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GIRLAINE KEUCILENE

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
MÁRCIO FABRÍCIO DA SILVA
NATÁLIA MARIA SILVA FONSECA
EROTILDES BERNADINO SENA DA SILVA
ELIANE MARIA CAVALCANTI ALVES
VERIDIANA LUNA DA SILVA
GIRLAINE KEUCILENE SILVA
MIRIAM FERREIRA DA SILVA
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO
Palmares
2017
MÁRCIO FABRÍCIO DA SILVA
NATÁLIA MARIA SILVA FONSECA
EROTILDES BERNADINO SENA DA SILVA
ELIANE MARIA CAVALCANTI ALVES
VERIDIANA LUNA DA SILVA
GIRLAINE KEUCILENE SILVA
MIRIAM FERREIRA DA SILVA
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO
Trabalho Interdisciplinar de Grupo apresentado ao Curso de Bacharelado em Serviço Social da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar como requisito parcial para aprovação na produção textual interdisciplinar em grupo.
Orientadores:
Palmares
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	4
2. DESENVOLVIMENTO	5
3. CONCLUSÃO	11
REFERÊNCIAS	12
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1.	INTRODUÇÃO
O presente trabalho interdisciplinar em grupo tem o objetivo de: destacar os processos constitutivos das políticas sociais e os principais traços de sua formação no Brasil; abordar como o movimento de reconceituação contribuiu para o desenvolvimento do hodierno Projeto Ético Político do Serviço Social; enfatizar as competências profissionais necessárias à administração e o planejamento das políticas, serviços, programa e benefícios sócio-assistenciais, e; destacar o direcionamento ético do serviço social frente à atual conjuntura política e social, tendo como principais parâmetros, os atos normativos contidos no atual Código de Ética Profissional do Serviço Social.
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2.	DESENVOLVIMENTO
No transcorrer da consolidação do sistema capitalista no seio da sociedade brasileira, a questão social tornou-se objeto de um complexo “processo de criminalização” das classes subalternas. (IANNI, 1992; 2004; GUIMARÃES, 1979). Assim sendo, o proletariado para a ser visualizada como “classe marginal”, não mais, como classe trabalhadora e diligente. 
Na década de 1930, “[…] a questão social passou a ser considerada caso de polícia, ao invés de ser objeto de programas e políticas geradas pelo Estado com a finalidade de atender as necessidades mais fundamentais do operariado” (IANNI, 1992, p. 24).
A “questão social” é a ferramenta fundamental para a intervenção do Assistente Social. Sob essa perspectiva, Iamamoto (2008, p. 163) confirma essa afirmativa, ao asseverar
[…] que o serviço social tem na questão social a base de sua fundação, enquanto especialização do trabalho. Os assistentes sociais, por meio da prestação de serviços sócio assistenciais – indissociáveis de uma dimensão educativa (ou político-ideológica) – realizados nas instituições públicas e organizações privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às várias expressões da questão social, tais como experimentadas pelos indivíduos sociais no trabalho, na família, na luta por moradia e pela terra, na saúde, na assistência social pública, entre outras dimensões.
a finalidade, para aquele momento, de organizar a caridade sob a perspectiva neotomista.
Anos mais tarde, em meados da 1930, o Serviço Social, ao se instituir como uma ocupação profissional e se institucionalizar face as demandas colocadas pelo Estado, buscou romper “[…] com os preceitos morais e cristãos e, consequentemente, o rompimento total com a Igreja Católica, adquirindo, deste modo, um exercício profissional mais interventivo e ancorado na defesa do operariado” (IAMAMOTO, CARVALHO, 2011, p. 35).
 […] os acontecimentos internacionais de 1929 e 1930 respingam significativamente na sociedade brasileira, levando esta a uma reorganização das esferas estatal e econômica, e com isso apressando o deslocamento do centro motor da acumulação capitalista das atividades de agroexportação para outras de realização interna, sendo a sociedade, nesse momento, profundamente afetada devido aos acontecimentos internacionais (IAMAMOTO, CARVALHO, 2011, p. 36).
Assim, pois, a metamorfose percebida na sociedade brasileira, a partir da industrialização, favoreceu a organização da classe operária em torno de sua própria defesa enquanto uma categoria. Essa organização denotará uma única via exequível de comunicação ativa na sociedade. Assim, manifestar-se no Brasil, com características extremamente assistencialista, controladora e não profissionalizada, a ação desenvolvida pelas “damas de caridade”.
Em decorrência das diversas manifestações da questão social que espontavam e para que o Estado buscasse se legitimar face à classe trabalhadora e ao empresariado, era necessário que o mesmo interviesse nas múltiplas manifestações da questão social por meio da qualificação e do exercício profissional de profissionais qualificados pelo próprio Estado. Segundo Wanderley (2000, p. 61), para que esta efetivação ocorresse, fez-se necessária, 
[…] a implementação das políticas diretamente direcionadas a classe social do proletariado, tornando-se, indispensável, nesse processo, profissionais capacitados tanto na formulação como na implementação dessas políticas. Vale ressaltar que o aparecimento do Serviço Social, enquanto conjunto de atividades legitimamente reconhecidas dentro da divisão social do trabalho reaparece mais na década seguinte, haja vista que durante a década de 1920, desenvolve-se apenas moderadamente, ganhando força, sobretudo no início da década de 1930, com a mobilização, pela igreja, do movimento católico leigo, emergindo, assim, o Serviço Social como um departamento especializado da Ação Social, embasado em sua doutrina social.
Destarte, cabe indicar o principal fato memorável da década de 1930, arrolado ao Serviço Social: o estabelecimento do primeiro Centro de Estatuto e Ação Social (CEAS), no Estado de São Paulo, no ano de 1932. Este equipamento é considerado como expressão autêntica do Serviço Social brasileiro.
Essa instituição apresenta-se como uma “[…] espécie de unificação dos setores da Ação Social e da Ação Católica. Tendo-se, assim, ainda em 1932, o início do “Curso Intensivo de Formação Social para Moças” fomentado pelas Cônegas de Santo Agostinho” (IAMAMOTO e CARVALHO, 2011).
O principal objetivo do CEAS era “promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais” [...] É de suma relevância destacar que o Centro de Estatuto e Ação Social fundou quatro outros Centros operários, até dezembro de 1932, onde suas propagandistas procuravam interessar e atrair as operárias e ter contato com as classes trabalhadoras, estudando-lhes o ambiente e necessidades (IAMAMOTO e CARVALHO, 2011, p. 178).
Os acontecimentos vindouros, decorrentes da elaboração da Lei nº 2.497/35, do Departamento de Assistência Social do Estado, tinha várias competências, entre as quais cabe destacar: “[…] administrar todo o serviço de assistência e harmonizar a ação social do Estado, articulando-a com a dos particulares “ (IAMAMOTTO E CARVALHO, 2011, p.185).
Em 1937, o CEAS começou a operar no serviço de Proteção ao Migrante. No ano seguinte, em 1938, é constituída a Seção de Assistência Social, com o objetivo de “[…] realizar o conjunto de trabalhos necessários ao reajustamento de certos indivíduos ou grupos às condições normais de vida”. (IAMAMOTTO E CARVALHO, 2011, p.185).
No decorrer de todo esse processo, a Escola de Serviço Social percorrerá acelerados processos de (re)adaptação. O primeiro desses processos ocorre após o convênio, firmado em 1939, entre o CEAS e o departamento de Serviço Social do Estado, a fim de estruturar Centros Familiares. O segundo, dar-se-á logo em seguida, buscando atender as solicitações das prefeituras interioranas. 
[…] as primeiras atuações de assistencialismo no Brasil surgem nas décadas de 1920 e 1930 através dainiciativa particular de grupos e frações de classes, que se manifestam, principalmente, por intermédio da Igreja Católica. Possuindo no seu início uma base social bem delimitada e fontes de recrutamento e formação de agentes sociais informados por uma ideologia igualmente determinada. Devido a tal demanda, em 1942, são disponibilizados cursos intensivos para auxiliares sociais e bolsas de estudos mantidas pelas grandes instituições, uma das formas encontradas para acelerar a formação de assistentes sociais (IAMAMOTTO; CARVALHO, 2011, p. 181).
Nessa época, as atividades geridas pelos Assistentes Sociais eram diminutas, em função tanto da limitada atuação das organizações públicas de Serviço Social, como das inaptidões dos estabelecimentos particulares de assistência em estabelecerem uma base realizável à política de encaminhamento, elemento essencial para o Serviço Social daquela época. Portanto, conforme salientam Iamamoto e Carvalho (2011, p. 181)
[…] o serviço social não se caracteriza apenas como nova forma de exercer a caridade, mas como forma de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora, como base na atividade assistencial. Seus efeitos são essencialmente políticos, isto é, o enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração entre capital e trabalho. Para tanto, o serviço social se propõe, ainda, a uma ação organizativa entre a população trabalhadora, dentro do programa de militância católica, contrapondo-se às iniciativas provenientes de lideranças operárias que não aderem ao associativismo católico.
As primeiras empreitadas colocadas em práticas pelos assistentes sociais daquela época demonstravam uma práxis, essencialmente, doutrinária e assistencialista. Essas atuações manifestavam-se nos Centros Familiares, estruturados pelo CEAS e que funcionavam em bairros operários (IAMAMOTO e CARVALHO, 2011). Esse centros tinham como finalidade prevenir a desorganização e declínio das famílias, buscando elevar os níveis socioeconômico e culturais dos seus usuários por meio da disponibilidade de serviços de assistência e educação. 
Assim, pois, podemos apontar como marco para o Serviço Social,
[…] a influência europeia e a norte-americana, sendo essa tão significativa ao ponto de saírem daqui os profissionais para se especializarem nos Estados Unidos, além de adicionar até uma disciplina no currículo mínimo, recomendado pela Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social (ABESS). Vale ressaltar que a realidade vivenciada no país em questão não tinha nada em comum com a nossa, que se encontrava em pleno início da industrialização (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 164).
No que se refere aos fundamentos teóricos e metodologicos, as autoras (2011, p. 100) pontuam que: 
O serviço social, ao passar a defender e a se comprometer com os interesses da classe trabalhadora, passar a buscar fundamentação teórica para além das doutrinas católicas, a fim de compreender a realidade contraditória, passou, então, a produzir novos conhecimentos e a questionasse, surgindo, nesse contexto, o denominado o Movimento de Reconceituação. As inquietações com aquela forma tradicional de atuar, mediante as expressões da “questão social” levavam os profissionais a testarem sua eficácia mediante a realidade social brasileira, assim como os fundamentos teóricos e metodológicos que fundamentavam sua prática. (IAMAMOTO e CARVALHO, 2011, p. 100).
Deste jeito, pois, diferenciando-se da caridade tradicional, percebida como ordinária reprodutora da miséria, penúria, indigência e pobreza, o serviço social pretende uma ação educativa tanto da família, quanto da classe trabalhadora, numa linha não somente curativa, mas preventiva e interventiva face aos problemas sociais.
É válido destacar que o Movimento de Reconceituação persiste até os dias hodiernos, sobretudo, na esfera das reflexões manifestadas pelos profissionais nas dimensões técnico-operativa, teórica-metodológica e ético-política.
Sobre o referido movimento, Netto (2006, p. 76), sabiamente, assinala que:
[…] apresenta-se sobre três modelos de proposta profissional, sendo elas: a Perspectiva Modernizadora, que propõe um rompimento com o Serviço Social Tradicional, no sentido de se moldar as necessidades do novo modelo de Estado desenvolvimentista e modernizador. Nesta perspectiva ainda não se pensava em uma ruptura com a subordinação ao Estado e do poder vigente, o capitalismo, havendo apenas uma maior racionalização ou tecnificação da prática profissional. Na segunda perspectiva, a Reatualização do conservadorismo, tinha-se a proposta de retorno aos fundamentos da gênese da profissão, ou seja, retroceder sobre o já alcançado, voltando às características totalmente baseadas nos preceitos da Igreja Católica. Já a terceira vertente, a chamada de Intenção Ruptura, é baseada na teoria Marxista, ainda que de forma enviesada, porém com a proposta de alcançar um pensamento crítico em relação à sociedade, e um menor distanciamento com os usuários.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (2011), é apenas na década de 1980 que, a vertente de Intenção de Ruptura conquista dimensões centrais e elementares nos debates realizado pelos profissionais do âmbito do Serviço Social, confrontando o conservadorismo do serviço social e dando um tom polêmico a esses debates.
 É no decorrer desse momento histórico que o Serviço Social se expande profissionalmente, buscando a construção de um novo projeto profissional, efetivando de vez a ruptura teórica e política com o embasamento conservador de sua gênese.
Segundo Netto (1999, p. 68 apud Iamamoto, 2009, p. 100), os projetos profissionais, construídos pelo Serviço Social, enquanto categoria profissional:
[...] apresentam a auto-imagem da profissão, elegem valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam requisito para sue exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem balizas de sua relação com os usuários dos seus serviços, com outras profissões e com as organizações e instituições, públicas e privadas.
No que se refere a gestão das políticas sociais, as mesmas são traduzem a administração e comando da coisa pública, a prática de administrar e de conduzir incube assegurar o acesso da sociedade a benfeitorias e serviços de caráter, essencialmente, público.
Para isso, examinar o processo de gerenciamento dessas políticas sociais tem o objetivo de referenciar à gestão das ações públicas como contestação, as necessidades sociais com origem na sociedade, são introjetadas e aferidas pelo Estado em dessemelhantes âmbitos de poder (BARBOSA, 2004 apud BORDIN, 2013). Logo, de acordo com Barbosa (2004 apud BORDIN, 2013, p. 102)
[…] se faz necessário analisar a gestão como fenômeno sócio histórico, ou seja, compreendê-la como expressão de uma totalidade social, observando suas possibilidades e limites. Em outros termos, a gestão das políticas, programas e projetos sociais não se autonomizam dos contextos históricos em que se realizam.
Em suma, a complexidade das questões sociais torna indispensável à integração dos diferentes atores na gerência das políticas sociais como já afirmamos e a sua realização se torna evidente na associação entre o Estado, sociedade civil e demais instituições, compreendendo um fator de inovação na administração da política, possibilitando a intersetorialidade e articulação com as diferentes estruturas que operam com políticas públicas sociais (IAMAMOTO e CARVALHO, 2011).
Segundo Junqueira (2004, p. 9) “[…] a intersetorialidade constitui uma concepção que deve informar uma nova maneira de planejar, executar e controlar a prestação de serviços como forma a garantir um acesso igual dos desiguais. 
Nessa contextura, manifestam-se novas propensões na gestão das políticas sociais, entre as quais, a gestão partilhada, na qual: 
Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos coletivos presentes na arena política são corresponsáveis na implementaçãode decisões e respostas às necessidades sociais. Não é que o Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se altera é o modo de processar esta responsabilidade (CARVALHO, 1999, p. 25).
 
Carvalho (1999, p. 25) permanece asseverando que na atual contextura “[…] a descentralização, a participação, o fortalecimento da sociedade civil pressionam por decisões negociadas, por políticas e programas controlados por fóruns públicos não estatais, em uma execução em parceria.
Nesse contexto, os assistentes sociais, responsáveis pela gestão de equipamentos públicos, precisarão ser líderes aptos para atuarem na gestão pública como agentes proativos e capazes de efetivar o projeto democrático, sendo ainda necessário, “[…] competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operacional para poder examinar os movimentos da economia, da política, da sociedade e de seus grupos e indivíduos” (FILHO, 2013, p. 225).
Acerca do aludido acima, Mioto (2001, p. 30 apud Lima, 2004, p. 61) assevera que o projeto ético-político dos assistentes sociais compreende
[...] tanto uma dimensão operativa quanto uma dimensão ética, e expressa no momento em que se realiza o processo de apropriação que os profissionais fazem dos fundamentos teórico-metodológico e ético-políticos da profissão em determinado momento histórico. São as ações profissionais que colocam em movimento, no âmbito da realidade social, determinados projetos de profissão. Estes, por sua vez, implicam diferentes concepções de homem, de sociedade e de relações sociais.
 
Torres e Lanza (2013, p. 207) afirmam que a gestão das políticas sociais como um dos principais âmbitos de atuação e de labor para o assistente social. Bem assim, os autores já citados evidenciam dois pontos considerados importantes para a efetivação desta atuação: a Lei de Regulamentação da Profissão e os debates sobre a gênese do Serviço Social, no tempo em que se tornou uma profissão no Brasil.
De acordo com os incisos dispostos na Lei 8.662/93, o Assistente Social deve executar ações típicas do planejamento e de gerenciamento de serviços afeto às políticas públicas, pois estabelece como competências: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 1993, p. 36-37). 
De acordo com Iamamoto, (2011, p. 425) a práxis profissional dos profissionais assistentes sociais se efetiva em espaços de instituições públicas, privadas, entidades socioassistenciais. Esses espaços são reconhecidos por estimular a universalização de direitos ancorados num processo de gestão democrática.
Sobre isso, Silva (2014, p. 23 apud Bordin, 2013, p. 45) assevera que: 
A gestão social e tida como um processo social permeado por contradições e disputas oriundas das expressões das desigualdades sociais geradas por uma sociedade capitalista madura, que demandam e pressionam as instâncias que compõem a sociedade e os projetos societários que representam, a um processo de construção e implementação de ações e estratégias, firmados por pactos sociais formais e/ou informais, que visem o desenvolvimento social num determinado território.
 
Todavia, para que isso possa se tornar realizável, o exercício da profissão requer um profissional informado, crítico atento a realidade contemporânea, compromissado com a gestão, a elaboração de projetos, a avaliação de programas e projetos sociais, com a captação de recursos e gestão de pessoas, socializando desta forma, informações e conhecimentos, ampliando assim, o espaço do Serviço Social (PEREIRA; BENETTI, 2014.
Entretanto, para Trindade (2012, p. 55)
[…] tais atribuições exigem do profissional a necessidade de elaborar procedimentos e lidar com instrumentos que possuem um perfil diferenciado daqueles utilizados no relacionamento direto com os usuários. Dessa maneira, os assistentes sociais na gestão de política pública atuam como articuladores e negociadores dos interesses das classes subalternas por intermédio do Estado para atender e responder de maneira efetiva as condições essenciais ao exercício da cidadania.
Destarte, o trabalho exercido pelo Assistente Social nas esferas da:
[…] formulação, gestão e execução da política social é, indiscutivelmente, peça importante para o processo de institucionalização das políticas públicas, tanto para a afirmação da lógica da garantia dos direitos sociais, como para a consolidação do projeto ético-político da profissão. Portanto, o enfrentamento dos desafios nesta área torna-se uma questão fundamental para a legitimidade ética, teórica e técnica da profissão (MIOTO E NOGUEIRA, 2013, p. 65).
Sob esse prisma, Souza (2012, p. 12) afirma que “[…] ao compreendermos que o Serviço Social é uma profissão historicamente constituída, percebemos também que ela é mutável e, portanto, suas determinações estão dadas na realidade”. 
Souza (2012) segue assegurando que a compreensão acerca da realidade em toda a sua dimensão torna-se um desafio ao exercício profissional do assistente social, haja vista que o mesmo tem sido convocado “[…] a oferecer respostas para além da execução, atingindo, em especial, a formulação e gestão das políticas públicas sociais” (SILVA, 2014, p. 23 apud BORDIN, 2013, p. 45), do mesmo modo, tem igualmente sido convocado para a formulação de novas elaborações teóricas, entendendo que: 
[...] o esforço está, portanto, em romper qualquer relação de exterioridade entre profissão e realidade, atribuindo-lhe a centralidade que deve ter no exercício profissional [...] e o reconhecimento das atividades de pesquisa e o espírito indagativo como condições essenciais ao exercício profissional. (IAMAMOTO, 2001, p. 55-56).
É imprescindível, pois, registrar que novas as perspectivas de trabalho “[…] se apresentam e necessitam ser apropriadas, decifradas e desenvolvidas; se os assistentes sociais não o fizerem, outros o farão absorvendo progressivamente espaços ocupacionais até então a eles reservados” (IAMAMOTO, 2001, p. 48). 
A própria percepção do exercício profissional do assistente social nesses novos espaços representam um enorme desafio para a profissão, de modo que desempenhem o papel de instrumentos de consolidação do Código de Ética Profissional de Serviço Social e de superação da ordem social imposta pelo capital na contemporaneidade (IAMAMOTO, 2001, p. 49).
3.	CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho realizou uma breve análise sobre serviços e equipamentos públicos, destacando os processos constitutivos das políticas sociais e os principais traços de sua formação no Brasil, bem assim, refletindo sobre a importância do movimento de reconceituação para o desenvolvimento do contemporâneo Projeto Ético Político do Serviço Social.
Outrossim, buscamos ainda enfatizar as competências profissionais necessárias à administração e o planejamento das políticas, serviços, programa e benefícios sócio-assistenciais, destacando, deste modo, qual direcionamento ético do serviço social frente à atual conjuntura política e social face os principais parâmetros, os atos normativos contidos no atual Código de Ética Profissional do Serviço Social.
Assim, pois, cabe afirmar que o presente trabalho busca de maneira geral contribuir com a discussão hodierna presente tanto no seio da profissão, quanto no interior dos movimentos elaborados pela sociedade civil organizada que buscam continuamente enfrentar o processo neoliberal brasileiro de desmantelamento das políticas públicas sociais afeto a educação, saúde, assistência social, previdência social, habitação, saneamento etc.
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REFERÊNCIAS
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BORDIN, E. M. B. A gestão social no contexto das organizações da sociedade civil: desafios para efetivação da Cidadania. 2009. 215f. Dissertação (Mestre). Curso de Serviço Social, PUC, Porto Alegre, 2009.
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CFESS: Lei 8662/93, de 7 de junho de 1993 que regulamenta a profissão de assistente social, 1993. Brasília: CFESS, 1993 
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IAMAMOTO, Marilda. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2006.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. SERVIÇO SOCIAL EM TEMPO DE CAPITAL FETICHE: Capital financeiro, trabalho e questão social. 6. ed.- São Paulo: Cortez, 2011.
IAMAMOTO, Marilda; CARVALHO, Raul. RELAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 34. ed. – São Paulo: Cortez, 2011.
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