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Aula 07 – Recalques de Fundações Rasas PROF. STEFÂNIA MOREIRA ALVES stefania.alves@prof.unibh.br 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES “Movimento vertical descendente de um elemento estrutural.” NBR-6122. Os recalques podem ser classificados quanto ao tempo de deformação ou quanto a especificidade estrutural. 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES EM FUNÇÃO DO TEMPO Quanto a variação no tempo, os recalques se classificam: Recalque imediato (elástico): ocorre logo após a aplicação da carga ou durante um tempo muito curto. São observados em solos finos (siltes e argilas) parcialmente saturadas e em solos granulares. Recalque por adensamento: resulta da drenagem da água intersticial até a dissipação do excesso de poropressão, sendo função do tempo. São importantes para solos finos totalmente saturados. 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES EM FUNÇÃO DO TEMPO Recalque secundário: decorrente da compressão do esqueleto sólido. Na maioria dos solos, a compressão secundária tem menor importância, porque a sua magnitude é inferior à dos outros tipos de recalque. Em argilas muito plásticas e solos orgânicos, no entanto, o recalque secundário é significativo. 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES EM FUNÇÃO DO TEMPO Ar Água Sólidos Var Va Vs Var Va Vs Ar Água Sólidos Água Sólidos Va Vs Recalque imediato Recalque por adensamento 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES EM FUNÇÃO DA ESTRUTURA Quanto a variação estrutural, os recalques se classificam: Recalque total ou absoluto da sapata ou tubulão isolado (ρ) Recalque diferencial ou relativo entre duas sapatas ou tubulões vizinhos (d) Distorção angular ou recalque diferencial específico (β= d /l) 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES NAS ESTRUTURAS O recalque diferencial desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de danos arquitetônicos e estruturais à obra. Geralmente, os recalques admissíveis são fixados em função da distorção angular. L d 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES NAS ESTRUTURAS 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES NAS ESTRUTURAS 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 ESTIMATIVA DE RECALQUE ci Em que: ρ= Recalque total ou absoluto; ρi= Recalque imediato; ρc= Recalque por adensamento. 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 CÁLCULO PELA TEORIA DA ELASTICIDADE Proposta inicial de Hooke e generalização de Boussinesq Caso Geral: Aplicação em meio uniforme I E Bi 21 RECALQUE IMEDIATO OU ELÁSTICO Onde: σ = tensão aplicada. σ = F/A ν = Coeficiente de Poisson do maciço do solo; E = Módulo de deformabilidade do solo, considerado constante com a profundidade; B = Largura da Sapata; Iρ = fator de influência, que depende da forma e rigidez da sapata (Tabela) 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUE IMEDIATO OU ELÁSTICO Fator de influência (I). 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUE IMEDIATO OU ELÁSTICO A NBR 6118:2003 classifica as sapatas quanto à rigidez de acordo com as seguintes expressões: Onde: a é a dimensão da sapata na direção analisada; h é a altura da sapata; ap é a dimensão do pilar na direção em questão. 06/04/2016 CÁLCULO PELA TEORIA DA ELASTICIDADE Proposta inicial de Hooke e generalização de Boussinesq Caso Geral: Aplicação em meio uniforme RECALQUE IMEDIATO OU ELÁSTICO LIMITAÇÃO DA APLICAÇÃO Fundações e Obras de Terra - Aula 7 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 CÁLCULO PELA TEORIA DA ELASTICIDADE Solução de Boussinesq para Caso Não-Drenado (camada finita): Em muitos casos a camada de argila é de camada finita sobreposta a um material que pode ser considerado rígido ou indeformável (rocha, por exemplo), o que exige uma adaptação na fórmula. u u i I B 10 u EEu )1( 5,1 RECALQUE IMEDIATO OU ELÁSTICO Onde: Eu = módulo não drenado da argila. μ0 μ1 = fatores de influência do embutimento da sapata e da espessura da camada do solo. 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 Fatores 0 e 1 para o cálculo de recalque imediato de sapata em camada argilosa finita. CÁLCULO PELA TEORIA DA ELASTICIDADE 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 EXERCÍCIO Estimar o recalque de uma sapata flexível de 3x3m construída em uma camada de argila-arenosa e carga de 70 tf para (i) caso drenado e (ii) caso não drenado com camada de argila de 6 m e cota de assentamento 1,5 m. Dados: E = 450 kg/cm²; ν = 0,35. Solução (1): I E Bi 21 11,1 450 35,01 300 300300 70000 2 x i mmcmi 1,5505,0 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 EXERCÍCIO Solução (2): ²/500450 )35,01( 5,1 )1( 5,1 cmkgEEu 85,00 55,01 468,055,085,010 xu mmcm xx xxB u u i 1,221,0 500300300 468,030070000 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUE POR ADENSAMENTO OU PRIMÁRIO HISTÓRIA DE TENSÕES E TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO: Solos Pré-Adensados: Se a tensão efetiva de pré- adensamento (σ’vm) é maior que a tensão efetiva vertical de campo (σ’vo), conclui-se que, no passado, o depósito já foi submetido a um estado de tensões superior ao atual. Solos Normalmente Adensados: σ’vm = σ’vo 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUE POR ADENSAMENTO OU PRIMÁRIO HISTÓRIA DE TENSÕES E TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO: Solos Pré-Adensados ALGUNS EXEMPLOS 06/04/2016 vm vf c v vm rc CC e H ' ' loglog 1 ' 0 ' 0 Onde: ρc = recalque por adensamento; H = altura da camada de argila; Cc = índice de compressão; Cr = índice de recompressão (trecho antes da reta virgem); e0 = índice de vazios inicial; σ’v0 = σ’vm = tensão de pré-adensamento; Δσ’ = acréscimo de tensão efetiva no centro da camada (Teoria da Elasticidade) σ’vf = σ’v0+ Δσ’ e σ’v0= g H (aterro) +gsub H (metade da camada de argila) gsub = gnat - gágua RECALQUE POR ADENSAMENTO OU PRIMÁRIO O recalque por adensamento pode ser calculado com base na teoria de Terzaghi. Solos Pré-Adensados: 06/04/2016 O recalque por adensamento pode ser calculado com base na teoria de Terzaghi. Solos Normalmente Adensados: ' 0 ' 0 log 1 v vf cc C e H Onde: ρc = recalque por adensamento; H = altura da camada de argila; Cc = índice de compressão; e0 = índice de vazios inicial; σ’v0 = σ’vm = tensão de pré-adensamento; Δσ’ = acréscimo de tensão efetiva no centro da camada (Teoria da Elasticidade) σ’vf = σ’v0+ Δσ’ e σ’v0= g H (aterro) + gsub H (metade da camada de argila) gsub = gnat - gágua RECALQUE POR ADENSAMENTO OU PRIMÁRIO 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 EXERCÍCIO Uma fundação quadrada de 2 m de lado é assentada sobre uma camada de argila de 6m de espessura. Sabendo que existia uma camada de areia de 2m (γ = 18 kN/m³) e que carga aplicada é de 120 kN, calcule o recalque sofrido. Caso ultrapasse 35mm, redimensione a fundação para que esta medida seja respeitada. Dados: Cc = 0,25; e0 = 1,4; γnat = 16 kN/m³; NA no nível do terreno. NT g (sub) = g (nat.) - g (água) g (sub) = g (sat.) - g (água)Sendo: g (água) = 10kN/m³ 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 EXERCÍCIO Recalque: ²/5436218' 0 mkNxxv ²/30 22 120 ' mkN x ( ) 54 ²/12054 log25,0 4,11 6 035,0 B mmmc 120120,0 54 3054 log25,0 4,11 6 mB 00,4 argila) de camada da (metade Hsub ' 0 gg Hnatv Areia(passado) Argila ' 0 ' 0 log 1 v vf cc C e H ''' vovf Nova base: 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 Módulo de Elasticidade Módulo de Elasticidade Tipo de solo psi MPa Argila muito mole 50 400 2 15 Argila mole 250 600 5 25 Argila média 600 1200 15 50 Argila dura 1000 2500 50 100 Argila arenosa 4000 6000 25 250 Areia siltosa 1000 3000 7 21 Areia fofa 1500 3500 10 24 Areia compacta 7000 12000 48 81 Areia e cascalho 14000 28000 96 192 CORRELAÇÕES COM O SPT E CPT 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 COEFICIENTE DE POISON E MÓDULO DE ELASTICIDADE POR BOWLES Coeficiente de Poison Tipo de solo Argila saturada 0,40 0,50 Argila com areia e silte 0,30 0,42 Argila não saturada 0,35 0,40 Areia compacta 0,30 0,35 Solos arenosos 0,15 0,25 Tipo de solo SPT(*) CPT Areia E = 500(N+15) 2 a 4 qc Areia argilosa E = 320(N+15) 3 a 6 qc Areia siltosa E = 300(N+6) 1 a 2 qc Argila Mista E = 500(N+15) 6 a 8 qc 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 RECALQUES ADMISSÍVEIS Tipo de problema d/L Dificuldades com máquina sensíveis a recalques 1/750 Perigo para estrutura aporticadas com diagonais 1/600 Limite para prédios onde não se permitem fissuras 1/500 Limite para casos em que pequenas fissuras em painéis de paredes são toleradas ou onde se esperam dificuldades devido a pontes rolantes 1/300 Limite para o caso onde o desaprumo de um prédio alto pode ser perceptível 1/250 Fissuração considerável em painéis de parede e tijolo. Limite de segurança para paredes flexíveis de tijolo, onde h/L <1/4 1/150 Recalques x Problemas na Engenharia 06/04/2016Fundações e Obras de Terra - Aula 7 LIMITES
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