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PRECONCEITO LINGUÍSTICO

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Sabe-se que o Brasil é um país cujas formas de preconceito variam desde a questão racial até as questões linguísticas. Entretanto, ainda que seja tão recorrente como os demais, o preconceito linguístico é pouco discutido. Tal circunstância decorre devido à existência dos mais variados mitos presentes na sociedade brasileira abordados no livro “Preconceito Linguístico” de Marcos Bagno.
A primeira afirmação analisada pelo autor diz que “a língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. Evidentemente percebe-se que se trata de um mito, uma vez que seja pela extensão territorial que possui o Brasil ou pela má distribuição de renda no país, como menciona Bagno no livro, torna-se improvável uma homogeneidade na língua falada. No cotidiano, por exemplo, observam-se sulistas que acham a sua maneira de falar superior a de quem vive no norte do país bem como os moradores das capitais que se acham superiores aos do interior. 
Em outra análise, o segundo mito abordado por Marcos Bagno refere-se à temática de que “só em Portugal se fala bem o português”. Tal afirmativa se deve, principalmente, a ideia cultuada por brasileiros de que o padrão de vida e modo de falar estrangeiro é o “padrão ideal”. Dessa forma, além de desvalorizar, limita-se a diversidade que caracteriza nosso país. Portanto, assim como menciona o estudante Henrique Suguri em sua redação de vestibular, “o Brasil hoje não é europeu, africano, asiático, indígena. Nós somos a mistura exata de tudo isso, completamente diferentes das nossas origens, únicos”. E, por isso, devemos enaltecer todas as vertentes que compõe essa singularidade. Sobretudo, o nosso modo de falar.
Ainda nesse contexto, o terceiro mito diz que “o português é muito difícil”. Contrariando tal afirmativa, é comprovado, segundo Marcos Bagno, que todo falante nativo de uma língua sabe essa língua e qualquer criança entre 3 e 4 anos de idade domina perfeitamente as regras gramaticais da sua língua. Fica claro, nesse sentido, que as normas gramaticais ensinadas nas escolas brasileiras baseadas na norma gramatical de Portugal apenas fixam regras e conceitos que não significam nada para nós. Portanto, assim como exemplificado no livro “Preconceito Linguístico”, ainda que o professor mande o aluno copiar quinhentas mil vezes a frase: “assisti ao filme”, quando esse mesmo aluno puser o pé fora da sala de aula, ele vai dizer ao colega: “ainda não assisti o filme do Zorro!”.

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