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Mercado Financeiro - Banco Barings

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1) 	Alguns eventos e fatos podem ser destacados como determinantes da quebra do Banco Barings, dentre eles: sua subsidiária de Cingapura não honrou seus compromissos de cobertura de margem por operações de futuro na SIMEX (Singapore International Monetary Exchange), acarretando falta de um mecanismo que objetivasse garantir o cumprimento do mesmo. O terremoto que ocorreu em 17 de janeiro de 1995 impulsionou um comportamento extremamente volátil nas bolsas asiáticas, com um expectativa de retorno, fruto de uma recuperação das mesmas, Leeson comprou contratos futuros de Nikkei e de taxa de juros no Japão (sem permissão explícita para tais atitudes), todavia, os mercados não se recuperaram como esperado e as perdas alcançaram o patamar de £ 253 milhões. 
Para esconder as operações ilegais que ele estava operando, Leeson utilizava a conta interna de erros “88888”, o que demonstra um controle interno financeiro-operacional falho, bem como de gerenciamento de riscos, visto que sua posição de Trader Chefe e de operador comum o concedia, além da função de negociar os derivativos, acesso aos registros contábeis, permitindo, assim, suprimir os resultados deficitários/perdas de seus superiores.
Conforme literatura sobre o assunto, outro fato de grande impacto foi: presença de uma alavancagem indeterminada, devido ao fato de que o processo de endividamento para multiplicar a rentabilidade não foi estruturado com transparência e solidez. Riscos sistêmicos foram incorporados, pois a complexidade e rapidez das transações são “hazards” que potencializam um efeito cadeia em uma situação adversa a esperada.   
 
2)	Os executivos do Banco - com capacidade de intervenção nas práticas adotados por Leeson - não se posicionaram contra devido aos supostos resultados positivos apresentados, cerca de 10 milhões de libras no primeiro ano, pois se encontravam em uma situação de assimetria informacional, não possuíam domínio pleno das informações acerca de como estes resultaram foram alcançados. Além de tal, Nicholas utilizou suas credenciais que lhe davam acesso à pontos chaves de controle interno para estruturar uma operação que não deixava rastros visíveis. Outro ponto importante que tange esta situação é a complexidade dos produtos de derivativos, que mesmo altos cargos de Diretoria por vezes não possuem conhecimento técnico para compreender com profundidade as ações tomadas, e por consequência, seus reflexos para a situação financeira-econômica do Banco. 
3)	Dentre os fatores de controle que poderiam ter sido adotados para evitar a quebra do banco, citamos:
Auditoria Interna e Externa: avaliando e produzindo material para a tomada de decisão da alta Administração, proporcionando-lhes análises, recomendações e comentários objetivos, frente as atividades examinadas. 
Supervisão constante: cargos com grande responsabilidade e poderes devem ter seus atos reportados constantemente para o órgão fiscalizador, visando transparência e segurança quanto as práticas e métodos adotados. 
Gerenciamento de Riscos: imprescindível para a dinâmica atual das empresas - de todos os ramos - que têm como objetivo mitigar possíveis resultados adversos, através de modelos matemáticos-estatísticos aderentes à realidade que a instituição encontra-se inserida. Sua atuação deve ser constante, efetiva e com reflexo nas decisões das áreas que compõe o quadro institucional e do Conselho.
Cultura de Governança Corporativa: prática que promove a integração de áreas “core” da empresa, alinhando interesses com a finalidade de otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, contribuindo diretamente para a qualidade da gestão e prevenção de ações nocivas aos interesses dos diversos stakeholder. 
Separação de Funções: conforme a complexidade e volume das operações de derivativos que a instituição desenvolve, é necessário a cisão entre as áreas de operação e contabilização, tendo como base a prerrogativa de evitar condutas errôneas que tenham como objetivo ocultar possíveis erros e/ou ações ilegais danosas à empresa. 
 
4)	Considerando que as operações de swap consistem na troca de fluxos futuros de caixa entre duas partes, não seria interessante para Nicholas Leeson se hedgear com um swap. De modo que, independente do mecanismo que fosse utilizado para tentar diminuir riscos de volatilidade, Leeson incorreria em perdas, o que não seria atrativo para aqueles que fornecem swaps. Com a alta volatilidade dos mercados asiáticos, devido ao terremoto em Kobe, uma saída possível seria travar a taxa de câmbio, todavia, para implementar esta ferramenta seria necessário expor o passivo real, uma situação impossível, dado que as operações eram ilegais. Portanto, de pontos diferentes é possível concluir que a decisão por  
“hedgear-se” por um swap não seria uma opção viável.

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