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Emprestimo (1)

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EMPRÉSTIMO
ARTIGOS: 586 E SEG. CCB 
FATO GERADOR
Nosso cliente, Grana Certa Empreendimentos S.A., pretende obter recursos, por meio de mútuo, para viabilizar a compra da participação na Pechincha Comércio Varejista Ltda.. Ele comenta que soube que houve muita discussão a respeito da cobrança de juros com a edição do novo Código Civil e lhe consulta sobre esta questão. Ao explicar a situação, não deixe de apontar as diferenças entre o regime geral do mútuo no Código Civil e o mútuo bancário.
A) Diferenças entre mútuo e comodato
Embora ambos sejam espécie do gênero empréstimo, apresentam algumas diferenças, tais como:
Objeto
 Comodato é o empréstimo de coisas não fungíveis. 
Já o mútuo, conforme art. 586 CC/02, é o “empréstimo de coisas fungíveis”
Transferência de domínio
No comodato, o comodatário recebe coisa não fungível, tendo que devolvê-la ao comodante ao final do comodato,
No mútuo, como o bem emprestado é fungível, o mutu­ário tem que entregar ao mutuante, no prazo pactuado, um bem que tenha as mesmas características do que o recebido, mas não necessariamente o mesmo recebido.
Características: O mútuo é contrato:
– Real – Só se aperfeiçoa com a entrega da coisa, não bastando o acordo entre as par­tes.
– Unilateral – Como o contrato somente se concretiza com a entrega do bem pelo mutu­ante ao mutuário, é possível dizer que a partir desse momento apenas o mutuário tem obrigações para com o mutuante, uma vez que a única obrigação do mutuante seria a entrega da coisa, mas essa é necessária para que o contrato exista
Gratuito ou oneroso
–O contrato de mútuo tanto pode ser gratuito, no caso de ajuda a um amigo, como também oneroso, com a previsão de juros sobre o valor emprestado, por exemplo. 
Atualmente, tem sido cada vez mais comum a pactuação de mútuos onerosos.
Não solene
 
A lei não determina uma forma obrigatória para a celebração do mú­tuo. 
Para provar a sua existência, aplica-se a regra geral de que, no caso de negócios jurídicos de valor superior a dez salários mínimos, não é admitida apenas a prova testemunhal, sendo conveniente, portanto, celebrar esse tipo de con­trato por escrito.
Mútuo Oneroso ou Feneratício
O caso mais usual de mútuo é o empréstimo de dinheiro.
 No mútuo oneroso ou fene­ratício, o mutuário deve devolver ao mutuante valor equivalente ao recebido, acrescido de juros, que é a remuneração pelo uso do capital.
 
A cobrança de juros vem sendo discutida durante a história, inclusive, do ponto de vista moral e religioso. Atualmente, a cobrança de juros não só é aceitável, como também é muito comum.
JUROS
De um modo geral, são definidos como o rendimento do capital, os frutos produzidos pelo dinheiro, da mesma forma que o aluguel é o rendimento produzido pela coisa cedida em locação. É bem acessório e depende do principal
São classificados em juros remuneratórios e juros moratórios.
– Os juros remuneratórios podem ser definidos como os frutos de um capital empresta­do, resultantes da utilização permitida desse capital”
Juros moratórios
– São definidos como a compensação, a indenização por descumprimento de uma obrigação pecuniária.
 Aplicam-se quando o devedor deixar de cumprir sua obrigação no tempo acordado como credor
Os juros podem ser legais ou convencionais
 
juros legais decorrem de imposição legal
 juros convencionais decorrem da vontade das partes.
Art. 591 CC/2002
Não faz referência a um tipo específico de juros, podemos afirmar que ele refere-se aos dois tipos: remuneratórios e moratórios.
No Código Civil de 2002, mesmo que não haja previsão expressa de cobrança de juros, eles são presu­midamente devidos no caso de mútuo para fins econômicos.
Art. 406 CC/2002
“Quando os juros moratórios não forem convencio­nados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação de lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional”.
A taxa em vigor para pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional é a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC)
Dessa forma, as partes são livres para pactuar a taxa de juros, desde que seja observado o limite máximo estabelecido no referido art. 406.
Prazos no mútuo
Caso as partes não convencionem o prazo para o término do mútuo, o Código Civil estabeleceu prazos em seu artigo 592.
Vale ressaltar o prazo previsto no inciso III do referido artigo:
 “do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível”.
 Essa regra não se aplica ao mútuo de dinheiro ou de produtos agrícolas, pois esses bens têm disciplina específica prevista nos incisos anteriores. 
A princípio, portanto, o mutuante poderá intimar o mutuário para restituir o bem no prazo que fixar. Esse prazo deve ser razoável para que o mutuário possa usar e gozar do bem mutuado.

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