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A INTERFERÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE A PAISAGEM NATURAL: O CASO DO ALAGOINHAS, MACEIÓ - AL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO
Erique Duarte Santiago
A INTERFERÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE A PAISAGEM NATURAL: O CASO DO ALAGOINHAS, MACEIÓ - AL
Maceió-AL
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO
Erique Duarte Santiago
A INTERFERÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE A PAISAGEM NATURAL: O CASO DO ALAGOINHAS, MACEIÓ - AL
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas, para a obtenção do título de Bacharel em Geografia.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula Lopes da Silva
Maceió-AL
2016
Aos amigos e família pelo constante incentivo e por estarem sempre presentes. Aos colegas de turma e professores pela jornada e aprendizado. Dedico essa conquista a todos. 
 
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha orientadora, Ana Paula Lopes da Silva, desde o começo comigo, pela paciência e dedicação que teve para poder me auxiliar na finalização desse trabalho.
Aos professores do IGDEMA pela minha formação e pelo conhecimento que obtive junto a eles nessa aprendizagem.
Aos meus familiares pelo apoio, meus amigos que sempre acreditaram e me deram força para concluir o curso e finalizar esse trabalho.
À minha segunda mãe Maria Antônia, essa conquista é para você.
RESUMO
Na área do vértice da Ponta Verde, em Maceió, foi construído em meados da década de 1960 e inaugurado na década seguinte o antigo Alagoas Iate Clube, também conhecido como Alagoinhas. O local oferece grande variedade econômica na área comercial e também do turismo, trazendo consigo impactos ambientais de grande densidade negativa. Um estudo das forças dos ventos, do clima, e dos dados de balanço hídrico comprova a decisão de não retirar as ruínas, nem ampliar o local para algum possível empreendimento. Foram coletadas informações na Secretaria do Patrimônio da União, órgão que ficou responsável por todos os processos judiciais em torno da construção do antigo clube. Foram utilizados arquivos da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e fotos tiradas do local da área de estudo, dados de precipitações, força dos ventos, marés e índice de armazenamento de água no solo retirados da tese de Doutorado da Profa. Dra. Rochana Campos de Andrade Lima Santos para mostrar as ações naturais e a partir de aí serem tomadas soluções para evitar ainda mais danos na área e conseguir meios de unir mais o turismo ao local para sua preservação. O presente trabalho tem como objetivos mostrar os impactos causados pela interferência antrópica na paisagem natural da costa de Maceió, na Praia de Ponta Verde, bem como soluções para novas propostas para utilização do local, a partir do estudo de caso do Alagoinhas. 
Palavras-chave: 
Interferência antrópica, Paisagem Natural, Alagoinhas, Maceió-al
ABSTRACT
In the area of ​​the vertex of Ponta Verde in Maceio, it was built in the mid-1960s and opened the next decade the old Alagoas Iate Clube, also known as Alagoinhas. The site offers great economic variety in the commercial area and also tourism, bringing environmental impacts of large negative density. A study of the forces of the wind, climate, and water balance data proves the decision not to remove the ruins, or expand the site for a possible venture. Data were collected at the Secretaria de Patrimônio da União, an agency that was responsible for all legal proceedings around the old club building. There were used files of the Secretaria de Patrimônio da União (SPU) and photos taken of the location of the study area, rainfall data of wind power, tidal and water storage content in soil taken from Prof. Doctoral thesis Dra. Rochana Andrade Lima Campos Santos to show the natural actions and from there be taken solutions to prevent further damage in the area and get means to unite more tourism to the site for its preservation. This work aims to show the impacts caused by human interference in the natural landscape of the coast of Maceió, in Ponta Verde Beach, as well as solutions for new proposals for use of the site, from the case study of Alagoinhas.	
 Keywords: 
Anthropic interference, Natural Landscape, Alagoinhas, Maceio-al
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Mapa de localização da área de estudo	15
Figura 2 índice de precipitação	19
Figura 3 Balanço hídrico climatológico	20
Figura 4 Armazenamento de água no solo	21
Figura 5 Índice de velocidade dos Ventos	22
Figura 6 Alagoinhas visto na década de 1990	26
Figura 7 Alagoinhas na década de 1990	26
Figura 8 Localização do Alagoinhas	27
Figura 9 Ruínas da estrutura do Alagoinhas	28
Figura 10 Imagem de satélite de Maceió e região do vértice da Ponta Verde	28
Figura 11 Alagoinhas na Ponta Verde visto em diferentes marés	29
Figura 12 Gogó da Ema, um dos símbolos da cidade	30
Figura 13 Croqui esquemático da ruína do Alagoinhas	31
Figura 14 Fotos de Março de 1991	33
Figura 15 Vista superior do marco referencial de Maceió	35
Figura 16 Detalhe da perspectiva do marco referencial de Maceió	36
Figura 17 Planta baixa do projeto do Marco Referencial de Maceió	36
Figura 18 Ruinas da construção do Clube Alagoinhas	37
Figura 19 Vista lateral das ruínas do Alagoinhas	37
INTRODUÇÃO
Um estudo das forças dos ventos, clima, dados de balanço hídrico comprovam a decisão de não retirar as ruínas, nem ampliar o local para algum possível empreendimento. Foram coletadas informações na Secretaria do Patrimônio da União, órgão que ficou responsável por todos os processos judiciais em torno da construção do antigo clube. 
A parte geológica e geomorfológica mostra os impactos causados na área costeira de Maceió, no vértice da praia de Ponta Verde e adjacências do mesmo, e a partir de aí serem tomadas soluções para evitar ainda mais danos na área e conseguir meios de unir mais o turismo ao local para sua conservação. O presente trabalho tem como objetivos mostrar os impactos causados pela interferência antrópica na paisagem natural da costa de Maceió, na Praia de Ponta Verde, bem como soluções para novas propostas para utilização do local. 
Foram utilizados arquivos da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e fotos tiradas do local da área de estudo, dados de precipitações, força dos ventos, marés e índice de armazenamento de água no solo retirados da tese de Doutorado da Profa. Dra. Rochana Campos de Andrade Lima Santos para mostrar as ações naturais. 
Estudos mostram que a área utilizada sofreu grandes impactos antrópicos desde a construção do antigo clube e a retirada das ruínas causará ainda mais impactos no local. Devido a isso novas propostas para utilização da área devem utilizar somente o espaço onde se encontram as ruínas, sem utilizar a faixa de areia ou adentrar ao mar.
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.TURISMO E MEIO AMBIENTE
No final do século XX a questão ecológica teve seu maior destaque, Cruz (2001, p. 26) afirma que a “conservação e preservação ambientais tornaram-se expressões comuns, apropriadas ao vocabulário cotidiano das pessoas”.
Para Araújo (2007), as transformações ocorrem de forma rápida, sem controle local, devido à ausência de políticas de planejamento e gestão. O desenvolvimento do turismo tem gerado sérios impactos ambientais sobre os ecossistemas e a cultura local ao longo da zona costeira nordestina. 
Segundo Cruz (2001, p.28) os problemas ambientais, nada mais são que a materialização, no espaço, das distorções e contradições presentes nas relações sócias. Essa autora mostra os lados benéficos e maléficos que o ambiente sofre com o turismo. Cruz cita Boud-Bovy (1977), para ilustrar a interferência do turismo no espaço:
O Turismo degrada irreversivelmente as maiores atrações queo justificaram e o atraíram, erodindo recursos naturais, quebrando a unidade e a escala da paisagem tradicionais e suas construções características, poluindo praias, destruindo florestas, degradação que pode ser limitada mediante um planejamento correto, embora nem todos os efeitos negativos sobre o meio tradicional possam ser evitados;
Ele protege o meio uma vez que estimula o interesse da população e autoridades locais para a apreciação do valor do ambiente e introduz medidas compreensíveis para sua proteção, gerenciamento e melhoria, financiados pelos rendimentos oriundos do próprio turismo. 
Para Silva (2012, p.39) há necessidade de identificar e diagnosticar problemas, propor soluções e aplicar ações que venham a se estruturar ao longo de um período, modificando, assim, a realidade verificada inicialmente. Não sendo um produto acabado, visto sob a perspectiva sistêmica, constitui-se um ciclo interdependente, que envolve aspectos legais, políticos e administrativos.
Ruschmann (1997, p.34), afirma que o turismo provoca muitos impactos no meio ambiente, mas no ambiente natural estes impactos são ainda mais preocupantes. Os impactos do turismo referem-se à gama de modificações ou à sequência de eventos provocados pelo processo de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras. As variáveis que provocam os impactos têm natureza, intensidade, direções e magnitude diversas; porém, os resultados interagem e são geralmente irreversíveis quando ocorrem no meio ambiente natural.
Continuando com Ruschmann (1997, p. 73-75), ela mostra o que deve ser feito para minimizar os efeitos negativos do turismo em relação ao meio ambiente e às ações antrópicas cujas recomendações incluem planejamento e ações por parte dos órgãos públicos.
Na implantação/operação de equipamentos turísticos, recomenda-se:
Identificar e minimizar os problemas ambientais originários da operação dos equipamentos, concentrando as atenções nos novos projetos;
Cuidar dos impactos ambientais resultantes da arquitetura, planejamento, construção e operação dos equipamentos turísticos;
Zelar pela preservação ambiental de áreas protegidas ou ameaçadas, de espécies de fauna e flora, de paisagens; 
Praticar a economia no consumo de energia;
Reduzir e reciclar o lixo;
Controlar o consumo de água fresca e tratar as águas servidas; 
Controlar e diminuir a emissão de gases e outros poluentes;
Controlar, reduzir e eliminar os produtos nocivos ao meio ambiente natural, como inseticidas, pesticidas, corrosivos tóxicos ou materiais inflamáveis;
Respeitar e proteger objetos e sítios históricos e religiosos; 
Respeitar os interesses da população local, incluindo suas tradições, sua cultura e seu desenvolvimento futuro; 
Considerar os aspectos ambientais como fatores fundamentais na capacidade de desenvolvimento de destinações turísticas. Soluções comportamentais para a proteção do meio ambiente.
 Essas soluções buscam identificar as condições sob as quais os agentes individuais do desenvolvimento restringem voluntariamente o uso dos bens públicos, sem coações ou obrigações externas, controlando seus ímpetos desenvolvimentistas. Essas soluções envolvem valores sociais, tais como o altruísmo, a confiança, a consciência, as normas coletivistas, a responsabilidade social, a informação e a comunicação. A chave para a mudança comportamental reside na disseminação de novos conhecimentos e ideias através da educação.
No contexto turístico, essa disseminação se torna difícil pois apresenta uma série de circunstâncias específicas. Ela engloba uma série de diferentes empresas, organizações e indivíduos, os quais oferecem inúmeros produtos tangíveis e intangíveis ao mercado. Uma das maiores barreiras para a contenção ou a restrição voluntária da implementação de equipamentos e atividades turísticas que provocam danos ao meio ambiente está no medo de os empresários não terem retorno de investimentos, pelos interesses individuais e na desconfiança. Eles, por fazerem um sacrifício individual, serão considerados empresários simplórios e serão ridicularizados pelos seus atos. Demonstrar aos agentes de desenvolvimento turístico os efeitos econômicos de uma postura empresarial oportunista e de visão a curto prazo é uma das formas de estimular a participação voluntária dos mesmos.
2.2. TURISMO EM AREAS NATURAIS
O turismo começou a ter um crescente destaque em diversos níveis, como os culturais, sociais e econômicos. Tudo isso trouxe mais impactos, e os negativos assumiram maior destaque. Daí a necessidade de haver um planejamento envolvendo o estado, iniciativa privada e principalmente, a comunidade local.
Segundo Cruz (2001) a diversidade natural dos ambientes brasileiros oferece um grande potencial para as práticas do turismo em áreas naturais e desde a década de 1990 o governo busca orientar essas práticas de turismo.
Quando se fala sobre a questão do turismo em áreas naturais, Azevedo (2003) explica a capacidade de carga, ou seja, até que ponto determinado local ou ecossistema poderá receber turistas ou visitantes sem danificar fisicamente aquele meio físico.
Para Ruschmannn (1997), houve uma época em que os empresários (gestores), não tinham a consciência de problemas ambientais, por esse fato se apropriavam de áreas sem a preocupação das gerações futuras. Hoje em dia, muitos são os empresários que se conscientizaram que os seus interesses estão em ambientes preservados, como exemplo o local de estudo do referido trabalho.
2.3. LAZER TURÍSTICO
A palavra lazer é derivada do verbo latino "licere" que significa "ser permitido", "poder".
Conforme Lanfant (1972), O lazer faz parte do tempo livre e para ser praticado é necessário que haja uma boa infra-estrutura e bons equipamentos turísticos para dar suporte as pessoas que viajam. 
Rose (2002 p. 07) “Realizado por pessoas que viaja, por prazer, podendo ser praticado em qualquer lugar. Procuram locais que ofereçam uma boa infra-estrutura e equipamentos que proporcionem lazer e entretenimento”. 
Cruz (2001 p. 38) Tempo livre e lazer não são sinônimos, mas estão intrinsicamente relacionados, pois o lazer é escolhido e praticado no momento e de maneira esperada. O lazer corresponde a apenas uma parte do uso do tempo livre
	Dumazedier (1976, p.34) “Lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”. 
	O lazer e o tempo livre não são sinônimos, entretanto, estão relacionados com a ideia de que é necessário bons equipamentos turísticos e uma boa infraestrutura para que as pessoas que usufruam do lazer e do entretenimento procurem esses locais com bons serviços para repousar.
2.4. EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS
 
Conjunto de itens referentes à oferta de meios de hospedagem, restaurantes e de empresas ou profissionais de receptivo e apoio ao turista, bem como à estrutura de sinalização turística e oferta de centros de atendimento ao turista para atender ao produto.
Para Barreto (2003 p. 39) São as construções que permitem a prestação de serviços turísticos (alojamentos, nos núcleos receptores; agencias, nos núcleos emissores; transportadoras entre ambos).
Conforme Ferreira; Coutinho, (2002) que consideram todos os estabelecimentos administrados pelo setor público ou privado que se dedicam a prestar serviços básicos para o turismo, como meios de hospedagem, meios de transporte, restaurantes e similares, locais de entretenimento, agências de viagens etc. 
	Todo um conjunto de infraestruturas que são necessárias para dar todo o apoio ao turista. Desde a infraestrutura física até os serviços prestados ao turista. Tudo que está relacionado ao turista.
	Um exemplo de equipamento turístico em Maceió, são os hotéis, que oferecem infraestrutura e serviços ao turista,são eles hospedagem, alimentação e instalações para lazer.
CARACTERÍSTCIAS GERAIS DA ÁREA EM ESTUDO
3.1.LOCALIZAÇÃO
	A área em estudo se restringe a cerca de 2,5 Km, da linha de costa do município de Maceió, desde a Pajuçara até ponta verde, sendo essa a área de recifes situada em torno do Antigo Alagoas Iate Clube, como consta na figura 1.
Figura 1 Mapa de localização da área de estudo
Fonte: Google Maps – 50m, 2015
3.2.ASPECTOS HISTÓRICOS
O nome Maceió tem denominação tupi "Maçayó" ou "Maçaio-k" que significa "o que tapa o alagadiço"
Conforme os dados do IBGE (2015) O povoado que deu origem a Maceió surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava em Pajuçara Manoel Antônio Duro que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena.
As terras foram transferidas depois para outros donos e em 1673 o rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena a construção de um forte no porto de Jaraguá para evitar o comércio ilegal do pau-brasil.
O povoado tinha uma capelinha em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres construída onde hoje está a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II. O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jaraguá sendo desmembrado da Vila das Alagoas, em 05 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio. Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas, iniciou o processo de transferência da capital para Maceió, um processo tumultuado que encontrou resistência de homens públicos e da câmara Municipal.
Uma expedição militar de Pernambuco e da Bahia chegou a Maceió para garantir a ordem, e no dia 16 de dezembro de 1839 foi instalada a sede do governo em Maceió. A partir daí, Maceió consolidou seu desenvolvimento administrativo e político. Teve início uma nova fase no comércio e começou a industrialização.
3.3.ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Araújo (2004), A cidade de Maceió tem sido palco de uma crescente concentração demográfica, tendo sido identificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na década de 80, como a cidade que mais cresceu.
Araújo (2004), tudo isso ocorre em uma cidade que apresenta condições físicas privilegiadas, implantada entre dois importantes corpos de água, o oceano e a lagoa, com uma topografia plana em níveis distintos e clima suavizado pela brisa marinha, fatos que favorecem a urbanização e permitem o desenvolvimento turístico e sustentável da área. 
Conforme Santos (2004), o principal produto agrícola da região é a cana-de-açúcar, cultivada nos tabuleiros costeiros, merecendo destaque também a produção de coco-da-baía e culturas de subsistência.
A produção mineral está relacionada ao petróleo, gás, Salgema, materiais de aplicação direta na construção civil e o aproveitamento hídrico subterrâneo.
Na região urbana de Maceió está instalado um distrito industrial, compreendendo os setores químicos, de alimentos, cerâmica, tintas, moveis e outros. 
Ainda para Santos (2004), esses aspectos, somados a imensa beleza natural, são fontes atrativas para o desenvolvimento de um polo turístico regional. Dentre as principais atrações destacam-se a piscina natural da Pajuçara, a laguna Mundaú, os mirantes e os núcleos artesanais, localizados principalmente no bairro do Pontal da Barra, e as praias.
Araújo (2004), afirma que atualmente a indústria do turismo representa uma grande parte da economia do estado de Alagoas, sendo uma das principais fontes de renda nos períodos de alta estação e, ainda com um grande potencial turístico a ser explorado.
Santos (2004), ainda considera que, atualmente, a indústria do turismo representa uma das principais fontes de renda para a população e também de arrecadação municipal e estadual, principalmente no período de alta estação (dezembro a fevereiro).
Muitos fatores precisam ser levados em conta no processo de modelagem da área costeira, agentes como o clima, ventos, morfologia, marés e ondas.
Adiante serão abordados esses agentes e descrito um pouco de cada um desses processos.
3.4 GEOLOGIA
“Alagoas encontra-se situada na bacia sedimentar de Alagoas-Sergipe, a bacia sedimentar tem cerca de 220 km de extensão e tem suas divisas em Alto Maragogi com a Bacia Pernambuco ao norte e Alto Japoatã-Penedo com a Bacia Sergipe ao Sul. ” SANTOS (2004)
Alagoas tem duas formações na bacia sedimentar no seu domínio geológico que datam da era do terciário, a Formação Barreiras e a Formação de Sedimentos Quaternários.
 A Formação Barreiras, de idade Plio-Pleistocênica, depositada em ambiente continental forma os tabuleiros costeiros que bordejam a costa do Estado de Alagoas, sendo constituída por uma alternância de siltes, argilas e areias finas a grossas, de coloração predominante avermelhada, possuindo espessuras de até 120 metros em Maceió, diminuindo em direção ao oceano.
Os Terraços Marinhos Pleistocênicos e Holocênicos, depósitos flúvio-lagunares, recifes de arenito, recifes de coral e algas, dunas, mangues e praias atuais forma a planície costeira com espessuras de 25m na Ponta Verde.
	As variações climáticas e as precipitações e ventos podem ser os responsáveis pelas alterações nos agentes das dinâmicas costeiras, devido a isso a erosão nas linhas de costa pelas ondas.
3.5 CLIMA
Em um conceito simples, é o tempo é o que está acontecendo na atmosfera em qualquer momento. O clima, em sentido estreito, pode ser considerado o tempo médio, ou de uma forma cientificamente precisa, pode ser definido como a descrição estatística em termos de média e variabilidade de quantidades relevantes durante determinado período de tempo. 
Em sentido amplo, o clima é o status do sistema de clima que compreende a atmosfera, a hidrosfera, a criosfera, a litosfera de superfície e a biosfera. Todos estes elementos determinam o estado e a dinâmica do clima da Terra. (INMET, 2015)
Elis, Barroso e Kiang (2004) abordam um pouco sobre Maceió e seu clima.
A cidade de Maceió, capital do Estado de Alagoas, está localizada no Nordeste brasileiro, em local de clima tropical úmido, com temperatura elevada durante todo o ano, com chuvas de inverno e verão seco com raras precipitações. É banhada pelo Oceano Atlântico a sul e a leste e a oeste e sudoeste pela Lagoa de Mundaú e seus canais que se comunicam com o oceano.
	Segundo a classificação de Köppen, o mesmo classifica o clima do local como tropical chuvoso com verão seco e estação chuvosa iniciando em abril com término em agosto, sendo o período mais intenso de chuva nos meses de maio, com 400 mm e no mês de julho (200 mm) com excesso hídrico dentro da quadra chuvosa, com precipitação anual em torno de 1.570,9mm. (SANTOS, 2004)
	Para Santos (2004), o clima caracteriza-se por sua homogeneidade, tendo suas variações ligadas aos índices pluviométricos com temperatura durante todo o ano superior a 20º C. e a amplitude térmica anual fica em torno dos 6º C. (com a máxima chegando a 31º e a mínima a 19º). 
O gráfico a seguir mostra a precipitação do ano de 2015, quando o maior índice de precipitação já começou em março sendo o segundo mês com maior índice, junho (figura 2).
Figura 2 índice de precipitação
Fonte: INMET , 2015
	Santos (2004) demonstra (figura 3) o processo de definição do balanço hídrico de uma forma simples “o balanço hídrico calcula a disponibilidade de água no solo, considerando a relação Precipitação (P), Evapotranspiração Potencial (ETP) e levando em conta a Capacidade de Armazenamento de água no solo (máxima quantidade de água utilizável pelas plantas, armazenada na sua zona radicular), utilizando as médias mensais das temperaturas médias diárias do ar, corrigindo os valores obtidos para a duração real do mês e para o número máximo de horas de sol.” 
	O gráfico do balanço hídrico mostra que no período das décadas de 60 a 90, os meses de abril a setembro formam os meses com excedente, um período de grandes precipitações, principalmente nos meses de maio e junho. 
Figura 3 Balanço hídrico climatológicoFonte: Santos, 2004
	O gráfico de armazenamento de água (figura 4) no solo demonstra que no período das décadas de 1960 a 1990, o armazenamento esteve no máximo nos períodos de excedente do balanço hídrico e que não esteve em nenhum momento abaixo do nível.
Figura 4 Armazenamento de água no solo
Fonte: Santos, 2004
3.5.1 VARIÁVEL CLIMATOLÓGICA
	Santos (2004) explica que os ventos incidentes no litoral alagoano em períodos que são fracos moderados e mais fortes, os ventos que incidem na área são os alísios de quadrante Este, sendo que os predominantes são do setor SE a S no intervalo abril e do setor E a NE no verão (setembro a março), sendo, portanto, convergentes à costa.
Segundo dados de campo do Danish Hydraulic Institute-D.H.I. (1974), os ventos na costa nordeste do brasil são geralmente fracos, apresentando velocidades entre abril a junho muito reduzidas, raramente superiores a 5 m/s. as velocidades superiores a 10 m/s foram registradas no período entre outubro a dezembro, e velocidades superiores a 15 m/s aparecem em novembro. As direções dos ventos mais constantes estão entre 70 e 100 Az.
O gráfico mostra a velocidade dos ventos no primeiro semestre do corrente ano (2015), onde nos meses de fevereiro e março tiveram seus picos, chegando a 5 m/s (figura 5).
Figura 5 Índice de velocidade dos Ventos
Fonte: INMET, 2015
Conforme Elis, Barroso e Kiang, (2004) a planície litorânea ocorre em toda a linha de costa, sendo representada por uma faixa de largura variável, de centenas de metros até alguns quilômetros. Sobre essa feição desenvolveram-se terraços marinhos, recifes de coral e algas, arenito de praia, dunas fixas e depósitos de pântanos e mangues.
	
3.6 GEOMORFOLOGIA
A geomorfologia retrata a história evolutiva da plataforma continental ao longo do tempo geológico até os dias de hoje.
Santos (2004) cita Coutinho (1976) abordando os aspectos da morfologia e de como se distribui os vários tipos de sedimentos na plataforma continental do Nordeste. Foi sugerido dividi-la em três segmentos e denominá-los de plataforma interna (até a isóbata de -20 m), média (-20 a -40 m) e externa (-40 a -60 m).
	Conforme Coutinho apud (Souza, 2004, p. 28) um dos traços morfológicos mais característicos do litoral, é sem dúvida, a presença constante, na plataforma interna adjacente, de linhas de arenito de praia geralmente paralelas à costa, servindo de substrato para o desenvolvimento de algas e corais, além de constituem uma efetiva proteção do litoral, na média em que absorvem grande parte da energia das ondas incidentes, mesmo estando completamente submersas.
	Segundo Santos, (2004) a plataforma continental Alagoas-Sergipe se caracteriza por sua reduzida largura, variando de 42 Km em frente a Maceió, a 18 Km no extremo sul da área, e sua quebra ocorre nas proximidades da isóbata de 60 M. 
A transgressão marinha remobiliza os sedimentos da zona costeira e os disponibiliza para serem redistribuídos pelas ondas, correntes e fluxos de tempestade ao longo do litoral e plataforma continental. A velocidade de transgressão sobre a planície costeira depende da quantidade de sedimento a ser retrabalhado. Em regiões de baixios, comuns aos vales fluviais, a transgressão avança mais rapidamente, e o potencial de preservação dos ambientes costeiros é maior. Por outro lado, onde o terreno na planície costeira é mais elevado formam-se falésias à beira mar, a erosão prossegue mais lentamente e o potencial de preservação dos ambientes da planície costeira é reduzido.
No ponto de vista de Almeida e Barbirato (2004), a orla marítima apresenta duas situações distintas. A área entre o a praia do sobral e o porto de Jaraguá é mais antiga e que teve seu crescimento interrompido nos anos de 1970 com a implantação de uma indústria de produtos químicos e posteriormente do emissário submarino, tornando-se uma área desvalorizada dentro da cidade. Possui alguns lotes vazios e edificações de baixo gabarito com a presença de poucos edifícios, com mais de quatro pavimentos, remanescentes da época de seu desenvolvimento. 
Almeida e Barbirato (2004), afirmam que a área da orla marítima após o porto de Jaraguá possui uma história mais recente. O bairro de Pajuçara, originalmente ocupado por pescadores, é mais antigo, e ainda conserva muitas residências nas ruas posteriores à avenida principal da orla que é ocupada por prédios. O bairro de Ponta Verde apresenta uma morfologia bem mais adensada e verticalizada. Os lotes que se localizam em frete ao mar estão quase que totalmente ocupados por prédios residenciais, em sua maioria, com oito pavimentos.
CARACTERIZAÇÃO DA AREA DE ESTUDO: O CASO DO ALAGOINHAS, MACEIÓ-AL 
Segundo Almeida, sobre a origem do projeto, “O Alagoas Iate Clube foi fruto dos primeiros anos de 1970, apesar da sua fundação datar de 1963, apenas na década seguinte ele foi inaugurado. Segundo o livro “Arquitetura Moderna: a atitude alagoana”, a construção refere-se a um complexo náutico, um clube de caráter privado voltado para o lazer da elite maceioense, com um programa arquitetônico que englobava, de maneira aproximada: parque aquático de água salgada, piscinas adulto e infantil, restaurante panorâmico, salão de festas, área administrativa, quadra poliesportiva banheiros, estacionamento, ancoradouro para barcos e departamento náutico de vela e motor.
Silva (1991, p. 125) explica como foi escolhido o projeto “executado em equipe com a arquiteta Edy Marreta, através do concurso onde se classificam em primeiro lugar (Figura 6 e 7). 
Para Silva, (1991. P. 125) A obra conta com a participação dos engenheiros Vinicius Maia Nobre e Valter Pessoa de Melo. ” A localização da obra é excepcional, visto que, aproveitando uma base natural de arrecifes, situa-se praticamente solta no mar, usufruindo de um privilegiado entorno paisagístico. 
O Alagoas Iate Clube, mais conhecido pela população como Alagoinhas, é de autoria da arquiteta Zélia Maia Nobre, em parceria com a arquiteta Edy Marreta, sendo – de acordo com o Livro Arquitetura Moderna: a atitude Alagoana, de Maria Angélica da Silva – projeto vencedor de um concurso e construído na década de 1960. 
Figura 6 Alagoinhas visto na década de 1990
Fonte:  Arquivo Público de Maceió
Figura 7 Alagoinhas na década de 1990
Fonte: Arquivo Público de Maceió
Para sua construção foi realizado um concurso de projetos e a proposta arquitetônica vencedora foi de autoria da arquiteta Zélia Maia Nobre, em parceria com a também arquiteta Edy Marrêta.
O projeto do antigo clube que foi o vencedor de um concurso realizado na época, com a orientação da Arquiteta Zélia Maia Nobre, ela e sua equipe deram início a construção do Alagoinhas, obra que marcou a orla de Ponta Verde. A construção se tornou cartão postal da orla por muitos anos.
Silva (1991) destaca que a localização de onde se encontra o Antigo Iate Clube (Alagoinhas) e que a tempos foi contestada por ir contra a preservação ecológica e o direto usufruto coletivo das áreas de beleza natural da cidade. (figura 8).
Figura 8 Localização do Alagoinhas
Fonte: Arquivo/Gazeta de Alagoas
A ruína do antigo Alagoas Iate Clube possui uma localização privilegiada: situa-se numa porção de terra que se sobressai e delineia uma curva cuja ponta adentra ao mar (figura 9). O clube foi erguido justamente na região desse vértice (figura10), no bairro da Ponta Verde. A construção inicia-se ainda na faixa de areia e continua dentro do mar, sobre um chão de recifes (figura11).
Figura 9 Ruínas da estrutura do Alagoinhas
Fonte: ASCOM/SETUR, 2012
Figura 10 Imagem de satélite de Maceió e região do vértice da Ponta Verde
Fonte: Luísa Estanislau Soares de Almeida, 2014
 
Figura 11 Alagoinhas na Ponta Verde visto em diferentes marés
Fonte: Luísa Estanislau Soares de Almeida, 2014
“O Alagoas Iate Clube foi erguido nas proximidades onde encontrava-se o lendário Gogó da Ema – um coqueiro cujo tronco deformado aludia ao pescoço de uma ema e que devido ao seu aspecto exótico atraía o interesseda população. ALMEIDA, (2014) 
Razão pela qual, entre as décadas de 1910 e 1960, ainda quando o bairro da Ponta Verde era apenas um sítio de coqueiros, ele tornou-se um símbolo da cidade, sendo tema frequente para fotógrafos e pintores. ” 
Segundo um artigo publicado pelo historiador Luís Veras Filho no folhetim Maceió – História e Costumes (1990 apud FIGUEIRO, 2011), a fama da palmeira não se restringia a cidade, o Gogó da Ema alcançou destaque tanto dentro do país como internacionalmente, estampando postais, gravuras e fotografias que eram enviados com orgulho pelos moradores de Maceió (figura12).
Figura 12 Gogó da Ema, um dos símbolos da cidade
Fonte: Luíz Sávio de Almeida
4.1 DEMOLIÇÃO
Almeida (2004), expõe os fatores que motivaram o começo das ações judiciais:
O clube estava fazendo ampliações na estrutura e cada vez mais adentrando para o mar, o estacionamento ocupava toda a faixa de areia que é de uso público, as pessoas tinham que dar a volta para poderem ter acesso ao outro lado da praia. Por esses fatores a justiça determinou a demolição do local.
Após o primeiro quadrilátero, uma segunda área, de formato semelhante, foi construída no mar, mas diferentemente do primeiro esta nova base não é sustentada por pilares, mas configura-se como uma espécie de platô, fruto de um aterramento marítimo, ou seja, dos arrecifes. 
Sobre essa base foram dispostos uma área de lazer com piscinas (figura 13) para o público adulto e infantil e os vestiários, além de uma área coberta localizada atrás da piscina de maior dimensão cuja função não foi identificada. Além dessas construções localizadas sobre o mar, uma nova área de expansão foi erigida, dessa vez sobre a faixa de areia: estacionamento, quadra poliesportiva e o referido prédio administrativo em formato de iate. Desses elementos descritos, remanescem apenas uma parte do segundo quadrilátero com as piscinas e os vestiários.
Figura 13 Croqui esquemático da ruína do Alagoinhas
Fonte: Secretaria de Patrimônio da União
 
	Devido a tantas ampliações, o clube foi avançando mais adentro do mar e ocupando áreas indevidas e causando um bloqueio tanto físico como visual, esses foram os motivos que iniciaram as ações judiciais para desocupação da área.
	Segundo reportagens, desde de 2000, iniciou-se uma série de brigas judiciais entre os associados do clube e o Estado. Em 2005 a justiça embargou novas obras de ampliação e no ano seguinte, a partir de uma decisão judicial, houve a demolição de parte do complexo, com ordenamento para dar continuidade à destruição do restante numa etapa posterior, que, no entanto, não foi concretizada.
	A área demolida se refere a parte ocupada e que se refere a área de Marinha, pertencendo à União, logo de uso público, essa parte demolida impedia a passagem dos banhistas ou civis que para poderem passar por lá, tinham que dar a volta pela orla ou passa entre os pilares. Com a demolição dessa parte o acesso dos banhistas foi restabelecido.
4.2.QUESTÕES AMBIENTAIS 
	Apesar da relevância das questões ambientais, pois a implantação dentro o mar levou à alteração do ecossistema (como foi mostrado por estudos, em relação às marés, velocidade dos ventos, geologia e geomorfologia do local) e da dinâmica das marés, além de provocar um grande processo de erosão nos dois lados da linha de praia. O principal motivo que levou às ações judiciais movidas contra o clube, não se referia à parte erguida sobre os arrecifes, mas, como se viu, à área construída sobre a faixa de areia. Por isso, a segunda etapa de comprovar a regularidade judicial da construção erguida dentro do mar – através de documentos que confirmavam que o empreendimento foi construído obedecendo a tramitação legal vigente na época da construção (anterior à existência da Constituição Federal de 1988, quando surgem leis específicas para assegurar a preservação ambiental). 
	
A SPU (Secretaria do Patrimônio da União) ficou responsável pelos processos referentes ao local onde se encontra o Alagoinhas, pois a área pertence à União. Inclusive foram feitos projetos para o uso da área onde se encontra o Alagoinhas (figura14).
Figura 14 Fotos de Março de 1991
Fonte: Secretaria de Patrimônio da União
METODOLOGIA
Inicialmente na tentativa de ilustrar as ações naturais que o local de estudo sofre, foram inseridos fotos e gráficos de estudos de velocidade dos ventos, balanço hídrico e armazenamento de água no solo. 
Foram realizados estudos bibliográficos e levantamentos históricos do município e da área estudada, mostrando a o impacto que a construção tem causado na área.
Para a ilustração da área foram tiradas fotos do local, comprovando que nos dias de hoje só restam as ruínas da antiga construção, também foi necessário ir à Secretaria de Patrimônio de União (SPU) para ter acesso aos documentos e fotos do local, planta baixa e croqui, como também propostas futuras para utilização da área. Na SPU também foram obtidos documentos que comprovam todos os processos judiciais que ocorrem desde a interdição da área até os dias de hoje.
RESULTADOS E DISCURSSÕES
6.1.NOVA PROPOSTA PARA AS EDIFICAÇÕES DO ALAGOINHAS
6.1.1 O MARCO REFERENCIAL DE MACEIÓ
Figura 
15
 Vista superior do marco referencial de Maceió
Fonte: Secretaria de Patrimônio da União 
O projeto financiado pelo governo estadual e intitulado inicialmente como Marco Referencial turístico de Alagoas e, posteriormente, como Marco Referencial de Maceió (figura15) tinha a promessa de ser um ponto turístico icônico para o Estado, cujo símbolo indenitário e a força da proposta arquitetônica residem em uma torre-mirante de 40 metros de altura erguida no meio do mar.
Conforme Almeida (2014) A fim de se compreender as possíveis transformações futuras na paisagem local (figura16), devido a construção do Marco Referencial de Maceió, foram realizadas análises visuais do projeto arquitetônico (figura17) a partir do material gráfico (desenhos arquitetônicos e perspectivas) desenvolvido para a apresentação e divulgação do projeto Além dessas imagens, contribuíram para o entendimento da proposta, as declarações de pessoas envolvidas no empreendimento relatadas em reportagens publicadas em jornais, em páginas do Governo Estadual na internet, e no “Relatório de Avaliação Ambiental (RAA) do Marco Referencial de Maceió, apresentado em maio de 2013, pela ProSiga Gestão Ambiental, empresa contratada pela secretaria de Estado da infraestrutura (SEINFRA) para realizar o estudo ambiental do empreendimento.
Figura 16 Detalhe da perspectiva do marco referencial de Maceió
Fonte: Secretaria de Patrimônio da União
Figura 17 Planta baixa do projeto do Marco Referencial de Maceió
Fonte: Secretaria de Patrimônio da União
O novo edifício se posicionaria exatamente sobre o local do atual do Clube – o que sobrou dos dois quadriláteros construídos no mar e da ponte que dá acesso a estes. A limitação do perímetro a ser ocupado pelo Marco Referencial de Maceió deve-se ao fato de que, segundo os estudos ambientais desenvolvidos para analisar a viabilidade e os impactos da futura obra, constatou-se que a adição de novas estruturas ou a retirada daquelas que permanecem (figuras 18 e 19) possivelmente causariam novas alterações na hidrodinâmica e no transporte sedimentar no local, afetando, inclusive, as praias adjacentes. É por essas razões que as intervenções propostas no projeto do centro de turismo não devem suprimir ou implantar novos elementos de sustentação no mar nem fazer intervenções estruturais na faixa de areia.
Figura 18 Ruinas da construção do Clube Alagoinhas
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 19 Vista lateral das ruínas do Alagoinhas
Fonte: Arquivo Pessoal
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Os histogramas de chuva apresentados mostram que durante os meses do verão, a precipitação foi mais elevada e devido a planície litorânea ser arenosa o risco de contaminação do solo é maior, podendo chegar até ao lençol freático.
	Outra questão que merece muita atenção é a questão da costa, que sofregrande interferência dos ventos e marés, fatores esses que são responsáveis pelos processos de formação da linha de costa.
	As variações climáticas também influenciam no fator das marés, que com fenômenos como o El Niño, interferem na dinâmica das marés e no processo de erosão do relevo costeiro. As questões geológicas e geomorfológicas mostram que o cordão litorâneo da Ponta Verde não é bem alinhado por questões hidrodinâmicas: ondas e ventos. 
De acordo com os dados apresentados, dados esses de levantamento de maré, ventos e balanço hídrico, mostram que a retirada por completa da construção do antigo Alagoinhas causará impactos na região. Foram apresentados projetos para utilizar a área da construção, porém os projetos pretendiam utilizar mais espaço do que onde está localizado as ruínas da construção, isso causará mais impactos no local, para poder utilizar a aérea é necessário que o próximo projeto utilize somente a área que estão as ruínas.
O turismo é apresentado como uma solução para área de estudo, além da proposta de revitalizar o local, haverá uma manutenção e estudos da área para os impactos já existentes, movimentando também a economia do setor do Turismo.
A praia da Ponta Verde apresenta um dos trechos mais críticos na erosão costeira, além da erosão natural o trecho se agrava devido a retirada da linha de recifes para a construção do clube Alagoinhas, interferindo no transporte de sedimentos da área. 
REFERENCIAS
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