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Tribunal penal internacional

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Tribunal penal internacional 
A Responsabilidade Penal Internacional dos Indivíduos Sob a ótica de Mazzuoli
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
“É A TENTATIVA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL DE JULGAR E PUNIR PESSOAS QUE COMETERAM CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, TENDO, PORTANTO, O OBJETIVO DE EVITAR A IMPUNIDADE.”
1. A teoria da responsabilidade penal internacional dos indivíduos foi efetivamente impulsionada com o ESTATUTO DE ROMA de 1988, o qual implementou o TPI.
2. A criação desse Tribunal decorre, historicamente, da necessidade de firmar uma proteção a nível Internacional dos Direitos Humanos frente aos crimes bárbaros e ultrajantes à dignidade de todos os seres vivos. 
OBS.Nº1: MAS, QUE CRIMES SÃO ESSES?
OBS.Nº2: 
Em decorrência de inúmeras violações de Direitos Humanos a partir das primeiras décadas do Século XX – principalmente com as duas grandes Guerras Mundiais, surge a necessidade da ideia de um Jus Puniendi em plano GLOBAL, aspirando em uma Justiça Penal Internacional.
3. O Principal legado do Holocausto para a internacionalização dos Direitos Humanos consistiu na preocupação que gerou, no mundo pós-Segunda Guerra, sobre a falta de disposição normativa de proteção à nível internacional.
4. Como resposta às atrocidades cometidas pelos Nazistas no Holocausto, cria-se o TRIBUNAL DE NUREMBERG, que significou um grande impulso ao movimento de internacionalização dos direitos humanos.
Vale ressaltar que esse Tribunal representou a reação imediata da sociedade internacional às violências perpetradas durante o Holocausto, especialmente por processar e julgar os “Grandes Criminosos de Guerra” do eixo Europeu, acusados de colaboração direta para com o regime nazista.
O LEGADO DO HOLOCAUSTO E O TRIBUNAL DE NUREMBERG
5. A Partir de Nuremberg, uma nova lógica se instala no Direito Internacional contemporâneo, pela primeira vez o Direito Penal considerou indivíduos que agem em nome do estado como sujeitos ativos de condutas criminosas no plano INTERNACIONAL. Então, ao passo que existia uma violação ao direito dos Judeus, a nova interpretação fornecida pela perspectiva de Direitos humanos em patamar internacional, é de uma violação Global, a qual independe de sexo, cor, raça e religião.
QUANTO AO TPI, É IMPORTANTE DESTACAR QUE:
- Foi aprovado em 17 de julho de 1988, em Roma.
- Seu nome oficial é Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. 
- Sua finalidade precípua é de constituir um tribunal internacional com jurisdição criminosa permanente.
- É dotado de personalidade jurídica própria.
- Sua sede é em Haia, Holanda.
- Foi aprovado por 120 Estados.
- 7 Estados foram contra: EUA, CHINA, IÊMEN, IRAQUE, ISRAEL, LÍBIA E QUATAR 
- E 21 abstenções.
- Entrou em vigor em 1º de Julho de 2002.
6. NO BRASIL 
O Brasil participou de uma comissão preparatória para o estabelecimento do TPI antes mesmo da conferência de Roma em 1988. E isso foi devido, em grande parte, em razão do mandamento do Art. 7º do Ato das disposições constitucionais transitórias da CF/98, que estabelece que: “O Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos humanos.”
Em 7 de fevereiro de 2000 o País assinou o Estatuto de Roma, sendo ratificado em 20/06/2002 – Momento ao qual o Brasil se tornou parte no respectivo tratado.
7. CARACTERÍSTICAS DO TPI
7.1 NATUREZA SUPRACONSTITUCIONAL (centrífuga)
Essa natureza se firma acostada no fato de que seu Estatuto não é qualquer tratado. Mas sim, um tratado especial de natureza centrífuga, cujas normas derrogam toda norma de direito interno. Ou seja: O Estatuto do TPI é considerado como centrífugo porque rege relações jurídicas dos sujeitos com a jurisdição Global. Para tanto, fogem do centro, da jurisdição comum, atingindo, portanto, a justiça universal. *O único órgão jurisdicional com alcance universal atualmente é o TPI. *Possui status supraconstitcuional em face dos ordenamentos domésticos.
7.2 TRIBUNAL INDEPENDENTE 
A segunda grande característica do TPI, é ser independente. Ou seja, seu funcionamento não depende de qualquer tipo de ingerência externa ou direito Interno de qualquer Estado.
7.3. ÓRGÃO SUBSIDIÁRIO PERANTE JURISDIÇÕES PENAIS INTERNAS.
A intenção dos Estados ao criarem o Estatuto foi de constituir um tribunal COMPLEMENTAR ÀS JURISDIÇÕES PENAIS NACIONAIS, para o fim de processar e julgar indivíduos acusados de cometer os crimes de maior gravidade que afetam a sociedade internacional como um todo. Logo, é nítido que o TPI, somente atuará subsidiariamente em ultima ratio, quando o Direito Interno nada fizer, segundo os critérios definidos no Art. 7º do Estatuto.
7.4. JUSTIÇA AUTOMÁTICA
Contrariamente aos tribunais em geral, o TPI não depende, para o seu pleno funcionamento, de qualquer aceite do Estado da sua competência jurisdicional, operando automaticamente desde a data de sua entrada em vigor – 1º de julho de 2002.
8. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO TPI.
O Estatuto do TPI é comporto por 128 artigos com um preâmbulo de 13 partes.
 
- Inicialmente será composto por 18 juízes, nº que poderá ser aumentado por proposta de sua presidência. Os juízes serão eleitos dentre pessoas de elevada idoneidade moral, imparcialidade e integridade, com todos os demais requisitos. Serão eleitos por um mandato máximo de 9 anos, sem a possibilidade de reeleição.
- O Tribunal é composto pelos seguintes órgãos:
*PRESIDÊNCIA
*UMA SEÇÃO DE RECURSOS
*UMA SEÇÃO DE JULGAMENTO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
*UMA SEÇÃO DE INSTRUÇÃO 
*GABINETE DO PROMOTOR – CHAMADO DE “PROCURADOR” PELO ESTATUTO
*SECRETARIA – COMPETENTE PARA ASSUNTOS NÃO JUDICIAIS DA ADMINISTRAÇÃO DO TRIBUNAL.
9. QUESTÕES RELATIVAS À ADMISSIBILIDADE DE UM CASO PERANTE O TRIBUNAL 
O TRIBUNAL PODERÁ DECIDIR SOBRE A NÃO ADMISSIBILIDADE DE UM CASO SE:
for objeto de inquérito ou de procedimento criminal por parte de um estado que tenha jurisdição sobre ele, salvo se este não tiver vontade de de levar a cabo o inquérito ou o procedimento ou não tenha capacidade para fazê-lo;
tiver sido objeto de inquérito por um estado com jurisdição sobre ele e tal Estado tenha decidido não dar seguimento ao procedimento criminal contra a pessoa em causa, a menos que essa decisão resulte do fato de esse Estado não ter vontade de proceder criminalmente ou da sua incapacidade real para fazê-lo;
A pessoa em causa já tiver sido julgada pela conduta a que se refere a denúncia, e não puder ser julgada pelo tribunal em virtude do disposto no §3.º do Art. 20 (que trata do Bis In Idem)
Não for suficientemente grave para justificar a ulterior intervenção do Tribunal.
O Processo ter sido instaurado ou estar pendente ou a decisão ter sido proferida no Estado com o propósito de subtrair a pessoa em causa à sua responsabilidade criminal por crimes de competência do Tribunal nos termos do disposto no Art. 5.º
Ter havido demora injustificada no processamento, a qual, dadas as circunstâncias, se mostra incompatível com a intenção e fazer responder a pessoa em causa perante a justiça.
- O processo não ter sido ou não estar sendo conduzido de maneira independente ou imparcial, e ter estado ou estar sendo conduzido de uma maneira que, dadas as circunstâncias, seja incompatível com a intenção de levar a pessoa em causa perante a justiça.
10. IMPOSSIBILIDADE DE RESERVAS DO ESTATUTO.
o estatuto veda expressamente a possibilidade de sua ratificação ou adesão com reservas, nos termos do seu art. 120, o que evita conflitos de interpretação existentes.
11.COMPETÊNCIA MATERIAL DO TPI
O TPI é competente para julgar, com caráter permanente e independente, os crimes mais graves que afetam todo o conjuto da sociedade internacional dos Estados. Essa competência ratione materiae abrange os seguintes (e imprescritíveis) crimes já aventados no início da apresentação.

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