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Apostila Microbiologia II

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
 
 
 
 
 
CURSO DE BIOMEDICINA 
MICROBIOLOGIA II 
 
 
 
 
 
 
 
Profª. CLÁUDIA MARIA DUQUE DE SOUZA 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 2 
Universidade Católica de Goiás 
Curso: Biomedicina 
Disciplina: Microbiologia II 
Professora: Cláudia Maria Duque de Souza 
 
 
 
 
PROGRAMA: 
 
 
 
1- Objetivo geral: 
 
 A disciplina Microbiologia II visa, fundamentalmente, demonstrar as técnicas 
micológicas, princípios dessas técnicas, identificação dos gêneros e espécies e 
suas patologias, bem como, capacitar o estudante para a pesquisa e o 
reconhecimento desses microrganismos. 
 
 
 
 
2- Objetivos específicos: 
 Habilitar o aluno de micologia para a pesquisa, reconhecimento e a 
diferenciação dos microorganismos normais e patogênicos nas diferentes partes do 
organismo humano, tais como: orofaringe, pele e anexos, líquidos corporais, 
aparelhos auditivo, visual, gastro-intestinal e genito-urinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 3 
 
 
 
MICROBIOLOGIA II - CBB3642 - 4 CRÉDITOS 
 
 
 
CONTEÚDO: 
 
01- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses superficiais - Dermatófitos. 
02- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses superficiais por fungos não 
Dermatófitos. 
03- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses subcutâneas. 
04- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses profundas. 
05- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses oportunistas - Candidíase 
06- Diagnóstico de outras micoses oportunistas e fungos contaminantes do meio 
ambiente. 
07- Bacteriologia da água (Parte I). 
08- Bacteriologia da água (Parte II, análise microbiológica) 
09- Microbiologia do leite. 
10- Microbiologia dos alimentos. 
11- Prevenção e controle de infecções hospitalares. 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 4 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
01. Jawetz, Ernerst. Microbiologia Médica. Guanabara Koogan. 
02. Bier, Otto. Microbiologia e Imunologia. Melhoramentos. 
03. Pelczar, Reid e Chain. Microbiologia Vol I e II - McGraw-Hill do Brasil. 
 04. Moura. Microbiologia Clínica. Mc Will Editores. 
 
05. Korting e Gunnter. Dermatologia. Editora Manole. 
06. Cecil. Tratado de Medicina Interna. Guanabara Koogan. 
07. Dowell, Allen e Koneman. Diagnóstico Microbiológico. Panamericana. 
08. Neto, Amato e V. et al. Antibióticos na prática médica. Gnemed. 
09. Parage, R. Microbiologia Clínica. Panamericana. 
10. Miname. Micologia, Diagnóstico Laboratorial das Micoses. 
11. Reese, Richard E, Sentochnik, Deborah E., Douglas Jr, R. Gordon e Betts, Robert F. 
Manual de Antibióticos. 
12. Roitman, Isaac, Travassos, Luiz R. e Azevedo, João Lúcio. Tratado de Microbiologia. 
13. Mac Faddin. Pruebas bioquimicas para la identificacion de bactérias de importância 
clínica. Panamericana. 
14. Lennete, Balows, Hausler e Shadony. Manual de Microbiologia Clínica. 
15. Hentges, David J. Medical Microbiology. 
16. Fundemberg, Hugh. Microbiology and Imunology, a positive statement manual. 
Guanabara Koogan. 
17. Delost, Danessa Maria. Introduction to diagnóstic Microbiology, Mosby, 1997. 
18. Rowland, S. Sharon. Pathogenic and Clinical Microbiology. Little, Brown and Company 
, 1994. 
19. Crissey, Thorne John. Manual of Medical Micology. 1995. Blackwell science. 
20. Tagliavini, Ruggero. Novo Atlas prático de Dermatologia e Venereologia. 1995, Santos. 
21. Konneman, Elmer . 5ª edição. Color Atlas - Diagnostic Microbiology, 1997, Lippincott. 
22. Dwight R. Johnson. Laboratory of diagnostic of Group A Streptococcal infections. WHO 
(Organização Mundial de Saúde). 
23. Chung, Kwon J. K. Medical mycology. 1992. Lea & Fabiger. 
24. Zaitz, Clarisse. Atlas de Micologia. 1995. Medsi. 
 
Artigos da Internet : 
Periódicos: Revista Laes Haes - Mc Will Editores, News Lab, ARSCVRAND, JAMA, 
Arquivos de Dermatologia (JAMA). 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 5 
AULA 1 
 
FUNGOS DERMATÓFITOS 
 
 Infectam pele, pêlo e unha na espécie humana e animal, produzindo doenças 
conhecidas como tineas ou tinhas, cujo tratamento, normalmente, é feito com 
TERBINAFINA. Em KOH tem-se hifas hialinas esverdeadas acompanhadas de formas 
vegetativas (clamidósporos, corpos nodulares, etc.) e, freqüentemente, com artroconídeos 
(fragmentação de hifas). Para a identificação das espécies deve ser observada a presença 
de micro e macroconídeas, sendo que o aspecto colonial não deve ser utilizado 
isoladamente. Existem três gêneros de dermatófitos que necessitam de identificação: 
 
 
1- Microsporum, sp. - Produzem macroconídeas multiseptadas, de paredes grossas, que 
podem assemelhar-se a fusos ou cilindros e são provenientes de conidióforos. Acometem 
pele e pêlo, tendo como espécies de interesse médico: 
 
1.1- Microsporum audouinii -- Macroconídeas bizarras e de pouca freqüência e raras 
microconídeas. Apresenta clamidósporos terminais ou candelabros fávicos. Suas colônias 
crescem em média de 7 a 14 dias com micélios aéreos e aveludados de cor bronze claro; 
no verso apresentam-se de cor rosa salmão. Não cresce em grão de arroz. Causa tinea do 
couro cabeludo (em criança), é transmissível e os pêlos acometidos têm fluorescência em 
lâmpada de Wood. 
 
1.2- Microsporum gypseum -- Macroconídeas septadas (de 4 a 6 septos), com paredes 
grossas , de formato mais alongado e menos fusiformes do que aquelas do M. canis, e 
com as extremidades arredondadas. Cresce bem em meio com grão de arroz. 
 
1.3- Microsporum canis -- Macroconídeas fusiformes multiseptadas (8 a 15 septos) e de 
paredes grossas , muitas das quais têm uma das extremidades curvada, o que é uma 
característica marcante; apresenta poucas microconídeas junto às hifas. Cresce bem em 
agar de arroz e tem fluorescência verde clara em lâmpada de Wood. É um fungo zoofílico 
que acomete cães e gatos, os quais devem ser tratados para evitar reicidiva. 
 
 
2 - Trichophyton, sp. - Pode haver ou não a produção de macroconídeas que, quando 
existem, estão em pequeno número e são em forma de bastão. As microconídeas, por sua 
vez, estão distribuídas em grande número ao longo das hifas ou formando cachos. As 
espécies mais isoladas em infecções humanas são: 
 
2.1- Trichophyton tonsurans -- Está mais associado à tinea capitis ou dermatofitose do 
ponto negro, na qual os cabelos rompem próximo ao couro cabeludo conferindo ao pêlo o 
aspecto de ponto negro. As suas conídeas são claviformes e largas e as colônias 
pulverulentas. 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. MicrobiologiaII 6 
2.2- Trichophyton mentagrophytes -- Comumente isolado na infecção denominada pé-de-
atleta. Suas colônias são pulverulentas e as aleurias em cacho de uva sobre ramos 
terminais. Diferencia-se do T. rubrum por ser ureia positivo. 
 
2.3- Trichophyton rubrum -- É comumente isolado no pé-de-atleta juntamente com o T. 
mentagrophytes . Apresenta raras macroconídeas e grande número de microconídeas 
baloniformes . 
 
 
3 - Epidermophyton, sp. - Não produz microesporos. A diferenciação do gênero se faz 
com a observação de grandes macroconídeas em forma de clava, com paredes lisas, e 
que se dividem em 2 a 5 células por septos transversais encontradas sobre 1 ou 2 
conidióforos curtos. 
 
 Acomete pele e unha, sendo a espécie mais importante e de interesse médico o 
Epidermophyton floccosum , o qual acomete a queratina sem lesar o cabelo. 
 
 
 
 TINEAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA (DERMATOLOGIA) 
 
1- Pé-de-atleta - Agentes etiológicos: T. rubrum, T. mentagrophytes ou E. floccosum . 
Aspecto clínico: fenômenos de descamação, maceração ou vesiculação disidroforme 
associados à formação de rágades ( fissuras) com prurido e dor. 
 
2- Tinea da mão ou desidrose lamenosa seca - Aspecto clínico: alterações 
descamativas na região palmo-plantar. 
 
3- Tineas das unhas, onicomicoses ou Tinea unguium - Agentes etiológicos: T. rubrum, 
T. mentagrophytes e E. floccosum. Aspecto clínico: inicialmente, leucopatia ( turvação 
branco-amarelada da placa ungueal) localizada que, posteriormente, torna-se difusa; a 
unha fica espessa e porosa. Quando há enegrecimento da placa ungueal é sugestivo de 
simbiose bacteriana. 
 
4- Tinea do corpo ou Tinea corporis - Agentes etológicos: M. canis ou T. 
mentagrophytes. Aspectos clínicos: lesões sob a forma de herpes circinado no tronco, 
pescoço e face; tardiamente as lesões tornam-se exsudativas na periferia e os pêlos caem 
no centro da lesão. A transmissão é devida ao contato com animais domésticos. 
 
5- Tinea inguinal, tinea cruris (virilha) e tinea glutea - Agentes etiológicos: T. rubrum e 
E. floccosum. 
 
6- Tinea barbae - Agentes etiológicos: T. mentagrophytes e T. rubrum. Aspectos 
clínicos: supurações foliculares lembrando uma peneira (sicose parasitária) = inflamação 
dos pêlos da barba com formação de pápulas e crostas. 
 
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Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 7 
7- Tineas do couro cabeludo - Agentes etiológicos: T. tonsurans. M. canis e T. rubrum. 
Aspectos clínicos: tinea nodulosa (Kerion Celsi) = área altamente inflamatória; tineas 
folículo-granulomatosas = nas pernas de mulheres devido ao uso de meia-calça. 
 
8- Tinea favosa do couro cabeludo - Agente etiológico: T. schoenleinii. Aspecto clínico: 
tem coloração amarelo-enxofre e odor semelhante ao de urina de rato; provoca a formação 
de crostas sobre uma região avermelhada e exsudativa que, posteriormente, cicatriza e 
causa alopécia (ausência de cabelos). As unhas também podem ser afetadas. 
 
9- Eritrasma - Agentes etiológicos: Corynebacterium minutissimum = Nocardia 
minutissimum = Microsporum minutissimum. Localiza-se nas axilas, face interna da coxa e 
espaços interdigitais. Acredita-se na associaçãocom um dermatófito. O tratamento é feito 
com eritromicina. 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 8 
AULA 2 
 
 
RECONHECIMENTO DE AGENTES DE MICOSES SUPERFICIAIS POR FUNGOS 
NÃO DERMATÓFITOS 
 
1- Tinea versicolor ou Pitiríase versicolor. 
 
 Agente etiológico: Microsporum furfur = Malassezia furfur. É encontrado no ar 
(poeira); apresenta-se com micélio verdadeiro ou com estruturas leveduriformes. Alguns 
estudos tentam identificá-lo com o Pityrosporum orbiculare. 
 
 Aspecto laboratorial: filamentos flexuosos curtos, fragmentados com cachos ou 
esporos arredondados e com brotos. 
 
Histologicamente: filamentos parasitam a camada córnea. 
 
Quadro clínico: lesões de coloração amarelada ou vermelho - acastanhada, localizadas 
na metade superior do tronco, com contornos circinados irregulares e superfície 
descamante que, quando raspada com espátula ou lâmina de bisturi, destaca-se em forma 
de aparas de madeira. Apresentam despigmentação quando expostas aos raios solares 
(Pitiríase versicolor branca). 
 
 A sudorese intensa aumenta a predisposição a esta micose cutânea (pacientes 
tuberculosos, freqüentadores de saunas que não se enxugam corretamente após o banho) 
que acomete ambos os sexos, sendo mais freqüente na faixa etária de 20 a 30 anos, e 
cuja transmissão é pouco conhecida (acredita-se que seja inter-humana ou através de 
vestes ou poeira. Se não tratada evolui indefinidamente. Apresenta fluorescência em 
lâmpada de Wood. 
 
 A Ptiríase rósea tem evolução limitada e começa por uma placa característica 
com lesões eritematosas (em medalhão) e margens escamosas. Na dermatite seborreica 
as lesões são mais vermelhas e as escamas amareladas. A forma acrômica diferencia-se 
do vitiligo por ter lesões grandes, simétricas, sem escamas e aparecer somente no tórax. 
 
 Tratamento: Consiste na administração de drogas de efeito anti-hidrótico (álcool e 
sálvia) e antimicóticos de amplo espectro como clotrimazol (canasten), Miconazol e 
Econazol, Diazólicos (atualmente, a droga de primeira escolha é a Terbinafina (Lamisil). 
 
 
 
 
 
 
2- Tinea nigra. 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 9 
 Agente etiológico: Cladosporium werneckii = Pullularia werneckii.= 
Phaeoannellomyces werneckii= Exophialla werneckii. É encontrado nas três Américas 
e atinge os dois sexos em todas as faixas etárias. 
 
Quadro clínico: lesões palmo - plantares e, mais raramente, no punho, com manchas de 
coloração castanha ou negra, ligeiramente hiperceratósicas, lisas ou escamosas e com 
contornos geográficos. Não há dor ou prurido. 
 
Aspecto laboratorial: no exame direto das escamas (com KOH) encontram-se hifas 
flexuosas septadas, ramificadas e fragmentadas, de coloração variando entre o castanho-
claro e o verde-escuro, e, às vezes, clamidósporos. As colônias são negras, unidas, 
glabras e às, vezes, com penugem cinzento - esverdeada. O exame pós-cultura mostra 
hifas escuras que contêm células entumecidas com blastósporos no seu interior 
(Pullularia werneckii). 
 
 
3- Tinea Imbricata ou Tokelau 
 
Agente etiológico: Trichophyton concentricum. 
 
Aspecto clínico: acomete a camada córnea e invade o tegumento, sendo as lesões em 
forma de rosetas constituídas por círculos concêntricos de escamas destacadas e 
esbranquiçadas com bordo interno livre. É transmissível. 
 
Aspecto laboratorial: no exame direto aparecem hifas retangulares dispostas em rede, 
com artrósporos e clamidósporos isolados ou em cadeia. A cultura leva de 20 a 30 dias a 
37graus C. e apresenta culturas esponjosas ou cerebriformes brancas e posteriormente 
âmbar. O exame de pós-cultura mostra hifas septadas com filamentos irregulares e 
clamidósporos intercalados ou terminais. 
 
 
4- Piedra preta 
 
Sinonímia: Piedra negra, tinha nodosa (nódulos duros) ou tricomicose dos estudantes. 
 
Etiologia: Piedraia hortae (Brumpt) Fonseca & Area Leão, 1928. 
 
Quadro clínico: forma-se um ou mais nódulos duros nos pêlos do couro cabeludo, não 
havendo grandes alterações no pêlo. Pode acometer também macacos e chimpanzés. 
 
Aspectos laboratoriais: no exame morfológico do pêlo o nódulo é escuro e visível a olho 
nu. Para o micológico direto corta-se o pêlo e coloca-se omesmo sobre lâmina com KOH 
cobrindo-o, em seguida, com lamínula. Observa-se a superfície do nódulo parecendo um 
tecido ou um pseudo-parênquima. Esmagando-se o nódulo previamente podem ser vistos 
os ascósporos em forma de S (sigmóide), com filamento em uma extremidade, são os 
chamados sigmesporos ou escolesporos que se localizam dentro dos ascos. 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 10 
 
 O isolamento em cultura do Piedraia hortae pode ser feito em agar Sabouraud. 
Crescem à temperatura ambiente colônias esverdeadas que vão se tornando escuras, 
acinzentadas, marrons e chegando até a pretas. Essas colônias são planas e com 
pequena elevação central, podendo ser lisas ou enrugadas e levemente aveludadas. As 
hifas são escuras, septadas e com blastósporos quando jovens; mais tarde formam-se 
artrósporos. Não há formação de ascos. 
 
 
5- Piedra branca 
 
Etiologia: Trichosporon beigelii (Rabenhost) Vullemin, 1902. É também conhecido por 
Trichosporon cutaneum, Trichosporon ovoide ou Trichosporon cerebriforme 
(colônia em forma de cérebro). 
 
Quadro clínico: os nódulos da Piedra branca localizam-se mais comumente nos pêlos da 
cabeça, porém, podem ocorrer nos pêlos da barba, bigode e da pubis. Eles são branco-
amarelados, moles, geralmente únicos e localizados na extremidade do pêlo, mas 
podendo aparecer também ao longo do pêlo. 
 
Aspectos laboratoriais: o nódulo da Piedra branca é visível a olho nu. Para o micológico 
direto coloca-se o pêlo em KOH entre lâmina e lamínula e verifica-se, após a digestão, que 
o nódulo é composto de leveduras, as quais podem ser isoladas em Agar Sabouraud com 
ou sem antibióticos. 
 
Microscopicamente o Trichosporon apresenta forma em artrósporo, blastósporos e 
pseudo-hifa. O T. beigelii não fermenta açúcares e a sua identificação deve ser feita com 
o auxonograma de fontes de carbono. 
 
 
 6-Trichomicose palmelina. 
 
Etiologia: é uma infecção mista por Micrococcus, Corynebacterium tenuis e Serratia 
marcescens, sendo a última a provocadora da cromidrose. 
 
Quadro clínico: micose saprofítica que se manifesta pela coloração anormal (amarela e 
mais raramente vermelha ou preta) dos pêlos axilares e pubianos , os quais apresentam 
uma bainha formada por massas aderentes. A cromidrose (pêlos avermelhados) tinge as 
roupas com a mesma cor dos pêlos. 
 
Tratamento: é feito com álcool isopropílico. 
 
7- Micoses superficiais provocadas por Candida, sp. 
 
 A Candida, sp é a mais importante das leveduras pois acomete os tecidos 
profundos, além dos superficiais. 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 11 
 
 Candidíase mucocutânea familiar crônica: se manifesta no decorrer dos 
primeiros anos de vida sob a forma de sapinho na mucosa bucal, ou seja, sob a forma de 
membranas e edemas avermelhados, escuros, que sangram facilmente; o dorso da língua 
fica semelhante a polvilhado de açúcar. Os eritemas perianais e intercrurais têm 
aspecto brilhante e enverrugado, apresentando na periferia uma borda escamosa, solta, 
em forma de franja e com lesões satélites disseminadas. 
 
 As lesões por Candida, sp são pústulas erosivas, eritematosas e, mais 
raramente, granulomatosas, disseminadas por todo o corpo. Dentre essas lesões 
encontram-se quadros de intertrigo sob a forma de boqueira (perleche) e paroníqueas 
(onicomicoses); manifestações genitais sob a forma de vulvovaginites, colpites, 
balanopostitese uretrites; e ainda se discute a urticária córnea devida à infecção da 
mucosa intestinal por leveduras. 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 12 
AULA 3 
 
MICOSES SUBCUTÂNEAS 
 
 
1- Esporotricose 
 
Agente etiológico: Sporotrix schenckii. 
 
Aspecto clínico: lesões que praticamente se limitam à derme e ao tecido adiposo 
subcutâneo, sendo que o foco primário apresenta-se sob a forma de pápula ulcerada ou 
disseminação ascendente linfática(Gomas). É observada em pessoas que tenham tido 
traumatismos leves e permaneçam expostas freqüentemente (jardineiros, lavradores, 
mineiros,etc), por isso a esporotricose é conhecida como doença do jardineiro. A lesão 
primária geralmente aparece na pele dos dedos, mãos e antebraços, desenvolvendo-se, 
em 1 a 2 semanas, na pele já ferida por espinhos de roseiras ou outro elemento cortante 
de origem vegetal. A disseminação ocorre através de vasos linfáticos regionais 
produzindo nódulos subcutâneos que supuram e ulceram. A forma pulmonar da doença é 
rara. A esporotricose é mais comum nos Estados Unidos. O tratamento é feito com 
iodeto de potássio para infecções cutâneo-linfáticas e Anfotericina B endovenosa para 
casos sistêmicos. 
 
Aspectos laboratoriais: o fungo se mutiplica rapidamente em meios de cultura, porém, é 
de difícil identificação histológica, portanto, a inoculação em cobaias é aconselhável. No 
exame direto observam-se células leveduriformes com brotamentos (charutiformes). No 
exame direto observam-se células leveduriformes com brotamentos (charutiformes). No 
cultivo a TA são observadas hifas hialinas e septadas de pequeno diâmetro, 
conidióforos finos e ramificados que partem das hifas formando ângulo reto, e 
conídeos pequenos que organizam-se como pequenas flores (margaridas) nas 
extremidades dos conidióforos. A cultura feita a 37 graus C; as colônias têm cor branco-
creme e consistência macia e cremosa. 
 
Antígenos podem ser extraídos e levados para testes cutâneos em homens e animais. 
Há uma anticorpogênese variada. 
 
 
2- Cromomicose ou Cromoblastomicose. 
 
Etiologia: a cromomicose provem de diversos fungos pertencentes ao grupo das 
leveduras de cor marron ou negra, sendo eles: Fonsecaea pedrosoi = Phialophora 
pedrosoi = Fonsecaea compacta, Phialophora verrucosa, Cladosporium carrionii, 
Wangiella dermatitidis (esporulação por clamidósporos). Os países quentes são os locais 
de preferência destes fungos. 
 
 
Universidade Católica de Goiás. 
Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas 
Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 13 
Aspectos clínicos: a infecção é devida aos ferimentos, razão pela qual as alterações 
patogênicas localizam-se preferencialmente nos membros (tecido cutâneo do pé, perna, 
membros superiores, ombros e costas); as lesões têm aspecto verrucoso (couve-flor), 
pedunculado em placa e os focos papilomatosos podem tornar-se sede de tumores e 
infecções secundárias. Via de regra os órgãos internos não são atingidos. 
 
Sinonímia: dermatite verrucosa cromoparasitária, doença de Pedroso e Lane. 
 
Exame histológico: a lesão verrucosa pode ser facilmente biopsiada, o fragmento cortado 
pode ser fixado em formol a 10% em Borax, induzido e cortado. 
 
Os cortes devem ser corados em HE (não se recomenda a coloração em PAS ou 
Gomori) onde observam-se células arredondadas formando aglomerados de cor 
marron-havana, com reprodução por cissiparidade , que são denominadas corpos 
fumagóides. 
 
Aspectos laboratoriais: no exame direto deve-se raspar a lesão com bisturi ou estilete. O 
material obtido com a raspagem deve ser colocado em KOH, entre lâmina e lamínula, para 
a observação de células arredondadas marrons com divisões binárias. A cultura, feita 
em agar Sabouraud, é de crescimento lento e a colônia é verde, cinza ou marron., que é 
idêntica para todos os agentes demáceos envolvidos neste processo infeccioso. A 
diferenciação vem da observação da predominância dos esporos especiais que estes 
fungos produzemem TA em ágar Sabouraud: Esporulações do tipo: Fíalide, Acroteca 
(Rhinocladiella), Hormodendrum (Cladosporium). 
 
 
3- Micetoma. 
 
Sinonímia: Maduromicose, Eumicetoma ou pé de Madura (nome utilizado devido ao 
fato de ter sido descoberta na Índia).Pertence ao grupo das moléstias fúngicas 
denominadas Micetomas, do qual fazem parte as Nocardioses e Actinomicoses, por 
apresentarem lesões com aumento de volume e eliminação de grãos parasitários. No 
Brasil é encontrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, etc. 
 
Aspectos clínicos: é uma doença de caráter crônico e progressivo, com tumefação e 
formação de canalículos dentro da lesão, o que leva à formação de pústulas exsudativas , 
com líquido claro, aquoso e seroso e presença de grãos grandes e duros. A lesão inicial 
é um pequeno nódulo fixo, com vesícula, que se transforma em abcesso fistuloso; com 
o tempo há formação de novas fístulas. A sua localização típica é nos membros 
inferiores, em especial nos pés, e em seguida nos braços, sendo o local da lesão 
endurecido. A seqüência na pele é: tecido subcutâneo,→ músculos,→ ossos e tendões. 
A doença é freqüente em homens adultos e entre agricultores. 
 
 
Universidade Católica de Goiás. 
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Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 14 
Agentes etiológicos - grupos dos Eumicetos: 1) Pietriellidium (Allescheria) boydii; 2) 
Madurella micetomi; 3) Madurella grisea; 4) Exophiala jeanselmi; 5) Acremonium 
(Cephalosporium) falciforme; 6) Curvularia lunat. 
 
Aspectos laboratoriais - exame do grão parasitário: os grãos são retirados das fístulas 
retendo-os em gaze; quando são escassos, a retirada é feita com auxílio de microcureta 
(alça em anel) escarificando dentro da lesão. Para o exame direto rompe-se o grão com 
estilete e observa-se, em KOH a 10 ou 20% , a presença de hifas, que podem ser 
hialinas ou escuras, septadas e emaranhadas com raros clamidósporos. A 
semeadura do grão pode ser feita diretamente se ele não estiver coberto por uma capa 
dura; se estiver, a capa deve ser desfeita. Quando o material está contaminado com 
bactérias desinfeta-se com solução fisiológica, estreptomicina e penicilina. O cultivo é 
feito, de preferência, em agar Sabouraud com cloranfenicol mais gentamicina (agar 
Mycosel), à temperatura ambiente e em aproximadamente 30 dias. O exame em HE 
mostra hifas escuras mais clamidósporos; em coloração de PAS visualizam--se hifas 
hialinas ( ou impregnação argentia). 
 
Temos grãos parasitários que tem como agentes etiológicos bacterias filamentosas 
como: Actinomadura madurae, Actinomyces pellietieri, Streptomyces somaliensis, 
Nocardia brasiliensis e Nocardia asteroides. Estes grão são chamados de 
actinomicóticos e os de origem fúngica de Maduromicótico. 
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AULA 4 
 
MICOSES PROFUNDAS 
 
 
1- Paracoccidioidomicose 
 
Sinonímia - Blastomicose Sul-americana ou Doença de Lutz 
 
Etiologia - Paracoccidioides brasiliensis ou Blastomyces brasiliensis (dimórfico). 
 
Quadro clínico - tem como localização a mucosa bucal, faringe, cordas vocais, pulmões, 
tecido cutâneo, gânglios linfáticos, SNC, supra-renal, etc. As principais formas clínicas 
são ulcerações, linfangite, adenites, lesões pulmonares, inflamação das supra-renais, 
laringite, meningite, etc. 
 
 As lesões primárias vêm da mucosa nasal com desenvolvimento de úlceras que 
se disseminam pelas mucosas formando lesões eritematosas elevadas semelhantes a 
amoras. A doença pulmonar ocorre em alta porcentagem (indução), é rara para sistema 
linfático, baço, intestinos e fígado e não é contagiosa. Os pulmões podem apresentar 
alterações de fibrose com formação de cavidades. A população de risco é da área rural, 
sendo que acomete mais homens do que mulheres. O fungo é geofílico. 
 
Tratamento - sulfonamida e anfotericina. 
 
Aspectos laboratoriais - os materiais para exame laboratorial são: escarro, pus, raspado 
de lesão, LCR, fragmento de biópsia, etc. A coleta desses materiais é feita por eliminação 
do escarro, biópsia, raspagem ou curetagem das ulcerações. Cada material exige um 
preparo e método de conservação descritos a seguir: 
 
1) Escarro - digestão enzimática ou auto-digestão, ou digestão com KOH; 
2) Material para corte histológico - fixação em formol a 5% ou Bouin ==> granulomas 
com caseificação central = células gigantes; 
3) Fragmentos de tecidos - maceração; 
4) Conservação de pus na geladeira. 
 
 Para a realização do exame direto pode-se fazer um exame à fresco do escarro, 
pus e raspado de lesão, e exame de tecido macerado ou digerido utilizando as colorações 
de Grocott, Gomori (impregnação pela prata), PAS Hatckiss, Mc Manus ou Gridley. A 
morfologia encontrada é a de células arredondadas de paredes grossas e refringentes 
e com brotamentos únicos ou múltiplos. O isolamento do agente é feito com cultivo 
em agar Sabouraud (20 a 25 graus C); se o material estiver com contaminação deve-se 
cultivá-lo em agar Mycosel, mas o crescimento será lento (40 dias) e com ferrugem na 
superfície. 
 Podem ser feitos exames imunológicos do tipo reação intradérmica (para fins 
epidemiológicos ou de diagnósticos), RFC (para acompanhamento terapêutico e 
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prognóstico várias técnicas empregam o Agar polissacáride), reação de precipitação, 
reação de imunofluorescência (empregada em diagnóstico e prognóstico). 
 
 
2- Histoplasmose 
 
Sinonímia - Doença de Darling , Histoplasmose capsulata, Reticuloendoteliose 
histoplasmática (cresce dentro dos macrófagos e histiócitos). 
 
Etiologia - Histoplasma capsulatum ou Cryptococcus capsulatum. 
 
Quadro clínico - de localização no fígado, baço, medula, pulmão, mucosa, tecidos 
cutâneos, etc. Apresenta como formas clínicas a Histoplasmose primária aguda, 
Histoplasmose Mucocutânea localizada, Histoplasmose pulmonar e Histoplasmose 
disseminada. Atinge mais os pulmões, manifestando-se sob a forma de uma Síndrome do 
tipo gripal (2 a 3 semanas). Podem apresentar lesões cutâneas do tipo molusco 
contagioso em pacientes com AIDS . No momento é a micose mais freqüente nestes 
pacientes. 
 
 A forma crônica tem lesões cavitárias ou granulomas localizados que evoluem e 
calcificam. Os Histoplasmas podem ser removidos cirurgicamente e são encontrados 
primeiramente nos macrófagos. A forma crônica provoca, ainda, hepatoesplenomegalia 
e lifadenopatia difusa. A contaminação ocorre por inalação de poeira carregada com 
excrementos de galinhas, perus, pombos ou morcegos. É conhecida como febre das 
cavernas. 
 
Aspectos laboratoriais - podem ser utilizados como material para exames escarro, 
aspirado medular, material bióptico, raspado de úlcera cutânea, etc. O escarro deve 
ser colhido de manhã após lavagem da boca e o aspirado de medula, por punção medular. 
O micológico direto é feito com esfregaço de escarro(pode negativar em até 60%), 
medula ou fragmento de biópsia, corado pelo Giemsa, aonde pode-se observar 
células circulares pequenas, com paredes grossas e citoplasma retraído, formando 
aglomerados intracelulares. No exame microscópico de corte histológico corado por 
HE, Gomori modificado, Grocott ou PAS, observam-se formas intracelulares com 
citoplasma circular, aglomerados e células com citoplasma retraído parecendo cápsula. O 
isolamento do agente é feito em agar Sabouraud ou Mycosel; o fungo cresce à 
temperatura ambiente, na forma de bolor (filamentosa) em torno de 10 dias.No pós-cultura são observadas conídeas grandes, circulares, com expansões 
nos bordos (esporos mamilonados ou espiculados) dando-lhes o aspecto de coroa 
(engrenagem de relógio), e também microconídeas. Pode ser feita a inoculação de 
material triturado em camundongo, por via peritoneal, examinando posteriormente o baço e 
fígado; esse procedimento é importante para o isolamento de H. capsulatum a partir do 
solo. 
 As reações imunológicas disponíveis são: testes intradérmicos (que têm como 
antígeno a Histoplasmina), cuja leitura é feita em 48 horas e tem importância como prova 
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epidemiológica; RFC tendo como função o acompanhamento terapêutico e utilizando de 
rotina dois antígenos (suspensão leveduriforme e histoplasmina); imunodifusão, com a 
formação de duas linhas de precipitação -- a linha h indicando lesão ativa e a linha m 
indicando infecção ou intradermorreação recente; aglutinação e imunofluorescência. 
 
Tratamento - Anfotericina-B. 
 
 
3- Coccidioidomicose. 
 
Sinonímia - Doença de Posadas e Wernicke, granuloma coccidiodiano de Valey Fever, 
Desert Rheumatism, Febre de San Joachim (fases evolutivas). 
 
Agente etiológico - Coccidioides immitis. É um fungo geofílico que penetra no 
organismo por inalação de poeira, vai aos pulmões aonde provoca formação de 
abscessos, e de onde dissemina por via hematogênica. Tem como população de risco 
agricultores; é mais comum nos EUA, México, Argentina, Havaí e Itália. 
 
 
Quadro clínico - A lesão primária acontece na árvore respiratória, o período de 
incubação é de 10 a 15 dias e as manifestações iniciais são tosse, dor na respiração, 
febre moderada, anorexia e sudorese noturna. As lesões cutâneas aparecem em 
aproximadamente 3 semanas sob a forma de eritema nodoso ou polimorfo. 
Acomete também o SNC. 
 
Aspecto laboratorial - o material para exame pode ser pus, escarro, líquido pleural ou 
líquido de aspiração gástrica, que, ao microscópio, mostrará quistos esféricos de 
paredes grossas com esporos encapsulados. A cultura cresce de 5 a 6 dias com 
colônias redondas com ferrugem branco-cinzenta; em azul de lactofenol mostra hifas em 
raquete (artrósporos). A inoculação pode ser feita em cobaia, camundongo ou coelho; 
inoculação no testículo leva à orquite em 36 horas e inoculação intraperitoneal, a lesões 
generalizadas. 
 
 Para exame histológico faz-se biópsia cutânea de abcessos e lesões com 
grande número de esférulas típicas contendo esporos. Os esporos também estão nos 
macrófagos e nas células gigantes. 
 
Tratamento - Anfotericina-B. 
 
 
 
4- Criptococose 
 
Sinonímia - Blastomicose européia, Doença de Buschke, Torulosis, Meningite fúngica . 
 
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Etiologia - Cryptococcus neoformans ou Saccharomyces neoformans, Torula 
neoformans, Torula histolytica ou Cryptococcus histoliticus. 
 
Quadro clínico - localiza-se nas meninges, pulmões, pele (pápulas) e ossos, tendo 
como formas clínicas a Criptococose do SNC (meningite Criptocóccica), Criptococose 
pulmonar e Criptococose óssea. 
 
Quadro laboratorial - o micológico direto pode ser feito no LCR, escarro, raspado de 
úlcera cutânea e fragmento de tecido. O escarro deve ser coletado de manhã após 
lavagem da boca e o fragmento de tecido por biópsia. Cada material tem um modo 
particular para ser examinado: 
a) LCR - centrifugar, desprezar a parte superior com pipeta conta-gotas, colocar 1 ou 2 
gotas de sedimento, misturar com tinta da China, examinar ao microscópio procurando 
leveduras isoladas ou com brotamento com cápsula formando halo claro ao redor; 
b) Escarro - retirar o material mucóide ou purulento, colocar sobre lâmina, misturar com 
tinta nanquim e procurar ao microscópio por formas capsuladas, ou deixar o escarro auto-
digerir a 37 graus C durante 24 horas, ou digerir em KOH ou tripsina, centrifugar e 
examinar o sedimento em tinta nanquim; 
c) Corte histológico - fixar o fragmento de tecido obtido por biópsia em formol a 10% ou 
Bouin, cortar com micrótomo e corar pelo PAS ou coloração pela prata; 
d) Raspado de lesão - raspar a lesão com cureta, bisturi ou alça microbiológica, colocar o 
raspado sobre uma lâmina e misturar com tinta nanquim, procurar ao microscópio por 
leveduras com cápsulas descoradas. 
 
 A cultura é feita em agar Sabouraud ou Mycosel (sem cicloheximida) e a 
identificação, pela presença de cápsulas. O crescimento é a 37 graus C com produção de 
urease e assimilação de nitrato. Existem conjuntos comerciais para a identificação de 
leveduras: Mycotube (Roche), Minitek sistem (BBL). 
 
Outros Cryptococcus não patogênicos: C. albidus, C. gastricus, C. inigatilatus. 
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AULA 5 
 
 MICOSES OPORTUNISTAS 
 
 
CANDIDÍASE: 
 
 É chamada de oportunista porque aproveita de estados de debilitação dos 
pacientes podendo provocar uma doença sistêmica. A Candida albicans é a levedura 
isolada com mais freqüência em amostras clínicas; a produção de pseudohifas e 
blastósporos é encontrada em tecidos e exsudatos. Pode provocar infecções de pele, 
unha, boca, genitália feminina, pulmões e pode infectar pacientes leucêmicos, 
diabéticos, tuberculosos e viciados. Na época atual o uso de antibióticos de largo 
espectro (tetraciclina), corticóides, imunodepressores, medicamentos contra Trichomonas 
e anticoncepcionais orais, explica a relativa freqüência de infecção assintomática (no TGI, 
cavidade bucal, genitália, condutos auditivos) no homem; o tratamento com 
imunossupressores também favorece o aparecimento de candidíase. Sabemos atualmente 
que tanto a deficiência imunológica humoral, como a celular, favorece à instalação da 
candidíase. 
 Antigamente, a freqüência das infecções por Candida ,sp nos pacientes com 
Diabetes mellitus era atribuída à elevada taxa de glicose. A agenesia do timo e o 
hipoparatireoidismo (Síndrome de Di-George) parecem possuir importância especial na 
patogenia, sobretudo na forma granulomatosa da candidíase (o exame histológica mostra 
que não são granulomas verdadeiros). Outros fatores capazes de favorecer à instalação da 
candidíase são os baixos níveis de ferro sérico e o hipoadrenalismo. 
 
 A transmissão das leveduras pode ocorrer não somente por utensílios úmidos 
(luvas de lavar), mas também o próprio ambiente pode assumir esta função. 
 
Onicomicoses por Candida: 
 
 Causadas por Candida albicans, Candida tropicalis, Candida parapsilosis e, 
mais raramente por Candida pseudotropicalis. Começam com uma paroníquia 
(infiltração da prega ungueal com tumefação), a pele fica fina, vermelha, brilhante e 
com ligeira descamação; quando o edema é pressionado podem sair gotinhas de pus, no 
qual é possível encontrar as leveduras (exsudato). 
 
 As alterações secundárias da unha podem provocar depressões cupuliformes; a 
lâmina ungueal amolece e pode vir a cair. Quando a pele infectada entra em contato com 
a água provoca dor intensa. Acomete os dedos dos pés e das mãos. É de evolução 
crônica e o tratamento, que é feito com Imidasol, Cetoconazol,Terbinafina e pode durar 
anos. 
 
 
 
Pele -- Intertrigo por leveduras: 
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 Causado por Candida albicans. Acomete os dois sexos, tendo como fatores que 
favorecem o pH alcalino da prega, umidade, falta de higiene e Diabetes. Localiza-se nas 
pregas inguinocrurais, submamárias, axilares, inter e subglúteas e abdominais, 
interdigitais (pododáctilos e quirodáctilos). 
 
 As lesões são em forma de erupção eritemato--vesiculosa que, posteriormente, 
torna-se uma placa vermelho - escura, exsudativa, com bordos arredondados limitados 
com debrum esbranquiçado e escamativo. As fissuras (rágades) podem aparecer na 
parte interna das pregas, sendo exsudativas e recobertas por uma massa esbranquiçada. 
 
 Os sintomas são dor, queimadura e prurido, podendo haver odor fétido quando a 
pele fica macerada e fermentada (região genital). Pode haver, ainda, infecção secundária 
de origem bacteriana, o que prolonga a infecção e pode dar reicidiva. 
 
Quadro laboratorial: em KOH as escamas mostram elementos leveduriformes 
redondos ou ovalados, unicelulares ou somente os microesporos. Em HE 
(dermopiodermite) tem-se células leveduriformes e pseudohifas na camada 
córnea.Os intertrigos por Candida devem ser diferenciados do intertrigo por bactérias 
(mais exsudativo), de um eczema de Hebra (menos exsudativo), de uma lesão psoriática 
(mais seca e difusa) e de dermatite seborreica (típica do couro cabeludo). 
 
 
Sapinho: 
 
 Está localizado na mucosa bucal, língua, bochecha, palato, faringe e, 
excepcionalmente, nas conjuntivas. A lesão é eritematosa, seca, lisa envernizada e 
escamativa; na língua há perda das papilas com surgimento de manchas irregulares 
esbranquiçadas e granulares semelhantes à leite coalhado, a mucosa torna-se 
eritematosa, sangrante e erosiva, podendo cronificar e disseminar. Os sintomas são sede, 
gosto metálico na boca, secura, mastigação e sucção prejudicadas. O exame direto é feito 
na camada esbranquiçada aonde serão encontradas estruturas leveduriformes. 
 
 
Boqueira, perleche ou angulos infectiosus: 
 
 Infecção das comissuras labiais com lesões em forma de manchas 
esbranquiçadas, eritematosas, descamativas e com crostas, podendo aparecer 
também edema labial. As lesões são dolorosas e podem ser ligeiramente hemorrágicas.
 
 
 
Queilite 
 
 Eritema e edema dos lábios com dor em queimadura e rágades dolorosas. 
Geralmente acompanha o sapinho. 
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Vulvo-vaginites: 
 
 A candidíase na região genital aparece como infecção após tratamento com 
antibióticos, corticóides, anti-Trichomonas, etc. A infecção em adultos dá-se por 
relação sexual ou em; em crianças, pela passagem pelo canal de parto. São mais 
acometidas mulheres na faixa etária de 20 a 45 anos, gestantes, diabéticas e aquelas que 
fazem uso de anticoncepcionais. 
 
 A lesão é em forma de eritema difuso nos grandes lábios (mucosa fina) com 
formação de vesiculas e pústulas que quando sofrem ruptura provocam erosões, sulcos 
inter-labiais com fissuras e leucorréia cremosa, tornando a área edemaciada e dolorosa. 
As seqüelas são uretrites, cistites, intertrigo inguino-crural e inter-glúteos. 
 
 Os agentes são : Candida albicans, C. krusei, C. stellatoidea e C. tropicalis. 
 
 
Candidíase nos genitais masculinos: 
1- Uretrites = Acomete homens com mais de 20 anos e são transmitidas por relações 
sexuais e em banheiros. Os sintomas aparecem sob a forma de prurido e formigamento no 
meato que se torna avermelhado e com uma gota de aspecto mucoso e esbranquiçado. 
Distinguir-se da uretrite por Neisseria gonorrhoeae por ter corrimento mais purulento. 
 
2- Balanites e balanopostites = A comete qualquer idade do sexo masculino e a 
transmissão se dá por foco pré - existente (uretral ou digestivo) ou relações sexuais. Os 
sintomas são prurido e formigamento. A lesão é em placa eritematosa, vesiculosa e 
com escamas na glande ou sulco balano-prepucial. 
 
 
Considerações laboratoriais: 
 
 A demonstração da presença de colônias aracniformes em EMB ou a produção de 
clamidósporos em agar-fubá são métodos aceitáveis para a identificação de Candida 
albicans. Entretanto, a maioria dos laboratórios prefere a prova do tubo germinativo que 
fornece resultados mais rápidos, exceto para C. stellatoidea (variante da C. albicans) e 
cepas de C. tropicalis. 
 
 
 
 
 
Tubo germinativo: 
 
 Extensão filamentosa da cultura de levedura que tenha, aproximadamente, a 
metade da largura e 3 a 4 vezes o comprimento da célula. O tubo germinativo de 
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Candida albicans não apresenta constricção no ponto de origem, em contraste com 
a C. tropicalis . 
 
Técnica: colônia de levedura (suspeita) + soro humano = suspensão. Incubar a 37 graus C 
por 3 horas. Suspensão entre lâmina e lamínula (azul de lactofenol) = tubo germinativo. 
 
 É uma prova presuntiva para C. albicans, porém há necessidade de provas 
complementares, hoje com a grande resistência aos antimicóticos está tendo 
necessidade de se ter ensaios mais acurados para a confirmação das espécies deste 
gênero. Tem sido relatado, que os sistemas Automatizados como o MICROSCAN tem tido 
isolamentos mais fidedignos que os sistemas comerciais baseados nas provas 
bioquímicas e de fermentação de açúcares. Pode-se ainda inocular a colônia em agar-
fubá e uréia (acrescer Tewn 80 = polissorbato) no agar-fubá para diminuir a tensão 
superficial e permitir a ótima formação de blastósporos. O TSAQ para fungos ainda não é 
um teste padronizado,porém está tendo uma necessidade do seu uso , devido a 
resistência as drogas pelo gênero Candida,sp . 
 
 
Espécies de Candida: 
 
1- C. albicans - glicose positiva, maltose positiva, sacarose positiva, lactose 
negativa, trealose positiva, urease positiva, tubo germinativo positivo. Cresce a 37 
graus C, formam psedohifas e tem cápsula em tinta nanquim. As colônias têm cor creme, 
são úmidas, arredondadas, cremosas e em forma de lente biconvexa. Em azul de 
lactofenol apresenta blastósporos arredondados ou ovais e, às vezes, pseudohifas. 
 
2- C. tropicalis -- as colônias são branco sujo ou amareladas, arredondadas, cremosas, 
amarrotadas e pregueadas. Em azul de lactofenol apresenta pseudohifas bem 
desenvolvidas, leveduras em manga ou pequenas cadeias, células arredondadas ou 
alongadas. 
 
3- C. pseudotropicalis - colônias de cor creme, úmidas, arredondadas e com bordos 
irregulares. Em azul de lactofenol apresenta numerosos blastósporos alongados ou 
ovalados e não há pseudomicélio. 
 
4- C. parapsilosis -- colônias branco-creme, arredondadas e úmidas. Em azul de 
lactofenol apresenta pseudomicelio bem desenvolvido com poucos blastósporos 
arredondados ou ovais. 
 
 
 
5- C. krusei -- colônias branco-creme, cremosas, pregueadas e com contornos irregulares. 
Em azul de lactofenol apresenta leveduras alongadas com células arredondadas e 
pequeno número de brotos. 
 
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6- Outras sps de Candida: C. glabrata , C. guilliermondii, C. stellatóidea , C. lusitaniae, 
C.kefyr, etc. 
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Aula 6 
 
MICOSES OPORTUNISTAS 
 
 
ASPERGILOSE: 
 
 Existem mais de 700 espécies de Aspergillus, porém, apenas três são de 
interesse clínico: Aspergillus flavus; Aspergillus niger e Aspergillusfumigatus, sendo 
que o A. fumigatus é, provavelmente, a espécie que mais causa aspergilose pulmonar ou 
disseminada no homem e, em especial, nos homens debilitados. O Aspergillus 
fumigatus e o Aspergillus flavus estão comumente associados a doenças pulmonares 
alérgicas, enquanto que o Aspergillus niger pode estar associado a infecções do tipo 
bola de fungo nos seios nasais e pulmões, sendo, também, o agente mais isolado em 
casos de otite externa (ouvido de nadador). As outras espécies não causam infecções 
no homem. 
 
 O exame direto é sempre negativo; para consagrar uma espécie de 
Aspergillus,sp como agente etiológico de uma infecção clínica, esse fungo deve ser 
isolado três vezes em repetidas culturas da amostra clínica ou sua morfologia deve ser 
encontrada em cortes histológicos das lesões. 
 
Características: 
 
 São fungos geofílicos encontrados na poeira e alimentos, em particular no queijo; 
são inalados na poeira e podem ser encontrados como saprófitas na cavidade nasal. No 
caso de haverem leucemias, tuberculoses cavitárias ou quaisquer outras doenças 
debilitantes, o Aspergillus,sp deixa de ser saprófita para ser patogênico. As populações 
de risco são aquelas que lidam com cereais ou lugares poeirentos. 
 
Manifestações clínicas: 
 
 Pode apresentar hemoptise, lesões traumáticas, sinusites maxilares, cutâneas 
e cerebrais; a imagem ao raio-x é uma imagem em forma de guizo opaco aonde 
mostra o aspergiloma. O prognóstico é geralmente bom , porém, a sua evolução 
depende da doença que precedeu a Aspergilose. O quadro clínico pulmonar não é fácil de 
diferenciar das tuberculoses, abcessos pulmonares ou carcinoma. 
 
Diagnóstico laboratorial: 
 
 O isolamento do fungo do escarro não é fidedigno por ser o Aspergillus ,sp 
saprófita das vias aéreas superiores; porém, o aspirado brônquico já é seguro. As 
colônias, em 48 a 72 hs, podem ser aveludadas ou como flocos, inicialmente brancas e 
tornando-se, posteriormente, cinza-esverdeadas; quando maduras apresentam tons 
pastéis. Em azul de lactofenol mostra conidióforo longo, com prolongamentos em 
forma de clavas e a parte superior disposta em fila única (aspecto de chuveiro= A. 
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fumigatus). Em HE mostra um infiltrado com células gigantes, plasmócitos e 
polimorfonuceares dentro de macrófagos ou em forma de micélios com conídeos. 
 
Características difernciais das três espécies de Aspergillus: 
 
 A. fumigatus: a colônia é verde, azul-esverdeada ou verde-amarronzada, 
pulverulenta e com margem branca. Microscopicamente apresenta conidióforos longos 
com vesículas em clava, esporos na metade superior e hifas hialinas. 
 
 A. niger: a colônia tem aspecto de sal com pimenta e tem o verso cor de canela 
clara. Ao microscópio apresenta hifas hialinas e septadas, conióforos longos com a 
vesícula variável e os esporos negros e esféricos. 
 
 A. flavus: colônia de cor amarela ou amarelo-castanho. Em azul de lactofenol 
hifas hialinas e vesículas esféricas com esporos esféricos por toda a vesícula. 
 
 
 
ZIGOMICOSE 
 
Sinonímia: Mucormicose ou Ficomicose. 
 
Agentes etiológicos: Mucor,sp, Rhizopus,sp, Rhizomucor,sp , Absídia, Cunningamella , 
Syncephalastrum, Saksenaea, Mortierella (Ordem dos Mucorales). 
 
Agentes etiológicos de Zicomicoses subcutâneas: Basidiobolus ranarum e Conidiobolus 
coronatus (subcutânea e mucosas - nasal )=> Ordem dos Entomophthorales 
 
Características: são fungos considerados oportunistas por aproveitarem de estados de 
debilitação dos pacientes. Podem estar presentes, causando trombose, em doenças 
como o diabetes, em queimaduras extensas, leucemias e linfomas. As tromboses 
causadas podem ser sinusóides, paranasais, pulmonares ou do trato gastro-
intestinal, e têm como consequência uma necrose isquêmica. 
 
Diagnóstico laboratorial: os fungos podem ser visualizados, em cortes histológicos dos 
vasos das localidades citadas acima, através da coloração de HE. Encontram-se células 
gigantes e polimorfonucleares. e ainda hifa larga cenocítica e tortuosa.,simulando galhos 
de arvore . 
 
Tratamento: Anfotericina B e cirurgia. 
 
 
 
 
RINOSPORIDIOSE 
 
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Agente etiológico: Rhinosporidium seeberi . É um parasita de peixes de águas paradas 
que, acidentalmente, parasita o homem. A infecção acomete jovens e crianças e é mais 
comum na Índia. 
 
Manifestações clínicas: lesões localizadas na mucosa do vestíbulo nasal ou, às vezes, 
na conjuntiva. Inicialmente é uma lesão papulosa que progride e forma pólipos 
volumosos, vermelhos, sésseis ou pedunculares e de caráter invasivo, apresentando-
se clinicamente sob a forma de granuloma centro facial. A evolução é crônica e a cura 
espontânea. 
 
Diagnóstico laboratorial: em KOH, o exame de secreções ou esfregaços de tecidos 
tumorais mostra grandes esporângios vazios ou cheios de um material sem 
endosporos. O fungo é maoir do que o Coccidioides immites e é de difícil cultivo, mas 
podem ser feitas provas sorológicas. 
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Aula 7 
 
 
 BACTERIOLOGIA DA ÀGUA = PURIFICAÇÃO DA ÁGUA 
 
 
Água não potável = água com dejetos domésticos e/ou industriais. 
Água potável = água sem dejetos domésticos e/ou industriais. 
 
 As águas de origem profunda (poços e fontes) são aquelas que devem abastecer 
residências e áreas rurais; as águas de cisternas (provenientes de chuvas) e as águas de 
superfície não devem ser ingeridas sem prévia purificação devido ao perigo de 
transmissão de agentes infecciosos para a espécie humana. 
 
 A qualidade sanitária da água é determinada por seu aspecto físico, isto é, se está 
perfeitamente clara e livre de odores e de sabores (incolor, inodora e insípida). Mas a água 
pode apresentar todas essas características e estar contaminada, o que nos leva a afirmar 
que a qualidade sanitária da água se apóia em outros processos especiais. Um desses 
processos é a vigilância sanitária, ou seja, a inspeção no abastecedor de água, feita por 
um sanitarista (engenheiro especializado no sistema). Para a análise dessas águas 
existem testes químicos e bacteriológicos e somente com a liberação dos resultados 
desses testes é que podemos considerar a água potável ou não. 
 
Bacteriologia da água: 
 
 Quando as amostras de água são encaminhadas para análise de 
microorganismos deve-se ter o cuidado de transportar a amostra rapidamente para não 
haver morte desses organismos porque, quando os agentes patogênicos estão em 
número reduzido, podem escapar ao diagnóstico. O período médio para a detecção dos 
organismos e liberação dos resultados é de 24 horas. 
 
 Os microrganismos patogênicos têm acesso às águas através de excreções 
intestinais do homem e de animais. A E. coli, S. faecalis e C. perfringes são 
componentes da flora autóctone do intestino grosso do homem e de animais, portanto, 
a presença de um destes microorganismos vem afirmar que há uma poluição fecal. 
Pode-se observar ainda que estes microorganismos fecais vivem por mais tempo na água 
do que as espécies enteropatogênicas e que a presença de enterobactérias 
(coliformes) na água é um sinal de alarme. 
 
Grupo dos coliformes: estão incluídos neste grupo os bacilos aeróbios e anaeróbios 
facultativos não esporulados, Gram negativos, CO2 positivo, ácido positivo, fermentadores 
de lactose. As bactérias clássicas são a E. coli e o Aerobacter,sp (Enterobacter,sp); 
porém faremos referência às Salmonellas,Shiguellas, Proteus, Vibrios, Brucellas, 
Alcalígenes fecalis e Pseudomonas. 
 
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a) Escherichia coli: é considerada habitante normal do TGI e é em especial a espécie 
chamada de oportunista. Apresenta prova de indol positiva, produz ácido a partir de 
glicose, provoca alteração de cor pelo indicador de pH, não forma acetil-metil-carbinol em 
meios com glicose e peptonas (Vogues-Proskawer), na reação de citrato não utiliza o 
citrato de sódio como única fonte de carbono e, portanto, cresce nessas condições, é 
Vermelho de Metila positivo, móvel, TAF positivo (acidula o meio por completo) e é CO2 e 
lactose positivos. A E. coli pode causar doenças no sangue, TGU e feridas. Pode ser 
separada sorologicamente em 160 grupos antigênicos somáticos O, 80 sorotipos baseados 
no antígeno K (bainha ou capsular) e em 56 sorotipos baseados no antígeno H (flagelar). 
 
 Certos sorotipos de E. coli são conhecidos por invadirem a mucosa intestinal 
produzindo uma síndrome semelhante à causada pela Shiguella,sp. Os sorotipos são 
produtores de enterotoxinas termolábeis e termoestáveis, semelhante à do Vibrio 
cholerae, que resultam em casos esporádicos de diarréia humana; a produção de 
enterotoxinas é controlada por um plasmídio que pode ser transferido para qualquer cepa 
de E. coli, podendo esta tornar-se enterotóxica. Os sorotipos produtores de enterotoxinas 
são: O 6, O 8, O 25, O 27, O 78, O 148 e O 159. A sorotipagem, feita antigamente em 
muitos laboratórios com pools de antisoros A, B e C, é considerada enganosa; o Center 
Diseases Control determinou que somente em cepas provenientes de crianças de 
berçários (diarréias infantis) deve ser usada a sorotipagem de Farmer Etall que é 
detalhada. 
 
 Algumas espécies de Escherichia,sp produzem uma toxina denominada colicina 
e algumas são hemolíticas em ágar-sangue. Atualmente o conceito dos antígenos K foi 
redefinido, incluindo a diferenciação de acordo com a natureza química, portanto, tem-se 
duas variedades de ag K: a variedade L, cuja ligação ag-ac é inativada pelo aquecimento à 
100 graus C; e a variedade B, cuja ligação não é quebrada. 
 
1) E. coli enteropatogênica (EPEC) - em laboratório clínico, pesquisamos a sua presença 
em crianças de 0 a 2 anos independente de pedido de exame; os adultos só são afetados 
quando muito debilitados. O paciente com infecção pode apresentar tenesmo (calafrios e 
abdomem endurecido) e, no ID, a infecção pode formar abcessos localizados. As fezes 
apresentam-se líquidas e mucopiosanguinolentas e devem ser semeadas primeiro em 
meio não inibidor (agar sangue ou agar simples, dando preferência ao agar sangue), já que 
os meios seletivos podem impedir o crescimento de algumas desta cepas. 
 
2) E. coli enterotoxinogênica (ETEC) - raramente invade a mucosa do ID e/ou IG, porém 
produz uma exotoxina que atua na mucosa do intestino provocando grande eliminação de 
água. As diarréias são copiosas e não contém sinais de piócitos, nem hemácias e têm 
como conseqüência uma desidratação sem febre. Algumas estirpes de E. coli, produtoras 
de exotoxinas, contém fimbrias (fatores de colonização e adesão à mucosa). As técnicas 
de ELISA (imunoabsorção ligada a enzimas) são positivas para os antígenos termolábeis e 
negativas para os antígenos termoestáveis. A E. coli é a principal causa de infecção no 
trato urinário e se propaga por via hematogênica. 
 
3) EIEC (enteroinvasiva)= invade células epiteliais (febre + colite + diarréia e PMN nas 
fezes + tenesmos). 
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4) EHEC (enterohemorrágica)= elaboração de citoxinas = diarréia com S.G. e sem febre 
+ dor dor abdominal. 
 
5) EaggEC (enteroagregativa)= pode durar até 14 dias o processo diarréico é aquoso e 
promove desidratação grave .Este patógeno adere as células epiteliais. 
 
b) Shigella,sp: esse gênero é constituído por quatro sorotipos subagrupados como: A (S. 
dysenteriae); B (S. flexneri); C (S. boydii) e D (S. sonnei). A sorotipagem com antisoros 
polivalentes ou grupo-específicos é o método mais adequado para a identificação de um 
microorganismo isolado que tenha as características morfológicas e bioquímicas parecidas 
com a Shigella,sp. Existem biotipos de E. coli pertencentes ao grupo do Alkalifascens - 
Dipar, imóveis e não produtores de gás, que podem se assemelhar às Shigellas (que são 
imóveis e não produzem gás a partir da glicose, com exceção dos sorotipos 
Newcastle e Manchester de S. flexneri que diferem dos biogrupos 1-5 por serem indol 
e arginina negativos e CO2 positivo), portanto, não se deve dispensar a sorotipagem (A-
D). As Shigellas permanecem restritas ao TGI e a septicemia é rara. 
 
 As Shigellas causam no homem uma doença debilitante, a disenteria bacilar, cujo 
quadro clínico foi descrito entre os militares no século IV A.C.; são menos invasivas do que 
as Salmonellas; possuem antígeno O específico e algumas estirpes têm antígeno K 
termolábil, cuja remoção facilita a aglutinação com soros anti-O (estas não apresentam 
antígeno H). A identificação fica confusa com outros gêneros como a Hafnia alvei, 
Providencia, Aeromonas e E. coli, sendo que as Shiguellas exigem um número maior de 
provas bioquímicas devido à sua quase total negatividade nesses testes. 
 
 Todas as espécies de Shigella produzem enterotoxinas e uma delas, a S. 
dysenteriae, produz uma exotoxina conhecida como neurotoxina de Shiga que é potente 
responsável pela patogenia da espécie. As Shigellas causam desde infecções inaparentes 
à pequenas infecções com algum desconforto e pouca diarréia, sendo que o início das 
infecções é súbito com tenesmo, diarréia e febre, após um período de incubação de 1 a 4 
dias. Todas as espécies são patogênicas para o homem causando lesões no epitélio e 
mucosas, inflamação aguda, restos celulares, sendo a S. flexneri a responsável pelas 
lesões. As lesões superficiais de mucosas do TGI são devidas à ineficiência de Ig C. Os 
anticorpos da classe Ig A têm efeito de proteção. 
 
 As fezes devem ser colhidas na fase aguda, antes do início do tratamento, e 
devem ser colocadas em meio de enriquecimento (caldo selenito) para depois serem 
semeadas no MacConkey e no agar SS. O seu crescimento é ruim, mesmo em casos de 
disenteria aguda. As Shigellas são anaeróbias facultativas, porém crescem bem em 
aerobiose; apresentam variações coloniais (lisa - S e rugosa - R não invasiva). Há um 
aspecto a ressaltar sobre a formação de uma pseudomembrana nas áreas ulceradas do 
TGI: esta pseudomembrana é composta por fibrina, restos celulares, bactérias e mucosa 
necrosada e, posteriormente, é substituída por um tecido de granulação e 
conseqüentemente por cicatrização. O paciente que foi acometido por infecção causada 
por Shigellas está sujeito à reinfecção. 
 
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 O tratamento é feito com Cloranfenicol, Quinolonas que são antibióticos 
bacteriostáticos. A administraçào de Lactobacillus acidophilus (250 - 500 mL) produz uma 
acidulação do meio intestinal tornando-o impróprio para o crescimento do microorganismo 
patogênico ou Leites fermentados. As vacina não têm efeito terapêutico. 
 
c) Salmonella,sp: suas espécies são mais complexas apresentando mais de 2.200 
sorotipos diferentes descritos por Kawffman - White, sendo agrupadas (A, B ... etc.) de 
acordo com o antígeno H (flagelar). A contaminação ocorre, normalmente, pela ingestão 
de água, leite ou alimentos infectados por fezes humanas ou de animais. Os tipos clínicos 
das infecções podem ser:1) Gastroenterites - varia desde uma diarréia leve a fulminante, febre baixa, náuseas e 
vômitos; 
2) Septicemia ou bacteremia - febre alta com hemocultura positiva (S. cholerae-suis é a 
espécie invasiva); 
3) Febre entérica - febre amena e diarréia causada por qualquer tipo de Salmonella. Existe 
uma exceção para a febre tifóide (S. typhi) que apresenta febre e constipação, nesses 
casos, quando a hemocultura é positiva e em 7 a 10 dias ocorre diarréia sanguinolenta, as 
culturas de fezes e urina são positivas. Há casos de S. typhi nos quais o indivíduo continua 
eliminando o microorganismo um ano após o desaparecimento da clínica. 
 
 As Salmonellas não fermentam a lactose e produzem H2S no TAF, são citrato 
positivo e ureia negativa, são móveis, não crescem em KCN e são lisina negativas. Suas 
principais espécies são: S. typhi, S. cholerae-suis e S. enteritidis. Os mais de 2.200 
sorotipos pertencem à S. enteritidis. As espécies podem ser subdivididas em 6 subgrupos 
(O, A, B, C2 e E), pela maioria dos laboratórios clínicos, através da utilização de antisoros 
disponíveis no comércio, contudo, tipagens adicionais requerem serviços de um laboratório 
de referência. 
 
 As espécies de Arizona e Citrobacter possuem características semelhantes às 
das espécies de Salmonella; a Arizona hinshawii passou a ser subespécie da S. 
enteritidis e causa gastroenterites no homem e animais e a bactéria Citrobacter é 
oportunista no homem. Alguns autores ainda citam outras espécies de Salmonellas: S. 
pullorum (diarréia em pintos), S. galinarum, S. shattmülleri e S. paratyphi A, B e C; 
porém, a taxonomia atual aceita somente as três espécies citadas anteriormente. 
 As doenças causadas pelas Salmonellas são denominadas salmoneloses e 
apresentam-se sob as formas de: 
 
1) Febre tifo - S. typhi; 
2) Febre paratifóide - no homem provocada pela S. paratyphi B (gastroenterite aguda), 
nos animais pela S. cholerae-suis ( infecções tipo paratifo em leitões). 
 
 Alguns autores citam antígenos R e Vi (polissacárides resistentes ao calor, álcool e 
fenol), além dos antígenos O que são os mais importamtes, e dos antígenos H que são de 
natureza protéica e são termolábeis à 100 graus C. A identificação sorológica é feita 
pingando uma gota de suspensão de Salmonella mais uma gota do antisoro diluído a 
identificar. 
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 A S. typhi multiplica-se no tecido linfóide da submucosa intestinal (placas de 
Peyer) e linfonodos, propaga-se no fígado, baço e medula óssea e volta ao sangue com 
liberação de endotoxina. A hemocultura positiva na primeira semana e negativa na 
segunda semana devido a anticorpos opsonizantes. Na convalescência a coprocultura fica 
positiva e o indivíduo torna-se um portador. O diagnóstico laboratorial compreende à duas 
reações: a hemocultura e soro aglutinação (reação de Widal - pesquisa de Acs anti O 
e anti H - que positiva mais tardiamente). 
 
 Hemocultura - em caldo com bile (200ml) --> 24 a 48 horas --> 37 graus C --> 
turvou --> esfregaços (Gram) --> placas --> sorologia e bioquímica.Ou em sistema 
automatizadoa (Bactec 9000). 
 
 A coprocultura tem valia nos casos de infecções alimentares; a semeadura é feita 
em caldo selenito e depois em agar SS ou agar Sulfito - Bismuto (inibe a E. coli) , ou 
sistema de automação (Microscan ou Vitek). 
 
 A imunidade, celular e humoral, é sólida e duradoura. 
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Aula 8 
 
 
BACTERIOLOGIA DA ÁGUA - II 
 
 
d) Campylobacter jejuni: a infecção causada por este microorganismo se apresenta sob 
a forma de diarréia, febre, dor abdominal, dor de cabeça, vômitos, mialgia e artralgia; a 
transmissão é por água e alimentos contaminados e acomete mais indivíduos na faixa 
etária de 20 anos. As fezes diarréicas, material para análise, devem ser transportadas à 
temperatura ambiente se a semeadura for imediata, se não, as fezes devem ficar no 
refrigerador. 
 
 Cultura - não cresce a 25 nem a 37 graus C, crescendo somente a 42 - 43 graus 
C. Requer atmosfera gasosa (de 2 a 3 % de CO2), mas não se deve usar as jarras de 
anaerobiose porque a quantidade de O2 necessária é de 12 a 17 % e não de 3 a6 %. O 
meio mais utilizado é o Campy BAP a 42 graus C e, após o crescimento de 24 horas, 
avaliar com 48 e 72 hs; avaliação esta que pode ser feita pelo Gram que mostra 
bastonetes curvos, Gram negativos característicos. S e o material vier de agar não inibidor 
a 35 graus C , fazer o Gram e a montagem à fresco (ver se há motilidade em flecha) para 
se obter os mesmos aspectos dos microorganismos em estudo. Após isto, passar o 
material para o agar sangue e observar se há ou não crescimento (o C. jejuni não cresce 
em agar sangue, é sensível ao ácido nalidixico, à cefalotina e hidrolisa o hipurato). 
 
e) Helicobacter pylori: é um novo microorganismo associado à gastrite e úlcera 
gastroduodenal; apresenta-se em espiral, porém é mais semelhante ao gênero Spirillum 
do que ao gênero Campylobacter . Tem susceptibilidade ao bismuto, produz urease com 
atividades fortes (fator de patogenicidade) não é muito ativo bioquimicamente, não 
fermenta carboidratos e nem reduz o nitrato e não hidroliza o hipurato de sódio. Sua 
morfologia em espiral é vista no tecido gástrico (Gram, HE, Acridina orange), mas a 
coloração da prata de Warthin-Starry obteve melhores resultados. Para a cultura é usado o 
ágar chocolate e o ágar Campylobacter de Skirrow (7% de sangue de cavalo, 
vancomicina, ácido nalidixico e trimetropin). 
 
Outras sps de Helicobacter,sp : H. cinaedi (swabs retais em homossexuais), H. 
fennelliae (swabs retais em homo e bissexuais), Flexipira rappini (semelante ao H. 
pylory), pacientes com ou sem AIDS, Gastropirillum hominis (gastrite em humanos 
semelhantes a H. pylori). 
 
 
f) Vibrio,sp: a espécie tipo do gênero é o V. cholerae que foi causa de diarréias 
potencialmente graves durante séculos, mas que hoje não aparece com freqüência. As 
fezes são líquidas, acinzentadas e podem ter coágulos. A doença evolui com diarréia, 
desidratação, choque e morte. Existem cepas que não são de V. cholerae, mas que são 
causadoras de diarréias severas e infecções intraintestinais que resultam em septicemia 
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fatal, tais como: V. parahaemoliticus - frutos do mar contaminados e mal cozidos - V. 
mimicus - mariscos = diarréia - V. alginolyticus - feridas e ouvido. 
 
A cólera clássica, quando aparece, tem como microorganismo responsável o V. El 
Tor, que é uma variante ou um biotipo do V. cholerae. Os microorganismos podem ser 
isolados do vômito quando o indivíduo se encontra na fase aguda da doença; para o 
isolamento deve ser usado o meio TCBS (Tiossulfato - Citrato - Bile - Sacarose). O 
Vibrio cholerare tem 3 sorogrupos: Inaba (EUA, Peru, Chile, Brasil, Equador = variedades 
EL TOR) Ogawa (sudeste da Ásia) e Hikojima. Pode ser tratado com Tetraciclina. As 
provas pós cultura que são confirmatórias par V.cholerae são: Gelatinase + , aglutinação 
de eritrócitos de galinha + . 
 
 
g) Clostridium difficile são bacilos gram positivos muito encontrados em adultos 
hospitalizados (os agentes antimicrobianos implicam na doença gastrointestinal) e estão 
associados à: colite pseudomembranosa, doença intestinal inflamatória inespecífica, 
obstrução e estrangulamento do intestino; são microorganismos que eliminam a flora 
normal pela competição, produzem toxina A (enterotoxina) e toxina B (citotoxina). 
 
h) Staphylococcus,sp: causam, através de umaenterotoxina, uma infecção que fica 
incubada de 1 a 8 horas e provoca náuseas, vômitos, diarréia e convalescência rápida, 
não havendo febre. 
 
i) Enterobacter,sp: são móveis, alguns têm cápsula, são citrato positivo, CO2 positivo, 
glicose positiva, VP, VM e H2S positivos. As espécies de interesse são: 
 
1) E. cloacae - mais isolado na urina, escarro, pus, sangue e LCR. Dá reção cruzada com 
E. coli; 
2) E. sakazaki - presente no meio ambiente e alimentos, causa meningite em recém 
nascido; 
3) E. aglomerans - hemoculturas, após cateterização e atos cirúrgicos; 
4) E. aerogenes - fezes, esgotos, leite, água, TGU, pus e sangue. 
 
Algumas espécies são capsuladas, são móveis, citrato positivo, CO2 positivo, 
glicose positiva, VP positiva, VM negativa e H2S positivo. 
 
 Antigamente a espécie tipo era denominada Aerobacter aerogenes; o Enterobacter 
hafnia é agora Hafnia alvei e as espécies de interesse são: E. cloacae, E. aerogenes, E. 
aglomerans, E. sakazakii e E. gergoviae (E. aerogenes atypical) = uréia positiva). 
 
O E. cloacae (E. cloacae - like unemed sps 1,2,3) é mais isolado na urina, escarro, 
pus, sangue e líquor; faz reação cruzada com E. coli. 
 
O E. sakazakii, que antes era E. cloacae, 
 O E. aglomerans (E. agglomerans complex: Erwinia herbícola, E. melletiae e ainda: 
Pantoea agglomerans (E.agglomerans HGXIII); Pantoea ananas (E.agglomerans HGVI) 
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Pantoea dispersa (E. agglomerans HGIII), após atos cirúrgicos e cauterização positiva 
hemoculturas. 
 
O E. aerogenes é encontrado em fezes humanas, esgotos, leite, água, VGU, pus e 
sangue. 
 
 
j) Yersinia enterocolitica: é um bacilo Gram negativo (enterobactéria). Outras espécies 
de interesse são: Y. intermedia, Y. frederiksenii e Y. kristensenii (são Y. 
enterocoliticas atípicas). As manifestações clínicas dependem do sorotipo, de fatores 
genéticos e das condições do indivíduo. 
 
Quadro clínico primário - enterite, linfadenite mesentérica e ileíte terminal. 
 
Quadro clínico secundário - eritema nodoso, púrpuras, artralgias e glomerulonefrites. A 
gastroenterite e linfadenite mesentérica são sintomas predominantes em crianças e 
adolescentes. 
 
Quadro laboratorial - a semeadura deve ser feita em meios seletivos como o ágar 
tripticase (TSA), os sorotipos 03, 08 e 09 crescem em ágar bismuto-sulfato, 
MacConckey, ágar soja, HE e XLD. O crescimento é em 4 graus C com enriquecimento 
em tampão fosfato à frio. 
 
Bioquímica - sacarose, uréia, ornitina, lisina, arginina e motilidade a 37 graus C. 
Confirmar com a sorotipagem. Os sorotipos O 3, O 8 e O 9 crescem em ágar sulfito-
bismuto, MacConckey, SS, XLD e Hektoen. Há relatos de contaminação por transfusão 
sangüínea e preparados caseiros com tripas e em alimentos dessa natureza que foram 
armazenados em supermercados. 
 
Outras sps de Yersínia,sp: Yersínia pestis, Yersinia pseudotuberculosis (linfadenite 
mesentérica em crianças, simulando apendicite) 
 
k) Clostridium difficile: espécie toxinogênica com enterocolite e diarréia associada a 
antibióticos (outra causa é o S. aureus do grupo III). É um bacilo anaeróbio grosseiro, 
encontrado na água, intestinos de animais, vagina e uretra de humanos e fezes de 
crianças sadias, mas em apenas 3% de fezes de adultos sadios. Clostridium difficile são 
bacilos gram positivos muito encontrados em adultos hospitalizados (os agentes 
antimicrobianos implicam na doença gastrointestinal) e estão associados à: colite 
pseudomembranosa, doença intestinal inflamatória inespecífica, obstrução e 
estrangulamento do intestino; são microorganismos que eliminam a flora normal pela 
competição, produzem toxina A (enterotoxina) e toxina B (citotoxina). 
 
l) Pseudomonas,sp: são cocobacilos Gram negativos (não são enterobactérias), móveis 
(a única espécie imóvel é P. mallei que é citocromo oxidase positivo) e catalase positiva, 
cuja espécie mais patogênica é a P. aeruginosa. São flageladas e o número de flagelos 
serve para separar as espécies, mas não a nível de rotina laboratorial; contém fímbrias 
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que facilitam a fagocitose,. São encontradas nos olhos, urina, lavados broquicos e TGU 
femino , no homem pode causar estenose de uretra. As espécies de interesse são: P. 
aeruginosa, P.fluorescentes, P. putido, P. cepatica, P. stuzei e P. malthophila. Produzem 
pigmentos solúveis, a pioverdina (P. fluorescens) e a piocinina (P. aeruginosa - azul) e 
odor adocicado semelhante ao da uva. 
 
As espécies de interesse são: P. aeruginosa (mais patogênica, que cresce a 42ºC), 
P. fluorescens, P. putida, P. cepacia (Burholderia cepatia, encontrada na putrefação da 
cebola , em lesões úlcero-necroticas em humanos, em pacientes com fibrose cística e 
pacientes com estenose de uretra, após o uso de sondas), P. stutzeri (água e solo, raro em 
infecções) e P. maltophilia (Stenotophomonas maltophila, encontrada no aparelho 
respiratório, sangue, feridas e urina e pacientes com infecções oportunistas), P. 
pseudomallei (Burkholderia pseudomallei) 
 
m) Proteus,sp: são fenil-alanina positivo, VM positivo, H2S positivo e CO2 positivo. As 
espécies de interesse são: P. mirabilis, P. vulgaris, P. retteri e P. penneri, sendo que 
as Providencias stuartii e P. alcalifasciens estão incluídas como P. morganii e foram 
para o novo gênero Morganela,sp. Recentemente o nome P. peneri foi proposto para o 
organismos P. vulgaris biogrupo I ou P. vulgaris indol negativo. No TAF apresentam 
colônias não pigmentadas e em meios seletivos podem ser confundidas com colônias não 
fermentadoras de lactose. 
 
 A espécie de Proteus mais relacionada às infecções humanas é P. mirabilis, 
comumente encontrado em pacientes com antibioticoterapia longa, pacientes cateterizados 
e pós-cirúrgicos, além de estar presente em 25% da população (portadores sadios que 
albergam o germe no intestino); é encontrado no solo, água e fezes contaminadas. São 
bactérias pleomórficas, não capsuladas, móveis e apresentam crescimento em véu. 
Podem ser encontrados em feridas, olhos e trato respiratório e são sensíveis à ampicilina e 
à cefalosporina; o P. vulgaris, por sua vez, é resistente à penicilina e à cefalosporina. A 
família Proteae tem como espécies de interesse: P. mirabillis, P. vulgaris (P vulgaris 
biogrupo 2), P. rettigeri (passou para P.vulgaris biogrupo 1), P. penerii e P. 
inconstans. 
 
As Providencia stuart e Providencia alcalifaciens estão incluídas como 
Proteus inconstans. O Proteus morganii foi transferido para o novo gênero Morganella 
morganii(subespécie morganii e . Recentemente o nome Proteus penerii foi proposto 
para o organismo P. vulgaris indol negativo. O P. mirabillis, P. penerii e P. vulgaris são 
H2S positivos e podem ser confundidos com Salmonella,sp. 
 
 
 
 EVIDÊNCIA BACTERIOLÓGICA DE POLUIÇÃO 
 
 # Pode-se perder as bactérias no transporte das amostras de água. 
 # As bactérias podem estar em pequeno número. 
 #Há urgência nos resultados devido ao fato de indivíduos terem ingerido a água. 
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Técnicas bacteriológicas para a água: 
 
 # A amostra deve ser colhida em recipiente estéril; 
 # A amostra deve ser representativa do universo do qual foi colhida; 
 # Deve-se evitar contaminação da amostra durante e após a coleta; 
 # A amostra deve ser analisada logo após a sua obtenção; 
 # Havendo necessidade de demora para a análise, a amostra deve ser guardada 
entre 0 e 10 graus C. 
 
Métodos:

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