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FICHAMENTO conferencia de Bali Roberto Azevedo

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FICHAMENTO – A OMC E A CONFERÊNCIA DE BALI – ROBERTO AZEVEDO
“se falhássemos em Bali, o sistema multilateral do comércio estaria em xeque. Papel da omc seria limitado a supervisionar acordar existes e solucionar disputas entre eles”
regras multilaterais que hoje pautam o comércio internacional são as da Rodada Uruguai
hoje em dia o comércio é muito diferente daquela década de 1980 ex: internet
atualização é necessária
Desde 2001, busca-se avançar a Agenda de Doha para o Desenvolvimento (DDA)
Temas de Doha: agricultura, serviços, propriedade intelectual, acesso a mercados para bens industriais, comércio e meio ambiente, revisão de regras sobre defesa comercial, entre outros assuntos.
em 2011, acordou-se que os membros deveriam avançar as negociações, na base do consenso ( single undertaking)
Pacote de Bali - Desenvolvimento, Facilitação de Comércio e alguns elementos de Agricultura vieram a fazer parte de uma agenda negociadora mais delimitada, mas destinada a produzir resultados concretos em pouco tempo.
Bali foi um sucesso: os acordos obtidos na Conferência Ministerial têm grande valor econômico e simbólico – muda perspectiva da OMC como fórum negociador
O PROCESSO NEGOCIADOR EM GENEBRA
caráter técnico e específico das discussões, especialmente sobre Facilitação de Comércio, tinha feito da negociação um diálogo basicamente de especialistas.
Ceticismo sobre um eventual sucesso em Bali
A participação direta dos embaixadores era fundamental
inércia das negociações em Genebra por vários anos -> autoridades comerciais passaram a dedicar atenção a outras iniciativas, sobretudo de caráter regional ou bilateral.
Azevedo defendeu a condução horizontal do processo de negociação: os temas deveriam avançar de forma simultânea para que desenvolvimentos positivos em uma área beneficiassem outras.
Resolver um assunto por vez – agricultura, desenvolvimento, facilitação de comércio – poderia gerar desconfiança dos membros cujo tema de maior interesse tenha ficado para o final.
Transparência no processo e caráter inclusivo era fundamental
Muitas vezes a proposta de um grupo menor de países era objeto de adaptação durante a reunião em formato maior – facilitou a resolução de problemas para o que veio a ser Acordo de Facilitação de Comércio, mas também nos outros dois pilares de Bali.
Regra dos 60 segundos – intervenções se limitavam a um minuto. Objetividade. Pontualidade no início das reuniões.
Ainda assim o processo foi lento e penoso.
Discussão sobre administração de cotas tarifárias para produtos agrícolas. Solução incomum: adoção de uma lista de país, que numa futura revisão do texto, reservariam seus direitos a respeito das regras sobre tratamento especial e diferenciado. – para que desse certo, pouco país deveriam desejar fazer parte a lista. Desestimular adesões
Ultimos dias de negociação: projetos de Desenvolvimento estavam praticamente concluídos. Também projetos com alto nível de convergência em Agricultura. Algumas delegações expressaram dificuldade com o texto sobre subsídio às exportações: o proposto na área de Segurança alimentar ainda era insatisfatório.
Nas horas finais, ainda faltavam colchetes para ser negociados. 
Entendimento de que os textos deveriam ser adotados em conjunto. A possibilidade de adoção de pacote parcial, defendida por alguns, foi prontamente descartada.
Roberto Azevedo faz pronunciamento que o que impediu a finalização do acordo não foi o tempo mas que os membros evitaram tomar decisões políticas difíceis.
Conferencia Ministerial de Bali – aberta com mensagens políticas fortes do presidente da Indonésia
O que se pressentia em Genebra confirmouse em Bali. O projeto de decisão sobre Segurança Alimentar, longamente discutido em Genebra, foi rejeitado pela Índia, com mensagem forte do ministro de Comércio do país logo na primeira Sessão Plenária da Conferência.
Facilitação de Comércio ainda apresentava várias indefinições
Iniciou-se então um processo intenso de consultas, relacionado sobretudo à Segurança Alimentar. Azevedo encarregado de apresentar aos países textos “limpos”
Depois de longas consultas com as partes afetadas, ajustes no texto de Segurança Alimentar foram propostos de modo a fazer a solução aceitável para todos.
Restava ainda resolver as indefinições sobre Facilitação de Comércio
Azevedo procurou ser fiel à vontade dos membros quanto possível
Respeito aos PEDs e PMDRs (Países de menor desenvolvimento relativo)
Outro passo bastante inovador em contexto de Conferências Ministeriais foi dado na adoção da declaração final do encontro
Azevedo apresentou também uma sugestão de Declaração Ministerial, enxuta, mas com um parágrafo muito importante sobre a agenda pósBali
Acordou-se que um plano de trabalho a ser negociado nos próximos doze meses viria a definir como lidar com os temas pendentes da Rodada Doha.
pacote de Bali então foi adotado por consenso – encoraja novos avanços no plano multilateral
OS RESULTADOS ACORDADOS
AGRICULTURA
Agricultura, pedra angular da DDA, na qual a OMC tem trabalhado desde 2001 – bali trouxe resultados expressivos nessa área
O acordo de Bali nos permite, por exemplo, avançar no caminho que conduz à reforma dos subsídios à exportação e de medidas de efeito análogo.
progresso concreto no sentido de uma melhor implementação dos compromissos assumidos na Rodada Uruguai em matéria de cotas tarifárias
reafirmação e um aprofundamento dos compromissos políticos assumidos em Hong Kong, em 2005, sobre a liberalização do comércio e a redução de apoios distorcivos concedidos ao algodão – tema de grande importância para países africanos que cultivam esse produto.
O pacote também oferece proteção temporária para programas de Segurança Alimentar de países em desenvolvimento, permitindo a estocagem de cereais para posterior distribuição às populações desfavorecidas. O acordo de Bali determina que uma solução permanente seja negociada e concluída antes da 11ª Conferência Ministerial, que se realizará dentro de quatro anos.
DESENVOLVIMENTO
O segundo pilar do pacote de Bali é o Desenvolvimento.
Mecanismo de supervisão: analise do tratamento especial e diferencial para PEDs, que constam em todos os textos multilaterais da OMC
Medidas específicas de apoio para os PMDRs
O pactoe também tem medidas de simplificação das regras de origem -> contribuir para novas oportunidades de exportação de bens daqueles países
Melhorias em regimes de preferencias comerciais: isenção de tarifas e cotas às exportações dos PMDRs.
FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO
Terceiro e último pilar
Objetivo: simplificação, transparência e modernização dos procedimentos aduaneiros e administrativos -> reduzir custos de transação ao comércio
ACORDO SOBRE FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO
Assegura prestação de assistência técnica para PEDs e aos PMDRs na implementação dessas reformas modernizantes
A CONFERÊNCIA DE BALI NO CONTEXTO GLOBAL
A Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento e a Parceria Transpacífica fazem parte de um conjunto de iniciativas em negociação. Entendo que essas iniciativas são positivas e bemvindas – mas serão apenas uma parte do contexto global do comércio. Acordos preferenciais não serão por si só suficientes para assegurar ganhos globalizáveis. A proliferação de normas e padrões tende a multiplicar custos em lugar de reduzi-los.
As disciplinas da OMC também têm que evoluir para diminuir a distância que existirá entre as normativas multilaterais e as de última geração negociadas fora de Genebra. Os dois processos – o multilateral e o regional – devem avançar em paralelo para termos efeitos de redução de custos e de contenção do protecionismo.

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