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Conceito A inflamação é um processo essencial para a defesa do hospedeiro contra microrganismos, parasitas e resposta contra células lesionadas, fornecendo uma função de limpeza, acompanhada de reparação tecidual. Trata-se de uma resposta local do tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares, bem como por adaptações do tecido conjuntivo vizinho. E"mologia: lt. "inflamma&o" = incêndio gr. "phlogosis" = ["phlox" = fogo + "osis" = estado de...] Sinonímia: Inflamação ou Flogose (derivado de "flogís"co" que, em grego, significa "queimar"). Inflamação aguda Envolve predominantemente alterações nos vasos sanguíneos (que produzem aumento de fluxo sanguíneo e edema) e a"vação de neutrófilos. Algumas dessas alterações podem ser a"vadas em segundos e o restante em minutos ou horas. A maioria dessas respostas são imunes inatas não-‐dependente de células efetoras que produzem an"corpos. Inflamação crônica A inflamação crônica tem evolução de dias a semanas e costuma ser caracterizada pela presença de linfócitos, macrófagos e plasmócitos. É comum o fato da inflamação crônica co-‐exis"r e cooperar com os processos de reparo tecidual. Proliferação vascular, fibrose e necrose tecidual. Identificação Essas alterações dos componentes teciduais são resultantes de modificações que ocorrem nas células agredidas, passando a adquirir comportamentos diferentes: movimentos novos, alterações de forma e liberação de enzimas e de substâncias farmacológicas. Processo pós identificado A inflamação atua no sen"do de destruir, diluir e bloquear o agente agressor e também desencadear uma série de eventos que, na medida do possível, cicatriza e recons"tui o tecido lesado. Sinais fisiológicos da inflamação PERDA DE FUNÇÃO FISIOLÓGICA RUBOR CALOR TUMOR OU EDEMA DOR Estímulos intrínsecos Histamina (H1, H2 E H3) Formada nas granulações dos mastócitos e é liberada como resposta a diversos es8mulos (trauma:smos, reações imunes que envolvam a ligação de Ac (an:copos) aos mastócitos, etc. Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA) Metabolismo do AA segue 2 vias principais. Uma delas, a via da Ciclooxigenase, conduz à geração de prostaglandinas (PGE2, PGD2, PGF2, PGI2) e Tromboxana (TXA2) e a Via da Lipooxigenase cujos produtos principais são os leucotrienos LTB4, LTC4, LTD4 e LTE4. Fator de Agregação Plaquetária (PAF) É liberado por mastócitos e plaquetas, podendo também ser produzidos por outras células a:vadas. Efeitos: 1) es:mula a agregação plaquetária; 2) a:vação e degranulação de neutrófilos e eosinófilos; 3) a:vação de complemento; 4) es:mula síntese de prostaglandinas e LTC4; 5) es:mula produção de colagenases e outras proteínases que degradam a matriz extracelular, promovendo a destruição da car:lagem nas artrites inflamatórias; 6) é o mais potente quimiotá:co de eosinófilos conhecido; Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) Estímulos intrínsecos Óxido Nítrico reduz a agregação plaquetária; produzido pelos macrófagos, atua como radical livre sendo citotóxico para determinados micróbios e células tumorais. A produção descontrolada de NO pelos macrófagos no choque sép:co pode levar a uma vasodilatação periférica maciça e a choque. Mediadores Quimiotá"cos Quimiotaxia é locomoção orientada das células em direção a um gradiente de concentração de uma molécula quimiotá:ca, ou no caso, em direção ao local de inflamação ou resposta imune. Tanto substâncias exógenas (como produtos bacterianos) Com relação ao aspecto quimiotaxia, são os seguintes compostos os mais importantes: Citocinas: Interleucinas ou Quimiocinas -‐ IL-‐1, IL-‐8, Fator de Necrose Tumoral (TNFa e TNFb) são linfocinas TNFa foi descoberto em animais tratados com LPS induzindo a formação de necrose hemorrágica; é produzida predominantemente por macrófagos a:vados, enquanto TNFb é primariamente um produto de linfócitos T a:vado. TNFa e b se ligam aos mesmos receptores de membrana e tem efeitos semelhantes. A:vando linfócitos citotóxicos. Componentes do Complemento C5a é um poderoso agente quimiotá:co para neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) Estímulos intrínsecos Sistema de Coagulação O passo final da cascata de coagulação é a conversão do fibrinogênio em fibrina através da ação da trombina. Durante essa conversão são formados fibrinopep8deos, os quais induzem um aumento da permeabilidade vascular e da a:vidade quimiotá:ca leucocitária. Proteases Lisossomais Os neutrófilos e monócitos possuem grânulos lisossômicos que, quando liberados, podem contribuir para a resposta inflamatória. Os neutrófilos possuem em seus grânulos específicos, além de outras enzimas, proteínas ca:ônicas, hidrolases ácidas e algumas proteases neutras. Radicais livres derivados do oxigênio Os principais radicais são: o ânion superóxido, o peróxido de hidrogênio e o radical hidroxila. A liberação extracelular de baixos níveis desses potentes mediadores pode aumentar a expressão de quemoquinas (por exemplo, IL-‐8), citocinas e moléculas deadesão endotelial de leucócitos, amplificando a cascata que culmina na resposta inflamatória. Em níveis altos, a liberação desses potentes mediadores pode ser prejudicial ao próprio organismo. Eles estão envolvidos com as seguintes respostas: lesão endotelial, com conseqüente aumento da células. Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) Estímulos extrínsecos Bactérias intracelulares A caracterís:ca principal é a capacidade de sobreviver dentro dos macrófagos, tendo como exemplos o M. tuberculosis, o M. leprae e a L. monocitogenesis. Dentro dos macrófagos essas bactérias podem es:mular tanto as células TCD4+ através da expressão de an8geno associado ao MHC classe II, como também células TCD8+ através da expressão de an8genos associados a moléculas do MHC classe I. A a:vação de células TCD4+ leva à secreção de IFN-‐ g, que a:va os macrófagos levando à produção aumentada de óxido nítrico (NO) e destruição da bactéria. As células TCD8+ par:cipam do mecanismo de defesa através da citotoxicidade, destruindo os macrófagos infectados. Bactérias extracelulares (Endotoxinas) Lipopolissacarídeo (LPS) ou lipoglicano é uma molécula de grandes dimensões cons:tuída de um lípideo e um polissacarídeo (carboidrato) ligados por uma ligação covalente. LPS é um dos componentes principais da membrana exterior de bactérias Gram-‐nega:va. O LPS é uma endotoxina que provoca uma forte resposta por parte do sistema imunológico de animais saudáveis. Macrófagos, monócitos, células dendrí:cas e Linfócitos B que entram em contato com um LPS promovem resposta inflamatória, febre, vasodilatação (óxido nítrico) e secreção de PG. Entre as várias citocinas que par:cipam da defesa contra bactérias, tem sido dado destaque às citocinas pró-‐inflamatórias, como o TNF-‐a, IL-‐1 e IL-‐6. Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) Estímulos extrínsecos Resposta contra infecções virais Na fase inicial das infecções virais, o controle dessas infecções é feito pelos interferons :po I (IFN-‐a e IFN-‐b), pelos macrófagos e pelas células NK. Os interferons :po I são produzidos por células infectadas por vírus e, ao interagir com uma célula não infectada, têm a propriedade de protegê-‐la contra a infecção, além de colaborar com a resposta imune adapta:va. O IFN-‐g também atua contra as infecções virais mediante a a:vação dos macrófagos com destruição dos vírus e também das células NK (células citotóxicas naturais), as quais, pela liberação de granzima e perfurina, destroem as células infectadas. Adicionalmente, a IL-‐12 possui par:cipação importante na fase inicial, sendo produzida por macrófagos e outras células apresentadoras de an8genos, es:mulando as células NK a exercer citotoxicidade e a produzir mais IFN-‐g, que por sua vez aumenta o potencial microbicida dos macrófagos. Resposta contra infecções parasitária As principais doenças causadas por protozoários no homem são as leishmanioses, doença de Chagas, malária, toxoplasmose e amebíase. Os protozoários são agentes infecciosos intracelulares que habitualmente infectam o hospedeiro por longo período de tempo, em virtude de possuir mecanismos que lhes permitem escapar das agressões mediadas pelo sistema imune. In vitro as promas:gotas de Leishmania sejam altamente sensíveis ao complemento, as formas infectantes resistem a sua ação. O Tripanosoma cruzi, por sua vez, tem a propriedade de impedir a:vação do complemento, desde que se encubra com moléculas do hospedeiro como o fator acelerador da degradação (DAF). Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) Estímulos extrínsecos Resposta contra fungos O principal mecanismo de defesa contra fungos é desenvolvido pelos fagócitos, que os destroem por meio da produção de NO e de outros componentes secretados por essas células. Adicionalmente, há par:cipação de IFN-‐g, aumentando a função de neutrófilos e macrófagos, não havendo evidências de a:vidade citotóxica por células T CD8+. P Resposta contra agentes tóxicos Serão manifestadas, de acordo com o :po com as propriedades nsico-‐químicas do agente e do grau de exposição Gases e vapores tóxicos; Solventes; Venenos de origem biológica; Medicamentos; Drogas de abuso; Radiações; Metais; Estímulos que desencadeam o processo inflamatório (mediadores pró-inflamatórios) INFLAMAÇÃO Histamina Via do Óxido Nítrico Sistema Cinérgico Quimiocinas (IL-8) Citocinas (IL-1, TNF) Moléculas de Adesão (selectinas) Taquicininas (SP) Fator Ativador de Plaquetas (PAF) Sistema do Complemento Radicais Livres Fibrinopepeptídeos Fatores de Neutrófilos Fatores de Macrófagos MULTIMEDIADO Fosfolipídeos de Membrana Ácido Araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase (COX) I ou II PGG2 (primeira PG) Biossíntese dos Eicosanóides LTC4 e LTD4 LTB4 ↑ Permeabilidade Vascular Broncoconstrição Quimiotaxia LTA4 5-Lipoxigenase 5-HPETE TXA2 PGI2 (prostaciclina) PGE2 Vasodilatação Antiagregante Hiperalgesia Vasodilatação Hiperalgesia Febre Vasoconstrição Trombótico PGI2 sintetase TXA2 sintetase PGH2 (segunda PG) De acuado com o tipo especifico de tecido As alterações vasculares na inflamação aguda, estão baseadas na dor, rubor, calor e tumor. A partir dessas alterações, observa-se Alterações vasculares Aumento do fluxo do sanguíneo (vasodilataçãode vênulas e arteríolas) para o tecido afetado causando: Hiperemia (RUBOR), ! da liberação de calor para o tecido periférico (CALOR). Células néo- recrutadas Neutrófilos Eosinófilos Linfócitos Plaquetas Células detectoras de intrusos ou alterções teciduais Mastócitos Macrófagos Linfócitos* Fibrolastos Células de alarme Células endoteliais Células dendrí"cas Macrófagos Mastócitos A homeostasia de forças de pressão hidrostática e oncótica no plasma e tecido, mantem um equílibrio entre os líquidos intra e extra vasculares Edema ou tumor Aumento da pressão hidrostática nas arteríolas força um movimento da água do sangue para os tecidos. O aumento da pressão oncótica nas vênulas faz o movimento contrário. TRANSUDATO: É o fluido de baixo conteúdo protéico, resultado de alterações na pressão hidrostática, com permeabilidade vascular normal. Exemplo de transudato: ASCITE, ou mais conhecido como Barriga d’água, que é o acúmulo de líquidos (plasma sanguíneo) no abdome. EXSUDATO: Fluidos (como o pus) que passam através das paredes vasculares em direção aos tecidos adjacentes. Estes fluidos envolvem células, proteínas e materiais sólidos. O exsudato pode escoar de incisões ou locais onde haja inflamação ou infecção. Alterações vasculares desempenham um papel importante durante a inflamação aguda (Inicia logo após a lesão e depende da gravidade da lesão) o Vasodilatação, leva ao aumento do fluxo sanguíneo causando vermelhidão e calor o Aumento da permeabilidade leva a exsudação de fluido rico em proteínas para o espaço extra vascular causando inchaço. o Perda de fluido a partir dos vasos leva a concentração de células vermelhas, resultando em diminuição do fluxo sanguíneo. o Aproximação de leucócitos para a parede do endotélio, conduzindo na adesão (“rolagem”) e migração. Leva à acumulação de leucócitos até o tecido afetado. Outro elemento que sai do vaso é o fibrinogênio que, em contato com o interstício, se polimeriza, constituindo a fibrina, importante elemento nas inflamações agudas. (fibrose) A ativação das células endotéliais resulta na expressão das proteínas seletina e integrina na superfície do endotélio. Essas porteínas promovem a ligação das células pró-inflamatórias. Essas interações inicialmente são transitórias, com neutrófilos “rolando” ao longo da superfície endotelial. Ao aderirem o endotélio promove a transmigração para o interstício. Ativação das células endoteliais e transmigração da células pró-inflamatórias Quimiotaxia (rastreamento químico) Locomoção orientada dos leucócitos ao longo de um gradiente químico (tropismo para região afetada). Quimiotaxia + ou -‐ . Os fatores quimiotáxicos são secretados por diversas células pró-‐inflamatórias. Diapedese ou Transmigração O rolamento inicia com a interação da moléculas integrinas e sele"nas da superfcie de neutrófilos que interagem com as células endoteliais a"vadas. A transmigração se dá pela interação dos leucócitos com as células endoteliais. A ligação se dá com as PECAM (moléculas de adesão plaquetárias e endoteliais-‐1 (CD31*). Expresso na superfcie de neutrófilos e células endoteliais. Locomoção de leucócitos no tecido extra vascuclar O Transito dos leucócitos através dos tecidos se dá pela liberação de proteases (colagenase e elastase) pelos neutrófilos. Essas enzimas digerem o material da membrana basal (fibronec"na e outras proteínas da matriz extracelular) para permi"r o acesso ao intersicio. *Grupamento de diferenciação ou cluster de diferenciação (CD) é um conjunto de moléculas marcadoras da superfcie celular. Moléculas CD podem agir como receptoras ou como ligantes. DOR: sensação desagradável cuja experiência emocional está associada com estímulos de lesão tecidual real ou potencial. Aspetos da resposta inflamatória, dolorosa e febril NOCICEPÇÃO: conjunto de eventos neurais através do qual os esimulos nocivos são detectados, conver"dos em impulsos nervosos e transmi"dos da periferia para o SNC (interpretados como dor). HIPERALGIA: É causada pela sensibilização periférica de diversos neuromediadores inflamatórios que, quando liberados de macrófagos, mastócitos, células endoteliais ou nervos trauma"zados, a"vam os nociceptores (fibras (fibras nervosas "pos Aδ e C), facilitando a transmissão dolorosa, destacam-‐se a ace"lcolina, a bradicinina, o leucotrieno, a substância P, o fator de a"vação plaquetário, os radicais ácidos, os íons potássio, as prostaglandinas, as tromboxanas, as interleucinas e fator de crescimento nervoso (NGF). Bradicinina - (neuropepídeo sensorial) Liberação de mediadores álgicos Prostaglandinas (PG) (hiperálgica) Estágio febril Vírus, bactérias, neoplasias Liberação de pirogênio endógeno; SNC --- Hipotálamo; Liberação,de prostaglandina (PGE2). alteração do termostato hipotalâmico Perda de função é decorrente do edema (principalmente em ar"culações, impedindo a movimentação) e da dor, que dificultam as a"vidades locais. Perda de função tecidual Hipóteses para ausência de resposta inflamatória ? • Neutropenia. • Síndrome de deficiência de adesão aleucocitária. • Doença granulomatosa crônica (imunodeficiência primária). • Pacientes transplantados tratados com imunosupressores tornam-‐se ssuscepiveis a infecções. . Processo utilizado pela célula para englobar partículas sólidas. A célula produz expansões da membrana plasmática (pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam. Primeiramente, a partícula fica em uma bolsa que recebe o nome de fagossomo. Depois esta bolsa se une ao lisossomo, (que contém as enzimas digestivas), para que a digestão aconteça e os materiais úteis sejam aproveitados pela célula. Essa segunda bolsa recebe o nome de vacúolo digestivo ou fagolisossomo. FAGOCITOSE Envolvimento do sistema NADPH oxidase na atividade microbicida em fagócitos profisionais Mecanismos moleculares da fagocitose 2O2 NADPHhox NADP-+ H++ 2O2- (ânion superóxido) 2O2- + H+ Superóxido dismutase H2O2 + O2- (peróxido de H) H2O2 + 2 Cl- + H+ Mieloperoxidase H2O + Cl2 + OH- (radical hidroxil e posteriormente hipoclorito) Outros ROS: NO e ONOO- Outros reativos independentes de oxigênio: peroxidases lisozima, hidrolases e lactoferrina Explosãooxidativa produzida no interior do fagolisossomo
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