Buscar

RESUMO NIETZSCHE - A Verdade e a mentira no sentido extra-moral.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A VERDADE E A MENTIRA NO SENTINDO EXTRA-MORAL – NIETZSCHE
CONHECIMENTO HUMANO
Segundo Nietzsche o conhecimento humano é útil, inclusive é por conta dele que a gente estar aqui. Agora comparativamente ao resto do universo, todo esse mundo que nós construímos e no qual nós nos colocamos como centro, ele é insignificante. 
O conhecimento humano é a significação das coisas de forma linguística. O conhecimento é antropomórfico por que o humano sempre está dentro dele, o humano cria inclusive a partir de sua própria limitação cultural. 
O USO DO INTELECTO COMO FORMA DE SOBREVIVÊNCIA 
Nietzsche não está dizendo que todo esse mundo antropomórfico, que nós construímos, nós estamos aqui hoje justamente, enquanto animais mais fracos da natureza, por que se a gente nasce e a gente é jogado na natureza, a gente morre. A gente não consegue sobreviver se não tiver outro animal que cuide de nós. (Pai, mãe, avós). Aqueles que nos acolhem, aqueles que nos alimentam, são aqueles que impede que nos morramos. Não nascemos preparados para sobreviver. Em virtude da falta de determinados instrumentos que façam com que nós estejamos prontos para viver, nós não temos garras, não temos chifres. Nós não fomos preparados para sobreviver de forma autônoma. Se o humano não conseguisse arranjar formas para sobreviver nesse mundo, nós não estaríamos aqui. Qual foi a estratégia humana para isso? O uso do intelecto, comunicação, a mentira, a ilusão, a persuasão, a série de elementos que nós linguisticamente produzimos para poder sobreviver, e dar um sentido para a nossa própria existência. Se somos tão fracos precisamos nos agrupar, para nos agruparmos precisávamos de formas de comunicação. Precisamos historicamente e evolutivamente a começar a enganar, a mentir, a persuadir, a acreditar da nossa própria mentira. 
Necessidade de nós reconhecermos que toda nossa experiência esta derivada de sentidos que são atribuídos a determinados tipos de experiências a partir de conceitos, a partir de palavras, de imagens, etc. que não necessariamente são algo da natureza humana, mas de que o humano desenvolveu como forma de opor-se a sua própria natureza. A importância da linguagem enquanto uma forma comunicativa para unir o grupo, para que esse grupo pudesse sobreviver na experiência evolutiva. (Ele mesmo que em parte, acredita na evolução de Darwin) 
A MENTIRA 
Nietzsche diz que o humano não está preocupado efetivamente com a mentira, nem com o conteúdo da mentira, mas com as consequências dela. A mentira se torna verdade a partir de uma convenção, que alguém convencionou, por algum interesse. Quem estabelece o elemento como verdadeiro? Determinados sujeitos. 
A REALIDADE E A LINGUAGEM
Para Nietzsche a realidade é uma construção humana, aquilo que nós chamamos do real (não questionando a materialidade das coisas, o mundo material ou mundo natural) o que se questiona é como as coisas são lidas pelo mundo humano, por que da única forma que nós conhecemos, por que nós não conseguimos realmente conhecer o que exatamente é a coisa. 
A realidade é o que existe, e o que existe nós não temos acesso, o que temos acesso é a aquilo que foi criado através da linguagem compilado dentro de uma experiência humana. Aquilo que produzimos, significamos e tornamos como verdade. A própria realidade é construção nossa. 
A coisa em si não pode ser compreendida por nós, mas a significação e a conceituação que damos a ela. O poder de atribuir nomes a outras coisas, de nomear, é ato de domínio é poder de subordinação. Nós nomeamos o mundo natural como forma de exercer o domínio sobre ele como forma de controle (como o pastor estabelece determinados tipos de procedimentos ao rebanho para mantê-lo coeso, como uma forma de controlar). A ovelha desgarrada tem que voltar (aquela que não segue o pastor) ela representa um perigo a manutenção, não da coesão do rebanho, mas ao poder do pastor. Se o pastor não consegue manter seu rebanho unido, o que é que lhe dar a autoridade sobre ele?
VIVER O PRESENTE
Nietzsche (século XIX) fala que a gente tem que aprender com a vaca, por que as vezes a história, como sendo o conhecimento sobre o passado, consegue simplesmente podar qualquer tipo de ação no presente por que sabendo como o passado respondeu a determinados tipos de situações nós evitaríamos realizar determinadas ações por perceber que no passado elas já ocorreram e apenas as condições passadas possibilitaram que elas efetivamente tivessem sucesso ou que no passado elas houve uma tentativa que elas ocorressem, mas foram plenamente, suplantadas. Então isso eu evitaria em ter uma ação no presente em virtude de um acontecimento do passado. Se a história ou se o conhecimento sobre o passado serve meramente para podar a minha potência do presente que eu saiba esquecer o passado. Que eu saiba simplesmente esquecer que isso já ocorreu ou esquecer a experiência desse passado contanto que esse esquecimento potencialize o meu presente. 
 Para Nietzsche a única certeza que nós temos é que estamos vivos agora. A vida. Para ele, qualquer filosofia que negue a vida, que negue o momento do presente, é algo que a simplesmente a ser mastigado e execrado.
Exemplo: Cristianismo e Platonismo. O cristianismo se torna uma doutrina que nega o prazer do presente, por que postergar a felicidade para o futuro, é sempre sofra agora, se humilhe agora, submeta-se agora por que “os humilhados serão exaltados”. Nunca é agora, sempre é para frente. Para ele, o grande vilão da história do pensamento, que possibilitou posteriormente que o cristianismo tivesse esse tipo de noção, foi Platão.
-------------------------------
PARTE DOS SONHOS NO TEXTO: Nós nos permitimos sermos enganados pelos sonhos, construir novas relações que não sejam aquelas meramente impostas anteriormente, acreditar na veracidade dessas novas relações, mas por que sabemos que estamos afastados naquele momento, durante o sonho, da experiência real. 
LIMITAÇÃO DO CONHECIMENTO: LINGUAGEM
Nietzsche vai dizer que necessariamente, o filósofo reter (saber) o conhecimento, ele reter a ciência de que ele trabalha com uma linguagem antropomorficamente estabelecida. Então, o filósofo deveria ser o primeiro a levantar a bandeira, no sentido de “o que nós conhecemos, conhecemos a partir do que nós criamos”. 
EXEMPLO DO SACO DE OURO 
A pessoa entra e esconde um saco de ouro debaixo da mesa, depois entra e diz “nossa achei um saco de ouro”, descobrindo algo que ele mesmo escondeu.
O filósofo deveria ser o primeiro a levantar esse tipo de questionamento, mas diferentemente disso, ele se coloca como aquele que está mais próximo da verdade. Só que pra Nietzsche estar mais próximo da verdade é uma falsa questão, por que se existe valor absoluto, ele nos é incognoscível. Nós não conseguimos chegar a ele, por que o nosso limite, nossa condição trágica é que nós só podemos conhecer as coisas através da linguagem. Através de uma metáfora inicial que é esclerosada (...) 00:38:52 que produz conceitos. O conceito iguala o desigual, conceito é funcional e é usado para um determinado tipo de interesse. 
A linguagem foi usada pelos humanos como forma de estabelecer uma determinada compreensão e domínio sobre o que não era humano. Nós estamos aqui em virtude da produção em forma de comunicação, comunicação que tiveram tanto a necessidade ou interesse de dominar o próprio humano como de dominar aquilo que não é humano. Afinal, fizemos isso historicamente e estamos aqui inclusive por conta desse domínio que o humano estabeleceu sobre o natural. No texto, N. fala sobre "leis da natureza", quando estabelecemos que a lei da gravidade foi uma criação, não estamos dizendo que antes da sua descoberta a gente saia flutuando por aí, a partir de que momento que o humano atribuiu a ação em queda como a causa que viria de fora de seu próprio corpo como uma causa que viria enquanto uma regularidade que só pode ser conhecida através da observação, na percepção humana, e da atribuição de sentido para ser comunicada. O humano inventa a morte, não éa invenção do processo biológico que hoje nós significamos como morte, mas como é que morte foi um conceito, ou quais foram os sentidos que foram atribuídos a morte ou como é que antigamente ou atualmente determinados tipos de comunidades atribuem sentidos diferentes a morte. 
 VÁRIOS TIPOS DE MORTE, MORTE CIVIL, ETC (46:15) Morte não é um conceito natural, mas sim um conceito cultural que foi elaborado por humanos para tentar significar e tentar compreender um determinado elemento que existe no mundo natural, um processo biológico, mas que nós só sabemos aquilo que nós mesmo colocamos no conceito. Historicamente colocamos sentidos distintos ao conceito morte. 
A experiência humana ela parte de uma relação do sujeito para com o mundo, e dessa relação vai sair uma certa experiência que só vai ser possível ser comunicada pela linguagem, linguagem não necessariamente a fala, mas forma de comunicação. 
  
PERCEPÇÃO DO MUNDO 
Como nós percebemos o mundo através dos sentidos, nós temos cinco, nós estamos percebendo o que está ocorrendo das formas mais diversas possíveis por que percepção é necessariamente individual. Cada um se relaciona com o externo ao corpo de uma forma distinta. A percepção mesmo sendo individual, só será possível que eu comunique como eu percebi através de uma leitura que passa por valores culturais, ou seja, coletivos. Mas deve-se ficar claro também, que nós não percebemos tudo das coisas, há uma série de coisas que fogem a possibilidade de percepção e compressão do humano, pela limitação dos sentidos (5 sentidos). N. fala "Se nós ´pudéssemos perceber o mundo pelo olhar de outro animal nós perceberíamos em torno de que gira o mundo de uma forma completamente distinta, mas não há de perguntamos qual das percepções é a correta, por que cada uma tem exatamente uma base, que é o limite daquele ser, ou daqueles grupos de seres. 
Se simplesmente não pudéssemos usar a linguagem, como é que poderíamos construir uma forma de comunicação? Não teria. Há que reconhecermos, há que termos consciência que o meu discurso, o enunciado que eu produzo, conceito que eu elaboro, não é a coisa, não me trás o x da coisa. Por que a coisa, o x, ou a coisa em si, o que nós sabemos sobre ela nasce de uma relação que o sujeito estabeleceu com ela, e que nessa relação ele a construiu, a inventou através de uma série de processos metafóricos. 
N. coloca como primeiro processo de metaforização a construção de uma imagem (abstrata) mental (diferente em cada uma das pessoas) que substitui a presença da coisa (é uma metáfora da coisa), posteriormente a construção de sons (abstratos) ao ouvir a palavra vem na mente a imagem, após os sons vêm palavras, sons organizados numa sequência maior, ar(som) + vo + re: ARVORE, não sabem apenas a palavra ou o símbolos gráficos, mas ligam a conceitos, conceitos enquanto a palavra  a partir do momento em que é significada, e que engloba uma série de coisas diferentes entre si, mas que nós igualamos o desigual para evocar um conceito que seja genérico que diferentemente da ideia platônica de que o conceito se refere a essência da coisa, aqui N. trabalha de baixo pra cima, nós construímos uma metaforizarão original, posteriormente nós pegaríamos a palavra que foi criada para aquela coisa e vamos comparativamente ampliar essa palavra a um conceito, nós significamos a palavras, a coisa, e nós ampliamos para igualar coisas semelhantes (não só fisicamente, mas funcionalmente) que são por natureza desigual. Isso é o que nos possibilita olhar para um monte de coisas diferentes (arvores) e dizer que elas todas são arvores. Mas isso não é por existir uma forma primordial de arvore, que nós por reminiscência identificamos que elas se referem a forma, mas isso é por que eu peguei o particular e generalizei. Igualam o desigual, por necessidade de controle e interesse em comunicar, manutenção da ordem que para N. estabelece o poder de quem manda, da instituição, do pastor, manter o rebanho unido. 
A ideia de que humano constrói em torno decerto conceitos para produzir uma certa ilusão de controle sobre o natural, isso é ilusória por que geralmente os conceitos não me dizem o que é a coisa, dizem meramente uma relação que foi estabelecida e passou por esse processo de metaforização. 
A principal revolução da pré-história, do neolítico, a revolução agrícola passou a possibilitar ao homem a ilusão de que dominava a natureza, tanto o mundo vegetal quanto no mundo animal. Em algumas religiões, é dado ao poder o poder de dominar o natural, é dado a ele o poder de nomear o natural ou outros bichos, a nomeação sendo um ato de poder.
Para N. tanto o mundo sensível quanto o mundo inteligível de Platão, há produção linguística, não se pode afirmar que existe valores universais por que justamente sempre há uma necessária relativização das coisas por que é a linguagem que nos possibilita, mas é a linguagem que nos incapacita. A LINGUAGEM FEZ A GENTE CHEGAR ATÉ AQUI, MAS ELA NÃO CONSEGUE DAR CONTA DO REAL.
A NEGAÇÃO DO CORPO NA PRODUÇÃO DE ENUNCIADOS (PLATÃO) E O LIMITE ÉTICO NA PRODUÇÃO DOS DISCURSOS
Diferentemente de Platão (dos mundos das ideias, da alegoria da caverna) que para conhecer a verdade o indivíduo tem que desvencilhar dos grilhões que o prendem a caverna, e conhecer a verdade que a verdade está lá fora (voltar para dentro da alma, por que é ela que está em contato direto com o mundo inteligível, lá existe a essência das coisas). O grilhão seria a experiência sensível, que é falho. Por nossos sentidos serem limitados. Nietzsche vai dizer que toda verdade nasce de uma relação corporal, necessariamente só podemos conhecer o mundo através do nosso corpo, ele valoriza muito a presença do corpo.
Para Platão para conhecer a verdade tinha que se desvencilhar dos grilhões que o prendem na caverna.Só que quem foi que inventou o conceito de verdade? Na democracia direta no período antigo Grego, o interessante era convencer o outro do meu enunciado, para conquistar os votos, para determinadas tipos de situações.
Os sofistas, eram aqueles que se propunham a ensinar aos outros a arte da persuasão (retórica), para persuadir não é preciso necessariamente estar falando a verdade, eu convenço o outro utilizando retoricamente argumentos que façam com que essa pessoa ache que eu estou correto. Os sofistas, eram aqueles que se propunham a ensinar aos outros a arte de convencer as pessoas, e eu posso convencer as pessoas as coisas mais diversas possíveis, utilizando de uma série de argumentos. Exemplo: volta da escravidão, direitos dos homossexuais, direitos das mulheres.
Quando não se coloca um limite para a produção do discurso, o discurso pode tentar convencer o outro das coisas mais estapafúrdias possíveis. Os sofistas não estavam preocupados, não estavam limitados, na sua produção discursiva. Os discursos se materializam a partir do momento em que eles orientam práticas.
Por exemplo: Se eu sou convencido por alguém de que relação homo afetiva é pecado, então a minha prática para com esta relação será diferente de um outro tipo de discurso que me convença diferentemente disso.
Ou seja, os filósofos vão dizer: “o discurso é perigoso por que ele orienta práticas então há de haver um limite ético para o discurso, esse limite é a verdade (conceito) ”. A VERDADE É O LIMITE ÉTICO DA PRODUÇÃO DO DISCURSO. A partir daí os sofistas têm que se orientar pelo verdadeiro, não pode mais fazer discursos a torto e a direita. E esse verdadeiro é uma forma de minar o poder do discurso. Aí eles vão tentar identificar como chegar a verdade. Os pré-socráticos com natureza, o fogo etc. e o problema deles para Platão é que eles procuraram essa verdade na natureza física, a phisys, e essa verdade está fora, por que a natureza física me chega através do corpo, e o corpo me dá impressões meramente subjetivas, percepções que são falhas, por que o corpo não consegue sair do mundo sensível. Daí por que ele evoca a necessidade de voltar para dentro da alma para reconhecer as essências e esse conhecimentoda verdade deve ser aplicado no governo da polis. (Rei – filósofo) a sociedade tem que ser regida por aqueles que conhecem a verdade, por que ao conhecerem a verdade eles poderão aplicar, pragmaticamente, na condução da sociedade esses valores essenciais. Independente se o povo ache bom ou ruim. Mas o rei filosofo é aquele que tem o conhecimento da verdade e a aplica para o bem do povo mesmo que não seja compreendida enquanto tal. Estar do lado da verdade ele detêm a legitimidade essencial de governar. 
A VERDADE 
Para Nietzsche cada filósofo chega aos seus próprios enunciados e que nenhum filósofo chegou mais próximo da verdade, porque eles apenas fizeram metalinguagem, discutiram aquilo que eles próprios já haviam produzido, a partir do contato com outros filósofos, mas nenhum chegou mais próximo e nenhum chegou mais longe. O grande problema que ele observa na tradição filosófica ocidental é que quando Platão estabelece que existe o absoluto e será seguido de outros que dirão que também existe o absoluto, sejam pagãos ou seja cristãos, já que essa ideia vai ser traduzida no cristianismo através da questão de que a verdade está em Deus, então eu me submeto para poder conhecer, estar mais próximo do absoluto, então filosofia antiga, filosofia medieval de base cristã, modernidade ao tentar exorcizar os elementos religiosos e colocar acima de tudo a centralidade numa suposta metafísica chamada “razão” eles trabalharão com a ideia de que existe o absoluto e ele é possível de ser atingido. Seja por uma atitude racional filosófica da antiguidade, seja por uma submissão ao religioso no medievo, seja pela utilização de uma técnica cientifica racional na modernidade. Nietzsche vai dizer que nenhum deles chegou mais próximo da verdade, por que até o mundo inteligível platônico é um produto da linguagem, por que Platão inventou o mundo inteligível. Platão ao diferenciar os mundos, mundo sensível e mundo inteligível, isso ele está produzindo pela linguagem. Estar dando a comunicar, então tanto o mundo sensível quanto o mundo inteligível do Platão sobre a visão de Nietzsche não ultrapassaram o mundo da linguagem, ambos foram produtos da linguagem. 
O problema dos outros filósofos para N. é eles não perceberem o quão limitado é a produção dos seus próprios enunciados, por que são sempre através da linguagem, e na base de todo conceito existe uma relação que é produzida pelo corpo, na base de todo conceito existe uma metáfora inicial que se dá de uma percepção corporal da realidade (no sentido usual da coisa) da natureza. E a partir dessa percepção que começamos a atribuir nomes, sentido, significados e a construir através de uma série de andares diferenciados um edifício de conceitos, que vai fazer com que a nossa experiência seja significada, mas essa significação é demasiadamente humana e não ultrapassa a experiência humana. 
A VERDADE SEM CONSEQUÊNCIAS 
A verdade sem consequências (o x da coisa, a verdade da coisa em si) para N. isso para nós é incognoscível, a gente nunca vai chegar por que a gente só tem uma relação com o mundo, uma experiência com o mundo, através da linguagem. Ele diz a “verdade sem consequências” como referente a essencialidade, ou x da coisa, ou a coisa em si, para N. EXEMPLO DO GATO como uma forma de nós fazermos de nos comunicar e apenas entre nós, a gente atribui a eles (os gatos) um determinado nome, sentidos, funcionalidade, como forma inclusive de achar que nós tenhamos controle sobre eles, por que nós achamos que conhecemos a coisa. Achamos que temos certeza que aquilo é um gato, de que um gato é um animal, tem quatro patas, tem uma calda, todos os processos que o envolvem nós significamos a partir de nossa experiência para de certa maneira achar que nós conhecemos aquele elemento (gato), por que o não conhecimento ou o caos geraria uma incerteza e nos jogaria no que é a realidade trágica da condição humana. “Nada sabemos”. É justamente para evitar ou para negar o real, a nossa condição trágica, que nós inventamos ao longo da história vários ideais, por exemplo inventamos em um determinado momento que nós havíamos sido feitos a imagem e semelhança de uma entidade extremamente poderosa que tinha feito tudo isso apenas para que nós tivéssemos governado. Acreditávamos até determinado momento que todo o universo girava em torno na terra porque nós habitamos a terra, então nós centralizamos. Então veio de aqueles que negavam tudo isso. Essa série de idealizações que criamos e que fomos perdendo ao longo da experiência histórica que nos colocava do centro do universo. Nós não somos nada, se o planeta congelar e esses animais que inventaram o conhecimento e o colocaram no centro do universo como se fosse a coisa mais esplendida de toda a história, se esse planeta congela e nos morremos, o planeta vai continuar aí, o universo vai continuar aí, e onde é que está toda aquela importância que atribuímos a nós? Se nós conseguíssemos nos colocar na mente dos demais animais talvez eles também achem que o universo todo gira ou foi produzido apenas para eles. Nós achamos isso. N. coloca que todo conhecimento ou todo enunciado necessariamente provem de uma relação humana, portanto até mesmo as nossas idealizações são produtos humanos que recebem valores humanos daí por que a própria religião é antropomórfica, ao longo da experiência histórica as religiões criaram deuses que eram reflexos dos valores dessas culturas, ex. deuses egípcios, greco-romanos, Deus do antigo testamento, e Deus do novo testamento. Para N. o homem cria deus a sua imagem e semelhança, e não o inverso. Para N. nós criamos os deuses como forma de dar um determinado sentindo a nossa existência, esse sentido a nossa existência nos colocando enquanto prediletos do criador é uma forma de negar o mundo real, o real que é que nós para o universo nós somos “agulha”, nós somos determinados animais que inventaram historicamente em tempos distintos formas de fazer com que nós ainda estivéssemos no patamar superior aos demais, mas não estamos. Dependendo de um referencial, se nós nos consideramos superior por causa do intelecto, mas o que é esse intelecto para o resto da natureza, se não uma forma que nós utilizamos para nos manter vivos e de que esse intelecto que produziu toda a experiência humana através da significação, através da criação de conceitos, através de edifício de conceitos, que orienta praticas, que orienta comportamentos, que faz com que nós obedeçamos aos mesmos mestres, que faz com nós sejamos portanto previsíveis, porque a ordem se dá pela previsibilidade dos comportamentos e não é interessante possibilitar a não previsibilidade por que isso decorre a desordem, a desordem não é interessante para os que mantem a liderança do grupo, o rebanho tem que ficar convencido dos enunciados que o pastor coloca para eles justamente por que ele espera que a liderança do pastor não seja algo de questionamento, portanto servimos de forma voluntária, muitas vezes inclusive acreditando que isso é o melhor para nós. 
No sentido N. a verdade aprisiona, a mentira liberta.
A VERDADE DO REBANHO 
A verdade é a verdade do rebanho (NOELI) A verdade enquanto verdade do rebanho não quer dizer que os enunciados considerados verdade foram impostos pelo rebanho, a verdade enquanto verdade do rebanho é aquele enunciado que consegue manter o rebanho unido. Não necessariamente com fins pacíficos. A verdade enquanto verdade do rebanho é aquele enunciado que é posto ao rebanho e que se coloca que esse rebanho deve seguir, por que mantem o controle, uma ordem imposta do pastor para o rebanho. 
METÁFORA DAS OVELHAS
 “OVELHAS AO FUGIR AO GRUPO ESTÃO DO LADO DA MENTIRA, O PASTOR QUE COMANDA O REBANHO, É ELE QUE ESTABELECE O QUE É VERDADE PARA O REBANHO, QUE ELATABELECE A ORDEM QUE O REBANHO DEVE SEGUIR. E QUE AO A OVELHA SE DESGARRAR VAI, PUXA A OVELHA DE VOLTA, AINDA QUE PRECISE APLICAR PUNIÇÃO A OVELHA. ”
HUMANIZAÇÃO DO NÃO HUMANO
[...] SOBRE O AMAR DOS ANIMAIS, CACHORROS E GATOS [...]
A nossa relação com aquilo que não é humano, em muitopassa por uma humanização dele. Nós olhamos para aquilo que não compreendemos e atribuímos a isso as nossas próprias experiências, na experiência humana nós construímos determinados conceitos denominados dor, fome, tristeza, alegria, depressão, morte. Na nossa experiência nos construímos esses conceitos, conceitos que simplificam coisas que só possuem sentidos quando comunicadas numa experiência coletiva, quando significadas e essas significação ela passa necessariamente por uma reflexão que o humano faz naquilo que não é humano por interesse, por necessidade ou por tédio. N. inclusive coloca que o humano tenha feito uma série de coisas por tedio. Por interesse em saber primeiro dominar o mundo ao seu redor, por necessidade talvez de compreender como é que as coisas funcionam, e saber prever para estabelecer uma determinada ordem. Essa ordem é aquilo me possibilita construir inclusive determinadas concepções de tempo, já que para N. o pensamento focado nessa onda, vivemos e só sabemos que existe o presente, passado é re (...) 00:13:45e o futuro é projeção. O que existe é o presente. 
Para N., portanto a relação que o humano estabeleceu com o mundo ao seu redor, que é aquele mundo que não passa pela criação material humana, mas aquele universo que já estava aí, e que nele animais astuciosos inventaram o conhecimento, a partir do uso do intelecto inventaram o conhecimento, e a partir desse conhecimento começaram a atribuir nomes, sentidos, significados as coisas que ao seu redor. Em muito pela necessidade, pelo interesse ou pelo tédio. Acima de tudo pelo interesse do humano de saber ou de construir um determinado sentindo para si e necessariamente esse sentido para si passou por uma evocação, por uma nomeação e uma significação daquilo que propriamente sequer humano era. Portanto quando nós olhamos para os bichos e dizemos que eles sentem alguma coisa, dor, amor tristeza, etc. nós estamos atribuindo a eles sentidos e conceitos que são humanos, demasiadamente humanos e apenas humanos. Não podemos saber o que exatamente eles sentem. Mas podemos afirmar que eles não sentem. Uma vez que sentir, é um conceito humano, e por que estaria assim afirmando que esses conceitos são absolutos, universais e naturais. Por que nós nos comunicamos numa linguagem humanamente elaborada e que necessariamente existe apenas para o humano. Amor é uma experiência humana. Não negando que no mundo não humano, exista determinados tipos de “sentimento”. Fome é um conceito humano, é um conceito que nós elaboramos para significar uma determinada relação que estabelecemos ser natural, ser orgânica. Quando afirmamos que o que não humano não sente fome, por exemplo, justamente é a consciência de que fome é exclusivamente uma prática humana, ou uma experiência humana. Até o uso de conceitos como necessidade biológica, é um conceito elaborado pelos humanos. Entre a experiência que é humana e a experiência não-humana não há possibilidade de comunicação. Nós só sabemos aquilo que nós inventamos, conceituamos, significamos e enunciamos.
É com a necessidade de compreender minimamente como é que eu posso agir diante de uma determinada situação do não humano, que eu atribuo a ele sentimentos. Quando na verdade sentimentos são designações de experiência humana. Quando eu comparo uma experiência humana a uma experiência não humana para dizer que o cachorro está com fome é por que eu quero que aquela ação seja identificada por mim, seja comunicada a mim e eu saiba como agir, se eu acho que saiba que aquele comportamento é de estar com fome então o resultado esperado é dar comida para ele, se não ele morre, só que todas essas enunciações são linguagem. Não é negando o real nele, não é dizendo que o cachorro não possa sentir algo que na nossa experiência humana nós denominamos de amor. Mas não se pode saber o que é. Não se está negando a materialidade das coisas, mas o que se está questionando é como é que para nós humanos é possível conhecer a coisa, senão por meio de uma linguagem, por meio de uma aplicação de uma lógica linguística a ela.
A partir de um certo momento o humano produziu para se referir a uma determinada a uma necessidade, em que aquelas percepções iniciais elas se transformaram em conceito, nós significamos aqueles conceitos e passamos a ler aquilo que não é humano, que é para quem o conceito foi produzido, atribuindo a ele uma experiência humana. 
Os deuses são reflexos de uma experiência humana, nós construímos as divindades atribuindo a elas valores humanos. Michel de Certou (jesuíta, acreditava na divindade) ele acredita em Deus, mas dizia que nada que nós conheçamos sobre Deus realmente é a verdade de Deus, por que toda nossa experiência com o divino ela é transpassada por valores culturais que são relativos a tempo e a espaço. Ele vai dizer que "eu acredito na existência da divindade, mas eu tenho consciência que tudo o que falamos sobre ela, falamos a partir dos nossos valores, por isso que construímos deuses para nos relacionarmos com as divindades que não conseguem ultrapassar os valores humanos, porque a divindade é tão acima da capacidade de compreensão do humano que a verdade sobre o divino não pode jamais ser experiente humano (...) (31:25).
N. vai dizer, uma coisa é afirmar a existência material fora do plano humano de algo, aquilo que nós conceituamos de mundo da natureza ou universo, aquilo que está fora do humano não é compreensivo ao o humano, é incognoscível ao humano, por que a nossa experiência ela se dá através de uma relação que é sensível, toda verdade começa originalmente com uma percepção sensorial. No início de toda constituição de enunciado está uma relação que é corporal, o humano só consegue se relacionar com o mundo através dos sentidos. 
Para N. não há de se questionar sobre a existência ou não de um deus enquanto uma entidade fora da produção humana, por que se ela realmente existir ela é inalcançável ao humano por que o limite do humano é a linguagem. Só podemos compreender as coisas que estão superficializadas por meio da linguagem. Não tem como afirmar se sim ou se não, para o mundo que está fora do humano. Para o mundo humano, os deuses existem, eles foram inventados, no momento que eu crio um conceito atribuo a esse conceito sentidos, atribuo a esse conceito uma forma, uma imagem que me recorda ou que me traz a experiência de uma determinada coisa, no momento que eu crio uma imagem, no momento que eu uso sons para exprimir a imagem que está na minha cabeça. No momento que eu consolido em uma determinada palavra símbolos, conceitos, sentidos e enunciados, no momento que eu produzo isso eu crio uma experiência, ela vai conduzir práticas. Por exemplo, deus é eterno (é um enunciado que possui dois conceitos deus e eterno).
Qual é o grande perigo da produção ilimitada dos discursos? Lá na época dos sofistas, por que os discursos eles não ficam meramente na oratória, no momento que eu acredito que essa coisa inventada é real, ela se torna real para quem acredita.  Nós conduzimos nossas práticas cotidianamente a partir de certas crenças, religiosa, etc.
No momento que a coisa inventada ela passa a ter uma materialidade na condução do comportamento das pessoas, no momento que ela é inventada e ela está na base da constituição desse comportamento, ela existe, ela é real, por que ela induz práticas que são reais. a realidade humanamente elaborada está atrelada aos andares do edifício de conceito que nós produzimos, se determinado edifício coloca uma verdade sobre a existência de um determinado ser ou uma não-verdade sobre a existência de um determinado ser os andares que são construídos a partir desses enunciados também serão alterados.
EXEMPLO DA IDADE DA TERRA NO SÉCULO XIX. (37:53) O envelhecimento rápido da terra, um dos andares do edifício conceitual foi derrubado e outro foi construído no lugar, o andar do criacionismo deixou de ser a verdade cientifica e todo aquele conhecimento que foi produzido com a certeza de que o criacionismo era verdade, deixou de ser válido para ser válidooutros andares com a certeza de que a evolução é a verdade. O que de fato é a verdade, não sabemos. Por que a nossa realidade ela é historicamente elaborada, e nossa realidade depende dos andares, dos conceitos, dos enunciados e que histórica e localmente são estabelecidos quanto verdadeiros. 
Quando afirmar, a partir da interpretação de Nietzsche, que o não humano não sente aquilo que nós sentimos, não está negando a materialidade de determinados tipos de processos biológicos, fisiológicos, que na nossa experiência nós denominamos morte, saudade, depressão. Quando nós atribuímos esses valores ao que não é humano, nós estamos simplesmente jogando o nosso ou transformando o outro no nosso. Nós estamos produzindo uma realidade que é sobretudo reflexo do valor cultural do humano, produzindo um mundo antropomórfico. A necessidade de compreender o que é o x da coisa, a verdade sem consequências, é inalcançável; mas é preciso ter consciência dessa limitação de não conhecer o que não é humano. 
PROCESSO DA LINGUAGEM
O momento inicial (NÃO EXISTE, SUJEITO SEM CONTATO COM O MUNDO), metaforização original. Sujeito relaciona-se com a coisa (x da coisa, a coisa em si, verdade sem consequências) ao percebe-la. N. vai trabalhar a criação das primeiras metáforas, trabalhar no mundo onde ainda não há os conceitos, os primeiros sujeitos ao entrarem em contato com a coisa, ao estabelecerem uma relação sensorial com a coisa.
 A coisa, portanto, chegou aos sentidos, foi percebida. Só que essa percepção ela vai ser lida através dos valores culturais, toda percepção é individual, lida e significada pelos sujeitos pelos valores que lhe formam. Nos primeiros sujeitos, não há valores culturais, é meramente a percepção desse sujeito ao entrar em contato com a coisa que passa a elaborar a imagem mental, abstrata, não é a coisa, mas é algo que se equipara a coisa, portanto uma metáfora. 
Da imagem mental -> sons (abstratos), esses sons passam a ser articulados em determinadas sequencias para formar palavras mais complexas. 
Palavras, ainda que são tanto as tomadas enquanto essa articulação nova ou essa nova distribuição de sons quanto também os próprios símbolos gráficos que representam. (Que comunicam para aqueles que dominam o código linguístico). Se ficar somente na percepção individual não há comunicação. Dominando o código, ao perceber o símbolo estabelece-se uma relação com a coisa que faz com que esses valores (os conceitos formados no individuo) identifiquem uma imagem, sons, palavras, conceitos. 
(A pedra de roseta foi algo que vinculava o alfabeto egípcio ao alfabeto grego e o alfabeto latim, tradução dos símbolos, possibilitou compreender a mensagem que estava ali). Na natureza não se acha símbolos, nem sons que nós produzimos na cultura humana (exemplo da arvore, e do desenho da arvore) ou seja a imagem, os sons, as palavras, os conceitos não são propriamente naturais, não são culturais. A relação é construída. Daí por que a gente domina código, fala a partir de conceitos, elabora enunciados com a vinculação de uma série de conceitos que são preexistentes ao próprio enunciado.  
PONTO DE RUPTURA QUE N. FAZ DIANTE DO TEXTO. Entre a metaforização original e a produção racional da experiência humana. N. vai dizer que o conceito ele nasce a partir do momento em que as metáforas originais produzidas a partir dessa relação, elas foram produzidas para uma experiência propriamente. Apenas uma experiência, aquela metáfora original, ou seja, a palavra que foi produzida, foi produzida para significar aquilo. Após estabelecer o que é (cadeira), eu amplio a noção dessa metáfora original e começa a determinar todas as coisas formas de cadeiras. Passa a atribuir a metáfora original a todas as formas que eu ache que se assemelha a cadeira (semelhança de sentido). Pega uma palavra particular e amplio a noção, e ao ampliar a noção eu estou igualando sobre uma mesma palavra uma pluralidade de coisas que são diferentes entre si. EXEMPLO DA CADEIRA (PRESSUPONDO QUE SEJA ALGO DA NATUREZA).
O conceito, portanto, ele nasce da ampliação da metáfora original com a perda de sua relação original, ou seja, a metáfora ela é ampliada de forma tal que ela simplesmente não se liga mais aquela experiência única. (NO TEXTO, EM RELAÇÃO A MOEDA). Joga-se dentro desses conceitos significados, e ao significar, portanto uma experiência generaliza-se essa experiência para abarcar ou para igualar aquilo que é desigual. Dessa forma, a passagem da palavra para o conceito (conceito é palavra ampliada e significada é o sentido que socialmente vai girar em torno da palavra). A junção de conceitos em uma enunciação, enunciados (DISCURSOS falar Foucalt). Eu distribuo conceitos em uma enunciação que pode vir a se tornar verdadeira ou não.
Para N. existe um conceito de vida, mas a vida necessariamente em diferentes culturas é considerada exista, por exemplo para determinadas culturas que consideram que a vida não vale mais a pena por ter recebido sangue, a vinculação que existia entre o sujeito e sua divindade é afetada, mesmo vivo biologicamente, mas não está vivo "mentalmente" "religiosamente". O conceito de morte, exílio é uma espécie de morte, morte civil. Foram palavras que tiveram seus conceitos ampliado, sentidos que giram em torno de experiência distinta. 
Para N. o conceito vai ser uma forma de negar a percepção original, que a percepção original ela pode produzir uma palavra, uma metáfora, para aquele caso especifico, para aquela coisa, o conceito vai nascer quando pelo uso do intelecto do homem ele pega esta metáfora amplia a noção que gira em torno dela. Essa ampliação vai sofrer sentidos, o conceito vai necessariamente ser significado para a gente poder compreender o porquê de a metáfora original ter perdido seu sentido e ter adquirido um outro sentido, para nossa experiência. Como nós já nascemos dentro de um seio cultural, nossa percepção do mundo já vai ser orientada pelos valores que nos foram formados. 
Até o momento que os enunciados são produzidos ainda não enunciados particulares apesar dessas características coletivas, mas o enunciado é meu, quem produz o enunciado é particular. Eu que estou dizendo. Agora do enunciado para a verdade, a verdade não é individual. Por que até mesmo quando recebo conceitos dentro de um campo coletivo a maneira que eu vou articular esses conceitos num enunciado é uma maneira particular. 
LEGITIMAÇÃO DA VERDADE
Agora quem estabelece a possibilidade de este enunciado vir a se tornar uma verdade? Ele se torna uma verdade a partir de uma legitimação, e quem é que é legitimo para dizer o que é verdade e o que não é verdade? Para N. o pastor. Para F. os grupos de poder, que estabelecem o que é válido chamariam de verdade, e o que não é válido chamariam de mentira. Eles estabelecem o que é valido e passam para o rebanho para manter o rebanho coeso, por que a manutenção da coesão e da ordem do rebanho serve não para o rebanho mas para quem o lidera. F. diz para o que estão ouvindo sua palestra - " Vocês que podem me acusar de olhar para o texto de N. e ver relação de poder em tu, de que tudo é atravessado de relação de poder. F. considera que relação de poder existe em todas as relações sociais." 
A maneira que eu enuncio as conclusões sobre o texto, é minha. Se esses enunciador serão ou não serão validados enquanto verdadeiros, aí é a condição histórica ou temporal e local de quem naquele momento e naquele grupo detêm a autoridade de dizer o que é valido e o que não é valido. Se para aquele grupo determinado enunciado, individualmente, eu produza, se para aquele grupo aquele enunciado for válido para a manutenção da ordem e do poder dele, então ele vai legitimar. E aí ao ser legitimado por um grupo o enunciado deixa de ser individual e passa a ser coletivo, por que vai ser passado para o rebanho e no rebanho vai ser evocada a adesão. E se o enunciado não for legitimado vai para o campo do mentiroso. Por exemplo Galileu, posteriormente validado seu enunciado.  
HOMEM RACIONALX HOMEM INTUITIVO
O homem racional no texto de N. é aquele que segue as verdades do rebanho ou seja, verdade que são lançadas ao rebanho para seguir. Agora o homem racional, é aquele que recebe a verdade já pronto e apenas segue de acordo com ela. É como "a verdade vos libertará" para N. a verdade não liberta, a verdade aprisiona. Por que afinal de contas o que é a verdade, são as os enunciados validados por um grupo para manter o seu poder, ou seja, o que é a verdade senão uma disputa política de dizer quem é que detêm ou quais os enunciados que são interessantes a um grupo e quais os enunciados que são interessantes a outro grupo. Essa disputa quem tem a possibilidade, a capacidade ou o poder naquele momento de estabelecer os seus enunciados enquanto verdadeiros. Portanto, eu enquanto homem racional ao me guiar de acordo com o que é verdade, naquele momento histórico, eu estou simplesmente reproduzindo os enunciados que foram validados por um grupo de desejam deter o poder. O que que liberta? A mentira. Agora a mentira, agora negar simplesmente reproduzir as verdades impostas de cima para baixo pode me libertar do rebanho, mas me excluí. Nós temos mais medo dos efeitos nocivos daqueles que não acompanham o rebanho. A ovelha desgarrada ao se distanciar pode desgarrar pode desgarrar outras ovelhas, ao desgarrar outras ovelhas aquela suposta ordem que o pastor tanto indica que é necessária ela pode vir a se desconstruir. No momento em que ela se desconstitui as ovelhas não são mais previsíveis do que elas farão.
 
A verdade pode a vir a se tornar uma verdade natural. Nós recebemos uma série de metáforas (não originais) que perderam seu valor, nós recebemos essas verdades prontas e muitas vezes nós somos educados ou adestrados a crer que esta verdade ela não é um estabelecimento de um grupo de poder para manter o seu poder diante de um controle social que vem de enunciados que eles acham válidos para eles, que vem de conceitos que foram significados em um determinado momento a partir de todo esse processo mas a primeira constituição deles vem de uma relação subjetiva, a gente simplesmente recebe a (isto) coisa e liga direto a verdade natural (isto). 
É interessante ao grupo que mantem o poder apagar os vestígios de sua constituição histórica, é interessante grupo de poder ancestralizar verdades por que o quanto mais eu acredito que um determinado enunciado é longínquo, não é recente. EXEMPLO DO ESTADO SÉCULO XVI (como forma de incapacitar sua crítica). Eu naturalizo a verdade o quão mais ancestral ela me pareça e me seja vendida. EXEMPLO DO DIREITO ROMANO COMO ANCESTRAL DO DIREITO CIVIL. Quanto mais eu ancestralizo o presente, maior vai ser a incapacidade de compreender as articulações políticas que constituíram e validaram as nossas verdades, eu acabo sendo recheado de verdades inquestionáveis, essas verdades que foram construídas historicamente a partir de interesses de certos grupos elas me são passadas como se fosse verdades naturais. EXEMPLO DO CONCEITO DE FAMÍLIA - EM ROMA, DE FAMÍLIA BURGUESA, SÉC XVIII. 
A partir de determinado momento ser ciência começa a estabelecer um poder sobre os sujeitos, as ciências humanas são levadas a categorias de ciência a partir do século XIX, por que no século XIX as únicas ciências que existiam eram as naturais, ai essas outras querem ter os privilégios, querem ter o poder de autoridade do discurso, também pra elas. Ao ser reconhecido enquanto cientista, eu vou ter um poder maior sobre a sociedade, aí elas têm que se adequar a um modelo, ao chamado paradigma científico das ciências naturais. E não conseguiram, um dos elementos do paradigma científico das ciências naturais é a repetição do evento. 
Como é que simplesmente o paradigma cientifico anterior que fundava uma certeza em um enunciado da ciência, dentre outras coisas a partir de certas mitologias. Por que o enunciado cientifico me dá uma certeza, por que simplesmente o enunciado cientifico foi produzido por um sujeito que é neutro.  APAGA A RELAÇÃO NO QUADRO. Não é uma relação, é uma descrição. O sujeito apenas descreve a coisa, a historiografia vai dizer "para ser ciência eu tenho que meramente me debruçar sobre objeto e descreve-lo" aí por que os historiados positivistas do século XIX diziam "o historiador não deve jogar seu valor sobre a coisa, por que ele tem que se ater a descrever a coisa a partir do contato que ele tem com a fonte, que é a fonte documental" por que eu não tenho enquanto historiador não tenho contato com a coisa em si, o passado nem existe mais. Eu tenho contato da maneira como a coisa ficou registrada em documento, e aí a coisa para o historiador vai ser o documento. E ai qual é o papel do historiador positivista do século XIX se debruçar sobre a coisa e apenas descreve-la, tal qual ciências duras se debruçam sobre a experiência para apenas descrever os resultados e produzir verdades objetivas, daí porque N. do século XIX vai dizer "essas certezas que nós temos, elas simplesmente são falhas, por que a própria forma com a qual nós nos debruçamos sobre o objeto é uma relação subjetiva e a comunicação vai se dá pela linguagem, e a linguagem é incapaz de traduzir o ser das coisas" até por que se a nossa linguagem fosse capaz de traduzir a essência da coisa, a verdade sem consequência, então não haveria tantas formas distintas, tantos códigos linguísticos, que inclusive em muito atrapalham nossa mente. 
VERDADE SEM CONSEQUÊNCIAS: Por que para N. a verdade é uma disputa política, a verdade sem consequências seria justamente o x da coisa, a coisa em si, a verdade que não tivesse como consequência a manutenção daquele poder, que para ele não existe, para ele não existe nenhuma verdade que não garanta aquilo ali. Por que toda verdade tá a partir de uma enunciação da legitimação por grupos que querem se manter no poder.
A gente recebe essas verdades, e o passado sobre essas verdades, os interesses que constituíram essas verdades eles são apagados. O que nos é levado a crer que esta verdade, ela simplesmente não tenha sido um produto de um longo processo que parte de uma percepção, mas que essa verdade me traga exatamente isto (a coisa em si) vincula uma a outra. E é a verdade pela a ação do tempo e do esquecimento (do processo no quadro), e é a verdade tomada como verdade natural, mas que na verdade seria naturalizada. 
Testar quais verdades está mais próxima da verdade é uma falsa questão. Para N. o mais próximo do que seria uma relação natural com as coisas que existem seria aquela que não passa por essa racionalização (quadro) fica apenas na percepção, o homem intuitivo. Ou seja, a intuição, ela poderia de certa maneira nos aproximar mais do que seria a nossa natureza. Só que a gente não conhece, mas a relação de intuição, a relação de percepção que eu tenho com a coisa, ela de certa maneira está mais próxima, das metáforas iniciais do que efetivamente estas que foram construídas em torno de enunciados anteriores validados para justamente produzir o edifício de conceitos. Se a vontade de verdade ou se a crença de que a verdade existe e nós devemos deseja-la a verdade foi historicamente produzida.
[...] EXEMPLO DA GOTA DE SANGUE: O sangue não fala. O sujeito percebe a coisa (sangue) e com base nos conceitos que formam o indivíduo, começa a vincular uma serie de conceitos que já existe na experiência do indivíduo. Eu posso chegar a verdade através do técnico-cientifico (pensamento atual), vão se esquecer que os instrumentos na verdade forma produzidos em determinados momentos justamente como extensão do próprio sentido da própria percepção humana ou seja eles também estão limitados temporalmente, também estão limitados tecnicamente, mas a única diferença entre um e outro é o parâmetro da linguagem a partir do qual eles falam, nenhum nem outro nem outro se aproximou da coisa em si. Para N. o homem racional, que é aquele que simplesmente segue a verdade que lhe imposta, e simplesmente não consegue perceber que se toda verdade é relativa a tempo, a espaço e a interessesdo grupo que a evoca, então esta verdade ela não é natural, definitiva, essa verdade ela pode ser reelaborada e essa reelaboração pode se constituir através de uma nova percepção da coisa, que vai me possibilitar produzir novos enunciados. 
Para N. o apelo a intuição ou o não esquecimento de que nós somos animais que percebem o mundo e no momento em que nós apenas recebemos verdades dessa forma nós estamos castrando a nossa própria percepção, que até a percepção que nós temos do mundo pode se diferenciar daquela que foi estabelecida anteriormente (a evocação de uma verdade fora do próprio corpo), para N. o homem intuitivo é aquele que não esquece que toda sua relação com a natureza se dá pelo corpo, é aquele que possibilita que nova relações com as coisas possam ser estabelecidas independente das verdades válidas naquele tempo e espaço.
 N. -> O homem que é racional ele é completamente não intuitivo, ele tenta simplesmente abafar sua intuição para ouvir apenas o enunciados já validados, então ele tá podando a vida para viver em função do que é imposto de forma dogmática, o homem intuitivo por outro lado é aquele que não aí pra verdade, é aquele que está o tempo todo reelaborando sua experiência sensorial com a coisa, o grande problema é que se eu estou o tempo todo reelaborando uma experiência sensorial eu não vou conseguir comunica-la, é o doido, aquele que está fora do campo de verdadeiro. 
N. aconselha se a vida se dar no presente pela percepção e se toda filosofia de N. gira em torno de uma exaltação a vida e a acima de tudo de uma valorização da potência que vem dessa própria vida, negar a vida e negar a intuição é negar, portanto essa potência. Que o humano possa valorar a potência, mas saber que não pode ser o tempo todo "metamorfose ambulante" (Raul) ele tem para poder fazer com que sua nova relação possa ser ouvida e ele não ser excluído, que ele possibilite a potência a sua vida, mas que passe a possibilitação de a própria comunicação para outrem, e aí uma saída é a arte.
Por que o homem meramente intuitivo é o louco que vai ser isolado, o homem racional é aquele que não vive, apenas sobrevive seguindo os enunciados impostos para si, por meio da arte, para N., o homem pode reelaborar essas suas impressões e comunica-la fora do campo do meramente impositivo enquanto verdade.
A ARTE
A arte, entretanto, não é apenas artes de grandeza (escultura, etc) de primeira configuração, mas própria relação que o humano tem inicialmente com a própria produção das metáforas, é uma relação artística. Por que a arte é a transformação e o humano ao perceber o mundo natural e começar a nomeá-lo está transformando esse mundo, e o humano deixa de ser artístico quando ele simplesmente abafa sua intuição para seguir meramente aquilo já imposto.

Outros materiais