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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL REVISADO

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FACULDADE ANHANGUERA DE SOROCABA
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO.
SOROCABA / SP.
2017.
ÍNDICE.
INTRODUÇÃO.................................................................................................3.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL..........................................4.
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NO BRASIL..............................................7.
DIFERENÇAS ENTRE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO...............................................................................................................11.
CULTURA ORGANIZACIONAL......................................................................12.
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NAS ORGANIZAÇÕES...................................13.
ENTREVISTA 1..............................................................................................15.
ENTREVISTA 2..............................................................................................23.
CONLUSÃO....................................................................................................27.
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................28.
INTRODUÇÃO. 
O  presente  trabalho tem como objetivo apresentar  uma breve  análise sobre a Psicologia Organizacional, apresentando sua evolução histórica e origem, as principais diferenças entre Psicologia Organizacional e Psicologia do Trabalho e a atuação do psicólogo nas organizações.
O trabalho conta também com entrevistas que foram realizadas com psicólogas que atuam na área Organizacional, a fim de efetivar o assunto abordado além de aprofundar sobre a atuação e formação do profissional que atua nessa área, apresentando as dificuldades e descrevendo brevemente suas práticas e experiências.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL.
 
A Revolução Industrial e a Revolução Francesa acabaram por trazer mudanças significativas no Mundo, sendo que a revolução Industrial acaba por firmar o modo capitalista e a Francesa por questões políticas.
Nesse período com a desestruturação do sistema feudal, foram surgindo trabalhadores independentes que criavam seus trabalhos com suas ferramentas e por esse motivo se fez necessário alguém que pudesse vender o produto fabricado no mercado, fato esse que fez diminuir gradativamente os trabalhos independentes. A industrialização fez com que esses trabalhadores fossem empregados, tento certo controle sobre o produto, que só surgia de acordo com o ritmo de trabalho de cada um deles. Esse controle logo foi perdido com o surgimento das máquinas, pois elas começaram a ditar o ritmo de trabalho. Esse ritmo ditado pelas máquinas fez com que os trabalhadores se tornassem mecânicos, não pensavam mais e agiam como máquinas, afinal as empresas tinham o conhecimento específico de todo o processo e acabavam por utilizar desse conhecimento como forma de controle dos trabalhadores.
Na história da Psicologia organizacional dois psicólogos são taxados como os principais fundadores, são eles Hugo Munsterberg e Walter Dill Scott.
Hugo Munsterberg que publicou o livro, Psychology and Industrial Efficiency (Psicologia e eficiência industrial) datado em 1913, marca o nascimento da psicologia industrial e traz as principais preocupações centrais da época e do novo campo, ele analisou relações entre jornada de trabalho, ocorrência de acidentes, fadiga e processos mentais (atenção, memória, etc.) entre pilotos de trem, serviços de navegação, entre outras categorias.
O objetivo dessa psicologia era buscar pelo melhor sujeito para o trabalho, o melhor trabalho e o melhor efeito possível – neste sentido elaboraram-se testes psicológicos com o intuito de ajustar as pessoas aos cargos (MÜNSTERBERG, 1913).
Walter Dill Scott escreveu, em 1917 se ofereceu durante a primeira Guerra Mundial nos Estados Unidos, a resolver um problema de seleção com a aplicação de princípios psicológicos e desenvolveu uma escala de classificação para prever o sucesso de linguistas, oficiais e militares. Esses testes foram aplicados em pessoas que já trabalhavam no exercito e os resultados indicavam que eles eram bons oficiais, o que deu credibilidade para o trabalho de Scott. Posteriormente o teste também foi utilizado para realizar a promoção de oficiais. Scott também trabalhou aplicou pesquisas psicológicas para venda o qual teve grande sucesso e permitiu que o mesmo publicasse um dos primeiros livros didáticos publicitários. 	Esse trabalho fez com que ele trabalhasse com a seleção de vendedores, pois consegui selecionar indivíduos que poderiam desenvolver melhor a função de envolver o publico na venda de determinado produtos.
Outra influencia para a psicologia organizacional foi de Frederick Winslow Taylor, ele não era psicólogo e sim engenheiro, porém estudou a produtividade dos trabalhadores no final do século XIX e inicio do século XX. Ele tinha uma abordagem chamada de administração cientifica na quais possuía princípios para as praticas organizacionais, tais como: o trabalhador deve ser atentamente analisado, os trabalhadores devem ser contratados de acordo com as necessidades do trabalho, os trabalhadores devem ser treinados para realizar as tarefas e o trabalhador deve ser recompensado para melhorar seu desempenho.
Segundo Sampaio (1995) a Psicologia do Trabalho apresenta 3 faces, sendo a primeira a Psicologia Industrial que era voltada para a seleção de pessoas e a colocação prática da psicologia industrial era voltada apenas para a seleção de pessoas e a colocação profissional do individuo. Com os estudos foi mudando um pouco esse pensamento e após a guerra se usava a seleção que era baseada na psicometria, classificação de pessoal, avaliação de desempenho, condições de trabalho, treinamento, liderança e engenharia psicológica.
A segunda face é a Psicologia organizacional acontece quando o foco não fica apenas no estudo dos postos de trabalho, mas começam a pensar e observar a estrutura das organizações. Tinha-se a ideia do desenvolvimento gerencial, para que pudesse ter uma maior flexibilidade nas relações de trabalho com o intuito de reduzir os conflitos.
Sendo a terceira face da Psicologia do Trabalho inicia-se a partir dos anos 70, 
 quando a administração consolidou uma escola contingencialista que procurava estudar quais os efeitos do ambiente e da tecnologia dentro das organizações de trabalho. Porém a partir desses estudos que começou a observar as convergências entre a Sociologia do Trabalho, a Administração e a Psicologia do Trabalho.
O ponto central da psicologia do trabalho é a compreensão do trabalho humano em todos os seus significados.
 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NO BRASIL.
A trajetória da psicologia organizacional pode ser traçada a partir da própria evolução da psicologia como ciência e profissão no Brasil.
O termo Psicologia Organizacional e do trabalho, empregado desde a década de 90, tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo a propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que envolvem aspectos psicossociais: as organizações, enquanto ferramenta social formadora de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade (Bastos, 2003).
Neste sentido, os fenômenos organizacionais são considerados como processos psicossociais, que estruturam a vida dos indivíduos e o funcionamento das sociedades (Zanelli & Bastos, 2004). De modo semelhante, o trabalho é concebido enquanto elemento transformador não apenas da matéria, mas também da vida psíquica, social, cultural, política e econômica (Malvezzi, 2004).
Um dos principais desafios na área de POT é compreender como interagem os múltiplos aspectos que integram a vida das pessoas, grupos e organizações em um mundo em constante transformação,de modo a propor formas de promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar (Zanelli & Bastos, 2004). Dentre outros aspectos, é preciso evitar que as pessoas tenham que se adaptar a condições que ultrapassem seus próprios limites, como aprender habilidades em prazos mais curtos do que o necessário ou mesmo alterar aspectos de sua identidade (Malvezzi, 2004). Para tanto, faz-se necessária estreita interface com outras áreas do conhecimento, tais como sociologia, antropologia, ciências políticas, educação, economia e administração (Bastos, 2003).
As quatro fases da psicologia organizacional no Brasil:
I– Fase preliminar: as bases científicas e universitárias.
A Psicologia Experimental penetra nos domínios da Filosofia, Educação e Psiquiatria, sendo ensinada nas universidades, sobretudo quanto à aplicação de testes psicológicos na educação e na clínica.
 Nesta fase, as primeiras gerações de futuros psicólogos industriais adquiriram os fundamentos científicos, mas sob um prisma de "diagnóstico prescritível", com predominância da psicométrica. Isto explica a Psicologia Industrial e Organizacional ter começado por uma fase predominante psicométrica.
II e III – Fase psicotécnica e fase educacional do treinamento nas organizações
Fase bastante técnica, objetivando a aplicação da psicologia experimental no âmbito do trabalho, predominando trabalhos de seleção profissional, visando a adaptar o homem no trabalho, segundo conceitos tayloristas.
Tendo sido constatado que a seleção com os recursos psicotécnicos não era suficiente para a alocação adequado e o rendimento do empregado, outros fatores foram detectados dentro da organização que poderiam contribuir para este trabalho. Houve desta forma uma expansão do papel do psicólogo neste setor. Podemos considerar aqui um rudimento do que seja uma abordagem sistêmica da organização.
Esta terceira fase contínua, contudo, caracterizando uma expansão dos métodos anteriores; novas técnicas serão aplicadas em outros setores da organização.
Podemos traçar um paralelo entre estas fases e o início do trabalho de supervisão do estágio em psicologia organizacional no curso de psicologia da UFC no ano de 1977, quando a preocupação principal seria a de capacitação dos estagiários para transferir técnicas para o contexto das empresas. A própria denominação das disciplinas básicas e de apoio ao futuro estágio: Psicologia do Trabalho e Psicologia da Indústria, juntamente com a bibliografia sugerida, dão margem a esta concepção do trabalho desenvolvido neste período.
A área da psicologia organizacional ganha ainda nesta mesma época um impulso "politizador" no que tange à concepção do papel do psicólogo organizacional. Desenvolvem-se então preconcepções do que se deve e se pode atingir com o trabalho desenvolvido nesta área. O caráter ideológico atribuído a Psicologia como reforçadora das relações da exploração no interior da empresa e seu compromisso com a manutenção do status quo organizacional, aliados a um distanciamento das técnicas até então desenvolvidas e aplicadas, ferramentas consideradas imprescindíveis para a atuação na época, acentuaram as dificuldades na conciliação entre potencialidades do mercado de trabalho e ideologia dos novos estagiários.
IV – Fase psicossociológicas:
Problemas da fase anterior que foram sendo sentidos no Brasil, EUA e Europa:
 A) eficientes métodos de recrutamento, seleção e treinamento são ineficientes se não houver na organização um clima um "clima organizacional", resultante de uma "cultura organizacional", favorecendo e apoiando as mudanças propostas;
B) o treinador pode funcionar como agente de evolução (ou mesmo de revolução), mas também como agente catalisador e de estagnação;
C) o homem de recrutamento, seleção e treinamento deve ser na realidade um agente de mudanças, de evolução;
D) é necessário que o psicólogo industrial se conscientize desse seu papel;
E) o problema é saber como fazer evoluir o homem e a organização ao mesmo tempo.
O Brasil tem um polo industrial e empresarial que, seguindo as suas características de país dos extremos, se localiza num continuum de artesanal ou pré-industrial (veja, por exemplo, as indústrias de redes, as fiações, as fábricas beneficiadoras, as usinas etc.) até a informatização e robotização (veja, por exemplo, as indústrias automobilísticas, os bancos, os polos petroquímicos, o desenvolvimento de tecnologia de ponta etc.). Neste universo organizacional heterodoxo, podem a qualquer nível permear as questões das relações de trabalho e a grosso modo a interferência da psicologia organizacional. Não é nosso intuito neste momento qualificar ou graduar a participação de diferentes conhecimentos na manutenção e desenvolvimento organizacional. O que nos compete é abstrair deste universo multifacetado aquele elemento componente desta organização que, sob uma "lupa", pode ser analisado em suas funções ou consequências. No sentido inverso, isto é, vendo da "sala de espera" ou do "galpão da produção", não é difícil acompanhar ao longo da estrutura organizacional a impregnação de ações diferentes (aqui considerando também políticas e filosofias subjacentes) na vida do trabalhador, nas relações de trabalho e no sistema organizacional.
 	As quatro fases aqui compreendidas que caracterizam a formação e a prática da psicologia organizacional no Brasil ainda servem de parâmetro para caracterizar diversas possibilidades e modelos acadêmicos e de prática profissional. As universidades primam pela formação de profissionais que respaldam as necessidades do mercado, ainda que paralelamente funcione como um dos poucos ambientes propícios ao questionamento e revisão destes princípios e modelos de ação. A demanda organizacional muitas vezes corrobora com a entropia do conhecimento da psicologia organizacional, freando sua evolução ou transformação. Limitando-se à execução e inserção de "tecnologia psicológica" no âmbito da organização, a psicologia funcionária de "cara-metade" da engenharia industrial. "A fábrica, como se vê, prescinde da intervenção do psicólogo na escolha de seus funcionários e na manutenção de um bom andamento da produção. Isto é possível devido a dois mecanismos básicos: primeiro, através da intervenção da Engenharia Industrial, que se dedica ao estudo pormenorizado do trabalho, visando à maximização dos lucros por meio da simplificação ad extremum da atividade do operário, o que não só agiliza, pela divisão do trabalho na linha de montagem, a consecução do produto mal, como também, e não menos importante, torna o operário facilmente substituível (eis aqui o verdadeiro agente de controle do comportamento dentro da fábrica); e, segundo, por um exército industrial de reserva farto e acotovelado às portas da fábrica à espera de demissões que possibilitem ao trabalhador o acesso cada vez mais raro ao emprego." (CODO, 1989, p. 199)
 	A hipótese de que é possível fazer evoluir o homem e a organização concomitantemente é muitas vezes inviabilizada por fatores que também se originam na própria ação empresarial. A ação do psicólogo organizacional será incorporada à estrutura e sentida no sistema organizacional somente se localizada no nível do "fazer política", no estabelecimento da conduta organizacional. Katz e Kahn (1987) consideram esta a "expressão mais significativa de liderança" e afirma que “o estabelecimento de política fica no âmbito da tomada de decisão”. Esta perspectiva de ação do psicólogo organizacional já ganha mais espaço na sociedade organizacional brasileira e encontra correspondência no âmbito da formação acadêmica de certas universidades, como seria o caso da "quarta fase" por nós presentemente perseguida no curso de psicologia da UFC.
 
 
DIFERENÇA ENTRE PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZACIONAL.
 
Embora essas duas áreas da psicologia possam parecer muito próximas existem algumas diferenças entre elas, tanto na descrição como na atuação.
 	A psicologia do trabalho tem sua atenção voltada ao homem em seu ambiente de trabalho, tendoem vista as suas preocupações com a melhoria das relações interpessoais, nas medidas preventivas de saúde, com o objetivo de proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável. A atuação é voltada ao homem em seu ambiente de trabalho, no que diz respeito ao trabalho em equipe, comportamento humano, saúde e segurança, motivação e satisfação.
O psicólogo do trabalho pode assumir várias atividades que auxiliem a organização a enxergar a necessidade de voltar seu foco é a qualidade de vida do trabalhador, trabalhando na promoção de saúde e no bem estar psicofísico.
A psicologia organizacional tem a atenção voltada na melhoria dos recursos humanos buscando uma maior produtividade, é por esse motivo que a sua atuação vai estar voltada nos processos seletivos, recrutamentos análise e descrição de cargos, treinamento de habilidades e desenvolvimento de liderança.
A atuação é voltada ao âmbito empresarial, nas organizações e tem ênfase na análise de pessoas buscando atributos esperados para determinada função, pesquisas e intervenção no clima organizacional e comportamento organizacional.
O psicólogo que se insere no contexto das organizações encontra um campo de atuação vasto, desenvolvendo ações ligadas á gestão e compreensão dos comportamentos de pessoas, grupos e estruturas.
CULTURA ORGANIZACIONAL.
 
A cultura organizacional apresenta elementos que a constituem e a descrevem e esses elementos apresentam uma interpretação para os membros da organização aonde as passagens dos significados se tem como algo aceito. Os elementos presentes na cultura organizacional são os valores, crenças, ritos, estórias, tabus, heróis, normas e processos de comunicação. Esses elementos caracterizam muitas vezes a definição dos perfis no processo de recrutamento e seleção, pois se busca indivíduos que sejam compatíveis com esses valores organizacionais.
A cultura organizacional pode ser considerada como modelo de pressupostos básicos utilizado no processo de aprendizagem para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Quando esses pressupostos funcionam bem o suficiente, são ensinados aos demais membros da organização como a maneira certa de perceber, pensar e sentir em relação aos problemas (FREITAS,1991).
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NAS ORGANIZAÇÕES.
De acordo com o Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO) o psicólogo do trabalho é um profissional que "exerce atividades no campo da psicologia aplicada ao trabalho, como recrutamento, seleção, orientação, aconselhamento e treinamento profissional, realizando a identificação e análise das funções, tarefas e ocupações, organizando e aplicando testes e provas, realizando entrevistas, sondagens de aptidões e de capacidade profissional e no acompanhamento e avaliação de desempenho de pessoal, para assegurar às empresas ou por quem quer que se deem as relações laboratoriais, a aquisição de pessoal dotado das habilidades necessárias, e ao indivíduo maior satisfação no trabalho".
A atuação do psicólogo nas organizações não é apenas voltado para a gestão de pessoas mas a atenção à saúde do trabalhador e da organização. Seu papel é acompanhar os indivíduos em seu local de trabalho
Toledo (1986) considera a Psicologia Organizacional como o estudo do fator humano na organização. Este estudo abrange a atração, retenção, treinamento e motivação dos recursos humanos na empresa, assim como a criação de condições organizacionais de trabalho que auxiliem na criação de clima propício para que funcionários possam atingir suas metas de trabalho e desenvolvimento profissional A psicologia organizacional em seu contexto mais amplo, coloca ênfase nos aspectos grupais e organizacionais do trabalho.
A qualidade de vida do trabalhador está diretamente incluída ao desenvolvimento organizacional, direcionada para aspectos de satisfação e a valorização do trabalho.
As principais atividades são:
· Recrutamento e Seleção: realiza a definição do perfil da vaga de acordo com a análise do ambiente de trabalho e do cargo, define a metodologia de recrutamento, aplicação de testes e utiliza técnicas de seleção pessoal.
· Treinamento, desenvolvimento e Capacitação de Recursos Humanos: avalia a necessidade de treinamento, planeja, organiza e desenvolve os programas institucionais para os colaboradores da organização.
· Avaliação de treinamento: desenvolve e faz a aplicação de instrumentos de avaliação da reação e do impacto do treinamento no trabalho
· Avaliação de Desempenho: preparação e treinamento de gestores em avaliação de desempenho de suas equipes, elaborar o manual dos procedimentos para a avaliação, desenvolve os procedimentos para diagnóstico, acompanhamento e resolução dos problemas de desempenho do trabalho.
· Análise de cargos e tarefas: desenvolve os procedimentos e instrumentos para descrição de cargos tarefas, usa referidos procedimentos e instrumentos seguindo de análise dos resultados obtidos e faz descrição dos cargos e tarefas.
· Diagnóstico sócio ambiental: observa a relação entre homem e ambiente (comunitário, social e ecológico), estuda tanto a maneira como o ambiente físico influencia no bem estar das pessoas, quanto o impacto que as ações das pessoas têm sobre o ambiente físico e natural; orienta para a criação de programas socioambientais como instrumento de conscientização, realização pessoal e elevação da autoestima de seus colaboradores, observa e promove adequações da realidade social com o ambiente do trabalho através da definição de políticas de benefícios, tais como, transporte, assistência alimentícia, assistência médica, etc.
· Diagnóstico da saúde mental no trabalho: avaliação do ambiente de trabalho analisando os aspectos psicológicos e de salubridade, no que diz respeito a estresse, doenças ocupacionais, também intervém no ambiente e na organização do trabalho para a redução de riscos com a implantação e gestão de programas preventivos de saúde e da proposição de soluções para que o ambiente seja favorável, diminuindo os riscos e os custos com saúde.
· Orientação profissional: estratégia de redirecionamento de carreira, orientando na adequação e identificação profissional em que possam atuar.
· Diversidade cultural nas organizações: planejamento e intervenção em focos de conflitos internos devido a diferenças de personalidade, grupos étnicos, preferências sexuais, gênero, idade, religião, entre outros conflitos, através de pesquisa do clima interno e da cultura organizacional.
ENTREVISTA 1 – PSICÓLOGA A.
Você poderia contra um pouco sobre a sua formação e qual sua atual área de trabalho.
Psicóloga: Sou formada desde 1994 e trabalho com comportamental cognitivista. Eu me formei na UNIMEP em Piracicaba, em um época diferente de hoje. As faculdades investiam bastante na clínica, dificilmente tinha alguma coisa na organizacional, na social, na educacional e foi um pouco essa minha formação, foi mais para clínica, mas quando eu sai de lá eu tive professores maravilhosos e que me ajudaram muito a trilhar o caminho um pouco mais da social, que é onde eu mais me identifico. Gosto demais, trabalho na área social, já é uma coisa de família. Minha família sempre teve orfanato, casa de idosos, desde “piquititica” e isso me ajudou muito a gostar da área social. Então quando eu fiz estágio, fiz em uma casa de meninas abandonadas e abusadas, quando eu sai de lá trabalhei no Conselho Tutelar, já fui assistente técnico do fórum, da vara da infância. Trabalhei três anos e meio na delegacia da mulher com um trabalho supernovo que começou comigo, lá em Salto e em São Paulo com outra psicóloga da comportamental cognitivista com crianças abusadas sexualmente abaixo de cinco anos. Então trabalhei na delegacia da mulher com todos os tipos de violência e indo para a social você acaba vendo um pouco de tudo. Acabei indo para clínicas de dependências químicas, hoje tenho uma clínica e fui um pouco para a área educacional também,fiquei um pouquinho lá, mas psicólogo não fala muito, ouve mais, ai não é muito a minha praia falar, esse negócio de dar aula, dar palestra e eu sai rapidinho de lá, então é um pouquinho isso, acho que ao longo da nossa conversa eu vou falando um pouco mais.
Você optou pela área organizacional?
Psicóloga: Quando eu sai da faculdade, já fui trabalhar em uma empresa, fazendo o que eu faço aqui. Era na época muito novidade, eu fui trabalhar em Itu e nas empresas eu fiz uma triagem em todas as empresas que eu conseguia ter alcance, não tinha esse trabalho. Então eu fiz o atendimento com psicoterapia breve que é o que eu faço aqui. Só que lá surgiu um pouquinho dessa oportunidade de dar um apoio para a empresa, com recrutamentos e seleção, um pouquinho de treinamento que eu participava também, alguns projetos e projetos sociais, de apoio à família, à gestante, mas isso tudo era entendido como RH na época, acho que nem era RH, acho que era departamento pessoal que fazia tudo isso. Então um pouco que eu tenho na área organizacional é isso, fiz seleção, fiz treinamento para agência de emprego como freelance também, de vez em quando aparece, algumas empresas da área de segurança e como eu tenho também formação de testes psicotécnicos , e testes psicotécnicos a gente não dá muito valor quando a gente estuda, sabe? A gente quando é nova acha “que é chato e tal!”, eu adorava! Eu fui fazer alguns cursos para conseguir aplicar melhor, entender melhor, juntas as técnicas para fazer uma coisa mais bem feita e isso foi muito bacana porque algumas empresas da área de segurança, além de me chamar para fazer treinamento, também me chamavam para fazer seleção, porque na época precisava de avaliação psicológica para ter o porte de arma. Antigamente porte de arma não é como hoje. Hoje para psicólogo fazer um porte de arma precisa ser credenciado na Polícia Federal e na época era na Polícia Civil, era muito mais fácil. O processo também ficou muito melhor com o tempo, mas era assim, um montão de teste que pudessem dar um pouquinho mais de tranquilidade para o psicólogo junto com entrevista, dinâmica. Então eu fazia avaliação para porte de armas, foi muito interessante essa época, uma responsabilidade enorme, mas as empresas me contratavam e eu aprendi. Um pouquinho do que eu fiz para a PM, pra Civil, um pouco também, porque ai já não é organizacional, mas foi essa experiência com as empresas da área de segurança, fazendo seleção para eles que me ajudou a chegar nessa experiência diferente , de porte de arma para guarda municipal é bem interessante isso.
3) Na relação do dia a dia com os candidatos, dos colaboradores que você atende, como é esse relacionamento?
	
Psicóloga: Eu tenho um vínculo diferente, eu tenho um convite da empresa para trabalhar aqui dentro, no espaço da empresa, mas sem o vínculo de compromisso com a empresa ou com qualquer tipo de hierarquia dentro da empresa. Eu uso o espaço da empresa para atender os colaboradores, mas o meu vínculo de confiança de atendimento, meu vínculo terapêutico é com o colaborador. Então eu não repasso relatórios, eu não repasso informações. Quando a pessoa vem pela primeira vez, a segunda é a mesma situação do estabelecimento de vínculo no consultório. Você precisa estabelecer um vínculo de confiança com a pessoa se não ela não continua, ela via achar que a gente sai daqui e a primeira esquina que achar um gerente , um líder, alguém, a gente vai falar sobre o que ela trouxe de conteúdo para a sessão. O meu relacionamento com a empresa, a padaria especificamente, é muito bom, pela forma diferente que ela administra, aqui a gente tem a Metanoia que ajuda ,muito esse limite do respeito. Já tive experiências em, outras empresas que eles pediam reunião, relatório e eu nunca forneci, nunca dei, nunca tive problema ético ou qualquer coisa desse tipo, com relação a nada disso, então meu relacionamento aqui é excelente com os colaboradores e com a empresa, mas é construído viu!? Você entra em uma empresa e você precisa construir essa forma diferente de trabalhar porque todo mundo que está aqui, está vinculado a uma liderança, e eu não. E o psicólogo que for fazer isso se for vinculado a alguma liderança já perde a credibilidade
Matheus:
Isso é muito interessante porque, para nós de fora, achamos que tinha que estar dando feedback o tempo todo para a gerência, pensamos isso e isso dá uma confiança muito maior para os funcionários para conversar com você!
Psicóloga: Não tem não, não tem nem os nomes de quem eu atendi. Eu tenho um registro que é meu de quem eu atendi, algumas coisas que eu anoto dos atendimentos e no final do ano a gente consegue fazer até um gráfico, que como é para mim, eu que controlo isso. Você consegue ver a quantidade de casos de depressão , que trouxe problemas de relacionamento familiar , que tem problemas com dependência química e consegue até ter um número, mas a empresa não tem absolutamente nada de feedback meu, nem nome , nem quantas vezes passou, nem nada. Eles encaminham, porque eles que tem que encaminhar, mesmo que o colaborador peça até já aconteceu aqui da pessoa vir aqui dar o nome, que eu tenho um elo, aqui na Real do centro e eu atendo na Afonso, eu tenho um elo que a pessoa que é mais exposta, mais pública, que tem um relacionamento com todo mundo, esse é o critério, porque aqui (Padaria Real do Centro) é a Maze e Camila e lá( Padaria Real da Afonso Vergueiro) é a Debora e a Marina, porque tenho amizade com todo mundo, então a pessoa pode dar o nome para elas mas na hora de sair do setor, ela vai ter que comunicar o líder dela. Eles encaminham, às vezes eles vem me procurar e falam “ olha eu vou encaminhar uma pessoa aqui que está com dificuldade, está chorado bastante, deve estar com algum problema pessoal, familiar, gostaria que você atendesse ela para mim” eu atendo e continuo não dando feedback.
4)Hoje você possui algum supervisor?
Psicóloga: Hoje, depois de 20 anos mais ou menos de formação, eu tenho algumas pessoas que são referência para discutir casos desde sempre é preciso ter e hoje eu sou uma dessas referências para algumas pessoas também, e eu não tenho muito tempo, porque eu tenho bastante horário fechado, mas eu também ajudo algumas pessoas que trabalham comigo, inclusive na clínica. Eu tenho sim pessoas que me ajudam que trocam figurinhas comigo, médicos, psicólogos , não é só o psicólogo por causa de abordagem, não é só essa a nossa preocupação. Às vezes a gente precisa de profissionais até fora da área da saúde para saber o que a gente está falando. Imagine esses dias, eu procurei alguém que entendesse de jogo de videogame, eu não entendo nada disso e chegou uma pessoa que não estudava mais, não trabalhava mais , não namorava mais , não comia mais, muito compulsivo, muito fechado nessa coisa do jogo e eu queria entender o que ele jogava , então a gente precisa das pessoas de todas as áreas.
Rodrigo:
Psicólogo não é sozinho, você vai ter que ter contato com outros profissionais.
Psicóloga: Conversar para você fazer seu trabalho e também ter parceria para realmente poder ajudar as pessoas, porque quando eu atendo alguém eu percebo que a terapia não vai resolver tudo , ele não vai consegui resolver tudo apenas com esse recurso, então a gente tem o lazer e todas as nossa áreas, tem que estar em equilíbrio, todas elas. Tem o esporte e outros profissionais, como às vezes a pessoa vem com uma tendência, naquela coisa mais naturalista de fazer uma auricula(13:40) e sabe que a pessoa já fez, parou de fazer e fazia bem. Você incentiva a pessoa a fazer o que ela gosta, tudo o que faz bem para ela , então são profissionais que muitas vezes até entram em choque com a psicologia ,por exemplo “ ai eu fazia , sei lá é...eu ia na igreja e isso me fazia tão bem então por que assim, parou, parou como, por que se fazia bem?” Então se eu não falo de religião, mas você trabalha com uma pessoa por inteiro e não pela metade e eu sou de uma época que na psicologia não podia nem tocar nesse assunto,... não tem como não falar, é como falar assim “uma parte de você não me interessa,” você não vai falar da sua religião, você não precisa falar “ viu você precisa ir na igreja”. Como aconteceu com uma menina que eu atendi há pouco tempo, não precisa falar que ela precisa ir à igreja, mas se ela lamentar que está fazendo falta e que ela não consegue ir por imposição de alguém , pera ai, vamos ter que trabalhar com o direito dela e o gosto dela de ir para igreja que ela quiser ir, não tem como falar “ desculpa sobre isso eu não posso falar” 
Elaine: 
É verdade acaba tento uma barreira, acaba quebrando alguma coisa, um vínculo.
Psicóloga: Não acho que a gente tenha que ter mesmo nenhuma, a gente precisa falar sobre tudo, lembrando que esse tudo é dele, não é nosso , não é nossa opinião, não é o que a gente acredita , que a gente gosta , é tudo na vida dele , tudo que ele quiser falar é conteúdo e é importante e a gente tem que respeitar e sim, falar sobre.
5) Quando vem um colaborador e reclama de desavença no ambiente de trabalho, como você trabalha com isso?
Psicóloga: Existe um trabalho que é bem conhecido que é “estresse no trabalho” eu pego um pouquinho disso , mas sem a abertura que um psicólogo que está dentro da empresa consegue fazer , porque um psicólogo que é vinculado da empresa consegue fazer grupos com a equipe , eu não . Então quando a pessoa vem e se queixa de conflito, de “tô bravo”, “tô com raiva”, seja de quem for, “brigaram comigo”, ou “eu tô, sei lá chateado” ... Eu trabalho, sempre, com a forma de ela lidar com as coisas, de uma forma geral. Como você encara as contrariedades, como é que você lida com o que não sai do jeito que você quer , como é que você direciona sua metas e seus objetivos na vida, como é que você lida com os imprevistos , as surpresas, com o diferente. Eu trago para a vida dela porque o objetivo é que haja crescimento para ela, nós não podemos mudar ninguém, né? Eu não posso trazer para a terapia a forma dos outros falarem, não posso trazer a forma que o Joao e a Maria fizeram com ela, a única coisa que eu posso fazer é perguntar “como é que você lida com esse tipo de comportamento do outro?” Porque na verdade o mundo é assim, a vida é assim, ninguém vai parar a vida dela para fazer a gente feliz . Todo mundo está na mesma situação querendo ser respeitado, querendo ficar bem. Aqui vamos trabalhar o que é dela.
O que aparece muito mais em todas as empresas que eu trabalhei, tudo que aparece de conflito aqui tem a ver com a dificuldade que a pessoa têm de lidar com aquele tipo de conflito e que ela já traz da casa dela, ela não é outra pessoa aqui. Quando eu trago isso para o atendimento e a pessoa consegue nessa troca, ter os insights dela, ela leva esse aprendizado para todo lugar da vida dela é muito legal. 
6)Em algum momento você teve que lidar com ideias suicidas?
Psicóloga: Sempre! Ninguém quer morrer. A gente quer que uma dor morra, que uma tristeza, um problema que não cabe mais dentro da gente. E que a gente não acredita mais que vai ter recursos ou apoio para resolver, a gente quer que aquilo morra. E é com essa ideia que eu trabalho. 
7)Como a gente busca a resiliência em um momento desse?
Psicóloga: Com atendimento, você vai buscar o tempo todo, alguém para atender a gente, conversar com a gente, para a gente organizar o que é da gente e o que é do outro, para gente conseguir separar as coisas e é a vida inteira assim. Quando eu me formei e durante a faculdade também. Eu fiz acompanhamento com várias abordagens para chegar onde estou hoje. Sempre mexe com a gente.
8) Alguma vez você teve que quebra o sigilo?
Psicóloga: Aqui nunca aconteceu, mas se um dia acontecer, eu vou falar para a pessoa que eu vou fazer. 
Vocês, hoje, estão focados na quebra do sigilo que é uma decisão importante do psicólogo. Agora a quebra do sigilo, se ela tiver que acontecer, ela precisa vim junta com outras ações, então se vier aqui uma pessoa que está premeditando alguma coisa, pra fazer algum mal aqui para o ambiente de trabalho, a minha posição, eu falo com a pessoa sobre isso, ofereço ajuda para ela, a encaminho, pois geralmente é um problema psiquiátrico, pois ninguém está querendo agredir uma pessoa estando bem de saúde e com ela sabendo. Você trabalha a agressividade dela, trabalha a motivação e você não vai sair incendiando, pois é o que mais você vai ouvir.
 9) Qual o conselho para nós que estamos fazendo Psicologia?
Psicóloga: Se vocês estão gostando do curso, quem fica feliz sou eu, pois é muito triste ver profissionais por aí trabalhando por vários motivos, mas sem gostar e tem em todas as áreas. Então o gostar, em minha opinião, é muito importante. Eu para conseguir fazer a faculdade fui muito difícil financeiramente, de muitas formas foi muito difícil, mas se vocês gostam eu garanto para vocês que vale a pena. Tem muito trabalho gente, não se desanimem, porque um fala que tem muito psicólogo, outro fala que ninguém tem dinheiro para pagar terapia, outros falam que não dão valor para psicólogo, dão sim, quem precisa dá. Se a pessoa precisa e ela é bem recebida, mesmo que você não possa ajudar, se você recebe a pessoa bem quando ela te procura e você encaminha aonde ela precisa ir para ter a ajuda que ela precisa, você já vai ser um psicólogo respeitado, você já vai estar fazendo jus a profissão e eu acho que é isso que a psicologia precisa de gente que faz isso, e não de gente que está preocupada em ter cliente, ter paciente, sei lá o que, independente da abordagem que vocês queiram usar, mas trazer para si, é um propósito. Eu acho que a gente precisa servir a psicologia com dignidade com seriedade, eu amo, eu não deixo por nada, eu não quebro regras, porque eu não quero que isso seja tirado de mim, nunca! Os respeitos das pessoas, o respeito pela profissão, a credibilidade que as pessoas tem no meu trabalho, é no meu, no seu, não é só no meu é o que eu faço. Não é só a pessoa que te procura é na rua, vocês vão ver que o psicólogo é visto entre aspas, as pessoas acham que inclusive, nos não temos problemas, as pessoas acham “olha como ela fala calmo” não é nada disso, mas é uma imagem que de certa forma você precisa trabalhar com ela mas sendo verdadeiro . A gente tem que ter educação, tem que ter amor pelas coisas, pelas pessoas. O que digo para vocês é isso, sejam verdadeiros em qualquer lugar, e com qualquer pessoa mesmo que não seja paciente , na fila do ônibus, com o cachorro que passar na frente de vocês, sejam gente é disso que a gente está precisando, de psicólogo, de médico, de advogado, a gente está precisando de gente que respeita a gente, na política, em qualquer lugar. É esse o recadinho que eu deixo de coração, muito amor para vocês e se precisarem de mim, naquilo que eu puder ajudar, e se eu não puder ajudar eu ajudo a procurar alguém que ajude.
ENTREVISTA 2 – PSICÓLOGA B.
Você poderia contra um pouco sobre a sua formação e qual sua atual área de trabalho.
Psicóloga: Fiz faculdade de Psicologia, me formei em 2003, atualmente eu trabalho com recrutamento e seleção. Quando eu sai da faculdade, cheguei a trabalhar em outras áreas também.
A área organizacional sempre foi uma opção?
Psicóloga: Inicialmente não foi uma opção. Eu precisava fazer estágio e me convidaram para trabalhar em uma agência de emprego na época para fazer estágio. E acabei caindo meio que de paraquedas nessa área, porque a minha vontade, sempre foi ter uma clínica e trabalhar na área infantil. E acabei trabalhando na organizacional, acabei gostando e fiquei, estou desde essa época. Trabalhei já em clínica, mas muito pouco.
Pode nos contar um pouco como é o seu trabalho?
Psicóloga: Meu trabalho aqui é selecionar pessoas, eu tenho uma liberdade muito grande para fazer isso, nunca ninguém me impôs nada. Eu faço do meu jeito, como a gente acha que tem que ser.
Os colaboradores tem liberdade total de virem aqui na hora que precisarem conversar com agente, trocar ideia mesmo. E sabendo que a gente fez psicologia, parece que eles têm uma proximidade maior e acaba procurando por uma coisa e acaba puxando outro assunto. Na verdade a gente sabe que ele veio por um assunto, acaba dando uma desculpa e acaba chegando no assunto que ele quer . Então aqui é muita conversa, o meu trabalho é esse na verdade. Muita conversa gostar de gente.
Você utiliza alguma abordagem?
Psicóloga: Eu vou pendendo mais para a comportamental. Quando eu vejo já estou puxando para a comportamental mesmo e é o que eu gosto mais, é o que eu estudei bastante, é o que eu prefiro.
5) Como é seu dia a dia na empresa?
Psicóloga: Hoje em dia está bem tranquilo. Quando gente entra em uma empresa a dificuldade que temos é conseguir conciliar com os pensamentos da diretoria, da empresa, com os que a gente tem que , geralmente, são diferentes, ele focam mais o custo, o financeiro e a gente está pensando em fazer outras coisas. Encontramos algumas barreiras. “Isso pode até tal coisa, ou até certo ponto, isso não pode”, então a gente tem que ir se adequando naquilo que eles querem, mas é muito tranquilo. Aqui pelo menos é muito tranquilo.
6) Você possui algum supervisor?
Psicóloga: Não! Tenho apenas um diretor, que a gente faz uma vez por semana uma reunião, mas ele não supervisiona meu trabalho, é mais para contar para ele o que eu fiz naquela semana, ao invés de ficar mandando um relatório, eu faço uma conversa.
7) Para você qual maior dificuldade no seu trabalho?
Psicólogo: Na verdade, hoje eu não aplico testes. Não que eu seja contra testes, o que eu sou contra é a pessoa avaliar apenas pelo teste. Eu acho que a seleção engloba um conjunto de coisas. É teste, é entrevista, são várias coisas. Hoje, aqui, eu não aplico testes, mas já fiz muito isso e eu optei, por conta da cultura da empresa mesmo, eu optei por fazer um questionário. Entregamos um questionário, essa pessoa responde o questionário e eu trago ela aqui para dentro e a gente vai falar sobre tudo o que ela respondeu. Nesse questionário ela vai falar um pouco da vida profissional dela e da vida pessoal, que na verdade é bem o foco aqui da empresa. A gente fala muito sobre valores. Eu acabo puxando mais para isso no questionário. Eu acabei meio que deixando os testes de lado, já apliquei quati, paleográfico em outras empresas, o AC eu aplicava muito. Aqui eu cheguei a aplicar AC também, 
8) Tem algum caso que te marcou mais?
Psicóloga: São muitas histórias né! Tem muita coisa engraçada também, muita coisa triste. Geralmente as pessoas vêm aqui desempregadas, em uma situação difícil, então normalmente as pessoas já estão com sentimentos ruins. O que eu procuro fazer é levantar o astral dessa pessoa na entrevista, mostrar os pontos fortes, os pontos bons que essa pessoa tem para buscar uma oportunidade de emprego.
9) Como você conduz a entrevista?
Psicóloga: Não é uma coisa fácil, a gente estava falando agora pouco na integração sobre resiliência. Não é uma coisa fácil porque a pessoa que vem aqui, ela normalmente não fala toda a verdade, a pessoa já está nervosa, já está preocupada, querendo muito aquela vaga, então ela está preocupada em falar aquilo que você quer ouvir. Ai que você tem que ter esse feeling de perceber na pessoa, se realmente ela está falando a verdade, pois a gente não tem bola de cristal. Mas é questão de experiência mesmo. Por outras perguntas a gente vai chegando onde a gente quer, ai é que está o x do negócio.
10) O psicólogo organizacional é reconhecido? 
Psicóloga: Eu acredito que sim. Quando eu comecei a trabalhar em empresa, eu achava que não era. Eu tinha isso na minha cabeça. E hoje eu acho que sim, que é valorizado sim, tanto que eles pedem muito, buscam psicólogos para trabalhar, acho que eles estão conseguindo enxergar. Eu lembro que quando eu comecei, tinha um monte de empresa que nem RH não tinha. Muitas, muitas e muitas. Hoje ainda tem empresas menores que não tem. Quem cuidava mesmo do RH era o contador que cuidava dessa parte de admissão, desse processo e essa parte de cuidar de gente mesmo, não tinha. Hoje eu acho que as empresas já enxergam isso. O quanto é importante ter um RH na empresa. Hoje é bem mais valorizado do que antes.
11) Você trabalha em outra área fora da empresa?
Psicóloga: Eu faço, também, seleção, outras coisas, mas dentro do RH, relacionado a organização mesmo.
12) Qual o conselho para nós que estamos fazendo Psicologia?
Psicóloga: A primeira coisa é gostar de gente e muito amor pelo que faz. É o que faz a gente ficar nessa área. Se não for amor você acaba abandonando, pois não é fácil. Em relação na tudo. Às vezes você vem trabalhar com a cabeça lá no mundo da lua, está com um problemão em casa, eu pelo menos sou assim, eu amo que eu faço, eu chego aqui e meus problemas acabam. Cinco horas , quando eu vou embora, e é claro que durante o dia eu tenho pinceladas daquele problema voltam, mas é o que me faz continuar é o amor mesmo. Eu chego aqui e começo a trabalhar e parece que eu estou no paraíso.
O que a empresa quer que eu enxergue na pessoa: qual o sonho da pessoa, o que ela está querendo para vida dela, se ela quer construir um caminho bacana, que área que é. A empresa quer que eu enxergue um brilho no olho dessa pessoa e às vezes a pessoa esta em um buraco tão grande de coisas tão básicas, que vocês sabem da pirâmide então se ela não tem aquela pirâmide ali, fica difícil ela enxergar o resto. A gente tem que conversar e conversar e conversar e devagar ela vai relaxando e devagar ela vai soltando uma coisa ou outra mas não é fácil, na seleção é complicado.
No questionário eu puxo muito sobre a família, o que ela aprendeu com a família dela, como era a vida dela, como foi a infância dela, o que ela passou na vida e eu vou escutando essas história. Então tem lá pretende estudar “Não” e ai fica aquela coisa a pessoa não tem planos, não tem sonhos e não é isso. Na cabeça dela aqui naquele momento, ela não tem “nenhum tostão” nem para comer, como ela vai estar pensando em fazer uma faculdade.
E passar isso para o supervisor é complicado, o negócio está além disso, está lá atrás.
CONCLUSÃO.
A psicologia organizacional é um termo recente, portanto ainda em construção. Seu principal objetivo propor a existência de dois grandes eixos, as organizações enquanto ferramenta social e atividade básica do ser humano reprodutora de sua existência e sociedade. As funções desta Psicologia são objetivas e claras, como recrutamento, seleção, orientação, entre outras. A partir desta premissa, o psicólogo (a), avaliará o indivíduo de acordo com a ética e perfil da empresa.
A entrevista realizada demonstra os desafios e prazeres da Psicologia Organizacional. Ambas entrevistadas mostram que a ética, em todos os casos, deve ser usada rigorosamente, e que ao quebrar o sigilo (artigo 9º), o indivíduo deve ser contatado. Ao deparar-se com qualquer situação, o profissional da Psicologia precisa lidar de uma forma ampla e empática, para que o indivíduo se sinta confortável ao falar dos aspectos de sua vida.
Em suma, a Psicologia Organizacional, assim como as outras áreas, possui muitas características a melhorar, mas a diferença nos indivíduos e no mercado que o profissional da Psicologia exerce nesta área, é inegável.
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