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Direito Constitucional I

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foi desenvolvido para que a sua leitura flua tranquilamente e seja 
bastante rápida. Na aula de hoje, teremos APENAS 40 páginas de 
conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre 43 exercícios 
comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questões da aula. 
Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do material 
é bastante rápida e agradável!
Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum. 
Vamos então à nossa aula!
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I. PRINCIPAIS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS 
E COLETIVOS
Meu amigo e futuro Técnico do Seguro Social, antes de começarmos a estudar 
esse assunto, devo fazer um alerta. Essa matéria sobre os direitos e garantias 
fundamentais (DGF) é bastante prática e fala sobre diversas situações do 
nosso dia a dia. Assim, quando começamos a estudar os DGF, tendemos a 
extrapolar muito a matéria e a ficar pensando: “e se acontecesse isso?”, “e se 
acontecesse aquilo?” Dessa forma, cuidado para não deixar a sua 
imaginação voar muito. Mantenha-se focado nas informações 
repassadas na aula, ok?
...
x Direito à vida
Como já explicado, os Direitos e Garantias Fundamentais foram “criados” para 
limitar a intervenção do Estado na vida das pessoas. Até a Idade Média, o 
Estado podia interferir na vida das pessoas como bem entendesse, inclusive, 
poderia retirar a vida das pessoas como bem entedesse. Hoje em dia, o Estado 
não pode mais fazer isso e o direito à vida é preservado pela Constituição 
brasileira. 
Três considerações para fins de prova:
1- O direito à vida inclui o direito a uma vida digna e não apenas estar vivo.
2- A Constituição brasileira prevê que não pode haver pena de morte
(regra), salvo em caso de guerra declarada (exceção).
3- O STF decidiu que a pesquisa científica com células-tronco não fere a
Constituição.
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x Princípio da Igualdade / Isonomia (art. 5º, I)
A Constituição brasileira deve buscar a igualdade de fato (igualdade material) 
entre as pessoas e não apenas a igualdade perante a lei (igualdade formal). 
Dessa forma, com o intuito de fazer as pessoas “competirem em pé de 
igualdade”, pode haver as chamadas discriminações positivas, ou seja, o 
Estado “dá uma força para equilibrar a balança”. Dessa forma, o Estado deve 
promover a “Igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais, na 
medida de sua desigualdade”.
Exemplo 1: o Estado brasileiro entendeu que os portadores de necessidades 
especiais (PNE) não estavam competindo em pé de igualdade com as “pessoas 
normais” em concursos públicos. Assim, hoje, deve haver reserva de vagas 
para os PNE nos concursos públicos. Essa é uma discriminação positiva.
Exemplo 2: o Estado brasileiro entendeu que os negros não estavam 
competindo em pé de igualdade com as “pessoas brancas” nos vestibulares 
das universidades públicas. Assim, hoje, existem cotas para os negros em 
algumas universidades brasileiras. Esse é outro exemplo de discriminação 
positiva para garantir a igualdade material e não apenas a igualdade formal.
Por fim, essa é uma norma autoaplicável e não é suscetível de 
regulamentação ou de complementação normativa.
x Princípio da legalidade (art. 5º, II)
Antigamente, o Estado poderia obrigar as pessoas a fazer praticamente tudo o
que ele quisesse. Isso dava margem a uma série de abusos cometidos pelo 
Estado. Hoje em dia, a Constituição protege os cidadãos e diz que “ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei”.
Em relação aos deveres e obrigações de fazer ou de não fazer alguma coisa, os 
particulares se submetem a um “regime” diferente do Poder Público. Os 
particulares podem fazer tudo aquilo que quiserem, desde que não seja 
proibido por lei. Isso se chama autonomia da vontade.
Já o Estado somente pode fazer aquilo que a Lei manda ou permite. Esse é o 
princípio da legalidade estrita.
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O princípio da legalidade, portanto, nos diz que a criação ou modificação de 
direitos ou obrigações depende de lei. Mas qual tipo de lei? A lei em 
sentido estrito, ou seja, somente as leis que o Poder Legislativo produz (as leis 
ordinárias, leis complementares, etc), ou isso pode ser feito pela lei em sentido 
amplo, englobando também atos normativos infralegais (abaixo da lei)? A
doutrina majoritária defende a segunda opção, ou seja, a lei em sentido 
amplo.
Muito próximo ao princípio da legalidade, existe outro princípio chamado de 
Princípio da Reserva Legal. Ele ocorre quando a CF deixa a 
regulamentação de algum tema para a lei infraconstitucional, ou seja, a lei 
que está abaixo da Constituição. A depender de qual tipo de norma pode 
regulamentar a Constituição, o princípio da Reserva Legal se divide em dois: 
1- Reserva Legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é 
reservada, pela Constituição, somente à lei em sentido estrito. Assim, 
exclui-se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei).
Assim, somente uma LEI “fabricada pelo poder legislativo” pode 
regulamentar uma matéria prevista na CF.
Ex: a CF diz que a União pode instituir impostos e o Supremo entende 
que se aplica a reserva legal absoluta. Assim, os impostos somente 
podem ser criados impostos por uma LEI (aquela produzida pelo 
Congresso Nacional).
2- Reserva Legal Relativa: quando Constituição também exige a edição 
de uma lei para sua regulamentação, mas permite que ela apenas fixe os 
parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal.
Dessa forma, a disciplina de determinada matéria é, em parte, 
admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar,
portarias, instruções normativas, etc.).
Ex: a CF diz que a administração pública, se quiser ir às compras, deve 
realizar licitação...... a esse dispositivo se aplica a reserva legal relativa. 
Assim, foi editada a lei 8.666/93 para regulamentar esse dispositivo 
constitucional. Além da lei 8.666/93, vários outros atos normativos 
infralegais também disciplinam as licitações, como o decreto 5.450/05, a 
Instrução Normativa 02/08 do MPOG, o decreto 7.174/10, etc.
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Estão vendo? A norma constitucional é regulamentada por uma lei e 
também por atos infralegais (abaixo da lei).
Esquematizando:x Direito à vida
o Direito de não ser morto e de ter uma vida digna
o Não pode ter pena de morte salvo em caso de guerra declarada
o Células-tronco: podex Princípio da Igualdade / Isonomia (art. 50, I)
o Igualdade material (de fato) e não somente a igualdade formal (perante a lei)
o “Igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais, na medida de sua 
desigualdade”
o Discriminações positivas. Ex: vagas para PNE em concursos públicos
o É autoaplicável e NÃO é suscetível de regulamentação ou de complementação 
normativa.x Princípio da legalidade (art. 50, II)
o Divergência doutrinária
o Particular: autonomia da vontade
o Administração pública: só faz o que a lei permitir (legalidade estrita)
o Princípio da legalidade: a criação ou modificação de direitos ou obrigações
depende de lei (em sentido amplo).
o Princípio da reserva legal: quando a CF deixa a regulamentação de algum tema para 
a lei (norma jurídica regularmente produzida pelo processo legislativo previsto na 
CF – sentido estrito)ƒ Reserva legal absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é 
reservada, pela Constituição, somente à lei em sentido estrito. Assim, 
exclui-se qualqueroutra fonte infralegal.ƒ Reserva legal relativa: quando a disciplina de determinada matéria é, em 
parte, admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar).
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x Liberdade de consciência, crença e culto
Há algum tempo atrás, o Estado determinava que as pessoas acreditassem em 
um tipo de crença ou religião e essa deveria ser seguida. Caso o cidadão 
confessasse outra religião ou outra crença, o Estado determinava a sua morte.
A Inquisição é um exemplo disso.
Hoje em dia, a CF88 estabelece a garantia das pessoas que “ninguém será 
privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta 
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.
Assim, a CF estabelece que não se pode privar ninguém de direitos, ou seja, 
não se pode restringir o direito de ninguém, só porque ela pensa diferente ou 
crê em alguma religião diferente, a não ser que isso seja usado como 
desculpa para se esquivar de uma obrigação imposta a todos pela lei.
Exemplo: todo homem tem que servir o exército brasileiro assim que 
completa 18 anos. Isso é uma obrigação legal que é imposta a todos pela lei.
No entanto, se uma determinada pessoa fala que é contra a violência e que 
isso vai contra suas crenças, tudo bem: o Estado não obrigará esse indivíduo a 
servir o exército. Mas ele terá que cumprir uma prestação alternativa. 
Por outro lado, se a pessoa se recusa a servir o exército e também se recusa a 
prestar a pena alternativa, ela estará se esquivando de suas obrigações legais 
e, nesse caso, poderá sim haver restrição de direitos (no caso, ele perde 
os direitos políticos).
Além disso, a lei deve proteger os locais de culto, liturgias e cerimônias e
assegurar a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva (ex: presídios).
x Liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, IV)
Hoje em dia, cada um pode expressar o seu pensamento como quiser. 
Antigamente isso não era permitido. Porém, é vedado o anonimato, pois,
caso essa manifestação cause dano a alguém, haverá o direito a indenização
além do direito de resposta proporcional ao dano (agravo) causado.
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Recentemente, o STF decidiu que não se precisa de diploma para exercer a 
profissão de jornalista, justamente para ampliar o direito de liberdade de 
manifestação de pensamento.
Além disso, é vedada instauração de Inquérito Policial ou Denúncia 
exclusivamente com base em denúncia anônima. Dessa forma, as 
autoridades públicas devem coletar mais provas (indícios de autoria e 
materialidade do crime) para que seja aberto o inquérito policial ou a ação 
penal.
Explicando melhor: o inquérito policial é um procedimento investigativo que 
ocorre antes de ser instaurada a ação penal. Ele serve justamente para coletar 
provas para que a ação penal seja instaurada. A denúncia, por sua vez, é o 
instrumento que inicia a ação penal.
Dessa forma, é vedada tanto a instauração da ação penal (por meio da 
denúncia) quanto de inquérito policial somente com base em denúncia 
anônima. Observe que a autoridade policial deve sim investigar a denúncia
anônima, o que ele não pode é instaurar o inquérito policial antes de coletar 
mais provas.
Igualmente, é vedada a instauração de inquérito policial quando a conduta, 
claramente, não for um crime, ou seja, não for típica.
x Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de 
comunicação e indenização em caso de danos
Todo indivíduo pode estudar o que quiser, pode exercer a arte como quiser, 
pesquisar, produzir a ciência como quiser e se comunicar como quiser,
independente de licença ou censura. No entanto, se essa arte,
comunicação ou pesquisa científica causarem dano a alguém, caberá o direito 
a indenização.
x Inviolabilidade domiciliar
Durante o período da ditadura militar, o Estado cometia uma série de abusos, 
entrando nas casas das pessoas e desrespeitando seus direitos a intimidade e 
a vida privada. 
Hoje em dia, o Estado não pode entrar na casa das pessoas como bem 
entender. Ele só poderá fazê-lo em três casos:
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1- Com o consentimento do morador. Nesse caso, obviamente, se o 
morador permite, pode-se entrar em sua casa a qualquer horário, de 
dia ou de noite, com ou sem ordem judicial.
2- Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro.
Nesse caso, também se pode entrar na casa de alguém a qualquer 
horário, de dia ou de noite e independente de ordem judicial.
3- Por determinação judicial. Nesse último caso, o Estado, em regra, 
somente pode entrar na casa de alguém durante o dia.
x Excepcionalmente, o STF recentemente decidiu que para instalar 
escuta policial em um escritório de advocacia que era usado para 
cometimento de crimes, PODE-SE entrar a noite (lembrando: 
sempre com autorização judicial).
Uma última observação quanto a esse direito é que o conceito de casa é
bastante amplo, sendo entendido como a residência, domicílio ou o local onde 
a pessoa exerce sua profissão, desde que seja restrito ao público. Ex: 
escritório, garagens, consultório médico, quarto de hotel etc.
x Liberdade de profissão
A Constituição estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, desde que atendidas as qualificações que a lei estabelecer. Assim, 
qualquer pessoa pode exercer qualquer profissão, desde que cumpra os 
requisitos previstos na lei. Essa é uma norma de eficácia contida, ou seja, 
que pode ser exercida plenamente até que seja criada uma lei que restrinja 
esse direito.
Como exemplo, desde a promulgação da CF, qualquer um pode exercer a 
profissão de borracheiro, sem ter que preencher nenhum requisito ou obter 
autorização. No entanto, se uma lei for promulgada e regulamentar a profissão 
de borracheiro, em tese, ela pode exigir que, a partir daquele momento, essa 
profissão só poderá ser exercida por profissional com curso em engenharia 
mecânica. Estão vendo? Um direito que era amplo passa a ser mais 
restrito.
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x Liberdade de informação
Todos têm direito ao acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional. Tomemos como exemplo um 
jornalista, que não precisa divulgar de onde vieram as informações que ele 
publicou. No entanto, ele se responsabiliza pelas informações divulgadas, 
devendo indenizar o prejudicado, caso haja danos indevidos.
O STF também decidiu que a proibição de divulgação de pesquisas eleitorais 
quinze dias antes do pleito é inconstitucional (Adin 3.741). Assim, é permitida 
a divulgação de pesquisas eleitorais a qualquer momento antes do pleito.
Além disso, o direito à informação não é absoluto, podendo haver sigilo 
quando este for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (confira 
a Lei nº 12.527).
Esquematizando:
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x Liberdade de consciência, crença e culto
o Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa, filosófica ou 
políticaƒ Salvo se as invocar para eximir-se de obrigação a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa
o A lei deve proteger os locais de culto, liturgias e cerimônias (eficácia LTDA)ƒ Liberdade de culto (eficácia plena)
o Assegurada prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva
x Liberdade de manifestação dopensamento (art. 50, IV)
o Vedado o anonimato
o Assegura o direito de resposta proporcional ao agravo e indenização em caso de 
dano (art. 50, V)
o Não precisa diploma para ser jornalista
o Vedado instauração de Inquérito - exclusivamente com base em denúncia anônima
Policial ou Denúncia - quando a conduta é atípica (HC 82.969)x Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação e 
indenização em caso de danos 
o Não precisa de licença 
o Independente de censura
o Se causar dano, tem que indenizar
x Inviolabilidade domiciliar
o Salvo por 1 – Consentimento: dia e noite, com ou sem ordem judicial
2 - Flagrante delito, desastre ou prestar socorro: dia e noite, com ou 
sem ordem judicial
3 - Determinação judicial - Regra: durante o DIA
- Exceção: Para instalar escuta policial 
PODE a noite (com autorização judicial)
o Casa = domicílio, escritório, garagens, consultório médico, quarto de hotel...ƒ Qualquer lugar restrito ao públicox Liberdade de profissão
o Atendidas as qualificações que a lei estabelecer (eficácia Contida)
x Liberdade de informação: 
o Acesso a informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional
o Não é absoluto: segurança da sociedade e do Estado (Lei 12.527)
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x Liberdade de locomoção
Todos podem entrar, permanecer e sair do país com seus bens, nos termos da 
lei e em tempos de paz. No entanto, esse direito pode sofrer restrições nos 
Estados de Defesa e de Sítio.
x Requisição
Em regra, o Estado não pode se utilizar da propriedade de alguém. O direito de 
propriedade é bastante precioso para as pessoas. No entanto, 
excepcionalmente, em caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar da propriedade particular. Essa utilização pode ser 
feita sem autorização judicial, devido à urgência (iminente perigo público).
Caso haja algum dano, é assegurada indenização ao proprietário dos bens 
utilizados. No entanto, essa indenização é sempre posterior ao uso e 
somente ocorrerá se houver dano ao patrimônio do particular, não sendo 
cabível indenização somente pelo uso da propriedade.
x Direito de herança e estatuto sucessório
Todos possuem o direito de herança. Caso o “de cujus” (o morto) seja 
estrangeiro, a Constituição dá uma “colher de chá” para os herdeiros e prevê 
que deve ser aplicada a lei mais favorável: ou do Brasil ou a do de cujus.
Ressalta-se que pode haver imposto sobre a herança e que tal tributo é de 
competência estadual.
x Direito de propriedade intelectual, industrial e de direitos autorais
A CF88 assegura a todos o direito de propriedade intelectual, industrial e de 
direitos autorais. No entanto, algumas regras devem ser seguidas:
1- A propriedade intelectual e de direitos autorais é permanente para 
o autor e temporária para os sucessores.
2- Já a propriedade industrial é sempre temporária.
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x Direito de reunião em locais abertos ao público
A Constituição assegura que todas as pessoas podem se reunir em locais 
abertos ao público (ex: passeatas e manifestações). No entanto, essa reunião 
deve seguir 3 regras:
1- Ser pacífica.
2- Sem armas.
Desse dispositivo, decorre o fato de que uma reunião de policiais
manifestando pelo seu direito de greve ou por melhores salários, por 
exemplo, deve ser sem armas.
3- É necessário o aviso prévio às autoridades competentes. 
ATENÇÃO: não é preciso pedir AUTORIZAÇÃO e sim apenas o 
aviso prévio para preparação antecipada do poder público, como 
organização, policiamento, desvio de trânsito etc. O aviso prévio serve 
também para que não se frustre outra reunião que esteja 
anteriormente agendada para o mesmo local.
O direito de reunião pode ser restringido no Estado de Defesa e suspenso no 
Estado de Sítio e, caso seja violado, o remédio correto a ser utilizado é o 
mandado de segurança (geralmente, as questões de prova dizem que é 
habeas corpus, cuidado!).
x Sigilo de correspondência, comunicações telegráficas, de dados e 
telefônicas
O artigo 5º, XII versa que “é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Se fizermos uma leitura desatenta deste inciso, podemos chegar a uma 
conclusão errônea de que somente o sigilo das comunicações telefônicas pode 
ser quebrado. No entanto todos os sigilos podem ser relativizados e não 
apenas o das comunicações telefônicas.
Além disso, os sigilos de correspondência e comunicações podem ser restritos
nos Estados de Sítio e de Defesa (art. 139, III e 136, § 1º, I).
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Uma observação bastante curiosa: o contraditório e ampla defesa são 
POSTERIORES à quebra dos sigilos.
Contraditório e ampla defesa são duas garantias constitucionais que 
estabelecem que todos os que estão sendo acusados de alguma 
irregularidade possuem o direito de responder às acusações, ou seja, de 
contestar as acusações e dar a sua versão dos fatos. Além disso, todos 
têm o direito de produzir as provas da maneira mais ampla possível 
(desde que de acordo com a lei).
No entanto, quando acontecem algumas quebras de sigilo, o contraditório e 
a ampla defesa ocorrem somente após a quebra. Imagine só um 
traficante sendo investigado pela polícia. É óbvio que primeiro se faz a quebra 
do sigilo das comunicações para somente depois ser oferecido o contraditório e 
a ampla defesa ao traficante. Caso ocorresse o contrário, o criminoso já 
saberia de antemão que estaria sendo investigado e as investigações restariam 
frustradas.
o Sigilo das comunicações telefônicas
Quando se fala em quebra das comunicações telefônicas, está se falando 
em “grampo”. Assim, por ser a intimidade um direito bastante sensível, a 
CF88 estabelece que as comunicações telefônicas podem ser quebradas
apenas:
1- Por ordem Judicial E
2- Somente para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal.
Além disso, pode-se usar uma prova legalmente autorizada e gerada em 
processo criminal para instruir processo administrativo ou civil.
Atenção: em âmbito administrativo ou civil JAMAIS poderá haver 
a quebra do sigilo das comunicações. No entanto, se a prova for 
legalmente gerada em processo criminal, pode-se aproveitá-la para 
instruir processo administrativo ou civil.
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Por fim, devemos distinguir três conceitos:
x Interceptação telefônica: é a gravação da conversa feita por 
um terceiro. Ex: por ordem judicial, um policial grava a conversa 
entre duas pessoas (“A” e “B”).
x Escuta telefônica: é a gravação da conversa feita por um 
terceiro, mas com o conhecimento de apenas um dos 
interlocutores. Ex: “A” grava uma conversa entre “B” e “C”, mas 
com o conhecimento apenas de “B”.
x Gravação telefônica: é a gravação da conversa feita por um 
dos interlocutores do diálogo, sem a ciência ou o conhecimento 
do outro. Ex: “A” grava a conversa que teve com “B” sem que 
este saiba que está sendo gravado.
A ESCUTA e a GRAVAÇÃO telefônicas, por não serem interceptação em 
sentido estrito, a depender do caso concreto, podem ser usadas 
como provas lícitas e independente de ordem judicial (legítima defesa, 
por exemplo).
o Sigilo bancário
O sigilo bancário pode ser quebrado por:
1- Juiz
2- CPI
Quanto à CPI, esta, ao quebrar o sigilo bancário de alguém, tem que 
fundamentar em fatos específicos ea quebra deve ter duração 
determinada.
Duas observações importantíssimas:
1- O Ministério Público não pode quebrar o sigilo bancário.
Deve haver ordem judicial (Inq. 2.245, Rel Min Joaquim Barbosa).
No entanto, ressalta-se o fato de que já houve um caso em que o 
STF afastou seu entendimento tradicional sobre a incompetência 
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do MP em determinar a quebra do sigilo bancário para permiti-la, 
visando proteger o patrimônio público (MS 21.729/DF).
2- Autoridades Tributárias também NÃO PODEM quebrar sigilo 
bancário.
Existe bastante discussão acerca da possibilidade das autoridades 
tributárias realizarem a quebra do sigilo bancário em 
procedimentos fiscais. Observe o art. 6º da Lei Complementar 105: 
“As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar 
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os 
referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, 
quando houver processo administrativo instaurado ou 
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente.”
No entanto, o STF já decidiu que “Conflita com a Carta da 
República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte 
na relação jurídico-tributária – o afastamento do sigilo de 
dados relativos ao contribuinte” (RE 389.808).
Apesar de a decisão do STF ter sido somente para o caso concreto, 
possuindo validade apenas para as partes do processo, a melhor 
doutrina entende que o posicionamento já é no sentido de não 
permitir que as autoridades tributárias quebrem o sigilo 
bancário.
Por fim, o Supremo Tribunal Federal entende que é possível a interceptação 
de carta de presidiário pela administração penitenciária, por questões de 
segurança pública.
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x Direito de associação
Outra proteção dos cidadãos frente ao Estado é que a Constituição assegura o 
direito de associação, independente de autorização do Estado.
No entanto, essa liberdade não é plena: são vedadas associações de 
caráter paramilitar. Associações paramilitares são corporações particulares 
de cidadãos armados, fardados e adestrados, que não fazem parte do exército 
ou da polícia de um país.
Aqui, devemos fazer uma distinção que não é tão importante para fins de 
provas, mas é de extrema relevância para a compreensão da matéria:
o Associação: reunião de um grupo de pessoas ou de entidades em busca 
de interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, filantrópicos, 
científicos, políticos ou culturais.
o Cooperativa: associação com fins econômicos e participação no 
mercado.
Para que as pessoas se reúnam em forma de cooperativas, não é necessária 
autorização do Estado, desde que seja na forma da lei.
Já para que as pessoas se reúnam em forma de associações, não é 
necessária autorização do Estado e nem de ser na forma da lei. É também 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
Uma outra observação importante: a única forma de se DISSOLVER 
COMPULSORIAMENTE uma associação é por sentença judicial transitada 
em julgado.
ATENÇÃO: pode-se SUSPENDER as atividades de uma associação por ordem 
judicial (não precisa estar transitada em julgado), mas para DISSOLVÊ-LA 
COMPULSORIAMENTE, somente por sentença judicial transitada em julgado.
o Associações: Representação e Substituição Processual
Para entendermos esses dois institutos do direito, devemos antes 
entender o conceito de Legitimidade Ativa: é a capacidade de pedir o 
direito em juízo (capacidade de entrar com a ação).
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Em regra, somente pode-se entrar no judiciário para proteger direito 
próprio (em nome próprio). Assim, somente o “dono” do direito pode 
entrar com uma ação no Poder Judiciário, ou seja, somente o “dono” do 
direito possui a legitimidade ativa. No entanto, existem dois institutos 
que são exceções a essa regra: a representação e a substituição 
processual.
A representação processual ocorre quando alguém age para 
defender direito alheio em nome alheio. Nesse caso, o representado 
precisa dar uma autorização expressa para o seu representante.
Já a substituição processual ocorre quando se age para defender 
direito alheio em nome próprio. Nesse caso, não é necessária uma 
autorização expressa do representado.
Pois bem, as associações podem representar os seus associados. 
Lembre-se de que é necessária autorização expressa e específica, pois é 
caso de representação processual. No entanto, não se precisa de 
autorização expressa de cada associado individualmente, podendo tal 
autorização ser feita em assembleia.
Outra observação importante é que as associações podem representar o 
associado nas esferas civil e administrativa, judicial e extrajudicial, mas 
não podem representar o associado em direito penal.
Além disso, as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano 
e em defesa de seus membros e associados podem impetrar o mandado 
de segurança coletivo. Nesse caso (e somente nesse), a associação 
será substituta processual, não precisando de autorização dos 
associados, bastando uma autorização genérica no estatuto.
Por último, o sindicato é substituto processual irrestrito na defesa de 
direitos dos trabalhadores.
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x Direito de informação de órgãos públicos
A Constituição Federal assegura a todos o direito de receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou geral, por 
exemplo: informações sobre licitações e contratos públicos. No entanto, o 
Poder Público pode fazer sigilo se a informação for necessária à segurança da 
sociedade e do Estado.
Atenção: O direito de informação de órgãos públicos é diferente do direito de 
petição ou de certidão (os próximos direitos a serem estudados). Cuidado para 
não confundir!
x Direito de petição e obtenção de certidões
A Constituição assegura o direito de qualquer pessoa, física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira, de obter certidões em repartições públicas em defesa 
de direitos ou esclarecimentos de interesse pessoal; ou ainda, de peticionar
(pedir) aos mesmos em defesa de seus direitos ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder. Esse direito pode ser exercido independentemente de taxas ou 
de advogado e é um remédio administrativo.
O prazo para que a Administração emita as certidões é, em regra, de 15 dias
(Não confunda com o prazo de 20 dias para as informações da lei de acesso à 
informação) e, caso a mesma não se manifeste, o remédio judicial correto para 
proteger o direito será o Mandado de Segurança (cuidado! Muitas
questões de prova dizem que é o habeas data!).
ATENÇÃO: Direito petição e certidão é diferente de capacidade postulatória.
Esta última é a capacidade que o advogado tem de “conversar com o juiz”/agir 
em juízo. Dessa forma, em regra, para que possamos entrar com alguma ação 
no judiciário, devemos fazê-lo por meio de um advogado, pois esse é o único 
que possui a capacidade de agir em juízo (capacidade postulatória).
o Depósito prévio da quantia questionada: VEDADO (não pode)
O STF entende que é vedado o depósito prévio da quantia questionada 
para se entrar com recurso administrativo (súmula vinculante 21) e 
também para que o particular discuta a exigibilidade de crédito tributário 
com uma ação no judiciário (súmula vinculante 28).
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Explicando melhor, caso um particular esteja disputando com o Estado 
sobre alguma quantia (exemplo, uma multa) e pretenda entrar com um 
recurso administrativo, ele não precisa pagar previamente a quantia 
questionada. Dessa forma, ele pode primeiro entrar com o recurso, para, 
somente se perder, pagar a quantia questionada. 
O mesmo entendimento vale para as ações no judiciário em que se 
discuta exigibilidade de crédito tributário.
Esquematizando:
x Direito de informação de órgãos públicos
o Receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou geralƒ Não é direito de petição nem de certidão.ƒ Poder público pode fazer sigilo se a informação for necessária à segurança da 
sociedade e do Estado
o Ex: informação sobre licitações e contratos
x Direito de petição e obtenção de certidões
o Direito de qualquer pessoa - Física ou jurídica
- Nacional ou estrangeira
o Independente de taxas
o Não precisa de advogado
o É um remédio administrativo
o Petição – aos poderes públicos - Em defesa de direitos
- Contra ilegalidade ou abuso de poder
o Certidões – em repartições - Defesa de direitos
públicas, para - Esclarecimentos de situações de interesse pessoalƒ Prazo das certidões: 15 diasƒ Se a Administração não se manifestar: MS e não HD
o Direito petição e certidão é diferente de capacidade postulatória (advogado)
o Depósito prévio da quantia • Para RECURSO ADMINISTRATIVO
 questionada: VEDADO - Súmula Vinculante 21
• Para o acesso ao Judiciário
- Exigibilidade de crédito tributário: O Estado não 
pode exigir depósito prévio para que o particular
entre com a ação no judiciário.
- Súmula vinculante 28
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x Princípio do Juiz Natural
A CF88 estabelece que: 
- ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente;
- não haverá juízo ou tribunal de exceção; (Se um tribunal não assegurar 
as garantias constitucionais às partes em litígio, ele será considerado 
tribunal de exceção).
Assim, a Constituição protege o cidadão porque assegura que todos saibam 
qual será a autoridade julgadora (o foro competente) antes mesmo de 
se entrar com uma ação no Poder Judiciário.
Por exemplo: imagine que José cometa um crime que choque toda a população 
nacional e que cause grave comoção de toda a nação. Imagine também que se 
queira criar um Tribunal somente para julgar esse tipo de crime. O princípio do 
Juiz Natural assegura que José não poderá ser julgado por esse novo Tribunal, 
uma vez que sua condenação seria quase certa, pois todos estão comovidos e 
a autoridade julgadora não seria imparcial.
Assim, o Tribunal de exceção é aquele no qual há um órgão julgador que 
não respeita os direitos do acusado, como o contraditório e a ampla defesa. 
xxx
Outro exemplo: imagine que haja um crime de estupro que comova todo o 
país. O correto é que o réu seja julgado pelo juiz criminal do local onde o crime 
foi cometido. 
Agora imagine que a repercussão foi tamanha que o governo (após o 
cometimento do crime) resolveu criar um tribunal só para julgar o réu e esse 
tribunal é composto por parentes da vítima e defensores dos direitos das 
mulheres.
Pergunta: o tribunal será imparcial?
NUNCA NESSA VIDA!
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Assim, esse tribunal seria um tribunal de exceção, pois não respeitaria os 
direitos do réu: além de não ser imparcial, ele ainda foi criado depois do crime 
(desrespeitando o princípio do juiz natural).
xxx
Dessa forma, essa garantia constitucional assegura que as regras de 
julgamento e processo não sejam mudadas durante o jogo. No primeiro
exemplo, José será julgado por um Juiz Criminal de primeira instância (se for o 
caso) e não por um Tribunal criado somente para julgá-lo.
Outra observação: o princípio do juiz natural não é válido somente para o 
Judiciário, mas também para o Legislativo nas causas em que for julgador (Ex: 
Senado Federal julga o Presidente da República por crime de 
responsabilidade).
x Princípio da inafastabilidade da jurisdição
O princípio da inafastabilidade da jurisdição também possui outros nomes: 
direito de ação, princípio do livre acesso ao judiciário, princípio da 
ubiquidade da justiça.
Ele está previsto no art. 5º, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Assim, esse princípio é uma garantia constitucional de que qualquer lesão ou 
ameaça a qualquer direito pode ser apreciada pelo Poder Judiciário. Isso 
garante que qualquer pessoa que teve seu direito lesado ou ameaçado pelo 
Estado ou por outro particular possa buscar a reparação ou proteção no Poder 
Judiciário.
ATENÇÃO: esse direito não se confunde com o direito de petição.
Em decorrência dele, não é preciso que se peça primeiro um direito 
administrativamente (na Receita Federal, INSS etc.) para só depois se recorrer 
ao judiciário. Qualquer um pode, então, entrar diretamente com a ação no 
juízo competente (Poder Judiciário), sem precisar pedir primeiro nas vias 
administrativas.
Dessa forma, caso o direito de alguém esteja sendo ameaçado por um ato do 
Estado, via de regra, pode-se entrar no Judiciário mesmo sem ter 
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entrado administrativamente. A isso, dá-se o nome de ausência da 
jurisdição condicionada ou ausência da instância administrativa de 
curso forçado.
Além disso, em regra, a opção pela via judicial implica renúncia tácita à 
via administrativa e o processo se extingue no estado em que se 
encontrar. Dessa forma, se alguém estiver discutindo um direito em âmbito 
administrativo, ela poderá entrar no judiciário quando bem entender. No 
entanto, caso entre no judiciário, o processo administrativo será extinto no 
estado em que se encontrar.
Excepcionalmente, exige-se a utilização primária da via administrativa para, 
somente depois, se poder entrar com a ação no Poder Judiciário. Isso se 
chama jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso 
forçado e ocorre em 3 casos:
1- Justiça desportiva
2- Habeas Data
3- Reclamação ao STF de ato que contrarie Súmula Vinculante
Além disso, o princípio da inafastabilidade da jurisdição não exclui a 
possibilidade da arbitragem, onde as partes escolhem um “juiz” (árbitro) para 
julgar a causa. Esse processo costuma ser mais rápido que os processos que 
correm no Poder Judiciário e possui algumas regras específicas (que não caem 
em Direito Constitucional – Ufa! Rsrsrsrs)
o O Poder Judiciário não pode adentrar em:
1- Atos interna corporis (Ex. Regimento Interno das Casas 
Legislativas).
Exemplo: se durante o processo legislativo (o procedimento que 
“fabrica” uma lei), ocorrer violação ao Regimento Interno da Casa 
Legislativa, em regra, o Poder Judiciário não poderá apreciar essa 
violação, pois isso fere a separação dos poderes.
Por outro lado, se o ato ferir, ao mesmo tempo, o Regimento Interno 
da Casa Legislativa e a Constituição Federal, aí sim, caberá 
intervenção do Poder Judiciário. Isso acontece não porque o ato violou 
o Regimento Interno, mas sim porque ele violou a Constituição.
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2- Discricionariedade administrativa (conveniência e oportunidade).
Por exemplo: a nomeação para um cargo em comissão ou função 
comissionada não pode ser apreciada pelo poder judiciário quanto ao 
mérito. Quem decide quem deve ou não ser nomeado para a função 
é o Administrador. 
Por outro lado, os referidos atos podem ser apreciados quanto à 
legalidade.
o Taxa judiciária calculada sobre o valor global da causa
Em regra, para seentrar com uma ação no Poder Judiciário e se obter 
uma prestação jurisdicional, deve-se pagar uma taxa. Essa taxa se 
chama taxa judiciária e é calculada sobre o valor da causa. Dessa 
forma, quanto maior for o valor da causa, maior será a taxa cobrada 
para a prestação jurisdicional.
No entanto, a taxa judiciária não pode ter um valor ilimitado para 
que o Estado não enriqueça ilicitamente. Assim, ela deve ter um valor 
máximo (Não se preocupe com esse valor. Ele não é assunto da sua 
prova de Direito Constitucional).
x Limites à retroatividade da lei
A Constituição assegura que “a Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada.”
De forma bem resumida:
o Direito adquirido: é aquele direito que já foi incorporado ao patrimônio 
jurídico de uma pessoa, independentemente de já ter sido exercido ou não. 
Exemplo: se uma pessoa já cumpriu todos os requisitos para se aposentar, 
mesmo que ela não tenha efetivamente se aposentado, ela já tem o direito 
adquirido à aposentadoria;
o Ato jurídico perfeito: é aquele que cumpriu todos os requisitos para seu 
aperfeiçoamento, segundo a lei vigente à época que se realizou; 
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o Coisa julgada: é aquela ação que o poder judiciário já julgou e contra a 
qual não cabe mais recurso.
Dessa forma, essa garantia constitucional confere a segurança jurídica para 
os cidadãos, garantindo que nem mesmo uma lei poderá ferir um desses três 
itens.
Uma observação importante é que não se alega direito adquirido frente 
ao:
1- Poder Constituinte Originário: assim, uma nova Constituição não 
precisa respeitar o direito adquirido. Ela é ilimitada.
Lembre-se que uma Emenda Constitucional (fruto do Poder 
Constituinte Reformador ou Revisor) não pode desrespeitar o direito
adquirido, nem o ato jurídico perfeito e nem a coisa julgada.
2- Criação ou aumento de tributos: ninguém tem o direito adquirido 
de não pagar impostos (tributos).
3- Mudança de padrão monetário.
4- Regime jurídico de Servidor
Uma breve exceção à irretroatividade é que a lei penal pode retroagir para 
beneficiar o réu. Assim, se a sociedade edita uma lei apenando um crime 
com uma pena mais branda, não há sentido em manter uma pena mais severa 
para aqueles que praticaram o crime antes da nova lei.
Ao contrário, a lei não pode retroagir para prejudicar o réu. Assim, se a 
sociedade edita uma lei apenando um crime com uma pena mais severa, essa 
pena mais grave não pode ser aplicada a quem praticou o crime antes da lei.
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x Limites à retroatividade da LEI
o Não pode prejudicar o - Direito adquirido
- Coisa julgada
- Ato jurídico perfeito
o Não se alega direito - Poder Constituinte Originário
adquirido face ao - Criação ou aumento de tributos
- Mudança de padrão monetário
- Regime jurídico de Servidor
o Pode alegar Direito Adquirido frente ao Poder Constituinte Reformador (EC) e Revisor
o Lei penal retroativa para beneficiar: Pode
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x Direito de propriedade
O direito de propriedade é um direito de primeira geração e, na época de seu 
surgimento (durante o liberalismo econômico), era quase que considerado um 
direito absoluto.
Assim, o dono da propriedade podia usar de seus bens da maneira como bem 
entendesse, não importando se isso era bom ou ruim para a sociedade.
Com o passar do tempo, o direito de propriedade não é mais considerado 
um direito absoluto. Por exemplo: a sociedade não tolera mais que exista 
um latifúndio improdutivo quando existem milhares de pessoas passando 
fome.
Assim, o direito de propriedade pode sofrer uma série de restrições, como por 
exemplo:
1- Necessidade ou utilidade pública;
2- Requisição administrativa;
3- Requisição de bens no Estado de Sítio;
4- Desapropriação;
5- A propriedade deve cumprir a sua função social.
Função social da propriedade urbana: cumprir o plano diretor.
Função social da propriedade rural: CF Art. 186. A função social é 
cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos 
seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II -
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação 
do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores.
o Desapropriação
A desapropriação é uma forma de relativização (diminuir o alcance) do 
direito de propriedade. Ela pode ocorrer por três motivos: Interesse 
social, necessidade pública ou utilidade pública.
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Em regra, a indenização será sempre em dinheiro, justa e prévia.
No entanto, caso a propriedade não esteja cumprindo a sua função 
social, poderá haver dois tipos de desapropriação:
1- Desapropriação confiscatória: ocorre quando a terra é usada para 
o cultivo de plantas psicotrópicas. Nesse caso, não haverá 
indenização e as terras serão destinadas ao assentamento de 
colonos.
Não confundir com a “desapropriação urbananística” ou com a 
“desapropriação rural”
2- Desapropriação sanção: nesse tipo de desapropriação, a 
indenização deve ser justa e prévia. No entanto, ela não será em 
dinheiro e sim em títulos da dívida do governo, garantida a 
preservação de seu valor real.
a) Desapropriação Urbanística: feita pelo município em imóveis 
urbanos. Nesse caso, a indenização será feita em títulos da 
dívida pública resgatáveis em até 10 anos.
Na propriedade urbana, a desapropriação-sanção é a última 
medida: antes, tem IPTU progressivo e parcelamento ou 
edificação compulsória
b) Desapropriação Rural: feita pela União em imóveis rurais e 
sempre para reforma agrária (por interesse social). Essa 
modalidade de desapropriação é paga em títulos da dívida 
agrária resgatáveis a partir do segundo ano de sua emissão 
e em até 20 anos.
As benfeitorias úteis e necessárias são indenizadas em 
dinheiro.
Não se pode desapropriar para reforma agrária a propriedade 
produtiva e nem a pequena e média propriedade rural, desde que 
seu proprietário não tenha mais nenhuma outra propriedade 
rural.
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II. PRINCIPAIS DIREITOS E GARANTIAS 
EM DIREITO PENAL
x Presunção de inocência
Meus caros Técnicos do Seguro Social, a CF versa, em seu art. 5º, LVII 
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória”. Dessa forma evita-se que alguém seja considerado 
culpado e tenha seus direitos restringidos antes que essa pessoa seja 
condenada de forma definitiva.
Em decorrência desse princípio, a condenação criminal RECORRÍVEL não pode 
impedir participação de candidato em concursos públicos ou cursos de 
formação (RE 565.519).
x Segurança Jurídica em matéria criminal (Legalidade e anterioridade da 
lei penal incriminadora)
A Constituição nos diz, em seu art. 5º, XXXIX: “não há crime sem lei anterior 
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Dessa forma, para que 
alguém seja condenado por algum crime, é necessário que haja uma lei 
anterior ao cometimento do ato prevendo que aquela conduta é considerada 
criminosa pela sociedade. Essa exigência evita abusos por parte do Estado.
x Irretroatividade da lei penal in pejus
A lei penal que apenar um crime com uma pena mais grave não deve ser 
aplicada aos que cometeram o mesmo crime quando a lei era mais branda.Assim, a lei penal in pejus (que prejudica/que é mais grave) não pode 
retroagir, devendo ser aplicada sempre prospectivamente (daqui para frente).
Uma observação deve ser feita quanto ao crime permanente. Nesse caso, 
aplica-se a lei mais grave. Explica-se: o crime permanente é aquele que se 
prolonga durante o tempo. Exemplo: o sequestro. Esse crime é cometido não 
só no momento da captura, mas também durante todo o tempo em que 
alguém fica sequestrado. Nesse caso, havendo a edição de uma lei que 
estabeleça uma pena mais grave para o crime de sequestro, o criminoso será 
apenado pela nova lei, ou seja, com a pena mais grave. Isso ocorre não 
porque a lei penal retroagiu, mas sim porque o crime foi cometido 
durante a vigência da lei mais severa.
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O mesmo ocorre para os crimes continuados: se forem cometidos durante a 
vigência da nova lei mais grave, será aplicada essa nova lei mais grave. O 
crime continuado ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro.
x Quanto à Prisão
A CF88 nos traz que alguém somente pode ser preso em duas situações: 
1- Em flagrante delito; ou
2- Por ordem fundamentada de Juiz. Atenção: não é sentença 
transitada em julgado! É sentença FUNDAMENTADA!
Ainda quanto a esse direito, o art. 5º, LXVII diz que não haverá prisão civil por 
dívida, salvo a:
a) do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia; e
b) do depositário infiel.
No entanto, a única hipótese de prisão civil por dívida em nosso ordenamento 
jurídico é o inadimplemento voluntário e inescusável de pensão 
alimentícia.
Mas a prisão do depositário infiel não está prevista na Constituição?
Sim. Está. Mas, segundo o entendimento do STF, o Pacto de San José da 
Costa Rica (apesar de não ter revogado a Constituição) por ter status 
supralegal, tornou inaplicável toda a legislação que previa a prisão do 
depositário infiel. Assim, o depositário infiel não é mais considerado 
hipótese de prisão civil por dívida.
Por fim, deve ser feita uma observação quanto ao uso de algemas. O 
Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11, que diz o 
seguinte:
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
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disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do 
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”
x Tribunal do Júri
O Tribunal do Júri possui a competência constitucional de julgar todos os 
crimes dolosos (com intenção de matar) contra a vida, salvo foro especial 
estabelecido pela Constituição FEDERAL.
Dessa forma, o foro especial não pode ser estabelecido somente pela 
Constituição Estadual, devendo ser estabelecido pela Constituição FEDERAL. 
Assim, a Constituição Estadual não pode retirar competência do Tribunal do 
Júri.
São ainda características do Tribunal do Júri: sigilo das votações, plenitude 
de defesa e soberania dos veredictos.
Como dito, se o réu tiver prerrogativa de função (foro especial), ele será 
julgado pelo foro especial e não pelo Tribunal do Júri (exemplo: deputados e 
senadores são julgados pelo STF).
Ainda quanto ao foro privilegiado, caso haja corréu (mais de um réu ao mesmo 
tempo) e um deles tiver foro especial e o outro não: o processo deverá ser 
desmembrado e cada um julgado pelo foro que lhe couber.
x Práticas discriminatórias
A Constituição Federal estabelece que as práticas discriminatórias deverão ser 
punidas por lei: “art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais”.
x Proibição de tortura (art. 5º, III)
CF art. 5º, III: “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante”. Assim, nem mesmo os crimes hediondos podem 
ser apenados com tortura, por mais horríveis ou cruéis que sejam.
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x Racismo x H3T x Ação de Grupos armados
o Racismo: o racismo é considerado um crime inafiançável,
imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Seu conceito deve ser 
considerado de forma ampla, como qualquer forma de distinção e não 
apenas quanto a distinções raciais.
o A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático é considerada um crime 
inafiançável e imprescritível.
o H3T – Crimes Hediondos, Tortura, Tráfico e Terrorismo: são crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. Por outro lado, estes 
crimes são prescritíveis.
Entendendo melhor: a fiança é um instrumento jurídico onde o réu pode 
responder o processo em liberdade, mediante pagamento de um 
determinado valor e cumprimento de determinadas obrigações. Assim, 
mediante pagamento da fiança, é concedida liberdade provisória ao réu. Ela 
está regulamentada nos arts. 321 a 350 do Código de Processo Penal.
A CF prevê no art. 5º, LXVI que ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Dessa forma, existem alguns crimes que são afiançáveis e outros que não o 
são. A CF prevê expressamente como crimes inafiançáveis o H3T, o 
racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático.
Esquematizando:
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x Tribunal do Júri
o Julga crimes dolosos contra a vidaƒ Salvo foro especial estabelecido pela CFx O foro especial não pode ser estabelecido somente pela CE, devendo 
ser estabelecido pela CF.x A Constituição Estadual não pode retirar competência do Tribunal do Júri
o Possui - Sigilo das votações
- Plenitude de Defesa
- Soberania dos veredictos
o Quando um dos réus tem prerrogativa de foro e os outros não (em processos 
“comuns”):ƒ Regra: julga SEPARADOƒ Exceção: pode julgar junto se for trazer prejuízo relevante à prestação 
jurisdicionalƒ Inq 3515/SP
o Se o réu tiver prerrogativa de função em processos do tribunal do Juriƒ Sai do Juriƒ A Constituição Estadual não pode retirar competência do Tribunal do Júriƒ Ex: deputados e senadores são julgados pelo STFƒ Se houver corréu: desmembra o processo se 1 deles tem prerrogativa de 
função e o outro não 
x Racismo x H3T x Ação de Grupos armados
o Racismoƒ Inafiançável e imprescritívelƒ Conceito amplo: qualquer forma de distinçãoƒ Sujeito à pena de reclusão
o Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democráticoƒ Inafiançável e imprescritível
o H3T – Crimes Hediondos, Tortura, Tráfico e Terrorismo ƒ Inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistiaƒ São prescritíveis
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x Pena
Segundo a Constituição, a pena deve ser sempre individualizada, ou seja, não 
deve passar da pessoa do acusado. Além disso, é vedado pena de:
o Caráter perpétuo (penal cível e administrativa);
o Banimento;
o Trabalhos forçados;
o Cruéis;
o Morte, salvo em caso de guerra declarada.
A Carta Magna estabelece também, no inciso XLVI do art. 5º, alguns tipos de 
penas (esta lista não é exaustiva):
o Privação ou restrição da liberdade; 
o Perda de bens; 
o Multa; 
oPrestação social alternativa; 
o Suspensão ou interdição de direitos. 
x Direitos dos presos
Os presos possuem direito a:
o Integridade física e moral;
o A mãe pode amamentar os filhos durante o período de lactação;
o Comunicação da prisão e o local onde o preso está ao Juiz e à
pessoa indicada. Apesar desse direito, a omissão da comunicação à 
autoridade competente NÃO é, por si só, causadora da ilegalidade 
da prisão.
o Informação dos direitos dos presos entre os quais o de 
permanecer calado (direito ao silêncio), sendo-lhe assegurada 
a assistência da família e de advogado;
Do direito ao silêncio deriva o princípio nemo tenetur se 
detegere, ou seja, o direito que o acusado tem de não produzir 
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prova contra si mesmo. Ele não está expressamente previsto na 
CF, mas a melhor doutrina diz que ele deriva do direito ao silêncio, 
previsto no art. 5º, LXIII. Ele se aplica tanto ao direito penal, 
quanto aos acusados em geral nas esferas cível e 
administrativa.
Em decorrência desse princípio, não é admitida a determinação 
judicial que obriga a condução de réu a laboratório para coleta de 
material necessário ao exame de DNA em ação de investigação de 
paternidade.
o Pode haver progressão de pena antes do trânsito em julgado caso 
haja morosidade da justiça.
o Pode haver identificação criminal (o famoso “tocar piano”) se o 
sujeito não for identificado civilmente, ou, mesmo civilmente 
identificado em alguns casos, nos termos da lei.
o A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária.
o Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
o Identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial.
x Ação penal privada subsidiária da Pública
A regra é que a titularidade da ação penal é do Ministério Público (MP). 
Assim, o MP é o “dono” da ação penal e ela é PÚBLICA. No entanto, em caso 
de inércia do MP em entrar com a ação penal ou em dar andamento à mesma, 
caberá a ação penal privada subsidiária da pública. Entretanto, a referida 
ação não retira o caráter privativo da ação penal pública (que é do Ministério 
Público).
Exemplo 1: o crime de homicídio é um crime de ação penal pública. Caso seja 
instaurada uma ação penal por este crime, ela sempre será pública e o MP 
sempre será o titular da ação. Dessa forma, ainda que a família da vítima 
acompanhe os atos processuais, ajude o Ministério Público e a polícia ou até 
mesmo não queira que a ação seja instaurada, o “dono da ação” sempre será o 
parquet (MP), sendo ele quem decide sobre a instauração da ação e quem
pratica os atos processuais.
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No entanto, caso o Ministério Público seja desidioso na propositura ou na 
condução da ação, aí sim caberá a ação penal privada subsidiária da pública.
Exemplo 2: a calúnia é um crime de ação penal privada. Para que alguém seja 
processado por este crime, o ofendido deve entrar com a ação penal contra o 
agressor, não podendo o MP instaurar a ação sozinho.
Para a sua prova de Direito Constitucional, não é necessário saber quais crimes 
são de ação penal pública ou privada, bastando as informações colocadas aqui.
x Devido processo legal 
A CF88 traz em seu art. 5º:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes;
Dessa forma, o devido processo legal é uma garantia ao cidadão de que ele 
não será privado de direitos sem que haja um processo para que ele se 
defenda e ofereça seu ponto de vista e a sua versão para os fatos.
Importante ressaltar que, em regra, possuem esses direitos os litigantes em 
processo judicial (penal ou civil) ou administrativo. Entretanto, não possuem 
ampla defesa e contraditório: Inquérito policial, CPI e Sindicância que 
implique em Processo Administrativo Disciplinar.
Explica-se: o inquérito policial é um procedimento investigativo feito pela 
polícia para coletar provas que embasarão a ação penal. Assim, ele é anterior 
à propositura da ação penal. Dessa forma, o inquérito policial é um 
procedimento inquisitório e não possui a ampla defesa e o contraditório porque 
eles serão oferecidos ao acusado durante a ação penal.
Já a CPI possui o único objetivo de apurar fatos. Ela não processa, julga ou 
aplica penalidades a ninguém. Assim, não são necessários o contraditório e a
ampla defesa se alguém não pode ter seus direitos restringidos. Por outro lado, 
caso a CPI encaminhe as suas conclusões para o Ministério Público e este inicie 
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uma ação penal, aí sim, serão oferecidos o contraditório e a ampla defesa (na 
ação penal e não na CPI).
Já a sindicância que implique em PAD não possui o contraditório e ampla 
defesa, pois estes serão oferecidos no decorrer do PAD.
Além disso, o devido processo legal deve ser encarado de duas formas:
o Devido processo legal formal – se refere ao processo
(procedimento) em si. Assim, o procedimento que priva alguém de 
sua liberdade ou de seus bens deve ser devidamente 
regulamentado.
o Devido processo legal substantivo ou material – além de ser 
regulamentado, o processo deve ser realmente capaz de oferecer o 
contraditório e a ampla defesa e os meios de produção de provas 
pertinentes.
Por fim, em âmbito administrativo, não é necessário que as partes sejam 
representadas por um advogado. No entanto, salvo os casos previstos em lei, 
o advogado é indispensável para o acesso ao judiciário (penal ou civil).
x Provas ilícitas
A Constituição estabelece que não são admitidas provas obtidas por meio 
ilícito. Essa garantia serve para se evitar que, na busca desenfreada por meios 
de prova, se viole ainda mais os direitos de alguém. Além disso, se uma prova 
for obtida por meio ilícito e dela derivarem outras provas, todas as provas 
derivadas da prova ilícita serão também consideradas ilícitas. A isso, dá-se o 
nome de teoria dos frutos da árvore envenenada.
Funciona assim:
1 - Em regra, não são aceitas provas obtidas por meios ilícitos (nem em prol 
do Estado e nem em prol do particular).
2 – Todas as provas derivadas daquelas obtidas por meio ilícito também são 
ilícitas (teoria dos frutos da árvore envenenada).
3 - Excepcionalmente, por causa da ampla defesa (uma das facetas do 
devido processo legal), admite-se a prova obtida por meios ilícitos quando esta 
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for indispensável para o exercício do direito fundamental à ampla defesa PELO 
ACUSADO, para que prove sua inocência.
Observe este trecho, bem elucidativo, escrito por Gilmar Mendes e Paulo 
Branco:
"Registre-se, ainda, que o princípio do devido processo legal, em sua face atinente à 
ampla defesa, autoriza a produção de provas ilícitas pro reo. A garantia da 
inadmissibilidade das provas obtidas de forma ilícita, como corolário do devido 
processo legal, é direcionada, em princípio, à acusação (Estado), que detém o ônus 
da prova. Quando a prova obtida ilicitamente for indispensável para o 
exercício do direito fundamental à ampla defesa pelo acusado, de forma a 
provar a sua inocência, não há por que se negar a sua produção no 
processo.
O devido processo legal atua, nesses casos, com dupla função: a de proibição de 
provas ilícitas e a de garantia da ampla defesa do acusado. Na solução dos casos 
concretos, há que se estaratento, portanto, para a ponderação entre ambas as 
garantias constitucionais. A regra da inadmissibilidade de provas ilícitas não deve 
preponderar quando possa suprimir o exercício da ampla defesa pelo acusado, sob 
pena de se produzir um verdadeiro paradoxo: a violação ao devido processo legal 
(ampla defesa) com o fundamento de proteção do próprio devido processo legal 
(inadmissibilidade de provas ilícitas).
Ressalte-se, nesse contexto, que, em alguns casos, a prova ilícita poderá ser 
produzida pelo próprio interessado, como único meio de sustentar sua inocência, 
configurando, dessa forma, o estado de necessidade, que exclui a ilicitude do ato.
O Supremo Tribunal Federal tem admitido a prova, que em princípio seria ilícita, 
produzida pelo réu em estado de necessidade, ou legítima defesa, causas 
excludentes da antijuridicidade da conduta (HC 74.678/SP)."
x Assistência jurídica integral e gratuita
A Constituição prevê no art. 5º, LXXIV, que o Estado prestará assistência 
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de 
recursos.
Cuidado para não confundir com o próximo direito (as questões de prova 
costumam inverter os destinatários).
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x Gratuidade nas certidões de nascimento e de óbito aos 
reconhecidamente pobres
A Constituição prevê no art. 5º, LXXVI, que são gratuitos para os 
reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e
a certidão de óbito.
x Defesa do consumidor
A defesa do consumidor é um direito fundamental constitucional e foi elevado a 
princípio da ordem econômica.
x Razoável duração do processo
Para evitar que os processos se arrastem por anos a fio, a todos é assegurada 
a razoável duração do processo, tanto no âmbito judicial quanto 
administrativo. 
x Publicidade dos atos processuais
Prevê o art. 5º, LX “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
Dessa forma, um processo da vara de família pode ser considerado sigiloso, 
para preservar a intimidade, por exemplo.
Portanto, atenção: em regra, os processos do judiciário são públicos. No 
entanto, a lei poderá sim restringir a publicidade dos mesmos quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Esquematizando:
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x Pena: personalíssima
o Vedado pena de - Caráter perpétuo (penal cível e administrativa)
- Banimento
- Trabalhos forçados 
- Cruéis
- Morte, salvo em caso de guerra declarada
x Direitos dos presos
o Integridade física e moral
o Mãe amamentar os filhos – pode
o Comunicação da prisão e o local onde está ao Juiz e pessoa indicadaƒ A omissão da comunicação à autoridade competente NÃO é, por si só, 
causadora da ilegalidade da prisão
o Informação dos direitos dos presos entre os quais o de permanecer calado (direito ao 
silêncio), sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;ƒ Princípio nemo tenetur se detegere (direito de não produzir prova contra si 
mesmo)x Não está expressamente previsto na CF, mas a melhor doutrina diz 
que ele deriva do direito ao silêncio,x Se aplica tanto ao direito penal, quanto aos acusados em geral nas 
esferas cível e administrativa.x Em decorrência desse princípio, não é admitida a determinação 
judicial que obriga a condução de réu a laboratório para coleta de 
material necessário ao exame de DNA em ação de investigação de 
paternidade.
o Pode progredir pena antes do trânsito em julgado – morosidade
o Pode haver identificação criminal (o famoso “tocar piano”) se o sujeito não for 
identificado civilmente, ou, mesmo civilmente identificado em alguns casos..
o A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
o Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança
x Pode haver identificação criminal - Se não identificado civilmente
- Mesmo civilmente identificado em alguns casos
x Ação penal privada subsidiária da Pública
o No caso de inércia do MP
o Não tira a titularidade do MP da ação penal pública
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EXERCÍCIOS
1. (FCC - 2013 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho) A Constituição da República 
prevê, como mecanismo atrelado ao cumprimento da função social da propriedade, a
a) impossibilidade absoluta de desapropriação da pequena e média propriedade rural, 
para fins de reforma agrária.
b) desapropriação para fins de reforma agrária, mediante indenização em títulos da 
dívida pública, de glebas em que localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
c) instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo 
no tempo, sucessivamente a parcelamento ou edificação compulsórios.
d) usucapião de área urbana de até cinquenta hectares, por quem a possua, 
ininterruptamente e sem oposição, por cinco anos.
e) requisição de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano.
Item A - ERRADO. Essa impossibilidade não é absoluta, pois se o proprietário 
tiver mais de uma propriedade, poderá haver a desapropriação para fins de 
reforma agrária.
Item B - ERRADO. Na desapropriação para fins de reforma agrária, a 
indenização é feita em títulos da dívida agrária, resgatáveis a partir do 
segundo ano de sua emissão e em até 20 anos. Já na desapropriação de 
terras usadas para o cultivo ilegal de plantas psicotrópicas não há 
indenização!
Item C - CERTO. Conforme o art. 182, §4º, I e II da CF.
Item D - ERRADO. Art. 183 da CF: “Art. 183. Aquele que possuir como sua 
área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural.”
Item E - ERRADO. Item maldoso! Apesar de o enunciado com relação à 
requisição de bens estar correto, esse não é o mecanismo atrelado ao 
cumprimento da função social da propriedade.
Gabarito: C
2. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria - Área de Apoio Administrativo) O
princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
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natureza, garantindo-se a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, aplica-se, conforme expressa disposição constitucional e 
em relação ao enunciado no art. 5º:
a) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
b) aos brasileiros natos e naturalizados.
c) aos brasileiros natos. 
d) aos brasileiros que estejam dentro ou fora do País. 
e) indistintamente a todos os que estejam no território nacional.
Observe o caput do art. 5º: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)”
Além disso, o Supremo já decidiu que os direitos fundamentais se aplicam a 
TODOS os brasileiros e estrangeiros, residentes ou não no Brasil. Aplicam-se 
a pessoas físicas e jurídicas, ao Estado e nas relações entre particulares.
Lembre-se do princípio da universalidade!
Gabarito: A
3. (FCC - 2013 - MPE-SE - Analista - Direito) Após 30 anos do cometimento de crime 
praticado por grupo civil armado contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático foram os autores finalmente identificados, tendo sido proposta aação 
penal em face dos criminosos. Nesse caso,
a) não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constituiu crime imprescritível 
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o 
Estado Democrático.
b) não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constituiu crime imprescritível, 
além da tortura, a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático. 
c) não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constituiu crime imprescritível, 
além do terrorismo, a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático.
d) poderá ser acolhida a prescrição caso esteja configurada, uma vez que, em razão 
do princípio da segurança jurídica, não há crime imprescritível.
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e) poderá ser acolhida a prescrição caso configurada, uma vez que apenas o 
terrorismo e a tortura são crimes imprescritíveis. 
Os crimes cometidos por grupos civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático são imprescritíveis, ou seja, a ação 
penal pode ser proposta independentemente de quanto tempo passar.
Vamos a um esquema para consolidar bem o assunto:
x Racismo x H3T x Ação de Grupos armados
o Racismoƒ Inafiançável e imprescritívelƒ Conceito amplo: qualquer forma de distinçãoƒ Sujeito à pena de reclusão
o Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democráticoƒ Inafiançável e imprescritível
o H3T – Crimes Hediondos, Tortura, Tráfico e Terrorismo ƒ Inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistiaƒ São prescritíveis
Gabarito: A
4. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria - Área de Apoio Administrativo) O
princípio segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito, denomina-se :
a) da proteção à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito. 
b) da exclusiva proteção de bens jurídicos.
c) da legalidade
d) da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
e) da legitimidade popular.
Lembrando que este princípio é conhecido também por outros nomes como: 
direito de ação; princípio do livre acesso ao judiciário e princípio da 
ubiquidade da justiça. Ele é uma garantia constitucional de que qualquer 
lesão ou ameaça a qualquer direito pode ser apreciada pelo Poder Judiciário. 
Isso garante que qualquer pessoa que teve seu direito lesado ou ameaçado 
pelo Estado ou por outro particular possa buscar a reparação ou proteção no 
Poder Judiciário.
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Gabarito: D
5. (FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Diante da 
disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais, a busca e apreensão 
de documentos em escritório de advocacia, sendo o advogado investigado, 
a) independe de autorização judicial, na medida em que o local de trabalho não goza
da proteção constitucional conferida ao domicílio dos indivíduos.
b) dependerá de determinação judicial que especifique o âmbito de abrangência da 
medida, a fim de que não recaia sobre a esfera de direitos de não investigados.
c) somente é admitida na hipótese de flagrante delito.
d) poderá ser executada mediante determinação judicial que determine a quebra do 
sigilo profissional, embora sem restrição de horário para cumprimento, por não se 
tratar do domicílio do investigado.
e) não é admitida em hipótese alguma, em virtude da extensão da inviolabilidade de 
domicílio ao local de trabalho do advogado, qualificado que é pela garantia 
constitucional do sigilo profissional.
A busca e apreensão de documentos em escritório de advocacia envolve a 
inviolabilidade de domicílio. Vamos revisar as situações onde o Estado pode 
entrar na casa de alguém (a questão se encaixa na situação 3):
1- Com o consentimento do morador. Nesse caso, obviamente, se o morador 
permite, pode-se entrar em sua casa a qualquer horário, de dia ou de noite, 
com ou sem ordem judicial.
2- Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro. Nesse 
caso, também se pode entrar na casa de alguém a qualquer horário, de dia 
ou de noite e independente de ordem judicial.
3- Por determinação judicial. Nesse último caso, o Estado, em regra, somente 
pode entrar na casa de alguém durante o dia. 
x Excepcionalmente, o STF recentemente decidiu que para instalar 
escuta policial em um escritório de advocacia que era usado para 
cometimento de crimes, PODE-SE entrar a noite (lembrando: sempre 
com autorização judicial).
Gabarito: B
6. (FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário) Sobre a disciplina das 
garantias processuais na Constituição Federal brasileira, considere: 
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I. O contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, são 
assegurados aos litigantes tanto em processo judicial como em processo 
administrativo. 
II. São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos, salvo ratificação 
posterior pela autoridade judiciária competente. 
III. Ninguém será processado senão pela autoridade competente. 
IV. A publicidade dos atos processuais somente poderá ser restrita por lei quando o 
interesse social o exigir.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e III. 
b) II e IV. 
c) I, II e III. 
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Item I – CERTO. É o exato texto do art. 5º, LV da CF.
Item II - ERRADO. A exceção nesse caso será quando a prova ilícita for 
indispensável para o exercício do direito fundamental à ampla defesa, pelo 
acusado, para que prove sua inocência.
Item III - CERTO. É o exato texto do Art. 5º, LIII da CF. Esse é um dos 
incisos que estabelece o princípio do juiz natural!
Item IV - ERRADO. Não só quando o interesse social exigir, mas também 
quando se quiser buscar a defesa da intimidade. É o que diz o art. 5º, LX da 
CF.
Gabarito: A
7. (FCC - 2013 - AL-PB - Procurador) Em relação às liberdades públicas constitucionais, é 
correto afirmar: 
a) O princípio constitucional da inviolabilidade do sigilo de correspondência somente 
poderá ser afastado mediante decisão judicial fundamentada, sendo vedada em 
quaisquer hipóteses a apreensão administrativa de cartas.
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b) Para os fins da proteção constitucional a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição 
Federal (inviolabilidade domiciliar), o conceito normativo de ‘casa’ deve ser 
interpretado como abrangente, estendendo-se a qualquer aposento ocupado de 
habitação coletiva ou compartimento privado onde alguém exerce profissão ou 
atividade, compreendendo, inclusive, os consultórios profissionais de médicos e 
cirurgiões dentistas.
c) A privacidade quanto ao sigilo de dados poderá ser, excepcionalmente, afastada 
para efeitos de investigação criminal pela quebra do sigilo de dados fiscais do 
contribuinte realizada pela Receita Federal, desde que fundamentada.
d) O Tribunal de Contas da União detém legitimidade para requisitar diretamente 
informações que importem quebra de sigilo bancário.
e) A interceptação telefônica será lícita desde que determinada em decisão 
fundamentada do juiz competente ou de comissão parlamentar de inquérito, quando 
necessária, como único meio de prova, à apuração de fato delituoso.
Item A – ERRADO. O erro está na parte da questão que fala sobre a vedação 
da apreensão administrativa de cartas. O Supremo Tribunal Federal entende 
que é possível a interceptação de carta de presidiário pela administração 
penitenciária, por questões de segurança pública.

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