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Anderson Medeiros 2012 Artigos Sobre Conceitos em Geoprocessamento [PT]

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E-book: Artigos sobre Conceitos em Geoprocessamento :: Anderson Maciel Lima de Medeiros :: http://andersonmedeiros.com/ :: 2012 
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 Anderson Maciel Lima de Medeiros 
Consultor em Geotecnologias 
http://andersonmedeiros.com/ 
Setembro/2012 
 
 
E-book: Artigos sobre Conceitos em Geoprocessamento :: Anderson Maciel Lima de Medeiros :: http://andersonmedeiros.com/ :: 2012 
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SUMÁRIO 
 
1. O GEOPROCESSAMENTO E SUAS TECNOLOGIAS ................................................................................ 4 
1.1. GEOPROCESSAMENTO ................................................................................................................. 4 
1.2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA .................................................................................. 5 
1.3. BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS ................................................................................................ 7 
1.4. WEBMAPPING (WEBGIS) .............................................................................................................. 9 
2. COMO DESENVOLVER UM GIS .......................................................................................................... 12 
2.1. DESENVOLVENDO UM SIG ......................................................................................................... 12 
2.1.1. AQUISIÇÃO DOS DADOS ...................................................................................................... 13 
2.1.2. MANIPULAÇÃO DOS DADOS ............................................................................................... 14 
2.1.3. ANÁLISES EM AMBIENTE SIG ............................................................................................... 14 
2.1.4. GERENCIA DE PRODUTOS .................................................................................................... 17 
2.1.5. SIG E TOMADA DE DECISÃO ................................................................................................ 17 
3. COMO ESCOLHER UM SOFTWARE DE SIG ......................................................................................... 24 
3.1. OS OBJETIVOS DE SEU PROJETO ................................................................................................. 24 
3.2. COMPATIBILIDADE COM SEU SISTEMA OPERACIONAL ............................................................. 25 
3.3. FUNÇÕES DISPONÍVEIS NO SOFTWARE...................................................................................... 25 
3.4. INTEROPERABILIDADE ................................................................................................................ 25 
3.5. EXTENDIBILIDADE DO SOFTWARE .............................................................................................. 25 
3.6. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE ........................................................................ 26 
3.7. FORÇA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL ............................................................................... 26 
3.8. REALIZAR TESTES DE DESEMPENHO .......................................................................................... 26 
4. PADRÕES OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM (OGC) .......................................................................... 27 
4.1. O OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM (OGC) ............................................................................... 27 
4.2. WEB MAP SERVICES (WMS) ....................................................................................................... 27 
4.3. WEB FEATURE SERVICE (WFS) E WEB COVERAGE SERVICE (WCS) ............................................. 28 
4.4. GEOGRAPHIC MARKUP LANGUAGE (GML) ................................................................................ 29 
4.5. KEYHOLE MARKUP LANGUAGE (KML) ........................................................................................ 29 
4.6. STYLED LAYER DESCRIPTOR (SLD) .............................................................................................. 30 
5. METADADOS EM AMBIENTE SIG ....................................................................................................... 31 
5.1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA DOS METADADOS ......................................................................... 31 
5.2. METADADOS EM SIG .................................................................................................................. 31 
 
 
 
E-book: Artigos sobre Conceitos em Geoprocessamento :: Anderson Maciel Lima de Medeiros :: http://andersonmedeiros.com/ :: 2012 
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PREFÁCIO 
 
Este livro eletrônico (e-book) é uma coletânea e ao mesmo tempo uma adaptação de alguns 
artigos classificados como conceituais sobre Geoprocessamento, publicados no site do autor desta 
publicação, Anderson Maciel Lima de Medeiros [http://andersonmedeiros.com/]. Foram 
selecionadas para compor este material as matérias que são mais frequentemente procuradas pelos 
leitores do portal. 
Procurou-se organizar os conteúdos não por ordem cronológica de publicação, mas de forma a 
dar uma sequência mais lógica. Assim, o leitor terá uma visão didática do que é o Geoprocessamento 
e suas tecnologias, dos passos necessários para se desenvolver uma aplicação de Sistemas de 
Informação Geográfica (SIG), como escolher um programa computacional adequado para suas 
necessidades, além de aprender importantes conceitos sobre as Geotecnologias. 
A ideia da criação desde livro digital não é de ser uma obra de referência no assunto, até por 
que seus textos não foram construídos com a estrutura de publicação científica, nem segue sua 
formatação os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ele foi criado de forma 
comemorativa, inicialmente como um brinde, um presente aos leitores do site do autor que 
colaboraram com a pesquisa sobre o perfil dos visitantes. 
Este e-book não pode ser comercializado ou disponibilizado em endereço diferente dos 
proporcionados pelo seu autor, nem pode distribuído sem sua prévia autorização. 
Pedimos que caso encontre algum erro neste material informe ao autor através do e-mail 
anderson@clickgeo.com.br. Este endereço pode ser utilizado também para tecer qualquer 
comentário, dúvida, sugestão ou crítica ao e-book. 
Espero que todos tirem pleno projeto deste e-book Artigos sobre Conceitos em 
Geoprocessamento. 
 
Anderson Maciel Lima de Medeiros é tecnólogo em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e tem atuado com consultor e instrutor de 
treinamentos em Geotecnologias, sempre com ênfase na utilização de softwares livres. Já ministrou 
cursos da área para diversas empresas privadas e públicas, como foi o caso da Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos. Desde 2008 publica artigos, dicas e tutoriais sobre uso de programas 
computacionais para projetos onde a Geoinformação é fator determinante do sucesso. É também 
membro do corpo editorial da Revista FOSSGIS Brasil [http://www.fossgisbrasil.com.br]. 
 
 
 
 
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1. O GEOPROCESSAMENTO E SUAS TECNOLOGIAS 
 
Nos últimos anos o Geoprocessamento vem se massificando, em especial diante das 
inovações proporcionadas pelos serviços de mapeamento como os famosos Google Maps e Google 
Earth. Cada vez mais a potencialidade de suas tecnologias é vista como poderoso apoio à tomada de 
decisão. Apesar disso ainda há diversos conceitos importantes neste nicho do conhecimento que nãoraro acabam sendo confundidos. 
Neste primeiro capítulo serão apresentados alguns conceitos fundamentais, relacionados 
com Geoprocessamento, Geotecnologias, Sistemas de Informações Geográficas (SIG), Banco de 
Dados Geográficos, entre outros. 
1.1. GEOPROCESSAMENTO 
É bom começarmos compreendendo o que é o próprio Geoprocessamento. Não se deve 
pensar que este termo é um sinônimo para Geotecnologias ou mesmo para SIG. 
O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento conhecida como Geomática e 
engloba o total conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, quer seja no tocante a coleta, 
armazenamento, tratamento e análise, bem como uso integrado desses dados geográficos. Estas 
técnicas ou tecnologias são comumente chamadas de Geotecnologias. 
Alguns exemplos de Geotecnologias são: 
• Topografia; 
• Fotogrametria; 
• Cartografia; 
• Sensoriamento Remoto; 
• Posicionamento por Satélite; 
• Geoestatística; 
• Banco de Dados Geográficos; 
• WebMapping; 
• SIG 
Ou seja, o SIG bem como as demais Geotecnologias mencionadas acima, são parte do 
conjunto maior de técnicas - O Geoprocessamento. Esse conceito é ilustrado na imagem a seguir 
(Fig. 1). 
 
 
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Fig. 1: Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias 
Fonte: Medeiros (2012) 
 
É bem pertinente mencionar o célebre comentário publicado na obra Introdução à ciência 
da Geoinformação, que diz: “Se onde é importante para seu negócio, então Geoprocessamento é 
sua ferramenta de trabalho” (Câmara e Davis, 2001). Essa frase resume bem a aplicabilidade das 
Geotecnologias com um todo. 
Entendido o conceito de Geoprocessamento e Geotecnologias, torna-se interessante 
pesquisar maiores detalhes sobre a tecnologia dos Sistemas de Informação Geográfica. 
1.2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 
Consideremos agora os usos do termo SIG (Sistema de Informação Geográfica) ou GIS 
(Geographic Information System). 
Já percebeu que usualmente se usa a mesma sigla para definir tanto o SIG como sistema 
integrado e igualmente aos softwares utilizados como ferramentas para sua implementação? Por 
exemplo, já ouviu ou leu algo como: “Para desenvolver o SIG da prefeitura utilizamos o SIG gvSIG”? 
Note o uso do mesmo vocábulo para descrever duas coisas diferentes? 
A situação descrita acima é semelhante o uso da sigla DVD tanto para o aparelho como para 
o disco DVD (Digital Versatile Disc). Talvez você ache até estranha essa idéia e pense: “Mas o Kosmo, 
gvSIG, ArcGIS e tantos outros não são “SIG”? É verdade que alguns são até chamados como “Kosmo 
SIG” ou “GRASS GIS”. 
Conforme mostra a figura 2, esses programas são apenas um dos elementos que 
constituem um SIG. O sistema é composto, não apenas de softwares, mas também por 
 
 
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metodologias aplicadas, dados a serem coletados e tratados, hardwares específicos, como por 
exemplo scanners e coletores de dados GPS e recursos humanos. 
 
Fig. 2: Componentes de um SIG 
Fonte: Medeiros (2012) 
 
Em outras palavras: o gvSIG [http://gvsig.org/], Kosmo [http://opengis.es/], ArcGIS, 
MapInfo, SuperGeo, GRASS [http://grass.osgeo.org/], uDig [http://udig.refractions.net/] e tantos 
outros programas (aplicativos) computacionais, proprietários ou livres são Softwares de SIG ou 
Softwares para SIG. 
Sobre este tipo de aplicativos, incentivamos que leia o conteúdo disponível nos links abaixo, 
para complementar seus conhecimentos: 
• Fatos sobre Softwares Livres para Geoprocessamento 
Link: http://andersonmedeiros.com/2012/05/07/5-fatos-sobre-geoprocessamento-com-software-livre/ 
 
• Você conhece estes softwares livres para SIG? 
Link: http://andersonmedeiros.com/2011/12/12/softwares-livres-sig/ 
• Diversidade em SIG: Mais é menos? 
Link: http://geoparalinux.wordpress.com/2012/01/09/diversidade-d-sig-mais-e-menos/ 
Quando se desenvolve um SIG, também chamada de aplicação SIG, dados de diversas 
fontes, de caráter espacial e tabular são integrados num único sistema onde estes dados podem ser 
cruzados gerando novas informações úteis. 
Nos capítulos à frente você poderá obter maiores detalhes sobre como desenvolver uma 
solução SIG. 
 
 
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A figura 3 mostra alguns dados geográficos visualizados no software Quantum GIS (QGIS) 
[http://www.qgis.org/]. 
 
Fig. 3: Dados geográficos visualizados no software de SIG QGIS 
Fonte: Medeiros (2010) 
 
Até aqui vimos que Geoprocessamento e SIG não são a mesma coisa. O SIG é apenas uma 
importante tecnologia dentre as diversas incluídas no Geoprocessamento. 
Vimos também que programas como o gvSIG e ArcGIS não são o inteiro SIG, mas softwares 
para SIG. Assim como o Geoprocessamento possui várias ramificações tecnológicas o SIG é um 
sistema composto por programas computacionais, hardwares, metodologias, recursos humanos e 
dados. 
A seguir, estudaremos o que são e pra servem tecnologias como o Banco de Dados 
Geográfico e o Webmapping. 
 
1.3. BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS 
O que é um Banco de Dados (BD)? Todo local, físico ou virtual, onde estão armazenados 
dados pode, em certo sentido, ser chamado de banco de dados. 
Por exemplo, uma enciclopédia pode ser considerada um tipo banco de dados. Mas para a 
área de Geoprocessamento é mais importante o conceito de banco ou base de dados relacional. 
Estes termos referem-se à um banco onde dados são armazenados na forma de tabelas relacionáveis 
entre si através campos chaves. 
 
 
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As mais diversas facetas de atividades, desde locadoras de DVD até grandes indústrias 
metalúrgicas usam-se deste tipo de base para ter um maior controle sobre fatores como cadastro de 
clientes e sua condição em relação à empresa (inadimplência, por exemplo). 
Neste ponto, é importante evitar confundir o BD em propriamente dito (conjunto de 
tabelas relacionadas entre si) com o programa que o gerenciará, o Sistema Gerenciador de Banco de 
Dados (SGBD). Sendo mais específico: softwares como MicroSoft Access, MySQL, Oracle, PostgreSQL 
não são BD, mas sim SGBD. 
Ainda resta responder às duas perguntas chave deste tópico: O que é e qual a utilidade 
diferenciada de um Banco de Dados Geográfico (BDG)? 
O BDG, também chamado de Banco de Dados Espacial (BDE), é semelhante ao descrito 
acima (relacional), com a grande e importante diferença de suportar feições geométricas em suas 
tabelas e operações espaciais sobre elas. 
Este tipo de base, com suporte à geometrias, oferece a possibilidade de análise e consultas 
geoespaciais. É possível calcular nestes casos, por exemplo, áreas, distâncias e centróides, além de 
realizar a geração de buffers e outros processos que considerem as relações topológicas entre as 
entidades. 
Uma abalizada fonte de conhecimento científico sobre conceitos de BDG é o livro “Banco 
de Dados Geográficos” publicado por membros da equipe do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE), que está disponível para download gratuito, no formato PDF: 
• E-book: Banco de Dados Geográficos 
Link: http://www.dpi.inpe.br/livros/bdados/ 
 
Atualmente, alguns programas de SGBD desenvolveram extensões que inserem no 
software características de Sistemas Gerenciadoresde Banco de Dados Geográficos (SGBDG). São 
exemplos neste respeito o PostgreSQL, MySQL, e Oracle, sendo os dois primeiros aplicativos livres e o 
último proprietário. 
Vamos falar um pouco mais do PostgreSQL [http://www.postgresql.org/] e como ele passa 
a agir como SGBDG. O PostgreSQL é desenvolvido há cerca de duas décadas e é considerado um dos 
programas mais robustos da área de banco de dados. Quando se percebeu a necessidade de 
estender este SBGD para suportar dados espaciais desenvolveu-se a extensão conhecida como 
PostGIS [http://postgis.refractions.net/]. 
 
 
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Sendo assim, entenda que o PostGIS não é um BDG ou um SGBDG, ele é apenas uma 
extensão, um complemento, do PostgreSQL que lhe confere funções para armazenamento e 
manipulação de dados geográficos. 
A imagem abaixo (Fig. 4) mostra a diferença entre o PostgreSQL e módulo PostGIS. Note 
que para termos um BDG no PostgreSQL faz-se necessária a devida instalação da extensão (plugin 
geográfico) PostGIS. 
 
Fig. 4: Relação entre PostgreSQL e PostGIS 
Fonte: Medeiros (2010) 
 
É possível, por exemplo, importar arquivos vetoriais do tipo ESRI Shapefile para dentro de 
um banco construído sob a tecnologia fornecida pelo módulo PostGIS, utilizando recursos oferecidos 
pelo próprio programa ou utilizando algum software de SIG com essa funcionalidade. O shapefile 
será convertido em uma tabela espacial que pode ser integrada com as convencionais contidas na 
base, além de poder ser visualizada e manipulada através de programas como o gvSIG, Kosmo, QGIS, 
uDig e muitos outros de características semelhantes. 
Na conclusão deste capítulo, vamos considerar outra tecnologia do Geoprocessamento 
(Geotecnologia), a saber, Webmapping. 
 
1.4. WEBMAPPING (WEBGIS) 
A internet vem se destacando nos últimos anos como uma excelente ferramenta para 
disponibilização e interligação de dados das mais diversas fontes e naturezas. A Geomática, como 
área do conhecimento, também encontrou na internet um nicho para suas atividades. A 
disponibilização de mapas digitais interativos, os chamados WebGIS ou Webmapping, tem-se 
 
 
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tornado comum, permitindo que um maior número de usuários tenha acesso a dados espacializados, 
de forma hábil e atraente. 
Conforme citado na introdução deste capítulo, observamos que o estopim para o 
crescimento das aplicações SIG para internet tenha sido a popularização de serviços online gratuitos 
de localização como o Google Earth [earth.google.com/] e Google Maps [http:// 
maps.google.com.br/]. 
Os mapas disponibilizados na internet se apresentam de várias formas, entre as quais 
destacamos: 
• Mapas Estáticos – Mapas no formato de imagem (*.jpg, *.gif, *.png, etc) integrados à 
páginas da internet. Oferecem interatividade quase que nula, mas podem ser úteis para 
análises temporais. 
• Mapas Dinâmicos – O usuário seleciona uma área de seu interesse em um mapa geral, 
gerando uma navegação para outro mapa ou imagem mais específico com informações 
mais detalhadas desta região. Em geral apresentam interface atraente com ícones para 
consulta espacial calculo de distância e etc. 
Há muitos softwares e frameworks para o desenvolvimento de aplicações WebGIS. Apenas 
para citar alguns: MapServer [http://mapserver.org], GeoServer [http://geoserver.org/], i3Geo, 
OpenLayers [http://openlayers.org/] e p.mapper [http://pmapper.net/]. Nos sites destes programas 
há diversos links para aplicações desenvolvidas com base neles. Diversos órgãos públicos e privados 
fazem uso destas ferramentas para divulgação dos resultados de seus trabalhos. 
Para maiores informações sobre as diferentes definições de Geoprocessamento, sua 
natureza e de suas tecnologias, de acordo com as diferentes literaturas publicadas na área, 
recomendo que leia também o artigo: 
• Geoprocessamento: ciência ou técnica 
Link: http://geotecnologias.wordpress.com/2012/03/15/geoprocessamento-ciencia-ou-tecnica/ 
 
No próximo capítulo vamos explorar ainda mais os conceitos da tecnologia SIG, com foco 
no processo de desenvolvimento de soluções inteligentes baseado em Geotecnologias. 
 
 
 
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2. COMO DESENVOLVER UM GIS 
 
Neste capítulo serão comentadas as etapas de desenvolvimento de uma aplicação SIG, ou 
seja, o processo necessário para se desenvolver um GIS. É importante destacar que o leitor não 
encontrará aqui algum tipo de “receita de bolo” sobre como desenvolver toda e qualquer aplicação 
SIG, pois cada situação concreta exige uma metodologia específica, a qual será determinada por se 
considerar inúmeros fatores. 
Com isso em mente, vamos começar nosso estudo básico sobre como desenvolver um SIG. 
 
2.1. DESENVOLVENDO UM SIG 
 
O que motiva a construção de um Sistema de Informações Geográficas é a observação de 
uma necessidade (de decisão, estudo, e assim por diante) relacionada a aspectos de nossa realidade, 
visando a implementação de soluções que visem aperfeiçoar o planejamento e demais atividades 
ligadas a este “Mundo Real”. É exatamente essa a primeira etapa do processo de desenvolvimento 
de um GIS: A compreensão da realidade que será o foco do SIG. 
Aqui particionamos esse complexo processo de forma didática em seis etapas listadas na 
figura 5. A seguir serão tecidos breves comentários sobre cada uma delas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 5: Etapas de construção de um SIG 
Fonte: Medeiros (2012) 
 
 
 
 
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1. Mundo Real: Processo de compreensão de seu problema e demandas a ser atendidas. 
2. Aquisição dos Dados: Obtenção dos dados através de várias técnicas que podem 
envolver coleta em campo, adquirir dados tabulares, etc. 
3. Manipulação dos Dados: Tratamento, edição, correção, integração e adequação dos 
dados de forma a adequá-los ao projeto. 
4. Análises: Verificação de possíveis padrões de distribuição espacial e de outros 
parâmetros e variáveis mensuráveis. 
5. Gerencia dos Produtos: Elaboração de mapas, cartas relatórios, laudos e outros 
documentos resultantes do projeto desenvolvido. 
6. Tomada de Decisão: Após todo o processo de análise, o sistema é utilizado como suporte 
para tomada de decisão de forma mais eficiente. 
É importante destacar que estas cinco etapas só se iniciam após se ter definido quais os 
objetivos do SIG a ser desenvolvido. 
 
2.1.1. AQUISIÇÃO DOS DADOS 
 
Em geral, esta é a etapa de maior custo na implementação de um SIG, pois muitas vezes 
envolve aluguel ou compra de aparelhos para coleta de dados, os quais não costumam ter o que se 
considera um preço acessível. Além disso, dependendo dos tipos de dados a ser coletados pode ser 
necessário até mesmo o uso de aeronaves em casos onde se utilizarão técnicas de fotogrametria 
aérea convencional ou veículos aéreos não tripulados (VANT), por exemplo. 
Some-se aos custos envolvidos na coleta de dados o deslocamento de uma equipe 
capacitada, as diárias para os membros da mesma, etc.A etapa de coleta dos dados também é a “mais emocionante”. Pois em certas ocasiões 
pode significar para os responsáveis por esta componente do processo se enveredar em regiões 
isoladas e em condições altamente insalubres. 
Quando falamos em coleta de dados não nos referimos apenas à aquisição de dados 
geográficos, mas também ao que pode envolver uma verdadeira pesquisa livros documentais, dados 
alfanuméricos em meio analógico, e assim por diante. É digno de nota que para se adquirir certos 
dados em escritório se utilizam métodos tais como a digitalização de cartas e mapas em meio 
convencional (papel). 
Há diversas técnicas para coleta de dados espaciais para uso integrado em SIG. Podemos 
citar entre eles: topografia, geodésia, posicionamento por satélite e aerofotogrametria. 
 
 
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Após coletados, estes dados precisam ser processados, manipulados. Isso nos leva a 
próxima etapa do ciclo de desenvolvimento de um SIG. 
 
2.1.2. MANIPULAÇÃO DOS DADOS 
 
O que chamamos aqui de manipulação dos dados envolve a edição, tratamento e 
integração dos dados coletados na etapa anterior. Também, em geral, é nesta nova etapa que 
ocorrerá o estabelecimento de um sistema de coordenadas para registrar e especificar as 
localizações dos objetos dentro de uma base de dados. 
Destacando aqui o que ocorre com os dados já em meio digital, lembre-se de que estes 
foram obtidos das mais diversas fontes e em variados formatos, isso resultará muitas vezes na 
necessidade de conversão dos mesmos para novos formatos. Como grande parte dos softwares de 
SIG, principalmente os livres, procuram aderir aos padrões abertos, hoje se consegue reduzir os 
problemas ligados com a conversão devido a grande interoperabilidade existente. 
Nesta etapa, dados coletados também são integrados para que nas etapas posteriores se 
possam obter informações ainda mais específicas. Um exemplo disso é casos onde dados antes 
existentes apenas em meio tabular, na forma de planilhas, são combinados com arquivos de dados 
geográficos que farão parte da base do SIG. 
 
2.1.3. ANÁLISES EM AMBIENTE SIG 
 
Um aspecto que chama bastante a atenção em softwares de SIG é a capacidade de 
realização de análise espacial. Inclusive uma das principais características que diferenciam os SIG dos 
Sistemas de Informação convencionais é a capacidade de realizar essas análises geoespaciais. 
Dito de forma simples, análise espacial é a compreensão da distribuição dos dados 
originados de fenômenos ocorridos no espaço geográfico. As funções dos softwares de SIG que tem 
este objetivo fazem uso dos atributos espaciais e não espaciais da base de dados, para gerar 
simulações sobre os fenômenos do mundo real. Assim, a análise espacial permite compreensão da 
distribuição dos dados advindos de fenômenos ocorridos em certa região geográfica, o que é de 
grande utilidade para a solução de importantes questões nas mais diversas áreas. 
 
 
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A realização dessas análises no contexto dos SIG é um verdadeiro desafio para que sejam 
solucionados importantes questões nas mais diversas áreas de aplicação. Na maioria dos casos, 
procura-se avaliar se há um “padrão espacial”, ou seja, uma agregação das variáveis estudadas ou se 
há um padrão aleatório. Também é considerado se esta espacialização pode estar relacionada com 
fatores mensuráveis. 
Exemplificando o que foi dito no parágrafo acima, vamos recapitular algumas situações 
ilustrativas, começando com um caso típico da literatura da área. 
 
2.1.3.1. ANÁLISE ESPACIAL APLICADA NO ESTUDO DE EPIDEMIAS 
 
Em Londres, Inglaterra, em 1854, o médico John Snow, de forma intuitiva realizou uma 
verdadeira análise espacial. Na época a cidade estava sofrendo com uma epidemia de cólera. 
Ele indicou em um mapa da cidade a localização dos casos de óbito por cólera e os poços de 
água que abasteciam a cidade (uma das formas de transmissão da cólera é por meio da ingestão de 
água contaminada). A figura 6, abaixo ilustra o resultado do trabalho do médico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6: Etapas de construção de um SIG 
Fonte: Medeiros (2012) 
 
 
 
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A partir da espacialização destas informações percebeu-se que a maiorias dos casos de 
morte registradas situavam-se em torno de determinado poço localizado na Broad Street, o qual foi 
interditado. Exames realizados posteriormente confirmaram a hipótese de Snow. 
Esta metodologia aplicada em 1854 pode ser aplicada de forma semelhante hoje, 
obviamente com recursos tecnológicos bem mais avançados proporcionados pelos softwares de SIG. 
Por exemplo, uma análise semelhante pode ser feita com respeito a estudos sobre focos de 
dengue e/ou outras doenças semelhantes. São questões relacionadas com esta análise: a localização 
dos focos da doença se concentram em bairros onde tem ocorrido pouco investimento em 
saneamento básico? As condições geográficas da área com maior número de casos propiciam o 
surgimento deste tipo de enfermidade? 
 
2.1.3.2. ANÁLISE ESPACIAL NO ESTUDO DE ÁREAS DE RISCO 
 
Imagine agora uma análise em ambiente SIG voltado para determinação das chamadas 
áreas ou zonas de risco, ou seja, regiões consideradas mais propícias para tragédias como 
deslizamento de barreiras, alagamento, etc. 
Lembre-se que as análises só podem ser realizadas se houver dados consistentes na base 
de dados, assim faz-se necessário que a etapa da aquisição dos dados seja realizada de forma 
adequada. 
Alguns dos dados importantes para análise na situação descrita são: Topografia 
(informação de quais locais específicos estão mais sujeitos a precipitações pluviais e fluviais, por 
exemplo), vias fluviais (percurso dos rios da região), informações históricas (avaliar se já houve 
problemas por conta de fatores como estes), etc. 
Os programas de SIG empregados utilizarão algoritmos específicos para realizar o 
cruzamento dos dados coletados gerando as informações procuradas, a saber, quais as áreas de 
maior risco. 
Como sugestão de uma boa leitura sobre conceitos de análise espacial em Sistema de 
Informações Geográficas, eu indico o livro digital “Análise Espacial de Dados Geográficos“, 
disponível gratuitamente na internet [http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/analise/]. 
 
 
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2.1.4. GERENCIA DE PRODUTOS 
 
Quais são os possíveis produtos de um Sistema de Informação Geográfica? Apenas mapas? 
Não. Embora os mapas, temáticos ou de outro tipo, estejam entre os principais produtos, não são os 
únicos. 
Podemos citar entre os demais produtos os diversos relatórios técnicos e gráficos de 
variadas espécies. Estes podem ser apresentados, dependendo do caso, tanto em meio digital (CD, 
DVD, arquivos em formatos compatíveis para a transmissão de dados para outros sistemas) como 
analógico (impressos). 
Não é necessário comentar delongadamente que a qualidade de como estes são 
apresentados ao interessado nos produtos é muito importante. Infelizmente há muitos casos onde 
ocorreu de se entregarem relatórios técnicos (se é que poderíamos chamar assim) contendo mapas 
sem conter componentes cartográficos básicos como legenda,grande de coordenadas, etc. Com 
certeza, erros graves que precisam ser evitados. 
Outro aspecto importante neste sentido é a revisão dos produtos com respeito a sua 
consistência. Após isso, chegamos à etapa da tomada de decisão. 
 
2.1.5. SIG E TOMADA DE DECISÃO 
 
Visualize neste momento que o SIG é um sistema que atua no suporte à tomada de decisão, 
integrando dados espacialmente referenciados em um ambiente de respostas a problemas. Com isto 
em mente vamos comentar um trabalho desenvolvido há alguns anos na cidade de João Pessoa, 
capital da Paraíba, no Brasil, no tocante a localização de equipamentos públicos, como é o caso de 
postos de saúde. 
2.1.4.1. EXEMPLO PRÁTICO DE SIG NA TOMADA DE DECISÃO 
A tecnóloga em Geoprocessamento, Sandra Patrícia Alfonso da Silva, no ano de 2006, 
desenvolveu uma aplicação SIG para localização ou realocação de Unidades de Saúde da Família 
(USF), mais conhecidos como Programa (Postos) de Saúde da Família (PSF). 
Ela observou uma necessidade de utilização de um SIG para sintetizar as diversas 
informações envolvidas e que as contextualize na paisagem, o que facilitaria a escolha de um local 
 
 
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mais adequado para o posto de saúde, de modo a atender de maneira mais satisfatória a população 
abscrita. 
A partir da estruturação de um banco de dados e da realização de análises espaciais, foram 
elaborados mapas temáticos. Com base nestes mapas foi possível sugerir três possibilidades de 
localizações para uma unidade de PSF do bairro do Rangel, naquela cidade, consideradas sob 
determinados critérios, como sendo melhores do que a localização atual. Que de alguma forma 
pudessem apoiar uma decisão quanto à melhor localização para o PSF. 
Vamos entender os critérios e métodos utilizados neste projeto, mas primeiro é 
interessante saber algumas das características básicas da localidade. 
O mapa abaixo (Fig. 7) apresenta a localização do posto de saúde, objeto do estudo. A 
unidade atendia na época 817 famílias cadastradas. Note desde já que o posto (lote em vermelho) 
não está numa posição central da área a ser atendida pelo mesmo. 
 
Fig. 7: Localização inicial do PSF 
Fonte: Silva (2006) 
 
 
 
 
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• Saneamento Básico: De acordo com dados de 2005, a maioria das edificações (99%) tem 
abastecimento de água. O destino das fezes em sua maioria (653 casas, 81% do total) vai para 
fossas sépticas, (130 casas, 15% do total) sistema de esgoto e (34 casas, 4% do total) a céu aberto. 
O destino do lixo em sua maioria (719 casas, 88% do total) é coletado. Em apenas 15 casas (1,8%) o 
lixo é queimado ou enterrado e em 83 casas (10,2%) o lixo fica a céu aberto. 
 
• Características Físicas da Área: A área possui um grave problema com relação às barreiras 
geográficas (veja Figura 8), as quais dificultam muito o trabalho dos agentes de saúde. O acesso ao 
bairro se dá por duas avenidas principais: Quatorze de Julho e Dois de Fevereiro que possuem um 
trânsito intenso, sendo que a primeira dá acesso ao bairro de Jaguaribe e Centro, e a segunda dá 
acesso a bairros como, Cristo, Geisel, José Américo, Mangabeira. Das onze ruas da área de 
abrangência do PSF (I) do Rangel apenas duas são asfaltadas. 
 
 
Fig. 8: Acidentes geográficos na área 
Fonte: Silva (2006) 
 
2.1.4.2. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA NOVA LOCALIZAÇÃO 
As análises espaciais disponibilizadas pelo Sistema de Informação Geográfica possibilitaram 
a seleção de seis critérios para o estudo de uma nova localização para o a unidade de saúde da 
família. 
 
 
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• Distância aos Usuários: O problema de má localização do PSF/USF (I) sempre existiu, e nunca foram 
realizados estudos prévios de avaliação da localização quando da implantação de algum posto na 
região. 
Para analisar a distância da população usuária do PSF/USF (I), sob o ponto de vista da 
centralidade de um equipamento urbano tão importante, pode-se tomar como referência os 
logradouros mais centrais da área de estudo, que neste caso eram a Avenida Dois de Fevereiro e a 
Rua Cônego Vicente. A partir do mapa gerado, percebe-se que uma mudança de localização do 
posto para algum lote da área mais central ou para algum lote próximo a ela, facilitaria o acesso da 
população abscrita (Figura 9). 
 
Fig. 9: Mapa de Distância aos Usuários 
Fonte: Silva (2006) 
 
• Tipologia dos Logradouros: O tipo de pavimentação de cada logradouro (asfalto, paralelepípedo, 
solo exposto, etc) pode ser considerado um fator de acessibilidade ao posto de saúde, 
especialmente para os idosos, mulheres com crianças pequenas, pessoas em cadeiras de rodas, 
bem como para o acesso de quaisquer meio de transporte ao local em caso de emergências. 
Tendo bor base este critério, selecionam-se os seguintes logradouros: Dois de Fevereiro, 
Quatorze de Julho, Mourão Rangel, Parte da rua Cônego Vicente e da São Marcos. 
 
 
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• Presença de Acidentes Geográficos: A área possui diversos acidentes geográficos (como já ilustrado 
anteriormente), verdadeiros “abismos”. Geralmente, estas barreiras se localizam no final de cada 
rua. Estes abismos atrapalham o trabalho dos agentes comunitários de saúde, e, por consequência, 
em algumas áreas, a população acaba não recebendo a visita deles. 
Assim, os lotes que ficam próximos da área onde há barreira geográfica foram ser excluídos 
da análise, pois, se o posto for realocado para as proximidades destes abismos o problema de acesso 
da população pode ser agravado. 
• Topografia do Terreno: O mapa abaixo (Figura 10) demonstra os níveis de altimetria que a área 
estudada possui. O modelo numérico do terreno (MNT) foi gerado a partir dos pontos cotados 
disponibilizados pela prefeitura através de recursos de geração de grades regulares no software de 
SIG . 
 
Fig. 10: Mapa do Modelo Numérico do Terreno 
Fonte: Silva (2006) 
Esta informação das altitudes da área pode ser cruzada com outros critérios para 
estabelecer uma melhor região para a proposta de localização do posto, pois a parte mais alta do 
bairro pode ser de difícil acesso para quem mora na parte mais baixa e vice-versa. 
 
• Idade dos Usuários: O ideal é que o posto de saúde fique próximo do maior número de idosos e 
mães com crianças de colo, pois logicamente esta população tende a ter maiores dificuldades de 
locomoção. 
 
 
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• Ocupação Urbana: Foram selecionados os imóveis vagos (sem ocupação no momento da pesquisa) 
e à venda para a possível localização do equipamento. 
Com base nestes critérios estabelecidos e nos mapas resultantes, algumas consultas foram 
realizadas, enfocando os lotes vagos e/ou à venda para escolher a melhor localização. 
Os lotes definidos como sendo os mais adequados, de acordo com as análises realizadas, 
foram três lotes situados na Rua Mourão Rangel. Esta rua é bem pavimentada, os lotes estão 
próximos das áreas mais críticas da região, não estão situados em ladeiras, estão longe dos abismos 
existentes na região e estão próximosaos logradouros centrais, facilitando o acesso de idosos, mães 
com crianças menores que 4 anos, pessoas em cadeiras de rodas e veículos. Essa facilidade poderia 
melhorar inclusive o acesso dos pacientes que residam um pouco mais distante do posto. O mapa 
abaixo (Figura 11) ilustra este resultado obtido. 
 
 
Fig. 11: Mapa das Possíveis novas localizações do Posto de Saúde 
Fonte: Silva (2006) 
 
Enfim, este exemplo mostra que a implementação de uma aplicação de SIG, voltado para o 
estudo e análise de melhores localizações de equipamentos urbanos é uma ferramenta eficiente para 
auxílio na tomada de decisão. 
Neste caso específico foram utilizadas tecnologias proprietárias, mas nada impede que 
sejam utilizadas ferramentas open source para realizar os mesmos procedimentos. No próximo 
capítulo será explanado como escolher um software de SIG. 
 
 
 
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4 DICAS PARA DESENVOLVER UM GIS 
As metodologias para o desenvolvimento de aplicações espaciais utilizando Sistemas de Informações 
Geográficas (SIG), logicamente, variam de acordo com vários critérios afim de se ajustar a cada caso concreto. 
Entretanto, há algumas dicas que sempre podem ser seguidas ao trabalharmos com projetos deste nicho afim 
de contribuir para otimização das atividades. 
1. BOM PLANEJAMENTO 
Não é apenas uma questão de se fazer um planejamento superficial, mas sim algo mais elaborado, realmente 
bem feito considerando inclusive os possíveis imprevistos. 
Para ilustrar a importância do bom planejamento pense na etapa de coleta de dados, esta é uma das mais 
custosas no processo de desenvolvimento de uma aplicação GIS (Geographic Information System). Imagine 
então o que pode ocorrer se houver idas desnecessárias à campo, que implicam em despesas que podem 
envolver combustível, alimentação, hospedagem, etc. Estes gastos podem ser otimizados se houver o 
planejamento adequado. 
2. EQUIPE QUALIFICADA 
Nesse ponto o que conta não é a quantidade de membros da equipe, mas sim a qualidade. Não se pode 
esperar o desenvolvimento de uma boa solução geoespaciais se os envolvidos nisso são apenas usuários de 
softwares de forma mecânica, que não detém conhecimento técnico de suas atividades, independente do tipo 
de programa que utilizem. O grupo de profissionais em projetos de Geoprocessamento é, em geral, 
multidisciplinar, o que deve ser muito bem explorado pelo responsável pela gestão da equipe. Igualmente 
importante é que todos os membros da equipe estejam motivados e comprometidos com o projeto. 
3. PLATAFORMAS ADEQUADAS 
Quando falamos aqui em plataformas adequadas estamos tratando de computadores, softwares e hardwares 
em geral. Caso em seu projeto se trabalhe, por exemplo, com o tratamento digital de imagens de satélite que 
ocupem um significativo espaço em disco, não é viável se utilizar um computador que não tenha disponível 
uma memória RAM suficiente para esse tipo de operação e boa capacidade de processamento. 
Hardwares defeituosos, muito antigos e que já deveriam ter sido aposentados também podem causar 
problemas. Já na questão de programas computacionais, é sempre bom, antes do projeto, verificar quais se 
adequam melhor ao seu caso específico. Nem sempre escolher um software para Geoprocessamento é uma 
tarefa simples. Por isso, sempre é bom assegurar, dentro do que é possível, as plataformas adequadas em 
todos os sentidos. 
4. DADOS DE QUALIDADE 
Neste ponto aplica-se bem a máxima que diz “entra lixo, sai lixo”. Se trabalhamos com dados (geográficos ou 
não) de baixa ou com nenhuma qualidade com certeza nosso produto final poderá ter sua confiabilidade 
seriamente questionada. Infelizmente, ainda é comum até mesmo grandes instituições utilizarem e 
disponibilizarem dados que deveriam ser referência nessa questão, mas que na realidade estão cheio de 
erros, muitas vezes bastante grosseiros. Há também a questão das diferenças entre bases cartográficas 
oficiais, que deve ser levada em conta. 
 
 
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3. COMO ESCOLHER UM SOFTWARE DE SIG 
Como escolher um software de SIG? Esta é uma pergunta que gera dúvidas na mente de 
muitas pessoas que trabalham com Sistemas de Informações Geográficas, principalmente diante do 
numeroso e variado leque de opções de programas para este tipo de aplicação. Nesta matéria serão 
tecidos alguns comentários que visam ajudar os usuários a se nortear durante o processo de escolha 
de um software de SIG para seus projetos. 
Logicamente, não há uma metodologia rígida para definição de qual programa é o mais 
adequado para seu empreendimento, nem seria responsável dizer que este software é melhor do 
que aquele outro. Assim, o que segue deve ser considerado apenas como comentários frutos de 
experiência pessoal do autor deste capítulo. 
3.1. OS OBJETIVOS DE SEU PROJETO 
Antes de se escolher o programa para manipulação da informação geográfica é 
fundamental ter bem claro quais são os objetivos de seu projeto, pois se esse fator ainda estiver 
obscuro, de pouco importará o sistema computacional escolhido e os resultados não serão dos mais 
satisfatórios. Leia a série de artigos Como Desenvolver um GIS para obter mais informações sobre 
este processo. 
Lembre que é bem comum casos onde programas de SIG possuem focos distintos, o que 
pode contribuir para retirada de algum deles de sua lista de elegíveis para uso no projeto. 
 
 
 
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3.2. COMPATIBILIDADE COM SEU SISTEMA OPERACIONAL 
Em alguns casos o usuário já ouviu falar muito bem de certo software, mas não parou ainda 
para se informar se aquele programa específico possui uma versão para o sistema operacional (SO) 
que ele costuma trabalhar. Assim, não deixe de se informar sobre os SO em que o programa avaliado 
pode ser executado. 
Vale sempre lembrar que hoje é muito fácil ter em uma mesma máquina vários sistemas 
operacionais usando a tecnologia da virtualização. 
3.3. FUNÇÕES DISPONÍVEIS NO SOFTWARE 
Como já comentado acima, o foco do programa pode variar. Por isso, é importante verificar 
as funcionalidades oferecidas pelo software. 
Exemplificando o que foi dito acima. Se se pretende trabalhar com produtos de 
sensoriamento remoto o programa escolhido deve possuir um conjunto de ferramentas para 
processamento digital de imagens (PDI), se haverá integração com uma base de dados geográficos 
verifique o suporte ao driver do Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) usado. 
3.4. INTEROPERABILIDADE 
Esse critério diz respeito ao suporte à diferentes formatos de dados geográficos. Um 
software de SIG que não lê formatos populares como o shapefile, DWG e DXF poderá causar 
problemas. O mesmo vale para a manipulação de informações do tipo raster, dados tabulares ou os 
padrões do Open Geospatial Consortium (OGC). Em capítulos à frente há mais informações sobre 
estes padrões OGC. 
Verifique não apenas as possibilidades de importação, mas de exportação também, pois é 
plenamente possível que os dados gerados por você tenham de em algum momento conversar com 
outros sistemas. 
3.5. EXTENDIBILIDADE DO SOFTWARE 
É a facilidade de adaptação do software a mudanças de especificação. Isso inclui a 
habilidade do programa de aumentar suas funcionalidades através de complementos e scripts 
externos, que podem ser desenvolvidos usando uma linguagem deprogramação especifica. 
 
 
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Apenas para ilustrar o dito acima: O QGIS é um dos softwares open source para 
Geoprocessamento mais conhecidos e já traz em seu kernel (núcleo), de forma nativa, um grande 
número de ferramentas. Mas este robusto programa pode crescer em poder ao passo que são 
instalados e/ou habilitados novos complementos. 
3.6. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE 
Nunca, mas nunca mesmo, devemos optar por usar um programa de SIG cujo projeto de 
desenvolvimento está estagnado. Este estado pode muito bem indicar que ele está defasado 
tecnologicamente e não atenderá de forma satisfatória às suas demandas. 
Se um programa está sem ter novas versões, mesmo que de testes (release candidate), há 
mais de dois anos ou algo em torno disso, fique atento. Mas é claro que em casos onde um programa 
tem várias versões lançadas, mas sem grandes avanços, em suas funcionalidades isso também não 
lhe confere um grande peso positivo para ser o eleito por sua equipe. 
3.7. FORÇA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL 
Verifique se o número e a força dos usuários é relevante. Podemos traduzir essa verificação 
em perguntas tais como: A comunidade se mostra unida e organizada? Já possuem um grupo de 
discussão (suporte)? Quão ativa é essa lista? O que se pode dizer sobre a documentação do 
programa? É completa ou deixa a desejar? 
No que diz respeito às últimas perguntas acima, pesquise se há também a chamada 
“documentação não oficial”. São os famosos tutoriais publicados em sites e blogs da área de 
Geotecnologias. 
3.8. REALIZAR TESTES DE DESEMPENHO 
Principalmente antes de entrar em ambiente de produção, não é nenhum pecado realizar 
testes de desempenho com os programas candidatos a ser escolhido para seu projeto. Os softwares 
livres em geral podem ser baixados gratuitamente e muitos programas proprietários possuem 
versões de avaliação que são úteis para esta análise. Sempre é válido destacar também que na 
grande maioria dos casos os programas se complementam. Assim, respeitadas as devidas licenças, 
nada lhe impede de ter mais de um programa instalado, disponível, em sua máquina. 
O próximo capítulo trata do uso de padrões abertos na área de Geotecnologias. Um tópico 
intimamente relacionado com softwares de SIG. 
 
 
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4. PADRÕES OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM (OGC) 
Este é um tema de extremo interesse para quem trabalha com Geotecnologias, com 
softwares livres ou não: Os padrões do Open Geospatial Consortium 
[http://www.opengeospatial.org/]. Vamos entender o que é o OGC e os padrões WMS, WFS, WCS, 
GML, SLD e KML. 
4.1. O OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM (OGC) 
Desde seus primórdios em 1994 a instituição, que se chamava OpenGIS Consortium, tem o 
com o objetivo de criar especificações de interfaces e padrões de intercâmbio de dados geoespaciais. 
O OGC é hoje uma entidade internacional com centenas companhias, agências 
governamentais e universidades, que tem o intuito de promover o desenvolvimento de tecnologias 
que facilitem a interoperabilidade entre diferentes sistemas que trabalhem com informação e 
localização espacial. 
Assim, o OGC define especificações, ou padrões (como o WMS, WFS, WCS, etc) aos quais 
produtos e serviços precisam se adequar para que a interação entre diversas fontes de dados e 
informações espaciais seja facilitada, independente de fatores como a plataforma utilizada. A partir 
de agora vamos começar a compreender um pouco de seis das muitas especificações do OGC. 
4.2. WEB MAP SERVICES (WMS) 
O padrão WMS define um serviço para a produção de mapas que serão apenas uma 
representação visual dos dados espaciais e não os dados em si. Estas representações serão geradas 
no formato de imagem, como JPEG, PNG e GIF ou em formato vetorial, como o Scalable Vector 
Graphics (SVG). 
 
 
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Este padrão especifica como o cliente deve requisitar as informações para o servidor e 
como este deve responder ao cliente. As operações WMS podem ser realizadas a partir de um 
navegador comum que fará a submissão das requisições sob a forma de uma URL. 
É importante destacarmos que o conteúdo da URL dependerá da operação solicitada. Em 
outras palavras, através da URL, indica-se qual a informação que deve ser exibida (região geográfica e 
dado de interesse), bem como o sistema de referência espacial, além das características da imagem 
de saída (altura e largura). 
4.3. WEB FEATURE SERVICE (WFS) E WEB COVERAGE SERVICE (WCS) 
A especificação de serviço WFS define um serviço para que clientes possam recuperar 
feições especiais em formato GML (você terá mais detalhes sobre GML na segunda parte desta série 
sobre o OGC). O WFS pode ser implementado pelo servidor em duas versões: 
• Básica – Neste caso, basicamente funções de consulta ficam disponíveis ou 
• Transacional – Implementa o serviço completo, incluindo operações de inserção, 
deleção, edição e, claro, consulta à objetos espaciais. 
Assim, podemos afirmar que o WFS apresenta maior interatividade que o WMS, pois o WFS 
possibilita não apenas a visualização das feições geográficas, mas também sua manipulação. 
Já o padrão WCS define o acesso aos dados que representam fenômenos com variação 
contínua no espaço. Este serviço é especificado para tratamento de dados modelados como 
geocampos. 
Uma diferença marcante entre o WMS e o WCS é que este último retorna ao usuário dados 
sobre a semântica original dos fenômenos representados, ao invés de imagens. Em outras palavras, o 
WCS fornece os dados disponíveis de imagens, juntamente com detalhes descritivos sobre as 
mesmas, como a grade. 
Já em uma comparação entre o WFS e o WCS notamos que o primeiro retorna os chamados 
geo-objetos, já no caso do WCS retorna geocampos, conforme mencionado anteriormente. Assim, 
chegamos a conclusão de que o serviço WCS pode ser utilizada para enquadrar aplicações do 
Sensoriamento Remoto (pois em geral esta tecnologia de coleta de dados está relacionado com 
geocampos) no contexto da interoperabilidade. 
 
 
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Dessa nossa breve análise sobre estes três primeiros dos diversos padrões do OGC 
podemos notar que cada um terá sua aplicabilidade, sendo interpretado e explorado de maneira 
diferente dependendo dos objetivos de seu projeto. 
Programas como o gvSIG e o uDig permitem interações com webservices que sigam as 
especificações WMS, WFS e WCS. 
 
4.4. GEOGRAPHIC MARKUP LANGUAGE (GML) 
O objetivo do padrão GML é oferecer um conjunto de regras com as quais um usuário pode 
definir sua própria linguagem para descrever seus dados, assim utilização do padrão GML permite a 
interoperabilidade entre dados geográficos. Definindo como será o armazenamento e transporte de 
informações geográficas, incluindo propriedades espaciais e não espaciais das entidades geográficas. 
O GML é usado também em serviços WFS para trocar feições entre clientes e servidores, 
servindo, portanto como suporte ao serviço WFS. 
 
4.5. KEYHOLE MARKUP LANGUAGE (KML) 
A linguagem XML (eXtensible Markup Language), como o próprio nome já diz, pode ser 
estendida ou ampliada. O próprio padrão KML da OGC é uma extensão de um XML utilizadopelo 
Google para tornar possível a visualização de dados geográficos nos seus famosos programas: Google 
Earth e Google Maps. 
A estrutura do KML é baseada em tags como ocorre com arquivos HTML e XML comuns. 
Estas tags do KML têm os nomes e atributos usados para objetivos de exibições específicas. Em 
termos simples, notamos que o Google Earth e o Google Maps funcionam pra os arquivos KML como 
navegadores. 
O KML depende de outros padrões para gerar a visualização de dados geográficos, pois na 
sintaxe do KML proveniente de um serviço de internet existe uma requisição WMS. Hoje, o OGC e o 
Google trabalham em conjunto para aprimorar a implementação do KML, além de manter a 
comunidade informada das atualizações e avanços em seu projeto. 
 
 
 
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4.6. STYLED LAYER DESCRIPTOR (SLD) 
A especificação SLD se refere a um arquivo XML que representa graficamente entidades 
geográficas (textos, pontos, objetos lineares ou polígonos.). Na linguagem SLD podem ser definidas 
regras que agrupam objetos em diferentes categorias e definindo para cada grupo um estilo 
diferente, por exemplo, a simbologia de um WMS (estabelecer cores e rótulos) a partir de regras a 
serem definidas. 
Programas de SIG, como o uDig, geram arquivos SLD de forma automática. Para executar 
este processo, basta adicionar uma camada WFS à uma visualização do software, fazer uma 
requisição ao servidor através de uma URL adequada e depois criar temas e rótulos de acordo com as 
necessidades da aplicação. Veja no tutorial indicado a seguir detalhes de como executar este 
processo. 
• Geração de Estilos SLD com o uDig 
Link: http://andersonmedeiros.com/2011/01/10/estilos-sld-udig-geoserver-mapserver/ 
 
Esta foi uma breve consideração sobre alguns dos principais padrões da OGC (WMS, WFS, WCS, GML, 
KML e SLD). No capítulo a seguir, concluiremos esta coletânea de artigos conceituais abordando a 
temática dos metadados em ambiente SIG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. METADADOS EM AMBIENTE SIG 
Em seus projetos, você costuma dar atenção aos metadados? Um tema que realmente 
merece nossa atenção ao trabalhar com SIG, banco de dados geoespaciais e outras geotecnologias é 
a utilização adequada de metadados. Muitas vezes sua aplicabilidade e importância são 
simplesmente ignoradas. Mas, o que são e para que servem os metadados? Este item visa clarificar 
este assunto. 
5.1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA DOS METADADOS 
O que vem em sua mente ao ouvir falar ou ler sobre metadados? Alguns acreditam que 
este termo seja apenas um sinônimo de dados digitais, tais como arquivos de dados (geográficos ou 
não) como um shapefile, um arquivo no padrão KML ou mesmo um documento gerado em uma suíte 
de escritório. Na realidade o conceito correto de metadados não é esse. 
Grave bem isso: Costuma-se dizer, corretamente, que metadados são dados sobre dados 
ou dados que descrevem outros dados. Um exemplo bem genérico: Quando você salva um 
documento de texto, o arquivo em geral grava metadados tais como nome do autor e datas de 
criação/modificação. 
5.2. METADADOS EM SIG 
Já passando para área de Geotecnologias, sabemos que o shapefile é composto de arquivos 
obrigatórios de extensões SHP, SHX e DBF, além de outros “opcionais” como o de extensão PRJ. Este 
último é um arquivo de texto que apresenta um metadado muito importante: O sistema de 
referência/projeção cartográfica do seu shapefile. Ou seja, ele contém dados ou descrições sobre seu 
dado geográfico. 
Partindo agora para o ambiente SIG e ilustrando diretamente com o que acontece no QGIS, 
se você carregar uma camada de informação (vetorial ou raster) e acessar as propriedades deste 
plano, você poderá navegar até a aba Metadados (Figura 12, na página seguinte). 
 
 
E-book: Artigos sobre Conceitos em Geoprocessamento :: Anderson Maciel Lima de Medeiros :: http://andersonmedeiros.com/ :: 2012 
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Fig. 12: Metadados em Ambiente SIG 
Fonte: Medeiros (2011) 
 
 
Note algumas das informações descritas nesta aba: tipo de armazenamento (ESRI 
Shapefile), fonte (caminho lógico até o arquivo), tipo de geometria, número de feições da camada, o 
que é possível fazer com seu dado, o retângulo envolvente da área representada, e o sistema de 
projeção cartográfica (conteúdo do arquivo PRJ). 
Com estas informações você pode, entre outras coisas, organizar melhor seus projetos, 
bem como ter maiores condições de encontrar um erro de compatibilidade (escala, extensão) ou 
outro que surja durante alguma operação. 
Organização sempre é bom, e como já comentado os metadados nos ajudam muito neste 
aspecto. Há possibilidade de ser organizar seus dados de acordo com vários critérios (área 
geográfica, tipo de geometria, e aspectos relacionados). 
Portanto, em resumo, os metadados são mais uma característica dos dados geográficos a 
ser explorada, pois utilizados de forma adequada podem contribuir para a eficiência e eficácia em 
seus trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
 
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