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Tutoria- Psiquiatria

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Resumo Tutoria- Módulo Psiquiatria 
Retardo mental: é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente 
inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em 
pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidados, vida 
doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, 
auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 
Deficiência Mental é um estado onde existe uma limitação funcional em qualquer área do 
funcionamento humano, considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social 
onde se insere a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma 
determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a capacidade dessa pessoa 
satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o diagnóstico relativo. 
Na Deficiência Mental, como nas demais questões da psiquiatria, a capacidade de adaptação do 
sujeito ao objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente ligado à noção de 
normal. Teoricamente, já que a unidade de observação é a capacidade de adaptação, deveriam 
ficar em segundo plano as questões mensuráveis de QI. 
Segundo critérios das classificações internacionais, o início da Deficiência Mental deve ocorrer 
antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma 
alteração cognitiva como é a Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, 
de modo acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência 
(QI ou equivalente). 
Academicamente, é possível diagnosticar o Retardo Mental em indivíduos com QIs entre 70 e 
75, porém, que exibam déficits significativos no comportamento adaptativo. Cautelosamente o 
DSM.IV recomenda que o Retardo Mental não deve ser diagnosticado em um indivíduo com um 
QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos no funcionamento 
adaptativo. 
Classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde) 
QI Denominação 
Nível Cogn. 
(Piaget) 
Idade Mental 
Menor de 20 Profundo Sensório-Motriz 0-2 anos 
Entre 20-35 Agudo Grave Sensório-Motriz 0-2 anos 
Entre 36-51 Moderado Pré-Operativo 2-7 anos 
Entre 52-67 Leve 
Operações 
Concretas 
7-12 anos 
De um modo geral, resumindo, costuma-se ter como referência para avaliar o grau de 
deficiência, mais os prejuízos no funcionamento adaptativo que a medida do QI. Por 
funcionamento adaptativo entende-se o modo como a pessoa enfrenta efetivamente as 
exigências comuns da vida e o grau em que experimenta uma certa independência pessoal 
compatível com sua faixa etária, bem como o grau de bagagem sócio-cultural do contexto 
comunitário no qual se insere. 
A Deficiência Mental se caracteriza assim, por um funcionamento global inferior à media, junto 
com limitações associadas em duas ou mais das seguintes habilidades adaptativas: 
comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e 
segurança, habilidades escolares, administração do ócio e trabalho. Para o diagnóstico é 
imprescindível que a Deficiência Mental se manifeste antes dos 18 anos. As áreas de 
necessidades dos deficientes devem ser determinadas através de avaliações neurológicas, 
psiquiátricas, sociais e clínicas e nunca numa única abordagem de diagnóstico. 
CAUSAS E FATORES DE RISCO 
 
Inúmeras causas e fatores de risco podem levar à Deficiência Mental, mas é muito importante 
ressaltar que muitas vezes não se chega a estabelecer com clareza a causa da Deficiência 
Mental. 
 
A. FATORES DE RISCO E CAUSAS PRÉ NATAIS: 
São os fatores que incidirão desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser: 
- Desnutrição materna; - Má assistência à gestante; 
- Doenças infecciosas na mãe: sífilis, rubéola, toxoplasmose; 
- Fatores tóxicos na mãe: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos 
(medicamentos teratogênicos), poluição ambiental, tabagismo; 
- Fatores genéticos: alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais), ex.:síndrome de 
down, síndrome de matin bell; alterações gênicas, ex.:erros inatos do metabolismo 
(fenilcetonúria), síndrome de williams, esclerose tuberosa, etc. 
 
B. FATORES DE RISCO E CAUSAS PERINATAIS. 
Incidem do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê como: 
 má assistência ao parto e traumas de parto; * oxigenação cerebral 
insuficiente; 
 Prematuridade e baixo peso; * Icterícia grave do recém nascido 
 
C. FATORES DE RISCO E CAUSAS PÓS-NATAIS: 
Aqueles que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser: 
- Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; 
- Infecções: meningoencefalites, sarampo, etc; 
- Intoxiações exógenas (envenenamento): remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, 
mercúrio); 
- Acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc. 
- Infestações: neurocisticircose (larva da Taenia Solium). 
 
A deficiência Mental é definida como um transtorno mental e é classificado na CID e no DSM- 
IV como "retardo mental" 
O Transtorno defini-se por uma parada do desenvolvimento (ou desenvolvimento incompleto) 
do funcionamento intelectual, caracterizados essencialmente por um comprometimento, 
durante o período de desenvolvimento, das faculdades que determinam o nível global de 
inteligência. Ele pode acompanhar um outro transtorno mental ou físico, ou ocorrer de modo 
independentemente. 
É descrito no DSM - IV como um funcionamento intelectual significativamente inferior à média 
acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas 
das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades 
sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, 
trabalho, lazer, saúde e segurança. 
 
O início deve ocorrer antes dos 18 anos . O Retardo Mental possui muitas etiologias diferentes 
e pode ser visto como uma via final comum de vários processos patológicos que afetam o 
funcionamento do sistema nervoso central. 
Síndrome de Down: forma mais comum de trissomia autossômica e a causa genética mais 
comum de dificuldade de aprendizado severa. Sua incidência é de 1:650 (sem rastreamento 
pré-natal). Suspeitada ao nascimento, geralmente, devido a aparência da face do bebê, 
maioria hipotônica, apresenta occípcio achatado, prega palmar única, 5º dedo encurvado e 
grande espaço entre o hálux e o 2º dedo do pé. 
Um prognostico preciso a longo prazo no período neonatal é difícil de se estabelecer, pois se 
observam variações individuais no grau de dificuldade de aprendizado e no desenvolvimento 
das complicações. A cardiopatia congênita grave é a maior causa de mortalidade precoce. 
Consciente: parte da mente em que as percepções que provêm do mundo externo ou interior 
do corpo ou da mente são trazidas à consciência, a qual é um fenômeno subjetivo, cujo 
conteúdo somente pode ser comunicado por meio da linguagem ou do comportamento. As 
pessoas têm noção de determinada ideia ou sentimento pelo fato de investirem uma 
quantidade discreta de energia psíquica (catexe da atenção) neutralizada em ambos. 
Pré-consciente: compreende eventos, processos e conteúdos mentais que podem ser trazidos 
à consciência pelo ato de concentrar a atenção. Conceitualmente, representa uma interface 
entre as regiões inconsciente e consciente. Serve também para manter a barreira repressiva e 
para censurar desejos e vontades inaceitáveis. 
Inconsciente: sistema dinâmico. Seus conteúdos e processos mentais são mantidos fora da 
consciência por meio de forças de censura ou repressão. Está intimamente relacionado a 
impulsos instintivos.Caracteriza-se pelo pensamento do processo primário, que visa principalmente a facilitar a 
realização de desejos e a liberação de instintos. Governado pelo princípio do prazer. 
O conteúdo do inconsciente só pode se tornar consciente passando pelo pré-consciente. 
Personalidade: conjunto distintivo constituído por padrões e tendências comportamentais 
relativamente permanentes de um dado indivíduo. 
Desenvolvimento psicossexual (Freud): a medida que a energia da libido muda de uma zona 
para outra (oral -> anal-> fálica), acredita-se que cada estágio do desenvolvimento se baseie e 
reúna as realizações do estágio anterior. 
- Estágio oral: ocorre nos primeiros 12 a 18 meses, centrado na boca e lábios e se manifesta 
nos comportamentos de mastigar, morder e chupar. 
- Estágio anal: ocorre dos 18 a 36 meses, envolve o funcionamento e controle do intestino. 
- Estágio fálico: ocorre de 3 a 5 anos, concentra-se inicialmente na urinação como fonte de 
atividade erótica. 
Teoria estrutural da mente-personalidade (Freud): formada por 3 entidades (id, ego e 
superego). 
 Id: termo usado por Freud para referir-se a uma variedade de impulsos instintivos 
desorganizados, impulsos biológicos primitivos. Representa a porção inata da 
personalidade. Os impulsos fisiologicamente determinados (busca de ar, alimento, 
água, procriação entre outros) são considerados funções do id. No entanto, não deve 
ser considerado sinônimo do inconsciente, pois, tanto o ego quanto o superego têm 
componentes inconsciente. 
 
 
 Ego: cobre todas as três dimensões topográficas do consciente, pré-consciente e 
inconsciente. É a parte ou função da personalidade que estabelece um relacionamento 
com o mundo o qual vivemos. Lida com o ambiente através da percepção consciente, 
do raciocínio, do sentimento e da ação. O pensamento lógico e abstrato e a expressão 
verbal estão associados às funções consciente e pré-conscientes do ego. Os 
mecanismos de defesa residem no domínio inconsciente do ego, que é o órgão 
executivo da psique e controla a mobilidade, percepção, contato com a realidade e, 
por meio dos mecanismos de defesa disponíveis, o retardo e a modulação na 
expressão de impulsos. Apresenta os aspectos da personalidade que avaliam, julgam, 
se comprometem, fornecem soluções e criam defesas. É o agente integrador e 
executivo, tem um papel intermediário entre os mundos interno e externo. É o 
mediador e dirige o comportamento a compromissos aceitáveis entre os impulsos 
cegos do id e as inibições do superego. 
 
 Superego: segmento que é conceituado como um observador e avaliador do 
funcionamento do ego, comparando com o padrão ideal. Estabelece e mantém a 
consciência moral do indivíduo com base em um complexo sistema internalizado de 
ideias e valores dos pais ou seus substitutos (figuras de autoridade, capazes de punir 
ou recompensar). Serve como uma entidade que proporciona um escrutínio íntimo 
dos comportamentos, pensamentos e sentimentos da pessoa, faz comparação com 
padrões de comportamento esperados e oferece aprovação ou desaprovação. Essas 
atividades ocorrem amplamente de forma inconsciente. Age como o supervisor do ego 
e de tendências internas, inconscientes e, portanto, como parte repressora da 
personalidade. 
 
Na pessoa bem ajustada, o comportamento satisfaz simultânea e vitoriosamente as 
exigências do ID, EGO e SUPEREGO. 
Ansiedade: resposta a uma ameaça desconhecida. Prepara o indivíduo para lidar com 
situações potencialmente danosas ou qualquer ameaça à unidade ou integridade pessoal, 
tanto física como moral. Pode manifestar-se em 3 níveis: neuroendócrino (adrenalina, 
noradrenalina, ...), visceral (Sist. Nerv. Autônomo) e consciência (sensações fisiológicas, 
nervosismo ou amedrontamento). 
A ansiedade é caracterizada por um estado subjetivo de apreensão ou tensão consequente à 
interpretação de uma situação de perigo real ou imaginária. Este estado é frequentemente 
acompanhado por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no 
estômago, aumento da pressão arterial, das frequências cardíaca e respiratória, aperto no 
peito e transpiração. A ansiedade pode ser distinguida do medo pela presença da incerteza 
subjetiva, no que se diz respeito ao estímulo ou a situação vivenciada. Ansiedade tem também 
sido descrita como medo não resolvido na medida que pode resultar em uma perturbação 
comprometendo o desempenho do indivíduo. 
Biologicamente a etiologia da Ansiedade parece estar relacionada aos sistemas 
Noradrenérgico, Gabaérgico e Serotoninérgico (da noradrenalina, serotonina e gaba, 
respectivamente) do Lobo Frontal e do Sistema Límbico. Os pacientes ansiosos tendem a ter 
um tônus simpático aumentado, respondendo emocionalmente de forma excessiva aos 
estímulos ambientais e demorando mais a adaptar-se às alterações do Sistema Nervoso 
Autônomo. 
Transtornos de ansiedade: 
- Transtorno do pânico: caracteriza-se por crises súbitas e imprevisíveis de elevada ansiedade e 
medo com taquicardia, sudorese, tontura, dor no peito, falta de ar, sensação de morte ou de 
perda de controle. Para definir o transtorno, devem ocorrer várias crises de pânico em um 
período de, pelo menos, 1 mês, sem que haja circunstancias com perigo objetivo. 
- Fobias: caracterizam-se pelo medo persistente e recorrente a um determinado objeto ou 
circunstancia que desencadeia uma forte reação de ansiedade, acompanhada pela ausência de 
motivo para despertar o medo constatado, ou por este ser exagerado diante de objeto fóbico. 
- Fobia social: intensa ansiedade gerada quando o desempenho do paciente é submetido a 
avaliação de outras pessoas. 
- Transtorno de estresse pós-traumático: pode ser entendido como a perturbação psíquica 
decorrente e relacionada a um evento ameaçador ao paciente ou sendo este apenas 
testemunha de uma tragédia. 
- Síndrome de Gilles de la Tourette: transtorno de tique na qual houve tiques motores 
múltiplos e 1 ou mais tiques vocais, embora não precisem ser simultâneos, inicia-se na infância 
ou adolescência. 
* Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): consiste na combinação de obsessões e 
compulsões. 
- Obsessões: pensamentos recorrentes insistentes caracterizados por serem desagradáveis, 
repulsiveis e contrários a índole do paciente, não sendo controlado por ele. O paciente perde o 
controle sobre os pensamentos, muitas vezes passam a praticar atos que, por serem 
repetitivos, se tornam rituais. Esses atos objetivam prevenir e aliviar a tensão causada pelos 
pensamentos. 
- Compulsões: gestos, rituais ou ações sempre repetitivas e incontroláveis. Podem ser 
secundárias às obsessões. 
Não há perda de juízo, e o paciente sempre percebe o absurdo ou o exagero do que está se 
passando; no entanto, como não sabe o que está acontecendo, teme estar enlouquecendo e 
pelo menos no começo tenta esconder seus pensamentos e rituais. 
As principais características de uma obsessão ou compulsão são a ocorrência indesejável do 
sintoma, a incoerência com os referenciais caracterológicos e vivenciais do indivíduo, bem como 
a capacidade de crítica dos mesmos que está preservada na maioria dos casos. 
São atos que o indivíduo se sente compelido a realizar. A execução diferentemente dos atos 
impulsivos, não se dá de imediato, e sim somente após alguma deliberação consciente, havendo, 
com frequência, luta ou resistência contra a sua execução. 
Também diferentemente dos atos impulsivos, os atos compulsivos nem sempre levam a uma 
sensação de prazer; muitas vezes produzem apenas certo alívio, em geral temporários, para 
uma vivência disfórica. 
No TOC, os 2 tipos de sintomas quase sempre estão juntos, mas pode haver a predominância 
de um sobre o outro. 
NoTOC, as compulsões podem ser secundárias a idéias obsessivas, uma forma de combater 
essas idéias, de reduzir a ansiedade provocada por elas; ou então, consistem em 
comportamentos repetitivos que requerem um padrão rígido de realização, e que muitas vezes 
assumem a forma de verdadeiros rituais. 
O paciente com TOC reconhece o caráter absurdo de suas compulsões e tenta resistir a 
elas. Compulsões são comuns também na depressão e na síndrome de Tourette. 
Possuem igualmente um caráter compulsivo o padrão de uso de drogas psicoativas na 
dependência química (toxicofilia), o comportamento alimentar na obesidade hiperfágica 
comum (em que há ataques de hiperingestão), o jogo patológico, a cleptomania e certos padrões 
de comportamento relativos ao comprar e ao envolvimento amoroso. 
O comportamento de um indivíduo em relação à comida, ao jogo e ao objeto sexual 
pode possuir os mesmos aspectos observados nos quadros de dependência química em relação 
à droga: avidez (ânsia por comida, pelo jogo ou pelo parceiro sexual), pensamentos recorrentes 
(quanto aos mesmos), negação de dependência, sintomas de abstinência e a ocorrência de 
prejuízos psicossociais significativos. 
Na cleptomania, o indivíduo mais frequentemente uma mulher, vê-se impelido a roubar 
determinado objeto, do qual na verdade não necessita e cujo valor financeiro é irrelevante. O 
ato de roubar é precedido de ansiedade e acompanha-se de um alívio dessa ansiedade, além 
de certa excitação e prazer. 
No TOC, o pensamento é minucioso, com a presença de idéias obsessivas. 
As compulsões constituem manifestações essenciais de TOC. São especialmente torturantes 
quando a sua realização se acompanha de dúvida quanto à exatidão do ato, o que faz com que 
este tenha que ser repetido inúmeras vezes. 
Nos casos mais graves de TOC, pode não haver uma plena consciência quando à inadequação 
do comportamento compulsivo, apesar da ausência de sintomas psicóticos 
Acomete 2 a 3% da população geral e apresenta 2 picos de incidência, na infância (1º) e em 
torno dos 30 anos (2º). Incide com a mesma frequência em homens e mulheres, sendo que, 
nas crianças, é mais comum em meninos. 
Sinais e sintomas do TOC: possui três apresentações da doença as quais são muito frequentes: 
A 1ª é quando predominam os pensamentos obsessivos. Estes pensamentos são intrusivos e 
invasivos, interrompendo as atividades a que a pessoa está se dedicando ou interrompendo seu 
descanso. Não são poucas as vezes em que a pessoa sente um desejo incontrolável de pensar a 
mesma coisa dezenas, ou até centenas de vezes, até que os pensamentos obsessivos acalmem. 
 
A 2ª situação diz respeito aos rituais de verificação, como lavar as mãos diversas vezes, limpar 
determinada parte do corpo muitas vezes, retornas dezenas de vezes para certificar de que 
fechou a porta, ou desligou o gás, ou fechou as janelas, enfim, são rituais de verificação 
repetitivos e terrivelmente atormentadores. São também frequentes as arrumações sem fim. 
Arruma-se o armário diversas vezes, limpa-se a casa muitas vezes, recomeça-se a limpeza se “ 
não ficou bom”, reinicia-se tudo de novo, e assim lá se vai a qualidade de vida do paciente. 
 
A 3ª forma de apresentação frequente deste transtorno é a forma mista, onde além dos 
pensamentos obsessivos e repetitivos também estão presentes os rituais de verificação. 
Causas: A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em relação ao TOC embora não consiga 
ainda esclarecer suas verdadeiras causas. Provavelmente concorrem vários fatores para o seu 
aparecimento: de natureza biológica envolvendo aspectos genéticos, neuroquímica cerebral, 
lesões ou infecções cerebrais; fatores psicológicos como a aprendizagem; certas formas 
errôneas de ver e interpretar a realidade próprias dos portadores do TOC, e até culturais. 
 
Na medida em que as pesquisas avançam tem ficado mais evidente a importância dos fatores 
de natureza biológica. 
 
Sabe-se ainda que fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e 
no agravamento dos sintomas de TOC. É bastante comum que os sintomas surjam depois de 
algum estresse psicológico; conflitos psíquicos agravam os sintomas, e tem cada vez ficado mais 
claras certas alterações no modo de pensar, de perceber e avaliar a realidade por parte destes 
pacientes. Eles tendem a supervalorizar a importância dos pensamentos como se pensar fosse 
o mesmo que agir; tendem a supervalorizar o risco e as possibilidades de ocorrerem eventos 
desastrosos (contrair doenças, perder familiares, contaminar-se); tendem a superestimar a 
própria responsabilidade quanto a provocar ou prevenir eventos futuros; são perfeccionistas, 
perdendo muito tempo com a preocupação de fazer as coisas bem feitas e evitar possíveis falhas 
ou imperfeições e imaginam modificar o curso futuro dos acontecimentos com a execução dos 
rituais (pensamento mágico). Cada paciente pode apresentar uma ou mais destas distorções, 
que são mantidas mesmo as evidências sendo contrárias a elas, ou apesar de não terem 
comprovação na realidade. 
 
Tratamento: Os tratamentos mais efetivos no momento incluem o uso de certos 
medicamentos, inicialmente utilizados no tratamento da depressão, que posteriormente se 
descobriu serem efetivos também do TOC, e algumas técnicas psicoterápicas chamadas de 
cognitivas e comportamentais. Os medicamentos são efetivos para 40 a 60% dos pacientes e 
são a primeira escolha, principalmente quando, além do TOC, existem outros problemas 
associados como depressão, ansiedade, o que é muito comum. 
Além dos medicamentos, utiliza-se no TOC uma modalidade de terapia – a chamada terapia 
cognitivo-comportamental (TCC), da qual foram adaptadas algumas técnicas como para 
combater os sintomas do TOC. Ao redor de 70% dos que realizam a TCC podem obter uma boa 
redução ou até a eliminação completa dos sintomas. Ela é efetiva especialmente quando 
predominam rituais, não existem outros problemas psiquiátricos graves, e os pacientes se 
envolvem efetivamente nas tarefas de casa, parte fundamental dessa forma de tratamento. 
Descobriu-se que alguns dos medicamentos utilizados como antidepressivos também possuíam 
também uma ação anti-obsessiva. São os seguintes: Clomipramina (Anafranil), Paroxetina 
(Aropax, Pondera), Fluvoxamina (Luvox), Fluoxetina (Prozac, Deprax, Eufor, Daforim, Verotina, 
etc.), Sertralina (Zoloft, Tolrest), Citalopram (Cipramil). 
 
As doses, em geral, são mais elevadas do que as utilizadas na depressão. 
A resposta em geral não é imediata podendo demorar até 12 semanas para iniciar, razão pela 
qual o medicamento não deve ser interrompido se não sentir nenhum benefício depois das 
primeiras semanas de uso. É importante salientar que 20 % dos que não respondem a uma droga 
poderão responder a uma segunda. Por este motivo é possível que o médico queira 
experimentar uma segunda droga depois de algum tempo. Também é comum a associação com 
outras drogas quando a resposta não é satisfatória. 
 
O desaparecimento dos sintomas em geral é gradual, podendo ser progressivo ao longo de 
vários meses e não rapidamente como ocorre em outras doenças como a depressão ou o pânico. 
A melhora tende ainda a ser incompleta, isto é, não há em geral uma eliminação total dos 
sintomas embora 40 a 60% dos pacientes obtenham uma redução significativa na sua 
quantidade e intensidade. 
 
Efeitos colaterais dos medicamentos: clomipramina são: constipação intestinal, tonturas, 
"queda de pressão", boca seca, visão borrada, sonolência, retardo na ejaculação. São mais raros 
tremores das mãos e sudorese noturna. 
 
Os mais comuns da fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina e citalopram são: inquietude, 
náuseas, dor abdominal, diarréia, insônia, dor de cabeça, disfunção sexual, tremores e, 
eventualmente, sonolência. 
 
* Transtorno de ansiedadegeneralizada (TAG): estado de apreensão ou preocupação 
constante, de intensidade flutuante cuja causa não é identificável. Geralmente é acompanhado 
de tensão motora, irritabilidade e perturbações do sono. É persistente, com duração de pelo 
menos 6 meses. 
A característica essencial do Transtorno de Ansiedade Generalizada, segundo o DSM.IV, é uma 
expectativa apreensiva ou preocupação excessiva, ocorrendo na maioria dos dias e com duração 
de, pelo menos, 6 meses. A pessoa portadora de Transtorno de Ansiedade Generalizada 
considera difícil controlar essa preocupação excessiva, a qual é acompanhada de pelo menos 
três dos seguintes sintomas adicionais: Inquietação, Fadiga, Dificuldade em concentrar-se, 
Irritabilidade, Tensão muscular e Perturbação do sono. 
 
Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade Generalizada 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos 
dias por pelo menos 6 meses, nos diversos eventos ou atividades (tais como desempenho 
escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes sintomas, 
presentes na maioria dos dias nos últimos 6 meses. Nota: Apenas um item é exigido para 
crianças. 
(1) inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele 
(2) fatiga 
(3) dificuldade em concentrar-se ou sensações de "branco" na mente 
(4) irritabilidade 
(5) tensão muscular 
(6) perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono 
insatisfatório e inquieto). 
D. O foco da ansiedade ou preocupação não se refere a ter um Ataque de Pânico,ou ficar 
embaraçado em público (como na Fobia Social), ou ser contaminado (como no Transtorno 
Obsessivo-Compulsivo). 
E. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento significativo ou 
prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo. 
F. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (droga de 
abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo). 
 
O aspecto central é uma ansiedade generalizada e persistente com duração de pelo menos 
várias semanas acompanhada de queixas variáveis relacionadas que podem ser agrupadas em 
três blocos: 
1. apreensão (preocupações persistentes sobre “desgraças” futuras, nervosismo, impaciência, 
irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, etc.); 
 2. tensão motora (movimentação inquieta, tremores, dificuldade para relaxar, dores tensionais: 
cabeça, pescoço, pernas, etc.); 
3. hiperatividade autonômica (taquicardia, sudorese, tonturas, taquipnéia, boca seca, fadiga 
fácil, desconfortos gastrointestinais, etc.). Essa ansiedade, como anteriormente já mencionado, 
não deve ser acompanhada de crises de pânico, sintomas fóbicos, obsessivos ou depressivos ou 
outra patologia mental ou física que a explique. A TAG ocorre em cerca de 5% da população e 
em geral, se inicia antes dos 30 anos e é duas vezes mais freqüente em mulheres do que em 
homens. 
 
ETIOLOGIA 
A TAG assim como todos os demais transtornos mentais, tem uma etiologia multifatorial, i.e., 
uma somatória de fatores predisponentes e ambientais. A predisposição é formada por fatores 
biológicos (genéticos, intrauterino, etc.) e experiências psicossociais, principalmente, na 
primeira infância. A interrelação entre os fatores biológicos (com os quais a pessoa nasce) e 
experiências durante a infância e adolescência vão determinar a predisposição, o grau de 
vulnerabilidade. NT serotoninérgicos e gabaérgicos parecem estar envolvidos. Neuroimagem 
indica alterações no lobo occipital, sistema límbico e o córtex frontal estão realacionados ao 
transtorno. Gêmeos monozigóticos de 50%, e 25% entre parentes de 1º grau. 
Teorias psicossociais associam a hipótese de que pacientes estejam incorretamente 
respondendo aos perigos que percebem, ou ainda, que os sintomas de ansiedade estão 
relacionados a conflitos inconscientes não-solucionados. 
Epidemiologia: Prevalência anual 3 a 8% - Mais frequente em mulheres (2:1), início na 2ª década 
de vida. Muitas vezes relacionado a situações de vida de estresse constante. 
 
Quadro clínico: Ansiedade generalizada e persistente, não restrita a uma situação ambiental ou 
objeto especifico, acompanhado de queixas clinicas que envolvem 3 áreas principais: 
Tensão motora: tremor, abalos, tensão muscular, inquietação, fadiga fácil, dores 
Hiperatividade autonomica: palpitações, sensação de asfixia, sudorese, mãos frias e úmidas, 
dificuldade para diglutir, sensação de nó na garganta. 
Vigilância: impaciência, sobressaltos, sensação de incapacidade, dificuldade de concentração, 
insônia, irritabilidade, lapsos de memória 
Diagnóstico: Baseia-se na presença de ansiedade ou preocupação excessiva sobre diferentes 
circunstâncias da vida, por pelo menos 6 meses. Há dificuldade em controlar essas 
preocupações e ansiedade causa intensa aflição ou prejuízo significativo. Três ou mais sintomas 
devem estar presentes. 
Diagnóstico Diferencial: Deve ser feito com condições clínicas que possam causar ansiedade, 
como: Intoxicação por cafeína, abuso de álcool e sedativos, transtorno de pânico, fobias, TOC, 
transtorno depressivo e distimia (estado crônico de depressão. 
Tratamento: O curso deve ser crônico e flutuante. O Tratamento medicamentoso é beaseado 
no uso de antidepressivos tricíclicos. BZD podem ser usados em associação, cuidado de reduzir 
a dose ou descontinuar gradativamente após 2-3 semanas. Duração do tto pode ser longa, em 
alguns casos por toda a vida. 
PSICOFÁRMACOS NO TRATAMENTO DA TAG 
Os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) têm sido usados no tratamento da 
TAG. O tempo de surgimento da ação terapêutica desses medicamentos, assim como na 
depressão, é de 2 a 4 semanas. Como os ISRS inicialmente aumentam, ao invés de diminuirem, 
a concentração de 5-HT na fenda sináptica e, portanto, a estimulação dos receptores pós-
sinápticos, pode ocorrer uma piora inicial da ansiedade. Em geral essa piora inicial é dose-
dependente, por isso se recomenda iniciar o tratamento com uma dose menor. Contudo, há 
poucos casos, onde a piora inicial ocorre mesmo com doses muito pequenas. A buspirona, um 
agonista parcial de receptores (pré e pós-sinápticos) 5-HT1a pode beneficiar alguns pacientes 
com TAG. Novamente, o tempo de surgimento do efeito terapêutico é de 2 a 4 semanas. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS NO TRATAMENTO DA TAG 
Os BZ têm sido usados desde a década de 60 e seus efeitos terapêuticos, colaterais e suas 
limitações são bem conhecidos. Estes são agonistas totais dos receptores GABA-A, 
potencializando a abertura dos canais de cloro pelo GABA. 
Os BZ têm efeito ansiolítico, hipnótico-sedativo, miorelaxante e anticonvulsivante. A diferença 
entre efeito ansiolítico e hipnótico é tênue, depende da dose e da sensibilidade do paciente. Os 
BZ de meia-vida curta e início rápido de ação são preferidos para uso como hipnóticos, pois, 
além de induzir rapidamente o sono, não produzem efeito ressaca no dia seguinte devido a 
rápida eliminação do organismo. Comparativamente aos ISRS, os BZ têm uma rápida ação, pois, 
em menos de uma hora já temos efeitos terapêuticos. 
 
Transtornos somatoformes: grupo de transtornos que incluem sintomas físicos para os quais 
não pode ser encontrada uma explicação médica adequada. 
Seu diagnóstico reflete a avaliação do médico de que fatores psicológicos são grandes 
contribuidores para o início, a severidade e a duração dos sintomas. 
 
São reconhecidos 5 transtornos específicos somatoformes: transtorno de somatização, 
transtorno conversivo, hipocondria, transtorno dismórfico corporal e transtornos dolorosos. 
O DSM-IV tambémpossui 2 categorias residuais para os transtornos somatoformes: transtorno 
somatoforme indiferenciado e transtorno somatoforme sem outra explicação. 
 
 Histéria (transtorno de somatização): elaboração de várias queixas somáticas pelo 
paciente, que são recorrentes e clinicamente significativas que não podem ser 
explicados de maneira adequada com base nos exames físico e laboratorial, resultando 
em algum tratamento médico. Em geral inicia-se antes de 30 anos, podendo continuar 
por anos e se distingue, de acordo com o DSM-IV-TR, por “uma combinação de sintomas 
de dor, gastrintestinais, sexuais e pseudoneurológicas”. Difere-se de outros transtornos 
somatoformes em vista da multiciplicidade de queixas de vários sistemas de órgãos 
afetados. É crônico e se associa a sofrimento psicológico, comprometimento do 
desempenho social e ocupacional e comportamento de procura excessiva por 
assistência médica. 
É mais comum em mulheres, com uma estimativa de 0,2 a 2% em mulheres e 0,2% em 
homens. Ocorre com mais frequência entre pacientes com pouca instrução e baixa 
renda. É definido como se iniciando antes dos 30 anos, em geral na adolescência. 
Sua causa é desconhecida. 
Para seu diagnóstico, o DSM-IV-TR necessita de início dos sintomas antes dos 30 anos. 
Durante seu curso, os pacientes precisam ter se queixado de pelo menos 4 sintomas de 
dor, 2 sintomas gastrointestinais, 1 sintoma sexual e 1 sintoma pseudoneurológico, 
nenhum dos quais completamente explicável por exames físico ou laboratorial. 
De acordo com o DSM-IV-TR, incluem nas características clínicas o comprometimento 
da coordenação ou do equilíbrio, paralisia ou fraqueza localizada, dificuldade de 
deglutição ou uma bola na garganta, afonia, retenção urinaria, alucinações, perda de 
sensação de tato ou de dor, visão dupla, cegueira, surdez, convulsões ou outra forma de 
perda da consciência que não o desmaio. Os pacientes classicamente podem descrever 
suas queixas de forma dramática, emocional e exagerada, com linguagem vívida e 
colorida; podem não distinguir com clareza sintomas atuais de passados, podem 
confundir sequências temporais. 
Diagnóstico diferencial: exclusão de condições médicas não psiquiátricas que possam 
explicar os sintomas da paciente, como: esclerose múltipla, miastenia grave, lúpus 
eritematoso sistêmico, AIDS, hipertireoidismo entre outros. 
É um transtorno crônico e até debilitante. 
Esse transtorno é melhor tratado quando o paciente dispõe de um único médico 
identificado como o principal cuidador. 
 
 Hipocondria: transtorno em que, o paciente demonstra uma preocupação persistente 
com a presença eventual de 1 ou vários transtornos orgânicos graves e progressivos. 
Pode ser definida também como a preocupação de um indivíduo com medo de contrair 
ou com a crença de ter uma doença grave. 
Homens e mulheres são igualmente afetados. O início dos sintomas pode aparecer em 
qualquer idade, no entanto, o transtorno aparece com mais frequência em indivíduos 
com 20 a 30 anos. 
Nos critérios diagnósticos de hipocondria, o DSM-IV-TR indica que ela reflete uma 
interpretação errônea de sintomas físicos. 
 
 Transtorno conversivo: alteração do funcionamento corporal que não se conforma com 
os conceitos atuais de anatomia e fisiologia do SN Central e Periférico. Ocorre 
tipicamente em uma situação de estresse e produz redução considerável do 
desempenho. 
É definido pelo DSM-IV-TR como caracterizado pela presença de 1 ou mais sintomas 
neurológicos que não podem ser explicados por uma doença neurológica ou sistêmica 
conhecida. 
A relação de mulheres para homens é de no mínimo de 2:1 e no máximo de 10:1, entre 
crianças há uma elevada predominância nas meninas. 
 
 Transtorno dismórfico corporal: pacientes com esse tipo de transtorno manifestam um 
sentimento subjetivo global de serem muito feios em algum aspecto de sua imagem, a 
despeito da sua aparência normal ou quase. A idade mais comum de início é entre 15 e 
30 anos e que as mulheres são afetadas com mais frequência que os homens. Sua causa 
é desconhecida. 
 
 Transtornos dolorosos: de acordo com o DSM-IV-TR esse transtorno é definido como a 
presença de dor que é “foco predominantemente de atenção clínica”. O principal 
sintoma é dor em 1 ou mais locais que não é inteiramente explicada por uma condição 
médica ou neurológica não psiquiátrica. Se associa a sofrimento emocional e a 
perturbação do desempenho. É 2x mais frequente em mulheres do que em homens. Seu 
pico das idades de início é na 4ª e 5ª décadas, mais comum em trabalhadores braçais. 
 
Alopsíquica- orientação da pessoa em relação ao tempo e ao espaço 
 
Autopsíquica- orientação da pessoa em relação ao eu. 
 
PSICOSE : é perda da capacidade de teste de realidade e limitações no funcionamento mental- 
manifestadas por delírios, alucinações, confusão e perda de memória. 
É marcada por fases de delírios e alucinações. Podemos dar como exemplo de psicose a 
Esquizofrenia, o Transtorno Bipolar e o Autismo. Há cura para a neurose, já para a psicose não 
há cura definitiva. 
Psicose é uma doença mental grave que afeta a personalidade na zona central do eu. 
● Delírios: falsa realidade percebida (acredita em conspiração contra ele se vê duas pessoas 
simplesmente conversando ou se julga Deus). 
● Alucinações: escuta vozes ou tem visões. Acredita que fontes externas controlam seus 
pensamentos. O escutar vozes é o mais comum 
 
A psicose não tem cura definitiva, a ingestão de remédios provocam a estabilização da doença 
que, entretanto, pode voltar a se manifestar, em surtos de cada vez maior intensidade, é 
marcada por fases de delírios e alucinações, (estágios lúcidos/críticos) durante os quais a 
pessoa pode desenvolver estados de dupla personalidade inconscientemente, ou seja, a 
própria pessoa não sabe que tem esta dupla personalidade. 
Os psicóticos são incapazes de cuidar de si. 
Considera-se uma pessoa psicótica quando seu funcionamento mental interfere 
consideravelmente em sua maneira de enfrentar a vida. 
Os problemas manifestam-se na forma de incapacidade de reconhecer a realidade, nas 
alterações de humor e ou déficit intelectual 
PSICOSES(Esquizofrenias): 
 
São estados que ocorrem no mundo todo. Não se tem um consenso sobre o que seja essa 
doença. Define pela perturbação do pensamento. Alguns sintomas dos distúrbios 
esquizofrênicos: Alteração na percepção, Desordem do pensamento, Desordem emocional, 
Delírios e alucinações, Afastamento da realidade, Comportamento estranha e distúrbios da fala. 
 
TRANSTORNO PSICÓTICO 
Transtornos manifestados por perturbações do pensamento e interpretação incorreta da 
realidade, frequentemente com delírios e alucinações. 
Gloria: transtorno por perda dos limites do EGO, com características de alucinação, delírio, 
entre outros. 
São eles: 
1) Esquizofrenia 
2) Transtorno esquizofreniforme 
3) Transtorno esquizoafetivo 
4) Transtorno psicótico compartilhado 
5) Transtorno psicótico breve 
6) Transtorno psicótico sem outras especificação 
7) Transtorno psicótico secundário 
 
Esquizofrenia: está dentro de transtornos psicóticos. É uma perturbação que dura, pelo menos 
6 meses e inclui, no mínimo, 1 mês de sintomas de fase ativa (2 ou mais dos seguintes 
sintomas e sinais: delírios, alucinações discurso desorganizado, comportamento amplamente 
desorganizado ou catatônico e sintomas negativos). 
Epidemiologia- atinge cerca de 1% da população, normalmente inicia-se antes dos 25 anos e 
persiste por toda a vida e afeta as pessoas de todas as classes. 
É igualmente prevalente em homens e mulheres. Sendo que o inicio da doença é mais precoce 
em homens. Sendo que as idades de pico do início são entre 10 e 25 anos (homens) e entre 25 
e 35 (mulheres), as mulheres podem apresentar um 2º pico ocorrendo na meia idade (3 a 10% 
apresentam início da doençaapós os 40 anos). 
Em geral, o resultado para os pacientes do sexo feminino é melhor do que para os do sexo 
masculino. 
Quando ocorre após 45 anos, é caracterizado como esquizofrenia de início tardio. 
Diagnóstico: baseado fundamentalmente na história psiquiátrica e no exame do estado 
mental. Não há exame laboratorial para tal condição. 
Etiologia: sua causa é desconhecida. No entanto, uma quantidade crescente de pesquisas 
indicou um papel fisiopatológico para determinadas áreas do cérebro (sistema límbico, córtex 
frontal, cerebelo e gânglios basais). 
Hipóteses etiológicas- 
Hipótese da dopamina: postula que o transtorno resulta do excesso de atividade 
dopaminérgica. Essa teoria evoluiu a partir de 2 observações (eficácia e potência da maioria 
dos antipsicóticos que estão correlacionadas à sua capacidade de agir como antagonistas do 
receptor de dopamina D2; e, os agentes que aumentam a atividade dopaminérgica). 
Subtipos (DSM-IV): 
 Paranóide: caracterizada pela preocupação com 1 ou mais delírios ou alucinações 
auditivas frequentes, classicamente delírios de perseguição ou grandeza. Esses 
pacientes costumam ter o seu primeiro surto em idades mais avançadas em relação 
aos demais subtipos (catatônico ou desorganizado). Pacientes nos quais a 
esquizofrenia ocorre ao final da 2ª ou 3ª década de vida geralmente já estabeleceram 
uma vida social que pode ajuda-los a enfrentar a doença, e seus recursos de ego 
tendem a ser maiores do que os de pacientes com esquizofrenia catatônica ou 
desorganizada. Demonstram menos regressão de suas faculdades mentais, respostas 
emocionais e comportamento do que em ouros tipos de esquizofrenia. 
 
Os pacientes tendem a ser tensos, desconfiados, resguardados, reservados e às vezes 
hostis ou agressivos, mas também capazes de se comportar adequadamente em 
algumas situações sociais. 
 
 Desorganizada (hebefrênico): caracteriza-se por repressão acentuada para um 
comportamento primitivo, desinibido, irresponsável, imprevisível e desorganizado e 
pela ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico, além de 
ter como característica a presença proeminente de uma perturbação dos afetos, ideias 
delirantes e alucinações são fugazes e fragmentárias. Seu início costuma ser precoce, 
antes dos 25 anos. Os pacientes em geral são ativos, mas de uma forma não 
construtiva, sem objetivo. Seu transtorno de pensamento é pronunciado, e o contato 
com a realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada e o comportamento social 
e as respostas emocionais são inadequadas. O afeto é superficial, pensamento 
desorganizado, discurso incoerente e há uma tendência ao isolamento social. 
Seu prognóstico é desfavorável, devido ao rápido desenvolvimento de sintomas 
negativos. 
 
 Catatônico: sua característica clássica é uma perturbação acentuada da função 
motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas 
bizarras. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de excitação e 
estupor. As características associadas incluem estereotipias, maneirismos e 
flexibilidade cérea. Mutismo é particularmente comum. Durante o estupor ou a 
excitação catatônica, exige-se supervisão constante para impedir que machuque a si 
mesmo ou a terceiros. Pode ser necessário atendimento médico devido a desnutrição, 
exaustão, hiperpirexia ou autolesões. 
 
 Indiferenciado ou atípico: afecções psicóticas que preenchem os critérios diagnósticos 
gerais para esquizofrenia, mas que não corresponde a nenhum dos subtipos incluídos 
em outros diagnósticos, ou que exibem padrões de mais de um deles, sem uma clara 
predominância de um conjunto particular de características, ou seja, são os pacientes 
que não podem ser enquadrados em nenhum subtipo com tanta facilidade. 
 
 Residual: caracteriza-se por evidencias contínuas de transtorno esquizofrênico na 
ausência de um conjunto complexo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para 
satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, 
retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve 
das associações são comuns nesse tipo. Estado crônico da evolução de uma doença 
esquizofrênica, com uma progressão nítida de um estádio precoce para um estádio 
tardio, o qual se caracteriza pela presença persistente de sintomas negativos. 
 
 Simples: caracterizado pela ocorrência insidiosa e progressiva de excentricidade de 
comportamento, incapacidade de responder às exigências da sociedade e um declínio 
global de desempenho. 
Características clínicas: caracteriza-se, em geral, por distorção fundamental de características 
do pensamento e da percepção e por afetos inapropriados ou ambotados. Usualmente, 
mantem-se claras a consciência e a capacidade intelectual. Não há um sinal ou sintoma clínico 
patognomônico; todos os sinais ou sintomas observados na esquizofrenia ocorrem em outros 
transtornos psiquiátricos e neurológicos. A história do paciente é essencial para o diagnóstico 
do transtorno. Os sintomas do paciente alternam-se ao longo do tempo. 
Sua evolução pode ser contínua, episódica com ocorrência de um déficit progressivo ou 
estável, ou comportar 1 ou vários episódios seguidos de 1 remissão completa ou incompleta. 
Sintomas positivo e negativos: proposto por T. J. Crow em que os pacientes esquizofrênicos 
eram classificados em tipo I e II, a partir da presença ou ausência de sintomas positivos 
(produtivos) e negativos (deficitários). 
- Sintomas positivos: delírios,alucinações, perturbações da forma e do curso do pensamento, 
comportamento desorganizado, agitação psicomotora, negligência dos cuidados pessoais. 
- Sintomas negativos: embotamento afetivo, pobreza de fala (alogia) ou de seu conteúdo, 
bloqueio, auto higiene pobre, falta de motivação, anedonia e retraimento social. 
Outros sintomas: audição do próprio pensamento, alucinação auditiva que comentam o 
comportamento do paciente, alucinações somáticas, pensamentos controlados (sensação), 
irradiação dos pensamentos, ações controladas e influenciadas por algo exterior (sensação). 
Pacientes do tipo I tendem a ter principalmente sintomas positivos, estruturas cerebrais 
normais em imagens de TC e resposta relativamente boa ao tratamento. Os do tipo II 
apresentam, em sua maioria, sintomas negativos, anormalidades cerebrais estruturais em 
imagens de TC e resposta pobre aos tratamentos. Uma terceira categoria, a desorganizada, 
inclui fala desorganizada (transtorno do pensamento), comportamento desorganizado, 
defeitos cognitivos e déficit de atenção. 
Curso: Seu início pode ser abrupto ou insidioso, mas, em geral, os sintomas iniciam na 
adolescência (1ª metade da casa dos 20 anos para os homens e final da casa dos 20 anos para 
as mulheres) e são seguidos pelo desenvolvimento de sintomas prodrômicos, manifestada 
pelo desenvolvimento lento e gradual de uma variedade de sinais e sintomas dentro de um 
intervalo de dias a alguns meses. Alterações sociais ou ambientais, podem precipitar sintomas 
perturbadores, e a síndrome prodrômica pode durar um ano ou mais antes do início de 
sintomas psicóticos manifestos. 
Os indivíduos com início precoce são, mais, frequentemente, do sexo masculino. Indivíduos 
com início tardio com frequência são do sexo feminino. 
Nos homens: mais evidências de anormalidades estruturais do cérebro, sinais e sintomas 
negativos mais proeminentes, mais evidencias de prejuízo cognitivo e pior prognóstico. 
Nas mulheres: menor evidências de anormalidades estruturais do cérebro ou prejuízo 
cognitivo e apresentam um melhor prognóstico. 
O curso clássico da esquizofrenia é de exacerbações e remissões. Após o primeiro episódiopsicótico o paciente se recupera de forma gradual e funciona de modo relativamente normal 
por um longo tempo. As recaídas são comuns, e o padrão da doença durante os primeiros 5 
anos após o diagnóstico costuma indicar o curso do paciente. A deterioração do 
funcionamento de linha base é cada vez maior após cada recaída da psicose, e esse fracasso 
em retornar ao nível anterior de funcionamento é a principal distinção entre a esquizofrenia e 
os transtornos de humor. 
Critérios diagnósticos- DSM-IV: 
A) Sintomas característicos: 2 ou mais dos seguintes, cada qual presente por uma porção 
significativa de tempo durante o período de 1 mês (delírio, alucinação, discurso 
desorganizado, comportamento amplamente desorganizado ou catatônico, sintomas 
negativos) 
* Apenas 1 sintoma do critério A é necessário, no caso de, os delírios serem bizarros 
ou as alucinações consistirem em vozes que comentam o comportamento ou 
pensamentos, 2 ou mais vozes conversando entre elas. 
B) Disfunção social/ocupacional: por uma porção significativa de tempo, desde o início da 
perturbação, 1 ou mais áreas importantes do funcionamento, estão acentuadamente 
abaixo do nível alcançado antes do início. 
C) Duração: sinais contínuos da perturbação persistem por pelo menos, 6 meses, período 
que deve incluir, no mínimo, 1 mês de sintomas que satisfazem o critério A. 
D) Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno de humor 
E) Exclusão de substância/condição médica geral 
F) Relação com um transtorno invasivo do desenvolvimento 
Tratamento: antipsicóticos, exceto clozapina, podem ser usados no tratamento. Os 
tratamentos devem ser feitos com um medicamento de cada vez, de acordo com o perfil se 
segurança e tolerabilidade do paciente. Em caso de falha terapêutica, uma 2ª tentativa com 
algum antipsicótico deve ser feita. 
ANTIPSICOTICOS: a) antagonista do receptor de dopamina- típico/ b) antagonista da 
serotonina- dopamina- atípico : causa menos sedação e efeitos anticolinérgicos do que os 
antagonistas do receptor de dopamina. 
TÍPICOS: são antagonistas do receptor D2 da Dopamina. Exemplos em ordem decrescente de 
potência: 
 ● Haloperidol ● Flupentixol ● Fluspirileno ● Sulpirida ● Levomepromazina ● Clorprotixeno ● 
Clorpromazina 
ATÍPICOS: Os neurolépticos atípicos são caracterizados por um alto efeito nos receptores 
serotoninérgicos 5-HT-2ª e também no D2 dopaminérgicos. Por conta disso, proporcionam 
menos efeitos extrapiramidais como, por exemplo, acatisia e parkinsonismo. Esses efeitos 
benéficos dão-se pela atividade desses fármacos nas vias nigroestriatal e mesocortical. 
● Clozapina ● Olanzapina ● Quetiapina ● Risperidona ● Amissulprida ● Ziprasidona ● 
Aripiprazol 
Outro medicamento: -benzodiazepinico (nitrazepam): é ansiolitico, administrado sedar o 
paciente. -biperideno : 
Caso haja intolerância por efeitos extrapiramidais, estarão indicados, após ajuste de dose, 
biperideno ou propranolol. 
Alucinação: percepção sensorial sem estimulo do órgão sensorial correspondente. Pode 
classificar-se em: alucinações auditivas, de humor congruente e incongruente, gustativa, 
olfativa, somática e tátil. 
Delírio: espelha uma verdadeira mutação na relação eu/mundo e se acompanha de uma 
mudança nas convicções e na significação da realidade. 
Delirium: perturbação da consciência acompanhada por uma alteração na cognição, sem que 
essa alteração possa ser atribuída a alguma demência preexistente ou em evolução. 
Ilusão: confusão dos sentidos que provoca uma distorção na percepção. 
Autismo: distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde 
idade muito precoce, tipicamente antes dos 3 anos, com impactos múltiplo e variável em áreas 
nobres do desenvolvimento humano. 
Epidemiologia: 1 a 5 casos em cada 10000 crianças. Prevalente no sexo masculino (4x) (2 a 
3:1). Idade média para detecção do quadro é ao redor dos 3 anos. Atinge igualmente em 
famílias de diferentes raças, credos ou classes sociais. 
Etiologia: desconhecida. Acredita-se que sua origem esteja em anormalidades em alguma 
parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e. provavelmente, de origem 
genética. Admite-se também a possibilidade de que possa ser causado por problemas 
relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. 
Manifestações: isolamento ou comportamento social impróprio; pobre contato visual; 
dificuldade em participar de atividades em grupo, indiferença afetiva ou demonstração 
inapropriada de afeto, falta de empatia social ou emocional. 
Padrões repetitivos e estereotipados de comportamento característicos do autismo incluem: 
resistência a mudanças, insistências em determinadas rotinas e apego excessivo a objetos e 
fascínio com movimento de peças. 
O autismo apresenta uma tríade de dificuldade que é adotada pela Associação de amigos do 
autista (AMA) para efeito de intervenção, essa tríade é composta por: 
1- Dificuldade de comunicação- caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido 
todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. 
2- Dificuldade de sociabilização- dificuldade em relacionar-se com os outros, 
incompatibilidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e dificuldade na 
discriminação entre diferentes pessoas. 
3- Dificuldade no uso da imaginação: caracteriza-se por rigidez e inflexibilidade e se 
estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. 
Diagnóstico: feito basicamente através da avaliação do quadro clínico. Não há teste especifico 
laboratorial para a detecção do autismo. 
O diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção educacional especializada 
o mais rapidamente possível. 
Os critérios para diagnosticar atualmente o autismo é o DSM-IV: 
A- Pelo menos 6 dos 12 critérios, sendo 2 de (1) e pelo menos 1 de (2) e (3) 
1) Déficits qualitativos na interação social, manifestada por: 
a) Dificuldade marcada no uso de comunicação não verbal 
b) Falhas no desenvolvimento de relação interpessoais apropriadas no nível de 
desenvolvimento. 
c) Falha em procurar, espontaneamente, compartir interesses ou atividades 
prazerosas com outros 
d) Falta de reciprocidade social ou emocional 
2) Déficits qualitativos de comunicação, manifestadas por: 
a) Falta ou atraso do desenvolvimento de linguagem, não compensada por 
outros meios 
b) Déficit marcado na habilidade de iniciar ou manter conversação em indivíduos 
com linguagem adequada 
c) Uso estereotipado, repetitivo ou idiossincrático de linguagem. 
d) Inabilidade de participar de brincadeiras de faz de conta ou imaginativa de 
forma variada e espontânea para seu nível de desenvolvimento 
3) Padrões de comportamento, atividades e interesses restritos e estereotipados: 
a) Preocupação excessiva, em termos de intensidade ou de foco, com interesse 
restritos e estereotipados 
b) Aderência inflexível a rotina e rituais 
c) Maneirismos motores repetitivos e estereotipados 
d) Preocupação persistente com partes de objetos 
B) Atrasos ou funções anormais em pelo menos 1 das áreas acima presente antes dos 3 anos 
C) esse distúrbio não pode ser melhor explicado por um diagnóstico de síndrome de Rett ou 
transtorno desintegrativo da infância. 
O diagnóstico requer uma apreciação clínica cuidadosa. A avaliação de indivíduos autistas 
requer uma equipe multidisciplinar e o uso de escalas objetivas. 
Tratamento: o manejo do autista requer uma intervenção multidisciplinar. 
O uso de medicamentos é incipiente. Neurolépticos (haloperidol), têm sido as drogas mais 
usadas para o tratamento de distúrbios comportamentais em autistas. No entanto, seu uso é 
limitado em processos crônicos devido aos seus efeitoscolaterais. 
Antipsicóticos atípicos também parecem ter efeito positivo em “sintomas alvo” (irritabilidade, 
agressividade e hiperatividade). 
Síndrome de Asperger: quadro clínico reconhecido antes dos 24 meses, maior ocorrência no 
sexo masculino, inteligência próxima da normalidade, déficit na sociabilidade, interesses 
específicos e circunscritos com história familiar de problemas similares e baixa associação com 
quadros convulsivos. 
Síndrome de Rett: maior ocorrência no sexo feminino, sendo reconhecido entre 5 e 30 meses 
e apresentando marcado déficit no desenvolvimento, com desaceleração do crescimento 
craniano, retardo intelectual marcado e forte associação com quadros convulsivos. 
 Transtornos de Humor: 
Três grandes grupos de sintomas estão alterados nas síndromes depressiva e maníaca: afeto, 
cognição e percepção, atividade e comportamento. Destes é o afeto (humor) talvez o menos 
variável nos estados depressivos. Cognição e percepção mudam profundamente, bem como a 
atividade e o comportamento. 
Afeto: Os estados mórbidos do humor são caracterizados pelos seguintes aspectos: (1) quando 
a intensidade é exagerada e está fora das proporções esperadas; (2) não respondem ao 
apaziguamento; (3) são mantidos por maior tempo do que o esperado; (4) tem efeito sobre o 
estado mental global, sendo o julgamento seriamente influenciado pelo humor; (5) são 
inadequados para a circunstância, assim: apatia, anedonia, insensibilidade para eventos 
agradáveis, hipersensibilidade para eventos desagradáveis, alegria excessiva. 
Cognição e Percepção: Virtualmente toda a atividade mental está de forma marcadamente 
diminuída na depressão e aumentada na mania. Por definição, quando pacientes com depressão 
e mania apresentam obscurecimento da consciência, delírios e alucinações, fala-se que esses 
apresentam depressão com psicose ou mania com psicose. No entanto, pensamentos suicidas, 
ruminações mórbidas e pensamentos hipocondríacos são comuns nos estados depressivos. No 
estado maníaco, são características a onipotência no pensamento e a grandiosidade. 
Atividade e comportamento: O pensamento e a expressão verbal, a atividade e o 
comportamento estão quase sempre lentificados na depressão. Fadiga, falta de atividade 
(adinamia), prejuízo na vontade de querer (avolia), e profundas alterações nos padrões de sono 
e alimentação podem estar presentes na síndrome depressiva. Na síndrome maníaca, há 
aceleração de todas as funções, o pensamento e a expressão verbal, a atividade e o 
comportamento estão acelerados. 
 
Síndrome Depressiva 
 Estados depressivos caracterizados por uma lentificação e diminuição em quase todos os 
aspectos das emoções e do comportamento: velocidade do pensamento e fala, energia, 
sexualidade e habilidade para sentir prazer. A severidade da doença varia amplamente. 
O humor é usualmente desolado, pessimista e desesperado. Acompanha um profundo senso de 
futilidade, muitas vezes precedido pela crença de que a habilidade de experimentar prazer 
definitivamente se foi. O mundo físico e o emocional são experimentados como 
monocromáticos, como sombras cinzas e negras. Aumento da irritabilidade, raiva, idéias, 
turbulência emocional e ansiedade estão muitas vezes correlacionadas ao humor depressivo. 
 
Os sintomas podem variar desde uma leve diminuição da atividade física e mental, com 
pequenas distorções cognitivas e da percepção, ao profundo estupor depressivo, delírios, 
alucinações e obscurecimento da consciência. 
 
Síndrome Maníaca 
 
Estados maníacos se caracterizam tipicamente por humor elevado, fala abundante e rápida, 
pensamentos acelerados, nível de atividades física e mental elevado, mais energia (com uma 
correspondente diminuição da necessidade de sono), irritabilidade, aumento da sensibilidade e 
sexualidade, paranóia e impulsividade. 
 
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4a edição - DSM IV (Diagnostic and 
Statistic Manual of Mental Disorders) da Associação Americana de Psiquiatria - as síndromes de 
alteração do Humor são classificadas assim: 
 
EPISÓDIOS DE HUMOR 
1. Episódio Depressivo Maior - um período mínimo de 2 semanas, durante as quais há um 
humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades. Em crianças e 
adolescentes o humor pode ser irritável ao invés de triste. O indivíduo também deve apresentar 
quatro sintomas adicionais extraídos de uma lista que inclui: alterações no apetite ou no peso, 
no sono e na atividade psicomotora; diminuição da energia; sentimentos de desvalia ou culpa; 
dificuldades para pensar, concentrar-se ou tomar decisões; pensamentos recorrentes sobre 
morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. Os sintomas devem persistir na maior 
parte dos dias, praticamente todos os dias. O episódio deve ser acompanhado por sofrimento 
ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. O episódio não deve decorrer dos efeitos fisiológicos diretos 
de uma droga de abuso ou um medicamento. Também não deve decorrer de uma condição 
médica geral e nem ser melhor explicado por luto. 
 
2. Episódio Maníaco - É definido por um período distinto, durante o qual existe um humor 
anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável. Este período de humor anormal 
deve durar pelo menos uma semana (ou menos se a hospitalização for exigida). A perturbação 
do humor deve ser acompanhada por pelo menos 3 sintomas adicionais de uma lista que inclui: 
auto-estima inflada ou grandiosidade, necessidade de sono diminuída, pressão por falar, fuga 
de idéias, distratibilidade, maior envolvimento em atividade dirigidas a objetivos ou agitação 
psicomotora, e envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para 
conseqüências dolorosas. Se humor irritável, pelo menos 4 dos sintomas adicionais devem estar 
presentes. Os sintomas não satisfazem os critérios para um episódio misto, que se caracteriza 
pelos sintomas tanto de um episódio maníaco quanto de um episódio depressivo maior, 
ocorrendo quase todos os dias, por pelo menos uma semana. A perturbação deve ser 
suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no funcionamento social, profissional 
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo ou para exigir hospitalização, ou é marcada 
pela presença de aspectos psicóticos. O episódio não deve decorrer dos efeitos fisiológicos 
diretos de uma droga de abuso, um medicamento, outros tratamentos somáticos para a 
depressão ou exposição a toxina. Também não deve decorrer de uma condição médica geral. 
MANIA 
• Elevação do humor 
• Atividade aumentada 
• Idéias megalomaníacas 
• Paciente otimista, bem-estar contagiante. Outros, irritados e raivosos. Redução do sono. 
• Breves episódios de depressão são comuns. 
• 1. Fala rápida. Fuga de idéias. 
• 2. Idéias megalomaníacas 
• 3. Delírio de grandeza 
• 4. Delírios persecutórios 
• 5. Insight comprometido 
• 6. A maioria dos pacientes pode exercer algum controle sobre seus sintomas, 
principalmente quando a necessidade de tratamento é colocada. Necessidade de outros 
informantes. 
 
 
Episódio Misto - Satisfazem-se os critérios para episódio maníaco e depressivo quase todos os 
dias, por no mínimo uma semana. A perturbação deve ser suficientemente severa para causar 
prejuízo acentuado no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo ou para exigir hospitalização, ou é marcada pela presença de aspectos 
psicóticos. O episódio não deve decorrer dos efeitos fisiológicos diretos de uma droga de abuso 
ou um medicamento ou decorrer de uma condição médica geral. 
1. Sintomas depressivos e maníacos às vezes ocorrem na mesma hora. Os pacientes que estão 
muito ativos ou falantes podem estar vivenciando pensamentos depressivosprofundos. 
2. O paciente pode também permanecer poucas horas deprimido e retornar rapidamente ao 
estado maníaco. 
 
4. Episódio Hipomaníaco - É definido como um período distinto, durante o qual existe um 
humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, com duração mínima de 
4 dias. A perturbação do humor deve ser acompanhada por pelo menos 3 sintomas adicionais 
de uma lista que inclui: auto-estima inflada ou grandiosidade, necessidade de sono diminuída, 
pressão por falar, fuga de idéias, distratibilidade, maior envolvimento em atividade dirigidas a 
objetivos ou agitação psicomotora, e envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um 
alto potencial para conseqüências dolorosas. Se o humor é irritável, pelo menos 4 dos sintomas 
adicionais devem estar presentes. Comparado com um episódio maníaco, um episódio 
hipomaníaco não é suficientemente severo para causar prejuízo acentuado no funcionamento 
social, profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo ou para exigir 
hospitalização e não existem aspectos psicóticos. O episódio não deve decorrer dos efeitos 
fisiológicos diretos de uma droga de abuso ou um medicamento ou decorrer de uma condição 
médica geral. 
 
 TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
1. Transtorno Depressivo Maior - um ou mais episódios depressivos maiores (2 semanas de 
humor deprimido ou perda de interesse, acompanhada por pelo menos quatro sintomas 
adicionais de depressão). 
2. Transtorno Distímico - pelo menos 2 anos de humor deprimido na maior parte do tempo, 
acompanhado de sintomas adicionais de depressão, que não satisfazem os critérios para um 
episódio depressivo maior. 
3. Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação - não satisfaz critérios para transtorno 
depressivo maior, transtorno distímico, transtorno de ajustamento com humor deprimido ou 
transtorno de ajustamento misto de ansiedade e depressão. 
 
TRANSTORNOS BIPOLARES: caracterizados pela alternância de estados depressivos com 
maníacos. 
 
Geralmente inicia-se em torno dos 20 a 30 anos, mas pode começar mesmo após os 70 anos. 
Seu início pode ser por qualquer uma das fases (maníaca ou depressiva), gradualmente ao longo 
de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos. 
 
Não se observa diferenças significativas entre os gêneros no transtorno bipolar de tipo I, 
atingindo praticamente na mesma proporção mulheres (1,7%) e homens (1,8%). 
 
1. Transtorno Bipolar I - um ou mais episódios maníacos ou mistos, geralmente acompanhados 
por episódios depressivos maiores. 
Critérios Diagnósticos para Transtorno Bipolar I, Episódio Maníaco Único 
A. Presença de apenas um Episódio Maníaco e ausência de qualquer Episódio Depressivo 
Maior no passado. Nota: A recorrência é definida como uma mudança na polaridade a partir 
da depressão ou um intervalo de pelo menos 2 meses sem sintomas maníacos. B. O Episódio 
Maníaco não é melhor explicado por Transtorno Esquizoafetivo nem está sobreposto a 
Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico 
Sem Outra Especificação. Especificar se: 
Misto: se os sintomas satisfazem os critérios para um Episódio Misto Especificar (para episódio 
atual ou mais recente): 
Especificadores de Gravidade/Psicótico/de Remissão. 
Com Características Catatônicas. 
Com Início no Pós-Parto 
 
 
 
 
2. Transtorno Bipolar II - um ou mais episódios depressivos maiores, acompanhado por pelo 
menos um episódio hipomaníaco. 
Critérios Diagnósticos para Transtorno Bipolar II 
A. Presença (ou história) de um ou mais Episódios Depressivos Maiores B. Presença (ou 
história) de pelo menos um Episódio Hipomaníaco C. Jamais houve um Episódio Maníaco ou 
um Episódio Misto D. Os sintomas de humor nos Critérios A e B não são melhor explicados por 
Transtorno Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno 
Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. E. 
Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social 
ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Especificar episódio atual 
ou mais recente: 
Hipomaníaco: se atualmente (ou mais recentemente) em um Episódio Hipomaníaco. 
Depressivo: se atualmente (ou mais recentemente) em um Episódio Depressivo Maior 
Especificar (para Episódio Depressivo Maior atual ou mais recente apenas se este for o tipo 
mais recente de episódio de humor): 
Especificadores de Gravidade/Psicótico/de Remissão Nota: Os códigos do quinto dígito 
especificados em Critérios para Especificadores de Gravidade / Psicótico / de Remissão para 
Episódio Depressivo Maior atual não podem ser usados aqui, pois o código para o Transtorno 
Bipolar II já usa o quinto dígito. 
Crônico. 
Com Características Catatônicas. 
Com Características Melancólicas. 
Com Características Atípicas. 
Com Início no Pós-Parto Especificar: 
Especificadores de Curso Longitudinal (Com ou Sem Recuperação Entre Episódios). 
Com Padrão Sazonal (aplica-se apenas ao padrão de Episódios Depressivos Maiores). 
Com Ciclagem Rápida 
 
3. Transtorno Ciclotímico - pelo menos 2 anos com numerosos períodos de sintomas 
hipomaníacos, que não satisfazem critérios para um episódio maníaco, e numerosos períodos 
de sintomas depressivos, que não satisfazem critérios para um episódio depressivo maior. 
 
4. Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação - não satisfazem critérios para qualquer 
transtorno bipolar específico 
 
 OUTROS TRANSTORNOS DO HUMOR 
1. Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral 
2. Transtorno do Humor Induzido por Substância 
3. Transtorno do Humor Sem Outra Especificação 
 
Transtorno de personalidade Borderline: pacientes com tal situação situam-se no limite entre 
a neurose e a psicose e se caracteriza por afetos, humor, comportamento, relações objetais e 
auto-imagem extraordinariamente instáveis. 
 
Epidemiologia: Acredita-se que esse transtorno esteja presente em cerca de 1 a 2% da 
população e que sejam 2x mais comuns em mulheres do que em homens. 
 
Diagnóstico: de acordo com o DSM-IV-TR, o diagnóstico pode ser feito desde o início da vida 
adulta. 
 
Características clínicas: os indivíduos afetados quase sempre parecem estar em estado de crise. 
São comuns a oscilação de humor. Podem ser querelantes em um momento, depressivos no 
seguinte e mais tarde queixar-se que não tem sentimentos. Podem ter episódios psicóticos de 
curta duração (surtos micropsicóticos), em vez de surtos plenos, e os sintomas psicóticos são 
quase sempre circunscritos, fugazes e duvidosos. O comportamento do paciente com esse 
transtorno é altamente imprevisível, e suas realizações raramente estão no nível de suas 
habilidades. 
 
Fármacos 
 
Os benzodiazepínicos são capazes de estimular no cérebro os mecanismos que normalmente 
equilibram estados de tensão e ansiedade. Ultimamente as pesquisas têm indicado a existência de 
receptores específicos para os Benzodiazepínicos no Sistema Nervoso Central (SNC), sugerindo a 
existência de substâncias endógenas (produzidas pelo próprio organismo) muito parecidas com os 
benzodiazepínicos. Tais substâncias seriam uma espécie de "benzodiazepínicos naturais", ou mais 
precisamente, de "ansiolíticos naturais". 
Aparentemente o efeito ansiolítico dos Benzodiazepínicos está relacionado com um sistema de 
neurotransmissores chamado gabaminérgico do Sistema Límbico. O ácido gama-aminobutírico (GABA) é 
um neurotransmissor com função inibitória, capaz de atenuar as reações serotoninérgicas responsáveis 
pela ansiedade. Os Benzodiazepínicos seriam, assim, agonistas (simuladores) deste sistema agindo nos 
receptores gabaminérgicos. 
Assim, quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do 
cérebro funcionam exageradamente, resultando num estado de ansiedade,os benzodiazepínicos 
exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que estavam funcionando demais e a pessoa 
fica mais tranqüila e menos responsiva aos estímulos externos. Como conseqüência desta ação, os 
ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza por: 
1) diminuição de ansiedade; 
2) indução de sono; 
3) relaxamento muscular; 
4) redução do estado de alerta. 
É importante notar que os efeitos dos benzodiazepínicos podem ser fortemente aumentados 
pelo álcool, e a mistura álcool + benzodiazepínico pode ser prejudicial. Os Benzodiazepínicos são 
utilizados nas mais variadas formas de ansiedade e, infelizmente, sua indicação não tem obedecido, 
desejavelmente, determinadas regras básicas. 
Os Benzodiazepínicos são ansiolíticos e nada mais que isso, não são antineuróticos, antipsicóticos ou 
antiinsônia, como podem estar pensando muitos clínicos e pacientes. Naturalmente podemos nos valer 
dos Benzodiazepínicos como coadjuvantes do tratamento psiquiátrico, quando a causa básica da 
ansiedade ainda não estiver sendo prontamente resolvida. 
 
Efeitos Colaterais 
Do ponto de vista orgânico, os benzodiazepínicos são bastante seguros, pois são necessárias 
altas doses (20 a 40 vezes mais altas que as habituais) para trazer efeitos mais graves. Nessas doses 
pode haver hipotonia muscular, dificuldade grande para ficar de pé e andar, a hipotensão, perda da 
consciência (desmaio). Com doses maiores a pessoa pode entrar em coma e morrer. 
O principal efeito colateral dos ansiolíticos benzodiazepínicos é a sedação e sonolência, variável de 
indivíduo para indivíduo e de acordo com a dose do medicamento. 
 
ALPRAZOLAM (FRONTAL/TRANQUINAL/APRAZ/ALTROX) 
Indicações 
 Alprazolam é indicado no tratamento de estados de ansiedade. Alprazolam não deve ser 
administrado a pacientes com sintomas psicóticos. Os sintomas de ansiedade podem variavelmente 
incluir: ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranqüilidade, dificuldades de concentração, 
irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, resultando em manifestações somáticas 
variadas. 
Alprazolam também é indicado no tratamento dos estados de ansiedade associados com outras 
manifestações como a abstinência do álcool.A eficácia de Alprazolam para uso prolongado excedendo a 
6 meses não foi estabelecida por ensaios clínicos sistemáticos. O médico deve periodicamente reavaliar 
a utilidade do medicamento para o paciente individual. 
 
Precauções 
Alprazolam não é recomendado para ser administrado a pacientes cujo principal diagnóstico 
seja a psicose. Indivíduos com tendência para o abuso de drogas, tais como alcoolatras e toxicomanos, 
devem ser cuidadosamente observados enquanto receberem benzodiazepinas, por causa de sua 
predisposição para o hábito e dependência. 
A exemplo de outras drogas que atuam sobre o sistema nervoso central, os pacientes sob terapia 
com Alprazolam devem ser advertidos para não operar veículos motorizados ou maquinaria perigosa até 
que se tenha certeza de que não experimentam sonolência ou tontura enquanto recebem este 
medicamento. 
A dosagem de Alprazolam deve ser gradualmente reduzida, visto que a suspensão abrupta de 
qualquer agente ansiolítico pode resultar em sintomas similares aos mesmos sintomas que são objeto 
do tratamento. 
Os sinais e sintomas de suspensão abrupta podem incluir: ansiedade, agitação, irritabilidade, 
tensão, insônia e, ocasionalmente, convulsões. Deve-se tomar as precauções usuais no tratamento de 
pacientes com função renal ou hepática prejudicada. não foram estabelecidas segurança e eficácia de 
Alprazolam em pacientes com menos de 18 anos. 
Interações medicamentosas: as benzodiazepinas, incluindo Alprazolam, produzem efeitos 
depressores do sistema nervoso central quando co-administrados com drogas tais como barbitúricos, 
álcool ou anti-histamínicos ou outros benzodiazepínicos. 
 
Carcinogênese: nenhuma evidência de potencial carcinogênico foi observada em camundongos 
durante um estudo de 24 meses com Alprazolam. 
 
Uso durante a gravidez: em vários estudos foi sugerido um risco de malformações congênitas 
associadas com tranqüilizantes menores durante o primeiro trimestre de gravidez. 
Em vista de o uso destas drogas se constituir raramente em um caso de urgência, a 
administração de Alprazolam durante a gravidez deve sempre ser evitada. Deve-se considerar a 
possibilidade de a paciente potencialmente fértil estar grávida na época da instituição da terapia. 
A paciente deve ser advertida para, no caso de gravidez, contatar seu médico acerca de sua 
decisão em descontinuar o tratamento com a droga. Uso durante a amamentação: como regra geral, 
amamentação não deve ser efetuada quando a paciente estiver recebendo o medicamento, pois muitas 
drogas são excretadas no leite humano. 
 
Efeitos Colaterais 
Os efeitos colaterais, se ocorrerem, são geralmente observados no início da terapia e 
desaparecem, usualmente, com a continuação do tratamento ou redução da dosagem. O efeito colateral 
mais comum verificado com Alprazolam foi a sonolência. Os efeitos colaterais menos freqüentes foram, 
aturdimento, visão turva, desordens de coordenação, vários sintomas gastrintestinais e manifestações 
neurovegetativas. 
A exemplo de outras benzodiazepinas, reações paradoxais como estimulação, agitação, dificuldades de 
concentração, confusão, alucinações ou outros efeitos adversos de comportamento podem se 
apresentar em raras ocasiões e ao acaso. Pode ainda ocorrer prurido, incontinência ou retenção 
urinária, alterações de libido e irregularidades menstruais. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
 
 1961- Diazepam: Valium® Triazolam: Halcion® Lorazepam: Lorium® , Lorax® 
 Nitrazepam: Sonebom®, Sonetrat® Midazolam: Dormonid® Alprazolam : Frontal®, 
Apraz® 
 Clonazepam : Rivotril®, Clonotril® 
 
EFEITOS FARMACOTERAPÊUTICOS 
 Redução da ansiedade Redução da agressividade Sedação 
 Indução do sono (manutenção) Redução do tonus muscular Efeito anticonvulsivante 
 
Outros efeitos 
 RESPIRAÇÃO: doses hipnóticas s/efeito 
 Cuidados em crianças e hepatopatias. 
 CARDIOVASCULAR:doses pré-anestésicas diminuem PA e aumentam débito cardíaco. 
 TRATO DIGESTIVO: diminuem secreção. 
 
FARMACOCINÉTICA X CLASSIFICAÇÃO 
 Bem absorvidos por via oral, pico de concentração plasmática : 1 hora 
 Variam duração do efeito em função do metabólito formado: 
 longa duração : (60 horas) - diazepam média duração :( 20 horas) – alprazolam curta duração : ( 
6horas) - midazolam 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Atuam em sítios alostéricos ( unidade alfa ) dos receptores GABA-A no SNC, facilitando abertura de canais 
de ions Cl- (inibitórios) 
 Não atuam na ausência de GABA 
 Variantes(BZ1;BZ2;BZ6) da unidade alfa do receptor seriam responsáveis pelos diferentes efeitos dos BDZ 
(ansiolítico, anticonvulsivante). 
 
PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS 
 BENZODIAZEPÍNICOS: tolerância e dependência , sedação , ataxia , ressaca, amnésia. 
 BARBITÚRICOS: tolerância e dependência, depressão respiratória; sedação, ressaca, privação de sono 
REM. 
 
RISPERIDONA 
Indicação: ● - tratamento de sintomas psicóticos, / ● - tratamento das psicoses (perda do teste de realidade com 
delíruios e alucinações). / ● - melhora a ansiedade, a tensão e o estado mental alterado por distúrbios mentais. / ● 
- alivia outros sintomas afetivos associados à esquizofrenia, tais como depressão, sentimento de culpa e ansiedade. 
/ ● - adolescentes acima de 15 anos e adulto. 
Contra indicação: 
● pacientes alérgicos ao princípio ativo da medicação. / ● - Não deve ser utilizado durante a gravidez e a lactação. 
Mecanismo de ação: 
- O mecanismo de ação da risperidona é desconhecido, embora se acredite que sua atividade é devida a um bloqueio 
combinado (antagonista) dos receptores

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