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UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 0 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL IMPRIMAÇÃO E PINTURA DE LIGAÇÃO BRUNO MENICUCCI TERRA CÁSSIO HUMBERTO LIMA RAUL ALVES DOS SANTOS TALES HENRIQUE CAMPOS TELLIS KILDER VIEIRA LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 1 BRUNO MENICUCCI TERRA CÁSSIO HUMBERTO LIMA RAUL ALVES DOS SANTOS TALES HENRIQUE CAMPOS TELLIS KILDER VIEIRA IMPRIMAÇÃO E PINTURA DE LIGAÇÃO Trabalho Acadêmico apresentado ao Centro Universitário de Lavras, como parte das exigências da disciplina Estradas II, curso de graduação em Engenharia Civil. PROFESSOR Prof. Hafez Sadi LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 2 BRUNO MENICUCCI TERRA CÁSSIO HUMBERTO LIMA RAUL ALVES DOS SANTOS TALES HENRIQUE CAMPOS TELLIS KILDER VIEIRA IMPRIMAÇÃO E PINTURA DE LIGAÇÃO Trabalho Acadêmico apresentado ao Centro Universitário de Lavras, como parte das exigências da disciplina Estradas II, curso de graduação em Engenharia Civil. Aprovado em ___/___/___ PROFESSOR Prof. Hafez Sadi LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 3 TERMINOLOGIAS CR – Cura rápida - (Rapid Curing cut-back Asphalt) CM - Cura média - (Medium Curing cut-back Asphalt) EAI - Emulsão Asfáltica para Imprimação ADP – Asfalto Diluído do Petróleo CCR – Concreto Compactado a Rolo RR – Ruptura Rápida UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 4 LISTA DE FIGURAS Páginas Figura 1- Betume sólido.........................................................................................07 Figura 2- Destilação Fracionada do petróleo (Coluna de destilação)....................08 Figura 3- Teste de viscosidade de ADP.................................................................09 Figura 4 - Asfalto diluído de petróleo em testes de laboratório.....................;........10 Figura 5- Imprimação sendo aplicada sobre base não coesiva ............................11 Figura 6- Camada de Imprimação resistindo à infiltração do fluido.......................11 Figura 7- Camada de Imprimação proporcionando melhor aderência e coesão...12 Figura 8- Capilaridade...........................................................................................12 Figura 9- Aplicação como proteção de recapeamento não executado.................13 Figura 10 - Perfil do Solo CM-30...........................................................................13 Figura 11- Perfil do Solo CM-70 ...........................................................................14 Figura 12- Caneta para aplicação de pintura de ligação......................................18 Figura 13- Fresagem do asfalto antigo.................................................................19 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 2 IMPRIMAÇÃO .......................................................................................................... 7 2.1 ORIGEM DO MATERIAL ............................................................................... 7 2.2 TIPOS DE MATERIAIS .................................................................................. 8 2.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO ..................................................................... 9 2.4 NO QUE CONSISTE A IMPRIMAÇÃO ........................................................ 10 2.5 FUNÇÕES DA IMPRIMAÇÃO ...................................................................... 11 2.6 FUNÇÕES SECUNDÁRIA DA IMPRIMAÇÃO ............................................. 12 2.7 APLICAÇÃO NO PAVIMENTO FLEXÍVEL ................................................... 13 2.8 APLICAÇÃO EM PAVIMENTOS RÍGIDOS .................................................. 14 2.9 COMO SÃO APLICADAS ............................................................................ 14 2.6 CUSTOS (BRAGANÇA ENGENHARIA – LAVRAS – MG). ......................... 15 3 PINTURA DE LIGAÇÃO ......................................................................................... 16 3.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................. 16 3.3 EXECUÇÃO DA PINTURA DE LIGAÇÃO .................................................... 17 3.4 CONTROLE DE INSUMOS .......................................................................... 19 3.5 FATORES DE PERDA DE ADERÊNCIA ..................................................... 20 3.6 CUSTOS (BRAGANÇA ENGENHARIA – LAVRAS – MG). ......................... 20 4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 22 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 6 1 INTRODUÇÃO Para que ocorra uma boa pavimentação seja ela rígida ou flexível, ocorrem vários processos desde a regularização da base ate a camada final de betume ou concreto. Nesse trabalhado a ser apresentado vamos falar sobre imprimação e pintura de ligação, vamos mostrar como são feitos, como são aplicados, os custos diretos e indiretos e como são utilizados os termos imprimação e pintura de ligação. No que se diz respeito à imprimação ela tem sua função principal em impermeabilizar a base fazendo com que se torne mais coesa e que a execução do pavimento se torna mais segura, com menos risco de ocorrer patologias. Em relação à pintura de ligação ela se procede da seguinte maneira: Fazer com que a haja uma aderência entre a imprimação e camada de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a quente). Vamos também mostrar os principais solventes que são asfaltos diluídos, levar em consideração os tipos, os riscos que podem trazer ao meio ambiente e a saúde, e também salientar que já existe um asfalto diluído ecologicamente correto. No entanto deve ficar atento as normas técnicas para que ocorra uma excelente imprimação e pintura de ligação. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 7 2 IMPRIMAÇÃO 2.1 ORIGEM DO MATERIAL Antes de partirmos para o objeto principal da pesquisa faz-se necessário algumas definições importantes. O objeto da pesquisa são os Asfaltos Diluídos de Petróleo (ADPs), em suas formas obtidas através da mistura de solventes ou, definido com ecológico, os diluídos à base d’água. Como parte predominante dos ADPs podemos citar os Materiais Betuminosos, que por sua vez são constituídos basicamente de Betume. Os Betumes podem ser definidos como mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado natural (exemplo areias betuminosas, xistos) ou por diferentes processosfísicos ou químicos (refino do petróleo). Figura 1 – Betume sólido Os Betume mais comum utilizado nos ADPs, conhecido também como Alcatrão Refinado, é obtido, através de um processo físico chamado de Destilação Fracionada do petróleo, sendo ele a 8ª parte desta destilação. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 8 Figura 2 – Destilação Fracionada do petróleo (Coluna de destilação) 2.2 TIPOS DE MATERIAIS Os Betume mais comum utilizado nos ADPs, conhecido também como Alcatrão Refinado, é obtido, através de um processo físico chamado de Destilação Fracionada do petróleo, sendo ele a 8ª parte desta destilação. A partir do betume são produzidos os asfaltos diluídos de petróleo que dão origem aos ADPs de Cura Rápida (CR) e de Cura Média (CM), além das Emulsificações Asfálticas para Imprimação (EAI), que são consideradas Ecológicas. Dentre os tipos de CMs, podemos citar como principais os seguintes: • CM-30 / CM-70 / CM-250 - Resultado da diluição do cimento asfáltico por destilados leves de petróleo. Seu tempo de cura varia entre 48h e 72h. • CM-ECOLÓGICO - EAI (Emulsificação Asfáltica para Imprimação) - Emulsão asfáltica resultante da emulsificação de asfalto, à base d’água. Os EAIs utilizam pequena quantidade de solvente (entre 5% e 15%) e tensoativos especiais. Seu tempo de cura varia entre 24h e 36h. É importante ressaltar que de acordo com as especificações da ISO 14000 FUTURAMENTE deverá ser proibido o fornecimento do CM-30/CM-70 devido aos gases liberados pelo solvente que por sua vez afetam o meio ambiente e a saúde. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 9 Figura 3 – Teste de viscosidade de ADP 2.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO Conforme descrito anteriormente, os ADPs são asfaltos diluídos de petróleo através de solventes, no caso dos CMs e diluídos com água, no caso dos EAIs. Todos são classificados pela velocidade da cura, sendo estas, Rápida (CR), Média (CM) e os menos usuais, de Cura Lenta (CL). Os compostos utilizados para diluição são os destilados leves de petróleo, como a Nafta Pesada (um dos compostos da gasolina), originando os CRs (Asfaltos diluídos de cura rápida) ou Querosene, originando os CMs (Asfaltos diluídos de cura Média). Esse composto tem como principal função a de liquefazer o cimento asfáltico. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 10 Figura 4 – Asfalto diluído de petróleo em testes de laboratório 2.4 NO QUE CONSISTE A IMPRIMAÇÃO A Imprimação consiste na colocação de um ligante betuminoso de baixa viscosidade, sobre uma camada não tratada quimicamente (Base - não coesiva) sob a camada de revestimento (geralmente o cimento asfáltico). Conforme o United States Army Corps of Engineers – USACE (2001) “a imprimação betuminosa consiste na aplicação, sob pressão, de um líquido asfáltico de baixa viscosidade sobre uma camada de base não tratada quimicamente (não coesiva) antes da colocação do revestimento usinado a quente. Essa instituição aponta também como objetivos da imprimação o de impedir a movimentação lateral da mistura asfáltica durante a construção do revestimento”. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 11 Figura 5 – Imprimação sendo aplicada sobre base não coesiva 2.5 FUNÇÕES DA IMPRIMAÇÃO O principal motivo de se aplicar a Imprimação no pavimento é o efeito impermeabilizante que o ligante betuminoso proporciona a superfície, e que permite a qualquer fluido que introduz o revestimento a não infiltração na base essa infiltração acaba ocasionando a diminuição da resistência das camadas inferiores do pavimento em questão. Figura 6 – Camada de Imprimação resistindo à infiltração do fluido Proporcionar melhor aderência e aumentar a coesão superficial da base são também características citadas como principais funções da imprimação, conforme explicito na figura 7, a imprimação realiza a junção entre o revestimento e a base, e devido ao material betuminoso obter alto poder de infiltração (escoamento) na base, também há uma melhora em sua coesão. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 12 Figura 7 – Camada de Imprimação proporcionando melhor aderência e coesão 2.6 FUNÇÕES SECUNDÁRIA DA IMPRIMAÇÃO • Efeito Capilaridade: consiste na capacidade que o fluido tem de subir através de vasos existentes nas camadas inferiores do pavimento e ocasionar em possíveis desmoronamentos devido ao terreno perder sua resistência; Figura 8– Capilaridade • Proteção da base contra meios externos caso haja necessidade de interrupção na recuperação da estrada e questão; UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 13 Figura 9 – Aplicação como proteção de recapeamento não executado • Melhorar a resistência da superfície da base após endurecimento do material utilizado na imprimação; • Impermeabilização contra o ligante utilizado no revestimento; • Não permitir que o material da base escoe lateralmente. 2.7 APLICAÇÃO NO PAVIMENTO FLEXÍVEL Para os pavimentos flexíveis, a aplicação do CM-30 e CM-70 são as mais indicadas. CM-30 utilizado em superfícies com textura fechada, ou seja, superfícies Rugosas e Polidas. Figura 10 – Perfil do Solo CM-30 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 14 CM-70 utilizado em superfícies com textura aberta, ou seja, superfícies com maiores alturas do relevo. Figura 11 – Perfil do Solo CM-70 2.8 APLICAÇÃO EM PAVIMENTOS RÍGIDOS A imprimação normalmente não é aplicada em pavimentos rígidos, porém, sua aplicação nesse tipo de pavimento é importante para inibir a evaporação brusca da agua contida no concreto compactado a rolo (CCR), agua essencial para a cura do concreto pobre. 2.9 COMO SÃO APLICADAS Os asfaltos diluídos tipo cm 30, cm 70 e os EAI (solvente ecológico), deve ser aplicado sob temperaturas superiores a 10º C. , não devem ser aplicados em dias chuvosos. São utilizados caminhões espargidores para um melhor cobrimento da base, esses caminhões são equipados por equipamentos de controle das propriedades da vasão e do material betuminoso (tacômetro, manômetros e termômetros) para um exato controle e melhor execução. Deve também ser utilizadas canetas erpargidoras, para que onde não consigam um melhor cobrimento possam ser utilizadas. Sempre os bicos devem estar desobstruídos para a melhor execução, o caminhão deve mante uma velocidade constante para que a aplicação seja uniforme. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 15 São colocadas faixas de papel no inicio e termino das aplicações para que não ocorra a sobreposição, gerando assim um excesso de aplicação, salientando também que a imprimação deve ser realizada nas duas faixas de trafego, não conseguindo isolar uma parte, e o ideal é que não haja transito pelo no mínimo 48 horas. De acordo com a tabela do DEER-MG o valor da “Imprimação com fornecimento do material betuminoso (Execução, incluindo fornecimento e transporte do material betuminoso)” é de R$ 4,11/m2. Considerando a densidade media do CM-30 de 0,93 t/m3 a uma taxa de aplicação de 1,2 l/m2, teremos um valor por tonelada do produto, já aplicado, de R$ 3682,80/t(área total de 896,06m²) Já o valor de aplicação do produto (incluindo a mão de obra) é de R$ 5,10/m2, através do qual obtemos um valor de R$ 4569,90/t (área total de 896,06m²). O CM- 30 é fornecido a granel em carros tanque isotérmico ou entamborados (Tambores 200l). 2.6 CUSTOS (BRAGANÇA ENGENHARIA – LAVRAS – MG). Conforme o United States Army Corps of Engineers – USACE (2001) “a imprimação betuminosa consiste na aplicação, sob pressão, de um líquido asfáltico de baixa viscosidade sobre uma camada de base não tratada quimicamente (não coesiva) antes da colocação do revestimento usinado a quente. Essa instituição aponta também como objetivos da imprimação o de impedir a movimentação lateral da mistura asfáltica durante a construção do revestimento”. Pesquisamos em uma empresa de Lavras os produtos utilizados e valores praticados. Para imprimação a empresa utiliza os EAI (Ecológicos) por serem mais baratos e serem à base de água, tendo a cura mais rápida (entre 24h e 36h) e baixa evaporação de gases tóxicos. A taxa de aplicação média é igual ao CM-30 – 1,2 L/m² tendo também a mesma densidade média de 0,93 t/m³, resultando numa área também de 896,06 m²/t • Valores praticados de produtos e serviço separadamente: - Preço do produto = R$ 2,47/L ou R$ 2695,62/t - Preço aplicação (mão-de-obra) = R$ 0,50/m², resultando numa total de R$ 480,00/t. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 16 Total= R$ 3175,62/t ou a cada 896,06m² • Valores praticados para o serviço completo, incluindo o transporte dos produtos e outras onerações: - Preço = R$ 3,50, resultando num total de R$ 3136,21/t ou a cada 896,06m². 3 PINTURA DE LIGAÇÃO 3.1 DEFINIÇÃO Definisse como pintura de ligação a aplicação de ligante betuminoso sobre superfície de base ou revestimento betuminoso anterior a execução de uma camada de material betuminoso qualquer, desta forma tem a função de promover condições de aderência entre camadas (DNIT, ES 307, 2009). 3.2 TIPOS DE PINTURA DE LIGAÇÃO Definisse como pintura de ligação a aplicação de ligante betuminoso sobre superfície de base ou revestimento betuminoso anterior a execução de uma camada de material betuminoso qualquer, desta forma tem a função de promover condições de aderência entre camadas (DNIT, ES 307, 2009). Segundo Mohammad et al. (2002) pode ser usado como pintura de ligação emulsões asfálticas (asphalt emulsions) ou, em casos considerados mais raros, o próprio ligante asfáltico (paving grade asphalt binders). Dentre os dois tipos de ligação citados acima, na maioria das vezes as emulsões asfálticas são os mais utilizados para pintura de ligação. São resultantes da mistura de ligante asfáltico e água, por meio de um agente emulsificante, possuem baixa viscosidade a baixas temperaturas, permitindo fácil aplicação no campo. A proporção entre água (de 25 a 60%), ligante (40 a 75%) e emulsificante (0,1 a 0,5%) depende de fatores como: característica do CAP, tipo de agente emulsificante e a viscosidade desejada para emulsão (SALOMON, 2006). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 17 No Brasil, as emulsões asfálticas usadas para pavimentação são predominantemente catiônicas (C) e são classificadas em função da velocidade de ruptura (rápida, média, lenta ou controlada) e teor de asfalto (1 – baixo resíduo e 2 – alto resíduo). São especificadas pela norma CNP nº 07/88 de 06/09/88. As características de ruptura são controladas principalmente pela natureza e quantidade do agente emulsificante, como pode-se observar na tabela abaixo (BETUNEL, 2010). Tabela 1- Tipos de Emulsões Sigla Descrição Tipos RR Emulsão asfáltica de ruptura rápida RR-1C e RR-2C RM Emulsão asfáltica de ruptura média RM-1C e RM-2C RL Emulsão asfáltica de ruptura lenta RL-1C RC Emulsão asfáltica de ruptura controlada RC-1C Fonte: (BETUNEL, 2010). 3.3 EXECUÇÃO DA PINTURA DE LIGAÇÃO Para que se obtenha um bom resultado, a execução da pintura de ligação deve ser feita após a limpeza da superfície, retirando o pó e o material solto, principalmente nos casos em que haja serviço de fresagem. A pintura de ligação deve ser aplicada de forma uniforme por todo a superfície a ser recapeada. O uso da “caneta” (Figura XX), deve se restringir a casos de “falhas de bico”, onde não há cobertura total por falha pontual da barra espargidora. (MOHAMMAD et al., 2002). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 18 Figura 12 – Caneta para aplicação de pintura de ligação Fonte: Asfalto de Qualidade (2013). Diversas normas e especificações de serviço no Brasil sugerem diferentes intervalos de aplicação de pintura de ligação. De acordo com DNIT (2010)-145/2010 ES, as emulsões asfálticas devem ser aplicadas a taxas que variam no intervalo de 0,3 a 0,4 L/m² de ligante residual. Já nas especificações do DER-SP (2005), a taxa de aplicação deve ser de 0,3 a 0,5 L/m² de ligante residual e para o DER- PR (2005), a taxa de aplicação de ligante residual é de 0,5 a 0,8 L/m². A taxa de aplicação está associada diretamente a aderência entre camadas, a falta da pintura é associada a baixa aderência. Por outro lado, o excesso de ligante cria um filme mais espesso e deformável, que diminui o atrito e o intertravamento entre camadas, causando escorregamento entre elas (TASHMAN, 2006). Existe uma taxa ótima de aplicação que constitui, portanto, um fator preponderante para garantir boa aderência entre camadas. Em obras de restauração de pavimentos com fresagem da camada antiga a taxa de aplicação poderá ser maior do que se recomenda. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 19 Figura 13 – Fresagem do asfalto antigo 3.4 CONTROLE DE INSUMOS O material usado na aplicação da pintura de ligação deverá ser analisado em laboratório antes de chegar a obra e obedecer aos ensaios que pede a norma do DNER e ABNT. Os ensaios que deverão ser realizados são os seguintes: • Ensaio de viscosidade “Saybolt-Furol” a 60º C (DNER-ME004/94) • Ensaio de viscosidade “Saybolt-Furol” a diferentes temperaturas para determinação de relação viscosidade x temperatura • Ensaio de resíduo por evaporação (ABNT NBR 14376/2007) • Ensaio de peneiramento (DNER-ME 005/95) • Ensaio da carga da partícula (DNER-ME 002/98) Na mistura da emulsão asfáltica a agua deverá estar isenta de alguns fatores nocivos tais como: sais ácidos, álcalis, ou matéria orgânica e outras substancias nocivas. Após a aplicação devera esperar o tempo de evaporação da agua presente UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 20 na emulsão aplicada, para que ocorra a ruptura desse material. Que pode ser ruptura lenta, media e ruptura rápida. Sempre que possível deve se executar a aplicação em toda a pista, quando não for possível executar em meia pista. Em tempos chuvosos e com temperatura inferior a 10ºC não poderá ser feito a aplicação da pintura de ligação. Todo material de ligante betuminoso deverá apresentar pelo fabricante ou fornecedor todos os resultados dos ensaios feitos em laboratório antes de chegar a obra. 3.5 FATORES DE PERDA DE ADERÊNCIA • Aplicação da camada superior antes que ocorra a ruptura da emulsão. • Excesso de agua e aditivos no ligante residual. • Pintura feita sobre poeiras. • Taxa de aplicação insuficiente ou em excesso. • As faltas de aderência entre as camadas podemocorrer escorregamentos dessas camadas. 3.6 CUSTOS (BRAGANÇA ENGENHARIA – LAVRAS – MG). Dados da mesma empresa de Lavras de produtos utilizados e valores praticados: Para pintura de ligação a empresa utiliza os RR-1C (Ecológicos) A taxa de aplicação média é de 0,8 L/m² tendo a densidade média de 1 t/m³, resultando numa área de 1000 m²/t • Valores praticados de produtos e serviço separadamente: - Preço do produto = R$ 1,62/L ou R$ 1620,00/t - Preço aplicação (mão-de-obra) = R$ 0,50/m² , resultando numa total de R$ 500,00/t Total= R$ 2120,00/t ou a cada 1000m² • Valores praticados para o serviço completo, incluindo o transporte dos produtos e outras onerações: - Preço = R$ 1,90/m², resultando numa total de R$ 1900,00/t ou a cada 1000m² UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 21 4 CONCLUSÃO Através de várias pesquisas pudemos concluir que os materiais utilizados para a pavimentação asfáltica são basicamente oriundos de processos de refino e destilação do petróleo ou materiais com mesmas formações químicas extraídos de rochas e poços (onde se formam os mesmos). Todos esses produtos sofreram muitas modificações ao longo do tempo, todas elas buscando melhorias, tanto em relação à qualidade e eficiências econômicas e físicas, quanto à redução de danos ao meio ambiente. Como principal melhoramento, podemos citar os EAIs, que reduziram drasticamente em sua composição a utilização de solventes, sendo estes substituídos pela água, tornando o produto mais barato e mais eficiente, tanto em relação ao tempo de cura, quanto ao fator ecológico e de saúde humana (baixo teor de evaporação de componentes químicos tóxicos). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASFALTO DE QUALIDADE. Pintura de Ligação. Disponível em: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2013/07/. Acesso em: 16 abril 2017. BETUNEL. Emulsões Asfálticas Catiônicas. Disponível em: http://www.betunel.com.br/pdf/emulsoes_convencionais.pdf. Acesso em: 17 abril 2017. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (DNIT). ES 307/2009: Pavimentos flexíveis – Pintura de ligação - Especificação de serviço. Rio de Janeiro, 2009. _____. ES 145/2010: Pavimentação – pintura de ligação com ligante asfáltico convencional. Rio de Janeiro, 2010. DER-PR: DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM PARANÁ. ES P17/05 (2005) – Pavimentação: Pintura Asfáltica - Especificações de Serviço – Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná. DER-SP: DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO. ET-DE- P00/20 (2005) – Imprimação Betuminosa Ligante - Especificações de Serviço – Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo, São Paulo, SP. MOHAMMAD, Louay; RAQIB, Md; HUANG, Baoshan. Influence of asphalt tack coat materials on interface shear strength. Transportation Research Record: Journal of the Transportation Research Board, n. 1789, p. 56-65, 2002. SALOMON, D. R. Asphalt emulsion technology. Transportation Research Board, 2006. TASHMAN, Laith; NAM, Kitae; PAPAGIANNAKIS, A. T. Evaluation of the influence of tack coat construction factors on the bond strength between pavement layers. Washington State Department of Transportation, 2006.
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