moderno, conscientização dos trabalhadores etc. Esses agentes podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos como fadiga, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, úlcera duodenal, doenças do sistema nervoso, alterações do ritmo normal de sono e da libido, acidentes, problemas de coluna, taquicardia, angina, infarto, diabetes, asma etc.
Para evitar que essas situações comprometam a atividade, é necessário adequar as condições de trabalho ao homem. Essa adequação pode ser obtida por meio de modernização de máquinas e equipamentos, uso de ferramentas adequadas, alterações no ritmo de tarefas, postura adequada, simplificação e diversificação do trabalho, entre outros.
Diferença entre doença profissional e doença do trabalho
Doença profissional é aquela inerente a uma determinada profissão, desencadeada pelo exercício dessa atividade que está descrita na relação emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, segundo consta no primeiro capítulo.
Existem inúmeras doenças profissionais que irão se caracterizar de acordo com o risco, podendo causar vários problemas ao organismo e até a morte. As doenças profissionais podem ser prevenidas respeitando-se os limites de tolerância de cada risco, utilizando-se adequadamente os equipamentos de proteção individual e com formas adequadas de atenuação do risco na fonte (ou seja, maneiras de atacar as causas das doenças nas suas origens), por exemplo, construindo uma parede acústica, caso haja nível elevado de ruído no ambiente de trabalho.
A lei Previdenciária n° 8.213/91 normatiza o direito por doença do trabalho ou doença profissional:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
As doenças do trabalho são resultantes de condições especiais de trabalho, não relacionadas em lei e, para as quais se torna necessária a comprovação de que foram adquiridas em decorrência do trabalho. Portanto, no caso de doenças do trabalho, como nos demais fatores de interferência da saúde, o trabalhador deve ser conscientizado sobre a importância de preservar sua saúde. É preciso que ele esteja preparado ou predisposto a receber orientações, utilizar os equipamentos de proteção individual e obedecer as sinalizações e as normas que objetivam proteger a saúde.
Atualmente, estas doenças são verificadas, com maior intensidade, nas empresas de pequeno e médio porte, situação que é vivenciada em todos os países, pois os mesmos negligenciam a segurança e as condições dos ambientes, levando os trabalhadores a desenvolverem doenças do trabalho com maior frequência.
3.1) Exemplos de doenças do trabalho
a) Alergias respiratórias provenientes de locais com ar-condicionado sem manutenção satisfatória, principalmente limpeza de filtros e dutos de circulação de ar.
b) Estresse: O estresse nada mais é do que a resposta do organismo a uma situação de ameaça, tensão, ansiedade ou mudança, seja ela boa ou má, pois o corpo está se preparando para enfrentar o desafio. Isto significa que o organismo, em situação permanente de estresse, estará praticamente o tempo todo em estado de alerta, funcionando em condições anormais.
A prevenção desta doença implica em mudanças organizacionais e tratamentos individualizados. No plano organizacional recomenda-se: incentivar a participação dos trabalhadores; flexibilidade dos horários; redução dos níveis hierárquicos. Já no plano individual sugere-se: técnicas de relaxamento; mudança na dieta alimentar e exercícios físicos.
Não se considera como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contatodireto determinado pela natureza do trabalho. 
Neste sentido, trata o artigo 20, § 2º da Lei nº 8.213/91:
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
EXEMPLO:
Um exemplo bem típico de DOENÇA DO TRABALHO e visto com bastante frequência é a PERDA AUDITIVA decorrente da exposição ao Ruído em doses superiores aos recomendados.
Outro exemplo comum entre as mulheres são as DORTs – Doenças Osteomusculares Resultantes do Trabalho contraídas por exposição a atividades de esforços físicos, posturas inadequadas e movimentos repetitivos.
3.2) Diferenças nos direitos
Nos direitos para os trabalhadores, existe alguma diferença se acometido por uma doença profissional ou uma doença do trabalho.
Em relação aos direitos, ambas garantem ao empregado o direito ao benefício do Seguro Contra Acidentes do Trabalho. Na prática, o que ocorre são situações distintas no tratamento dessas doenças:
As doenças profissionais, na maioria dos casos são incuráveis, garantindo ao empregado a APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
As doenças do trabalho podem ser tratadas e curadas, nesse caso o empregado é afastado temporariamente e retorna ao trabalho.
Tanto a doença do trabalho quanto a doença profissional podem gerar o direito ao Adicional de Insalubridade.
As doenças profissionais podem gerar o direito à Aposentadoria Especial. Tanto uma quanta a outra pode obrigar o empregador ao pagamento de indenização por danos morais, materiais e perdas da capacidade laborativa.
Doenças relacionadas ao trabalho
O Decreto Regulamentar nº 6/2001 que foi alterado por outro Decreto nº 76/2007, traz em seu artigo 2º vários capítulos, especificando a doença, o código, o tempo de afastamento e os fatores de risco de cada tipo de enfermidade. 
Segue abaixo uma relação resumida das doenças profissionais, tabela esta que pode ser encontrada completa no Decreto Regulamentar citado acima.
	Lista de doenças e substâncias tóxicas:
	Lista de profissões, indústrias ou operações correspondentes:
	Intoxicação produzida pelo chumbo, suas ligas ou seus compostos, com as consequências diretas de tal intoxicação.
	Tratamento de minerais que contenham chumbo, incluídas as cinzas de chumbo das fábricas onde se obtém o zinco.
	
	Fusão do zinco velho e do chumbo em lingotes curtos.
	
	Fabricação de objetos de chumbo fundido ou de ligas de chumbo.
	
	Indústrias poligráficas.
	
	Fabricação dos compostos de chumbo.
	
	Fabricação e conserto de acumuladores.
	
	Preparação e emprego dos esmaltes que contenham chumbo.
	
	Polimento por meio de limalhas de chumbo ou de pós de chumbo.
	
	Trabalhos de pintura que compreendam a preparação ou a manipulação de produtos destinados a lixar e alisar superfícies, massa de vidraceiro ou tinturas que contenham pigmentos de chumbo.
	Intoxicação produzida pelo mercúrio, suas amálgamas e seus compostos, com as consequências diretas de dita intoxicação.
	Tratamento de minerais de mercúrio.
	
	Fabricação de compostos de mercúrio.
	
	Fabricação de aparelhos para medir e aparelhos de laboratório.
	
	Preparação de matérias primas para chapelaria.
	
	Dourado a fogo.
	
	Emprego de bombas de mercúrio para a fabricação de lâmpadas incandescentes.
	
	Fabricação de pistões com fulminato de mercúrio.
	Infecção carbunculosa.
	Operários que estejam em contato com animais carbunculosos.
	
	Manipulação de despojos de animais.
	
	Carga, descarga ou transporte de mercadorias.
	Silicose com ou sem tuberculose pulmonar, sempre que a silicose seja uma causa determinante de incapacidade ou morte.
	As indústrias ou operações que a legislação nacional considere que estão expostas aos riscos da silicose.
	Intoxicação produzida pelo fósforo ou seus compostos, com as consequências diretas desta intoxicação.
	Todas as operações da produção, desprendimento ou utilização do fósforo ou de seus compostos.
	Intoxicação produzida pelo arsênico ou seus compostos, com as consequências diretas desta intoxicação.
	Todas as operações da produção, desprendimento ou utilização do arsênico ou seus compostos.
	Intoxicação produzida pelo benzeno ou seus homólogos, seus derivados nitrosos e amínicos, com as consequências diretas desta intoxicação.
	Todas as operações da produção, desprendimento ou utilização do benzeno ou de seus homólogos ou de seus derivados nitrosos e amínicos.
	Intoxicação produzida pelos derivados halogêneos dos hidrocarbonetos graxos.
	Todas as operações da produção, desprendimento ou utilização dos derivados halogêneos dos hidrocarbonetos graxos, designadas pela legislação nacional.
	Transtornos patológicos devidos: a) o rádio e outras substâncias radioativas;
 b) os raios X.
	Todas as operações que exponham à ação do rádio, das substâncias radioativas ou dos raios X.
	Epiteliomas primitivos da pele.
	Todas as operações da manipulação ou o emprego de alcatrão, breu, betume, óleos minerais, parafina, ou de compostos, produtos ou resíduos destas substâncias.
Doenças profissionais da atualidade
Para que um problema de saúde seja considerado uma doença ocupacional, o trabalho deve ter o vínculo nexo causal, ou seja, causa e efeito específico na situação, é o entendimento de muitos médicos do trabalho.
Certas doenças ocupacionais aparecem de forma silenciosa, algumas doenças só aparecem após 10 ou 15 anos de trabalho, muitas vezes a pessoa não tem condições de voltar para o trabalho, seja pelas limitações decorrentes da própria doença ou por ser o único local que o trabalhador consiga desenvolver atividades e isso acabaria agravando a doença. 
A partir das nossas pesquisas, listamos as 10 principais doenças que estão sendo desenvolvidas no trabalho: 
LER/DORT (Lesão por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho): Provocada por movimentos repetitivos ou por posturas inadequadas, chamadas de posturas anti-ergonômicas. Deve-se ter cuidado no diagnóstico, pois muitas pessoas confundem a LER com uma simples torção ou mal posicionamento.
Antracose: Lesão pulmonar ocasionada por diferentes agentes que são adquiridos nas áreas de carvoarias. A doença pode ser o ponto de partida para outros problemas ainda mais graves e afeta, principalmente, os trabalhadores que têm contato direto com a fumaça do carvão.
Bissinose: Doença causada pela poeira das fibras de algodão, que afeta principalmente as pessoas que trabalham na indústria algodoeira.
Surdez temporária ou definitiva: Quando o trabalhador está exposto em uma área ruídos constantes, ele começa a perder a sensibilidade auditiva e isso pode se tornar irreversível. A perda auditiva se torna definitiva de forma lenta, silenciosa e prolongada. É mais comum entre operários de obras de construção que utilizam equipamentos que emitem ruídos e operadores de telemarketing.
Dermatose ocupacional: Pessoas que trabalham com graxa ou óleo mecânico podem desenvolver reações alérgicas crônicas, de forma que a pele cria placas.
Câncer de pele: Pessoas que trabalham, por exemplo, em lavouras, têm grandes chances de desenvolver o câncer de pele devido à excessiva exposição ao sol. A doença é bastante comum no Brasil, mas só pode ser considerada ocupacional se estiver relacionada à atividade profissional desenvolvida. Uma pessoa que trabalha em um escritório, sem se expor ao sol, por exemplo, pode ter o câncer de pele por outros e não terá a assistência do INSS.
Siderose: Pessoas que trabalham nas minas de ferro acabam inalando partículas microscópicas de ferro. Estas partículas acabam se alojando nos bronquíolos, provocando falta de ar constante. 
Catarata: Quem trabalha em lugares de altas temperaturas pode desenvolver a perda do cristalino, ocasionando a cegueira.Assim como o câncer de pele, a doença atinge uma parcela significativa da população brasileira, principalmente os idosos, e precisa ter relação direta com o trabalho para ser considerada ocupacional.
Doenças por função: Pessoas que trabalham com alimentos, por exemplo, podem se contaminar pelos produtos orgânicos que são utilizados.
Doenças psicossociais: Problemas como depressão, ou de outra ordem emocional, muitas vezes estão associados a carga horária excessiva, a pressão no trabalho, ou algum desentendimento na área de trabalho. Elas podem acabar desenvolvendo no trabalhador um desânimo prolongado no convívio de trabalho, ocasionando uma tristeza profunda.
Afastamento por doença profissional
O afastamento por doença profissional funciona da mesma forma que no auxílio acidentário. 
O auxílio acidentário é o benefício devido ao segurado empregado que fica incapacitado para o trabalho em decorrência de acidente de trabalho e/ou doença ocupacional (incluindo doença profissional e doença do trabalho).
As prestações relativas ao acidente de trabalho, bem como ao empregado acometido por doenças profissionais ou trabalho, são devidas:
Ao empregado;
Ao trabalhador avulso;
Ao segurado especial;
Ao médico-residente.
A comunicação do acidente/ doença será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em quatro vias, com a seguinte destinação:
1ª via ao INSS;
2ª via ao segurado ou dependente;
3ª via ao sindicato dos trabalhadores;
4ª via á empresa
A empresa é responsável pelo pagamento dos 15 (quinze) primeiros dias a partir da data do acidente/doença e a Previdência Social, é responsável pelo pagamento a partir do 16° (décimo sexto) dia da data do afastamento da atividade. 
Como prevenir as doenças profissionais
As doenças profissionais, como já foi dito, são adquiridas em decorrência do tempo de exposição do trabalhador aos agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes que agridem ao organismo humano.
Podemos citar como exemplo: a indústria de cerâmica em relação à sílica livre, após muitos anos de exposição, a poeira de sílica e a falta ou o mau uso de equipamentos de proteção individual - EPI levarão o trabalhador a adquirir a silicose. Nesses casos o trabalhador só vem, a saber, que está doente anos depois de ter se desligado da empresa. Essa simples conceituação permite imaginar a frequência e a gravidade com que devem ser tratadas as doenças provenientes de longos períodos de exercícios profissionais em ambientes de trabalho inadequados.
As empresas devem agir para evitar as doenças profissionais no ato das contratações de acordo com a NR 7 – "Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional", realizando exames admissionais, evitando que o trabalhador traga consigo algum tipo de doença de empregos anteriores; exames periódicos, para diagnosticar a existência de uma doença profissional logo no início da contratação; mudanças de função, para não correr o risco de agravar a doença; e por fim, o exame demissional, para não dispensar um trabalhador que tenha adquirido algum tipo de doença.
Se a empresa possui médico ou convênio médico, as faltas serão abonadas pelo profissional de saúde da empresa ou do convênio. Entretanto, se a empresa não possui médico ou convênio médico, as faltas serão atestadas pelo profissional do INSS. É conveniente que o médico indique o Código Internacional de Doenças (CID) para que a empresa possa fazer um acompanhamento.
A empresa também devera realizar programas de treinamentos referentes ao uso correto de equipamentos de proteção individual - EPI e trabalhar no desenvolvimento de equipamentos de proteção coletiva – EPC.
Com o objetivo de se manterem sempre seguros e distantes de qualquer doença profissional ou acidente de trabalho, todos precisam ficar atentos aos riscos e aos cuidados com a saúde, levando em consideração a infraestrutura do ambiente laboral. Para isso, é fundamental que todo empregador conheça bem as implicações e as exigências legais pertinentes, visando oferecer à sua equipe de profissionais a proteção adequada para evitar a ocorrência de doenças e de possíveis acidentes.
É importante ressaltar mais algumas dicas a serem utilizadas nas organizações, com o objetivo de evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Todo empregador deve se preocupar em:
1) Utilizar os canais de comunicação interna, visando conscientizar e alertar seus colaboradores quanto aos riscos e às ações de prevenção, para evitar doenças ocupacionais e acidentes no ambiente de trabalho.
2) Promover as palestras e os treinamentos específicos, ministrados por profissionais capacitados, que abordem temas relacionados às regras de proteção, à saúde e às boas condutas no ambiente laboral.
3) Estimular a prática diária de exercícios específicos para evitar, por exemplo, lesões corporais por movimentos repetitivos. Para que essas práticas sejam sempre eficientes é fundamental contar com a orientação de profissionais capacitados e especialistas em ergonomia.
4) Oferecer aos trabalhadores mobiliários adequados no ambiente de trabalho para uma correta acomodação ergonômica.
5) Manter os trabalhadores sempre informados sobre os resultados obtidos a partir das avaliações realizadas no ambiente laboral.
6) Adotar programação de descanso entre as ocupações do dia e não delegar tarefas em que os colaboradores sejam submetidos a uma mesma atividade em tempo integral.
7) Orientar os funcionários a procurarem orientação médica em casos de manifestação de sintomas como: cansaço muscular nos braços ou nas pernas, dores, dormências, inchaços e outras alterações na saúde.
8) Informar aos trabalhadores os resultados dos exames médicos e dos exames complementares realizados, com o intuito de conscientizá-los sobre os diagnósticos obtidos e os cuidados com a saúde.
9) Divulgar e treinar os trabalhadores, quanto aos procedimentos corretos e imediatos que devem ser adotados em caso de acidentes.
10) Cumprir com todas as normas regulamentadoras (NRs) que determinam os fatores de prevenção no ambiente laboral, visando atender as exigências legais da engenharia de segurança e da medicina do trabalho.
Todas as ações de prevenção devem ser adotadas pelas organizações e pelos próprios trabalhadores, visando eliminar as condições inseguras no ambiente laboral, mas é importante reforçar que essas mesmas ações devem sempre ser orientadas por profissionais capacitados a oferecer serviços em engenharia de segurança e em medicina do trabalho.
Em resumo, às doenças profissionais tem relação direta de causa e efeito entre os fatores de risco no ambiente de trabalho. As empresas devem estar sempre atentas aos riscos que determinadas atividades podem gerar à saúde dos trabalhadores.
7.1) A importância do EPI e EPC para prevenção das doenças do trabalho
Os equipamentos Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), é todo dispositivo, imagem, som, instrumento, equipamento, que visa a proteção de várias pessoas ao mesmo tempo, já o Equipamento de Proteção Individual (EPI), é todo o dispositivo individual, destinada a uma única pessoa. O EPI deve ser utilizado quando não é possível eliminar os riscos existentes através dos equipamentos de proteção coletiva, ou quando for necessária a complementação das medidas coletivas.
Podemos dizer que grande parte dos acidentes de trabalho, que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, podendo provocar lesão temporária ou permanente, morte ou redução da capacidade do empregado; acidente de trabalho típico, que é o acontecimento brusco, repentino, inesperado, traumático ocorrido durante o trabalho ou em razão dele, ocasionando uma agressão a integridade do trabalhador; e as doenças ocupacionais, que também são consideradas uma forma de acidente de trabalho, são subdivididas em doença profissional e doença do trabalho, são em grande parte causadas pela não utilização desses equipamentos de segurança.
A utilização dessesequipamentos é de suma importância, pois os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para o trabalhador, para a empresa e para a sociedade.
Estabilidade em virtude de doença profissional
O conceito de estabilidade motivada por doença profissional do trabalho, também chamada como estabilidade provisória, estabilidade temporária ou garantia de emprego. É benefício jurídico a que faz jus o empregado acometido de doença profissional do momento de seu retorno até os do trabalho. 
De acordo com Soares Filho estabilidade é: 
“Um dos aspectos da continuidade da relação de trabalho, ou uma maneira de obtê-la. É um instituto que protege o trabalhador contra a dispensa abusiva, consistindo na subtração ao empregador do direito de despedir o empregado, salvo hipóteses excepcionais previstas no ordenamento Jurídico” (SOARES FILHO, 2002, p.183).
Amauri Mascaro Nascimento afirma que:
“É o direito do trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade do empregador, enquanto inexistir uma causa relevante expressa em lei e que permita a sua dispensa. É o direito ao emprego. É o direito de não ser despedido. É a garantia de ficar no emprego, perdendo-o unicamente se houver uma causa que justifique a dispensa indicada pela lei. Funda-se, portanto, no princípio da causalidade da dispensa. Destina-se a impedir a dispensa imotivada arbitrária, abusiva” (NASCIMENTO, 2001, p.432).
Na doutrina Delgado (2011, p.1190-1192) menciona que:
[...] é vantagem jurídica de caráter transitório deferida ao empregado em decorrência de uma circunstância contratual ou pessoal obreira de caráter especial, de forma a assegurar a manutenção do vínculo empregatício por um lapso temporal definido, independente da vontade do empregador [...], fixando relevante contingenciamento à despedida arbitrária do empregado no mercado laborativo do país.
Nesse sentido, a garantia de emprego ao acidentado fixada legalmente, é louvada por Barros (2006, p.949-950):
“Agiu corretamente o legislador, pois a realidade evidenciada a frequência de despedida de trabalhadores egressos de afastamentos motivados por acidentes e a dificuldade que encontram na obtenção de novo emprego, mormente quando o infortúnio deixa sequelas. A garantia visa remediar esse mal, proporcionando ao trabalhador segurança em uma fase em que poderá apresentar certa fragilidade, com redução do ritmo normal de trabalho.”
Dessa forma, a definição de estabilidade jurídica é essencial.
Ao empregado acometido de doença ocupacional foi amparada pela revisão da Súmula do TST n. 378. Surgindo a doença ocupacional, mesmo as surgidas após o desligamento do emprego, não se exigem as mesmas formalidades do acidente do trabalho para efeito de garantia de emprego, quais sejam, o afastamento do trabalho e a percepção de auxílio doença acidentário, isto em razão das características diferenciadas entre o acidente propriamente dito e a doença. A jurisprudência do TST (STST n. 369) fixa as seguintes disposições: é indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do §5º do art. 543 da CLT. 
Afastando dúvidas, a Súmula do TST n. 378 declara que:
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 - Inserida em 01.10.1997) 
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)
Não se exige assim, a formalidade de afastamento superior a 15 dias, nem a percepção do auxílio-doença previdenciário, exigências essas específicas do acidente do trabalho típico. Este tema é de grande importância devido ao crescente número de doenças ocupacionais entre os trabalhadores brasileiros.
Jurisprudência
O entendimento dos tribunais acerca desse tema é muito claro, em sua maior parte beneficiando o empregado, seja reintegrando-o ao trabalho, seja em nova função, condenando o empregador ao pagamento de indenização a título de danos morais, verbas rescisórias, entre outros, como podemos observar nas jurisprudências abaixo.
RECURSO ORDINÁRIO - 3ª TURMA Processo TRT/SP nº 0000713-90.2013.5.02.0372 ORIGEM: 2ª Vara do Trabalho de Mogi das Cruzes RECORRENTE: KIMBERLY-CLARK BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO RECORRIDO: ALEX ANTONI KNAPICK DOENÇAS PROFISSIONAIS. CULPA DO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. O empregador deve reduzir os riscos no ambiente de trabalho com a observância das normas de saúde, higiene e segurança, consoante dispõe o art. 7º, XXII, da Constituição Federal. Negligenciadas tais regras e tendo concorrido para o desencadeamento ou agravamento de doenças profissionais, que resultaram na redução da capacidade laborativa do empregado, deve o empregador arcar com a indenização civil respectiva.
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em decisão unânime,
reconheceu o direito à estabilidade temporária ao empregado que
adquire doença provocada pelo exercício da profissão, mas só
manifestada após sua demissão. A confirmação da garantia do
trabalhador, prevista na legislação previdenciária (Lei nº 8.213/91),
levou o TST a negar recurso de revista à Bridgestone – Firestone do
Brasil Indústria e Comércio Ltda.
“A circunstância de a doença profissional decorrente das atividades
desenvolvidas no curso do contrato de trabalho ter-se se manifestado
após sua rescisão não afasta o direito ao benefício previsto no art.
118 da Lei 8.213/91”, afirmou o ministro Brito Pereira (relator), no
voto que resultou em manutenção de acórdão do Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região (com sede em São Paulo).
Para a 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP), como a doença profissional e a doença do trabalho agravam-se progressivamente, não se pode exigir que o trabalhador tenha sido licenciado pelo INSS para ter direito à estabilidade provisória no emprego. Com base neste entendimento, os juízes da turma condenaram a
Sociedade Beneficiente Israelita Brasileira – Hospital Albert Einstein a indenizar uma ex-empregada. A operadora de telemarketing entrou com processo na 30ª Vara do
Trabalho de São Paulo reclamando que, mesmo vitimada por doença
profissional, foi dispensada pelo hospital. De acordo com a juíza Ivani Contini Bramante, relatora do Recurso Ordinário no tribunal, “embora, em princípio, a percepção do auxílio-doença acidentário seja condição essencial à aquisição da
estabilidade acidentária, não se pode tolher da reclamante esta
garantia”.
Para a relatora, “ao contrário do ‘acidente-tipo’, a doença profissional e a doença do trabalho agravam-se progressivamente, em razão das atividades desenvolvidas pelo trabalhador, constituindo-se em causa lenta e progressiva para a incapacidade permanente ou temporária para o trabalho. Ainda mais, no caso, a disacusia neuro
sensorial bilateral de 15,73% constitui lesão incapacitante de seqüela
irreversível”.
“É inequívoco que a obreira é portadora de doença profissional de origem ocupacional, inclusive de conhecimento da reclamada que, diante do fato, ao invés de readaptar ou transferir a reclamante para outro setor, preferiu demiti-la”, observou. Por maioria, a 6ª Turma acompanhou o voto da juíza Ivani Bramante, condenando o hospital Albert Einstein ao pagamento de indenização correspondente a um ano de salários da operadora de telemarketing, incluindo 13º salário, férias e FGTS com multa de 40%.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA DECORRENTE DE DOENÇA PROFISSIONAL. SÚMULA 378, II, DO TST. Decisão regional em consonância com o entendimento jurisprudencial
Consubstancia dona Súmula 378, II, desta Corte, verbis: -são pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego- Incidência do art. 896, § 4º, da CLT e da Súmula 333/TST. Agravo de instrumento conhecido e não-provido. (TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA: AIRR 365008420025100004 36500-84.2002.5.10.0004)
10.) Sindicatos e doenças profissionais
Cerca de 270 milhões de trabalhadores são afetados por lesões graves não mortais e 160 milhões de trabalhadores sofrem de doenças de curta ou de longa duração em virtude de fatores relacionados com a vida laboral. “O custo total desses acidentes e doenças representa, segundo estimativas da OIT, cerca de quatro por cento do Produto Interno Bruto mundial, valor mais de 20 vezes superior ao valor da ajuda oficial ao desenvolvimento” (Relatório BIT, OIT, Genebra).
De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, os bancos ocupam o primeiro lugar no ranking de registros de lesões por esforços repetitivos: bursite, síndrome do túnel do carpo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. De cada grupo de 10 mil trabalhadores, 520 bancários foram afastados por doença ocupacional entre 2000 e 2005. A categoria de professores e trabalhadores em estabelecimentos de ensino também se enquadra entre as que vitimam parcela considerável de trabalhadores (pesquisa Condições de Trabalho e Saúde em Professores da Rede Particular de Ensino de Salvador, Bahia, Proj. Sinpro/BA, UFB e Contee). 
O amparo ao empregado acometido de doença profissional em decorrência da evolução da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho foi coroado com a revisão da Súmula 378. Ocorrendo a doença profissional, mesmo as detectadas após a saída do emprego, não se exigem as mesmas formalidades do acidente do trabalho para efeito de garantia de emprego, quais sejam, o afastamento do trabalho e a percepção de auxílio doença acidentário, isto em razão das características diferenciadas entre o acidente propriamente dito e a doença.
Da jurisprudência do TST, destaque para as Súmulas 371, 378 e 396. Admite a lei, o que somente depois veio a ser reconhecida pela construção jurisprudencial, a possibilidade de constatação da doença, mesmo após a despedida do empregado, mediante a comprovação do nexo de causalidade no curso do contrato de emprego. É possível, ainda, a doença ser como ocupacional, independente de figurar no rol oficial das doenças (processo TST - RR- 747825/2001, DJ de 11/05/2007).
Embora os trabalhadores contem hoje com a evolução do posicionamento judicial do TST, através de sua jurisprudência, no sentido de que, no caso de doença ocupacional, não se exige a formalidade de afastamento superior a 15 dias, nem a percepção do auxílio-doença previdenciário, exigências essas específicas do acidente do trabalho típico, como se infere do voto do relator (e sua fundamentação), no acórdão TST, RR-655116-2000.5, publicado no Diário de Justiça de 31 de agosto de 2007.
O tema se reveste da maior importância, em razão do crescente número de doenças ocupacionais entre os trabalhadores no Brasil. O dever das entidades de classes, representativas dos empregados, no sistema nacional, os entes sindicais principalmente, em divulgar os direitos dos trabalhadores, no caso do infortúnio que representa o acidente do trabalho, inclusive em sua modalidade de doença: doença do trabalho e doença profissional, as doenças ocupacionais, de uma forma geral.
A observação do alcance social dessa proteção ao trabalhador deve ser à base dos representantes das classes trabalhadoras, dos operadores do Direito e de todos quantos possam ser tidos como responsáveis por defender e difundir os direitos sociais e trabalhistas dos empregados, tão prejudicados no ordenamento jurídico pátrio, em razão de não contarem com a proteção do emprego. Embora previsto no Art. 7º da Constituição da República, os trabalhadores brasileiros tiveram a tão almejada garantia contra a despedida arbitrária ou sem justa causa substituída por multa pecuniária, sobre o valor do saldo do Fundo de Garantia. A substituição, nada benéfica à classe trabalhadora, que teve na Constituição de 1988 o caráter provisório, vem se perpetuando, em razão da falta de providência legislativa em regulamentar o artigo 7º, Inciso I, da Carta Magna.
É imperativa a referência ao gravame consistente em atos de alguns empregadores, que, a par de não tomar as medidas preventivas adequadas à saúde do trabalhador, ainda omitem quanto à comunicação desses acidentes e doenças e deixam de amparar o empregado, quando ele mais necessita, a partir do momento que passa a sentir os sintomas de males causados em decorrência das condições ou peculiaridades do trabalho.
É importante chamar a atenção para a necessidade de os entes sindicais (sindicatos de trabalhadores, de empregadores, as federações, confederações, associações) discutirem os problemas e apontar para as soluções relacionadas à saúde no trabalho, oferecendo orientações, assessoramentos e condições para o exercício efetivo desses direitos, quando ocorrer o infortúnio da doença ocupacional, no âmbito de integrantes de sua categoria profissional.
O indispensável o cuidado do ente sindical, ao homologar a rescisão contratual, ato com o qual poderá estar chancelando o desligamento, sem ressalvas, de um trabalhador acometido de doença ocupacional, ainda não detectada formalmente naquele momento de rescisão.
Os entes sindicais devem cuidar também quanto à imediata providência de emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), antes mesmo de caracterizada a doença ocupacional, quando o empregador se negar a fazê-lo. É dever do ente sindical agir com zelo, dando orientações, divulgando as informações, oferecendo as condições para que o empregado possa exercer seus direitos.
11.) Considerações finais
Este tema é de grande importância devido ao crescente número de doenças ocupacionais entre os trabalhadores brasileiros. A LER tornou-se a lesão mais comum entre os trabalhadores que apresentam jornada de trabalho excedente e repetitiva, acarretamento esgotamento físico e psíquico ao empregado. 
Na Constituição Federal, no inciso XXVIII, do art. 7º, segunda parte, ao versar sobre o acidente do trabalho, assegura o direito à indenização a que está obrigado o empregador, “quando incorrer em dolo ou culpa”. O benefício previdenciário acidentário, previsto na lei de seguridade social, é que se rege pela responsabilidade objetiva, fundada no risco social (art. 7º, inciso XXVIII, primeira parte, da CF/88). Analisando a Lei nº 8.213/91, constata-se que esta não é uma lei específica sobre acidente do trabalho, mas uma lei genérica sobre todas as espécies de benefícios previdenciários, classificando o acidente do trabalho em várias espécies. 
O judiciário, a doutrina e a jurisprudência vêm buscando encontrar através de decisões judiciais, programas de prevenção para diminuir das doenças geradas ou agravadas nas relações de trabalho. Assim, esse trabalho teve como objetivo discorrer sobre a decorrência das doenças profissionais, segundo legislação, jurisprudência e doutrina.
12.) Referências Bibliográficas
Material da Internet:
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. In: “LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991”. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:18
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. In: “LEI No 6.367, DE 19 DE OUTUBRO DE 1976”. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6367.htm> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:20
Totusalus Integração e Saúde. “Doenças profissionais - o que são? o que fazer?”.Disponível em: <http://totusalus.org/SA%C3%9ADE/Patologias/doencasprofissionais> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:22
InfoEscola. “Acidente de Trabalho”. Disponível em: <http://www.infoescola.com/direito/acidente-de-trabalho/> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:23
Atlas da Saúde. “Doenças profissionais”. Disponível em: <http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doencas-profissionais-7> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:25
EBAH. “Doenças relacionadas com o trabalho”. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAApzUAL/doencas-relacionadas-com-trabalho> Acesso em: 19 de setembro de 2016 às 14:28

Outros materiais