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LIVRAMENTO CONDICIONAL Dá-se por Livramento Condicional, uma medida incidente da pena privativa de liberdade, consistindo da antecipação da liberdade do preso, como forma de uma etapa de preparação para a liberdade plena. É um benefício decorrente do sistema progressivo de cumprimento de pena, (porém, não há necessidade da passagem do condenado por todos regimes prisionais para conquistar tal benefício). Encontra-se sua previsão legal no artigo 83 do Código Penal. Sua competência é do juízo da execução penal (art. 131 a 146 da LEP). O Livramento Condicional não é algo que depende da vontade do julgador, mas sim um direito subjetivo do apenado. Já que pode ser ser requerido pelo próprio condenado ou pessoa próxima ou do conselho Penitenciário. A diferenciação entre o Sursis e Livramento Condicional é que no Sursis não há exigência que o réu inicie o cumprimento da pena, o que não acontece no Livramento Condicional. Ademais, no Sursis há uma duração de período de prova que dura de dois a quatro ou seis anos. Já no Livramento condicional, corresponde ao restante da pena. Para que seja obtido tal beneficio da liberdade antecipada deve-se observar os requisitos, dividos em objetivos e subjetivos, e o cumprimebto de determinadas condições: Objetivos: São os que estão relacionados a pena imposta e reparação do dano. - A pena imposta deve ser Privativa de Liberdade; - A pena deve ser Igual ou Superior a 2 (dois) anos; - Deve-se Reparar o Dano, salvo apenas quando impossível; - Deve-se Cumprir mais de ⅓, tendo bons antecedentes não seja reincidente em crime doloso; Mais da ½ se reincidente de crime doloso; Entre ⅓ e ½, caso tenha maus antecedentes, mas não sendo reincidente em crime doloso; Mais de ⅔, caso tenha sido condenado por qualquer dos crimes previstos na Lei n. 8.072/90 que diz respeito aos Crimes Hediondos. Subjetivos: São os que estão relacionados ao lado pessoal do apenado. - Comportamento carcerário satisfatório; - Bom desempenho no trabalho que a ele foi atribuído; - Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; - No caso de crime doloso cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, o benefício fica sujeito a constatação de condições pessoais que presumem que não há riscos de periculosidade do condenado a voltar a delinquir. O Juiz especificará as condições, ficando o Livramento Condicional dependente de tais condições durante o período de prova (restante da pena a cumprir), sendo elas Obrigatórias e Facultativas: Obrigatórias: O art. 85 do CP às anuncia, e art. 132, §1º da LEP: - Obter ocupação lícita, dentro do prazo razoável; - Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; - Não mudar de comarca sem prévia autorização do juízo. Facultativas: art. 132, §2º da LEP: - Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e autridade imcumbida de fiscalizar; - Recolher-se à habitação em hora fixada; - Não frequentar determinados lugares . Obs: Nada impede que o juiz fixe outras a seu critério (cf. Art. 85 do CP). Só pode ser concedida pelo juiz atuante na execução penal, podendo ser concedida após audição do M.P., independente do parecer do Conselho Penitenciário (Lei mº10.792/2003) Tudo se inicia na audiência admonitória, que é feita onde o condenado está cumprindo pena (Art. 137 da LEP), sendo as condições comunicadas ao apenado, assim, tais condições aceitas, se inicia o período de prova. Após isso, será expedida a carta de livramento nas suas devidas formalidades fixadas no art. 136 da LEP. Tal carta além de de cientificar o beneficiário das condições que o foram impostas, também possui a mesma força de um alvará de soltura, sendo assim determinando que o apenado seja colocado em liberdade. Havendo uma cerimônia com toda formalidade encontrada no art. 137, receberá seu pecúlio e pertences, uma caderneta ou um salvo-conduto, que constará à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que for exigida ou necessária, servindo como documento de identificação daquele que goza do Livramento Condicional. Também dividido em Obrigatória ou Facultativa a revogação pode ser, quando Obrigatória, sendo o beneficiário ser condenado a uma pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por crime cometido durante a duração do benefício ou por crime anterior a vigência do benefício. Facultativas quando, o mesmo deixar de cumprir qualquer das obrigações sentenciadas, ou for irrecorrivelmente condenado por crime ou contravenção não sendo a pena privativa de liberdade. Caso haja a revogação por conta de crime cometido durante a vigência do benefício, é considerado traição a confiança do juízo, assim sendo tratado como alguém que não merece mais benefícios, logo sendo desconsiderada totalmente o tempo em que esteve solto, enquanto isso, se condenado por crime praticado antes do benefício, será computado o tempo em que ele permaneceu liberto. Segundo o art. 89 do C.P., não poderá ser declarada pelo juiz a pena extinta enquanto não transitar a sentença em processo a que responde o beneficiário por crime cometido na vigência do livramento. resumidamente diz-se que crime cometido na vigência do período de prova não irá prorrogar o livramento, assim como inquerito policial nao ter força para gerar esse efeito. Uma observação importante é que a condenação a pena privativa de liberdade (prisão simples), em razão da prática de contravenção penal, não é uma causa de revogação obrigatória nem facultativa, tal omissão do legislador não pode ser suprida, já que no caso será “in malam partem”. Não se pode confundir prorrogação com suspensão, tendo suas diferenciações em seus respectivos artigos, 146 e 145 da LEP. É possível a prorrogação do juiz em respeito ao período de prova sem suspender o benefício. Já o art. 90 do C.P. trata da extinção da pena, dizendo que, se até o término o livramento nao for revogado, a pena se considera extinta. Porém antes de se declarar extinta, é necessário que o magistrado ouça o M.P.. Bruno Cristiano de Oliveira - UNIVEM/2017
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