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Direito Tributário: Conceitos e Classificações

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O Direito Tributário é um ramo do direito público que vai regular as relações jurídicas entre o Estado e as pessoas, sendo elas pessoas físicas ou jurídicas, contribuintes ou não. Para Paulo de Barros Carvalho Direito Tributário é o ramo “didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição arrecadação e fiscalização de tributos”. No mesmo sentido, o autor Rubens Gomes de Souza conceitua como “ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares decorrentes de atividade financeira do Estado, no que se refere à obtenção de receitas que correspondem ao conceito de tributos”.
TRIBUTO Conceito
Nos termos do artigo 3°, do CTN, “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
Características
a) Prestação Pecuniária Compulsória: uma vez que a obrigação tributária nasce independente da vontade do devedor. Trata-se de obrigação ex lege, decorrente da lei, que para sua formação não depende da vontade do agente.
b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: todo tributo deve ser expresso em moeda, não há previsão no nosso ordenamento de tributo in natura ou in labore. Todavia, alguns doutrinadores, entendem que ao afirmar que tributo é toda prestação pecuniária ou cujo valor nela se possa exprimir o Código estabeleceu a possibilidade de criação de tributo in natura.
c) Que não constitua sanção de ato ilícito: não se confunde tributo com sanção, pois esta decorre de um ilícito que pode ser penal, administrativo, civil, tributário, etc.
d) Prestação instituída em lei: reflexo do princípio da legalidade, sendo a obrigação tributária imposta unilateralmente pelo poder público. A instituição ou majoração de um tributo somente pode ocorrer por lei ou ato normativo com força de lei.
e) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: reflexo do princípio da indisponibilidade do interesse público, no advento do fato gerador do tributo, deve ser o crédito tributário devidamente construído e cobrado.
Natureza Jurídica
A natureza jurídica do tributo é dada pelo fato gerador(situação prevista em lei, cuja ocorrência faz surgir a obrigação e pagar o tributo) e a base de cálculo(é a grandeza adotada pela lei que permite a aferição do montante a ser recolhido a título de tributo). Ex: se o fato gerador do IPVA é a propriedade de veículos automotores, a sua base de cálculo deve ser algo que quantifique essa propriedade, como o seu valor venal.
Classificação
a) Tributos vinculados e não vinculados: os tributos vinculados estão ligados a uma atividade estatal, que para viabilizar a cobrança é necessário alguma atividade do Estado a favor do contribuinte. Incluem-se neste rol: Taxas e Contribuições de Melhoria. Já os tributos não vinculados independem de uma atividade estatal para serem cobrados, incluem-se nesta classificação os Impostos e Empréstimos Compulsórios.
b) Tributos ficais, extrafiscais e parafiscais: acaso a finalidade principal do tributo seja carrear recursos aos cofres públicos, este tributo será classificado como fiscal. Por outro lado, se não for carrear recursos aos cofres do Estado, mas intervir numa situação econômica social, teremos um tributo precipuamente extrafiscal. Por fim, se a finalidade do tributo for acarrear recursos, mas o destino do produto da arrecadação não for o Estado, estaremos diante de um tributo tipicamente parafiscal.
c) Tributos reais e pessoais: reais seriam aqueles tributos que incidiram sobre bens ou outro fato econômico. Em contra partida, os tributos pessoais, seriam aqueles que levariam em conta as características individuais do contribuinte, a exemplo do imposto de renda com suas alíquotas progressivas e possibilidade de dedução de despesas com saúde, educação, ensino, etc.
Segundo os Arts. 145 CF, e 5° CTN: são tributos os impostos, taxas e as contribuições de melhoria. Já na visão do STF, são tributos: a) Impostos; b) Taxas; c) Contribuições de melhoria; d) Empréstimos compulsórios e e) Contribuições especiais.
a) Impostos: Art. 16, CTN - “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” ou seja, é um tributo cujo fato gerador é algo não vinculado a uma atividade estatal específica.
Importante! O princípio da não afetação, (art. 167, IV, CF) proíbe a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa.
Existem quatro exceções aos impostos: saúde, ensino, atividades da administração tributária e prestações de garantia a operações de crédito.
Em regra, os impostos são disciplinados por Lei Ordinária.
A competência residual para a instituição de novos impostos é somente da união.
- Os impostos poderão ser:
Federais: União;
Estaduais: Estados e DF;
Municipais: Municípios e DF.
*ainda não criado
- Impostos em espécie:
• IPTU (Imposto Sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana): é um imposto de competência dos municípios e possui função arrecadatória. De acordo com o Art. 32 do CTN, o IPTU incide sobre imóveis localizados em área definida como urbana pela lei municipal.
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse do bem imóvel e a base de cálculo é o valor venal do imóvel, o valor do bem no mercado.
As alíquotas são fixadas por lei municipal. A Constituição Federal admite a progressividade de alíquotas no tempo(Art. 182, § 4°, II) e a progressividade de alíquotas em razão do valor do bem (CF, Art. 156, § 1º, I).
O município onde está localizado o bem é o sujeito ativo e o contribuinte proprietário do imóvel, titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título é o sujeito passivo.
O lançamento do IPTU é feito, em regra, de ofício.
ATENÇÃO para a lei n° 6.830/80: o contribuinte ao ser citado em execução fiscal, pode impugnar tal cobrança por meio de embargos à execução, apresentados no prazo de 30 dias contados a partir da data da intimação da penhora.
IPI, ITR, IGF, imposto Extraordinários*, Imposto Residual*, Federais Estaduais e Estaduais DF, Municipais e DF II, IPVA, IPTU, IE, ICMS, ISS (ISSQN), IOF, 
ITCSMD (causa mortis), ITBI (ITIV), IR
• ISS (Imposto Sobre Serviços): de competência dos municípios, com função preponderantemente fiscal.
O fato gerador do ISS encontra-se em uma lista anexa da LC 116/2003, é um rol taxativo. Tem-se por ocorrido o fato gerador no momento em que o serviço é disponibilizado ao tomador. De acordo com a súmula vinculante n. 31, o ISS não incide sobre locação de bem.
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, não se admite abatimentos ou compensações, pois, o tributo é cumulativo.
O sujeito ativo é o município onde o serviço é prestado (em regra ISS é devido no município da sede do prestador, exceto construção civil, paga no local da prestação) e o sujeito passivo, o contribuinte, é o prestador do serviço. No entanto, a mencionada lei complementar em seu Art. 6º traz a previsão de responsáveis tributáveis.
Em regra o lançamento do ISS é por homologação.
• ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços): tem função fiscal(arrecadatória), embora poderá ser seletivo em função da essencialidade dos produtos e dos serviços.
O fato gerador do ICMS é: a circulação de mercadorias; a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; a prestação de serviços de comunicação onerosos; a importação de produtos ou serviços do exterior; a prestação de serviços não incluídos na competência dos municípios, desde que prestados com fornecimento de mercadorias.
O ICMS incide sobre o total da operação quando mercadorias forem fornecidas com serviços não sujeitos ao ISS. Não incide sobre arrendamento mercantil. (STF: no leasing não há transferência de propriedade).
O fato gerador do ICMS ocorre no momento: da saída de mercadoriade estabelecimento de contribuinte; do início da prestação de serviços tributados; das prestações onerosas de serviços de comunicação.
A base de cálculo do imposto é o valor da operação, o preço do serviço ou o valor total da importação. Não compreenderá em sua base de cálculo, o montante do IPI.
As alíquotas são fixadas pela lei estadual, porém, o Senado Federal tem competência para limitá-las. O Senado define, por resolução, as alíquotas para as operações e prestações interestaduais. Poderá estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas e alíquotas máximas, nas mesmas operações, para resolver conflito específico que
envolva interesses de Estados.
Três serviços pagam ICMS: comunicação, transporte intermunicipal e transporte interestadual.
O sujeito ativo é o Estado ou o DF e sujeito passivo, contribuinte, é aquele que realiza habitualmente ou em volume que caracteriza intuito comercial, operações ou prestações que configurem fato gerador do ICMS, anda que se iniciem no exterior.
O lançamento do ICMS em regra se dá por homologação.
• IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos): é de competência dos Estados e do DF, possui função fiscal.
Seu fato gerador é a propriedade de veículos automotores, não incide sobre a propriedade de barcos e aeronaves (jurisprudência do STF).
A base de cálculo é o valor venal do veículo.
As alíquotas do IPVA poderão ser diferenciadas em função do tipo do veículo e sua utilização. A constituição proíbe alíquotas diferenciadas para veículos importados.
O sujeito ativo é o Estado, ou DF, onde o veículo está registrado perante a autoridade de trânsito competente. O sujeito passivo, é o proprietário do veículo.
O lançamento é feito, usualmente, de ofício.
• IR (Imposto de Renda): é de competência da União. Tem função preponderantemente fiscal, entretanto, tem uma função extrafiscal de distribuição de renda.
A cobrança do IR é informada por três critérios: a) progressividade (quanto maior a renda, maior a alíquota); b) generalidade (todos têm que pagar); c) universalidade (em relação às rendas).
O fato gerador do IR é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos proventos. É essencial que haja acréscimo patrimonial para que se configure o fato gerador.
Para as pessoas físicas a base de cálculo é o seu rendimento líquido. Para as pessoas jurídicas a base de cálculo está elencado no Art. 44 do CTN.
As alíquotas são fixadas pela lei federal e devem ser progressivas.
O sujeito ativo do IR é a União e o sujeito passivo é o contribuinte estabelecido no Art. 45 do CTN.
O lançamento do IR é realizado por homologação.
• II (Imposto de Importação): de competência da União. Tem função preponderantemente extrafiscal.
O fato gerador é a entrada do produto estrangeiro no território nacional, na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo ou no momento da arrematação em hasta pública.
A base de cálculo do imposto é: quando a alíquota for específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; quando a alíquota for ad valorem, o preço de mercado do produto; e quando levado a leilão por apreensão ou abandono, o preço de arrematação.
Sua alíquotas são fixadas na tarifa externa comum ou na legislação federal. Podem ser modificadas por ato do Executivo.
O sujeito ativo do II é a União e o sujeito passivo é o importador ou quem a ele a lei equiparar.
• IE (Imposto de Exportação): de competência da União.
Seu fato gerador é a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, considerada como tal a saída do território nacional. O fato gerador ocorre no momento do registro de exportação no SISCOMEX (sistema integrado de comércio exterior).
O art. 24 do CTN versa sobre a base de cálculo do imposto.
A alíquota fixada pela legislação federal é de 30%. Podem ser modificadas por ato do executivo de acordo com a lei, sem observância aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
O sujeito ativo desse imposto é a união e o sujeito passivo é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): é de competência da União e deve ser seletivo em função da essencialidade do produto.
Os produtos destinados ao exterior são imunes ao IPI.
O fato gerador é a promoção de operações relativas a produtos industrializados (submetido a modificação na sua natureza, finalidade ou aperfeiçoamento para seu consumo). Ocorre (art.46 do CTN): no momento do seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira (a base de cálculo será o seu preço normal, acrescido dos encargos); de sua saída dos estabelecimentos dos contribuintes (base de cálculo será o valor da operação ou o preço corrente da mercadoria ou seu similar); de sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão( base
de cálculo será o preço da arrematação).
As alíquotas do IPI podem ser modificadas por ato do executivo, sem submissão ao princípio da anterioridade anual, porém, submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal.
Esse imposto é não cumulativo. Na não cumulatividade, distribui-se o ônus do tributo na cadeia produtiva.
O sujeito ativo é a união e o sujeito passivo encontra-se no rol do art.51 do CTN.
Esse tributo, em regra, é lançado por homologação.
• IOF (Imposto sobre Operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos de crédito e valores mobiliários): de competência da união.
O fato gerador é a realização de operações de crédito, câmbio e seguro, relativas a títulos ou valores mobiliários e operações com ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial.
A base de cálculo encontra-se no rol do art. 64 do CTN.
As alíquotas podem ser modificadas por decreto do Executivo sem observar os princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
O sujeito ativo é a união e o sujeito passivo é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.
• ITR (Imposto sobre a propriedade Territorial Rural): de competência da união. Os municípios poderão, de acordo com a lei, optar por fiscalizar e arrecadar o ITR, sem possibilidade de reduzir o imposto ou renunciar à sua receita.
O fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município.
O imposto incide somente no valor do terreno e não no valor das construções.
A base de cálculo do ITR é o valor fundiário, o valor da terra, sem nenhuma benfeitoria.
As alíquotas serão fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirão sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel.
O sujeito ativo poderá ser a união ou os municípios e o sujeito passivo é o titular do imóvel, o titular de seu domínio útil ou seu possuidor.
• ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação): tem função fiscal, arrecadatória. É de competência dos Estados e do Distrito Federal.
O fato gerador desse imposto é a transmissão não onerosa de bens, por causa mortis ou por doação.
A base de cálculo é o valor venal do bem ou do direito transmitido.
Suas alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal e as mínimas de acordo com a lei de cada Estado e do DF.
O sujeito ativo é o Estado ou o DF e o sujeito passivo é o herdeiro ou legatário na hipótese causa mortis e na hipótese de doação a lei pode optar entre o doador ou o donatário.
• ITBI (Imposto sobre a Transmissão inter vivos de Bens Imóveis e direitos a eles relativos): de competência do município em que se localiza o bem.
O fato gerador é a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição.
A base de cálculo é o valor de mercado em uma venda à vista em condições normais.
As alíquotas são fixada por lei municipal.
O sujeito ativo é o município onde se localiza o imóvel e o sujeito passivo é qualquer das partesna operação tributada, competindo à lei ordinária municipal decidir.
O lançamento é através da homologação ou da declaração.
b) Taxas (Art. 145, II, CF): São tributos vinculados (dependem de uma atividade estatal); criadas e disciplinadas por lei ordinária; competência comum (há taxas da união, estados, DF, e municípios); as taxas não terão base de cálculo própria de impostos.
São criadas em duas circunstâncias:
1- Para o exercício regular do poder de polícia - nas hipóteses em que o individuo, para desenvolver um direito seu, necessitar de autorização da autoridade administrativa. Ex: taxa de alvará.
2- Para utilização efetiva ou potencial de um serviço público, específico e divisível - o específico é aquele que se sabe exatamente qual o serviço que foi prestado. Divisível quando se consegue mensurar o quanto cada contribuinte usufruiu daquele serviço (ex: taxa de coleta de lixo).
Súmula vinculante 19, STF: A taxa cobrada exclusivamente em razão de serviço público de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos de imóveis não viola o artigo 145 da Constituição Federal.
ATENÇÃO: A taxa de iluminação pública é específica mas não divisível, sendo assim inconstitucional, de acordo com a súmula 660 do STJ.
c) Contribuição de melhoria (81 e 82, CTN): São tributos vinculados a atividade estatal; criadas e disciplinadas por Lei Ordinária; de competência comum; é cobrada quando se realiza um obra pública que valoriza imóvel do contribuinte.
Fato gerador: valorização imobiliária decorrente de obra pública. Será Federal, Estadual ou Municipal, dependendo de quem faz a obra.
A base de cálculo não é o valor da obra nem o custo da obra, mas sim, o quantum de valorização experimentada pelo imóvel.
Existem dois limites ao valor da contribuição de melhoria:
- Limite global: é o custo da obra (juntando todo mundo que vai pagar);
- Limite individual: a valorização em cada imóvel.
Espécies:
1- Contribuições Sociais - será criada para custear a seguridade social, sendo ela a PAS, Previdência social, Assistência social e a Saúde. Via de regra quem detém poder sobre essa contribuição é a união. A exceção é a contribuição social de previdência privada do servidor público, sendo de competente o ente a que pertence o servidor. Em regra é criada por lei ordinária, a exceção é a contribuição social residual, sendo esta criada por lei complementar, observando-se quatro requisitos: que somente a união poderá criar esse tipo de contribuição, de caráter não cumulativo, e de fato gerador e base de cálculo diferentes das contribuições sociais já existentes.
2- Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) - criados pela união, por lei ordinária e para intervir no domínio econômico. Com a CIDE combustíveis, o poder executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas, através de Decreto, o restabelecimento não obedecendo o próximo exercício, mas apenas a nonagesimal.
3- Contribuições de interesse da categoria profissional ou econômica - criada pela união, por lei ordinária. Ex: CREA, CRM, etc.
4- Contribuições de iluminação pública - criada apenas por municípios e pelo Distrito Federal, através de lei ordinária, para custear o serviço da administração pública, serviço de iluminação pública.
d) Empréstimo Compulsório: A união (quem detém a competência), mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (o tributo vai ser cobrado, nessas hipóteses, imediatamente pela sua urgência, não respeitando a anterioridade do exercício e a nonagesimal); assim como em caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (essa hipótese respeita a anterioridade do exercício e a nonagesimal), observando o disposto no art. 150, III, b (art. 148 da CF/ 88).
- São tributos restituíveis. É uma entrada provisória de receita;
- Só podem ser criados por Lei Complementar (LC), não podem ser definidos por Medida Provisória (art. 62, § 1°, III, CF);
- São de competência exclusiva da União, só podem ser restituídos pela união;
- O valor arrecadado com o empréstimo compulsório fica vinculado à situação que ensejou sua cobrança. Proíbe o desvio de finalidade;
- Não se admite mais empréstimo compulsório para situação que exige absorção temporária do poder aquisitivo da população. O art. 15, III do CTN está revogado pela Constituição.
e) Tributação de guerra: Diante de uma guerra externa a CF/88 prevê dois mecanismos tributários para obtenção de recursos:
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Obs.: Empréstimos compulsórios e IEGs podem bitributar, tendo o mesmo fato gerador ou base de cálculo de outro imposto.
Imposto extraordinário de guerra (IEG)
Empréstimo compulsório de guerra 154, II CF 148 CF Cobrado pela União Corado pela União Criado por LO Criado por LC Admite medida provisória Não admite MP Não é restituído É restituído
Conceito
As limitações ao poder de tributar consistem em instrumentos voltados a conter a competência tributária. Esses instrumentos são materializados em princípios e regras trazidos pela Constituição, a fim de proteger o contribuinte da ação estatal. Dividem-se em princípios e imunidades, vejamos:
Princípios:
a) Princípio da Legalidade: todo tributo deve ser criado obrigatoriamente por lei (ordinária ou complementar). A CF é quem diz quando deverá haver lei complementar. LO=CF silente; LC=CF fixa (ex. empréstimo compulsório).
Impostos criados por LC: imposto sobre Grandes Fortunas, Imposto Residual, Empréstimo compulsório, Contribuição social-previdenciária residual.
São exceções à regra da legalidade: II, IE, IPI, IOF, CIDE combustível e ICMS combustível (EC 33/2001), eles não podem ser criados, mas podem ser atualizados por atos administrativos (decretos).
Atualização é diferente de majoração. A mera atualização da base de cálculo pode ser feita por decreto, enquanto a majoração só pode ser feita por lei.
A atualização ocorre desde que seja utilizado o índice oficial de correção monetária.
b) Princípio da anterioridade do exercício financeiro e anterioridade nonagésimal: deve ser utilizado para instituir, criar ou majorar. O tributo só será cobrado no exercício financeiro seguinte e/ou no mínimo 90 dias da data de publicação da lei ou majoração do tributo. O exercício financeiro é de 1° de janeiro a 31 de dezembro. Anterioridade anual (espera-se pelo novo exercício e 90 dias) é diferente de anualidade (quando tem que se esperar um ano).
Limitação ao Poder Tributário
A redução do tributo não se aplica o princípio, nem concessão de isenção. Para revogação de isenção para o STF não se aplica o princípio, o tributo poderá ser exigido imediatamente.
A data de incidência do tributo será sempre a mais favorável ao contribuinte, nonagesimal ou anual. Caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro (2 de outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1° de janeiro do ano seguinte. Caso isso se dê entre outubro e dezembro, a lei incidirá em data posterior a 1° de janeiro.
Exceções: (150, §1°, CF)
c) Princípio da Irretroatividade: a lei não pode alcançar fatos pretéritos.
EXCEÇÕES:
1- Pode retroagir quando for lei expressamente interpretativa e desde que não comine em penalidade (aquela que vem dizendo sobre o alcance e conteúdo de uma lei anterior);
2- Lei que excluir infrações ou reduzir penalidades (multa) de atos não definitivamente julgados;
3- Lançamento tributário quando criar novos métodos de fiscalização ou arrecadação.
d) Princípio da liberalidade de tráfego: é vedada a cobrança de tributos interestaduaisou intermunicipais que impeçam o direito de ir e vir. Exceção: cobrança de pedágio nas vias conservadas pelo poder público. Quando a rodovia é conservada pelo próprio poder público é taxa; quando a via é conservada por uma concessionária ou permissionária é preço público.
APLICAÇÃO
IMPOSTOS
Imediata
II, IE, IOF, Empréstimos compulsórios (calamidade ou guerra) imposto de guerra.
Apenas
Nonagesimal
IDI, CIDE comb., Contribuição social, ICMS comb.
Apenas Anual
IR, IPVA, IPTU (modificação apenas da base de cálculo, se modificar a alíquota aguarda as duas regras).
e) Princípio da uniformidade geográfica: é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou à Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país, salvo na concessão de incentivos fiscais.
f) Princípio da capacidade contributiva: tal princípio vem previsto no art. 145, § 1°, da CF/ 88: “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.
Tem sido usada a capacidade contributiva, especialmente no IPI e ICMS, que seguem o princípio da seletividade e em razão desta, pode-se chegar a capacidade contributiva, porque analisa-se o consumo da pessoa.
g) Princípio da Isonomia: O direito tributário trata igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades. Quem ganha mais pode pagar mais em suas contribuições tributárias e pagamentos nos impostos.
h) Princípio do Não confisco: Não pode ser criado um tributo que inviabilize o direito de propriedade. Segundo entendimento a multa também não pode ter caráter confiscatório.
As imunidades são limitações à competência tributária, previstas na CF.
Art. 5º (...)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 195 do CTN
“§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.”
- São imunes as contribuições sociais, as entidades de assistência social;
- São asseguradas independentemente do pagamento de taxas o direito petição e a obtenção de certidões para defesa de direitos;
Imunidade é diferente de isenção, mas em ambos o efeito é o mesmo: o contribuinte não tem que pagar o tributo. Ademais, tanto a imunidade quanto a isenção afastam somente a obrigação tributária principal. Não afastando as obrigações acessórias.
ATENÇÃO
Imunidades Tributárias
Imunidades em Espécie (art. 150, VI, CF)
a) Imunidade recíproca: União, Estados, DF e municípios não pagam impostos uns aos outros. O art. 150, § 2° da CF estendeu essa imunidade também para autarquias e fundações públicas (inclui agências reguladoras, agências executivas e associações públicas), mas somente no que se refere ao patrimônio, renda e serviço vinculados às finalidades essenciais da entidade. Ex. terreno baldio da União não paga IPTU, mas se fosse do INSS (autarquia) pagaria IPTU por não atender à finalidade da autarquia. Empresas públicas e sociedades de economia mista tem imunidade? na doutrina e jurisprudência, não há legislação a respeito disto. As prestadoras de serviços públicos são imunes, mas as exploradoras de atividade econômica não têm imunidade. Ex. banco do Brasil, Petrobrás e Caixa Econômica Federal.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
b) Imunidade religiosa (art. 150, VI, "b" CF): Templos (instituições) de qualquer culto estão imunes apenas a impostos, e não qualquer tipo de tributo. A imunidade vale para todas as religiões. Não importando o número de adeptos. Essa imunidade abarca não apenas os prédios onde ocorrem os cultos, mas também aqueles necessários à ocorrência de tais cultos. Ademais, embora a CF fale em templos, as atividades da entidade religiosa relacionadas estritamente ao culto são também imunes.
Imunidade
Isenção
Constituição
Lei
Limita a competência tributária
Dispensa o pagamento do tributo (Causa de exclusão do crédito tributário)
Em regra atinge apenas impostos
Atinge qualquer tributo
Interpretação ampliativa
Interpretação literal (111 CTN)
c) Imunidade dos partidos políticos. (art. 150, VI, "c" CF) Beneficia quatro pessoas jurídicas diferentes:
- Partidos e suas fundações;
- Sindicato de empregados;
- Entidades de assistência social sem fins lucrativos (também imunes a contribuições sociais);
- Entidades de educação, sem fins lucrativos.
Serão três as condições para que as entidades de assistência social e entidades de educação sejam imunes:
- Não distribuírem patrimônio ou renda;
- Aplicarem integralmente no país os seus recursos nos objetivos institucionais;
- Regularidade contábil.
d) Imunidade de imprensa (art. 150, VI, "d" CF) – livros, jornais, periódicos e papéis para a sua impressão não são suscetíveis de impostos. Ao contrário das outras três, essa imunidade é objetiva do produto, e não subjetiva das editoras e livrarias. Editoras e livrarias têm que pagar impostos pessoais, como IPTU, IR e IPVA.
Segundo a CF o papel é a única matéria-prima imune (tinta não tem imunidade). Porem o STF conferiu imunidade a mais duas matérias-primas: filmes e papéis fotográficos para fabricação de livros.
ATENÇÃO
É o poder atribuído pela Constituição a cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios) para instituir tributos.
Art. 7º: A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
A competência tributária é absolutamente indelegável, mas as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas podem ser delegadas por uma pessoa jurídica de direito público a outra (delegação da competência tributária ativa).
Ademais, eventualmente, quando ocorrer delegação da capacidade tributária ativa, poderá ser verificado o fenômeno da Parafiscalidade. A Parafiscalidade, pois, consiste na delegação da capacidade de arrecadar tributos, podendo ser revogada a qualquer tempo. Como exemplos, podemos citar os Conselhos de classe (entidades que fiscalizam profissões: CRM, CREA, são autarquias, exceto a OAB, a qual desde 2006 é entendida pelo STF como uma entidade sui generis).
Os Sindicatos cobram contribuição sindical, entendida pelo art. 8°, IV, como contribuição de natureza de tributo, mas a contribuição confederativa não é tributo, posto que é fixada pela assembléia geral da categoria, enquanto o tributo é sempre uma obrigação legal.
Competência Tributária
Não se pode confundir competência tributária, que é o poder conferido pela Constituiçãoao ente político para instituir e dispor sobre tributos, absolutamente indelegável, com delegação de capacidade tributária ativa, que é a atribuição administrativa conferida a outra pessoa jurídica de direito público para arrecadar, fiscalizar ou mesmo executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas.
ATENÇÃO
Repartição Constitucional da Competência Tributária
A Constituição, em se tratando de repartição das competências tributárias, optou por reparti-las em tributos vinculados e tributos não vinculados. Em se tratando de tributos vinculados, há uma atuação específica estatal em relação ao contribuinte (ex.: taxas e contribuições de melhoria), já no caso dos tributos não vinculados, não haveria uma atividade estatal específica (ex.: impostos), a Constituição optou por repartir a competência de forma privativa a cada ente público.
a) Competência Privativa: refere-se à competência para instituir impostos e como o próprio nome diz é privativa de cada unidade da Federação. Nos termos do art. 153, incisos I a VII, compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Ao seu turno, de acordo com o artigo 155 da CF, compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza.
b) Competência cumulativa: Em razão de o Distrito Federal reunir atribuições de Estado e Município, cabe a ele instituir os impostos estaduais e municipais em seu território. O art. 32 veda a divisão do Distrito Federal em municípios.
c) Competência comum: Conforme acima citado, em se tratando de tributos vinculados a alguma atividade estatal, a Constituição optou por atribuir a competência ao ente que desempenhar a atividade que deu ensejo à instituição do tributo.
d) Competência residual: A Constituição prevê duas hipóteses de competência tributária residual, uma para instituição de impostos (impostos residuais) e outra para contribuições para seguridade social (contribuições residuais). Somente a União possui competência residual para instituir, mediante lei complementar, impostos, não previstos na Constituição, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo própria dos impostos discriminados na Constituição.
e) Competência extraordinária: A competência extraordinária também é exclusiva da União. Nos termos do artigo 154, II, da CF: “a União poderá instituir, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação”.
Comentário: O art. 24, § 2º da Constituição Federal determina que a competência da União para legislar sobre normas gerais, quando a competência é concorrente com os Estados, não exclui a competência suplementar destes últimos. O 3º determina, ainda, que inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Alternativa correta: C
A observância das normas referidas no artigo 100 do CTN - Normas Complementares – exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. Entretanto, o tributo continua sendo devido.
ATENÇÃO
FONTES DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1.Leis ordinárias e complementares
As leis produzidas pelos legislativos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são o veículo básico de instituição, modificação e extinção de tributos. Trata-se de postulado do princípio da legalidade estrita. Embora a CF fixe as competências tributárias desses entes e no exercício dessa competência, instituam os tributos, alterem-nos por lei ordinária, via de regra, há uma categoria e normas produzidas pelo Congresso Nacional que se aplicam a todos os entes federados (normas nacionais), numa posição intermediária entre a Constituição Federal e dos Municípios. Nessa posição de norma nacional encontram-se as leis complementares que determinam as bases de cálculo e os contribuintes dos impostos previsto na CF.
2. Medida Provisória
A união pode instituir ou majorar tributos por meio de medida provisória, porém, no caso de majoração do IR somente poderá ser exigido o valor correspondente ao aumento se a medida provisória for convertida em lei até o último dia do exercício em que foi editada, produzindo efeito a partir do ano seguinte. Os Estados e o Distrito Federal podem ter suas medidas provisórias desde que previstas em suas respectivas Constituições e Lei Orgânica.
3. Tratados e Convenções Internacionais
Possuem paridade normativa com as leis ordinárias federais produzidas pelo Estado Brasileiro. Como regra, uma lei ordinária federal posterior pode revogar um tratado ou uma convenção internacional. Há exceções nos casos de tratados e convenções sobre direitos humanos (atenção ao art. 5°, § 3° da CF). 4. Resoluções do Senado O Senado Federal expede resoluções que tem força de norma nacional, aplicando-se a toda a federação. Cabe ao Senado também, por resolução, fixar alíquotas máximas do ITCMD, definir alíquotas interestaduais mínimas e máximas de ICMS e definir alíquotas mínimas do IPVA.
5. Decretos
Pelo Decreto (produzido pelo chefe do Executivo) regulamenta-se a lei, dentro de seus estritos limites. Regulamenta o preenchimento de guias para o recolhimento do tributo, a forma como os recursos administrativos serão encaminhados, os vencimentos das obrigações, etc.
6. Normas Complementares
São todas as outras que não as leis, tratados e convenções internacionais, e decretos. Submetem-se aos ditames da lei e dos decretos expedidos pelo chefe do Executivo.
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A vigência da legislação tributária, segundo o artigo 101 do CTN, deve ser estudada sob dois aspectos: o espacial e o temporal. O aspecto espacial diz respeito aos limites territoriais em que a lei pode ser aplicada. O CTN traz a previsão normativa no seu artigo 102, nos seguintes termos:
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Em regra, vigora no nosso ordenamento jurídico o princípio da territorialidade, de modo que a norma tributária vigora dentro dos limites territoriais do ente da Federação competente para instituir o tributo. Excepcionalmente, poderá ocorrer a extraterritorialidade da lei tributária, nos seguintes casos: quando estabelecido em convênios ou quando determinados pelo próprio CTN ou por outras normas gerais da União.
O outro aspecto da vigência da legislação tributária é o aspecto temporal que diz respeito ao momento que a lei estará apta a produzir efeitos. De acordo com o art. 8º da Lei Complementar nº 95/1998, a própria lei deve dispor sobre a data que ela entrará em vigor. Na falta de previsão na lei deve-se adotar subsidiariamente a Lei de Introdução ao Código Civil que determina que a lei entre em vigor 45 dias após a publicação da lei.
Ademais, o artigo 103 do CTN, traz regras específicas sobre o momento de vigência de algumas normas tributárias, tais como:
- Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor na data da sua publicação, salvo disposição em lei em contrário;
- As decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa que a lei atribua eficácia normativa entram em vigor 30 dias após a publicação da lei, salvo disposição de lei em contrário;- Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios entram em vigor na data neles previstas;
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A legislação tributária, em regra, aplica-se aos fatos geradores futuros e aos que ainda não estão completos, tendo em vista o princípio da irretroatividade.
Art. 105 - A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do Art. 116.
Desse modo, o artigo 105 do CTN determina que a legislação tributária tenha aplicação imediata e prospectiva. Ademais, excepcionalmente, a legislação tributária pode ter aplicação retroativa, aplicando-se ao fato ou ato pretérito, em duas situações, conforme determina o artigo 106 do CTN, vejamos:
Art. 106 - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
A lei interpretativa (produzida pelo legislativo para explicar o sentido e alcance de outra norma) não altera o ordenamento jurídico, somente tem efeitos declaratórios, por isso sua aplicação poderá ser retroativa., aplicando-se a fatos anteriores.
INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA (Arts. 111 e 112, CTN)
Interpretar é buscar o conteúdo e o alcance das normas, importante não confundir interpretação com integração que é o suprimento de eventuais lacunas. A primeira regra é a de que a lei tributária “(...) não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias” (artigo 110, do CTN).
O CTN deixa claro que as normas que tratam das situações excepcionais listadas nos incisos do art. 111 devem ser interpretadas estritamente, ou seja, o intérprete não pode aplicar tais normas a situações outras que não as estritamente previstas por elas.
Ademais, no que tange as matérias que devem ser interpretadas literalmente, a legislação tributária aponta as seguintes hipóteses: suspensão ou exclusão do crédito tributário; outorga de isenção; e dispensa do cumprimento de obrigações acessórias.
De acordo com o art. 12 do CTN, havendo dubiedade, o contribuinte não pode ser prejudicado, no caso das infrações. Decorre do princípio da legalidade e da tipicidade. Assemelha-se ao in dubio pro reu do direito penal.
Interpreta-se literalmente (interpretação restritiva) a lei sobre:
a) Suspensão ou exclusão do crédito;
b) Isenção;
c) Dispensa de obrigações acessórias.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Relação jurídica, que une o credor e o devedor. As obrigações podem ser de dois tipos:
a) Obrigação Tributária Principal: surge com o fato gerador, previsto em lei e tem como objeto o pagamento do tributo e da multa; (no direito tributário também é obrigação principal);
b) Obrigação Tributária Acessória: surge com o fato gerador previsto na legislação tributária e tem como objeto prestações positivas ou negativas (obrigações de fazer ou não fazer) no interesse da arrecadação, ex: manutenção de livros fiscais, emitir nota fiscal. Quando se descumpre uma obrigação acessória, surge uma obrigação principal, com relação à multa.
O polo ativo da obrigação tributária (credor) pode ser ocupado por duas figuras: entidades federativas ou entidades parafiscais (ex: sindicatos e conselhos de classe, CREA< CRM< CORCOM). O pólo passivo da obrigação (devedor), também pode ser ocupado por duas figuras: o contribuinte (relação pessoal e direta com o fato gerador) ou o responsável tributário (todo devedor que não se enquadra como contribuinte, relação pessoal e indireta com o fato gerador). Quando o adquirente é responsável, ele se torna responsável por impostos, taxa de serviço e contribuição de melhoria. Nos casos de arrematação de bens em hasta pública, o arrematante não será incomodado no futuro, pois, o lance ofertado tem que ser suficiente desde logo, ou seja, o valor total do bem somado aos impostos devidos pelo antigo proprietário.
Obrigação Tributária
Tudo que se paga é principal, o que se faz ou não faz é obrigação acessória. Perigo! No direto tributário o acessório não segue a sorte do principal. Na imunidade e na isenção desaparece somente a obrigação principal. Imunidade tá na constituição, é na lei que mora a isenção.
Causa da Obrigação Tributária
É o vínculo jurídico justificador do dever que surge com o fato gerador. Assim, teremos a causa da Obrigação tributária principal (é a lei tributária, uma vez que o dever de pagar só pode estar previsto em lei e a causa da Obrigação Tributária acessória) legislação tributária, expressão que inclui portarias, instruções normativas, regulamentos, etc.
Comentário: Artigo 163, inciso II,CTN: Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos. Alternativa correta: A
1. Em caso de extinção da sociedade anterior (nos casos de fusão, transformação ou incorporação) a nova empresa ou a resultante, responde integralmente pelos débitos tributários daquela. No caso de cisão, o fisco entende que há solidariedade entre as empresas resultantes.
2. Sócios gerentes e administradores só respondem por dívidas da empresa se o fisco provar excesso de poder ou infração (desconsideração da personalidade jurídica)
3. Empresa/pessoa que adquirir de outra, estabelecimento comercial ou fundo de comércio (trespasse), o adquirente só responde (integralmente) por dívidas da empresa anterior se mantiver o mesmo ramo comercial retorne dentro de 6 meses (responsabilidade subsidiária). Mas se a aquisição ocorrer em processo de falência ou recuperação judicial o adquirente nunca responde ainda que se mantenha no mesmo ramo.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
• Os tributos relacionados aos bens imóveis são devidos pelo adquirente, salvo se houver prova anterior da quitação. Neste caso, supõe-se que não haja débito tributário em aberto.
• Os pessoalmente responsáveis estão descritos no Art. 131 do CTN, são eles:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Responsabilidade Tributária (casos especiais)
• A responsabilidade daqueles que intervieram ou se omitiram com relação a obrigação de contribuintes sob seus cuidados está no art. 134 do CTN. Essa responsabilidade é semelhante a uma sanção aos pais, responsáveis, inventariantes, síndicos, etc. que deixaram de cumprir deveres a eles impostos pela legislação, quanto ao agamento do tributo pelo contribuinte. O fisco, deve buscar receber o tributo e a penalidade pecuniária do contribuinte. Nos casos de impossibilidade, os responsáveis passam a responder pelo tributo e pelas multas moratórias.
• As pessoas listadas nos arts. 134 e 135 do CTN, responderão pessoalmentepelo tributo e pelas penalidades pecuniárias, desde que cometam atos ilícitos, como excesso de poderes ou infração de lei, contrato social, estatutos, etc.
• Em regra a responsabilidade independe da intenção do agente ou do responsável, ou dos efeitos causados pelo ilícito (art. 136). Embora a regra seja a irrelevância da comprovação de dolo para configuração do ilícito tributário, há casos excepcionais em que a vontade do agente é relevante e implica sua responsabilidade pessoal.
• Quando a infração é praticada pela empresa, esta é autuada (art. 137). A responsabilidade poderá recair sobre o funcionário, desde que comprovado o dolo específico (prejudicar a empresa).
• A Denúncia espontânea (o sujeito passivo se antecipa a qualquer medida fiscalizatória relacionada a infração e efetua o pagamento do tributo acrescido da correção e juros moratórios) exclui a responsabilidade por infrações (art. 138).
• Para o fisco exigir o pagamento do tributo, deve constituir o credito tributário, o que é feito através do lançamento.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
É um instituto jurídico que constitui o crédito tributário, conforme se nota na linha do tempo. Assim, o lançamento tributário traz a noção de exigibilidade para a relação jurídico-tributária, uma vez que até a obrigação tributária, só existia o dever de pagar. Se o contribuinte não pagar o tributo, o fisco entrará em ação para exigir o pagamento. O lançamento permite a identificação do tributo devido, bem como de seu valor, tudo conforme a lei, sendo assim, um ato vinculado.
• Modalidades:
a) Lançamento direto ou de ofício (149, CTN). Independem de qualquer manifestação do contribuinte. Ex. IPTU, IPVA, taxas e contribuições de melhoria. Um auto de infração também é um a espécie de lançamento de ofício.
b) Misto ou por declaração (art. 147). Lançamento em desuso. Ex. Imposto de Importação quando através de declaração de bagagem acompanhada (DBA).
c) Auto lançamento ou por homologação (art. 150, CTN). O contribuinte presta as informações para o fisco e calcula o valor do tributo e antecipa o pagamento. O fisco apenas homologa o pagamento. A homologação pode ser expressa ou tácita.
• ATENÇÃO: Os créditos não pagos devem ser inscritos na dívida ativa. Daí se pode retirar o título executivo fiscal extrajudicial – Certidão de Dívida Ativa (CDA) – necessário para a propositura da execução fiscal.
Lançamento Tributário
Formas de exclusão do crédito tributário
• Anistia – dispensa legal do pagamento de multa, mas se deve pagar o tributo. Não confundir com remissão, que é o perdão da dívida, anistia é o perdão da multa. A remissão pode ser parcial.
• Isenção – dispensa legal do pagamento do tributo. Pode ser concedida a qualquer tempo, por lei. Pode, em regra, ser revogada a qualquer tempo, também por meio de lei, exceto na hipótese de concedida por prazo certo e sob determinadas condições – gera direito adquirido. Se a isenção for temporária e condicionada aquele que preenche a condição não pode perder a isenção, no prazo prometido.
Formas de suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário (art. 151 a 155 CTN)
• Consequências:
a) Impedem a execução fiscal;
b) É permitida a inscrição na dívida ativa;
c) A certidão expedida pela dívida ativa é positiva, mas com efeitos de negativa.
• Modalidades:
a) Concessão de tutela antecipada – não é o pedido que suspende, mas sua concessão.
b) Concessão de liminar de mandado de segurança – não é o pedido que suspende, mas sua concessão.
c) Parcelamento - Não é o pedido que suspense a exigibilidade, mas o seu deferimento.
d) Depósito do montante integral
e) Moratória – dilatação legal do prazo de pagamento do tributo.
f) Reclamações e Recursos Administrativos – desde que apresentados tempestivamente.
Crédito Tributário
Formas de extinção do crédito tributário (art. 156 ao 154 CTN)
• Pagamento
• Compensação – autorizada e regulada por lei, é possível compensar créditos vencidos ou vincendos.
• Transação – previsto em lei (acordo entre as partes – fisco e contribuinte), acordo que visa o fim de um litígio.
• Remissão
• Prescrição e Decadência
• Conversão de depósito em renda
• Pagamento antecipado e Homologação do lançamento
• Consignação em pagamento
• Decisão administrativa irreformável
• Decisão judicial passada em julgado
•Dação em pagamento em bens imóveis
Súmulas
Súmula Vinculante 21: é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para a admissibilidade de recurso administrativo.
Prescrição
Decadência
5 anos para:
Constituir
Executar
Criação
Lei Complementar
Lei complementar
Lançamento
Após o lançamento
Antes do lançamento
Suspensão e interrupção
Não
Sim
Termo inicial
Regra geral: primeiro dia do exercício seguinte em que o lançamento poderia ter sido efetuado (173, I, CTN)
Tem início a partir do momento em que o credito tributário encontrar-se definitivamente constituído (depois dos trinta dias para apresentação de defesa administrativa, já que esta pode modificar o credito).
Súmula Vinculante 28: é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. Depósito não e exercício da ação é faculdade.
Garantias e privilégios do crédito tributário (183 a 193, CTN)
Cláusulas de impenhorabilidade e inalienabilidade. De acordo com o CTN, essas cláusulas não poderão ser opostas à fazenda Pública, independentemente da data de sua constituição. Os únicos bens que podem ser opostos à Fazenda Pública, são os absolutamente impenhoráveis (os descritos em lei).
Presunção de fraude: em regra, alienação de bens ou oneração de rendas é considerada fraude à execução, quando se tem crédito tributário inscrito na dívida ativa (185, CTN), salvo se o contribuinte tiver bens e rendas suficientes para o pagamento da dívida.
Preferências: a regra é que o crédito tributário prefere a qualquer outro, salvo os créditos decorrentes da legislação trabalhista e de acidente do trabalho fora da falência, além disso, a União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite do valor dos bens gravados.
Preferências na falência:
1. legislação do trabalho e acidente do trabalho;
2. garantia real;
3. crédito tributário.
Resolução do Senado pode fixar
Comentário: De acordo com o art. 186, par. único, do CTN, na falência, o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. Assim sendo, a União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite do valor dos bens gravados. Alternativa correta: C.
Resolução do Senado pode fixar
Alíquota mínima
Alíquota máxima
IPVA
Pode
Não pode
ITCMD
Não pode
Pode
ICMS
Pode
Pode
Além disso, lei complementar da União pode fixar alíquotas mínima e máxima do ISS.
Reserva de lei complementar (art. 146, CF)
Lembrar que "temas de LC não admitem MP"
a) Empréstimos compulsórios;
b) IGF – Impostos sobre grandes fortunas;
c) Impostos residuais – impostos novos, não previstos na CF (competência da União);
d) Novas fontes de custeio da seguridade – novas contribuições
e) Resolver conflitos de matéria tributária;
f) Adequado tratamento ao ato cooperativo;
g) Normas gerais sobre direito tributário;
- Prescrição
- Decadência
- Lançamento
- Obrigação Tributária
Intervenção da União em Alíquotas Não Federais
h) Regulamentação das limitações constitucionais ao poder de tributar;
- Princípios tributários
- Imunidades tributárias
i) Regime unificado de recolhimento de impostos e contribuições (Simples Nacional) – Lei complementar 123/2003. Lei do Super-Simples;
- Facultativo quanto à adesão e à permanência;
- Tributos do simples: IR-PJ, IPI, ICMS, ISS, PIS/COFINS, CSLL (Contribuição social do Lucro líquido).
- Só beneficia microempresas (receita bruta anual de até R$ 240.000,00, duzentos e quarenta mil reais) e empresasde pequeno porte (receita bruta anual entre R$240.000,00, e dois milhões e quatrocentos mil reais); Lembrar que ME e EPP têm uma vantagem competitiva em licitações, pois se o preço de uma delas estiver até 10% acima do menor preço a licitação considera-se empatada, podendo a ME ou EPP ser contratada se aceitar oferecer o objeto por um preço inferior ao mais baixo. No pregão o percentual cai para 5%.
Conceito: é usada para indicar uma das faces da administração pública, referente a fiscalização e arrecadação de tributos de acordo com o Art. 37, XXII da CF/88, que eleva a administração tributária a atividade essencial do Estado, prevendo recursos prioritários, atuação integrada dos diversos entes federados, inclusive com compartilhamento de informações e cadastros.
Fiscalização
A legislação tributária tem autonomia para regular a atividade fiscalizatória da administração tributária, não tendo aplicação, em face dela, quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, etc.
O art. 179 do CTN, lista as pessoas e entidades obrigadas a prestar informações, de interesse da fiscalização, de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros, mediante intimação escrita, salvo previsão legal de sigilo profissional ou de ministério, são eles:
- Tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
- Bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;
- Empresas de administração de bens;
- Corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
- Inventariantes;
- Síndicos, comissários e liquidatários;
- Quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Administração Tributária
À fazenda pública impõe-se sigilo acerca das informações obtidas em razão de ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e estado de seus negócios ou atividades, exceto:
- Em requisições judiciais;
- Em solicitação de autoridade administrativa para investigação do sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.
DÍVIDA ATIVA E CERTIDÕES
Esgotado o prazo para pagamento do tributo, sem o respectivo recolhimento, o débito será registrado pela repartição competente. Trata-se da inscrição em dívida ativa, que gera uma presunção de certeza e liquidez relativa, com relação ao crédito do fisco, tendo o efeito de prova pré-constituída.
A fluência de juros de mora não afasta a presunção de liquidez do crédito. A falta de indicação do valor exato de juros e outros acréscimos não prejudica a inscrição, desde que aponte os elementos necessários para o seu cálculo, como o percentual de juros, o índice de correção monetária, etc.
A partir da inscrição em dívida ativa, é extraída a CDA - Certidão da Dívida Ativa, que é um título executivo extrajudicial. Com o lançamento tributário, a obrigação torna-se exigível, mas é apenas com a inscrição em dívida ativa que a fazenda pública pode executar judicialmente o devedor por meio da CDA.
O termo de inscrição da dívida ativa indicará a indicação do livro, da folha da inscrição, e os seguintes requisitos:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente
a disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
A omissão ou o erro quanto aos requisitos expostos acima são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança. No entanto, tal nulidade pode ser sanada até a decisão de primeira instância, com a substituição da certidão da dívida ativa, devolvendo-se o prazo para a defesa, que somente versará sobre a parte modificada.
OBS: a modificação do sujeito passivo da execução não permite a substituição ou a emenda da CDA, nesse caso, será preciso realizar novo lançamento e iniciar outra execução, desde que o prazo decadencial não tenha se esgotado.
Em determinados casos, a certidão expedida será positiva devido a existência de débito, mas poderá ter efeitos de certidão negativa, certidão positiva com efeitos de negativa, em caso de créditos não vencidos, créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou créditos cuja exigibilidade esteja suspensa.
Tem sido aceita, para fins de emissão da certidão positiva com efeito de negativa, a realização do depósito integral e em dinheiro no bojo de ações cautelares intentadas após o final do processo administrativo, quando o crédito não mais está suspenso, e antes do início da execução, quando ainda não é possível garantir o crédito pela penhora.
Para que seja possível a emissão da certidão positiva com efeitos de negativa, é necessária liminar ou tutela antecipada deferida judicialmente, depósito integral do valor cobrado, outra modalidade de suspensão do crédito, ou ainda a garantia da execução na forma da lei.
ATENÇÃO: O funcionário que expedir certidão com erro contra a Fazenda Pública, dolosamente ou fraudulentamente, responde pessoalmente pelo crédito tributário e pelos juros de mora, sem prejuízo de eventual sanção criminal ou funcional. (art. 208, CTN)
AÇÃO DECLARATÓRIA NEGATIVA
Esta ação é cabível antes da constituição do crédito tributário por meio do lançamento.
Trata-se de ação de rito ordinário, que busca tornar certa a inexistência da obrigação tributária, impedindo a constituição do crédito tributário por meio do lançamento e, por consequência, impedindo a inscrição do débito na dívida ativa e sua execução.
Somente o provimento do pedido impede o fisco de cobrar o tributo, apenas a propositura da ação não tem esse condão.
Caso o contribuinte queira precaver-se contra a cobrança do tributo, antes da decisão da ação declaratória, é necessário conseguir tutela antecipada, liminar em ação cautelar ou valer-se de outra modalidade de suspensão do crédito tributário, ex: depósito do valor integral e em dinheiro. A antecipação de tutela ou a liminar não impede o lançamento pelo fisco, mas apenas a cobrança do crédito tributário pelo fisco.
O prazo decadencial não se interrompe e, caso a Fazenda Pública não constitua o crédito tempestivamente, extingue-se o direito correspondente. Com o lançamento, o crédito fica desde então com a exigibilidade suspensa, por conta da decisão judicial liminar ou antecipatória.
Ações Tributárias
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
É utilizada nos casos em que o contribuinte se opõe à pretensão do fisco, que já constituiu o crédito tributário por meio do lançamento e irá inscrevê-lo na dívida ativa e executá-lo, em caso de não pagamento. Somente a decisão que defere o pedido da anulatória impede o fisco de inscrever o débito na dívida ativa e exigi-lo judicialmente.
Caso o contribuinte queira suspender a exigibilidade do crédito, pode valer-se de uma liminar em ação cautelar, pedir antecipação de tutela ou depositar o montante integral do crédito. No entanto, o depósito não é pressuposto da ação anulatória.
Em princípio, caso o fisco tenha dado início à execução judicial do débito, a impugnação adequada é por meio de embargos a execução, desde que garantido em juízo. Entretanto, o judiciário tem sido flexível quanto a aceitação da anulatória (que não tem, por si só, efeito suspensivo) em casos em que não há penhora ou em que o devedor perdeu o prazo para os embargos.
Ao ingressar em juízo, o contribuinte renuncia à discussão administrativa. Assim, a ação judicial prejudica o processo administrativo, que deve ser extinto sem julgamento de mérito, desde que tenham o mesmo objeto.
AÇÃO CAUTELAR
É utilizada nas situações em que o contribuinte discute a exigência fiscal por meio de ação ordinária, declaratória anulatória ou negativa, e utiliza a ação cautelar para suspendera exigibilidade do crédito tributário e impedir a cobrança imediata pelo fisco.
MANDADO DE SEGURANÇA
O contribuinte que se vir ameaçado por ato ilegal ou de abuso de poder, por parte de autoridade fiscal, pode-se valer do Mandado de Segurança.
O Mandado de Segurança é impetrado contra a autoridade coatora, no prazo de 120 dias do ato impugnado. O MS Substituirá a ação declaratória e a ação anulatória, exceto quando já passados os 120 dias do lançamento ou quando é necessária a produção de provas.
Em caso de relevância dos fundamentos do pedido e perigo na demora da decisão, pode ser concedida medida liminar com efeitos imediatos.
A certeza da autuação ou do lançamento de ofício e a certeza de inscrição na dívida ativa com consequente execução fiscal, são razões suscitadas como fundamento para o pedido de liminar. Importante salientar que apenas a interposição do mandado de segurança, sem a concessão de liminar, não suspende o crédito tributário, não impedindo a inscrição do débito na dívida ativa e a execução.
Intimada, a autoridade coatora tem 10 dias para prestar as informações solicitadas pelo juízo. O órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada deve ser cientificado para, querendo, ingressar no feito.
EXECUÇÃO FISCAL
Ocorre quando o sujeito passivo não paga o tributo no prazo assinalado, então, o sujeito ativo executa o débito judicialmente. A execução fiscal segue um procedimento específico, determinado pela Lei 6.830/80.
O crédito tributário prefere a qualquer outro, ressalvados os decorrentes da legislação do trabalho e de acidentes trabalhistas. A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento. O concurso de preferências somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, qual seja:
1º - União e autarquias;
2º - Estados, Distrito Federal, Territórios e autarquias, conjuntamente e pro rata;
3º - Municípios e autarquias, conjuntamente e pro rata.
A competência para processar e julgar a execução fiscal exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário.
O juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da garantia da execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor, hipótese em que os processos serão redistribuídos ao juízo da primeira distribuição. O STJ fixou o entendimento de que essa reunião de execuções fiscais constitui faculdade do juiz.
O título executivo é a certidão da dívida ativa, a CDA. Nos casos de erro de identificação do sujeito passivo, falta de notificação do lançamento, erro quanto ao próprio tributo lançado, etc., não será possível corrigir ou substituir a CDA. Esses casos de erros graves exigem o cancelamento da inscrição em dívida ativa e a realização de um novo lançamento, se não houver ocorrido a decadência. Se a inscrição for cancelada antes da decisão de primeira instância, a execução será extinta, sem qualquer ônus para as partes. O judiciário entende que que cabem honorários em favor do executado no caso de extinção, desde que já tenha sido citado.
O executado será citado para pagar a dívida em 5 dias, ou nomear bens à penhora. O executado poderá também, quando estiver a par de pagar ou oferecer os bens à penhora, garantir a execução oferecendo fiança bancária.
Nas execuções contra empresas, o fisco poderá pedir o redirecionamento contra o responsável tributário (sócio, administrador, etc.). Se o nome do responsável constar da CDA, cabe ao executado ilidir o redirecionamento.
EMBARGOS DE DEVEDOR
O executado oferecerá embargos no prazo de 30 dias contados:
- Do depósito;
- Da juntada da prova da fiança bancária;
- Da intimação da penhora.
Atualmente, os Embargos não suspendem automaticamente a execução. O juiz concederá esse efeito apenas quando requerido pelo devedor e houver relevância da argumentação, risco de grave dano de difícil ou incerta reparação e garantia integral do juízo.
Excepcionalmente admite-se a exceção de pré-executividade, que é defesa do executado sem garantia da execução (sem penhora, depósito ou fiança). Cabível apenas nos casos de matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
Em regra, entretanto, é pelos embargos que o executado se defende, alegando toda a matéria útil à sua defesa, requerendo provas e juntando aos autos os documentos e rol de testemunhas (até três, podendo ser até seis, a critério do juiz).
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
O art. 164 do CTN determina que a importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
- De recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
- De subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
- De exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Trata-se de remédio processual para o caso em que o contribuinte não se opõe ao pagamento do tributo, apenas quer fazê-lo da maneira que lhe parece correta ou sem o risco de pagar ao sujeito errado. O valor consignado somente pode ser aquele que o consignante se propõe a pagar, e não o eventualmente exigido pelo fisco.
A extinção do crédito tributário somente ocorre quando há julgamento procedente da consignação, e o valor consignado é convertido em renda. Em caso de improcedência, total ou parcial, o crédito será cobrado
acrescido de juros de mora e penalidades cabíveis.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO
A repetição de indébito tributário é prevista pelo art. 165 e seguintes do CTN.
O contribuinte que pagar valores a maior, a título de tributo, tem direito à restituição da diferença, independentemente da modalidade do pagamento. Não há necessidade de comprovação de erro no pagamento, nem prévio protesto.
No caso dos tributos cujo encargo é repassado adiante, dentro da cadeia mercantil de fornecimento e consumo, somente pode repetir o indébito quem provar ter assumido o ônus econômico ou quem tenha sido expressamente autorizado por aquele que suportou o encargo.
A ação de repetição de indébito é ordinária condenatória, com prazo prescricional de 5 anos, contados da extinção do crédito tributário ou da decisão administrativa ou judicial definitiva.
Caso o pedido de restituição seja formulado administrativamente, e o fisco indefira-o, o prazo para ação judicial contra essa decisão é de apenas 2 anos. O prazo prescricional é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, pela metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.
RECURSO - AGRAVO
É o recurso cabível contra decisões interlocutórias.
No direito tributário, é comumente utilizado o agravo de instrumento contra decisão do juiz que denega a liminar em mandado de segurança ou a antecipação de tutela nas ações ordinárias.
O agravo é dirigido diretamente ao Tribunal competente para decidir o recurso.
No caso de denegação de liminar, pede-se, em regra, ao relator a quem o recurso seja distribuído, seja deferida antecipação de tutela, conseguindo-se a liminar denegada em primeira instância.
Requisitos da petição do Agravo:
I - os nomes das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
Elementos que deverão instruí-la:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidadepessoal; III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
RECURSO - APELAÇÃO
Cabe apelação contra a sentença.
A apelação é interposta perante o juiz de primeira instância, que declarará os efeitos em que a recebe, intimará o apelado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias, analisará os pressupostos de admissibilidade e encaminhará os autos ao tribunal ad quem. As razões da apelação são dirigidas ao tribunal que, de fato, julgará o recurso.
A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada, que poderá apreciar e julgar todas as questões suscitadas e discutidas no processo.
A apelação conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão.
XIX EXAME DE ORDEM

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