Buscar

Apostila economia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CAPITULO I – Introdução ao Pensamento Econômico.
CONCEITOS BÁSICOS. O ser humano (sociedade) precisa de uma série de bens ou serviços para satisfazer suas necessidades, porém essas mercadorias (máquinas, alimentos, saúde, lazer, veículos, imóveis, etc.) estão disponíveis em quantidades inferiores ao conjunto de necessidades existentes.
I - a.1) O Conceito de Economia e o Problema Econômico: a Escassez.
São várias as formas de definição para economia, mas a maioria têm, em comum, duas variáveis no seu contexto: os recursos limitados e as necessidades ilimitadas.
De forma simplificada, economia é o estudo da administração dos recursos escassos, com o objetivo de produzir mercadorias (bens e serviços) e distribuí-los de forma a satisfazer as necessidades ilimitadas do ser humano.
 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO. Basicamente são três os métodos de investigação científica para elaboração da teoria econômica:
 1 - Método dedutivo - procura estabelecer uma série de pressupostos gerais, porém lógicos e coerentes entre si, a respeito do seu objeto de estudo, para, a partir desses pressupostos gerais, chegar-se ao estudo do fato isolado, do detalhe. Em outras palavras, essa forma de investigação parte do geral para o particular.
 2 - Método indutivo - segue o caminho inverso, isto é, parte do particular para o geral. Uma vez compreendido esses aspectos, a partir do conhecimento por essas observações, procura-se definir os princípios gerais que regem o objeto de estudo. Este método parte da observação direta de variáveis isoladas para o geral.
 3 - Econometria - visa basicamente, confrontar a teoria econômica com a realidade, por meio da análise de dados numéricos. Para isso, a econometria utiliza os métodos indutivo e dedutivo.
 ARGUMENTOS POSITIVO E NORMATIVO.
A economia está estreitamente ligada ao comportamento humano, pois estuda as relações entre pessoas em uma sociedade, enquanto procuram encontrar alternativas para satisfazer necessidades. O indivíduo, ao estudar a economia em uma sociedade, pode, depois de certo tempo, saber com razoável precisão como se da a produção, a distribuição e o consumo da mercadoria-trabalho, daquela sociedade. Entretanto, esse mesmo indivíduo, além de saber, pode julgar, por exemplo, que a produção e o consumo não estão se dando da maneira como ele julgaria justa, pois algumas empresas não estariam produzindo na quantidade equivalente às quantidades consumidas.
É a partir desses aspectos, decorrentes das observações do cientista, que se pode dividir a teoria econômica em dois ramos, procurando determinar os mecanismos que levam os indivíduos a cumprir seu propósito de produzir mercadorias (bens e serviços) para o consumo da sociedade.
 
1 - Economia positiva é composta por um conjunto de métodos e esquemas teóricos que permitem determinar e entender como se dão os fenômenos econômicos. Estuda a atividade econômica como ela é. Este ramo da economia tem como objetivos descrever os fenômenos econômicos.
2 - Economia normativa parte da constatação da realidade, ou da economia positiva, para em seguida propor um conjunto de atividades que determinem como deveria se dar o fenômeno econômico.
 A MICRO E A MACROECONOMIA.
A microeconomia ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas tais como as famílias, ou consumidores e as empresas. Estuda também os mercados em que operam os demandantes (consumidores) e ofertantes de bens e serviços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes unidades econômicas como se fossem unidades individuais.
 A macroeconomia ocupa-se do comportamento global do sistema econômico refletido em um número reduzido de variáveis, como o produto total de uma economia, o emprego, o investimento, o consumo, e a nível geral de preços, ou seja, estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia, que ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou um conjunto de países.
 De qualquer forma, deve-se ressaltar que a micro e a macroeconomia são dois ramos da mesma disciplina - a economia - e se ocupam das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos.
 ESCASSEZ.
 O problema econômico por excelência é a escassez. Este problema Surge porque as necessidades humanas são virtualmente ilimitadas e os recursos econômicos (mercadorias) são limitados. Esse não é um problema tecnológico, e sim de desequilíbrio entre os desejos ou necessidades humanas e os meios de satisfazê-los. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de adquirir uma quantidade de bens e serviços (recursos) maior que a disponibilidade. A escassez se caracteriza pela diferença entre a quantidade maior de desejos e a quantidade menor de disponibilidade de mercadorias econômicas.  Quanto maior é essa diferença ou a distância entre as necessidades dos recursos, maior é a escassez.
POBREZA HUMANA.
 Diversos são os conceitos de pobreza humana, dependendo da área científica que a estuda. Considerando do ponto de vista da necessidade, a pobreza humana se caracteriza pela falta de possibilidade de acesso do indivíduo aos recursos econômicos. A principal diferença entre a escassez e a pobreza humana, é que a escassez se caracteriza pela falta do bem ou serviços que possam satisfazer as necessidades, como, por exemplo: a alimentação, o transporte, o lazer e o equipamento, já a pobreza humana é, apesar da existência da mercadoria, o indivíduo não ter acesso por falta de instrumentos ou ferramentas que possibilitam seu acesso a eles. Por exemplo, o dinheiro para comprar o bem,conhecimento para entendê-los, etc... 
	 
Necessidades >>>>>>>>>>
 (escassez)
	 
       Bens/Serviços econômicos
	 
<<<<<<<<<<<<< Ser humano (pobreza)
(I - a.1.1) O problema econômico básico.
Diante da impossibilidade de atendimento pleno das necessidades humanas em virtudes da escassez de recursos ou mercadorias, quatro questões são levantadas:
O que produzir?
Isso significa quais mercadorias deverão ser produzidas para atender as necessidades dos indivíduos e sociedade.
 Quanto produzir?
Essa questão complementa a questão anterior e tem sua importância definida na medida em que, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os recursos necessários. Por ter-se capacidades limitadas para produzir uma mercadoria com os recursos de produção disponíveis, cria-se uma variação na quantidade produzida de outra mercadoria.
Como produzir?
Para que se produza um determinado bem ou serviço, faz-se necessário empregar os fatores ou recursos de produção (terra, capital e trabalho). Aqui são empregados, além dos fatores clássicos, também os fatores complementares: (tecnologia e empregabilidade).
 Para quem produzir?
A resposta a essa pergunta vai informar de que forma será distribuído o produto do trabalho coletivo aos elementos da sociedade, ou seja, para quem se destinara a produção.
 
(I - a.2) Recursos ou Fatores de Produção.
 Para produzir bens e serviços econômicos, exige-se o emprego de recursos que irão possibilitar essa produção.
Tradicionalmente, esses fatores dividem-se em três grandes categorias, chamados de fatores de produção clássicos, que são: terra, trabalho e capital.
 Terra (Recursos naturais ou matéria-prima): Na economia, o termo terra é usado em sentido amplo, indicando não só a terra cultivável e urbana, mas também os recursos naturais que contém.  Os recursos naturais são todos os elementos acessíveis da natureza que podem ser incorporados às atividades econômicas do homem. Exemplo: solo (para agricultura e pecuária), sub-solo (para mineração) e a água (transportes, energia elétrica).
 Trabalho: O fator trabalho refere-se a toda atividade física ou mental desenvolvida pelo homem da qual resultam bens e serviços. O trabalho é fator de produção básico. Os trabalhadores se servem das matérias-primas obtidas na natureza. Com a ajuda de maquinaria necessária, transformam-nas até convertê-las em matériasbásicas, aptas a outros processos ou bens de consumo. Essa energia gasta no processo produtivo é chamada de força de trabalho. A remuneração do fator trabalho (salário) não tem relação direta com a atividade executada.
 Capital: O fator capital compreende todos os elementos que direta ou indiretamente permitem transformar a matéria-prima em um bem final. Recebem essa denominação porque nas economias capitalistas, o capital geralmente é de propriedade privada, especialmente dos capitalistas. Em termos técnicos, podemos então dizer que capital físico, é sinônimo de instrumento de produção. Mas não são apenas as máquinas e os equipamentos que ajudam a produzir. Os prédios das fábricas, conferindo proteção aos trabalhadores e às máquinas, também auxiliam a atividade produtora, se bem que de um modo indireto. Isso se pode dizer das escolas, que, transmitindo ao trabalhador o aprendizado necessário à execução de tarefas ligadas à produção de bens e serviços, contribuem para a formação do Capital Humano. Também incluem aí os hospitais, que restituem a saúde das pessoas, tornando-as aptas a exercer suas atividades.
 Fatores de produção complementares.
 Fatores de produção que, apesar de não serem economicamente considerados clássicos, atualmente pela sua influência no processo produtivo, são considerados complementares. Podemos identificar dois fatores complementares:
 Tecnologia: é o inventário dos métodos de produção conhecidos. É o "estado das artes". O uso da tecnologia possibilita a ampliação da fronteira ou limite de produção sem alterar a quantidade de recursos de produção, chamada de produtividade. 
 Empregabilidade: é a capacidade do ser humano de empreender. Independentemente da atividade, o indivíduo faz acontecer sua força de trabalho em forma de serviços. Sem perder as características humanas, o trabalhador considera o seu trabalho um produto final.
 (I - a.3) Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade.
 Na vida os indivíduos são forçados a escolher continuamente. Quando se opta por algo, tem-se de renunciar a outras coisas. Os bens e os fatores de produção são escassos e, somente por isso, estuda-se a economia. É necessário escolher entre as diferentes opções que se apresentam.
Quando decidem gastar ou produzir, os agentes econômicos (governo, empresa e famílias) estão renunciando a outras possibilidades. A opção que se deve abandonar para poder produzir ou obter outra coisa se associa, em economia, ao conceito de custo de oportunidades.
 O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços a que se deve renunciar para obtê-lo.
O custo de oportunidade só é considerado em situação de pleno emprego (utilização de todos os fatores de produção disponíveis).
Considerando-se uma economia com uma tecnologia dada, que dispõe de uma dotação fixa de fatores produtivos, plenamente utilizados e na qual se produzem somente duas espécies de bens: trigo e algodão. 
Se, a partir de uma situação dada, decide-se produzir mais trigo, orientando os esforços nessa direção, deverá dispor-se a produzir menos algodão. 
Essa combinação de produção máxima, com pleno emprego dos fatores, é chamada de curva ou fronteira de possibilidade de produção. 
Portanto, aumentar a produção tem um custo para a sociedade em termos de algodão que se deixou de produzir.
Curva ou fronteira de possibilidades de produção.
 
Reflete as opções oferecidas à sociedade e a necessidade de se escolher entre elas. Uma economia está situada sobre a Fronteira de Possibilidades de Produção quando todos os fatores de produção que a dispuseram estão sendo utilizados para a produção de bens e serviços.
Essa curva reflete as opções oferecidas à sociedade e a necessidade de escolha entre elas. Como se observa, a produção maior de algodão implica a produção menor de trigo e vice-versa.
 
Possibilidades de deslocamento da curva ou fronteira de possibilidade de produção:
 A) Variação nos fatores de produção constantes determinarão um deslocamento na curva de possibilidades de produção. Se aumentarem os fatores, a curva se deslocará para direita, afastando-se da origem. Se reduzir os fatores, a curva se deslocará para a esquerda, aproximando-se da origem.
 B) Tecnologias iguais implementadas em processos de produção dos dois bens, deslocarão a curva para direita e paralelamente.
 C) Tecnologia diferentes implementadas em processos de produção terá um deslocamento da curva para direita maior aquele produto que recebeu mais tecnologia.
  (I - b) TEORIA ELEMENTAR DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO.
 I - b.1) Teoria do Valor Trabalho.
I - b.2) Teoria do Valor Utilidade.
I - b.3) A demanda, a oferta e o equilíbrio.
I - b.4) Equilíbrio de mercado.
DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO.
 Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação de um bem atribuído pelo consumidor.  De forma simplificada, é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer a necessidade humana.
(I - b.1) Teoria do Valor Trabalho.
 A teoria do valor trabalho considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Sendo uma teoria clássica, os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e a capital pouco significativa. Pela teoria do valor trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo que eles incorporam ao bem. Nesse sentido, a teoria do valor trabalho é objetiva (depende de custos).
 "Toda Oferta gera Demanda" (Clássica).
Formulação do preço: P = C + L.
Eficiência "fazer certo a coisa" (10 por 10). É uma medida normativa de utilização dos recursos no processo de alcance dos resultados.
 
"Teoria da Oferta".
"Valor de Troca".
Alguns autores analisam separadamente a Teoria da Oferta, da seguinte forma:
A quantidade ofertada, é a quantidade máxima de um bem que os vendedores (ofertantes) estão dispostos a vender por um determinado preço. Ela não precisa ser necessariamente igual à quantidade de fato vendida por aquele preço, podem ser vendidas menos unidades, não mais.
A quantidade ofertada e os preços estão diretamente relacionados - com tudo o mais constante, a oferta é maior quando o preço é maior, e diminui quando o preço diminui.
Em geral um preço maior de mercado provoca aumento da quantidade oferecida por dois motivos:
1) a elevação do preço aumenta o lucro dos vendedores, fazendo com que queiram vender mais;
2) a elevação dos preços atrai novos fornecedores.
-PreçodeOferta.
O preço de oferta para certa quantidade é o menor que os vendedores estão dispostos a fornecer à última unidade dessa quantidade. O preço de oferta reflete o custo marginal. É o menor preço pelo qual os vendedores estariam dispostos a produzir a última unidade, isto é, o preço de oferta reflete o custo marginal do bem.
-CurvadaOferta.
A curva da oferta mostra o efeito do preço sobre a quantidade que os vendedores estão dispostos a fornecer. Os demais determinantes, exceto o preço permanecem constantes, para que o foco fique nos efeitos da alteração de preço. Conforme se desloca, ao longo da curva de oferta, a quantidade ofertada aumenta a medida que o preço aumenta, mas a oferta, isto é, a curva de oferta permanece inalterada.
Determinando a Oferta com base no preço.
 
(I - b.2) Teoria do Valor Utilidade.
 A teoria do valor utilidade contrapõe-se à chamada Teoria do Valor Trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva, e considera que o valor nasce da relação do homem com os objetos.  Representa a chamada visão utilitarista, onde prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo.
 "Toda Demanda gera oferta" (Keynes).
Formulação do preço: L = P - C.Eficácia "fazer a coisa certa" (1 por 10). É uma medida normativa do alcance de resultados.
 "Teoria da Demanda".
"Valor Utilidade (uso)".
 Pode-se dizer que a teoria do Valor Utilidade veio complementar a Teoria do Valor Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão-de-obra (ou mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos, renda, etc)
A teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir dois valores:
- O valor de uso: é a utilidade que ele representa para o consumidor;
- O valor de troca: se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.
 Utilidade Total e Utilidade Marginal.
 Ao final do século passado, alguns economistas elaboraram o conceito de utilidade marginal e dele derivaram a curva da demanda e suas propriedades. Tem-se que a utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço. Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na margem), obtida pelo consumidor de mais uma unidade do bem, é, decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade por ele proporcionada, chegando à saturação.
Alguns autores analisam separadamente a Teoria da Demanda, da seguinte forma:
A quantidade demandada e os preços estão inversamente relacionados - com tudo o mais constante. A demanda é maior, quando o preço é menor, e diminui quando o preço aumenta.
Em geral o que mantém a lei da demanda são três efeitos:
1) o efeito do comprador adicional;
2) o efeito renda;
3) o efeito substituição.
Preço de Demanda.
O preço de demanda de um bem reflete seu benefício marginal para o comprador. É o maior preço que ele estaria disposto a pagar pela última unidade (ou unidade marginal) de uma determinada quantidade desse bem.
 
Curva da Demanda.
A curva da demanda mostra o efeito do preço sobre a quantidade que os compradores estão dispostos a adquirir (os demais determinantes permanecem constantes, para que o foco fique nos efeitos da alteração de preço). Conforme se desloca, ao longo da curva de demanda, a quantidade demandada aumenta à medida que o preço diminui, mas a demanda, isso é, a curva de demanda permanece inalterada.
Determinando a Demanda com base no preço.
(I - b.3) A demanda, a oferta e o equilíbrio.
 Introdução:
Para compreendermos melhor a oferta e a demanda (procura) devemos saber que:
 a) oferta e demanda (procura) referem-se a comércio;
b) os que ofertam e os que demandam (procuram) são diferentes;
c) os eventos, decorrentes das alterações de preços, são diferentes dos que causam as mudanças de preços;
d) a quantidade realmente comprada e a vendida de um produto não precisa ser necessariamente igual à quantidade demandada (procurada) e à ofertada.
 - Bem inferior - um bem que as pessoas procuram menos quando sua renda aumenta.
- Bem de Giffen - bem cuja demanda diminui, quando o preço diminui. O bem deve ser inferior para que isso ocorra.
- Bem normal - um bem que as pessoas demandam mais quando sua renda aumenta.
- Bens complementares - dois bens que se complementam (como martelos e pregos, ou alface e molho para salada). Quando o preço de um sobe, a quantidade demandada do outro cai.
- Bem superior ou de luxo - tipo de bem em que a quantidade varia mais que proporcionalmente a variações na renda do consumidor.
- Bens substitutos (concorrentes) - bem cujo consumo substitui o de outro.
- Bem de consumo saciado - dada uma variação na renda do consumidor, a quantidade demandada não se altera. Ex. sal e arroz.
 Preço Relativo.
O preço relevante de um bem é o seu preço relativo. O preço relativo de um bem é a quantidade do(s) outro(s) bem (ns) de que desistimos para obter mais uma unidade do mesmo bem. É calculado dividindo-se o preço do bem pelo preço do(s) outro(s) bem (ns).
 Quantidade Demandada.
É a quantidade máxima de um bem que os demandantes (compradores) estão dispostos a adquirir por certo preço (num intervalo fixo de tempo)
  I - b.4) Equilíbrio de Mercado.
 Preço no qual a quantidade demandada (procurada) é igual à vendida. Ocorre um equilíbrio no mercado quando não há tendência para uma variação de preço.
Se o preço estiver acima do ponto de equilíbrio de mercado, haverá excesso de oferta, com tendência que a quantidade ofertada exceda a demandada (procurada), bem como o preço de mercado tenda a diminuir.
Se o preço estiver abaixo do ponto de equilíbrio de mercado, haverá excesso de demanda (procura), com tendência que a quantidade demandada (procurada) exceda a ofertada, bem como o preço de mercado tenda a aumentar.
 
Alteração na Demanda e na Oferta.
 Diferença entre deslocamento e movimento econômicos:
 Movimento: é o movimento na curva de demanda ou de oferta. Indica variação da quantidade demandada (procurada) ou ofertada.
 Deslocamento: é a mudança de lugar da curva de demanda ou de oferta. Indica a variação da demanda (procura) ou da oferta.
 ELASTICIDADE.
 Conceito:
 Cada produto tem sua própria sensibilidade com relação às variações dos preços da renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida por meio do conceito de elasticidade. Genéricamente, a     elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus.
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA.
 É a resposta relativa da quantidade demandada (procurada) de um bem "X" às variações de seu preço, ou, de outra forma, é a variação percentual na quantidade procurada do bem "X" em relação a uma variação percentual em seu preço, coeteris paribus.
  Podemos expressar simbolicamente tal conceito da seguinte forma:
	Como a relação entre preço e quantidade demandada (procurada) é inversa, ou seja, a uma alteração positiva de preços corresponderá uma variação negativa da quantidade demandada (procurada), o valor encontrado da elasticidade-preço da demanda será sempre negativo. Para evitar-se problemas com o sinal, o valor da elasticidade normalmente é colocado em módulo. 
	
Exemplo:
- Po = preço inicial = $ 20,00;
- P1 = preço final = $ 16,00;
- Qo = quantidade inicial = 30,00;
- Q1 = quantidade final = 39,00.
 São três as possibilidades para o coeficiente:  
 1) Demanda elástica:
A variação da quantidade demandada (procurada) supera a variação do preço, ou EpD > 1.
 2) Demanda inelástica:
A variação da quantidade demandada (procurada) é inferior da variação do preço, ou EpD < 1.
 3) Demanda elasticidade-preço unitária:
A variação da quantidade demandada (procurada) é igual à variação do preço, ou EpD = 1 ou -1.
 Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a receita total do produtor? Tal resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-preço da demanda.
 Análise das possibilidades:
 a) Demanda elástica: a redução do preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento percentual da quantidade vendida será maior do que a redução do percentual do preço. Da mesma forma, um aumento do preço provoca redução da receita total.
 b) Demanda inelástica: o raciocínio é inverso, ou seja, aumento de preço provoca aumento da receita total, e redução de preço provoca diminuição da receita total.
 
c) Demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução no preço não afetam a receita total, já que o percentual de variação no preço corresponde a igual percentual de variação na quantidade.
 Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda
 Os impostos sobre a venda de produtos são repassados aos cofres públicos pelas empresas. Entretanto, isso não significa que a empresa efetivamente pagará a totalidade do imposto, pois ela pode repassar parte do ônus ao consumidor final, via aumento de preços de seus produtos.  Parece claro que:
 a) quanto mais inelástica for a demanda (procura) do bem, maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor e menor a parcela paga pelo produtor.
 b) quanto mais elástica for a demanda (procura) do bem,menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e maior a parcela paga pelo produtor.
 ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA.
 O coeficiente de elasticidade-renda da demanda (ER) mede a variação percentual da quantidade da mercadoria comprada resultante de uma variação percentual na renda do consumidor, coeteris paribus.
  
Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é negativa, o bem é inferior, ou seja, aumentos de renda levam a quedas no consumo desse bem, coeteris paribus.
 Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva, mas menor que 1, o bem é normal, ou seja, aumentos de renda levam a aumentos no consumo desse bem, coeteris paribus.
 Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva, mas maior que 1, o bem é superior, ou de luxo, ou seja, aumentos de renda levam a um aumento mais que proporcional no consumo desse bem, coeteris paribus.
 Esse conceito é muito utilizado para ilustrar a questão da chamada deterioração dos termos de troca no comércio internacional. Estudos empíricos mostram que os países desenvolvidos tendem a exportar bens manufaturados, de elasticidade-renda elevada, enquanto os países em vias de desenvolvimento tendem a exportar produtos básicos (alimentos, matérias-prima), de elasticidade-renda relativamente mais baixa, e importar manufaturados.
  (I - c) EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA.
 (I - c.1) A fase pré cientifica (feudalismo e mercantilismo).
(I - c.2) Fisiocracia.
(I - c.3) Escola clássica.
(I - c.4) O marxismo.
(I - c.5) Revolução Keynesiana.
(I - c.6) O período recente.
 
Das origens até 1750 - fase pré-científica da economia.
 
Durante muito tempo a economia constituiu um conjunto de preceitos ou de soluções adaptadas a problemas particulares.
 Antiguidade grega
 Na antiguidade grega aparecem apenas algumas ideias econômicas fragmentadas em estudos filosóficos e políticos, mas sem o brilho dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política, mecânica ou geometria.
Embora o termo econômico (de oikos, casa, e nomos, lei) tenha sido utilizado pela primeira vez por Xenofontes, na obra do mesmo nome (no princípio de gestão dos bens privados), os autores gregos não apresentaram um pensamento econômico independente. De modo geral, trataram apenas de conhecimentos práticos de administração doméstica; inclusive a Cremastistica (de chrema, posse ou riqueza) de Aristóteles, apesar do título, referia-se sobretudo, aos aspectos pecuniários das transações comerciais. Esse autor, contudo, apresentou algumas contribuições interessantes às teorias do valor, dos preços e da moeda.
 Antiguidade Romana 
Na Antiguidade romana, igualmente, não houve um pensamento econômico geral e independente, embora a economia de troca fosse mais intensa em Roma do que na Grécia. A unidade econômica do vasto império, mantida por meio de notáveis redes rodoviárias e de intensa navegação, transformara Roma em centro de afluência dos produtos de todas as províncias, estimulando as transações comerciais e a criação de companhias mercantis e sociedades por ações. Mas as preocupações dos romanos limitaram-se fundamentalmente à política, de modo que sua contribuição à economia foi quase nula.
 (I - c.1) A Fase Pré Científica (Feudalismo e Mercantilismo).
 Feudalismo
Na Idade Média, surgiu uma atividade econômica regional e inter-regional. Apesar de ser ato econômico, limitava-se apenas à prática, subordinada ao pensamento filosófico e político, orientada pela moral cristã. Predominou nesse período, principalmente entre os séculos XI ao XIV, o modelo de produção feudal. O sistema feudal baseava-se na posse e distribuição de terras como mérito por execução de tarefas militares, como homenagem (fidelidade do vassalo ao senhor feudal) e demais serviços prestados à suserania. O feudalismo provavelmente originou-se no reino franco do século 8º e difundiu-se pelo norte da Itália, Espanha e Alemanha. Foi introduzido pelos normandos na Inglaterra, Irlanda, Escócia, sul da Itália e Sicília. A nobreza sustentava as propriedades da coroa e fornecia tropas para o rei em tempos de guerra. O cavaleiro era locatário do nobre e a classe de camponeses não-livres (aldeões) vivia na terra sob a jurisdição de seus senhores (sistema senhorial). Bispos e abades eram mantidos pelos senhores seculares, que os sustentavam em troca de serviços, e a Igreja recebia a produção e os trabalhos do campesinato. Tornou-se um sistema variado e complexo: os senhores formavam suas próprias forças militares, a ponto de serem semi-independentes do rei. A partir do século 12, os pagamentos poderiam ser substituídos por deveres militares. O colapso do sistema começou nos séculos 12 e 13, quando cidades e indivíduos conquistaram certa autonomia, apesar de a servidão ter subsistido em diversos países por muito mais tempo. A prática das atividades econômicas ocorriam principalmente nos feudos. O Feudo era a terra de um senhor, mantida por seu vassalo, (trabalhador que tinha o direito de usar a terra do senhor feudal por contrato). Em extensão os feudos podiam ir de vastos ducados (territórios de propriedade dos duques) até áreas de terra necessárias para prover um simples cavaleiro (membro do grupo militar do feudo) chamada de feudo do cavaleiro. Pequenos ou grandes, forneciam a produção agrícola, que era a fonte de toda a riqueza. No princípio da Idade Média, áreas florestais e terras infecundas começaram a ser cultivadas e incorporadas ao sistema. A partir da metade do século XV, entretanto, essa subordinação religiosa seria substituída pela preocupação metaliza.
 Mercantilismo
A partir do século XV (1450 - 1750), observamos o nascimento de um sistema econômico que tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riqueza de uma nação: o mercantilismo. Apesar de não ser considerado como ciência econômica, imprimiu ao pensamento econômico um cunho de arte empírica, de preceitos de administração pública que os governantes deveriam usar para aumentar a riqueza da nação e do príncipe. Na Espanha e em Portugal, os pensadores econômicos aconselharam a proibição da saída de metais preciosos e da entrada de mercadorias estrangeiras; na França, o Colbetismo buscou o intervencionismo na indústria e o protecionismo alfandegário (sistema de industrialização de substituição de importação); na Grã-Bretanha o comércio e a navegação apareceram como as principais fontes da riqueza nacional.
 Dentre as principais transformações que marcaram o início do mercantilismo, destacam-se as seguintes:
* Transformações intelectuais - a floração artística e literária com o Renascimento, a difusão de novas ideias por intermédio da imprensa e o retorno dos métodos de observação e experiência.
* Transformações religiosas - trazidas principalmente pelo movimento calvinista e puritanos anglo-saxões, que exaltavam o individualismo e a atividade econômica, condenavam a ociosidade, defendiam os empréstimos a juros, a busca do lucro, o sucesso nos negócios etc.
* Transformações do padrão de vida - marcada pela reabilitação teológica da vida material, pelo desejo do bem-estar, de alimentação requintada, habitações confortáveis, de viagens inter-regionais, etc.
* Transformações políticas - com o aparecimento do estado moderno, coordenador dos recursos materiais e humanos da nação, aglutinador das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da burguesia nascente, etc.
* Transformações geográficas - foi o período em que ocorreram as maiores alterações dos "limites do mundo", graças à descoberta da bússola e ao desenvolvimento da navegação. Entre outros, nesse período, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas (1487), Colombo desembarcou em Guanahani (1492), Vasco da Gama atingiu as Índias (1498), Cabral descobriu o Brasil (1500), Cortez conquistou o México (1519-1521), Pizarro dominou a terra dos Incas (1531 etc.)
* Transformações econômicas - a entrada de metais preciosos, provenientes do Novo Mundo, provocou o deslocamento do eixo econômico mundial. Além do Mediterrâneo, novos centros comerciais marítimo estenderam-se também aoAtlântico e ao Mar do Norte (Londres, Amsterdã, Bordéus, Lisboa, etc). O surgimento de novas ideias sobre a moeda possibilitou a elaboração da concepção metaliza, base do Mercantilismo. O ouro e a prata passaram a ser considerados os mais perfeitos instrumentos de aquisição de riqueza.
 As transformações geográficas foram, talvez, as mais importantes, porque proporcionaram o afluxo de metais preciosos, provenientes das novas descobertas de territórios no mundo, de forma exploratória, tornando esses novos lugares, dominados, submissos e dependentes.
Durante três séculos do Mercantilismo, as nações da Europa Ocidental organizaram sua economia interna, baseados na unidade nacional e na exportação de todos os bens econômicos, sob controle e a direção do Estado.
No pensamento Mercantilista algumas falhas se podem verificar: atribuiu demasiado valor ao metal precioso, considerou a produção apenas em função da prosperidade do Estado ou do enriquecimento público, sem se preocupar com o bem-estar dos indivíduos; encarou o comércio internacional de maneira unilateral e "agressiva" - o lucro de um país é o prejuízo do outro (Montaigne); as perdas de um país equivalem aos lucros realizados pelo estrangeiro (Montchrétiem); um país não ganha sem que o outro perca, etc.
 O Mercantilismo teve grande função na transformação da economia regional para a economia nacional. Muitas ideias importantes, expressas pelos mercantilistas de modo isolado (como o papel ativo da moeda na economia e o multiplicador de rendas, entre outros), não chegaram a marcar o mercantilismo, que passou para história essencialmente como um conjunto de atos e política econômicos.
 Muito criticada tem sido também a política colonial mercantilista, que consistia em explorar a colônia (novos territórios estrangeiros descobertos, subordinados e dependentes da metrópole) ao máximo, retirando metais preciosos, produtos tropicais, especiarias, produtos raros, matérias-primas, etc. A política colonial mercantilista, além de explorar sua colônia, impedia que se desenvolvesse nela qualquer atividade econômica que pudesse, ainda que remotamente, fazer concorrência à Metrópole.
 
(I - c.2) Fisiocracia.
 No século XVIII (1760 - 1775), uma escola de pensamento francesa, a fisiocracia, elaborou alguns trabalhos importantes. Os fisiocratas sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. Apesar de os trabalhos dos fisiocratas estarem permeados de considerações éticas, foi grande sua contribuição à análise econômica. O mais importante dos idealizadores da fisiocracia foi Quesnay, com a criação de sua obra o Tableau Économique (Quadro econômico), onde representou, de modo simplificado, a divisão da economia e setores, mostrando a inter-relação dos mesmos.
Na verdade, a fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo. A fisiocracia sugeria que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo o que fosse contra ela seria derrotado. A função do soberano era servir de intermediário para que as leis da natureza fossem cumpridas.
Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza (fisiocracia significa "regras da natureza") em atividades econômicas, como: a lavoura, a pesca e a mineração. Portanto, encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível. Em um mundo constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e intervenção governamental, a situação não se ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza.
A fisiocracia teve grande contribuição para a criação científica da economia, sendo considerado, por alguns economistas, o trabalho de Quesnay (Quadro Econômico), com a Riqueza das Nações de Adam Smith, o marco inicial da economia como ciência. 
(I - c.3) Escola Clássica.
Adam Smith (1723 - 1790), considerado o precursor da moderna Teoria Econômica, colocada como um conjunto científico sistematizado, com um corpo teórico próprio, já era um renomado professor quando publicou sua obra A riqueza das nações, em 1776. O livro é um tratado abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas.
Embora as maiorias dos autores tenham feito de Smith o apologista da nascente classe industrial capitalista, a verdade é que sua simpatia voltava-se freqüentemente para o operário e o trabalhador da terra, opondo-se aos privilégios e proteção estatal que apoiavam o "sistema mercantil".
Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma "mão invisível" levaria a sociedade à perfeição. Adam Smith colocou que todos os agentes, em sua busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado, como regulador das decisões econômicas de uma nação, traria muitos benefícios para a coletividade, independente da ação do Estado. É o principio do liberalismo.
Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire. Considerava que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano (a chamada Teoria do Valor-Trabalho), e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão do trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam se especializar em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas.
A ideia de Smith era clara. A produtividade decorre da divisão do trabalho, e esta, por sua vez, da tendência inata da troca, que, finalmente, é estimulada pela ampliação dos mercados. Assim, é necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que produtividade e a riqueza sejam incrementadas.
Para Smith, o papel do Estado, na economia, deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e manutenção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado e, conseqüentemente, na prática econômica.
 
(I - c.4) O Marxismo.
 Karl Marx (1818-1883) opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões. Afirmava Marx que "o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção e conseqüentemente, à reprodução, desse artigo em especial".
Fundamentalmente, a teoria mais se refere ao desenvolvimento da teoria econômica capitalista do que ao socialismo. De fato, Marx tinha notadamente pouco a dizer a respeito de socialismo, o sistema que segundo sua colocação iria finalmente suceder ao capitalismo.
O socialismo pré-marxista foi, como o liberalismo clássico, inicialmente um movimento idealista que atraiu mais o apoio intelectual do que o da classe trabalhadora. Teve seu primeiro desenvolvimento no início do século XIX, na França, país que ainda não havia experimentado a revolução industrial e o subseqüente descontentamento dos trabalhadores. Em geral, a Revolução Industrial era ainda um fenômeno inglês e, só posteriormente, na Alemanha o socialismo iria tornar-se um movimento de massa da classe trabalhadora. Talvez sejam digno de nota a este respeito que o Sindicato dos Trabalhadores Alemães, que Marx ajudou a fundar, não tinha trabalhadores como seus membros, existindo principalmente para estudar o pensamento socialista.
Foi desses primitivos socialistas (raízes do socialismo nos ideais da irmandade cristã), que Marx adquiriu muitas de suas ideias. Embora muitas delas fossem retidas e incluídas em seu novo sistema. Ele criticavaestes primitivos socialistas como "utópicos". Concordava quanto a suas metas, mas julgava que eles não eram realistas.
A meta de Marx passou a ser esta: demonstrar de que modo esta deterioração da classe trabalhadora inevitavelmente surgiria para necessariamente viabilizar a emergência do socialismo. Esta é a diferença entre o socialismo "científico" de Marx e (em sua opinião) os primitivos movimentos "utópicos".
 Alguns conceitos do socialismo
 "Lei do movimento capitalista". Expressão marxista que se refere às tendências dinâmicas do sistema capitalista que o forçam inevitavelmente a uma taxa de retorno nula e a crises econômicas que ameaçam a existência continuada de toda a sociedade burguesa.
 Capital constante (c). A parte do capital total incapaz de criar mais-valia. Especialmente consistem em maquinaria, instrumentos, equipamento e materiais que são usados na produção, mas somente transferem um valor igual ao do bem final.
 Dialética. Processo por meio do qual se explica o fenômeno da mudança. O conflito entre uma tese (no mundo real ou no mundo das ideias) e uma antítese resulta em uma síntese que proporciona a base para subseqüentes conflitos e mudanças posteriores.
 Interpretação econômica da História. A hipótese (associada principalmente a Marx) de que a História da humanidade é basicamente o produto de forças econômicas que determina o caráter dos demais aspectos da experiência humana.
 Exército de reserva industrial. Termo marxista que se refere à mão-de-obra que fica desempregada à medida que o capital variável é transformado em capital constante (c).
 Modo de produção. Termo especificamente marxista que se refere aos relacionamentos sociais inerentes à propriedade e ao uso dos meios materiais de produção.
 Proletariado. Uma classe sem propriedade no sentido de que possui apenas seu poder de trabalho.
  Capital variável (v). A parte do capital total usada para sustentar a mão-de-obra. Tende a ser igual à subsistência da mão-de-obra e cria um excedente (s), porque o capital variável (v) é transformado em poder de trabalho.
Mais-valia. Termo caracteristicamente marxista que se refere à diferença entre o valor dos bens que os trabalhadores produzem em um dado período e o valor do poder da mão-de-obra vendido aos capitalistas que a contratam. A mais-valia realizada pelo capitalista indica o grau de exploração da mão-de-obra. A taxa de mais-valia é a relação Excedente (s) / Capital variável (v).
  
(I - c.5) A Revolução Keynesiana.
 A era Keynesiana iniciou-se com a publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de John Maynard Keynes (1883-1946), em 1936. Muitos autores descrevem o início da era Keynesiana como Revolução Keynesiana, tamanho o impacto de sua obra.
Keynes ocupou a cátedra que havia sido de Alfred Marschal, na Universidade de Cambridge. Acadêmico respeitado, Keynes é necessário considerando a época. A economia mundial atravessava, na década de 30, uma crise, que ficou conhecida como a Grande Depressão. A realidade dos fatos, relacionados à situação conjuntural da economia dos principais países capitalistas, naquele momento, era crítica. O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa era muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, o número de desempregados assumia proporções elevadíssimas.
A Teoria Econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A Teoria Geral consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão.
Segundo o pensamento Keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que, por sua vez, é determinado pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, inverte o sentido da Lei de Say(a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços.
Para Keynes, como não existem forças de auto-ajustamento na economia, torna-se necessária a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos, o que significa o fim do Laissez-faire da época clássica. É o chamado Princípio da Demanda Efetiva.
Os argumentos de Keynes influenciaram a política econômica dos países capitalistas. De modo geral, essas políticas revelaram-se eficientes e apresentaram resultados positivos no período que se seguiria à Segunda Guerra Mundial.
Nos anos seguintes, houve um desenvolvimento expressivo da Teoria econômica. Por um lado, incorporaram-se os modelos por meio de instrumental estatístico e matemático, que ajudou a formalizar, ainda mais, a ciência econômica; por outro, alguns economistas trabalharam na agenda de pesquisa aberta pela obra de Keynes. O debate sobre aspectos do Trabalho de Keynes dura até hoje, destacando-se três grupos: os monetaristas, os fiscalistas e os pós-Keynesianos. Apesar de nenhum dos grupos ter um pensamento homogêneo e todos terem pequenas divergências, podem-se fazer algumas generalizações.
Os monetaristas estão associados à universidade de Chicago e têm como economista de maior destaque Milton Fridman. De maneira geral, privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do Estado. (ortodoxo monetarista)
Os fiscalistas têm seus maiores expoentes em James Tobin, da Universidade de Yale, e Paul Anthony Samuelson, de Harvard e MIT. De maneira geral, recomendaram o uso de políticas fiscais ativas e um acentuado grau de intervenção do Estado.
Os pós-Keynesianos têm explorado outras implicações da obra de Keynes, e pode-se associar a esse grupo o economista Joan Robinson, cujas ideias eram afinadas com as de Keynes. Os pós-Keynesianos realizaram uma releitura da obra de Keynes, procurando mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária. Enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica. Além de Joan Robinson, outros economistas dessa corrente são Hyman Minsky, Paul Davison e Alessandro Vercelli.
Cabe destacar que, apesar das diferenças entre as várias correntes, há consenso quanto aos pontos fundamentais da teoria, já que são baseados no trabalho de Keynes
 
(I - c.6) O Período Recente.
 A teoria Econômica vem apresentando algumas transformações, principalmente a partir dos anos 70, após as duas crises do petróleo.
Três características marcaram esse período:
                            Primeiro, existe uma consciência maior das limitações e possibilidade de aplicações da teoria;
                            Segundo, o avanço no conteúdo empírico da economia;
                            Terceiro, observamos uma consolidação das contribuições dos períodos anteriores.
O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volume e precisão sem precedentes. A teoria Econômica passou a ter um conteúdo empírico que conferiu uma aplicação prática maior. Por um lado, isso permite um aprimoramento constante da teoria existente; por outro, abre novas frentes importantes.
Todo corpo teórico da economia avançou consideravelmente. Hoje a análise econômica engloba quase todos os aspectos da vida humana, e o impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O controle e o planejamento macroeconômico nos permitem antecipar muitos problemas, evitando algumas flutuações desnecessárias.
A fase contemporânea, contudo, deixa entrever mecanismos econômicos que buscam valorizar os atores econômicos, o ser humano e os valores éticos. Essa busca, somada à urgente necessidade de combater as agressões ecológicas e a poluição ambiental evidenciam o risco da incapacidade de continuidade da vida neste planeta.
Qualquer esforço, no sentido de eficiência, qualidade e produtividade, deve incluir o combate às perversas consequências da globalização econômica assimétrica e a luta pela valorização do ator econômico, porqueo fim último da Ciência Econômica é a satisfação das necessidades do ser humano.
 
	CAPITULO II – Aprendendo o Economês.
II - a) OS AGENTES ECONÔMICOS.
 
	OS SETORES ECONÔMICOS.
 
Toda a atividade econômica está inserida em três grandes setores econômicos: o primário, o secundário e o terciário.
	
	Setor primário
 
Conjunto de atividades econômicas que envolvem a exploração direta de recursos naturais. Ex. agricultura, pesca e extração mineral. É a forma dominante das atividades econômicas em países menos desenvolvidos. Em termos de comércio mundial, o setor primário tende a ser economicamente instável, por depender de fatores naturais, menos previstos e controláveis, como o clima. Além disso, os preços alcançados pelos produtos primários, no mercado internacional, vêm caindo em relação aos produtos manufaturados. Muitos países, cujas economias baseiam-se em produtos primários, vêm tentando diversificar suas atividades e incrementar os setores secundário e terciário.
	
	Setor Secundário
Conjunto de atividades econômicas em que se dá a transformação de matérias-primas (obtidas nas atividades do setor primário) em produtos manufaturados, por meio de um processo de produção artificial. O setor secundário inclui a construção, o processamento de combustíveis e outros tipos de geração de energia. Pode ser dividido em indústrias pesada e leve. O setor secundário é, tradicionalmente, visto como o principal meio de desenvolvimento e crescimento da economia nos países onde predomina o setor primário. No entanto em países de economia avançada, o setor terciário tende a suplantar a indústria pesada. Isso reflete, em parte, transformações (globais) no nível tecnológico e nos padrões de demanda (procura) e consumo. Decorre, também, do aumento das vantagens comparativas do setor, com a transferência da indústria pesada para países recentemente industrializados.
	
	Setor terciário (ou de serviços)
 
Conjunto de atividades econômicas que envolvem as prestações de serviços. Os serviços são produtos (mercadorias) econômicos imateriais, isto é, satisfazem alguma necessidade ou carência, não pela obtenção ou fabricação de algum produto concreto (material), mas pela realização de algum trabalho em favor de alguém. Exemplos deste setor são o turismo, operações bancárias, seguros, comércio, transportes, telecomunicações,serviços de alimentação e limpeza, jornalismo e serviços sociais (saúde e educação). Nos países desenvolvidos e plenamente industrializados, o setor terciário é o que mais se desenvolve, enquanto o secundário (industrial) tende a se retrair, transferindo-se para países em processo de industrialização. Tal crescimento foi possibilitado e estimulado pelo desenvolvimento da tecnologia da informação e caracteriza um estágio que muitos especializados designam como "pós-industrial". Em alguns pequenos países, não plenamente industrializados, principalmente Hong Kong, Singapura, Bahrain e Panamá, desenvolvem-se centros específicos de atividades terciárias, geralmente voltados para finanças (bancos com facilidades fiscais) e navegação.
  
SISTEMA ECONÔMICO.
 Sistema econômico é o conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Cada país ou nação tem seu próprio modelo de sistema econômico, cada uma com suas peculiaridades. Essas diferenças ou semelhanças no funcionamento global da economia são explicadas pelos economistas, que utilizam o conceito de sistema econômico. Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade. Todo sistema econômico deve tratar de responder às quatro perguntas seguintes: O que produzir? Quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
 
(II - b) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA.
 
(II - b.1) Origem, conceito, funções, características essenciais da moeda.
(II - b.2) Inflação.
 II - b.1) Origem, conceito, funções, características essenciais da moeda.
 Escambo.
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor.
Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessário para si e seu grupo trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar forma de comércio foi dominante no início da civilização, podendo ser encontrada, ainda hoje, entre povos de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso, há escassez de meio circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor. Este é o caso, por exemplo, da criança que troca com o colega um brinquedo caro por outro de menor valor, que deseja muito.
As mercadorias utilizadas para escambo geralmente se apresentam em estado natural, variando conforme as condições de meio ambiente e as atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a necessidades fundamentais de seus membros. Nesta forma de troca, no entanto, ocorrem dificuldades, por não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados.
 Moeda Mercadoria.
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias.
O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de doenças e da morte.
O sal foi outra moeda-mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados.
No Brasil, entre outras, circularam o cauri - trazido pelo escravo africano -, o pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano, trocado no Maranhão, no século XVII, devido à quase inexistência de numerário, sendo comercializados sob a forma de novelos, meadas e tecidos.
Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas.
 Metais.
Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas anteriormente feitos de pedra. Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes, etc.
O metal comercializado dessa forma exigia aferição de peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca. Mais tarde ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal oferecida para troca.
 
Ouro, prata e cobre.
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego destes metais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização,os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no poder mágico destes metais e no dos objetos com eles confeccionados.
A cunhagem de moedas em ouro e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era trocada por mercadorias neste mesmo valor.
Durante muitos séculos os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Estes sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido. Com o advento do papel-moeda a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Dentro desta nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda. Surgem, em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividade do numerário de troco.
 
Moeda em formato de objetos.
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.
É o caso das moedas faca e chave que eram encontradas no Oriente e do talento, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que circulou na Grécia e em Chipre.
 
Moeda de papel.
Na Idade Média, surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel. No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques.
 
Moeda fiduciária.
A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade. Não tem valor próprio, decorrente do material de que é fabricada. Seu valor vem da garantia que o governo estabelece por meio das autoridades monetárias. É a moeda de curso legal e obrigatório no país, com a qual devem ser feitas todas as transações comerciais e financeiras. As moedas fiduciárias são os atuais papéis moeda emitidos pelo Banco Central, específicos para cada país.
  
Moeda Escritural ou bancária.
Criada pelo sistema bancário, ao emprestar ou aplicar uma quantidade de moeda superior à que era originalmente introduzida no sistema bancário como depósito em um dos bancos componentes do sistema. As pessoas informavam quem precisavam pagar e, se ambos possuíssem conta na mesma instituição, bastaria uma operação de transferência de valores para efetuar o pagamento. Se não possuíssem conta na mesma instituição poderiam utilizar o cheque.
 Moeda Virtual (pesquisa).
 Padrão-ouro.
Sistema monetário em que o papel-moeda emitido pelas autoridades monetárias tem relação com a quantidade de ouro estocado que servisse de lastro, de garantia à moeda circulante (moeda papel) no país. Atualmente, portanto, um país não emite moeda baseado na quantidade de ouro que possui, mas na quantidade suficiente para o funcionamento do sistema econômico.
 CONCEITOS.
 Moeda.
É um instrumento ou objeto que é aceito pela coletividade para intermediar as transações econômicas, para pagamento dos bens, serviços e fatores de produção. Essa aceitação é garantida por lei, ou seja, a moeda tem "curso forçado", a sua única garantia é a legal.
 Sistema monetário.
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário. Este sistema, regulado por meio de legislação própria, é organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é sua unidade monetária.
Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo de seu valor.
Normalmente os valores mais altos são expressos em cédulas e os valores menores em moedas. Atualmente a tendência mundial é no sentido de se suprirem as despesas diárias com moedas. As ligas metálicas modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior à das cédulas, tornando-as mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de troco. Os países, por meio de seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de moedas e cédulas em circulação, chamado meio circulante, é constantemente renovado por meio de processo de saneamento, que consiste na substituição das cédulas gastas e rasgadas.
  
FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA MOEDA.
 Funções da moeda.
As funções da moeda no sistema econômico são, fundamentalmente, as seguintes:
* Instrumentos ou meio de troca ==> Por ter aceitação geral, serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de produção da economia.
* Denominados comum monetário ==> Possibilita que sejam expressos em unidades monetárias os valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema econômico. É um padrão de medida.
* Reserva de valor ==> A posse da moeda representa liquidez imediata para quem a possui. Assim, pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço no futuro. Claro está que o requisito básico para que a moeda funcione como reserva de valor é sua estabilidade diante dos preços dos bens e serviços, já que a inflação corrói o poder de compra da moeda, e a deflação (queda de preços) a valoriza.
  
Características da moeda.
De qualquer modo, a mercadoria eleita como moeda deve reunir uma série de características (qualidades) que podem ser resumidas nos seguintes pontos:
* Durabilidade ==> As pessoas não aceitariam como moeda algo que fosse perecível e se deteriorasse em pouco tempo.
* Mobilidade ==> Se as pessoas têm de transportar grandes quantidades de moeda, a mercadoria utilizada deve ter um valor elevado em relação a seu peso, de maneira que possa ser transportada com facilidade.
* Divisibilidade ==> O bem escolhido deve poder subdividir-se em pequenas partes com facilidade e sem perda de valor, de forma que pagamentos pequenos possam ser realizados.
* Homogeneidade ==> Esta propriedade implica que qualquer unidade da moeda deve ser exatamente igual às demais, já que de outra forma, as trocas ficariam difíceis.
* De oferta limitada ==> Qualquer mercadoria que não tenha uma oferta limitada não terá um valor econômico.
* Sem rendimentos ==> A moeda possui um valor nominal constante, portanto, por si própria, não rende juros e nem se deprecia. O que varia no tempo é seu poder de compra, onde diminui com a inflação e aumenta com a deflação.
* Liquidez total ==> Para que a moeda possa exercer as funções acima, é preciso que tenha aceitação total pelos agentes econômicos. Por isso a moeda é um exemplo de "liquidez por excelência".
 
(II - b.2) Inflação.
 Conceitos.
A inflação é definida como uma situação em que há um aumento continuo e generalizado de preços, ou seja, deve caracterizar um processo, não apenas uma ocorrência passageira. 
Outro fator que caracteriza a inflação é o fato de o aumento de preços se estender a todos os bens e serviços produzidos pela economia.
Tecnicamente, inflação, é a redução do poder de compra da moeda.
 Medidas da inflação.A inflação é medida por meio de números-índices, ou chamados indexadores. Sendo que os mais comuns são o Índice de Custo de Vida (ICV), o Índice de Preços por Atacado (IPA), o Índice da Construção Civil (ICC) e o Índice Geral de Preços (IGP).
 
Tipos de inflação.
* Inflação de demanda ==> É a ocorrência da inflação causada pelo aumento da demanda (procura), significando que há um excesso de procura dos bens e serviços, não havendo redução da oferta.
* Inflação de Custos ==> tem origem na oferta dos bens e serviços. É causada pela elevação dos custos de produção, repassados para o consumidor por meio do aumento do preço do produto. Um fator agravante é o controle do mercado, por meio do monopólio ou do oligopólio, que permite aos empresários obterem lucros extraordinários por meio do aumento dos preços dos seus produtos.
* Inflação de oferta ==> ocorre numa situação em que há uma redução na oferta de bens e serviços.
* Inflação estrutural ==> é causada pela estrutura específica de alguns produtos, que não atendem, na sua plenitude, a intervenção do homem.
* Inflação administrada ==> é ocorrência da inflação devido o poder de alguns agentes econômicos, como: o governo e monopólios.
 Inércia inflacionária.
É a resistência que os preços de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causas primárias da inflação. Ocorre que a cada período, digamos, de um mês, a inflação tende a ser igual à inflação do período anterior, por força dos reajustes nas prestações, aluguéis, salários etc
 II - c) POLÍTICA MONETÁRIA.
 II - c.1) Definições e objetivos da política monetária.
II - c.2) Os instrumentos da política monetária.
II - c.3) Oferta e demanda da moeda. 
II - c.1) Definições e Objetivos da Política Monetária. 
Política monetária é o conjunto de atos do BACEN para controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de juros e, em geral, as condições de crédito. A política monetária pretende influir na atividade econômica, atuando sobre o gasto total da economia e, em particular, sobre o gasto das famílias e sobre os investimentos das empresas. Dado que o gasto está relacionado com a quantidade de dinheiro existente na economia e com as condições de crédito, principalmente com a taxa de juros, o BACEN procura controlar ambas as variáveis.
Política monetária restritiva e expansiva.
* Política monetária restritiva. Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de dinheiro e a encarecer os empréstimos (elevar a taxa de juros).
Assim, para obter resultados mais rápidos, a política anti-inflacionária deve centrar-se mais no controle da demanda agregada. Os instrumentos recomendados de política monetária seriam dirigidos no sentido de "enxugar" os meios de pagamento, tais como:
a) controle (redução) das emissões de moeda pelo Banco Central;
b) aumento das vendas de títulos públicos, retirando moeda de circulação;
c) elevação da taxa sobre as reservas compulsórias, diminuindo a disponibilidade dos bancos comerciais de efetuarem empréstimos ao setor privado;
d) alteração das normas e regulamentação (restrição) da concessão de créditos, diminuindo os prazos ou aumentando as exigências de contrapartida do comprador no crédito direto ao consumidor.
 
* Política monetária expansiva. É formada por aquelas medidas que tendem a acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros). Os instrumentos recomendados para esta política seriam:
a) aumentar as emissões de moeda pelo Banco Central;
b) recomprar os títulos públicos no mercado, elevando a quantidade de moeda em circulação;
c) diminuir a taxa sobre as reservas compulsórias, aumentando a disponibilidade dos bancos comerciais para efetuarem empréstimos ao setor privado;
d) diminuir a regulamentação (restrição) no mercado de créditos, aumentando a concessão de créditos, e diminuindo as exigências de contrapartida do comprador no crédito direto ao consumidor. 
II - c.2) Os Instrumentos da Política Monetária.
O BACEN não pode influir diretamente na taxa de juros nem na quantidade de dinheiro a menos que o faça por meio de alguns mecanismos que podemos, como principais, citar:
* Controle das emissões da moeda ==> O Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda manual na economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas emissões e respectivos volumes.
* Depósito compulsórios ou reservas obrigatórias ==> Os bancos comerciais, além de possuírem os chamados encaixes técnicos (o caixa dos bancos comerciais), são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado por este sobre os depósitos a vista. Basta o Banco central aumentar ou diminuir o percentual do depósito compulsório para influir no volume ofertado de empréstimos bancários (e, portanto, na criação de depósitos ou moeda escritural).
* Operações de mercado aberto ==> Consistem na compra e venda de títulos ou obrigações pelo governo. Quando o governo deseja diminuir o volume de dinheiro no mercado coloca seus títulos a venda; quando deseja aumentar este volume no mercado, compra esses títulos.
* Política de redesconto ==> Consiste na liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser empréstimos ou redesconto de títulos. Existem os redescontos de liquidez, que são empréstimos para os bancos comerciais cobrirem um eventual débito na compensação de cheques, e o redescontos especiais ou seletivos, que são empréstimos autorizados pelo Banco Central visando beneficiar setores específicos.
* Regulamentação e controle do crédito ==> Consiste em uma série de regulamentação de controle e liberação de crédito ao setor privado, podendo ser para empresas ou para as famílias. 
II - c.3) Oferta e Demanda de Moeda.
Oferta de moeda.
Como qualquer mercadoria, a moeda tem seu preço e quantidade determinada pela oferta e a demanda (procura). A oferta de moeda é o suprimento de moeda para atender às necessidades da coletividade. Veremos que a moeda pode ser ofertada pelas autoridades monetárias e pelos bancos comerciais.
Meios de pagamento.
Os meios de pagamento na sua forma tradicional são dados pela soma da moeda em poder do público mais os depósitos a vista nos bancos comerciais. Ou seja, pela soma da moeda manual e da moeda escritural. Enfim, é a moeda que não está rendendo juros, aquela que não está aplicada em contas ou ativos remunerados.
Note-se também, que, o conceito econômico de moeda é representado apenas pela moeda que está com o setor privado não bancário, ou seja, excluem-se os próprios bancos comerciais, e a moeda que está com as autoridades monetárias. Nesse sentido, os depósitos a vista ou em conta corrente não são dinheiro dos bancos, mas dinheiro que pertence ao público não bancário. O dinheiro que pertence aos bancos são seus encaixes (caixa dos Bancos comerciais) e suas reservas (quanto os bancos comerciais mantém depositados junto ao Banco Central). Os meios de pagamento, conceituados como moedas de liquidez imediata, que não rendem juros, também são chamadas, na literatura mais específica, de M1. Os meios de pagamento no conceito M1, também são chamados de ativos ou haveres monetários.
 Monetização ou desmonetização da economia.
Em processos inflacionários intensos normalmente ocorre a chamada desmonetização da economia, isto é, diminui a quantidade de moeda sobre o total de ativos financeiros, em decorrência do fato de as pessoas procurarem defender-se da inflação com aplicações financeiras que rendem juros. Monetização é o processo inverso: com a inflação baixa, as pessoas mantêm mais moeda que não rendem juros em relação aos demais ativos financeiros. O grau de monetização ou desmonetização pode ser medido pela razão M1/M4. Quando M1 cai relativamente a M4, ocorre a desmonetização; quando M1 aumenta relativamente a M4, ocorre a monetização da economia.
M0 = Composto pela moeda em poder do público (moeda manual)
M1 = M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais (moeda escritural). Está disponível parauso imediato do setor privado não bancário.
M2 = M1 + títulos públicos (títulos do governo)
M3 = M2 + depósitos em poupança (cadernetas de poupança)
M4 = M3 + títulos privados (depósitos a prazo - títulos das próprias instituições financeiras comerciais)
 Criação e destruição de moedas (ou meios de pagamento).
Apenas os bancos comerciais, dentre os intermediários financeiros privados, podem efetuar empréstimos com suas obrigações, isto é, depósito à vista. Os chamados intermediários financeiros não bancários, como as financeiras, bancos de investimentos, apenas transferem recursos de aplicadores para tomadores, e suas obrigações não são consideradas meios de pagamento. Ou seja os bancos comerciais podem criar ou multiplicar ativos monetários e não monetários, enquanto as instituições financeiras não bancárias operam exclusivamente com ativos não monetários.
O efeito de criação múltipla de depósito a vista, e portanto, de meios de pagamento pode ser visualizado no quadro a seguir, onde se supõe que:
1. a emissão primária da moeda pelo Banco Central seja $ 100.000, sendo essa quantidade de moeda entregue ao público;
2. as pessoas depositarão todo o dinheiro nos bancos comerciais para movimentá-lo por meio de cheques (por simplificação, estamos supondo por enquanto que, nesse processo, a moeda em poder do público é nula);
3. os bancos precisam manter em reservas técnicas, compulsórios e voluntárias 40% dos depósitos;
4. os bancos irão reter apenas o necessário para reservas emprestarão os recursos remanescentes.
 
	 
Banco
	 
Depósito a vista
	Reserva dos bancos comerciais (40%)
	 
Empréstimos
	A
B
C
D
E
Demais bancos somados
	100.000
60.000
36.000
21.600
12.960
19.440
	40.000
24.000
14.400
8.640
5.184
7.776
	60.000
36.000
21.600
12.960
7.776
11.664
	Total
	250.000
	100.000
	150.000
  Ocorre a criação de moeda quando há um aumento do volume de meio de pagamento, e destruição de moeda quando ocorre uma redução dos meios de pagamento. Alguns exemplos ilustram esses fatos:
* Aumento dos depósitos ao setor privado: Criação de moeda (os bancos comerciais tiram de suas reservas e emprestam ao público);
* Resgate de um empréstimo no banco: Destruição de moeda (reduz os meios de pagamento, já que sai do público e retorna ao caixa dos bancos);
* Saque de um cheque no balcão do banco: Não há criação nem destruição de meio de pagamento, pois simplesmente houve uma transferência de depósito a vista (moeda escritural) para moeda em poder do público(moeda manual);
* Depositante retira depósito a vista e coloca em depósito a prazo: Destruição de moeda, pois os depósitos a prazo são meios de pagamento, dado que não são de liquidez imediata, e rendem juros.
  Demanda de moeda.
A demanda (procura) de moeda pela coletividade corresponde à quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém, em média, seja com o público, seja no cofre das empresas, e em depósitos a vista nos bancos comerciais.
 A demanda de moeda ocorre por três motivos básicos:
A) Demanda de moeda para transações: representa a guarda de moeda para se fazer face a pagamentos, dado que os pagamentos e recebimentos não são perfeitamente sincronizados.
B) Demanda de moeda por precaução: é a guarda de moeda para cobrir gastos imprevistos.
C) Demanda de moeda por especulação: a moeda é considerada também como reserva de valor e não apenas meio de troca. Por isso, não seria estranho que os agentes econômicos guardassem moeda ociosa, na expectativa de mudanças na taxa de juros de mercado e, assim, aplicá-la melhor no futuro.
  II - d) COMÉRCIO INTERNACIONAL.
 II - d.1) A Lei da Vantagem Comparativa;
II - d.2) O Efeito das Tarifas e Cotas;
II - d.3) Balanço de Pagamentos;
II - d.4) Taxa de Câmbio;
 
Históricamente os países têm mantido relações comerciais, fundamentalmente porque não poderiam produzir todos os bens de que necessitam:
* Em determinados países não há matérias-primas para sua produção. Assim se um país não tivesse minério de ferro para fabricar armas, ele teria de comprar esse mineral de outros países produtores.
* Certos países não possuem o conhecimento suficiente para produzir determinados bens. Assim, por exemplo, na antiguidade, todos os países compravam a seda da China, já que não sabiam fabricá-la.
 Atualmente, ao menos do ponto de vista econômico, o mundo se apresenta crescentemente interligado, seja por meio dos fluxos comerciais, seja por meio dos fluxos financeiros. De modo geral, as relações econômicas internacionais têm posição fundamental para a maioria dos países, inclusive, o Brasil. A partir dessa constatação, o estudo da chamada "Economia Internacional" como um ramo específico da Teoria Econômica, ganhou destaque. Dentro do ramo da Economia Internacional, costuma-se dividir as questões teóricas em dois grandes blocos: os aspectos microeconômicos, ou a teoria do Comércio Internacional, que procura justificar os benefícios para cada país, advindos do comércio internacional; e os aspectos macroeconômicos, relativos à taxa de câmbio e ao balanço de pagamentos.
II - d.1) A Lei da Vantagem Comparativa.
 O princípio da Vantagem Comparativa sugere que cada país deva se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Esta será, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente maior (cuja produção é relativamente menos eficiente). Desse modo, explica-se a especialização dos países na produção de bens diferentes, a partir da qual concretiza-se o processo de troca entre eles.
Assim, um aumento no nível do bem-estar significa uma maior quantidade de produtos colocados a disposição dos consumidores.
Vamos imaginar dois países, como, por exemplo o Brasil e a Suíça. Admitamos que em cada um deles são produzidos apenas dois bens: café e relógios. No caso do Brasil, se as pessoas resolvessem produzir apenas café, seria possível produzir 36.000 sacas de café. Consequentemente, nenhum relógio seria produzido, pois todos os fatores produzidos estariam empregados na produção de café. Por outro lado, se o Brasil decidisse produzir apenas relógios, seria possível produzir 72.000 relógios, pelas mesmas razões.
Examinando, agora, o caso da Suíça, seria viável produzir 14.000 sacas de café nesse país, se não fosse produzido nenhum relógio, ou 96.000 relógios, se não produzisse nenhuma saca de café. O quadro 10.1 resume as possibilidades de produção dos dois bens, café e relógios, para o Brasil e para a Suíça.
Entretanto, esses países gostariam de consumir os dois bens (relógios e café) e, portanto, gostariam de produzir café e relógios.
 
TIPOS DE VANTAGENS COMPARATIVAS.	
 * Vantagem comparativa natural ==> são as vantagens que um país possui proporcionado pela natureza, como: clima, solo cultivável, recursos naturais.
* Vantagem comparativa adquirida ==> são as vantagens que um país adquiri ao longo do tempo, como: Tecnologia, disponibilidade de mão-de-obra, disponibilidade de capital.
  LIMITAÇÕES À COMPLETA ESPECIALIZAÇÃO INTERNACIONAL.
Na vida real, raramente acontece uma especialização absoluta de um país na produção de uns poucos bens. Isso se deve às seguintes razões:
 1. Mesmo que um país produza um bem a um custo relativamente mais baixo que os outros países - isto é, que tenha vantagem comparativa - é possível que ele não possa obter os ganhos derivados do comércio internacional se os custos de transporte ultrapassam as vantagens e os custos de produção.
 2. Quando se destaca a vantagem comparativa de um país na produção de certos bens e se defende a completa especialização, supõe-se que os custos médios de produção serão mantidos constantes quando a produção aumentar. Podem aparecer rendimentos decrescentes, ou seja, os custos crescem num ritmo maior na medida que aumenta a produção.
 3. A Teoria da Vantagem Comparativa, supõe que os fatores de produção são

Outros materiais