Buscar

A formação da classe operaria inglesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

 Nome: Rayanna Teixeira
Matricula: 20141108381
Professora: Patrícia Wolley
Resenha do livro: A formação da classe operaria inglesa.
 A formação da classe operária inglesa.
 
 Em sua obra “A Formação da Classe Operária Inglesa”, Thompson – historiador britânico marxista – analisa as condições e aspectos com que se deu a formação da Classe Operária Inglesa, em um contexto de transição histórico-social que culminou na implantação do capitalismo industrial. Para o autor, todo o processo de transição – e os motivos que levavam vários trabalhadores a não concordarem com os aspectos do capitalismo industrial - os aproximou e mais tarde possibilitou a identificação e a consciência de classe. 
 A formação de classe para Thompson é o resultado de um processo inerente as relações humanas e a articulação de indivíduos motivados a aproximarem seus interesses, uma vez que não só eles, como suas identidades, se assemelham. A classe é formada por um grupo de indivíduos – no contexto analisado por Thompson, trabalhadores ingleses que eram contra a implantação dos aspectos do capitalismo industrial entre o século XVIII e XIX – que vivem do trabalho, apresentam “padrões em suas relações, suas ideias e instituições”. A classe e sua estruturação faz parte de um processo de formação social e cultural que se dá a partir da articulação dos indivíduos por objetivos específicos.
 A existência de classe é condicionada a luta, ela existe porque luta. A Classe Operária Inglesa estudada pelo autor, por exemplo, lutou através do Ludismo e do Cartismo, contra o industrialismo. A Classe Operária lutou contra outra Classe: a dos detentores dos meios de produção – que enquanto classe também se identificava e possuía interesses similares entre si. Ou seja, não existe para Thompson uma classe que não lute contra outra. 
Thompson também acredita que a organização de classes é algo dinâmico e não estático. Portanto, para que aja dinamismo, solidariedade e a defesa de interesses coletivos, as classes devem entender-se como classes e os integrantes dela se reconhecerem como parte do todo. Esse reconhecimento é chamado de consciência de classe. Não existe classe sem consciência. E essa consciência de classe pode ser lida como o produto de um processo que começa com a experiência. A experiência é configurada pela luta e pelo conflito. Através dela surge a consciência de classe que não deixa de contar com a luta. Pelo contrário, uma vez conscientes, a luta faz-se ainda mais presente. É importante dizer ainda que não existe para Thompson uma “falsa consciência”. Para ele, a consciência não é falsa nem verdadeira; a consciência é.
 O historiador britânico marxista, Eric Hobsbawm, teorizou sobre a classe operária, sua formação e seus aspectos após a obra de Thompson. Suas obras apresentam algumas divergências. Embora ambos fossem marxistas, cada um debruçou-se sobre o assunto de maneira distinta.Segundo o autor os operários deixaram de reivindicar respostas apenas para si, passando a dar apoio a outros indivíduos o que aumentou a diversidade social, o que fez com que esta sociedade voltasse a crescer. Entretanto aumentou também posteriormente a repressão das autoridades o que fez com que a sociedade entrasse em fase de desintegração.
 Segundo Thompson esse registro da formação de classe pode até ser visto como um fracasso por determinados indivíduos, contudo o lado positivo disso tudo é a experiência adquirida pelos operários, exatamente porque foi durante as repressões feitas pelas autoridades que esses indivíduos adquiriram um amadurecimento de sua consciência de classe, ou seja, é com essas experiências que a classe operária amadurece.
 Com base nos elementos expostos acima percebe-se que o livro de Thompson é de fundamental importância para o estudo da historiografia, uma vez que este vem mostrar uma maneira diferente de se estudar a história das classes, diferenciando- se dessa forma, dos marxistas tradicionais que defendiam que a história é regida por leis que independem das ações dos homens, ao contrário do que dizia Thompson que defende que a história não é regida por leis, uma vez que depende das ações e lutas de classe. 
 Nessa perspectiva percebe-se a indispensável contribuição dos estudos de Thompson para a história, os quais vão romper com as ideias tradicionais e vão defender a luta de classes, ou seja, Thompson vem trabalhar a história chamada vinda de baixo, no qual o seu objeto de estudo serão os grupos populares como um todo. Portanto percebe-se que para o autor uma determinada classe só vai existir depois de um processo histórico de luta, que só vai acorrer posterior a consciência de classe. Daí a importância desses estudos para a compreensão dos diferentes momentos de transformação pelo qual passou a classe operária inglesa.

Outros materiais