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UNIVERSIDADE DE VILA VELHA
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
DISCIPLINA GEOLOGIA DE CAMPO II
GEOLOGIA REGIONAL E LOCAL DA REGIÃO DELIMITADA PELAS COORDENADAS DATUM
WGS84 (7735000 - 214500/ 7732000- 219500)
SEMESTRE 2017/2
Por: Juliana Oliveira dos Santos
Lays Jacob
Professor Msc. Mirian Cristina da Costa
Vila Velha - ES – Agosto de 2017
GEOLOGIA REGIONAL
 A área a ser mapeada possui cerca de 15km² de extensão situada na região da cidade de Iurupi (ES), contida no Orógeno Araçuaí mais precisamente na sua porção sudeste. 
 Recebe este nome a faixa de dobramentos formada paralelamente à margem sudeste do Cráton do São Francisco, durante a Orogênese Brasiliana. Segundo Pedrosa Soares (2007) o Orógeno Araçuaí se estende do Cráton do São Francisco ao litoral atlântico, aproximadamente entre os paralelos 15º e 21º S. 
 O embasamento do orógeno Araçuaí é constituído por rochas formadas durante a orogênese paleoproterozóica (2.2 – 2.0 Ga), envolvendo blocos crustais arqueanos que deram origem ao atual cráton São Francisco. As principais unidades que compõem o embasamento são: Complexo Guanhães, Complexo Gouveia, Complexo Mantiqueira, Complexo Juiz de Fora e Complexo Pocrane. Todos esses compostos por rochas de alto grau metamórfico, como gnaisses, migmatitos, anfibolitos (Zanon, 2012).
 No Orogeno Araçuaí são reconhecidos quatro estágios orogênicos: 
Pré-colisional (630-580 Ma) 
Sin-colisional (580-560 Ma) 
Tardi-colisional (560-530 Ma) 
Pós-colisional (530-490 Ma) 
 No estágio Pré-colisional foi edificado o arco magmático do Orógeno Araçuaí Representado pela suíte G1 e rochas vulcânicas do grupo Rio Doce. Os corpos G1 são batólitos e stocks constituídos por tonalitos e granodioritos que apresentam foliação regional. 
 No estagio sin-colisional é caracterizado pela deformação e metamorfismo regionais além de extensiva granitogênese de tipo S. É representado pela suíte G2 constituída de granito peraluminos com frequentes xenólitos e com granada onipresente. O progressivo aumento do metamorfismo atinge a fácies anfibolito alto a granulito. Os granitos G2 ocorrem em batólitos corpos tabulares e stocks que registram a deformação regional marcada por foliação. 
 No período tardi a pós-colisional teve origem a suíte G3 constituída por leucogranitos com granada e cordierita pobres em micas e sem foliação regional. Veios graníticos e pegmatitos encaixados no complexo Nova Venécia podem ser correlatos da suíte G3.
 No estágio pós colisional ocorrem processos deformacionais e plutonismo associados ao colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí. Neste estágio sem formaram as suítes G4 e G5 que são constituídas por plútons intrusivos livres de foliação regional. Os plútons que intrudiram nessa fase podem ser divididos em estágio precoce charnoquítico e estágio final bimodal. O estágio charnoquítico compreende batólitos esverdeados ricos em hiperistênio do tipo Baixo Guandu. O estágio bimodal é marcado pela intrusão de mais de vinte complexos ígneos de composição de gabro á granito. (Por exemplo suíte Pedra Azul, Santa Angélica, Castelo). A suíte G4 é composta por granito a duas micas, já a suíte G5 tem composição granítica e charnockítica.
 Após uma análise geral da geologia regional, de acordo com o mapa geologico do CPRM; a seguir é apresentada uma descrição dos componentes litológicos que compõem, ou participaram da formação a ser mapeada. Sendo assim a região pode ser descrita como posta em um meio geológico composto por 3 principais unidades, sendo elas o Suíte Caparaó (PP2yCcp e PP2yCcpm), Grupo Andrelândia (Metassedimentar, Quartzito) (NPagm e NPagm(q)).
GEOLOGIA LOCAL
 SUÍTE CAPARAÓ
 Söllner et al. (1991) definiram a Suíte Caparaó como o conjunto de rochas paraderivadas granulíticas e charnockíticas da serra homônima. CPRM (1997) englobaram as rochas da Serra do Valentim (adjacente à Serra do Caparaó, anteriormente definida como Complexo Juiz de Fora) na Suíte Caparaó. Porém, Campos Neto & Figueiredo (1990) embasados em termos petrogenéticos, incluíram a Suíte Caparaó como parte do Complexo Juiz de Fora. De acordo com estes autores a Suíte Caparaó não é de natureza sedimentar (como proposto por Söllner et al. 1991 e Seidensticker & Wiedemann, 1992), mas sim ígnea. Esta idéia foi reforçada pelos trabalhos de Silva et al., 2002, 2004 onde foi comprovada a origem ígnea de pelo menos parte das rochas da Serra do Caparaó.
 O litotipo predominante nessa unidade é um gnaisse ortoderivado de coloração esverdeada com grande variabilidade composicional (de granito a tonalito). A presença de porções migmatizadas desta rocha viabiliza a distinção de duas subunidades: gnaisses (PP2yCcp) e migmatitos (PP2yCcpm).
 GRUPO ANDRELÂNDIA
 O Grupo Andrelândia, definido por Ebert (1956) e adequado às propostas de Heilbron (1993), Heilbron et al. (1995) e Paciullo (2000), representa a continuidade da cobertura metassedimentar das Follhas Ubá, Muriaé, Carangola, Manhuaçu e Espera Feliz na Folha Manhumirim. As rochas desta unidade ocorrem na forma de faixas alongadas de direção geral NNE-SSW intercaladas tectonicamente aos granulitos ortoderivados do Complexo Juiz de Fora (Suíte Caparaó). 
 O litotipo predominante no Grupo Andrelândia é um gnaisse paraderivado (oriundo de sedimentos pelito-grauvaqueanos) com intercalações de quartzito, anfibolito e rocha calcissilicática (NPagm). Em termos paleoambientais estas intercalações refletem variações na sedimentação do protólito do gnaisse. O quartzito representa uma fração arenosa da bacia, relacionada a um aumento da energia na deposição sedimentar. Já a rocha calcissilicática se relaciona a uma sedimentação de baixa energia (metamargas). Enquanto o anfibolito provavelmente se relaciona a derrames ou soleiras de rocha básica.
 O quartzito (NPagm(q)) apresenta coloração branco-amarelada, granulação média a grossa e geralmente encontra-se profundamente saprolitizado. A composição é essencialmente quartzosa, com contribuição insignificante de outros minerais, tais como moscovita, biotita, clorita, granada, sillimanita, plagioclásio, feldspato potássico e zircão.
CAMINHAMENTOS
 Os caminhamentos foram descritos de acordo com a logística do campo, analise litológica e analise estrutural da área em questão. As rotas podem ser alteradas e recolocadas devido a necessidade do mapeamento e por adversidades do terreno que serão verdadeiramente reconhecidas em in loco.
 O caminho em azul, na zona nordeste da poligonal, rodeia o grupo Andrelândia (Quartizito), já descrito anteriormente através do mesmo será possível analisar o contato entre o grupo Andrelândia (Metassedimentar). A escolha do caminho pode ser justificada pelo fácil acesso a estrada que corta a área, facilitando o início e o final do mapeamento da porção da poligonal.
 Dada as coordenadas LAT:217745/LONG:7734338 para início previsto por volta das 8:00hrs e final LAT:218035/LONG:7733463 previsto por volta das 17:00hrs. Vale retificar que o caminho de escolha será percorrido por mais de 1(um) dia dos 7(sete) dias disponíveis.
 O caminho em rosa, de localização LAT:216988 LONG:7731447 se inicia fora da área, porém analisando a logística do grupo e a segurança da dupla o caminho devera se iniciar pelas coordenadas em questão, para com êxito se mapear a borda direita da poligonal.
 O caminho em amarelo, com início em LAT:217653/LONG:7733011 e final LAT:217166/LONG:7731958 o contato entre dois grupos é aferido a Suíte Caparaó e o Grupo Andrelândia (Metassedimentar), além da falha contracional destral inversa ou empurrão que corta a parte central da poligonal.
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